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FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA Beniamin Achilles Bondarczuk
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 1
Prezado aluno,
Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear
do conteúdo.
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a
respeito de cada item.
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo.
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão.
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel.
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas,
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento.
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu
aprendizado!
Bons estudos!
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 2
Fundamentos da Mat. Financeira e Estat.
Aplicada - Apostila
Apresentação
O mundo dos negócios não deveria se dissociar da academia e vice-versa.
Desde a Administração Científica de Taylor até os dias de hoje, o mundo
empresarial tem buscado suporte nas Ciências Exatas para resolver seus
inúmeros problemas. O domínio de conceitos matemáticos, que abrange
fenômenos tanto determinísticos quanto probabilísticos, vem-se evidenciando
como competência básica para o profissional bem-sucedido.
Pensando nesse contexto, esta disciplina introduz noções de Matemática
Financeira e de Estatística Aplicada, que são essenciais para entender conceitos
afins a essas áreas e solucionar problemas.
O conteúdo está distribuído de modo uniforme: metade abordará o primeiro
tema e a outra metade, o segundo, mas não é necessário entender aquele
antes deste.
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos:
1. Explicar conceitos fundamentais da Matemática Financeira;
2. Definir noções básicas de Estatística Aplicada.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 3
Aula 1: Juros e taxa de juros
Introdução
Você bem sabe que os empreendimentos, os negócios, as empresas, o
governo, as pessoas, enfim, todos nós – querendo ou não – estamos inseridos
em um sistema que regula as relações de troca com base em dinheiro.
Nesse contexto, é muito importante entendermos as regras que regem o
sistema financeiro e como ocorre o processo de transformação do valor ao
longo do tempo. O domínio dessas normas pode ajudar um agente decisor na
escolha do melhor caminho a ser trilhado no desenvolvimento de algum
negócio.
Afinal, a sobrevivência de um empreendimento está associada, muitas vezes, à
habilidade de decisão do gerente, de forma oportuna e com base em estudos
de viabilidade econômica.
No núcleo de tudo isso, estão os conceitos de juros e taxa de juros – essenciais
a este estudo. Nesta aula, portanto, daremos ênfase a tais noções.
Objetivo:
1. Explicar noções básicas de juros simples e compostos;
2. Definir os conceitos de taxas de juros efetivas e nominais.
Conteúdo
Noções de Matemática Financeira
Para darmos início a esta disciplina, vamos conhecer, primeiro, alguns conceitos
básicos e os principais fundamentos que norteiam o estudo da Matemática
Financeira.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 4
Comecemos pelo valor do dinheiro no tempo e pelos juros: elementos
interligados e essenciais ao desenvolvimento do estudo dessa área do
conhecimento. Vejamos o vídeo a seguir:
Percebeu que quando você pede emprestado a alguém, por determinado
período, algum bem ou dinheiro, é natural que lhe pague, ao fim desse prazo,
alguma compensação financeira além do valor emprestado?
Essa compensação pode ser:
• Um aluguel – no caso de um bem;
• Os juros – no caso de dinheiro.
Termos utilizados na análise das situações
Na análise das situações como a apresentada anteriormente, em que
desejamos avaliar o dinheiro no tempo, é conveniente utilizarmos alguns
termos.
São eles:
Principal
Também chamado de capital inicial ou, simplesmente, capital. Trata-se do
valor emprestado em alguma transação financeira.
Remuneração do capital
Definição atribuída aos juros. Os estudos dos mecanismos que regem sua
formação e sua incorporação ao capital constituem a base principal da
Matemática Financeira.
Montante
Soma dos juros com o capital em determinado período.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 5
Outro termo bastante utilizado é a capitalização. Vejamos o que o mesmo
significa e suas ramificações:
Capitalização
Incorporação dos juros ao capital.
Período de capitalização
Intervalo de tempo decorrente entre cada capitalização.
Sistemas ou regimes de capitalização:
Juros simples
Juros calculados sobre o capital inicial que se incorporam a ele ao fim de cada
período de capitalização.
Juros compostos
Juros calculados sobre o montante do período anterior, que se incorporam ao
capital ao fim de cada período de capitalização.
Atenção
A seguir, entenderemos melhor todos esses conceitos!
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Juros: remuneração do capital
Você sabe como os juros são fixados e como podemos obter seu valor em um
período, em unidades monetárias?
Vejamos:
Taxa percentual e unidade de tempo
Os juros são fixados por meio de uma taxa percentual que sempre se refere a
uma unidade de tempo. Por exemplo:
• 10% ao ano (a.a.);
• 5% ao semestre (a.s.);
• 2% ao mês (a.m.) etc.
Valor por período
Quando desejamos obter o valor dos juros de um período, em unidades
monetárias, aplicamos a taxa de juros sobre o capital, conforme o exemplo a
seguir:
Capital aplicado -> R$ 100,00
Taxa de juros -> 6% a.a.
Valor de juros ao final de um ano -> 6% x R$ 100,00 = (6/100) x 100,00
= R$ 6,00
Montante: valor do dinheiro no tempo
Vejamos, a seguir, uma cena do filme O Auto da Compadecida:
Na cena que acabamos de assistir, os personagens Chicó, Rosinha e João Grilo
armaram um plano para utilizar o dinheiro que havia sido deixado para Rosinha,
pela sua vó, como herança. Entretanto, eles não contavam com o fato de que a
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unidade monetária daquele momento era diferente da unidade do tempo da
avó de Rosinha, ou seja, o dinheiro não possuía mais valor algum.
A partir do que vimos na cena e considerando o conceito de juros da
Matemática Financeira a que nos referimos anteriormente, podemos perceber
que hoje, 100 unidades monetárias NÃO SÃO iguais a 100 unidades
monetárias em qualquer outra data!
Vamos analisar, então, uma aplicação de capital na data de hoje:
Capital aplicado -> R$ 100,00
Taxa de juros -> 6% a.a.
Rendimento -> R$ 6,00
Montante gerado ao final de um ano -> R$ 106,00
De acordo com a ideia de que o valor do dinheiro muda ao longo do tempo,
valores de datas diferentes são grandezas que só podem ser comparadas e
somadas algebricamente após sua movimentação para uma mesma data, com
a respectiva aplicação de uma taxa de juros.
Portanto, ao planejar o escopo de determinado projeto, um gerente estabelece,
por exemplo, um cronograma físico-financeiro que leva em conta a progressão
do capital ao longo do tempo, considerando como premissa determinada taxa
de juros para fazer suas projeções.
Juros simples
No regime de capitalização a juros simples, a compensação financeira, ou seja,
os juros são diretamente proporcionais:
Ao valor do capital emprestado (C), dentro de um período – dia, mês, ano,
semestre etc.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 8
À quantidade de períodos em que esse valor fica emprestado.
Nesse regime, apenas o capital inicial – o principal – rende juros. Não se
somam os juros do período ao capital para o cálculo de novos juros nos
períodos seguintes. Em outros termos, os juros não são capitalizados e,
consequentemente, não rendem novos juros.
Exemplo
Para fixarmos o conceito que vimos anteriormente, vamos analisar o exemplo a
seguir?
Crescimento de R$ 1.000,00 a juros simples de 6% a.a.
Saldo do início do ano
Um investimento de R$ 1.000,00 (mil unidades monetárias) é feito em um
banco, no prazo de dois anos, com uma taxa de juros de 6% a.a., no regime de
juros simples.
Juros do ano
O objetivo é obter o valor do saldo desse investimento no final de cada um dos
dois anos da operação. Sendo assim, temos: Crescimento de R$ 1.000,00 a
juros simples de 6% a.a.
Saldo no final do ano
Observando a evolução do dinheiro no tempo, podemos constatar que o
crescimento do capital é linear, ou seja, os juros de cada ano são os mesmos.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 9
Fórmula de juros simples
Uma vez que entendemos que, nos juros simples, o crescimento do capital
ocorre de forma linear, de acordo com determinada taxa proporcional, podemos
estabelecer uma fórmula que forneça um montante a partir de um capital
inicial. Vejamos:
Agora, considere a taxa percentual i = r/100. Nesse caso, temos a seguinte
fórmula equivalente:
Onde:
j
A letra representa os juros produzidos.
C0
Essa variável representa o capital emprestado.
r/100
Taxa de juros.
n
Número de meses.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 10
Diante das fórmulas citadas anteriormente, você consegue dizer quais são as
fórmulas derivadas que explicitam cada uma das variáveis que vimos?
Simples!
C0
i
n
Juros no período
Voltemos para o exemplo numérico apresentado. Utilizando as fórmulas
anteriores, concluímos que os juros nesse período são:
A soma do capital com os juros produzidos em determinado período é
denominada Montante (Cn), ou seja:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 11
Considerando o regime de juros simples, no qual j = C x i x n, temos:
Portanto, nesse regime, obtemos os valores listados a seguir pelas expressões
matemáticas correspondentes:
Montante
Capital
período n
Taxa i
Atenção
As fórmulas apresentadas valem para qualquer período, mas é
necessário expressar a taxa r e o período n na mesma unidade
de tempo.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 12
Juros compostos
A capitalização composta ocorre quando os juros são capitalizados e passam
a render novos juros. Sendo assim, os juros de cada período são calculados
sobre o saldo existente no início do respectivo período, e não apenas sobre o
capital inicial – principal – aplicado.
Para fixarmos esse conceito, vamos analisar um exemplo?
Um investimento de R$ 1.000,00 é feito em um banco, no prazo de dois anos,
com uma taxa de juros de 6% a.a., no regime de juros compostos.
O objetivo é obter o valor do saldo desse investimento no final de cada um dos
dois anos da operação.
Sendo assim, temos:
Considerando os exemplos numéricos das aplicações nos regimes de juros, é
possível observar que o dinheiro cresce mais rapidamente a juros compostos do
que a juros simples.
Além disso, no regime de juros compostos, cada valor é obtido a partir do
anterior pela multiplicação de uma razão constante igual a: 1,06 (1,00 +
6%).
Fórmula de juros compostos
Agora que já entendemos a regra que orienta o regime de juros compostos –
por meio do qual a taxa é aplicada sempre no período anterior –, podemos
obter uma expressão matemática que forneça o montante a partir de
determinado capital inicial em função da taxa e do período.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 13
Considere, então, as seguintes informações:
Cn
Montante ao fim de n períodos de capitalização no regime de juros compostos.
C0
Capital no período em que ocorreu o empréstimo.
i
Taxa de juros.
J n
juros do período n.
O montante C1 relativo ao primeiro período de capitalização é calculado da
seguinte forma: C0 + J1. Isso equivale a aplicar a taxa i de juros simples
durante um período ao capital C0. Sendo assim, temos:
Esse mesmo raciocínio pode ser aplicado em períodos sucessivos, ou seja:
Logo, ao fim de n períodos, o montante Cn pode ser dado pela seguinte
fórmula:
É possível, também, obter a expressão que fornece o capital inicial em função
do montante Cn, da taxa i e do período n. Desse modo, temos:
Revendo conceitos
Após a definição das noções de montante e capital nos regimes de juros
simples e compostos, que lhe permitiu familiarizar-se com notações alternativas
utilizadas em bibliografias da Matemática Financeira, vamos conhecer outras
acepções dos mesmos conceitos dentro da área.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 14
Você lembra das equações de juros simples e compostos que vimos
anteriormente? Vejamos, agora, as formas alternativas como essas equações
podem ser apresentadas:
Note que, nessas equações, podemos substituir o conceito Montante (Cn) por
Valor Futuro (VF) ou Future Value (FV)!
Podemos substituir, também, o Capital, principal ou capital inicial (C0) = Valor
Presente (VP) ou Present Value (PV)!
Equivalência entre taxa de juros
As informações financeiras que constam em contratos ou, até mesmo, na mídia
são fornecidas fazendo referência à taxa de juros que nem sempre utilizam
como referência um mesmo período.
Para comparar e subsidiar uma decisão, em muitos casos, é necessário calcular
a equivalência entre taxas em períodos diferentes, o que dá origem às taxas
equivalentes. Essa abordagem é pertinente quando tratamos do regime de
juros compostos.
Tomemos, então, o exemplo da tabela a seguir:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 15
Observe que a aplicação por três meses, à taxa de 10% a.m., proporciona um
rendimento igual a 33,1% a.t. – aplicada por um trimestre.
Em outros termos, um mesmo montante pode ser obtido a partir de um capital
inicial e de taxas distintas com períodos-base diferentes.
Períodos de capitalização e tomado para análise
Alguns problemas são apresentados com período de capitalização da taxa de
juros diferente do período tomado para análise.
Um exemplo seria obter o saldo de um empréstimo de R$ 1.000,00 por seis
meses, considerando os juros de 46,41% ao quadrimestre.
Uma das possíveis soluções é transformar a taxa quadrimestral em uma taxa
mensal equivalente e aplicar a expressão matemática de juros compostos.
Extrato
Valor do empréstimo: R$ 1.000,00
Período: 6 meses
Juros ao quadrimestre: 46,41%
Vamos avaliar, então, um capital (VP) que evoluiu em quatro meses (VF):
Podemos interpretar essa evolução a partir das seguintes taxas:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 16
Portanto, a expressão matemática genérica para a obtenção da equivalência é:
onde:
n = número de períodos de capitalização da taxa im de período-base m.
m = número de períodos de capitalização da taxa in de período-base n.
No problema exemplificado, o período-base pode ser o quadrimestre, e a
aplicação da expressão anterior resulta em:
Logo, o saldo do empréstimo de R$ 1.000,00 por seis meses, considerando os
juros de 46,41% ao quadrimestre, é:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 17
Atividade proposta 1
Agora que você já sabe calcular a equivalência entre taxa de juros,
vamos fazer uns exercícios!
a) Uma taxa de 10% ao mês equivale a que percentagem ao quadrimestre
(a.q.)?
b) Uma taxa de 50% ao semestre equivale a que percentagem ao mês (a.m.)?
Chaves de resposta:
Taxas nominais e efetivas
Você sabe o que são taxas nominais e efetivas e onde elas são aplicáveis?
Vejamos:
Taxas nominais
O uso da expressão taxa nominal é aplicável no regime de juros compostos.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 18
Um exemplo seria considerar uma taxa de juros de 15% a.a., capitalizados
mensalmente. Nesse caso, podemos observar que a taxa é anual, mas a
capitalização é mensal.
Listamos, aqui, algumas taxas nominais:
• 12% ao semestre com capitalização bimestral;
• 14% ao quadrimestre com capitalização trimestral;
• 25% ao ano com capitalização semestral.
Esse é o caso dos rendimentos da caderneta de poupança. Costuma-se
informar que a poupança rende 6% a.a. mas também é usual ouvir que rende
0,5% a.m. Portanto, podemos expressar a taxa da caderneta de poupança em
termos anuais da seguinte forma: 6% a.a. com capitalização mensal.
Nesse contexto, as taxas devem ser divididas pelo número de períodos de
capitalização (6% ÷ 12 = 0,5%), como se fossem taxas proporcionais de
juros simples, apesar de serem capitalizadas por juros compostos.
Taxas efetivas
Já estamos cientes de que a utilização do termo nominal está associada a taxas
de juros compostos como uma forma aproximada que simula um
comportamento proporcional de juros simples.
Em função disso, muitas vezes, é necessário saber mensurar o valor efetivo de
determinada transação financeira, até porque muitos fatores o mascaram. Um
deles é expressar a taxa praticada com referência nominal. Nesse caso, o custo
efetivo será maior do que o expresso nominalmente.
Um exemplo seria calcular o custo efetivo anual de uma taxa de 36% a.a. com
capitalização mensal. Com esse período de capitalização, precisamos dividir a
taxa anual por 12, a fim de calcular quanto ela representa em termos mensais.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 19
Sendo assim, temos:
36% / 12 = 3% a.m.
