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5025)23- et3c
À COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÕES DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
Ref.: Concorrência DEMAP n°. 61/2013
CDN COMUNICAÇÃO CORPORATIVA LTDA. ("CDN"), sediada na Avenida
Brigadeiro Faria Lima, n° 2601, 9° e 10 0 andar, CEP 01451-001, Jardim Paulistano,
São Paulo/SP vem, com fundamento no inciso I, "b", do art. 109 da Lei 8.666/93 e nos
termos dos itens 10.1 do Edital da Concorrência em referência ("Edital"), apresentar
RECURSO ADMINISTRATIVO contra a decisão do julgamento das propostas técnicas,
que atribuiu a esta empresa a nota de 97 pontos e que conferiu nota elevada às
empresas SantaFé, FSB, S2 Publicom e Informe, o qual requer seja recebido e provido,
reconsiderando-se a decisão, ou, caso assim não ocorra, faça-o subir à autoridade
superior, a quem se requer desde já a reforma da r. decisão da douta Comissão, pelos
motivos de fato e de direito expostos a seguir.
I — DA INCORRETA ATRIBUIÇÃO DE NOTA À PROPOSTA TÉCNICA DA
RECORRENTE
01. Quando do julgamento da proposta técnica da Recorrente, foi atribuída a nota
03 (três) ao "Parâmetro 4 — Análise editorial e auditoria de imagem, Quesito 03 —
Identi ficação de riscos e oportunidades de comunicação, com base em situações
apontadas em auditoria de imagem", sob a justificativa de que a CDN (i) não teria
explicitado as sugestões de ação de comunicação, e (ii) que a única sugestão
presente, dentro da matriz de risco e oportunidade, seria insu ficiente.
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2. Merecem algumas considerações as justi ficativas apresentadas para a nota
atribuída.
3. Isso porque, a proposta apresentada contempla várias ações de comunicação,
cuja implementação permitiria ao Banco Central aprimorar sua imagem junto aos
veículos midiáticos.
04, A exemplo, veri fique-se a sugestão de manutenção de relacionamento
frequente e/ou ememencial prévio junto aos editores e diretores de redação, de modo
a evitar uma abordagem negativa em matérias de especial impacto.
5. Ainda, a proposta técnica apresentada recomenda o reforço na clareza e a
utilização de linguagem assertiva nos materiais de divulqação, além da disponibilização
de livre acesso aos relatórios técnicos, independentemente de se tratar ou não de
público formador de opinião.
6. Não bastasse, a CDN propõe que o Bacen mantenha contato com lornalistas e
economistas que não tenham intimidade com o sistema bancário, visto que também
são formadores de opin ião e, consequentemente, podem influir na imagem positiva da
entidade.
7. Muito embora as ações de comunicação apresentadas pela CDN em sua
proposta técnica não se limitem às ações acima elencadas, a indicação de tais
sugestões é suficiente para comprovar que a CDN atendeu ao quesito de forma
integral.
8. Assim, a justificativa dada para fundamentar a nota atribuída neste quesito não
merece prosperar, visto que não condiz com a proposta técnica apresentada, a qual
contempla diversas ações de comunicação e, portanto, atende plenamente às
exigências editalícias.
9. Da mesma forma não merece prosperar a alegação de que "a única sugestão
presente, dentro da matriz de risco e oportunidade, é insu ficiente".
10. Referida indicação genérica não permite a identificação de qual seria a sugestão
de ação a que se refere o comentário e tampouco a razão pela qual ela seria
insu ficiente.
11. A falta de motivação precisa, objetiva e su ficiente do julgamento da proposta
técnica com relação a essa a fi rmação é nula, porquanto limita o exercício do
contraditório e da ampla defesa pela Recorrente, tendo em vista a auk ia de
condições para revidá-la de forma adequada.
12. Nesse sentido, oportuno destacar que o princípio da motivação exige clara e
detalhada motivação do ato administrativo, inclusive no âmbito de procedimentos
licitatórios, conforme leciona CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELL0 1 :
"A motívação deve ser prévia ou contemporânea à expedição do ato. Em
algumas hipóteses de atos vinculados, isto é, naqueles em que há aplicação
quase automática da lei, por não existir campo para interferência de juízos
subjetivos do administrador, a simples menção do fato e da regra de Direito
aplicanda pode ser suficiente, por estar implícita a motivação. Naqueloutros,
todavia, em que existe discricionariedade adminístratíva ou em que a
prática do ato vinculado depende de aturada apreciação e sopesamento
dos fatos e das regras jurídicas em causa, é imprescindível motívação
detalhada. É o que sucede, por exemplo, na tomada de decisões em
procedimentos nos quais exista uma situação contenciosa, como no chamado
processo administratívo disciplinar. Idem em certos procedimentos em que
vários interessados concorrem a um mesmo objeto, como nas licitações."
