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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO PROJETO DO HOTEL - SETOR HOTELEIRO NORTE, BRASÍLIA –DF ALUNA: Josimeire Reis 1 Introdução: A indústria hoteleira, do setor de serviços, é um importante segmento da economia em termos de movimentação de recursos, geração de empregos ou atração de capital. O turismo é uma atividade em expansão que movimenta gera renda e contribui para a economia do Brasil e que se apoia diretamente no serviço hoteleiro. Os serviços hoteleiros se desenvolvem a cada ano e é parte essencial para que as atividades turísticas sejam concretizadas. Assim, torna-se importante dedicar estudo na aplicação de entendimento de projetos dedicados a este setor dentro da arquitetura de edifícios. A hotelaria é parte da infraestrutura da atividade turística e possui lugar de destaque no cenário turístico. Castelli (2003) considera essa como uma 14 indústria de serviços com características próprias sendo o espaço de hospedagem um somatório de bens e serviços. Este setor busca satisfazer as expectativas de acomodação das pessoas que por algum motivo estão fora de seus domicílios e por isso, necessitam de um local para se abrigar, algo que proporcione conforto e bem estar, independentemente do tipo de turismo que as pessoas pratiquem. Para Castelli (2003) o hotel deve voltar-se para os desejos do cliente, ou seja, para as suas necessidades e não para as necessidades do seu proprietário. Sendo este tema de relevância dentro da economia da cidade este trabalho tem como objetivo o projeto de um hotel em uma localização privilegiada de Brasília, na quadra 4 do Setor Hoteleiro Norte, a menos de 4 km do Congresso Nacional e apenas 1,4 km de distância da Rodoviária de Brasília, e próximo a pontos turísticos da cidade, área nobre de Brasília. Atualmente no local existe as ruinas do antigo Hotel Torre Palace, Fundado em 1973 pelo empresário libanês Jibran El-Hadj, um dos primeiros edifícios hoteleiros a ser construído, contendo nas suas instalações 140 apartamentos distribuídos em 14 andares, após a morte do libanês, em 2000 o empreendimento virou palco de uma disputa entre seus herdeiros, e em 2013 teve

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO PROJETO DO HOTEL - SETOR

HOTELEIRO NORTE, BRASÍLIA –DF

ALUNA: Josimeire Reis

1 Introdução:

A indústria hoteleira, do setor de serviços, é um importante segmento da

economia em termos de movimentação de recursos, geração de empregos ou atração

de capital. O turismo é uma atividade em expansão que movimenta gera renda e

contribui para a economia do Brasil e que se apoia diretamente no serviço hoteleiro.

Os serviços hoteleiros se desenvolvem a cada ano e é parte essencial para que as

atividades turísticas sejam concretizadas. Assim, torna-se importante dedicar estudo

na aplicação de entendimento de projetos dedicados a este setor dentro da arquitetura

de edifícios. A hotelaria é parte da infraestrutura da atividade turística e possui lugar

de destaque no cenário turístico. Castelli (2003) considera essa como uma 14

indústria de serviços com características próprias sendo o espaço de hospedagem um

somatório de bens e serviços. Este setor busca satisfazer as expectativas de

acomodação das pessoas que por algum motivo estão fora de seus domicílios e por

isso, necessitam de um local para se abrigar, algo que proporcione conforto e bem

estar, independentemente do tipo de turismo que as pessoas pratiquem. Para Castelli

(2003) o hotel deve voltar-se para os desejos do cliente, ou seja, para as suas

necessidades e não para as necessidades do seu proprietário.

Sendo este tema de relevância dentro da economia da cidade este trabalho

tem como objetivo o projeto de um hotel em uma localização privilegiada de Brasília,

na quadra 4 do Setor Hoteleiro Norte, a menos de 4 km do Congresso Nacional e

apenas 1,4 km de distância da Rodoviária de Brasília, e próximo a pontos turísticos

da cidade, área nobre de Brasília. Atualmente no local existe as ruinas do antigo Hotel

Torre Palace, Fundado em 1973 pelo empresário libanês Jibran El-Hadj, um dos

primeiros edifícios hoteleiros a ser construído, contendo nas suas instalações 140

apartamentos distribuídos em 14 andares, após a morte do libanês, em 2000 o

empreendimento virou palco de uma disputa entre seus herdeiros, e em 2013 teve

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suas atividades encerradas, e posteriormente abandonado. O hotel virou abrigo de

moradores de rua e usuários de drogas, já foi palco de diversas tentativas

malsucedidas de reintegração de posse, e por fim condenado pela Defesa Civil, pois

sua estrutura apresenta falhas graves.