Logo, podemos obter o custo efetivo anual por meio do cálculo da taxa
equivalente, ou seja:
(1 + i)1 = (1,03)12
(1 + i) = 1,425761
i = 1,425761 - 1
i = 0,425761 ou 42,5761% a.a.
Vamos aplicar o conhecimento que acabamos de adquirir através de um
exemplo?
Suponhamos que uma aplicação de R$ 10.000,00 tenha sido feita à taxa de 36
% a.a., capitalizada mensalmente. Vamos, agora, calcular o montante obtido no
final do ano.
A taxa de 36% a.a. é nominal, pois seu período anual é diferente do período de
capitalização mensal.
Logo, considerando a relação entre as unidades de tempo dessas taxas, a taxa
efetiva da operação é proporcional à taxa dada. Em outros termos, como 1 ano
= 12 meses, então, a taxa efetiva i será dada por:
Portanto, o montante VF será obtido por:
VF = 10.000 × (1 + 0,03)12 = 10.000 × 1,42576 = R$ 14.257,60
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 20
Atividade proposta 2
Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade!
Determinada empresa precisa de recursos por 12 meses. Ao pesquisar o
mercado financeiro para resolver essa questão, a organização encontrou três
alternativas de empréstimo que parecem ser atraentes. São elas:
1ª – taxa de juros nominal de 24% a.a. com capitalização semestral;
2ª – taxa de juros efetiva de 24% a.a.;
3ª – taxa de juros nominal de 24% a.a. com capitalização mensal.
Com base no que estudamos ao longo desta aula, classifique, nesse contexto,
as alternativas apresentadas da melhor para a pior.
Chave de resposta
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS300/docs/a1_t18_ch
ave_resposta.pdf
Aprenda Mais
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, sugerimos a seguinte
leitura:
PUCCINI, A. L. Matemática Financeira objetiva e aplicada. 6. ed. São
Paulo: Saraiva, 1999. cap. 2-6.
Referências
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
LEITE, M. S. Diversidade e saberes no ensino superior, 2005.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 21
PIMENTA, S. G.; ANASTASIOU, L. G. C. Do ensinar à Ensinagem. In:
Docência no Ensino Superior, vol. I. São Paulo: Cortez, 2002. p. 201 a 243.
RIBEIRO, M. L. O Ensino Universitário: um olhar sobre as representações de
estudantes de Licenciatura, 2008.
Exercícios de fixação
Questão 1
Um empresário resolveu aplicar R$ 10.000,00 em um banco que remunera seus
depósitos a uma taxa de 4% a.t., no regime de juros simples. Qual o montante
que poderá ser retirado pelo empresário no final do 9o trimestre?
a) R$ 14.233,12
b) R$ 13.600,00
c) R$ 12.400,00
d) R$ 12.233,12
e) R$ 13.400,00
Questão 2
Um empresário resolveu aplicar R$ 10.000,00 em um banco que remunera seus
depósitos a uma taxa de 4% a.t., no regime de juros compostos. Qual o
montante que poderá ser retirado pelo empresário no final do 9° trimestre?
a) R$ 14.233,12
b) R$ 13.600,00
c) R$ 12.400,00
d) R$ 12.233,12
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 22
e) R$ 13.400,00
Questão 3
Você precisa tomar um empréstimo de um ano a uma taxa de juros capitalizada
anualmente. Logo, o melhor sistema de capitalização é o:
a) Simples – dependendo do valor.
b) Tanto faz – para taxas iguais.
c) Composto – para taxas iguais.
d) Simples – para taxas iguais.
e) Composto – dependendo do valor.
Questão 4
Você aplica uma quantia de 100.000,00 reais no prazo de cinco meses e tem
como remuneração desse capital a quantia de R$ 11.240,00. Qual é a taxa de
juros simples ao mês dessa operação?
a) 2,50%
b) 3,75%
c) 2,25%
d) 3,15%
e) 2,15%
Questão 5
Admitindo uma taxa de 8% a.m. em regime de juros compostos, em quantos
meses um investimento duplicará?
a) 3
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 23
b) 5
c) 8
d) 9
e) 12
Questão 6
Em uma análise de investimentos, foi utilizada uma taxa nominal de 10% a.a.
com capitalização trimestral. Nesse caso, qual é a taxa efetiva mensal
equivalente?
a) 0,182% a.m.
b) 0,28105% a.m.
c) 0,6361% a.m.
d) 0,8265% a.m.
e) 0,94033% a.m.
Questão 7
Um investidor lhe pediu ajuda para calcular o montante acumulado no final de
dois anos, em uma aplicação de R$ 10.000,00 à taxa de 12% a.a. com
capitalização mensal. O montante a ser informado é:
a) R$ 11.375,47
b) R$ 12.697,35
c) R$ 13.362,34
d) R$ 12.514,58
e) R$ 13.269,77
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 24
Questão 8
Uma empresa precisa avaliar a rentabilidade de um investimento, determinando
o montante acumulado no final de quatro anos. Se o capital investido foi R$
100.000,00, no regime de juros compostos, qual é o montante, considerando
uma taxa de 6,134% a.s.?
a) R$ 154.018,40
b) R$ 148.225,00
c) R$ 158.386,90
d) R$ 153.496,50
e) R$ 161.003,80
Questão 9
A fim de auxiliar um gerente de projeto, você foi consultado para calcular a
taxa efetiva anual equivalente a uma taxa nominal de 9% a.a. com período de
capitalização semestral. Sua resposta foi:
a) 9,2025% a.a.
b) 8,2810% a.a.
c) 8,6361% a.a.
d) 7,8265% a.a.
e) 9,9403% a.a.
Questão 10
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 25
Um empresário obtém um financiamento de 18.000,00 reais, sem entrada, para
pagamento em uma única prestação, daqui a quatro meses, por R$ 20.350,00.
Qual é a taxa anual de juros dessa operação, considerando que o regime de
capitalização é composto?
a) 38,2525% a.a.
b) 43,2810% a.a.
c) 44,5026% a.a.
d) 39,8865% a.a.
e) 42,9403% a.a.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 26
Aula 2: Fluxos de Caixa e descontos
Introdução
A administração bem-sucedida de finanças em negócios requer um amplo
entendimento dos inúmeros processos que contêm atividades de pagamentos e
de recebimentos de diversas naturezas ao longo de um período de tempo.
Essas atividades caracterizam Fluxos de Caixa que podem ser administrados
com o auxílio de softwares aplicativos específicos, planilhas eletrônicas e/ou
calculadoras, e com a indispensável competência do profissional habilidoso que
entende não só os princípios por traz das operações automatizadas como
também sabe julgar e tirar proveito dos resultados apresentados.
Esta aula apresenta, portanto, os fundamentos das operações em fluxos de
caixa e os conceitos dos diversos tipos de desconto utilizados na matemática
financeira. Dentro da análise de índices, existe a necessidade de entendimento
de que não existe uma quantidade definida de índices a serem elaborados e
considerados, mas também a necessidade de se entender o setor e muitas
vezes a economia como um todo.
A análise com a utilização de índices compreende o conceito efetivo de índice e
sua funcionalidade dentro do processo de gestão.
Nesta aula, examinaremos os índices de maneira detalhada e as informações
que cada tipo de análise fornecer, possibilitando entender que o conjunto
desses índices é uma ferramenta valiosa se bem utilizada.
Objetivo:
1. Definir o conceito de Fluxo de Caixa e sua representação gráfica;
2. Examinar os tipos de desconto utilizados em Matemática Financeira.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 27
Conteúdo
Fluxos de Caixa
Você sabe o que significa Fluxo de Caixa? Antes de começarmos nossa aula,
vejamos um vídeo que descreve, de maneira simples, esse conceito:
Como vimos no vídeo, denomina-se fluxo de caixa o conjunto de entradas e
saídas de dinheiro (caixa) ao longo do tempo. Podemos ter fluxos de caixa,
entre outros, de:
• Empresas;
• Investimentos;
• Projetos;
• Operações financeiras.
O diagrama de fluxo de caixa é uma ferramenta importante para facilitar a
compreensão de elementos da matemática financeira.
Usualmente, as transações financeiras são representadas esquematicamente
por diagramas ou por meio de planilhas (tabelas ou quadros).
Fluxo de Caixa em Planilhas
Para planejamento e controle financeiro é comum o uso de planilhas
eletrônicas, uma vez que ao organizarmos as informações em linhas e colunas
fica fácil a utilização dos recursos automáticos de cálculo.
Vamos ver um exemplo!
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 28
Descrição
Normalmente, as colunas são organizadas com a descrição da entrada ou saída
no caixa nas primeiras colunas.
Movimento e saldo
Em seguida, uma coluna registra a quantia movimentada e a seguinte o saldo.
Data
Pode-se também registrar data, período ou outras informações julgadas
importantes.
Fluxo de Caixa em Diagramas
Apesar da facilidade de cálculo dos fluxos de caixa representados em planilhas,
muitas vezes é mais interessante trabalhar com a representação em diagramas.
Essa abordagem facilita o entendimento de processos financeiros e auxilia o
desenvolvimento de soluções de problemas.
A convenção básica para a representação de fluxos de caixa em diagramas é
utilizar setas orientadas para cima ou para baixo conforme se queira registrar
respectivamente recebimentos (entradas) ou pagamentos (desembolsos). Essas
setas podem estar dispostas acima ou abaixo da linha horizontal, que
representa o tempo.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 29
Recebimentos
As entradas de caixa correspondem aos recebimentos, têm sinais positivos e
são representadas por setas apontadas para cima (acima ou abaixo da linha).
Pagamentos
As saídas de caixa correspondem aos pagamentos, têm sinais positivos e são
representadas por setas apontadas para baixo (acima ou abaixo da linha). Elas
indicam desembolso de caixa.
Eixo horizontal
A escala horizontal representa o tempo, dividido em períodos descontínuos,
expresso em dias, semanas, meses, trimestres, semestres ou anos. Os pontos
0, 1, 2, 3, n, substituem as datas de calendários, e são estipulados em função
da necessidade de indicarem as posições relativas entre as diversas datas.
Assim, o ponto 0 representa a data inicial (hoje), o ponto 1 indica o final do 1º
período e assim por diante.
Os intervalos de tempo de todos os períodos são iguais, e os valores
monetários só podem ser colocados no início ou no final de cada período,
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 30
dependendo da convenção adotada. Nenhum valor deve ser colocado ao longo
dos períodos, uma vez que eles não são contínuos.
Veja um exemplo de diagrama de fluxo de caixa.
Podemos representar da seguinte maneira a operação de compra de um bem
no valor de $1000, para pagamento, com juros e sem entrada, em quatro
prestações mensais de $ 300:
Atenção
Apesar de não ser essencial na representação, o comprimento
das setas orientadas (vetores) no fluxo de caixa em diagrama
pode ser proporcional ao valor movimentado. No exemplo, todas
as prestações são representadas por setas de igual tamanho e o
valor de compra é representado por uma seta maior, porém não
proporcional às setas dos pagamentos.
Transformando um fluxo de caixa em planilha em diagrama
Agora, vejamos um exemplo de fluxo de caixa em planilha:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 31
Podemos representar esse movimento em um fluxo de caixa em diagrama. Mas
como faremos isso?
Para o registro, as datas originais podem ser simplificadas por uma
representação em períodos enumerados a partir de zero (inicial).
A correspondência entre o distanciamento entre as datas dos movimentos e a
correspondente representação em períodos deve ser observada.
Vejamos a seguir!
A representação em diagrama do fluxo de caixa em planilha pode ser a
seguinte:
Atenção
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 32
Tanto na representação em planilha quanto na representação
em diagrama o registro das movimentações reflete o momento
das transações sem nenhuma análise do valor do dinheiro no
tempo. Portanto, o saldo observado em uma representação em
planilha não leva em conta o regime de juros aplicado, sendo
uma simples soma algébrica das entradas menos as saídas.
O fluxo de caixa é normalmente utilizado como base para o
transporte das quantias nele contidas para uma determinada
data (período) de interesse.
Descontos
A ideia de oferecer desconto, normalmente, está associada a ações de
marketing que visam seduzir clientes para a compra de bens. Entretanto, nem
sempre esses clientes têm o real entendimento do significado das taxas
anunciadas.
Basicamente, quando se fala em desconto no âmbito da Matemática Financeira,
pensamos no tempo em que se encontra a base sobre a qual uma determinada
taxa de desconto é anunciada (presente ou futuro) e no tipo de regime de
capitalização (simples ou composto).
Considerando o tempo presente como a base sobre a qual determinado
desconto é oferecido, tratamos de analisar os cálculos associados no regime de
juros simples e depois no de juros compostos.
Desconto Por Dentro
No regime de juros simples, a taxa de descon-to por dentro, ou taxa de juros
i, é também conhecida como taxa de rentabilidade. Ela incide diretamente
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 33
sobre o valor presente e pode ser obtida pela conhecida expressão dos juros
simples explicitando-se a taxa i. Vejamos:
Expresso em unidades financeiras, o valor do desconto corresponde aos juros
acumulados no tem-po pode ser obtido pela diferença entre o valor futuro VF,
ou montante, e o valor presente VP, ou principal, ou seja, desconto = VF - VP.
O valor do desconto por dentro (Dd) é obtido multiplicando-se o valor presente
VP pela taxa de desconto i e pelo prazo da operação n, obtendo-se:
O valor presente é sempre a incógnita, sendo normal-mente conhecidos o valor
futuro VF, o prazo n e a taxa de desconto i.
Atenção
Sabendo-se que Dd = VF - VP e obtendo-se VP a partir de VF =
VP (1 + i x n)
Tem-se:
Exemplo prático em um regime de juros simples
Considerando um regime de juros simples, vamos determinar o valor da taxa
mensal de desconto por dentro usada em uma opera-ção de desconto de 2
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 34
meses de um título cujo valor de resgate é $12.000,00 e cujo valor do principal
é $10.850,00?
Vejamos as etapas a serem seguidas:
Para determinarmos a taxa mensal, primeiramente precisamos identificar os
dados do problema:
VP = $10.850,00
VF = $12.000,00
n = 2 meses
Em seguida, basta aplicar a fórmula que acabamos de ver:
ou 5,30% ao mês.
Exemplo prático em um regime de juros compostos
No regime de juros compostos, como os juros de cada período, quando não
são pagos no final do período, devem ser somados ao capital e passam a
render juros, a taxa de descon-to por dentro incide diretamente sobre o valor
presente e pode ser obtida pela conhecida expressão dos juros compostos
explicitando-se i:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 35
Determinar o valor do investimento que deve ser realizado com uma taxa de
2% ao mês no regime de juros compostos, que produzirá um montante
acumulado ao fim de 12 meses de $1.000,00. Além do cálculo do valor do
investimento, determinar também o valor do desconto por dentro.
As etapas a serem seguidas são as mesmas que seguimos no exemplo de
regime simples. Você está lembrado?
O primeiro é identificar os dados do problema:
n = 12 meses
i = 2% ao mês
VF = $1.000,00
Depois, aplicamos a fórmula:
O desconto por dentro pode ser calculado diretamente pela definição:
Desconto Por Fora
Considerando o desconto por fora, no regime de juros simples, os descontos
de cada período são obtidos pela aplica-ção da taxa de desconto d sempre
incidindo diretamente sobre o valor futuro VF (ou montante), fazendo com que
os descontos tenham o mesmo valor em todos os períodos (VF x d).