(g.n.)
13. A simples menção de que determinada ação proposta é insu ficiente, sem a
identi ficação da ação e sem o detalhamento das razões que levam a esse
entendimento, impede que a Recorrente defenda seu projeto, em evidente afronta aos
princípios do contraditório e da ampla defesa.
14. Portanto, nulo o julgamento da proposta técnica da Recorrente em relação a
esta justificativa.
15. Dessa forma, a nota atribuída à CDN neste quesito deve ser revista, ante a plena
satisfação das exigências do Edital.
MELLO. Curso de Direito Administrativo. Malheiros Editores, 27a Edição, p. 112 3
II — DO INCORRETO JULGAMENTO DA PROPOSTA DAS LICITANTES SANTAFÉ,
FSB, S2 PUBLICOM E INFORME
16. Além de não ter atribuído de forma acertada a pontuação à proposta técnica da
Recorrente, a Comissão atribuiu pontuação elevada para as empresas SantaFé, FSB,
S2 Publicom e Informe, sendo que tais licitantes não apresentaram propostas técnicas
em total atendimento às exigências do Edital, configurando flagrante julgamento das
propostas de forma anti-isonômica. Senão vejamos:
11.1 — Proposta da empresa SantaFé
A) Parãmetro 1 — Plano de Comunicação, Quesito 01 — Raciocínio básico,
Subquesito 02 — Natureza e extensão das relações do Banco Central com
seus públicos alvos
17. Conforme se veri fica à fls. 1713 a 1715, a SantaFé elaborou uma listagem dos
públicos alvos do Bacen, dentre os quais associados a cooperativas de crédito,
beneficiários de politica de inclusão fi nanceira, imprensa internacional e agentes do
mercado.
18. A listaqem apresentada, contudo, ignora por completo o público interno da
Autarquia. A Santa Fé ignora o corpo funcional do BC, seus diretores, chefes de
departamento, coordenadores e os demais funcionários, sem os quais a instituição
jamais teria conseguido o respeito e a credibilidade da população.
19. A importância desse público alvo decorre de seu fator de atuação enquanto
multiplicador das ações do Banco, razão pela qual deve ser ob¡eto de tratamento
prioritário em qualquer plano de comunicação, tal como fez a CDN ao destacar
suqestões de ações especí ficas para a direção e para o con¡unto de servidores do
Bacen.
20. A não indicação do público interno demonstra falta de sensibilidade e percepção
para avaliar a relevância do segmento para a Autoridade Monetária na estratégia de
comunicação, o que se contrapõe à orientação estratégica para o período entre março
de 2010 a 2014 prevista pelo Edital de melhoria na comunicação e relacionamento com
os "públicos interno e externo" (fls. 45 do Edital).
21. A licitante SantaFé ignora, também, os diversos canais de comunicação interna
do Banco Central, a exemplo da TV Bacen e dos jornais Linha Direta e Conexão Real,
o que corrobora o entendimento de que a licitante desconhece completamente o
complexo plano de comunicação interno da Autarquia.
22. Os graves equívocos da proposta da licitante SantaFé deixam evidente que a
empresa não possui uma compreensão minimamente refinada acerca complexa
estrutura interna de comunicação do Bacen, e torna ao menos questionável a
capacidade da licitante de contribuir para a estratégica de comunicação da Autarquia.
23. Assim, merece ser revista a nota atribuída à SantaFé neste subquesito.
B) Parãmetro 1 — Plano de Comunicação, Quesito 02 — Estratégia de
comunicação, Subquesito 01 — Proposta de solução dos desafios
apresentados no briefing
24. Ao elaborar sua proposta técnica, a licitante a fi rma a fls. 1721, que a cobertura
das comunicações do Bacen pela imprensa segue o calendário do Banco de divulgação
semanal, mensal ou trimestral, e destaca que "os jornalistas envolvidos formam um
pequeno grupo de especialistas em macro economia que redigem matéria sob a ótica
dessa expertise".