Devido ao estado de deterioração e as falhas da estrutura existente,

proponho um projeto novo, começando do zero, seguindo as diretrizes do local, seu

designer será arrojado e moderno, com propostas ambiciosas de design, buscando o

alto nível nas suas instalações e serviços para atender a clientela diferenciada, que

busca vista privilegiada de pontos turísticos da capital de todas as acomodações. Este

novo edifício também poderá assumir aspectos de ponto de referência pelo seu

formato arrojado, sem destoar dos demais hotéis da região. Seu formato permitirá a

visualização de pontos diferentes aos visitantes e clientes.

Dividindo-se em pavimento térreo, mezanino, pavimento executivo,

pavimentos sócias e de serviços. A maioria dos pavimentos serão de uso misto, no

térreo, por exemplo, pequenas praças com jardins, espelhos d’água e pátios, dividirão

espaço com a recepção do hotel, podendo até ser apenas local de passagem para os

pedestres que por ali passam e tenham o mínimo de barreiras físicas e visuais, ou

clientes externos, que não necessariamente seja usado apenas pelos hóspedes, pois,

seu interior dispõe de cafés, restaurante, salas executivas, elevador panorâmico, e

cobertura. Outro pavimento que também será de uso misto é a cobertura, que poderá

ser alugado para eventos, com uma linda vista e piscina para desfrutar.

A ideia é que ele seja completamente diferente do formato tradicional de hotéis

em formato retangular, com quartos para cada lado e corredores separando, proponho

um layout diferenciado, com um volume em ângulos diferentes, com vistas em todas

as acomodações, e ainda desfrutar da vista do interior do hotel. Seu formato permitirá

iluminação e ventilação natural, o acesso só será permitido após fazer check-in na

recepção no pavimento térreo do hotel, um cartão dará o acesso de acordo com o

serviço que for utilizar no interior do edifico, previamente cadastrado.

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2 Histórico do tema

Sobre a Indústria Hoteleira no mundo temos teorias diferenciadas. Para

alguns, o marco inicial da hospedagem se deu com os Jogos Olímpicos, na Grécia

Antiga, onde visitantes de várias localidades iam à Olímpia assistir aos jogos olímpicos,

como as competições duravam dias os competidores e visitantes precisavam se

hospedar até o fim dos jogos. Outro marco de extrema importância para o

desenvolvimento dos meios de hospedagem eram os grandes deslocamentos do povo

romano na expansão do seu Império. Durante esse período foram construídas várias

pousadas ao logo da via. No século IV a.C. Roma governava a Itália Central, o

imperador romano Apio Claudio construiu nesse século a Via Appia, considerado o

primeiro caminho romano. Com o tempo esse caminho já se estendia até o sul da

Itália, e posteriormente por toda a península itálica.

Segundo GONÇALVES; CAMPO (1999, p. 37) os problemas de segurança

levaram as autoridades a colocarem os donos de pousadas em sua folha de

pagamento, eles deviam relatar tudo que ouvissem de seus hóspedes, também na

época foi ciado uma lei que obrigava a manter vigília à noite, para a segurança dos

hóspedes, e era obrigatório anotar os nomes, a procedência e a nacionalidade de

cada um deles. Esse panorama continuou mais ou menos inalterado até o final da

Idade Antiga. Mas com a queda do Império Romano, as estradas ficaram muito

inseguras e isso diminuiu o número de hóspedes, retomando apenas com a chegada

do Cristianismo, religião essa que prega o "amor ao próximo" os moradores e viajantes

voltaram e ter segurança para se hospedar pois agora estavam protegidos por Deus.

Registros históricos assinalam que apenas no século XVII teve iniciou as

atividades de hospedagem no Brasil. Nesta época a atividade hoteleira ainda não era

regularizada, sendo exercida sempre em conjunto com outras, por profissionais de

diferentes setores. Referiam-se a eles como vendedores de alimentos e hospedagem,

logo passou a ser intitulados de "vendeiros" e "taberneiros".

No início do século XVIII, começaram a surgir na cidade do Rio de Janeiro as

primeiras estalagens, ou casas de pasto, que ofereciam alojamento, tornaram a

necessidade de se classificar os meios de hospedagem já existentes. Charles Burton

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que fez a primeira classificação das hospedarias paulistanas adotando como critério

a divisão em 5 categorias, 1ª Categoria Simples (pouso de tropeiro), 2ª Categoria

Telheiro (uma cobertura ou rancho ao lado das pastagens), 3ª Categoria Venda

(mistura de venda e hospedaria), 4ª Categoria Estalagens ou hospedarias e pôr fim a

5ª Categoria, que eram os hotéis.