Para n períodos temos:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 36
O valor presente VF, resultante do desconto por fora sobre o montante VF,
durante n períodos, é obtido a juros simples utilizando-se as respectivas
definições:
Atenção
É importante observar que a unidade referencial de tempo da
taxa de desconto d deve coincidir com a unidade referencial de
tempo utilizada para definir o número de períodos n e que o
produto d x n não pode ser maior ou igual a 1 (não faz sentido
ter VP ≤ 0).
Exemplo prático 1
Agora, vamos ver um exemplo?
Imaginemos uma operação de desconto de 90 dias, de um título com valor de
resgate de $20.000,00 e com valor do principal igual a $16.850,00. Como
faremos para determinar o valor da taxa mensal de desconto por fora utilizada
na operação?
Dados: VF = $20.000,00, VP = $16.850,00, n = 90 dias = 3 meses
ou seja, 5,25% ao mês.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 37
Relacionamento das taxas
Tendo sido apresentadas as expressões do cálculo de desconto por dentro e
por fora no regime de juros simples, é possível relacionar as duas taxas e
obter a seguinte expressão:
Considerando o desconto por fora, no regime de juros compostos, os
descontos de cada período são obtidos pela aplicação da taxa de desconto d
por período, sobre o capital existente no início do período de desconto (VP).
Assim, as seguintes expressões podem ser obtidas:
Atenção
Assim como foi observado no regime de juros simples, a unidade
referencial de tempo da taxa de desconto por fora d deve
coincidir com a unidade referencial de tempo utilizada para
definir o número de períodos n.
Dessa maneira, a expressão do desconto por fora no regime de
juros compostos é:
Df = VF - VP = VF - VF x (1 - d)n = VF x [1 - (1-d)n]
Exemplo prático 2
Vamos ver um exemplo!
Para um título com o valor de $100.000,00, com 90 dias para seu vencimento,
que é descontado no regime de juros compostos, com uma taxa de desconto
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 38
por fora igual a 1,4% ao mês, o que devemos fazer para determinar o valor
presente e o valor deste desconto?
Clique nos títulos abaixo e descubra o resultado.
Dados
VF = $100.000,00
n = 90 dias = 3 meses
d = 1,4% ao mês
Equação
VP = VF x (1-d)n = 100.000 x (1-0,014)3 = $95.858,53
Desconto por fora
Df = VF - VP = 100.000 - 95.858,53 = $4.141,47
Atividade proposta
Considerando uma taxa de 2% ao mês, no regime de juros compostos, é
possível observar, conforme diagrama abaixo, que no final do terceiro mês são
depositados $400,00.
a) Determine o valor acumulado no final do sexto mês deste depósito;
b) Que valor deveria ser investido no final do primeiro mês para que fosse
obtido os $400,00 conforme o diagrama?
Chave de resposta
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 39
O valor acumulado no final do sexto mês pode ser obtido diretamente utilizado
a fórmula do Valor Futuro no regime de juros compostos com n=3, VP =
400,00 e i= 0,02:
VF = 400,00(1 + 0,02)3 = $424,48
Para se obter os $400,00 no final do terceiro mês, o valor investido no final do
primeiro mês pode ser obtido utilizando a fórmula do Valor Presente no regime
de juros compostos com n = 2, VF = $400,00 e i = 0,02:
Aprenda Mais
Para saber como criar seu fluxo de caixa, assista ao vídeo a seguir:
• https://www.youtube.com/watch?v=LTXawJF3Zfw
Para saber mais sobre o que estudamos até aqui, leia os capítulos 2 a 4 da obra
a seguir:
• PUCCINI, A. L. Matemática Financeira Objetiva e Aplicada. São Paulo:
Saraiva, 1999, 6. ed.
Referências
ASSAF NETO, A. Matemática Financeira e suas Aplicações. São Paulo:
Atlas, 2001, 6. ed.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 40
PUCCINI, A. L. Matemática Financeira Objetiva e Aplicada. São Paulo:
Saraiva, 1999, 6. ed.
Exercícios de fixação
Questão 1
Observe o fluxo de caixa apresentado no diagrama e compare no final do sexto
mês o saldo do caixa sem considerar juros com o saldo, considerando um
regime de juros simples com taxa de 5% ao mês.
a) Em módulo, há uma diferença de 70% entre o saldo com juros em relação
ao sem;
b) Em módulo, há uma diferença de 30% entre o saldo com juros em relação
ao sem;
c) Em módulo, há uma diferença de 50% entre o saldo com juros em relação
ao sem;
d) Em módulo, há uma diferença de 75% entre o saldo com juros em relação
ao sem;
e) Em módulo, há uma diferença de 25% entre o saldo com juros em relação
ao sem.
Questão 2
Observe o fluxo de caixa apresentado no diagrama e compare no final do sexto
mês o saldo do caixa sem considerar juros com o saldo, considerando um
regime de juros compostos com taxa de 5% ao mês.
a) Em módulo, há uma diferença de 37% entre o saldo com juros em relação
ao sem;
b) Em módulo, há uma diferença de 45% entre o saldo com juros em relação
ao sem;
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 41
c) Em módulo, há uma diferença de 32% entre o saldo com juros em relação
ao sem;
d) Em módulo, há uma diferença de 25% entre o saldo com juros em relação
ao sem;
e) Em módulo, há uma diferença de 18% entre o saldo com juros em relação
ao sem.
Questão 3
Considerando que no período zero o Valor Presente (VP) é a soma do
transporte de todos os valores dos outros períodos no fluxo de caixa
apresentado no diagrama abaixo, considerando um regime de juros simples de
6% ao mês, VP é igual a:
a) $125,00
b) $112,27
c) $98,43
d) $104,14
e) $101,23
Questão 4
Considerando que no período zero o Valor Presente (VP) é a soma do
transporte de todos os valores dos outros períodos no fluxo de caixa
apresentado no diagrama abaixo, considerando um regime de juros compostos
de 6% ao mês, VP é igual a:
a) $104,14
b) $102,45
c) $99,46
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 42
d) $106,35
e) $101,23
Questão 5
Observe o fluxo de caixa apresentado no diagrama abaixo que descreve a
dinâmica dos recebimentos mensais obtidos após investimentos. Considerando
juros compostos de 8% ao mês, quando é que o saldo ficou igual a zero?
a) Entre o 5º e o 6º mês;
b) Entre o 6º e o 7º mês;
c) Entre o 7º e o 8º mês;
d) Entre o 8º e o 9º mês;
e) Entre o 9º e o 10º mês.
Questão 6
Determine o valor da taxa mensal de desconto "por dentro", a juro simples,
que faz um investimento de $5.000,00 se transformar em $6.800,00, num
prazo de 30 meses.
a) 1,65% ao mês;
b) 0,98% ao mês;
c) 1,31% ao mês;
d) 1,20% ao mês;
e) 1,14% ao mês.
Questão 7
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 43
Determine o valor do desconto "por dentro" obtido quando é realizado um
investimento com uma taxa de 5% ao mês no regime de juros compostos, que
produz um montante acumulado ao fim de 36 meses de $10.000,00.
a) $6.892,14
b) $7.686,23
c) $5.744,46
d) $6.931,33
e) $7.764,28
Questão 8
Determine o valor do desconto "por fora" no regime de juros simples com a
taxa de 1,4% ao mês de um título de $4.000,00 que vence em 90 dias.
a) $168,00
b) $246,00
c) $157,00
d) $195,00
e) $216,00
Questão 9
Determine o valor do desconto "por fora" com taxa de 1,3% ao mês no regime
de juros compostos de um título com o valor de $150.000,00 e com 120 dias
para seu vencimento.
a) $12.549,18
b) $8.943,37
c) $7.649,21
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 44
d) $5.372,55
e) $6.825,41
Questão 10
Considerando um ano comercial de 360 dias, determine a taxa anual de
desconto "por fora" correspondente a taxa de desconto "por dentro" de 1,5%
ao mês de um título com 30 dias a decorrer.
a) 16,65% ao ano;
b) 19,98% ao ano;
c) 15,31% ao ano;
d) 18,20% ao ano;
e) 17,73% ao ano.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 45
Aula 3: Sistemas de amortização e Fluxo de Caixa
Introdução
As pessoas físicas e jurídicas periodicamente realizam pagamentos. A
capacidade e/ou conveniência de realizá-los de uma única vez ou
parceladamente é considerada no momento do fechamento de um negócio ou
da assinatura de um contrato.
Esta aula apresenta as regras utilizadas na matemática financeira para cálculos
em série de pagamentos, assim como o cálculo de amortizações e equivalência
de Fluxo de Caixa.
Objetivo:
1. Descrever as séries de pagamentos utilizadas na matemática financeira;
2. Identificar o conceito de equivalência de fluxo de caixa e os sistemas de
amortização comumente utilizados.
Conteúdo
Séries uniformes
Inicialmente, desenvolveremos as fórmulas usadas nas soluções de proble-mas
envolvendo séries uniformes de pagamentos ou recebi-mentos, no regime de
juros compostos.
As prestações, pagamentos ou recebimentos, são usualmente conhecidos como
a abordagem do Modelo Price, na qual todas as prestações têm um mesmo
valor, e normalmente são representadas pela sigla PMT.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 46
Atenção
Fórmulas simplificadas para a capitalização e para o desconto de
parcelas podem ser obtidas mediante a utilização da expressão
para a soma de termos de uma progressão geométrica, que
apresentaremos no decorrer desta aula.
Obtendo o Valor Futuro correspondente
Para entender melhor o que acabamos de ver, vamos considerar o fluxo de
caixa a seguir que explicita um pagamento periódico, PMT, com o objetivo de
se obter o Valor Futuro correspondente, VF, no final do período:
O problema consiste em determinar o montante acumulado VF.
Isso acontecerá no final de n períodos, a partir da capitalização das n
prestações de uma série uniforme.
Todas essas séries possuem o mesmo valor e igual a PMT, com uma taxa de
juros i por período, no regime de juros compostos.
A série uniforme PMT obedece à convenção de final de período, sendo,
portanto, denominada uma Série Postecipada!
Após exercício algébrico, transportando para o futuro cada prestação para o
final do período considerado na série, pode-se deduzir a fórmula a seguir:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 47
Utilizando a mesma expressão, PMT pode ser obtido a partir de VF:
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS597/docs/a3_exemplos1.pdf
para acessar alguns exemplos de exercícios resolvidos.
Obtendo o Valor Presente correspondente
Agora, vamos considerar o fluxo de caixa a seguir que explicita um pagamento
periódico, PMT, com o objetivo de se obter o Valor Presente correspondente,
VP, no início do período.
A obtenção do VP a partir do pagamento periódico PMT consiste no desconto
das n prestações de uma série uniforme, todas com o mesmo valor e igual a
PMT, com uma taxa de juros i por período e no regime de juros compostos.
Da mesma maneira como no cálculo do VF, no cálculo do VP a série uniforme
PMT obedece à convenção de final de período, sendo, portanto, denominada
uma Série Postecipada.
Após exercício algébrico, transportando para o presente cada prestação para o
final do período considerado na série, pode-se deduzir a fórmula a seguir:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 48
Utilizando a mesma expressão, PMT pode ser obtido a partir de VP:
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS597/docs/a3_exemplos2.pdf
para acessar alguns exemplos de exercícios resolvidos.
Amortização
Tendo sido apresentadas as fórmulas para calcular VF e VP nas séries de
pagamentos, consideraremos o conceito de Amortização.
Em termos genéricos, amortização é a parte da prestação que não corresponde
aos juros, ou seja, é a parte real que a dívida diminui:
Estudo da amortização
Observando, por exemplo, o último exercício resolvido, podemos estudar a
amortização em cada um dos períodos.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 49
Observando os valores da coluna Amortização podemos perceber que a cada
mês os valores seguem a mesma progressão da taxa do período, ou seja, 1%:
Podemos afirmar que qualquer amortização do Modelo Price pode ser obtida
a partir da primeira amortização pela fórmula:
Ou seja, por exemplo,
Conceito de Equivalência de Fluxos de Caixa
Considerando uma determinada taxa de juros no regime composto, podemos
afirmar que dois ou mais fluxos de caixa são equivalentes se seus Valores
Presente (VP) forem iguais.
Como estamos no regime de juros compostos, as verificações quanto à
equivalência são feitas pela já conhecida fórmula que calcula os valores do
fluxo para os períodos desejados.
Planos Equivalentes de Financiamento
A fim de estudar a equivalência de fluxos de caixa, vamos considerar a situação
do exercício resolvido já apresentado (exemplo 2), no qual se determinou o
valor das prestações mensais de um financiamento com juros mensais de 1%,
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 50
no regime de juros compostos, com prazo da operação de cinco meses e VP de
$3.000,00.
A equação utilizada foi a seguinte:
Na condição desse problema, com prestações mensais iguais – Modelo Price,
foi possível analisar mês a mês a composição do pagamento, contendo a
parcela dos juros e da amortização.
Vejamos:
O Modelo Price costuma ser utilizado em operações de financiamento
imobiliário e de crédito direto ao consumidor.
Considerando esse fluxo de caixa como exemplo, veremos, a seguir, outras três
possibilidades de se pagar o financiamento mantendo-se as mesmas condições
de juros e prazo!
Outras possibilidades
Uma primeira alternativa é considerar um único pagamento no final do prazo.
Assim, a amortização da dívida também seria única.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 51
Observando a amortização nesse quadro, o financiamento de $3.000,00 é
liquidado em um único pagamento de $3.153,03, no final do quinto mês, que
inclui juros de $153,03.
Outro fluxo de caixa equivalente possível, também com uma única
amortização, seria pagar os juros no final de cada mês e a amortização no
último mês.
Observando esse quadro, o financiamento de $3.000,00 é liquidado em cinco
pagamentos mensais de $30,00, correspondentes aos juros de cada mês, e
mais um pagamento de $3.000,00, no final do quinto mês, para a amortização.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 52
Um outro fluxo de caixa equivalente é o que considera as amortizações
constantes Sistema de Amortizações Constantes – SAC.
Nesse caso, a amortização é obtida pela divisão do VP pelo prazo!
Atenção
Essa modalidade de pagamento é usualmente utilizada em
operações de financiamento imobiliário e nos financiamentos de
longo prazo de um modo geral.
Análise dos Planos Equivalentes de Pagamento
Considerando as possibilidades apresentadas de fluxo de caixa, podemos
verificar a equivalência, pois todos têm o mesmo valor presente de $3.000,00
se descontados na mesma taxa de 1% ao mês.
Atenção
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 53
Ao observarmos as várias tabelas com os fluxos, notamos que,
de acordo com o plano de pagamento, os valores pagos diferem,
dando a impressão de não equivalência. No entanto, se
reaplicarmos os juros sacados antes do prazo final nos
respectivos planos na mesma taxa de 1% ao mês e realizarmos
a soma, obteremos em todos os casos o valor que falta para
chegar a $153,03.
Juros Médios
Considerando uma situação em que a taxa de juros não é conhecida mas sabe-
se o valor fixo de uma prestação – Modelo Price, o VP e o prazo PMT =
$618,12, VP = $3.000,00 e prazo de 5 meses, por exemplo.
Para encontrar um valor aproximado para a taxa de juros pode-se proceder da
seguinte maneira:
Determinar o prazo médio do financiamento pela média aritmética do prazo
com o número 1 (no exemplo, (5+1)/2 = 3 meses).
Determinar a porcentagem total de juros em relação a VP (soma dos
juros/VP), no exemplo, $90,60/$3.000,00 = 0,0302.
Determinar os juros médios dividindo a porcentagem obtida no item 2 pelo
prazo no item 1. No exemplo, 0,0302/3 = 0,010067 ou 1,0067% ao mês.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 54
Aplicando esse conceito no fluxo com Sistema de Amortizações Constantes
teríamos:
Percentual de juros = $90,00/$3.000,00 = 0,03 e, portanto, juros médios de
0,01 ou 1% ao mês.