25. No entanto, tal a fi rmação demonstra que a licitante desconhece a existência do
atendimento diário da assessoria de imprensa do Banco Central às demandas de
imprensa.
26. A comunicação do Banco Central não é feita exclusivamente de forma
ritualística e por meio de calendário pré-determinado, como sustenta a SantaFé.
Diariamente os assessores têm contato com jornalistas de diferentes veículos e de
vários Estados.
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27. Em tais atendimentos a equipe de comunicação do Bacen têm contato não
apenas com jornalistas interessados em macroeconomia, mas também com jornalistas
que tratam de temas variados, dos quais muitos não possuem qualquer contato com a
editoria de economia. Os esclarecimentos são prestados de forma simples e concisa,
permitindo, assim, que a informação chegue de forma mais clara à população
28. Ainda, ao destacar a necessidade de redirecionar a presença do Bacen nas
redes sociais, de forma a aproxima-lo da população, a licitante ignora diversas ações
de comunicação voltadas exclusivamente ao cidadão comum, a exemplo do Rádio
release, disseminado pela Radiobrás para rádios comunitárias.
29. 0 desconhecimento dos atendimentos diários e de ações voltada à aproximação
com a população pela licitante demonstra sua inabilidade para traçar um cenário
completo das ações de comunicação já realizadas pela Autoridade Monetária e,
consequentemente, sua inabilidade para contribuir com a complexa politica de
comunicação do Bacen, razão pela qual a nota atribuída à licitante merece ser revista.
C) Parâmetro 4 — Análise editorial e auditoria de imagem, Quesito 01 —
Relatório analítico
30. Conforme item 2.4.1 do Anexo 3 do Edital, a licitante deveria apresentar um
relatório analítico das notícias diárias. Isto é, cabia à licitante fazer uma exposição
crítica e circunstanciada da imagem do Banco Central nas notícias publicadas.
31. No entanto, diversamente do que o Edital exige, os relatórios diários
apresentados pela licitante SantaFé não são analíticos. Limitam-se a um sucinto e
incompleto relato das notícias, por vezes em bullet points, sem um exame técnico, de
especialista em comunicação, acerca da imagem do Bacen na mídia.
32. A simplicidade e incompletude do relatório apresentado podem ser facilmente
constatadas, por exemplo, pelo relato do dia 25 de junho, acostado a fls. 1760, no qual
a licitante sequer especifica os veículos de comunicação que teria monitorado,
mencionando apenas de forma genérica "sites on-line" e "jornais impressos".
33. A título de comparação, neste mesmo dia a CDN identificou menção ao Banco
Central pelos colunistas Celso Ming (Estadão), Antonio Machado (Correio) e Del fi m
Netto (Folha) e Raymundo Costa (Valor).
34. Além disso, a SantaFé deixou de mencionar que a Globonews exibiu, no
programa Conta Corrente, discussão sobre a nota de crédito divulgada, e sequer dá
indício de saber que houve retuítes nas mídias sociais de perfis da imprensa como
Folha, UOL e O Globo, que foram devidamente destacadas pela CDN.
35. Veri fica-se, portanto, que a análise de mídia feita pela SantaFé está muito
aquém da robusta e completa análise feita pela Recorrente, de modo que não se
justi fica a atribuição da mesma nota às licitantes.
36. Para além do dever de dispensar tratamento isonõmico às licitantes, oportuno
lembrar que a Administração Pública está adstrita ao texto do Edital, nos termos do
artigo 41, caput da Lei 8.666/93 2 , sob pena de afronta ao princípio da vinculação ao
Edital.
37. Nas palavras de CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, o princípio da
vinculação ao Edital "obriga a Administração a respeitar estritamente as regras que
haja previamente estabelecido para disciplinar o certame" (Curso de Direito
Administrativo, Ed. Malheiros, 2010, p. 535).
38. Assim, tendo em vista que a abordagem analítica é exigência expressa do
Edital, não pode ser relevada pela Comissão quando do julgamento das propostas
técn icas.