Nos séculos XIX e XX o turismo se devolveu no Brasil garças a evolução dos

meios de transporte que se tornava mais acessível à população, em vez de ser apenas

para nobreza. Em meados do século XIX a ferrovia encurtava distâncias com a

chegada da ferrovia e da “Baroneza”, a primeira locomotiva a trafegar no Brasil na

Estrada de Ferro Mauá em 1854. Vários depoimentos de visitantes estrangeiros

relatavam a falta de hotéis de qualidade, com padrões de qualidade muito diferentes

de países desenvolvidos. Em 1870 já existiam muitos hotéis importantes na capital

paulista, mas eram poucas as pessoas que podiam se hospedar, pois os hotéis

tradicionais só permitiam a entrada de hospedes que portavam carta de apresentação.

Os hotéis de melhor categoria eram fora do centro do Rio, alguns em bairros

afastados, e ofereciam maior conforto, requinte e paisagem exuberante, longe das

confusões das ruas cheias e barulhentas, e a falta de saneamento básico da cidade.

Os antigos hotéis ofereciam para seus hospedes algo semelhante aos hotéis

fazendas ou resorts de hoje. As evoluções dos meios de transportes viabilizavam os

investimentos no setor hoteleiro em locais distantes do centro do Rio de Janeiro, com

a criação de linhas de bondes que circulavam pelo centro do rio, e nas ladeiras

íngremes de Botafogo e Copacabana. Os hotéis impulsionaram o desenvolvimento

dos bairros que até então eram quase desérticos, como os bairros de Copacabana e

Ipanema.

Alguns motivos para alavancar o nível dos hotéis eram sua decoração

extravagante, com candelabros a gás, escada de mármore branco, mobiliário

requintado, sala de banho, correio, telégrafos e outros serviços. Em 1880 com a

chegada do telefone, os melhores hotéis tinham telefone particular nos quartos para

seus hóspedes. Outro grande avanço foi a chegada da eletricidade, possibilitando o

conforto aos hóspedes com uma campainha elétrica em todos os quartos, e não

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precisavam se deslocar até a recepção para solicitar serviços. Os hotéis eram parte

importante na vida social da época, e com a chegada da Corte portuguesa no Rio de

Janeiro, trouxeram costumes da antiga sociedade colonial, promoviam festas, saraus

artísticos, e traziam artistas de companhias estrangeiras para os palcos cariocas.

Logo os hotéis também se incorporaram aos divertimentos da cidade. Começaram

discretamente, exibindo apenas bandas de música, e em pouco tempo já promoviam

os primeiros bailes carnavalescos em seus salões, poupando os foliões de grosserias

nas ruas.

O Hotel Avenida foi um dos mais populares edifícios da Avenida Rio Branco,

em Rio de Janeiro. Construído por Francisco de Azevedo Monteiro Caminhoá

mesclando o estilo neoclássico com o ecletismo na arquitetura, foi inaugurado em

1910, e dispunha de 220 quartos, iluminados a luz elétrica, e também oferecia aos

hóspedes o conforto do elevador. Na época de sua inauguração, a diária mínima era

de 9 mil réis. Tinha 3.200 metros de área total, com 60 metros de frente, 22,85 metros

de altura geral sobre o solo e 34,30 metros de altura máxima. No térreo funcionava

uma estação circular dos bondes, a famosa Galeria Cruzeiro, assim chamada devido

à existência de duas passagens em cruz, de acordo com projeto de Aprovado em 11

de dezembro de 1905 (Figura 1). Ponto de encontro dos foliões para o carnaval

carioca, onde chegavam nos bondes lotados, e iam para as mesas do bar do hotel,

no térreo. Apesar de ter sido demolido em 1957, o Hotel Avenida era tão importante

que acabou se transformando em marco histórico do Centro e cartão-postal do Rio

Antigo (Figura 2).

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Figura 1:Projeto de Aprovado em 11 de Dezembro de 1905. Vide Galeria Cruzeiro Fonte: http://www2.rio.rj.gov.br/smu/acervoimagens/imagenspaa/1/0/152.JPG

Figura 2: Hotel Avenida (1908-1957) http://www0.rio.rj.gov.br/cultura/site/fr_noticia_roubo.php

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Com a expansão do turismo o setor começa a experimentar grande destaque

e notória expansão, ganhando até fama internacional. As belezas naturais e a música

popular atraem turistas para o Rio de Janeiro, tendo seu ápice com a inauguração do

Copacabana Palace, em 1923, projeto do arquiteto francês Joseph Gire, que se

inspirou em hotéis famosos da Riviera Francesa, com 239 apartamentos e suítes,

divididos entre o prédio principal e anexo, em uma área de onze mil metros quadrados.