Atividade proposta
Sabendo que:
• PMT1 = $1.000,00;
• PMT2 = $900,00;
• PMT3 =$1.312,16.
Determine a taxa efetiva mensal, no regime de juros compostos, que faz com
que os dois fluxos de caixa da figura abaixo sejam equivalentes.
Aprenda Mais
Para saber mais sobre o que estudamos até aqui, leia os capítulos 6 e 8 da obra
a seguir:
• PUCCINI, A. L. Matemática Financeira Objetiva e Aplicada. São Paulo:
Saraiva, 1999, 6. ed.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 55
Referências
ASSAF NETO, A. Matemática Financeira e suas Aplicações. São Paulo:
Atlas, 2001, 6. ed.
PUCCINI, A. L. Matemática Financeira Objetiva e Aplicada. São Paulo:
Saraiva, 1999, 6. ed.
Exercícios de fixação
Questão 1
Um banco financia automóveis em um prazo de três anos com uma taxa efetiva
de 2% ao quadrimestre, no regime de juros compostos. Qual o valor da
prestação quadrimestral de um automóvel cujo valor à vista é de $60.000,00?
a) $9.433,12
b) $8.250,53
c) $7.350,93
d) $8.233,52
e) $7.455,07
Questão 2
Uma dívida deve ser liquidada em duas prestações quadrimestrais iguais a
$1.500,00. Determine o valor do VP dessa dívida sabendo-se que o
financiamento foi estabelecido com uma taxa de 2% ao mês no regime de juros
compostos.
a) $3.118,12
b) $3.021,57
c) $2.855,14
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 56
d) $2.933,12
e) $2.666,01
Questão 3
Um financiamento de $2.000,00 de VP deve ser amortizado em cinco
prestações mensais iguais e sucessivas. A taxa de juros no financiamento é de
3% ao mês, no regime de juros compostos. Determine o valor da prestação
mensal sabendo que o pagamento da primeira prestação deverá ocorrer no ato
da liberação dos recursos.
a) $501,37
b) $423,99
c) $467,14
d) $512,12
e) $489,54
Questão 4
Um banco remunera os depósitos de seus investidores na base de 1,3% ao
mês, no regime de juros compostos. Um investidor realiza nesse banco cinco
depósitos mensais de $600,00. Determine o valor do saldo acumulado no final
do oitavo mês após o primeiro depósito.
a) $3.242,28
b) $3.123,99
c) $3.567,14
d) $3.312,12
e) $3.489,54
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 57
Questão 5
Sabendo que uma caderneta de poupança oferece uma taxa de juros de 0,5%
ao mês, no regime de juros compostos, determine o valor do depósito que
acumule um montante de $12.000,00 no final de um ano, imediatamente após
o último depósito.
a) $942,28
b) $823,99
c) $967,14
d) $814,17
e) $972,80
Questão 6
Considere um financiamento de $3.800,00 contratado para pagamento em dez
meses no qual se pagou de juros um total de $265,00. Determine os juros
médios desse financiamento.
a) 1,1823% ao mês;
b) 1,2814% ao mês;
c) 0,9831% ao mês;
d) 1,2679% ao mês;
e) 1,2503% ao mês.
Questão 7
Considere os fluxos de caixa abaixo e determine X para que eles sejam
equivalentes com uma taxa de juros de 12% ao ano.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 58
a) X= $4.798,47
b) X= $5.697,35
c) X= $4.972,34
d) X= $5.314,58
e) X= $5.064,45
Questão 8
Considere os fluxos equivalentes na figura abaixo e calcule a razão entre PMT1
por PMT2 com uma taxa de juros de 10% ao ano.
a) 0,426543;
b) 0,245642;
c) 0,398192;
d) 0,453675;
e) 0,547234.
Questão 9
O valor das prestações mensais de um financiamento com juros mensais de
1%, no regime de juros compostos, com prazo da operação de cinco meses e
VP de $1.000,00 é de $206,04. Considerando o Modelo Price, o total de juros
pagos é de:
a) $30,20;
b) $26,40
c) $32,25
d) $43,50
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 59
e) $54,60
Questão 10
Um financiamento com juros mensais de 1%, no regime de juros compostos,
com prazo da operação de cinco meses e VP de $1.000,00 é negociado no
modelo de amortizações constantes (SAC). Nesse caso, o total de juros pagos
é de:
a) $40,00;
b) $56,30;
c) $45,20;
d) $30,00;
e) $42,10.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 60
Aula 4: Análise de investimentos
Introdução
Os empreendedores bem-sucedidos são aqueles que, apesar de tomarem
decisões que envolvem riscos, sabem avaliá-los objetivamente.
Grande parte das decisões sobre investimentos envolvem cálculos inerentes à
matemática financeira, utilizando conceitos e fórmulas para análise de possíveis
linhas de ação na tomada de decisão.
Nesta aula, apresentaremos algumas metodologias utilizadas na matemática
financeira para análise de investimentos, assim como utilizaremos a calculadora
HP 12C como ferramenta versátil na solução de diversos problemas.
Objetivo:
1. Descrever metodologias para análise de investimentos;
2. Definir a calculadora HP 12C como ferramenta útil e prática para a solução
de problemas de matemática financeira.
Conteúdo
Análise de investimentos
Alguns critérios objetivos devem ser observados para que as avaliações possam
indicar o melhor caminho a seguir para a análise de um projeto ou de
alternativas de investimentos.
Inicialmente, é importante observar que, para cada alternativa, os fluxos de
caixa correspondentes devem ser conhecidos. Em projetos, obtemos os fluxos
de caixa por várias maneiras.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 61
Uma vez conhecidas as receitas e os custos, construímos o fluxo de caixa
esperado para um determinado projeto!
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 62
Receitas e custos
No que diz respeito aos conceitos relacionados à análise de um projeto ou de
alternativas de investimentos, podemos destacar dois importantes:
Custo de oportunidade
As análises precisam também incluir o chamado custo de oportunidade do
capital. O custo de oportunidade é o retorno que se obteria se os recursos do
projeto fossem aplicados na melhor alternativa possível ao projeto em questão,
considerando que essa alternativa foi abandonada para que se realizasse o
projeto.
Taxa de atratividade
Outro importante conceito correlacionado é o de taxa de atratividade.
Considerando que é possível tomar empréstimos no mercado financeiro à taxa
de juros de mercado para realizar empreendimentos ou que se possam aplicar
os recursos nesse mercado a essa mesma taxa, esta é considerada a mínima
taxa de atratividade para o empreendimento, pois reflete o custo de
oportunidade do capital. Por essa razão, normalmente adotamos a taxa de
juros de mercado para descontarmos fluxos de caixa.
Alternativas de investimentos em empreendimentos
Para compararmos alternativas de investimentos em empreendimentos, alguns
critérios podem ser utilizados. São eles:
• Critério do Valor Presente;
• Critério da razão Benefício/Custo;
• Critério da Taxa Interna de Retorno.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 63
A seguir, traremos de cada um desses critérios!
Critério do Valor Presente
O valor presente de um empreendimento é o Valor Presente (VP) do seu fluxo
de caixa que é obtido mediante o desconto do fluxo de caixa a uma taxa que
reflita o custo de oportunidade do capital investido nesse empreendimento.
Considerando o caso de uma única alternativa para o empreendimento, o VP
de seu fluxo de caixa indicará a viabilidade desse empreendimento.
Vejamos:
VP > 0, empreendimento viável
VP = 0, indiferente
VP < 0, empreendimento inviável
Caso o VP do empreendimento for maior ou igual a zero, podemos entender
que, para a taxa de juros considerada, o valor que atribuímos hoje às suas
receitas futuras é maior ou igual aos custos de sua implantação e de sua futura
operação, representando portanto os lucros futuros na data atual.
Logo, quanto maior for o VP, melhor o empreendimento.
Atenção
É comum utilizar o Valor Presente Líquido (VPL), na
consideração de cálculo de viabilidade, pois este reflete a receita
líquida do empreendimento.
Cálculo do Valor Presente
Considere o seguinte exemplo de cálculo do VPL em um projeto:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 64
O VPL de $8,41 indica o lucro do empreendimento no final do quinto ano.
Como é maior do que zero indica a viabilidade, ou seja, a progressão das
receitas supera a dos custos.
Análise das alternativas de empreendimentos
Quando existem alternativas de empreendimentos a serem analisadas temos de
considerar se:
As alternativas geram receitas iguais com custos distintos
Essa condição se observa quando as receitas seguem um padrão bem definido
em uma relação direta com os resultados esperados do projeto. Nesse caso,
dispensamos o fluxo de receitas e nos concentramos na análise do fluxo de
custos. A alternativa a ser escolhida é aquela que possui o menor VP, indicando
menor custo.
As alternativas geram receitas iguais com custos distintos
Existindo lucro, a alternativa a ser escolhida é aquela que apresenta maior VP,
indicando maior lucro esperado.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 65
Quando as alternativas apresentam receitas e custos distintos, é necessário ter
uma base única de tempo (duração) para que comparações possam ser feitas.
Alternativas com durações distintas não podem ser comparadas. Nesse caso, a
saída é repetir as atividades com seus respectivos fluxos no tempo procurando
um múltiplo comum, até que se consiga empreendimentos com a mesma
duração.
Outra abordagem para o caso de receitas e custos distintos é nivelar as
durações das alternativas pela menor duração e calcular o valor residual das
outras nessa data. Esse procedimento é aplicado quando a repetição do
empreendimento para a busca do tempo múltiplo comum conduz a análise num
horizonte de tempo tão grande que torna a abordagem pouco realista. Na
prática, o que se faz é calcular o VP do resto do fluxo de caixa usando, para
isso, a taxa interna de retorno do empreendimento ao invés da taxa de
mercado.
Critério da Razão Benefício/Custo
A razão Benefício/Custo é a razão entre o VP das receitas pelo VP dos custos.
Para sabermos se o empreendimento é viável, devemos considerar as seguintes
alternativas:
B/C > 1
Se a fração for maior do que 1, é porque o VP das receitas é maior, sendo
portanto a situação desejável.
Conclusão: empreendimento viável.
B/C = 1
Se a fração for igual a 1, os VP da receita e custo são iguais, correspondendo a
uma situação de indiferença entre realizar ou não o empreendimento.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 66
Conclusão: indiferente.
B/C < 1
Se a fração obtida for menor do que 1 é porque o VP dos custos é maior,
indicando que o empreendimento não deve ser realizado.
Conclusão: empreendimento inviável.
Critério da Taxa Interna de Retorno (TIR)
A Taxa Interna de Retorno (TIR), é a taxa que torna o VP igual a zero, ou
seja, indica o limiar da viabilidade de um empreendimento associado a um
determinado fluxo de caixa.
Como a expressão algébrica que indica o VP de um fluxo de caixa é um
polinômio de grau n, em que n indica o fluxo de caixa mais distante da data de
cálculo do VP, ao igualarmos a zero esse polinômio, temos uma equação que
matematicamente admite n soluções.
Normalmente, a taxa interna de retorno é uma referência. O empreendedor
pode comparar a TIR com alguma taxa mínima aceitável, por exemplo,
i<sub>0</sub>. Nesse caso, podemos analisar algumas situações:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 67
Uso da calculadora HP-12C
Agora, nós estudaremos os conceitos essenciais para o entendimento das
operações financeiras da calculadora HP-12C, que é uma calculadora
desenvolvida para atender às demandas de cálculos nas áreas financeira e
estatística, capaz de efetuar operações matemáticas e buscar soluções
otimizadas via algoritmos nela embutidos.
Você conhece essa calculadora?
Uma característica da HP-12C é a disposição de várias teclas especiais para
cálculos:
• Estatísticos
Média, desvio-padrão, regressão linear.
• Financeiros
n, i, PV, PMT e FV.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 68
Características e Operações Básicas
A calculadora dispõe de quatro memórias transitórias denominadas X, Y, Z e T.
Elas operam como se fossem uma pilha de quatro valores e possuem as
seguintes características:
A primeira memória, a X, é sempre aquela cujo conteúdo aparece no visor.
As memórias Y, Z e T atuam como se estivessem empilhadas nessa ordem em
cima da memória X;
Os conteúdos das memórias X e Y são utilizados em todas as operações
aritméticas;
Os conteúdos das quatro memórias são movimentados na sequência do
empilhamento quando:• A tecla ENTER é acionada;
• São efetuadas operações aritméticas (+,˗, ×, ÷);
• São acionadas as teclas R, ou X><Y.
O conteúdo de cada uma das memórias pode ser substituído nas
movimentações. Por exemplo, quando o conteúdo da memória X é transferido
para a memória Y, a Y passa a conter o valor existente em X, e essa continua
com seu valor inalterado.
Atenção
Quando um número é digitado, ele passa a ocupar a memória X.
Ao se acionar ENTER o conteúdo de X é transferido para Y, o de
Y para Z, o de Z para T, e o conteúdo de T é descartado, ou
seja, todos os conteúdos da pilha sobem um nível e o da
memória T é perdido.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 69
Para tratar das quatro memórias transitórias da calculadora HP-12C, devemos
destacar algumas teclas desse equipamento. Vamos ver quais são elas e para
que servem?
CHS
A tecla CHS troca o sinal (change sign) do conteúdo da memória X.
R
A tecla R troca os conteúdos das quatro memórias, Y para X, X para T, T para
Z e Z para Y.
XY
A tecla XY permuta os valores das memórias X e Y.
CLX
A tecla CLX limpa o conteúdo da memória X (clear X).
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 70
Tecla STO (store)
É utilizada para armazenar e operar valores em 20 memórias fixas indexadas de
0 a 9 e de .0 a .9.
Para armazenar um número em uma das memórias fixas, é preciso digitar o
número, STO, e o endereço da memória.
Por exemplo, se digitarmos 30, STO e 1, o número 30 será guardado na
memória 1.
Tecla RCL (recall)
Serve para chamar os valores das 20 memórias fixas para o visor da
calculadora. Para isso basta digitar o endereço da memória desejada após o
RCL.
+, ˗, ×, ÷
As teclas +,˗, ×, ÷ efetuam as operações aritméticas com o conteúdo das
memórias X e Y utilizando a seguinte lógica: número1, ENTER, número2,
operador. A operação é mostrada no visor.
Atenção
A maioria das teclas da HP-12C tem mais de uma função, o que
pode ser observado nas cores amarela ou azul dos símbolos ou
caracteres em várias teclas ou acima dessas.
O acesso às funções é obtido pelas teclas amarela (f) e azul (g).
Para realizarmos as funções amarela ou azul de cada tecla, basta
que as teclas amarela (f) e azul (g) sejam, respectivamente,
acionadas imediatamente antes de pressionar a tecla desejada.
No que diz respeito à limpeza das memórias na HP-12C, essa
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 71
pode ser feita:• Pela tecla CLX (clear X);
• Pela função amarela FIN (limpa as cinco memórias
financeiras: n, i, PV, PMT e FV);
• Pela função amarela REG (limpa de uma vez as memórias
transitórias, fixas e financeiras).
Vamos ver um exemplo de cálculo feito nessa calculadora?
Teclas financeiras
Como o objetivo nesta aula é utilizar a calculadora para solução de problemas
financeiros, convém apresentar as convenções adotadas para as teclas
financeiras:
n
Número de períodos de capitalização de juros para vários períodos. Os valores
de n podem ser números inteiros ou fracionários.
i
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 72
Taxa de juros por período de capitalização, expressa em porcentagem.
PV
Valor Presente (VP).
PMT
Valor de cada prestação de uma série uniforme que ocorre no final de cada
período (série postecipada) ou no início de cada período (série antecipada).
