fundamentos históricos e filosóficos aaron beck – filadélfia (1956) questionamentos sobre a...
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Fundamentos históricos e filosóficosAaron Beck – Filadélfia (1956) Questionamentos sobre a teoria psicanalítica.
Origens filosóficas: Zenão de Citium (séc. 4 a.C.), Crisipo, Cícero, Sêneca, Marco Aurélio.
Epiteto (Séc. I a.C.): “Os homens são perturbados não pelas coisas, mas pelas opiniões que extraem delas”.
Teoria dos constructos pessoais de George Kelly (1955). Terapia Racional Emotiva de Albert Ellis (1955).
Teoria de Alfred Adler (1936).
Fenomenologia de Heiddeiger, Kant e Husserl.
Contribuição de teóricos comportamentalistas (Mahoney, 1974; Meichenbaum, 1977).
Neo-analistas: Karen Horney, Otto Rank e Sullivan.
Princípios fundamentais da TCCA maneira como as pessoas interpretam os
eventos influencia diretamente a emoção e o comportamento (Beck, 1976).
Beck e Alford (2000): a posição filosófica da teoria e terapia cognitiva integra:
Dimensões Externas (contexto ambiental)
Dimensões Internas (percepções
fenomenológicas)
O modelo cognitivo comportamental
Pressuposições Formais da teoria cognitiva
De acordo com Beck e Alford (2000), a teoria
cognitiva baseia-se nas seguintes formulações:
A noção de esquemas - estruturas cognitivas que integram e atribuem significado aos eventos.
A atribuição de significado ativa ou controla sistemas psicológicos, como a atenção, memória, percepção, e o conteúdo emocional e comportamental.
As categorias de significado: padrões específicos de pensamento, emoção, memória, atenção e comportamento, que constituem a especificidade de conteúdo. Este termo refere-se aos temas comuns na psicopatologia.
A distorção cognitiva refere-se aos significados disfuncionais ou maladaptativos que o indivíduo integra numa determinada situação. Também são considerados erros no conteúdo cognitivo (significado) e no processamento cognitivo (elaboração de significado).
As predisposições dos indivíduos a cometerem
distorções específicas são denominadas de vulnerabilidades cognitivas. Dessa forma, as pessoas podem desenvolver síndromes específicas.
Os significados disfuncionais servem para explicar a tríade cognitiva e o desenvolvimento da psicopatologia.
Existem dois níveis de significado: público e privado. O significado público, ou objetivo de um evento, tem poucas implicações para o indivíduo. O significado pessoal ou privado inclui implicações, significação, generalizações extraídas da ocorrência de eventos (Beck, 1976, p.48).
Há três níveis de cognição:
(a) nível pré-consciente – pensamentos automáticos; (b) nível consciente; (c) nível metacognitivo: reflexão sobre um
pensamento – respostas racionais.
Os esquemas são estruturas teleonômicas que evoluem para facilitar a adaptação do indivíduo no ambiente.
Classificações das TCCs 1) Terapia de habilidades de enfrentamento. 2) Terapia de solução de problemas. 3) Terapia de reestruturação. (Dobson & Scherrer,
2004).
Terapia cognitivo comportamental Foco nos processos intrapsíquicos (Beck, 1976).
Terapia construtivista Ênfase nas estruturas cognitivas e no processo de
atribuição de significado (Guidano, 1983).
Terapia do esquema Foco nos Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDS) –
temas disfuncionais em um nível significativo (Young, 2004).
Judith Beck Características da TCC
Abordagem psicoeducativa.Diretiva e estruturada.Orientada ao presente.Focalizada em problemas. Direcionada em metas. Utiliza planos de tratamento.Aplicações da TCC: crianças,
adolescentes e adultos.Tratamento de problemas e
transtornos específicos (depressão, ansiedade, fobias, etc). (Beck, 1997).
Adaptada a diferentes contextos clínicos - ambientes de saúde (hospitais) para o tratamento de repercussões psicológicas provenientes de doenças orgânicas (manejo da dor, somatização e sintomas físicos da doença).
Grupos (terapia de grupo), problemas de casais, terapia familiar.
Utiliza intervenções em situações de crise.Eficácia cientificamente comprovada por meio de
estudos clínicos.Pode ser utilizada a TCC com ou sem medicação
(psicotrópico).Tempo de terapia: depende das características de
personalidade do indivíduo, e dos problemas que são apresentados. (Beck, 1997).
Pontos fundamentais para a prática da terapia cognitiva
Inclusão de pessoas significativas nas sessões de terapia quando conflitos dominam as queixas de um paciente.
Análise do contexto ambiental quando identifica consequências comportamentais de curto prazo versus longo prazo.
Foco nas questões inconscientes quando a avaliação clínica revela traumas primitivos.
(Beck & Alford, 2000)
EsquemasAdquiridos durante a infância nas relações interpessoais.Ativados em situações específicas (indivíduo, contexto e
self).Pensamentos Automáticos
Palavras, imagens e figuras que surgem na mente.Crenças
Representam o conteúdo dos esquemas.Crenças Centrais: Ideias mais rígidas sobre si mesmo, os
outros e o mundo.Crenças Intermediárias: atitudes e regras. Estratégias compensatóriasComportamentos utilizados para se proteger ou
compensar as crenças. (Beck & Alford, 2000; Beck, 1997; Beck, 2007).