Outro importante hotel da época foi o "Hotel Glória", em estilo neoclássico, o

primeiro prédio em concreto armado da América do Sul, teve sua construção auxiliada

por engenheiros alemães, famoso por também ser o primeiro hotel a receber a

classificação de cinco estrelas do Brasil.

Em 1936 foi criada a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH, e

em 1953 a Associação Brasileira das Agências de Viagens – ABAV, devido as

necessidades de dispor de um fórum próprio, para que pudessem discutir soluções

focadas no turismo, a Confederação Nacional do Comércio, criou, em 1955, o

Conselho de Turismo, um órgão de assessoramento que reúne notáveis da hotelaria

e da atividade turística nacional. No mesmo ano, empresários do ramo de

hospedagem e alimentação se uniram para fundar a Federação Nacional dos Hotéis,

Restaurantes, Bares e Similares. Devido a essa mobilização despertaram as

autoridades públicas do País, e em 1958, aprovaram a criação da Combratur;

Comissão Brasileira de Turismo (Decreto Federal nº 44.863) órgão nacional

responsável pela coordenação das atividades destinadas ao desenvolvimento do

turismo interno e externo.

O Turismo representa o terceiro produto de exportação na balança comercial

brasileira, com uma arrecadação em torno de US$ 4 bilhões somente com a entrada

de turistas estrangeiros e 24,3 milhões de passageiros, em voos domésticos. Setor

responsável por uma cadeia produtiva composta por hotéis, restaurantes, bares,

empresas de transportes, agências e operadores de viagem, entre outros, gerando

empregos, fonte de renda e riquezas em todo o País.

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3 Estado da arte

3.1 Hotel LX – Lisboa, Portugal

Um bom exemplo de projeto atual e o do Hotel LX, feito pela equipe de

arquitetos: Luís Miguel Correia, Nelson Mota e Susana Constantino; que fazem parte

da Comoco, no ano de 2006, em Lisboa, Portugal. O lote possui uma forma retangular

com cerca de 22 m de largura e 35 m de profundidade, como podemos observar nas

as figuras 3 e 4. Possui características distintas pois o local sofreu uma intervenção

em sua malha estrutural, feita no final do século XIX a pedido do Eng.º Ressano Garcia,

que abriu novas avenidas e resultou em um lote com duas frentes, a que se dá para

a Avenida António Augusto de Aguiar (Av. AAA) e com a Rua de S. Sebastião da

Pedreira (SSP).

Seu projeto é simples, com cerca de 150 quartos, espaços comuns destinados

a refeições, espaços para a realização de reuniões, espaços para a parte de serviços

e estacionamento próprio. Algumas condicionantes legais como: a limitação de altura

do edifício, e os problemas referentes a topografia do lote, resultaram em um projeto

separado em dois volumes, um se relacionando com a Av. AAA e o outro com a frente

para a Rua SSP. Os volumes articulam-se em volta de um pátio, alguns pisos ficam

abaixo da cota da Rua SSP, e consequentemente sem iluminação natural, mas não é

um problema, já que foi projetado o estacionamento privativo do hotel (Figura 5).

No piso de contato com a Rua SSP, fica maior parte das áreas de serviço,

onde tem o acesso aos andares superiores, e um pátio separando os dois volumes.

Nos quartos que ficam virados para a Rua SSP os quartos constituem a ocupação

exclusiva, e no outro volume vão se sucedendo em altura os espaços comuns, como:

salas de reunião, salas de conferências e sala de refeições. Então quando o volume

atinge a cota da Av. AAA, o edifício se abre para o exterior através de transparências,

e marca o acesso do Hotel. A partir deste os de pisos são idênticos, quartos que se

dividem em alas separados por um corredor, observem as figuras 6 e 7. O resultado

é um edifício duplo com características distintas; dois volumes, com duas fachadas,

para duas ruas importantes, e com personalidades diferentes (Figuras 8,9 e 10).

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Figura 3: Implantação

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018

Figura 4: Fachada

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018

Figura 5: cortes

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018

Figura 6: Térreo e Planta tipo

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018

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Figura 7: Plantas 4 e 1

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018

Figura 8: Perspectiva fachada, 2006

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018

Figura 9: Fachada pronta, maio de 2012

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018

Figura 10: Detalhe da fachada oposta, maio de 2012

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018

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3.2 Edifício Califórnia - Recife, Pernambuco

Outro exemplo de projeto de hotel é a proposta de requalificação do Edifício

Califórnia, em Recife, na Av. Boa Viagem, o edifício começou a ser construído em

1958, e inaugurado em 1960, projeto do arquiteto brasileiro Acácio Borsoi, um dos

primeiros arranha-céus do Recife a ser construído.