39. Importante observar que neste mesmo dia 25 de junho, a SantaFé alega que
nos noticiários o Banco Central foi tratado como fonte das informações, "de forma
neutra",
40. Tal afirmação é preocupante, pois parece indicar que a licitante aceita o conceito
de visibilidade neutra, o qual, como cediço, é atualmente refutado, ante o paci fico
entendimento de que nenhuma marca é exposta na imprensa sem a intenção, do
jornalista ou do veículo de comunicação, de agregar valor positivo ou negativo.
41. Por todas as razões apresentadas, a nota da licitante SantaFé neste quesito
merece ser revista, visto que a proposta não atende plenamente às exigências
editalícias.
2 Art , 41, A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
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D) Parâmetro 4 — Análise editorial e auditoria de imagem, Quesito 02 —
balanço da visibilidade do Banco Central na mídia
42. Conforme item 2.4.2, a licitante deveria elaborar relatórios e grá ficos que
considerassem se o enfoque editorial das notícias publicadas foi positivo ou negativo
para a imagem da Autarquia. Deveria haver (i) pertinência dos dados destacados na
apresentação, (ii) correlação com a visibilidade do Bacen na mídia, considerando o
enfoque editorial das notícias sobre a instituição, e (iii) clareza na exposição das
informações.
43. A proposta da licitante SantaFé, contudo, não atende a tal exigência.
44. A lâmina acostada a fls. 1767 traz apenas frases soltas. Não há qualquer
contextualização de tais frases e tampouco foi feita a análise de sua repercussão em
relação á imagem do Banco Central. No mesmo sentido é a lãmina a fls. 1768, que se
resume a uma simples listagem, em bullet points, de fatos noticiados.
45. Da mesma forma, os grá ficos às fls. 1769 e 1770 são acompanhados por
apenas uma ou duas frases soltas, desprovidos de uma mínima apreciação analítica.
46. Não há, em nenhuma das quatro laminas acima indicadas, qualquer avaliação
acerca do enfoque editorial das noticias monitoradas.
47. É de se notar, ainda, que o grá fico a fls. 1770 foi elaborado tomando por base
tão somente a exposição do Bacen em sites e jornais, enquanto os gráficos a fls. 1769
e 1776 consideraram, respectivamente, apenas sites de notícia e mídias sociais. Ou
seja, na quase totalidade dos grá ficos apresentados, a proposta da licitante SantaFé
não aborda de forma completa os diversos veículos de comunicação indicados no item
2.2.2 do Anexo 1, muito embora fosse essa a premissa básica para a perfeita satisfação
da exigência editalícia.
48. Não se justifica, portanto, a nota máxima atribuída à licitante neste quesito, a
qual merece ser revista por esta D. Comissão.
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11.2 — Proposta da empresa FSB
A) Parãmetro 4 — Análise editorial e auditoria de imagem, Quesito 02 —
balanço da visibilidade do Banco Central na mídia
49. Como de conhecimento desta D. Comissão, a análise editorial do parãmetro 4
deveria considerar todos os veículos de comunicação listados no item 2.2.2 do Anexo
1 do Edital, dentre os quais, as "novas mídias", que se referem às mídias sociais.
50. Contudo, no balanço de visibilidade do Bacen, a licitante não incluiu a análise
da imagem da Autarquia nas referidas mídias sociais, como fez a CDN.
51. Vale esclarecer que a referência às mídias online feitas pela licitante não é
su ficientes para que se afirma que sua análise abarcou as mídias sociais. Isso porque,
as únicas mídias online especi ficadas pela licitante nas lãminas apresentadas são os
sites de notícia, de modo que não há, neste quesito, qualquer referência às mídias
sociais.
52. Por fim, observa-se que tal como a licitante SantaFé, a FSB afirma que diversas
matérias tiveram enfoque editorial neutro, o que parece indicar que a licitante adota o
conceito de visibilidade neutra, atualmente refutado.
53. Desta forma, merece ser revista a nota atribuída à licitante.
B) Parâmetro 4 — Análise editorial e auditoria de imagem, Quesito 03 —
Identificação de riscos e oportunidades de comunicação
54. Com relação a este quesito, o Edital exige a apresentação de sugestões de ação
para os riscos e oportunidades elencadas pela licitante.
55. Ao elencar os riscos, a licitante menciona (i) a existência de articulistas e
especialistas que mencionam interferência do Governo no Bacen e Copom; (ii) a
existência de questionamentos e críticas na mídia acerca da metodologia utilizada para
os novos indicadores; (iii) ausência de percepção clara acerca da atuação do Bacen
na regulação das instituições financeiras e defesa dos direitos dos consumidores; e (iv)
discurso hermético dos porta-vozes e utilização de linguagem técnica em do entos
para a imprensa. 9
56. Ora, pela previsão editalícia era de se esperar que a licitante apresentasse
sugestões de ação cada um dos riscos apontados.