FV
Valor Futuro (VF).
Atenção
Para realizar cálculos:• Para uma série postecipada é
necessário ativar a função azul END.
• Para uma série antecipada, é necessário ativar a função azul
BEG. Nesse caso o visor mostra a palavra BEGIN para
informar que a função está ativa.
Informações básicas
Ao utilizarmos a calculadora HP-12C, devemos estar atentos às seguintes
informações:
A calculadora interliga os cinco elementos financeiros seguindo as regras de
juros compostos. Problemas que envolvem apenas quatro elementos devem ser
resolvidos com a anulação do quinto elemento, que não participa do problema.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 73
Os valores monetários (PV, FV e PMT) devem ser registrados na calculadora
sempre de acordo com a convenção de sinal, isto é, entradas de caixa
(recebimentos) devem ter o sinal positivo, e as saídas de caixa (pagamentos)
sinal negativo.
A calculadora HP-12C aceita o valor de n como um número inteiro ou
fracionário, porém é necessário um procedimento adicional para assegurar que
o tratamento do regime de juros compostos será feito no caso de n fracionário.
Se nada for feito, a calculadora adotará para a parte inteira de n o regime de
juros compostos e para a parte fracionária o regime de juros simples.
Para garantir o tratamento no regime de juros compostos é acionar as teclas
STO e EEX. O visor mostrará a letra C indicando que o cálculo será feito no
regime de juros compostos.
No caso de fluxos de caixa não homogêneos, ou seja, quando não há
regularidade que justifique aplicação de séries de pagamentos/recebimentos, as
cinco funções financeiras da HP-12C não são indicadas para o melhor
aproveitamento dos cálculos.
Essa situação é o caso da maioria dos fluxos de caixa de projetos para os quais
normalmente calculamos VPL e TIR. O caminho indicado é inserir o fluxo de
caixa na memória da calculadora pelo uso das teclas azuis (acesso g) CF0
(fluxo no período zero) e CFj (demais fluxos a partir do período 1) e utilizar as
funções financeiras NPV (Net Present Value – VPL) e IRR (Internal Rate of
Return – Taxa Interna de Retorno).
Atividade Proposta
Pretende-se vender uma empresa com base em sua expectativa de ganhos
futuros. Com base no quadro a seguir, que contém os custos e receitas
esperados, partindo-se da premissa de que a taxa de atratividade do negócio é
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 74
de 15% e de que o menor valor de venda da empresa é representado pela sua
expectativa de ganhos, calcule o seu VPL e interprete o resultado obtido.
Chave de resposta
Inicialmente, obtemos o fluxo de caixa correspondente:
Utilizando a calculadora HP-12C:
40; CHS; g; CF0; 0; g; CFj; 10; g; CFj; 20; g; CFj; 20; g; CFj; 10; g; CFj;
20; g; CFj.
Com o fluxo registrado podemos calcular o VPL: 15; i; f; NPV.
O resultado do VPL é, portanto, $5.770.000,00.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 75
Aprenda Mais
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, sugerimos a leitura dos
capítulos 6 ao 9 do seguinte livro:
• PUCCINI, A. L. Matemática Financeira objetiva e aplicada. 6. ed. São
Paulo: Saraiva, 1999. cap. 2-6.
Referências
ASSAF NETO, A. Matemática Financeira e suas Aplicações. São Paulo:
Atlas, 2001, 6.ª ed.
PUCCINI, A. L. Matemática Financeira Objetiva e Aplicada. São Paulo:
Saraiva, 1999, 6. ed.
Exercícios de fixação
Questão 1
A fim de que seja tomada uma decisão quanto à venda de uma empresa calcule
o VPL do fluxo de caixa a partir das informações abaixo. A taxa de atratividade
é de 10% ao ano.
a) 14,12
b) 12,53
c) 10,93
d) 16,89
e) 18,07
Questão 2
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 76
Dada a tabela a seguir com as receitas e os custos de um empreendimento,
calcule a razão benefício/custo do mesmo considerando uma taxa de
atratividade de 10% ao ano.
a) 0,93
b) 0,97
c) 1,07
d) 1,34
e) 1,16
Questão 3
Dado o fluxo de caixa abaixo que representa um empreendimento e calcule sua
respectiva Taxa Interna de Retorno (TIR).
a) 27,56% a.a.
b) 25,00% a.a.
c) 26,32% a.a.
d) 31,26% a.a.
e) 30,72% a.a.
Questão 4
Determine o VP do fluxo de caixa da tabela a seguir considerando uma taxa de
juros de 12% a.a.
a) $229,54
b) $223,99
c) $267,14
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 77
d) $212,12
e) $289,55
Questão 5
Qual a TIR do projeto cujo fluxo de caixa está transcrito no quadro abaixo?
a) 19,26%
b) 23,48%
c) 16,88%
d) 21,65%
e) 20,72%
Questão 6
Utilizando a calculadora HP-12C, determine o Valor Presente de um
financiamento com juros mensais de 2%, no regime de juros compostos,
estabelecido em 10 prestações sucessivas mensais iguais a $2.000,00.
a) $17.582,76;
b) $17.729,27;
c) $17.634,12;
d) $17.965,17;
e) $17.797,21.
Questão 7
Um banco remunera os depósitos de seus investidores na base de 1,3% ao
mês, no regime de juros compostos. Um investidor realiza nesse banco cinco
depósitos mensais de $600,00. Utilizando a calculadora HP-12C, determine o
valor do saldo acumulado no final do oitavo mês após o primeiro depósito.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 78
a) $3.242,28
b) $3.123,99
c) $3.567,14
d) $3.312,12
e) $3.489,54
Questão 8
A compra de um automóvel anunciado a $30.000,00 está sendo financiada em
36 prestações mensais de $1.295,00. Utilizando a calculadora HP-12C,
determine a taxa efetiva mensal cobrada nesse financiamento, no regime de
juros compostos.
a) 2,84%;
b) 2,73%;
c) 2,61%;
d) 2,58%;
e) 2,43%.
Questão 9
O preço à vista de um equipamento é igual a $13.700,00. O anúncio de venda
desse equipamento é $3.700,00 de entrada mais 24 prestações mensais de
$570,00. Utilizando a calculadora HP-12C, determine a taxa efetiva mensal de
juros cobrada na parte financiada.
a) 2,68%;
b) 2,53%;
c) 2,61%;
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 79
d) 2,58%;
e) 2,43%.
Questão 10
Considere o fluxo de caixa abaixo e utilizando a calculadora HP-12C calcule o
VPL para uma taxa de desconto de 12% ao ano.
a) $408,00;
b) $565,30;
c) $451,20;
d) $417,02;
e) $424,10.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 80
Aula 5: Probabilidade
Introdução
As situações-problema encontradas no dia a dia do profissional de negócios, em
sua grande maioria, não se enquadram nos modelos dos fenômenos
determinísticos analisados na física e na engenharia, nos quais observamos
nítidas relações de causalidade, como, por exemplo, a variação de velocidade
dos corpos atraídos para o centro da Terra (aceleração da gravidade).
Nos casos em que é possível examinar relações entre variáveis, porém sem
nítida relação de causalidade e com certo grau de aleatoriedade, a modelagem
que relaciona as variáveis pode ser feita ao considerarmos o fenômeno como
de natureza probabilística.
Esta aula apresenta conceitos fundamentais de estatística descritiva e conceitos
de correlação e regressão no tratamento de conjuntos de dados entre os quais
se deseja estabelecer algum grau de relação.
Objetivo:
1. Apontar os fundamentos de estatística descritiva;
2. Definir os conceitos de correlação e regressão e sua importância para as
relações entre variáveis.
Conteúdo
Conceitos elementares: estatística, população e amostra
Para iniciar nossos estudos, vamos entender as diferenças entre estatística,
população e amostra?
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 81
Estatística
É um resumo de dados. Os dados são necessários para gerar informações,
tanto para aplicação estratégica quanto operacional, utilizadas para auxiliar na
tomada de decisão. Entretanto, os dados brutos são apresentados de maneira
desordenada e é necessário decodificá-los em informação e conhecimento. Para
isso existem métodos científicos para a coleta, resumo e apresentação de dados
que viabilizam análises objetivas para auxílio à solução de problemas.
População
É um grande conjunto sobre o qual desejamos colher informações. A população
que seja considerada de interesse para algum estudo pode ser finita ou infinita,
e pode estar mais ou menos acessível. Em alguns casos, é praticamente
impossível ter acesso à totalidade do universo em questão.
Amostra
É um subconjunto de uma população utilizado para coletar dados quando é
impraticável observar a totalidade do grupo. Se uma amostra é representativa
de sua população de origem, é possível analisar certas características dessa
população a partir de medidas colhidas na amostra. A parte da estatística que
trata da representatividade chama-se inferência. A parte da estatística que
procura somente descrever os dados, sem tirar conclusões sobre um grupo
maior, é a estatística descritiva.
Tratamento dos dados
Essencialmente, o tratamento dos dados é feito em amostras.
Para que seja mais fácil de identificar parâmetros de interesse, muitas vezes
utilizamos gráficos que nos ajudam a destacar certas estatísticas calculadas.
Planilhas eletrônicas com seus recursos gráficos são muito úteis para o cálculo
e a apresentação de resultados de estatísticas.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 82
O cálculo de estatísticas é feito por meio de fórmulas matemáticas que buscam
medir determinadas características de interesse.
Para conseguirmos utilizar fórmulas, é necessário definir variáveis, sejam elas
contínuas ou discretas, dependendo do fenômeno observado. Essa prática é o
início da abstração matemática, quando associamos algum número à
característica observada.
Isso é útil para tornar a abordagem de determinado problema mais objetiva e
menos subjetiva, tentando enxergar aspectos quantitativos em problemas que
se apresentam de forma subjetiva.
Distribuições de frequência
A contagem do número de vezes que determinado evento ocorre muitas vezes
é útil para tornar objetiva a abordagem de um problema particular.
Ao contarmos quantas vezes um dado se repete, podemos comparar o número
obtido com a repetição dos demais dados em uma amostra ou população e
concluirmos sobre suas características particulares.
Para resumir um conjunto de dados em estatísticas, costumamos distribuir
esses dados em classes ou categorias, determinando o número de elementos
dentro de cada classe e, dessa maneira, obtendo a frequência da classe. Essa
organização dos dados é mais fácil de ser feita em tabelas ou planilhas.
Medidas de tendência central
A procura por estatísticas que representem uma determinada amostra ou
população leva à busca por um indicador numérico que melhor represente a
maioria dos dados.
Um valor equidistante dos extremos (menor e maior valor) deixaria de
considerar a influência dos dados entre esses extremos, podendo conduzir a
uma escolha de número não condizente com o conjunto que quer representar.
Usualmente, escolhemos a tendência central da população ou as amostras:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 83
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS597/docs/Media_arit
metica.pdf
Mediana
Para que possamos obter a mediana de um conjunto de dados é necessário
organizar o conjunto em ordem de grandeza, ou seja, dispor os dados do
menor valor para o maior.
A mediana é o valor central em conjuntos com N ímpar ou a média aritmética
dos dois valores centrais em conjuntos com N par.
Moda
A moda de um conjunto de números é o valor (ou valores) que ocorre(m) com
a maior frequência, ou seja, o valor mais comum. Quando todos os números
possuem a mesma frequência, dizemos que não há moda.
Medida de Dispersão
É o grau de espalhamento dos dados em torno de um valor médio. As medidas
de dispersão mais usuais são a amplitude total e o desvio-padrão.
Amplitude total
A amplitude total é a diferença entre o maior e o menor número de um
conjunto de dados.
Desvio-padrão
A ideia de obter um desvio-padrão surgiu na busca de um valor médio de todos
os desvios em relação à média aritmética, ou seja, a média dos desvios da
média. Uma vez conhecida a média aritmética, podemos calcular o desvio de
cada dado dessa média (Xi -).
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 84
Correlações
A busca por soluções de problemas muitas vezes requer explorar conjunto de
dados para a obtenção de informações relevantes. Assim, a leitura do grau de
relação entre duas ou mais variáveis muitas vezes se faz necessária para ser
possível concluir sobre qual modelo melhor se aplica para auxiliar em
determinada solução.
A ciência estatística fornece ferramentas úteis para a análise de conjuntos de
dados, podendo auxiliar no estabelecimento de expressões matemáticas que
relacionem esses dados, ou seja, equações que liguem duas ou mais variáveis.
Vejamos duas dessas ferramentas:
Regressão
O conceito de regressão, segundo a estatística, está associado à estimação de
uma variável (dependente) a partir de uma ou mais variáveis correlatas
(independentes).
Correlação
A correlação estabelece o grau de relação entre as variáveis e determina quão
bem uma equação linear descreve ou explica a relação entre variáveis
associadas ao conjunto de dados.
Utilizando os conceitos que acabamos de ver, podemos obter os seguintes
resultados:
Correlação perfeita
Quando é possível observar que todos os valores das variáveis satisfazem
exatamente uma determinada equação, pode-se afirmar que há uma correlação
perfeita entre elas. Isso pode ser observado, por exemplo, se medirmos
circunferências e compararmos tais medidas com as medidas dos respectivos
diâmetros.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 85
Se dividirmos os valores das circunferências pelos diâmetros encontraremos
sempre o número 3,1415..., ou o número pi.
Resultados não correlacionados
Por outro lado, se realizarmos múltiplos lançamentos simultâneos de dois
dados, um fenômeno nitidamente aleatório, não observaremos relação entre os
números obtidos em cada lançamento, ou seja, os resultados obtidos não são
correlacionados.
Atenção
No caso em que somente duas variáveis estão em jogo, dizemos
que é o caso de correlação e regressão simples. Quando se
trata de mais de duas variáveis, dizemos que é o caso de
correlação e regressão múltipla. Como esta aula se insere no
contexto de fundamentos de estatística, vamos tratar somente
de correlação e regressão simples.
Correlação linear
Se X e Y representam duas variáveis, é possível construir um diagrama com os
pares ordenados (X, Y) em um sistema de coordenadas retangulares. Esse
diagrama é conhecido como diagrama de dispersão.
As possibilidades da disposição desses pontos no diagrama são várias, porém,
no caso de haver correlação entre as variáveis, podemos observar
concentrações dos pontos em áreas específicas do gráfico. Quando todos os
pontos do diagrama parecem cair nas proximidades de uma reta, a correlação
existente é denominada linear.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 86
Nesse caso, uma equação linear é apropriada para estimação da regra de
relação entre as variáveis, ou seja, para a regressão:
Correlação positiva
Se Y tende a aumentar quando X cresce, a correlação é denominada positiva ou
direta.
Correlação negativa
Se Y tende a diminuir quando X aumenta a correlação é denominada negativa
ou inversa.
Correlação não linear
Se os pontos estiverem próximos de alguma curva, a correlação é denominada
não linear e uma equação não linear é apropriada para a regressão.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 87
Não correlação
Quando, ao observarmos um gráfico, não percebemos alguma concentração
dos pontos nas proximidades de alguma linha, não há relação direta entre as
variáveis, ou seja, não há correlação entre elas.
Linha de regressão de mínimos quadrados
Quando se deseja verificar quão bem uma linha reta representa a relação entre
duas variáveis, equações da reta de regressão de mínimos quadrados podem
ser utilizadas.
O estabelecimento da reta de regressão é feito para ajustar a melhor reta pelos
pontos que representam as duas variáveis. Essencialmente, uma reta de
regressão de mínimos quadrados de Y para X pode ser obtida de duas formas:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 88
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 89
Coeficiente de Correlação
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 90
Atenção
Uma correlação perfeita (-1 ou 1) indica que o valor de uma
variável pode ser determinado exatamente ao se saber o valor
da outra.