O objetivo é de requalificar, pois apresenta potencial para atender às

demandas atuais, ou mesmo abrigar novos usos, e prolongar a vida útil e os valores

arquitetônicos do edifício que foi reconhecido como Imóvel Especial de Preservação

(IEP), e não permite que seja modificado de forma que perca sua integridade e

autenticidade da época de sua construção.

Figura 11: Hotel Califórnia, 1960. Fonte: http://www.blogdasppps.com/2017/05/edificio-california-vive-

novo-momento-no-recife.html

O objetivo é a não descaracterização do existente, para que suas principais

características fossem transmitidas para as gerações futuras. A estrutura existente da

torre foi mantida, pois se adequava quase que totalmente ao necessário para o hotel,

tendo apenas que ser construída uma escada de emergência, seu volume se destaca,

e marca as circulações horizontais do edifício, e evidencia a intervenção realizada.

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Na ambientação dos apartamentos foi recriado o espírito da época que ali

existiu, os anos 50, período em que foi construído o edifício. Grande parte das

intervenções propostas ocorreram no embasamento do edifício, buscando retomar a

concepção original do espaço. Para resolver o programa de necessidades exigia uma

área maior do que a disponível, então foi proposto um edifício anexo que tivesse o

mínimo possível de interferência na compreensão e na leitura do imóvel preservado,

e que criasse uma ideia de continuidade. Utilizaram a técnica de cromatismo para

fazer um mosaico de placas com cores próximas ou iguais às empregadas nas

fachadas do edifício preservado, como podemos observar na imagem do esquema

ilustrado para compor a fachada do anexo do Edifício Califórnia (Figura 12).

O acesso ao edifício é através de duas passarelas, e por uma rua interna no

pavimento térreo. Nenhuma passarela toca a torre vertical, sua comunicação é

somente entre a base do Califórnia e o novo edifício. Esta rua interna faz parte do

projeto original (1953) que tinha como proposta conectar a frente e o fundo do terreno,

e fazer a ligação da Av. Boa Viagem e a Av. Conselheiro Aguiar, aproveitando a

estrutura existente e o potencial do comércio desta área.

A proposta foi baseada na metodologia desenvolvida pelo Laboratório de

Estudos Avançados em Arquitetura (lA²), que faz parte do Programa de Pós-

graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU), do Departamento de Arquitetura e

Figura 12: Esquema ilustrando origem das cores e composição da fachada do anexo. Fonte:http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california

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Urbanismo da UFPE, denominada DRAPI (LOUREIRO, ET AL, 2006; AMORIM, ET

AL, 2006), tendo como objetivo estabelecer novos usos e otimização dos usos

existentes no edifício.

O programa é formado por; andar subsolo no edifício anexo ficam as 55 vagas

de estacionamento para as lojas comerciais, no térreo; recepção, lobby, café, apoio,

23 lojas comerciais distribuídas tanto na base do Califórnia, quanto no edifício anexo,

ligadas através da rua interna recriada. No primeiro pavimento do edifício preservado

foram locados foyer, auditório com 79 lugares, 04 salas de reunião, e estacionamento.

No último andar da base e do anexo foi proposto um restaurante com

capacidade para 98 pessoas, com cozinha, e área de serviço. E na torre estão locados

os 210 apartamentos suíte, e a cobertura conta com um terraço descoberto, salão

para eventos, salão de jogos e bar, (Figura 16).

Figura 13: Diagrama ilustrando os usos e zoneamento

Fonte: http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california

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Figura 14: Planta Baixa - Pavimento Térreo

Fonte: http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california

Figura 15: Planta Baixa – Sobreloja

Fonte: http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california

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Figura 16: Planta Baixa - Pavimento Vazado

Fonte: http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california

Figura 17: Planta Baixa - Pavimento Tipo

Fonte: http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california

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Figura 2: Corte

Fonte: http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california

3.3 Apart Hotel Ismael 312 – Santiago, Chile

O Hotel Ismael é um pequeno hotel, em um terreno com dimensões de 9 por

20 metros, e apenas 180 m², se faz grande diante de seu entorno. Projeto dos

arquitetos: Rodrigo Larrain Galvez, Rodrigo Larrain Illanes do Estudio Larrain, em

2010. O edifício está localizado em um local único, com vista para duas ruas: Ismael

Valdés Vergara e Monjitas, uma para o Parque Florestal ao Norte e a outra para o sul

onde fica a cidade mais movimentada e ruidosa. A composição da quadra é de

edifícios de 9 pavimentos de altura e fachada contínua, com diferentes estilos

arquitetônicos de diversas épocas, uma amostra cultural em perfeitas condições do

patrimônio arquitetônico do Chile.