57. No entanto, as ações apresentadas pela FSB se reportam única e
exclusivamente às mídias sociais, ao rádio e à TV, e são específicas para esses
segmentos. Não há qualquer ação voltada aos riscos referentes aos articulistas e
especialistas com passivo de imagem, às criticas e questionamentos dos novos
indicadores e ao relacionamento com a imprensa..
58. Assim, merece ser revisa a nota máxima atribuída à licitante FSB.
11.3 — Proposta da empresa S2 Publicom
A) Parãmetro 1 — Plano de Comunicação, Quesito 01 — Raciocínio básico,
Subquesito 01 — Características do Banco Central e das atividades para
comunicação
59. Ao elaborar sua proposta técnica, a licitante S2 demonstra pouco conhecimento
acerca das atividades de comunicação conduzidas pelo Banco Central.
60. Um exemplo se refere à questão da educação fi nanceira, que é amplamente
trabalhada e divulgada pelo BC, mas que foi desconsiderada pela licitante. Nessas
ações, o Banco Central formula orientações para que o cidadão tenha condições de
identi ficar falsificações e aprender a contrair empréstimos e fi nanciamentos de forma
saudável, sem prejudicar sua renda pessoal e familiar.
61. Ainda, em relação à comunicação interna, a S2 desconsidera a relação do
Banco com os seus servidores, e tampouco mostra conhecimento referente aos
veículos internos utilizados para o contato com os servidores. Com isso, dá a entender
que esse público não tem relevãncia em seu plano de comunicação, o que é totalmente
contrário à postura da Autoridade Monetária, conforme descrito no próprio brie fi ng.
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62. A não indicação do público interno demonstra falta de sensibilidade e percepção
para avaliar a relevância do segmento para a Autoridade Monetária na estratégia de
comunicação, o que se contrapõe à orientação estratégica para o período entre março
de 2010 a 2014 prevista pelo Edital de melhoria na comunicação e relacionamento dom
os "públicos interno e externo" (fls. 45 do Edital).
63. Por fim, é de se notar que a atuação do Bacen nas redes sociais, principalmente
no Twitter, também não foi considerada na proposta. Não foi feita nenhuma avaliação
sobre o cenário atual nem sugerido qualquer atuação voltada a esses veículos de
comunicação. A proposta desconsidera vários outros mecanismos de atuação em
redes e se limita a sugerir uma reforma no site do Bacen, muito embora a melhoria da
politica de comunicação demande mais proatividade do que apenas a melhoria de um
canal de comunicação já existente.
64. Outro grave equívoco feito pela licitante quando da elaboração de sua proposta
refere-se à indicação de que haveria um distanciamento do Bacen do mercado nos
últimos anos, "com o fim dos encontros com representantes de consultorias, bancos e
instituições financeiras e da menor exposição de seus executivos em eventos e
entrevistas a órgãos de imprensa" (fls. 1537).
65. Ao fazer esta equivocada afirmação, a licitante deixa claro que desconhece a
existência das reuniões trimestrais entre economistas das principais instituições
fi nanceiras com membros da diretoria do Banco Central.
66. Ainda, demonstra total desinformação acerca do amplo apoio e mesmo da
participação do Banco Central em grandes eventos externos, como a Expomoney, para
a qual o Bacen enviou porta-vozes para dar palestras sobre educação fi nanceira para
a população.
67. Por fim, observa-se que a proposta da licitante não abrange o papel do
monitoramento no gerenciamento de crises, que compõe um dos serviços que deverá
ser prestado pela futura contratada (item 2.1.6 do Anexo 1), o que con figura uma
postura totalmente na contramão do cenário atual de ampliação da comunicação
integrada.
68. Não se justi fica, portanto, a nota atribuída à licitante neste quesito, a qual
merece ser revista por esta D. Comissão.
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B) Parâmetro 1 — Plano de Comunicação, Quesito 02 — Estratégia de
comunicação, Subquesito 01 — Proposta para solução dos desafios
apresentados no briefing
69. Em sua proposta técnica, a empresa não apresenta soluções para os desa fios
do briefing. Limita-se a citar vagas diretrizes que deveriam sem seguidas, sem,
contudo, apresentar ações efetivas.