No oposto, uma correlação de valor zero indica que não há
relação linear entre as variáveis. Não há unanimidade de critério
para interpretar os valores intermediários. Alguns autores
apontam para uma classificação ligeiramente diferente:
• r = 0,10 até 0,30 (fraco);
• r = 0,40 até 0,6 (moderado);
• r = 0,70 até 1 (forte).
Atividade proposta
A produção de aço de um país, em milhões de toneladas, no período de 2001 a
2007, está indicada na tabela a seguir. Determine a equação de uma reta de
mínimos quadrados que se ajuste aos dados.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 91
Como se trata de uma série temporal (anos), para facilidade dos cálculos, é
conveniente trabalhar com uma variável X iniciando em zero com incremento 1.
A reta dos mínimos quadrados é Y = 4,59X - 175,25.
Referências
NAZARETH, H. Curso Básico de Estatística. São Paulo: Editora Ática, 1995.
SPIEGEL, M. R. Estatística. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 1993.
Exercícios de fixação
Questão 1
Os salários mensais de seis funcionários são: R$1.950,00, R$4.230,00,
R$3.260,00, R$2.780,00, R$5.830,00 e R$3.690,00. Determine a razão entre a
média aritmética e a mediana de seus salários.
a) 1,12
b) 1,53
c) 0,93
d) 1,04
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 92
e) 0,87
Questão 2
Entre 100 números, vinte são 3, quarenta são 4, trinta são 5 e os restantes são
6. Determine a média aritmética dos números.
a) 4,5
b) 2,9
c) 3,2
d) 3,8
e) 4,3
Questão 3
Considere a tabela a seguir que registra a contagem do número de alunos em
classes de estatura (altura) em uma sala de aula onde estudam cem alunos.
Determine a média das alturas dos alunos.
a) 175,78
b) 169,94
c) 158,27
d) 176,26
e) 155,92
Questão 4
Os salários mensais de seis funcionários são: R$1.950,00, R$4.230,00,
R$3.260,00, R$2.780,00, R$5.830,00 e R$3.690,00. Calcule o desvio-padrão
dos salários.
a) R$1.216,90
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 93
b) R$1.345,67
c) R$957,14
d) R$1.212,12
e) R$1.289,55
Questão 5
Considere a tabela a seguir que registra a contagem do número de alunos em
classes de estatura (altura) em uma sala de aula onde estudam cem alunos.
Determine o desvio-padrão das alturas dos alunos.
a) 5,78
b) 8,94
c) 7,27
d) 6,91
e) 7,92
Questão 6
A tabela a seguir apresenta registros das massas de 10 pais e de seus
respectivos filhos mais velhos. A reta de regressão de mínimos quadrados
correspondente é:
a) Y = 29,45 + 0,45X
b) Y = 31,67 + 0,32X
c) Y = 45,55 + 0,57X
d) Y = 32,77 + 0,54X
e) Y = 24,51 + 0,65X
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 94
Questão 7
Determine o coeficiente de correlação entre as variáveis X e Y apresentadas na
tabela a seguir.
a) 0,98
b) 0,75
c) 0,65
d) 0,88
e) 0,95
Questão 8
Determine a reta de regressão de mínimos quadrados para as variáveis X e Y
apresentadas na tabela a seguir.
a) Y = 0,64X + 0,86
b) Y = 0,63X + 0,87
c) Y = 0,64X + 0,88
d) Y = 0,63X + 0,89
e) Y = 0,64X + 0,90
Questão 9
A tabela a seguir indica as idades, X, e as pressões arteriais, Y, de 8 mulheres.
Determine o coeficiente de correlação entre X e Y.
a) 0,87
b) -0,95
c) -0,87
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 95
d) 0,93
e) 0,95
Questão 10
A tabela a seguir indica as idades, X, e as pressões arteriais, Y, de 8 mulheres.
Apresente a reta de regressão de mínimos quadrados correspondente.
a) Y = 0,67X + 52,86
b) Y = 1,16X + 78,48
c) Y = 1,54X + 45,88
d) Y = 0,93X + 33,89
e) Y = 1,64X + 76,90
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 96
Aula 6: Estatística Descritiva
Introdução
Muitos fenômenos observados na natureza e em problemas para os quais
buscamos soluções são de natureza probabilística, isto é, possuem
comportamento com certo grau de aleatoriedade e consequente
imprevisibilidade.
Essa constatação conduziu à busca e posterior organização do conhecimento
para formulação de modelos que tratassem tais fenômenos aleatórios no
contexto da chamada teoria das probabilidades.
Esta aula apresenta conceitos fundamentais da teoria das probabilidades e
também algumas distribuições de probabilidade utilizadas em modelagens para
solução de problemas.
Objetivo:
1. Apontar os fundamentos da teoria de probabilidades;
2. Definir distribuições de probabilidade úteis na modelagem e solução de
problemas.
Conteúdo
Definições de probabilidade
Você sabe o que significa probabilidade? Vejamos duas importantes definições
para esse conceito:
Grau de certeza sobre a ocorrência
A palavra probabilidade, sem ainda considerar aspectos matemáticos, está
associada ao grau de certeza sobre a ocorrência de um determinado evento de
interesse.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 97
Supondo que um evento E pode ocorrer de h maneiras diferentes, em um total
de n modos possíveis e igualmente prováveis, logo, a probabilidade de
ocorrência do evento (sucesso) é definida por:
Considerando a probabilidade de não ocorrência do evento (insucesso), esta
pode então ser definida por:
Ou seja, p + q = 1.
Frequência relativa de sua ocorrência
Uma outra definição de probabilidade de um evento é a frequência relativa
de sua ocorrência, quando o número de observações é muito grande.
A probabilidade é, portanto, o limite da frequência relativa, quando o número
de observações tende ao infinito, ou seja, cresce indefinidamente.
Probabilidade condicional e independência de eventos
Se E1 e E2 são eventos, a probabilidade de E2 ocorrer, depois de E1 ter
ocorrido, é representada por:
Logo, definida como probabilidade condicional de E2 ocorrer, dado que E1
ocorreu.
Se a ocorrência ou não de E1 não afetar as chances de ocorrência de E2,
então:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 98
Então, dizemos que E1 e E2 são eventos independentes. Caso contrário, são
eventos dependentes.
Quando eventos ocorrem em série, ou seja, um ocorre e outro ocorre, podemos
representar por E1E2 a ocorrência de ambos os eventos E1 e E2 e dizemos que
é um evento composto.
Cálculo da probabilidade de eventos
O cálculo da probabilidade de eventos ocorre com a utilização da lei da
multiplicação. Cada evento contará com uma equação específica. Vejamos:
Atenção
Esse conceito pode ser estendido para n eventos independentes, ou
seja, a probabilidade de ocorrência em série é o produto das
probabilidades de ocorrência de cada evento.
Eventos mutuamente exclusivos
Se a ocorrência de um evento exclui a de outros, dizemos que eles são
mutuamente exclusivos ou excludentes. Logo, se E1 e E2 são eventos
mutuamente exclusivos:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 99
Se E1 + E2 representa a ocorrência de “E1 ou de E2 ou de ambos”, então:
Para eventos mutuamente exclusivos:
Atenção
Esse conceito pode ser estendido para n eventos mutuamente
exclusivos, ou seja, a probabilidade de ocorrência em paralelo é a
soma das probabilidades de ocorrência de cada evento.
Distribuições de probabilidades
A fim de introduzirmos o conceito de distribuição de probabilidades, vamos
utilizar uma variável X para representar os possíveis valores observados em
eventos.
Inicialmente, vamos considerar valores discretos para X, ou seja, um conjunto
de valores discretos X1, X2, ..., Xk com probabilidades de ocorrência p1, p2, ...,
pk, respectivamente. Nesse caso:
A distribuição de probabilidade é dita discreta.
A função p(X) que assume os valores p1, p2, ..., pk, respectivamente, para X =
X1, X2, ..., Xk, é denominada função de probabilidade ou de frequência de X.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 100
Como X pode assumir um conjunto finito de valores com respectivas
probabilidades, ele é denominado uma variável aleatória discreta.
Nos casos em que a variável X pode assumir um conjunto contínuo de valores,
o mesmo raciocínio, visto anteriormente, pode ser aplicado e X passa a ser uma
variável aleatória contínua, com correspondente distribuição de probabilidade
contínua.
O polígono de frequência relativa de uma amostra torna-se, para uma
população, uma curva contínua semelhante à apresentada a seguir:
A área total limitada pela curva e o eixo X é igual a 1, e a área compreendida
entre as verticais X = a e X = b dá a probabilidade de X estar entre a e b ou:
A função p(X) é denominada função de densidade de probabilidade ou
função de densidade. Ela é aplicada em distribuições de probabilidade contínuas
para X.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 101
Distribuição de probabilidade
As distribuições de probabilidade, levantadas a partir das respectivas
observações experimentais ou por modelos teóricos, são utilizadas em soluções
de problemas práticos associados a fenômenos aleatórios ou probabilísticos.
Às vezes, sem transparecer, as distribuições de probabilidade fundamentam e
estão presentes em problemas associados à Teoria de Filas e Simulação,
embutidas em softwares que automatizam cálculos de probabilidades.
Vamos estudar os tipos de distribuição de probabilidade:
Distribuição binomial
Considerando p a probabilidade de um evento acontecer (sucesso) e q=1-p a
probabilidade que ele não ocorra (insucesso), então a probabilidade do evento
ocorrer exatamente X vezes, em N tentativas (X sucessos e N-X insucessos), é
dada por:
Em que X = 0, 1, 2, ..., Ne o fatorial de N:
N! = N(N-1)(N-2)...1. (0! = 1)
Essa distribuição discreta é denominada de distribuição binomial ou de
Bernoulli.
Distribuição normal
A distribuição normal se destaca por ser a distribuição que caracteriza a maioria
dos eventos probabilísticos observados na natureza. Essa distribuição de
probabilidade é contínua e também é conhecida como a distribuição de
Gauss, sendo definida pela equação:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 102
Distribuição de Poisson
A distribuição de Poisson é uma distribuição discreta de probabilidade (X = 0,
1, 2, 3, ...) definida segundo a seguinte regra:
Essa distribuição é muito utilizada para calcular probabilidades de ocorrências
de defeitos raros em sistemas e componentes.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 103
Algumas propriedades da distribuição exponencial são:
Atividade proposta
A média dos diâmetros internos de uma amostra de 200 arruelas produzidas
por uma certa máquina é 0,502 polegadas e o desvio-padrão é 0,005
polegadas. A tolerância máxima para o diâmetro é de 0,496 a 0,508 polegadas.
Caso uma arruela possua diâmetro fora dessa faixa, elas serão consideradas
defeituosas.
Determine a percentagem de arruelas defeituosas produzidas pela máxima,
admitindo-se que os diâmetros são distribuídos normalmente.
A proporção de arruelas não-defeituosas equivale à área limitada pela curva
normal reduzida entre z = -1,2 e z = 1,2, ou duas vezes a área entre z = 0 e z
= 1,2.
Logo, a área = 2(0,3849)=0,7698 ou 77%. Assim, a percentagem de arruelas
defeituosas é de 100%-77%=23%.
Aprenda Mais
Para saber mais sobre os assuntos abordados nesta aula, sugerimos a leitura
dos capítulos 6 e 7 da obra a seguir:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 104
• SPIEGEL, M. R. Estatística. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 1993.
Referências
NAZARETH, H. Curso Básico de Estatística. São Paulo: Editora Ática, 1995.
SPIEGEL, M. R. Estatística. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 1993.
Exercícios de fixação
Questão 1
Determine a probabilidade de aparecer um número ímpar em um único lance
de um dado.
a) 0,25
b) 0,50
c) 0,75
d) 0,60
e) 0,45
Questão 2
Uma bola é retirada ao acaso de uma urna que contém 6 bolas vermelhas, 4
brancas e 5 azuis. Determine a probabilidade de ela ser vermelha ou branca.
a) 1/2
b) 3/4
c) 5/6
d) 1/3
e) 2/3
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 105
Questão 3
Uma urna contém 5 bolas brancas, 4 vermelhas e 3 azuis. Extraem-se
simultaneamente 3 bolas. Qual a probabilidade de que nenhuma seja
vermelha?
a) 28/55
b) 14/55
c) 21/55
d) 32/55
e) 39/55
Questão 4
As probabilidades de 3 jogadores A, B e C marcarem um gol quando cobram
um pênalti são 2/3, 4/5 e 7/10, respectivamente. Se cada um cobrar uma única
vez, qual a probabilidade de que pelo menos um marque um gol?
a) 49/50
b) 47/50
c) 45/50
d) 43/50
e) 41/50
Questão 5
Dois jogadores, A e B, jogam 120 partidas de xadrez, das quais A ganha 60, B
ganha 40 e 20 terminam empatadas. A e B concordam em jogar 3 partidas.
Determinar a probabilidade de A ganhar todas as três.
a) 5/8
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 106
b) 1/2
c) 3/8
d) 1/8
e) 3/4
Questão 6
Se 20% dos parafusos produzidos por uma máquina são defeituosos,
determinar a probabilidade de, entre 4 parafusos escolhidos ao acaso, nenhum
ser defeituoso.
a) 0,5935
b) 0,1536
c) 0,4096
d) 0,3520
e) 0,2865
Questão 7
A massa média de 500 estudantes do sexo masculino é de 75,5 kg e o desvio-
padrão é 7,5 kg. Admitindo-se que as massas estão distribuídas normalmente,
determinar quantos estudantes possuem massa entre 60 e 77,5 kg.
a) 325
b) 300
c) 275
d) 250
e) 350
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 107
Questão 8
Se a probabilidade de ocorrer um parafuso defeituoso é de 0,1, determinar,
para um total de 400 parafusos, a média e o desvio-padrão da distribuição.
a) 60 e 8
b) 20 e 4
c) 40 e 6
d) 20 e 5
e) 40 e 8
Questão 9
Dez por cento das ferramentas produzidas por certo processo de fabricação são
defeituosas. Determinar a probabilidade de, em uma amostra de 10
ferramentas escolhidas ao acaso, exatamente duas serem defeituosas.
a) 0,15
b) 0,16
c) 0,17
d) 0,18
e) 0,19
Questão 10
Sabe-se que a função densidade de probabilidade de uma função exponencial é
dada pela seguinte expressão: A média dessa distribuição é:
a) 3/4
b) 2/3
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 108
c) 1/3
d) 2/5
e) 1/8
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 109
Aula 7: Coleta de dados, métodos de amostragem
Introdução
O começo de uma solução bem-sucedida de um problema que envolva
estatísticas está diretamente associado à correta prática da coleta de dados em
campo.
Um modelo corretamente desenvolvido, alimentado por dados ou parâmetros
não representativos da realidade em questão, acaba sendo inútil para o
desenvolvimento de uma solução.
Esta aula apresenta os princípios e métodos que orientam a correta coleta e o
tratamento de dados para modelagem e solução de problemas de natureza
probabilística e também apresenta os métodos de amostragem que podem ser
úteis na modelagem para solução desses problemas.
Objetivo:
1. Definir os princípios e métodos para coleta e tratamento de dados.
2. Identificar os métodos de amostragem úteis na modelagem e solução de
problemas.
Conteúdo
Coleta de Dados
A coleta de dados começa com a escolha adequada das variáveis de entrada do
sistema a ser analisado. Os dados são divididos em:
Dados de entrada
São os valores coletados em campo.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 110
Dados de saída
São os valores processados de acordo com o modelo probabilístico selecionado
para tratar um determinado problema.