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Anteriormente no local do projeto, existia um edifício de três pavimentos, que

foi declarado como "imóvel discordante e de escasso valor arquitetônico" pelo

conselho de monumentos nacionais (Figura 19), então surgiu a possibilidade de

pensar em um projeto completamente novo, com uma proposta atual (Figura 20 e 21).

Por ser um projeto atual em uma quadra consolidada, o projeto seria como

"uma pincelada sobre um quadro existente", que podia ser um acerto ou um erro

completo, então fizeram um projeto que não corresponde a nenhuma das épocas

anteriores, mas ao presente, pois acreditaram que ele não deveria camuflar-se

tentando parecer ou adotando algum estilo arquitetônico preexistente, mas deveria

que deveria propor uma linguagem que reflete uma arquitetura atual, de forma que

dialogasse com seu entorno através dos elementos predominantes, os cheios e vazios,

as cores e texturas.

A linguagem arquitetônica das edificações da quadra formadas pelas três

ordens principais (embasamento, corpo e remate), se caracterizam em cada caso

Figura 19: Imagem do antigo edifício antes de sua demolição em 2012. Fonte: https://www.archdaily.mx/mx/02-175966/en-construccion-hotel-ismael-312-estudio-larrain, 2018

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pelas varandas, com elementos anexos aos edifícios, como suas balaustradas,

geometrias e detalhes, definindo o estilo e sua expressão, seja do período moderno,

barroco ou clássico.

Da mesma forma o projeto também recorre a um embasamento, mas como uso

de transparências, vinculando visualmente e funcionalmente as ruas, com acesso por

ambos os lados do edifício. O projeto do corpo médio contém os dormitórios (Figuras

24 e 25), com varandas em cada ambiente, assim como no resto da quadra, as

varandas são responsareis pela volumetria expressiva, não só como anexo, mas

como parte da edificação. Dessa forma produz no interior uma janela lateral que

aumenta a luminosidade dentro dos quartos (Figura 26). E para o remate do edifício,

um vazio na cobertura que marca o terraço com piscina (Figura 27).

Figura 20: Elevação

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015

Figura 21: Corte

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015

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Figura 23: Térreo

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015

Figura 22: Subsolo

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015

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Figura 24: 3 ao 5 piso

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015

Figura 25: 9 ao 11 piso

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015

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Figura 26: Imagem atual da fachada

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015

Figura 27: Imagem da piscina na cobertura do hotel

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015

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3.4 B Hotel- Brasília, Distrito Federal

Projetado pelo renomado arquiteto paulistano Isay Weinfield, graduado pela

Universidade Presbiteriana Mackenzie, e em 1973 abriu seu escritório, e o mantém

até hoje, tem caráter multidisciplinar, voltado ao projeto de edificações, interiores,

mobiliário, cenografia e até mesmo cinema. Dentre os inúmeros trabalhos

desenvolvidos, destacam-se os hotéis projetados para o Grupo Fasano em São Paulo,

Punta del Este e Porto Feliz, o Centro Cultural Midrash no Rio de Janeiro e o Square

Nine Hotel em Belgrado, além de uma linha de móveis e objetos desenhada para a

Etel Interiores.

O B Hotel está instalado no Eixo Monumental, de frente ao estádio Mané

Garrincha, mesmo não sendo exatamente novo para quem circula por Brasília. A

conclusão do edifício demorou pouco mais de cinco anos, inaugurado em janeiro de

2018, faz parte de uma arquitetura contemporânea, inspirado nas linhas retas da

capital, sua fachada é um espetáculo à parte, as janelas têm o mesmo tamanho, mas

diferentes alturas, destacando-o dos demais hotéis da região (Figura 28), com um

gasto de pelo menos R$ 100 milhões de reais para ficar pronto. Seu funcionamento

se deu por etapas, na primeira etapa, os primeiros seis andares, na segunda mais

seis e, por último, os quatro andares restantes, onde ficam 42 suítes.

Figura 28: Fachada do B Hotel, 2018

Fonte: Daudier Berteli

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O B Hotel conta ainda com sala de reuniões e de eventos, com o público

majoritário de políticos e executivos. Em seus 16 andares são distribuídos os 306

apartamentos e com a capacidade para 800 hóspedes, os quartos com móveis de

design e decoração minimalista, são assinados pelo designer catarinense Jader

Almeida (Figura 29), seguindo uma característica simples e moderna, que vai desde

o hall de entrada, aos banheiros em mármore.

Figura 29: Interior de uma das acomodações do B hotel

Fonte: https://bhotelbrasilia.com.br/ 2018

“A palavra aqui não é luxo, mas um ambiente clean e contemporâneo,

descomplicado, onde as pessoas possam se sentir em casa”, descreve a diretora-

executiva Ana Paula Ernesto, responsável pela implantação e gerenciamento do hotel.

