furet. o quantitativo em história
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FURET. François. A OFICINA DA HISTÓRIA. Lisboa: Gradativa Publicações, s\d.
“A sociologia da unanimidade esconde uma epistemologia da fragmentação”. P. 7
- Descreve a trajetória dos Annales – pretensão hegemônica da história sobre as ciências sociais.
- A história renuncia a missão de organizar o tempo.
- O marxismo quis propor uma história universal. A história não é uma para todos os países. Não há um
destino único rumo ao desenvolvimento.
- A história abriu-se a todas as linguagens: a estatística, instrumento de trabalho, por exemplo, pode dizer
muito sobre uma época.
- A historia tradicional obedece a lógica da narração, a narração política. Ao escolher o tema, já há intenção.
- Os fenômenos recebem sentido de fora... não se apreende algo de dentro dele.
- HISTÓRIA IMÓVEL ou História de Longa Duração: ela aflora muito lentamente.
- A revolução é tratada num tempo curto demais. Nesse caso, a dimensão social absorve o econômico.
História Acontecimental.
“O historiador é como o pintor de estilo: o quatro é o período, o assunto é aquilo que ele vai escolher do
período” p. 21.
- Quem tem o direito de selecionar o que é histórico ou não?
- A história não é mais a narrativa do tempo passado.
- A sociedade hoje está saturada de civilização.
CAP. 2 – Os intelectuais franceses e o estruturalismo.
CAP. 3 – O quantitativo em História (p. 59).
- Iniciou-se quando se passou a utilizar fontes quantitativas e processos de contagem.
- Utilização de modelos matemáticos no processo de reconstituição do passado.
- A história quantitativa significa uma concepção de passado, o emprego de certas fontes.
- Em que medida o conhecimento histórico é compatível com concepções matemáticas e probabilísticas.
- Em relação às ciências sociais, a História Econômica pode assumir três problemas:
a) Tratamento dos dados históricos quantitativos: composição das diferentes populações de dados; da
unidade geográfica no interior da qual são reunidos;
b) O termo “história quantitativa” designa a ambição e os trabalhos de certos historiadores economistas.
Trata-se de fazer da História uma econometria retrospectiva. Preencher as lacunas da contabilidade
nacional passada – input\output. É a história econométrica, que para eliminar o caráter subjetivo do
conhecimento emprega conceitos e métodos matemáticos. Quer-se eliminar o arbitrário.
“A verdadeira história quantitativa resultaria assim, na lógica desta concepção, de uma dupla redução da
história: redução, pelo menos provisória, do seu campo à econômica, e redução do sistema descritivo e
interpretativo ao sistema que foi elaborado pela ciência social mais rigorosamente constituída nos nossos
tempos: a economia matemática” p. 60.
- Poderia se fazer a mesma análise na dita história demográfica.
- Há limites para a quantificação integral dos dados históricos?
- É a redução do campo de atuação do historiador à questões econômicas e demográficas.
“A ambição ao mesmo tempo mais geral e mais elementar da história quantitativa é de constituir o
fato histórico em séries temporais de unidades homogêneas e comparáveis e, assim, poder medir-lhes a
evolução em determinados intervalos de tempo, geralmente anuais. Esta operação lógica fundamental
define a HISTÓRIA SERIAL” p. 61.
- Substitui o ACONTECIMENTO da história positivista pela repetição regular de dados selecionados. O
corte da realidade histórica em séries “deixa o historiador perante um material decomposto em níveis, em
subsistemas, cujas articulações ele é livre, em seguida, de propor ou não” p. 62.
- A história quantitativa está ligada à serial, mas é, ao mesmo tempo, diferente dela. O que as une é
justamente a substituição do ACONTECIMENTO pela SÉRIE, “isto é, a construção do dado histórico em
função de uma análise probabilística.
- O que é fato histórico? O teor da resposta muda totalmente o proceder historiográfico e o material a ser
utilizado.
“Série comporta unidades identicamente constituída” p. 63. Quando se estuda o capitalismo, se estuda algo
homogêneo?