A coleta dos dados da amostra de uma população pode ser feita da seguinte
maneira:
Primeiro, marcamos uma linha imaginária na entrada do estabelecimento.
Quando um cliente ultrapassá-la, é o momento de anotar o tempo atual do
cronômetro, zerá-lo e dispará-lo novamente para a próxima coleta. Dessa
maneira, é possível registrar os dados colhidos em uma tabela para que os
mesmos sejam tratados.
Atenção
Na construção de uma amostra, deve-se ter atenção aos seguintes
cuidados práticos:• O tamanho da amostra deve estar entre 100 e
200 observações;
• Amostras com menos de 100 observações podem comprometer a
identificação do melhor modelo probabilístico;
• Amostras com mais de 200 observações não trazem ganhos
significativos ao estudo;
• Coletar e anotar as observações na mesma ordem em que o
fenômeno está ocorrendo, para permitir a análise de correlação;
• Avaliar se existe alguma suspeita de que os dados mudam em
função do horário ou do dia da coleta. A coleta deve ser refeita em
outros horários e dias;
• Na modelagem de dados, vale a regra: toda suspeita deve ser
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 111
comprovada ou descartada estatisticamente.
Tratamento dos Dados
Utilizando as ferramentas da estatística descritiva, podemos explorar um
conjunto de dados, de modo a compreendermos melhor um determinado
fenômeno. Essa é a fase em que extraímos as medidas da variável aleatória em
estudo:
De posição (média, mediana, moda etc.).
De dispersão (variância, amplitude etc.).
A tabela a seguir resume as principais medidas de posição e dispersão
obtidas a partir dos dados coletados no exemplo do banco:
Ao observarmos a tabela, podemos notar um valor atípico. Com a média
aritmética de 15,02 e a mediana 6, o valor 730 destoa do conjunto.
Será que esse valor foi digitado de forma errada, foi originado de um erro
operacional na coleta ou é um dado que realmente ocorreu?
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 112
É conveniente considerar o valor discrepante ou seria aconselhável eliminar o
dado do conjunto? O procedimento para filtrar anomalias de dados na coleta é
chamado de identificar outliers ou, simplesmente, os pontos fora da curva.
Iremos estudá-los a seguir.
Pontos fora da curva
As razões mais comuns para o surgimento de pontos fora da curva são algum
erro na coleta de dados ou um evento raro e totalmente inesperado.
Erro na coleta de dados
Quando o levantamento de dados é feito por meio manual, este tipo de ponto
fora da curva é o mais comum.
Exemplo: Imagine que, durante a coleta de dados no banco, houve uma troca
de pesquisadores. Quando o primeiro passou o cronômetro para o segundo, o
cronômetro e a planilha não foram corretamente atualizados, o que resultou em
um valor de 730 segundos entre um cliente e outro. Falhas em equipamentos
de coleta de dados, problemas na conversão de arquivos, máquinas que
suspendem o serviço temporariamente por defeito, entre outros, são
causadores clássicos de outliers. Quando descobrimos um outlier desse tipo, o
mais correto é retirá-lo da amostra.
Eventos raros
Este é o tipo de outlier mais difícil de lidar. Nada impede que situações
totalmente atípicas ocorram na nossa coleta de dados.
A tabela a seguir compara o impacto de retirarmos ou não o outlier identificado,
o valor 730, de nosso exemplo. Apesar de se tratar apenas de um valor em
uma amostra de 100 valores no total, as distorções na média e na variância são
significativas.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 113
Inferência
Para o tratamento dos dados, além do cálculo dos outliers, é conveniente dispor
os dados em classes e obter a distribuição de frequências em um histograma.
Dessa maneira, é possível identificar visualmente o padrão que indica a
distribuição dos dados. Com isso, conseguimos julgar quais valores devem ser
eliminados pelo cálculo de outliers.
Para agrupar os dados em classes é necessário calcular:
O tamanho da classe;
A quantidade de classes;
Os limites de início e fim de cada classe;
A frequência (quantos valores se enquadram em cada uma delas).
A definição do número de classes pode ser feita, por exemplo, pelo cálculo da
raiz quadrada do número de elementos, no caso, 100 (10 classes), ou pela
chamada regra de Sturges, que adota um número de classes igual a:
Em que n é o número de observações na amostra:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 114
Para que cada classe seja definida é necessário calcular o seu tamanho (h).
Isso é feito dividindo-se a amplitude da amostra pelo número de classes
escolhido. Para o exemplo que acabamos de ver, podemos escolher o número
de classes igual a 10.
Descartando o único valor realmente discrepante, 730, a amplitude da amostra
é 28 (30-2). Assim:
Atenção
Vejamos a distribuição das classes de frequências do exemplo do
banco:
Vejamos o histograma a seguir:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 115
Observando a distribuição de frequências no histograma, é possível inferir que
está se assemelha a uma distribuição exponencial.
Análise exploratória dos dados de uma amostra
Suponha que a média e a variância de uma população X que desejamos
estudar não são conhecidas. Retiramos uma amostra de n elementos e
estimamos esse parâmetro.
Vejamos as fórmulas que devemos utilizar:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 116
Atenção
Uma fórmula operacional mais simples para o cálculo do
estimador da variância é:
Referências
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
LEITE, M. S. Diversidade e saberes no ensino superior, 2005.
PIMENTA, S. G.; ANASTASIOU, L. G. C. Do ensinar à Ensinagem. In:
Docência no Ensino Superior, vol. I. São Paulo: Cortez, 2002. p. 201 a 243.
RIBEIRO, M. L. O Ensino Universitário: um olhar sobre as representações de
estudantes de Licenciatura, 2008.
Exercícios de fixação
Questão 1
Considere a tabela a seguir que contém dados de uma amostra com suas
respectivas frequências absolutas. O estimador da variância da população é:
a) 112,47
b) 129,11
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 117
c) 130,14
d) 138,12
e) 143,57
Questão 2
Utilizando a lei de Struges, calcule o número de classes para uma amostra
contendo 300 dados.
a) 12
b) 11
c) 8
d) 10
e) 9
Questão 3
Considere a tabela a seguir contendo dados de uma amostra e obtenha os
limites inferior e superior para identificação de outliers moderados
a) 245,45 e 496,12
b) 268,26 e 462,83
c) 277,52 e 465,72
d) 254,75 e 480,75
e) 285,38 e 479,36
Questão 4
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 118
Considere a tabela a seguir que sumariza estatísticas obtidas em várias provas
realizadas por uma turma. Em qual prova essa turma teve o melhor
desempenho?
a) Inglês
b) Lógica
c) Economia
d) Estatística
e) Matemática
Questão 5
Considere a tabela a seguir contendo dados de uma amostra e obtenha os
limites inferior e superior para identificação de outliers extremos.
a) 145,4 e 596,1
b) 170,0 e 565,5
c) 187,5 e 565,7
d) 154,7 e 580,7
e) 185,3 e 579,3
Questão 6
Foi observado que as alturas de 3.000 estudantes são normalmente distribuídas
com média 172,72cm e desvio-padrão 7,62cm. Se forem obtidas 80 amostras
com reposição de 25 estudantes cada uma, qual será a média esperada da
distribuição amostral das médias?
a) 168,57 cm
b) 170,13 cm
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 119
c) 167,34 cm
d) 172,72 cm
e) 169,38 cm
Questão 7
Foi observado que as alturas de 3.000 estudantes são normalmente distribuídas
com média 172,72cm e desvio-padrão 7,62cm. Se forem obtidas 80 amostras
com reposição de 25 estudantes cada uma, qual será o desvio-padrão esperado
da distribuição amostral das médias?
a) 7,62 cm
b) 1,524 cm
c) 3,45 cm
d) 2,456 cm
e) 5,76 cm
Questão 8
Uma prévia eleitoral mostrou que certo candidato recebeu 46% dos votos. Em
uma seção eleitoral determine qual o desvio-padrão obtido para uma amostra
constituída de 1.000 pessoas selecionadas ao acaso entre a população votante.
a) 0,0147
b) 0,0232
c) 0,0158
d) 0,0213
e) 0,0138
Questão 9
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 120
As lâmpadas do fabricante A têm duração média de 1.400 horas, com um
desvio-padrão de 200 horas, enquanto as do fabricante B têm duração média
de 1.200 horas, com um desvio-padrão de 100 horas. Se forem ensaiadas
amostras aleatórias de 125 lâmpadas, qual o desvio-padrão da distribuição
amostral das diferenças das médias?
a) 19
b) 21
c) 22
d) 25
e) 20
Questão 10
As medidas de duas distâncias são 27,3m e 15,6m, com os desvios-padrão de
0,16m e 0,08m, respectivamente. Determine a média e o desvio-padrão da
soma das distâncias.
a) 40,8m e 0,23m
b) 42,9m e 0,18m
c) 41,5m e 0,21m
d) 42,8m e 0,19m
e) 41,9m e 0,18m
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 121
Aula 8: Parâmetros e intervalos de confiança
Introdução
No ambiente de negócios, muitas vezes o agente decisor precisa de
informações, mas é impraticável observar toda uma população, seja por um
elevado custo seja por dificuldades diversas.
Um dos objetivos básicos da experimentação é a estimação de parâmetros, ou
seja, colher parâmetros que sejam suficientes para viabilizar uma correta
interpretação de uma situação-problema e, assim, subsidiar decisões acertadas.
Estimar parâmetros é necessário para a inferência estatística, pois permite
concluir sobre uma realidade futura ou mais abrangente com base em um
conjunto restrito de dados. Nessa área de conhecimento, ferramentas
estatísticas são utilizadas para a condução do processo de inferência via
estimação de parâmetros e também para mensurar o grau de incerteza das
possíveis afirmações.
Esta aula apresenta as características e princípios da inferência estatística com
base na estimação de parâmetros e necessária definição de intervalos de
confiança, assim como também a apresenta métodos para a condução de
Testes de Hipóteses.
Objetivo:
1. Descrever princípios e métodos para estimação de parâmetros e
estabelecimento de intervalos de confiança;
2. Explicar métodos para conduzir Testes de Hipóteses úteis na modelagem e
solução de problemas.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 122
Conteúdo
Inferência estatística
Você já foi apresentado ao conceito de inferência estatística, em aulas
anteriores. Nesta aula, o tema será examinado de forma mais aprofundada. O
contexto permanece o mesmo – apontamos uma amostra, se essa amostra for
bastante representativa, os resultados obtidos com os cálculos das estatísticas
poderão ser generalizados para toda a população.
No processo de condução de uma inferência, um determinado pesquisador
poderá levantar hipóteses das possibilidades das generalizações dos resultados,
ciente de que deverá testar essas hipóteses e essas poderão ser rejeitadas. E,
nesse processo, toda conclusão tirada por uma amostragem, quando
generalizada para uma população, será acompanhada de um grau de incerteza
ou risco.
Denominamos, portanto, inferência estatística o conjunto de técnicas e
procedimentos que permitem dar ao pesquisador um grau de confiabilidade, de
confiança, às afirmações que faz para a população com base nos resultados de
amostras.
Estimação de parâmetros
A teoria da amostragem pode ser empregada para a obtenção de informações
relativas a amostras retiradas ao acaso de uma população conhecida. Do ponto
de vista prático, entretanto, é mais importante poder deduzir informações
relativas a uma população, mediante a utilização de amostras dela extraídas.
Esses problemas tratam da inferência estatística, que utiliza os princípios da
teoria da amostragem.
A inferência estatística trata da estimação de parâmetros populacionais tais
como a média, a variância da população, deduzidos da estatística descritiva
(amostral) correspondente.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 123
Vamos ver um exemplo?
Fez-se um estudo, com a população de Los Angeles, para saber se as pessoas
sabiam como agir em caso de catástrofe.
Estimativas não tendenciosas
Se a média da distribuição amostral de uma estatística for igual ao parâmetro
populacional correspondente, a estatística será denominada estimador não
tendencioso do parâmetro e, se isso não ocorrer, ela será um estimador
tendencioso.
Os valores correspondentes dessas estatísticas são denominados estimativas
não tendenciosas ou tendenciosas, respectivamente.
A média da distribuição amostral das médias é igual à média populacional:
A média da distribuição amostral das variâncias:
Adotando-se a variância modificada:
Verifica-se que:
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 124
Estimativas eficientes
Se as distribuições amostrais de duas estatísticas têm a mesma média, a
estatística de menor variância é denominada estimador eficiente da média,
enquanto que a outra estatística denomina-se estimador ineficiente.
Os valores correspondentes das estatísticas são denominados estimativas
eficientes ou ineficientes, respectivamente.
Considerando-se todas as estatísticas possíveis, cujas distribuições amostrais
têm a mesma média, a de menor variância é denominada a mais eficiente ou
melhor estimador dessa média.
Estimativas por pontos e por intervalos
A estimativa de um parâmetro populacional, dada por um número único, é
denominada estimativa por ponto.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 125
A estimativa de um parâmetro populacional, dada por dois números, entre os
quais pode-se considerar que ele esteja situado, é denominada estimativa por
intervalos. As estimativas por intervalos indicam sua precisão ou exatidão e são,
portanto, preferíveis às estimativas por pontos.
Vamos ver um exemplo!
Estimativa por ponto: uma distância entre dois pontos mede 5,28m.
Estimativa por intervalo: uma distância entre dois pontos mede 5,28m ±
0,03m, ou seja, ela está compreendida entre 5,25m e 5,31m.
A declaração de erro ou precisão de uma estimativa é frequentemente
denominada sua fidedignidade.
Estimativas do intervalo de confiança dos parâmetros
populacionais
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 126
Estimativas do intervalo de confiança para médias
Intervalos de confiança para proporções
Intervalos de confiança para diferenças e somas
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 127
Intervalos de confiança para desvios-padrões
Os limites de confiança para o desvio-padrão σ, de uma população
normalmente distribuída, quando for deduzido de uma amostra cujo desvio-
padrão é s, são dados por:
Decisões estatísticas
Na prática, somos chamados muitas vezes a tomar decisões acerca de
populações, baseadas nas informações das amostras.
Essas decisões são denominadas decisões estatísticas.
Por exemplo, pode-se decidir, com base em dados amostrais, se um novo soro
é realmente eficaz na cura de uma doença, se um processo educacional é
melhor do que o outro, se certa moeda é tendenciosa etc.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 128
Hipóteses estatísticas
Testes de hipóteses e significância
Admita uma hipótese particular como verdadeira. Se verificarmos que os
resultados observados em uma amostra aleatória diferem muito dos esperados
para aquela hipótese, com base na probabilidade simples mediante a utilização
da teoria da amostragem, é possível que alguém conclua que as diferenças
observadas são significativas e fique inclinado a rejeitar a hipótese (ou, pelo
menos, a não aceitá-la com base nas provas obtidas).
Por exemplo, se 20 lances de uma moeda apresentarem 16 caras, ficamos
inclinados a rejeitar a hipótese de que a moeda é honesta, embora seja
possível que se esteja incorrendo em erro.
Os processos que habilitam a decidir a aceitação ou rejeição das hipóteses, ou
a determinar se as amostras observadas diferem, de modo significativo, dos
resultados esperados, são denominados testes de hipóteses ou de
significância, ou regras de decisão.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 129
Erros dos Tipos I e II
Para que qualquer teste de hipóteses ou regra de decisão seja bom, ele deve
ser planejado de modo que os erros de decisão sejam reduzidos ao mínimo.
Isso não é tarefa simples, pois para um dado tamanho de amostra, a tentativa
de diminuir certo tipo de erro é acompanhada, em geral, pelo acréscimo de
outro tipo.