Segundo Ana, o conceito está voltado para a gastronomia como experiência, com o

plano de que o visitante ao entrar, visualize o restaurante com cozinha-show. Sendo

a cozinha como o verdadeiro coração do empreendimento (Figura 30).

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Na cobertura um bar e piscina (Figura 31), a piscina amarela é emoldurada

por cobogós, feito de cimento (Figura 32), apesar de ter sido criado em Pernambuco,

o cobogó fez história mesmo nos prédios do Plano Piloto, e estampa grade parte dos

prédios do Distrito Federal. Oferece vista para o pôr do sol de Brasília, com o estádio

Mané Garrincha e o Memorial JK ao fundo (Figura 33).

Figura 30: Restaurante

Fonte: https://bhotelbrasilia.com.br/ 2018

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Figura 33: O bar do hotel, com fechamento em vidro e deque de madeira.

Fonte: Gessynara Mariano, 2018

Figura 32: Imagem da cobertura com piscina e o bar ao fundo

Fonte: Otávio Toledo

Figura 31: Piscina na cobertura do B Hotel

Fonte: https://bhotelbrasilia.com.br/ 2018

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4 O terreno:

O terreno do hotel tem uma localização privilegiada, no Setor Hoteleiro

Norte, Quadra 4 - Asa Norte, Brasília – DF. Estando apenas 2,2 km da Rodoviária do

Plano Piloto.

Figuras 35: Mapa de localização Local Fonte: Google Maps, editado pela autora

Fonte

: goo

gle

maps, m

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ado p

ela

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ra

2018

Figura 34: Localização geral

Fonte: google maps google, 2018

Figuras 36: Mapa de localização Focal

Fonte: google maps google

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Vias e acessos

O Setor Hoteleiro Norte tem seis vias de acesso, sendo duas pela Via N2, duas

pela Via N1, e uma pela Via W3 Norte. O local conta com estacionamentos públicos,

paradas de ônibus e faixa de pedestres.

Figura 37: Mapa de fluxos, acessos e hierarquia viária.

Fonte: http://www.geoportal.segeth.df.gov.br/mapa/#, modificado pela autora.

Dimensões do terreno:

Atualmente o Hotel existente no local ocupa toda area máxima permetida, de 15m largura por 30m de

comprimento.

LEGENDA

VIA ARTERIAL VIA COLETORA VIA LOCAL

FAIXA DE PEDESTRES ESTACINAMENTOS TERRENO

PARADA DE ÔNIBUS ACESSOS

Figura 38: Terreno, fonte: Google maps

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Atributos de configuração urbana:

Os setores que integram o SHN, faz parte do centro urbano constituinte da

escala gregária do plano urbanístico de Brasília. O setor deste centro urbano tem

morfologias e tipologia diferenciadas, seguem um zoneamento de usos e atividades

que está refletido na denominação de cada um dos setores. As barreiras viárias e

topográficas, separadas por diferentes setores, configuram um espaço descontinuo, e

carecem de uma maior integração dos espaços públicos e da acessibilidade de

pedestres.

O Setor Hoteleiro Norte caracteriza-se por espaços mais densos, onde é

percebido a verticalização da paisagem e maior variedade volumétrica, com maior

diversificação de atividades, caracterizando, desse modo, a escala gregária do plano

urbanístico (Figura 39).

Figura 39: Skyline do Setor Hoteleiro Norte.

Fonte:Goolgle maps, modificado pela autora

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Análise solar

Utilizando a carta solar, para indicar a incidência solar nas quatro fachadas do

edifício, chegamos aos seguintes dados:

De acordo com a carta solar a fachada Oeste, figura 40, a incidência solar no

verão a partir das 13 horas com término em torno das 18 horas. Já no inverno a

incidência solar inicia-se às 11 horas e perdura até ás 18 horas.

É possível verificar que na figura 41, a fachada Norte no verão inicia-se no pôr

do sol e permanece até o horário das 10h e 30m com temperatura solar média de

Figura 40: Carta solar fachada Oeste programa Sol-ar, acervo da autora

Figura 41: Carta solar fachada Norte programa Sol-ar, acervo da autora

Figura 42: Carta solar fachada Sul programa Sol-ar, acervo da autora

Figura 43: Carta solar fachada Leste programa Sol-ar, acervo da autora

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25ºC. Já no inverno o sol tarde um pouco mais a nascer e sessa a insolação em torno

de 16 horas.

A fachada Sul (figura 42), a incidência solar se dá a partir das 11h e 30m com

término no pôr do sol com temperatura média de 25ºC. No inverno há pouca incidência

solar, o sol só aparece no final da tarde, por volta das 17 horas.