70. Em síntese, a licitante discorre acerca de diversas matérias que permitiriam ao
Bacen constante evidência na mídia, sem mencionar qualquer atuação da assessoria
de comunicação para garantir tal exposição. Menciona, de forma simplória, que "caberá
à assessoria de comunicação criar oportunidades de exposição positiva", mas, ao invés
de elencar quais seriam as formas para garantir tais oportunidades, apenas cita
veículos de comunicação que poderiam ser explorados.
71. Com relação ao público interno, a licitante apenas afirma a necessidade de se
manter um canal entre este público e a assessoria de comunicação, sem maiores
detalhes.
72. Ainda, a licitante indica que o Bacen necessita de uma estrutura de
comunicação que viabilize uma rápida resposta à sociedade, e que, para tanto, a
entidade precisa "colocar seus técnicos à disposição". Contudo, não apresenta uma
mínima proposta de como seria essa estrutura de comunicação e tampouco de como
os técnicos seriam colocados "à disposição".
73 A título de comparação, destaca-se que a CDN elencou mais de 10 sugestões
de ações concretas e efetivas, inclusive diversi ficando as estratégias para atender às
especificidades de cada público alvo.
74. Desta forma, percebe-se claramente que a proposta da empresa S2 não atende
ao Edital, porquanto não contempla qualquer ação efetiva voltada à melhoria do plano
de comunicação do Bacen, mas tão somente indicações demasiadamente simples e
qenéricas, que em nada evidenciam a importante contribuição de uma assessorias de
cominação à imagem da Instituição.
75. Não se justifica, portanto, a nota máxima atribuída à licitante, a qual deve ser
revista por esta D. Comissão.
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C) Parâmetro 1 — Plano de Comunicação, Quesito 02 — Estratégia de
Comunicação, Subquesito 02 — Mensuração de Resultados
76. Tal como o item acima, a mensuração dos resultados das ações que deveriam
ter sido propostas pela licitante também deixa a desejar.
77. Os resultados indicados pela S2 se resumem a (i) aumento do numero de
menções positivas, (ii) melhoria do desempenho, por exemplo da qualidade da
exposição, (iii) aumento da variedade de assuntos abordados e (iv) possível aumento
do numero de jornalistas com os quais o Bacen se relaciona.
78. Isto é, a expectativa da empresa é, basicamente, o aumento da demanda de
comunicação. A licitante não traz critérios técnicos, não inclui avaliações e nem traz
alternativas para possíveis correções de estratégias, mostrando-se pouco preparada
para contribuir com o plano de comunicação da Autarquia.
79. Portanto, a nota da S2 também deve ser revista com relação a este subquesito.
D) Parãmetro 4 — Análise editorial e auditoria de imagem, Quesito 01 —
Relatório analítico
80. Nos termos já mencionados, o item 2.4.1 do Anexo 3 do Edital exige da licitante
um relatório analítico das notícias diárias. Ou seja, cabia à licitante fazer uma exposição
crítica e circunstanciada da imagem do Banco Central nas notícias publicadas.
81. Contudo, os relatórios diários elaborados pela licitante S2 não são analíticos.
Limitam-se a um relato sintético das notícias publicadas nos respectivos dias,
desacompanhado de exame técnico acerca da imagem do Bacen na mídia.
82. A apresentação de uma simples síntese das noticias diárias não atende ao item
editalício, que possui como escopo avaliar a capacidade de percepção da licitante dos
desdobramentos das noticias em ralação à imagem da entidade.
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83. Além disso, os textos fazem remissão a apenas alguns veículos de
comunicação, a saber: Estadão, Correio Braziliense, 0 Globo, Valor, Brasil Econômico
e Globonews. Não há qualquer referência às demais mídias apontadas no item 2.2.2
do Anexo 1 Edital, como a web, o rádio e as novas mídias, muito embora essa fosse a
premissa necessária para o merecimento da nota máxima.
84. Oportuno lembrar que o propósito da licitação é viabilizar a contratação da
proposta mais vantajosa, entendida como a proposta que apresente a melhor
conjugação dos aspectos de técnica e preço, ressaltando-se que neste caso os
aspectos técnicos têm peso consideravelmente maior na nota final.