“Nenhuma metodologia é inocente” p. 63. A História Serial privilegia o Longo Prazo e o equilíbrio do
sistema.
- A história quantitativa supõe a existência e a elaboração de longas séries de dados homogêneos e
comparáveis. O principal problema, então, é o das fontes.
- As fontes sempre foram arquivadas conforme os interesses nacionais, portanto, tem cunho político-
administrativo. O arquivo é para testemunhar o acontecimento. É aquilo que se quis guardar: por que se
quis guardar esse documento e não outro?
- O acontecimento é uma referência ilusória do que se supõe ser o real.
- A HISTÓRIA está mergulhada num DEVIR INDEFINIDO, não pode assumir uma cronologia baseada em
séculos, reinados ou governos.
- A série é marcada por seu caráter repetitivo.
- Certamente o computador deu um impulso à História Econômica.
- A história durante muito tempo ficou refém aos registros escritos sobre a existência humana.
- Para ser inteligível, o acontecimento tem a necessidade de uma história global. “Daí a concepção clássica
do tempo histórico como uma série de descontinuidades descritas no modo do contínuo, que é naturalmente
a narração. A história serial descreve, pelo contrário, continuidades sobre o modo descontínuo: é história
problema em vez de narração” p. 72.
- A História Serial decompõe qualquer idéia de História Global. Põe em questão o postulado de uma
evolução supostamente homogênea e idêntica de todos os elementos de uma sociedade.
- A análise das séries só tem sentido no longo prazo. O tempo que se descobre não é o misterioso do
acontecimento, mas um ritmo de evolução doravante mensurável e comparável.
- A história serial procedeu a decomposição analítica da realidade em níveis de descrição.
- A História Econômica e a História Demográfica são tipos de investigações da História Serial.
- Através da reconstituição dos preços, previu a evolução do número dos homens.
“A História Econômica Serial desemboca assim na análise de conjunturas diferenciais ou simplesmente
afastadas no espaço; poder-se-ia dizer: numa geografia da sua cronologia e no exame das diferenças
estruturais assinaláveis por contradições cronológicas” p. 77.
- A história não pode se limitar a descrição das atividades econômicas humanas. O homem não é apenas
um agente econômico.
- A economia constituiu-se o domínio prioritário da investigação histórica quantitativa.
- A história teleológica do progresso é reacionária.
- As periodizações globais tradicionais são heranças ideológicas do século XX.
CAP. 4 – Da História-narrativa à história problema.
“A História é filha da narrativa” p. 81. Ela não se define por um objeto de estudo, mas por um tipo de
discurso.
- Contar história é dizer AQUILO QUE ACONTECEU. É reconstituir o caos dos acontecimentos – seu
início e seu fim.
- A história do passado permanece aberta ao futuro – às novas descobertas.
- A narração do passado constrói o futuro. Fixa as recordações. Conserva VIVO aquilo que “escolheram do
seu passado”.
- O ACONTECIMENTO é aquele momento ímpar, recoberto de dignidade.
“Toda história-narrativa é uma sucessão de acontecimentos-origens, que podemos chamar, se qusermos, de
história evenemencial. Toda história evenemencial é uma história teológica: só o fim da história permite
escolher e compreender os acontecimentos com que ela é tecida” p. 83.
“Todos os povos precisam de uma narrativa das origens e de um memorial da grandeza que possam
ser ao mesmo tempo garantias do seu futuro” p. 83.
- A função do historiador não contar o que aconteceu de importante em cada época.
- Ao romper com a história-narrativa, rompe-se também com o acontecimento singular.
- As fontes são lacunares, parciais ou inexistentes.
CAP. 5 – História e Etnologia.
CAP. 6 – O Nascimento da História.
- A história estava dividida entre duas atividades intelectuais: a erudição e a filosofia.
- Os historiadores modernos só comentam os antigos.
- No século XVII surge a idéia de História Universal. Na historiografia sagrada não tinha brecha para os
profanos.
- Sec. XVIII – idéia de progresso.
- Por que devemos acreditar que a Grécia é nosso berço cultural?
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