Conceitualização CognitivaRepresenta um conjunto de dados acerca do
paciente (história de vida – dados da infância, pensamentos, crenças, e os significados que são atribuídos).
Permite facilitar o entendimento de fatores cognitivos e comportamentais e a influência nas reações emocionais, comportamentais e fisiológicas.
Auxilia o terapeuta para desenvolver o plano de tratamento.
O terapeuta compartilha com o paciente os dados da conceitualização cognitiva.
(Beck, 1997; Beck, 2007).
Ecletismo Técnico A conceitualização cognitiva indica as técnicas que serão
utilizadas (Persons, 1989). A estrutura da entrevista, que inclui uma agenda, feedback
e exercícios para casa são procedimentos oriundos da terapia comportamental.
O formato de questionamento foi derivado originalmente da
“anamnese associativa” de Felix Deustsch, da terapia não-diretiva de Carl Rogers, e do questionamento socrático de Albert Ellis.
As estratégias de encenação emotivas foram influenciadas
pelo psicodrama e pela terapia de Gestalt. Os procedimentos da terapia racional-emotiva auxiliaram
na testagem ou avaliação de crenças disfuncionais.
A relação terapêutica Ponto inicial para o processo de mudança.
Características do terapeuta cognitivo Cordialidade. Empatia. Genuinidade.
Na interação terapêutica Confiança básica. A importância do rapport. Empirismo colaborativo. Descoberta guiada.
Atitudes do terapeuta que podem prejudicar a terapia cognitiva Superficialidade. Excessivamente didático e interpretativo. Pouca atenção a relação terapêutica. Aplicação das técnicas de forma mecânica. Beck et
al(1997).
Alford e Beck (2000) destacaram que o terapeuta cognitivo oscila entre dois estados:
1.Empatia compreensiva envolve um estado construtivista.
2.Como realista/empirista, o terapeuta leva o paciente a focalizar-se mais no que está acontecendo (desse modo livrando o paciente da dominância dos esquemas disfuncionais), a buscar mais informações, e a gerar explicações alternativas para um evento particular.
Técnicas cognitivasPrincipais objetivos:Monitorar pensamentos negativos automáticos
(cognições).Reconhecer as conexões entre cognição, afeto e
comportamento.Examinar as evidências a favor e contra do
pensamento automático distorcido.Substituir estas cognições tendenciosas por
interpretações mais orientadas à realidade.Aprender a identificar e alterar as crenças
disfuncionais que o predispõem a distorcer suas experiências (Beck, 1967).
Role-play Racional-Emocional.Flecha Descendente. Perguntar o que um pensamento significa para
o paciente revela as crenças intermediárias, perguntar o que isso sugere sobre o paciente explicita a crença central (Beck, 1997).
Análise das vantagens e desvantagens.Lista de créditos.Relatório de crença central.Testes históricos da crença central.Cartões de enfrentamento.Gráfico em forma de torta.Construção de imagens.Reestruturação de memórias antigas por meio
do role play.
Técnicas comportamentaisEscala para avaliar o humor (0 a 100).Treinamento em habilidades sociais.Experimentos comportamentais.Registro diário de atividades atribuindo
escores aos níveis de domínio e prazer.Exposição graduada.Técnicas de relaxamento.
Procedimentos básicos de terapia cognitiva
Avaliar o humor do paciente no início da sessão.
Estabelecer uma agenda. Colaborativamente determinar tarefas de casa em cada sessão. Solicitar um feedback. Conceituar o paciente e suas dificuldades de acordo com o modelo
cognitivo, e usar a conceituação para planejar o tratamento ao longo das sessões e durante cada sessão em particular.
Desenvolvimento e manutenção de uma forte aliança terapêutica. Promover a resolução de problemas e o acompanhamento do processo
por meio de tarefas de casa estabelecidas colaborativamente. Utilizar uma grande variedade de estratégias terapêuticas. Trabalhar com a prevenção da recaída.
Beck (1997).
ReferênciasBeck, A.T., Rush, A.J., Shaw, B.F., & Emery, G.
(1997). Terapia Cognitiva da depressão. Porto Alegre: Artmed.
Beck, A.T., & Alford, B. (2000). O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegre: Artmed.
Beck, J. (1997).Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed.
Beck, J. (2007). Terapia Cognitiva para desafios clínicos: quando o básico não funciona. Porto Alegre: Artmed.
Knapp, P., & Beck, A.T. (2008). Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Revista Brasileira de Psiquiatria, 30 (Supl. II), S54-64.
SitesFederação Brasileira de
terapias cognitivas www.fbtc.org.brThe American Institute for
Cognitive Therapy
www.cognitivetherapynyc.com
Beck Institute for Cognitive Therapy and Research
www.beckinstitute.org Academy of cognitive therapy www.academyofct.org