Na prática, um tipo de erro pode ser mais importante do que outro, de maneira
que se deve procurar uma acomodação que favoreça a limitação do erro mais
sério. O único caminho para a redução de ambos os tipos de erros consiste em
aumentar o tamanho da amostra, o que pode ou não ser possível.
Erro do tipo I
Se uma hipótese for rejeitada quando deveria ser aceita.
Erro do tipo II
Se uma hipótese for aceita quando deveria ser rejeitada.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 130
Nos dois tipos de erro ocorreu uma decisão errada ou um erro de
julgamento.
Nível de significância
Ao testar uma hipótese estabelecida, a probabilidade máxima com a qual
estaremos dispostos a correr o risco de um erro do Tipo I é denominada nível
de significância do teste. Essa probabilidade, representada frequentemente
por "alpha", é especificada antes da extração de uma amostra, de modo que os
resultados obtidos não influenciem a escolha.
Na prática, é usual a adição de um nível de significância 0,05, ou 0,01, embora
possam ser usados outros valores. Se, por exemplo, é escolhido um nível de
significância 0,05 ou 5% no planejamento de um teste de hipóteses haverá
cerca de 5 chances em 100, de a hipótese ser rejeitada, quando deveria ser
aceita, isto significa que há uma confiança de cerca de 95% de que se tome
uma decisão acertada.
Nesses casos, diz-se que a hipótese é rejeitada no nível de significância 0,05, o
que significa que a probabilidade de erro seria de 5%.
Nível de significância
Por exemplo, pode-se estar 95% confiante de que, se a hipótese for
verdadeira, o valor z de uma estatística amostral real, S, estará compreendido
entre -1,96 e 1,96 (visto que a área subtendida pela curva normal, entre esses
valores, é de 0,95).
Entretanto, se ao escolher uma única amostra aleatória fosse verificado que o
valor z dessa estatística cai fora do intervalo -1,96 a 1,96, poderíamos concluir
que esse evento poderia ocorrer com a probabilidade de apenas 0,05 se a
hipótese estabelecida fosse verdadeira. Dessa maneira, alguém poderia dizer
que esse valor de z difere de modo significativo do que seria esperado daquela
hipótese, e se estaria propenso a rejeitá-la.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 131
A área total que fica fora dos limites, à direita e à esquerda, 0,5 (0,25 +0,25), é
o nível de significância do teste. Ela representa a probabilidade de erro na
rejeição da hipótese, isto é, a probabilidade de ser cometido um erro do Tipo I.
Por essa razão, diz-se que a hipótese é rejeitada no nível de significância 0,05.
O conjunto dos valores z, situados fora do intervalo de -1,96 a 1,96, constitui a
denominada região crítica de rejeição da hipótese ou de região de significância.
O conjunto dos valores z situados no intervalo de -1,96 a 1,96 poderia ser
denominado região de aceitação da hipótese ou região de não significância.
Com base nas observações apresentadas, pode ser formulada a seguinte regra
de decisão, teste de hipóteses ou significância.
• Rejeição da hipótese no nível de significância 0,05, quando o valor z da
estatística S estiver fora do intervalo de -1,96 a 1,96 (isto é, z maior que 1,96
ou z menor que -1,96). Isso equivale a dizer que a estatística amostral
observada é significativa no nível 0,05;
• Aceitação da hipótese (ou, se for desejado, não tomar nenhuma decisão)
no caso contrário.
Como o valor de z representa um papel muito importante nos testes de
hipóteses e na significância, ele é também denominado teste estatístico.
Deve-se assinalar que poderiam ser utilizados outros níveis de significância. Por
exemplo, se for adotado o nível 0,01, teríamos que substituir na explanação
anterior, 1,96 por 2,58.
Testes Unilaterais e Bilaterais
Nos testes anteriores, manifestamos interesse nos valores extremos da
estatística S, ou nos valores de z correspondentes de ambos os lados da média,
isto é, em ambas as extremidades da distribuição. Por esta razão, esses testes
são denominados bilaterais ou dos dois lados.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 132
Muitas vezes, entretanto, podemos ter interesse apenas nos valores extremos
de um único lado da média, isto é, em uma extremidade da distribuição, como,
por exemplo, quando se está testando a hipótese de um processo ser melhor
do que outro (o que é diferente de testar se um processo é melhor ou pior do
que outro). Esses testes são denominados unilaterais ou de um lado.
Nesses casos, a região crítica está situada de um só lado da distribuição e sua
área é igual ao nível de significância.
A tabela a seguir apresenta os valores críticos para z para ambos os testes,
unilateral e bilateral, em vários níveis de significância. Os valores críticos de z,
para outros níveis de significância, são determinados mediante o emprego das
tabelas de áreas da curva normal.
Atividade proposta
A altura dos adultos de uma certa cidade tem distribuição normal com média de
164cm e desvio-padrão de 5,82cm. Deseja-se saber se as consições sociais
desfavoráveis vigentes na parte pobre dessa cidade causam um retardamento
no crescimento dessa população.
Para isso, levantou-se uma amostra de 144 adultos dessa parte da cidade,
obtendo-se a média de 162cm. Esse resultado pode indicar que os adultos
residentes na área são em média mais baixos que os demais habitantes da
cidade ao nível de 5%?
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 133
Chave de resposta
Aprenda Mais
Para saber mais sobre o que foi estudado nesta disciplina, leia os capítulos 9 e
10 do livro “Estatística” do SPIEGEL.
Referências
MORETIN, L G. Estatística Básica. Volume 2 – Inferência. São Paulo: Makron
Books, 2000.
SPIEGEL, M. R. Estatística. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 1993.
Exercícios de fixação
Questão 1
As medidas dos diâmetros de uma amostra aleatória de 200 rolamentos
esféricos produzidos por certa máquina, durante uma semana, apresentaram a
média de 0,824 pol e o desvio-padrão de 0,042 pol. Determine o limite de
confiança de 99%, para o diâmetro médio de todos os rolamentos esféricos.
a) 0,824±0,042 pol
b) 0,824±0,012 pol
c) 0,824±0,008 pol
d) 0,824±0,003 pol
e) 0,824±0,022 pol
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 134
Questão 2
Ao medir o tempo de reação, um psicologista estimou que o desvio-padrão era
de 0,05 segundo. Qual o tamanho da amostra para que se esteja 95%
confiante de que o erro dessa estimativa não exceda 0,01 segundo?
a) 89
b) 80
c) 88
d) 100
e) 97
Questão 3
Uma pesquisa realizada na amostra de 100 eleitores, escolhidos ao acaso entre
todos os votantes de uma cidade, indicou que 55% deles eram a favor de certo
candidato. Determine os limites de confiança de 99% para a proporção de
todos os votantes favoráveis àquele candidato.
a) 0,55±0,10
b) 0,55±0,11
c) 0,55±0,12
d) 0,55±0,13
e) 0,55±0,14
Questão 4
Uma amostra de 150 lâmpadas, da marca A, apresentou uma vida média de
1.400 horas e um desvio-padrão de 120 horas. Uma amostra de 100 lâmpadas,
da marca B, apresentou uma vida média de 1.200 horas e um desvio-padrão de
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 135
80 horas. Determine os limites de confiança de 95% para a diferença entre as
vidas médias das populações das marcas A e B.
a) 200±24,8
b) 200±25,9
c) 200±23,7
d) 200±22,8
e) 200±27,9
Questão 5
Em uma amostra aleatória de 400 adultos e 600 adolescentes que assistem a
certo programa de televisão, 100 adultos e 300 adolescentes declararam que
gostavam do programa. Determine os limites de confiança de 99% para a
diferença entre as proporções de todos os adultos e de todos os adolescentes
que assistem ao programa e gostam do mesmo.
a) 0,75±0,07
b) 0,25±0,08
c) 0,50±0,09
d) 0,25±0,10
e) 0,25±0,11
Questão 6
Uma amostra de tamanho 16 é retirada de uma população normal com
variância 36, sendo obtida a média X¯=43 Ao nível de 10% de significância,
para que o teste das hipóteses H0: μ=45 e H1: μ≠45, obtenha os valores do Z,
variável utilizada na N(0,1), que define as regiões de aceitação ou rejeição das
hipóteses e do Z calculado para comparação com os limites.
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 136
a) ±1,645 e 1,33
b) ±1,96 e -1,45
c) ±2,33 e -1,12
d) ±1,645 e -1,33
e) ±1,96 e 1,45
Questão 7
Uma fábrica anuncia que o índice de nicotina dos cigarros da marca X
apresenta-se abaixo de 26mg por cigarro. Um laboratório realiza 10 análises de
índice e obtém 26, 24, 23, 22, 28, 25, 27, 26, 28 e 24mg. Sabe-se que o índice
de nicotina nos cigarros da marca X tem distribuição normal com variância
5,35mg2. Qual o valor de Z, variável utilizada na N(0,1), que define as regiões
de aceitação ou rejeição das hipóteses e do Z calculado para comparação com
os limites?
a) -1,96 e 0,959;
b) -1,96 e -0,959;
c) 1,96 e -0,959;
d) 1,645 e 0,959;
e) ±1,96 e -0,959.
Questão 8
Um fabricante de lajotas de cerâmica introduz um novo material em sua
fabricação e acredita que aumentará a resistência média, que é de 206kg. A
resistência das lajotas tem distribuição normal com desvio-padrão de 12kg.
Retira-se uma amostra de 30 lajotas, obtendo X¯=210Kg. Ao invés de 10%,
obtenha o valor de Z, variável utilizada na N(0,1), que define as regiões de
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 137
aceitação ou rejeição das hipóteses e do Z calculado para comparação com os
limites.
a) 1,96 e 1,827
b) -1,28 e -1,827
c) 1,28 e 1,827
d) 1,96 e 1,643
e) -1,96 e -1,643
Questão 9
Sabe-se por experiência que 5% da produção de um determinado artigo tem
defeito. Um novo empregado é contratado. Ele produz 600 peças do artigo com
82 defeituosas. Ao nível de 15%, verificando se o novo empregado produz
peças com maior índice de defeitos que o existente, obtenha o valor de Z,
variável utilizada na N(0,1), que define as regiões de aceitação ou rejeição das
hipóteses e do Z calculado para comparação com os limites.
a) 1,03 e 9,775
b) 1,96 e 4,326
c) 1,23 e 5,492
d) 1,67 e 3,182
e) 1,05 e 7,442
Questão 10
Uma fábrica de automóveis anuncia que seus carros consomem, em média, 11
litros por 100km, com desvio-padrão de 0,8 litro. Alguém decide testar essa
afirmação e analisa 35 carros dessa marca, obtendo 11,4 litros por 100km,
como consumo médio. Admitindo que o consumo tenha distribuição normal, ao
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 138
nível de 10%, ao analisar a veracidade do anúncio da fábrica, obtenha o valor
de Z, variável utilizada na N(0,1), que define as regiões de aceitação ou
rejeição das hipóteses e do Z calculado para comparação com os limites.
a) ±1,96 e 2,453
b) ±1,645 e 3,008
c) ±1,96 e 3,008
d) ±1,645 e 2,453
e) ±1,28 e 2,372
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 139
Notas
Modelo Price: O nome do modelo, Price, nada tem a ver com a palavra
inglesa price (preço, em português), mas sim com uma homenagem ao
matemático inglês Richard Price (1723-1791) que desenvolveu, a pedido de
uma seguradora inglesa, tábuas de mortalidade que serviram de base para o
cálculo de seguros e aposentadorias. A partir desse estudo, as tábuas foram
adaptadas, dotadas e universalizadas pelos franceses como forma de
amortização de empréstimos. Por isso, chamamos sistema francês ou tabela
Price o processo de amortização de dívidas com prestações iguais.
PMT: Sigla para a palavra inglesa Payment.
Economic Value Added (EVA): Expressão em inglês que significa valor
econômico adicionado. EVA® é considerada uma marca registrada.
Future Value (FV): Denominação utilizada na calculadora HP 12-c.
Calculadora HP-12C: O ambiente da internet disponibiliza gratuitamente
uma página que contém um emulador (simulador) da HP-12C,
democratizando o acesso, mesmo que virtual, às potencialidades da
calculadora financeira. Uma das páginas encontra-se disponível
em: http://www.calculadorahp.com.br/.
Capitalização composta: Também chamada de capitalização com juros
compostos. Trata-se do regime de capitalização pelo qual os juros
estipulados em cada período são somados ao capital anterior para render
juros no período seguinte.
PV, PMT, FV: Essas teclas para cálculos financeiros correspondem a siglas,
na língua inglesa, para Valor Presente (Present Value, PV), Pagamentos
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 140
(Payment, PMT) e Valor Futuro (Future Value, FV).
Taxa nominal: Taxa de juros cuja unidade de referência dos períodos não
coincide com o período de capitalização.
Taxas equivalentes: Aquelas que são fornecidas em tempos distintos e
produzem um mesmo montante ao final de determinado prazo.
Chaves de resposta
Aula 1
Exercícios de fixação
Questão 1 – B
Questão 2 - A
Questão 3 - B
Questão 4 - C
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 141
Questão 5 - D
Questão 6 - D
Questão 7 - B
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 142
Questão 8 - E
Questão 9 - A
Questão 10 - C
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 143
Aula 2
Exercícios de fixação
Questão 1 - E
Questão 2 - C
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 144
Questão 3 - D
Questão 4 - B
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 145
Questão 5 - D
Questão 6 - D
Questão 7 - B
Questão 8 - A
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 146
Questão 9 - C
Questão 10 - E
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 147
Aula 3
Exercícios de fixação
Questão 1 - C
Questão 2 - E
Questão 3 - B
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 148
Questão 4 - A
Questão 5 - E
Questão 6 - D
Questão 7 - E
Questão 8 - C
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 149
Questão 9 - A
Questão 10 - D
Aula 4
Exercícios de fixação
Questão 1 - D
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 150
Questão 2 - E
Questão 3 - B
Questão 4 – A
Questão 5 – D
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 151
Questão 6 - D
Questão 7 – A
Questão 8 - C
Questão 9 – A
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 152
Questão 10 - D
Aula 5
Exercícios de fixação
Questão 1 - D
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 153
Questão 2 - E
Questão 3 - B
Questão 4 - A
Questão 5 - D
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 154
Questão 6 - D
Questão 7 – A
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 155
Questão 8 – C
Questão 9 - E
Questão 10 – B
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 156
Aula 6
Exercícios de fixação
Questão 1 - B
Questão 2 - E
Questão 3 - B
Questão 4 - A
Questão 5 - D
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 157
Questão 6 - C
Questão 7 - B
Questão 8 - C
Questão 9 - E
Questão 10 - B
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 158
Aula 7
Exercícios de fixação
Questão 1 - B
Questão 2 - E
Questão 3 - D
Questão 4 - A
Questão 5 - B
Questão 6 - D
Questão 7 - B
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 159
Questão 8 - C
Questão 9 - E
Questão 10 - B
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 160
Aula 8
Exercícios de fixação
Questão 1 - C
Questão 2 - E
Questão 3 – D
Questão 4 - A
Questão 5 - B
Questão 6 - D
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 161
Questão 7 - B
Questão 8 - C
Questão 9 - A
Questão 10 - B
FUNDAMENTOS DA MAT. FINANCEIRA E ESTAT. APLICADA 162
Conteudista
Beniamin Achilles Bondarczuk é Doutor em Engenharia de Produção pelo
Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE-UFRJ), Mestre em Engenharia
de Sistemas e Computação e Graduado em Engenharia Mecânica e de
Automóveis pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). Foi professor do IME e
de várias Instituições de Ensino Superior (IES) no Rio de Janeiro, em cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Atualmente, é Oficial do Exército e trabalha com
pesquisa, desenvolvimento e avaliação de produtos de defesa.
http://lattes.cnpq.br/3689092970048757.