85. Assim, a robustez, a amplitude e a completude do conteúdo da análise de mídia,
bem como a capacidade da licitante de contribuir para a estratégica de comunicação
do Bacen são essenciais à obtenção da pontuação máxima.
86. Diversamente da proposta apresentada pela CDN, a análise de mídia feita pela
S2 não atende minimamente às expectativas do Edital, de modo que não se justi fica a
atribuição de nota máxima em tal quesito.
87. Dessa forma, a nota atribuída à licitante S2 deve ser revista, para que seja
reduzida, visto que a proposta apresentada não atende às exigências editalícias.
E) Parâmetro 4 — Análise editorial e auditoria de imagem, Quesito 02 —
balanço da visibilidade do Banco Central na mídia
88. Merece também melhor análise a nota atribuída à licitante S2 com relação ao
quesito 2 do parâmetro 4.
89. Tal como no quesito anterior, a proposta da licitante peca pela ausência de uma
análise critica da visibilidade do Bacen na mídia.
90. Novamente a licitante se limita a relatar dados, desprovidos de raciocínios
conclusivos que contribuam para a atuação da comunicação do Banco Central.
91. Assim, pelas mesmas razões, a nota atribuída à licitante S2 deve ser revista,
para que seja reduzida, visto que a proposta apresentada não atende às exigências
editalícias.
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11.4 — Proposta da empresa Informe
A) Parâmetro 1 — Plano de Comunicação, Quesito 01 — Raciocínio Básico,
Subquesito 01 — Características do Banco Central e das Atividades para
Comunicação
92. Ao descrever as características do Bacen, a licitante Informe não contempla de
forma completa os importantes papeis desempenados pela Autarquia.
93. A licitante apresenta o Bacen de uma forma muito simples, ignorando toda a
complexidade do órgão, utilizando-se de avaliações de senso comum e que se
mostram defasadas e incompletas em relação à forma como o Banco Central é visto
hoje pelos agentes externos.
94. A exemplo, verifica-se que a licitante deu pouquíssimo destaque à atuação do
Banco Central enquanto agente regulador e fiscalizador do Sistema Financeiro
Nacional (SFN), muito embora esta seja uma das principais funções exercidas pela
Autarquia, a quem compete formular normas aplicáveis ao SFN, conceder autorização
para o funcionamento de instituições fi nanceiras e correlatas e fiscalizar e regular a
atuação dessas entidades, como bem exposto pela CDN.
95. A proposta técnica apresentada pela Informe não faz jus à obtenção da nota
máxima, porquanto aquém do desenvolvimento esperado nesse procedimento
concorrencial.
96. Assim, a nota atribuída à licitante deve ser revista.
B) Parâmetro 1 — Plano de Comunicação, Quesito 01 — Raciocínio Básico,
Subquesito 02 — Natureza e Extensão das Relações do Banco Central
com seus Públicos Alvos
97. Ao identi ficar os públicos alvos, a licitante Informe compila, em uma breve
abordagem, todo o público interno da entidade. Ao fazê-lo, acaba por tratar de forma
rasa e genérica a relação da entidade com os seus servidores, aos quais dedica
apenas uma simples frase, pela qual menciona a necessidade de que a ipfo mação
chegue ao servidor para que ele se comprometa com a missão do Bac
98. Nesses termos, a abordagem feita pela licitante ignora não apenas as ações de
comunicação voltadas a esse público particular que já estão em vigência, como
também a necessidade de implantação de um plano amplo e especifico para garantir
que o servidor tenha o conhecimento de quais as direções estão sendo tomadas pelo
governo e pela direção do Banco Central e quais os próximos passos que o Bacen
pretende dar.
99. A formulação de política de comunicação para o público interno da Autarquia
deve levar em consideração a especificidade de cada um dos grupos que o compõem.
Ações de comunicação destinadas à diretoria do Bacen não são aplicáveis aos
servidores e tampouco à alta burocracia, e vice e versa.
100. Assim, é de suma importância a identi ficação das características e das
necessidades de cada um dos públicos alvos que compõem o público interno da
Autarquia, para que seja formulada uma política de comunicação específica, o que não
foi feito pela licitante.
101. Desta forma, merece ser revista a nota atribuída à Informe.
III — DO PEDIDO
102. Por todo o exposto acima e em face dos princípios e regras que se impõe à
atuação da Administração Pública, requer-se:
a) seja o presente Recurso recebido e provido, reconsiderando-se a decisão de
julgamento das propostas técnicas, ou, caso assim não ocorra, faça-o subir à
autoridade superior, a quem se requer desde já a reforma da r. decisão da douta
Comissão, nos termos do artigo 109, §4° da Lei 8 666/93 e do item 16.5 do
Edital;
b) seja JULGADO TOTALMENTE PROCEDENTE o presente Recurso para que a
avaliação da proposta técnica da CDN seja revista e alterada, para a elevação
de sua pontuação referente ao parâmetro 4 — Análise Editorial e Auditoria de
Imagem, Quesito 3 — Identi ficação dos Riscos e Oportunidades;
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c) seja JULGADO TOTALMENTE PROCEDENTE o presente Recurso para que a
pontuação conferida à proposta técnica da empresa SantaFé seja revista e
alterada, com a consequente diminuição de sua nota, em razão de não
cumprirem com plena satisfação o Edital quanto ao (i) Parâmetro 1 — Plano de
Comunicação, Quesito 01 — Raciocínio básico, Subquesito 02 — Natureza e
Extensão das Relações do Banco Central com seus Públicos Alvos; (ii)
Parãmetro 1 — Plano de Comunicação, Quesito 02 — Estratégia de
Comunicação, Subquesito 01 — Proposta de Solução dos Desaflos
Apresentados no Briefing; (iii) Parâmetro 4 — Análise Editorial e Auditoria de
Imagem, Quesito 01 — Relatório Analítico e (iv) Parâmetro 4 — Análise Editorial
e Auditoria de Imagem, Quesito 02 — Balanço da Visibilidade do Banco Central
na Mídia;
d) seja JULGADO TOTALMENTE PROCEDENTE o presente Recurso para que a
pontuação conferida à proposta técnica da empresa FSB seja revista e alterada,
com a consequente diminuição de sua nota, em razão de não cumprirem com
plena satisfação o Edital quanto ao (i) Parâmetro 4 — Análise Editorial e Auditoria
de Imagem, Quesito 02 — Balanço da Visibilidade do Banco Central na Mídia e
(ii) Parâmetro 4 — Análise Editorial e Auditoria de Imagem, Quesito 03 —
Identificação de Riscos e Oportunidades de Comunicação;
e) seja JULGADO TOTALMENTE PROCEDENTE o presente Recurso para que a
pontuação conferida à proposta técnica da empresa S2 Publicom seja revista e
alterada, com a consequente diminuição de sua nota, em razão de não
cumprirem com plena satisfação o Edital quanto ao (i) Parâmetro 1 — Plano de
Comunicação, Quesito 01 — Raciocínio básico, Subquesito 01 — Características
do Banco Central e das Atividades para Comunicação; (ii) Parâmetro 1 — Plano
de Comunicação, Quesito 02 — Estratégia de Comunicação, Subquesito 01 —
Proposta para Solução dos Desa fios Apresentados no Briefing; (iii) Parâmetro
1 — Plano de Comunicação, Quesito 02 — Estratégia de Comunicação,
Subquesito 02 — Mensuração de Resultados; (iv) Parâmetro 4 —Análise Editorial
e Auditoria de Imagem, Quesito 01 — Relatório Analítico e (v) Parâmetro 4 —
Análise Editorial e Auditoria de Imagem, Quesito 02 — Balanço da Visibilidade
do Banco Central na Mídia;
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f) seja JULGADO TOTALMENTE PROCEDENTE o presente Recurso para que a
pontuação conferida à proposta técnica da empresa Informe seja revista e
alterada, com a consequente diminuição de sua nota, em razão de não
cumprirem com plena satisfação o Edital quanto ao (i) Parâmetro 1 — Plano de
Comunicação, Quesito 01 — Raciocínio Básico, Subquesito 01 — Características
do Banco Central e das Atividades para Comunicação e (ii) Parâmetro 1 — Plano
de Comunicação, Quesito 01 — Raciocínio básico, Subquesito 02 — Natureza e
Extensão das Relações do Banco Central com seus Públicos Alvo.
Pede deferimento.
São Paulo, 13 de setembro de 2012.
CDN — C liATIVA LTDA.
AFFONSO PRADO FILHO
DIRETOR
OAB-RJ N. 117.358
CPF/MF N. 702.322.107-72
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