E por fim a fachada Leste, figura 43, onde foi observado que a incidência solar

no verão se inicia em torno de 5h e 30m e perdura até meio dia. Já no inverno o

amanhecer se dá das 6h e 40m e sessa em torno as 10 horas.

A partir das análises de solar nas fachadas, feitas pelo programa Sol-ar, será

possível dimensionar melhor os ambientes, de forma que favoreça a iluminação

natural, e evitando a incidência solar nos horários maior intensidade, trabalhando com

elementos nas fachadas ou controlando o tamanho das aberturas.

A topografia do terreno apresenta um desnível suave, inclui curvas de níveis a

cada 5 metros e de cada 1m, observa-se que a diferença ente cada curva mestre é

de altitude de 1.010m e 1.105 em relação ao nível do mar (Figura 45).

Figura 43: Topografia

Fonte: http://www.geoportal.segeth.df.gov.br/mapa/#, 2018

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Programas de necessidades básico :

SETOR/FUNÇÃO ÁREA DESCRIÇÃO

HALL/ RECEPÇÃO 9m² Acesso e espera de abertura e

fechamento de check-in

LOBBY 10m² Áreas de descanso, passagem, e

espera

ADMINISTRACAO 12m² Ambientes para instalação de salas

administrativas relacionadas ao hotel

SALAS DE REUNIÕES 25m² Salas equipadas para reuniões e

eventos

QUARTOS 400m² Quartos com banheiros, e locais de

BANHEIROS 15m² Sanitários de uso coletivo

ACADEMIA 25m² Equipamentos de ginastica para uso

dos hospedes do hotel

RESTAURANTE 100m² Ambiente de preparo e distribuição

de comidas

PISCINA 12m² Local de lazer, e relaxamento

ESTACIONAMENTOS 3.000m² Local para os hospedes estacionar

seus veículos

SERVIÇOS GERAIS 15m² DML, vestiários e ambientes de apoio

do hotel

ÁREA TOTAL: 908m²

Tabela elaborada pela autora, junho de 2018

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Organofluxograma:

LEGENDA:

Acesso do público

Acesso semi-público

Acesso privado

Organofluxograma elaborada pela autora, junho de 2018

HALL/ RECEPÇÃO

LOBBY

ADM

SALAS DE REUNIÕES

QUARTOS

PISCINA

RESTAURANTE

ACADEMIA

BANHEIROS

PÚBLICO

SERVIÇOS

GERAIS

ESTACIONAMENTOS

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5 Legislação:

Normas de Edificação, Uso e Gabarito - NGB 10/87

1. USOS

1.1. Admitidos: complexo hoteleiro, inclusive apart-hotéis, atividades comerciais

e de prestação de serviços.

2. PARCELAMENTO

2.1. O definido nas plantas SHS-PR 7/1 e SHN-PR 1/2 e SHNPR 3/1

2.1.1. Cada uma das Áreas Especiais constitui unidade imobiliária fisicamente

indivisível.

3. OCUPAO E GABAR ITOS

3.1. Cota máxima de coroamento igual a 65.00m a contar da cota ou cotas de

soleira a serem determinadas pelo DeU/SVO para cada uma das Áreas

Especiais.

3.1.1. O número de pavimentos fica a critério de cada projeto, respeitadas a cota

máxima de coroamento, os pés direitos mínimos e a área máxima de

construção estipulados nos itens 3.1. acima e 3.2. e 5.1. abaixo.

3.2. Área máxima de construção (A.M.C.) igual a 118.000m², inclusive subsolos.

3.2.1 não são computados na A.M.C. os seguintes elementos:

a) Torres externas aos edifícios quando destinadas exclusivamente a

circulação vertical de emergência;

b) Marquises e pórticos abertos.

3.3 Afastamento mínimo em relação as divisas:

a) Abaixo da cota de soleira - afastamento nulo;

b) Acima da cota de soleira - afastamento nulo desde que o projeto propicie

caminhamento generoso para pedestres no interior do lote, com acessos públicos

obrigatório; caso contrário, afastamento mínimo igual a 5, OO m em relação a

todas as divisas.

4. GARAGENS E ESTACIONAMENTOS

4.1. É obrigatória a previsão de garagens e/ou estacionamentos no interior do lote, em

superfície e/ou subsolo, à razão de 25m²de superfície para cada 100m² de área

construída.

5. DISPOSICOES GERAIS

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5.1. Pés direitos mínimos:

a) Abaixo da cota de soleira igual a 2,60m;

b) Acima da cota de soleira igual a 2,60m;

c) Nas circulações e banheiros igual a 2,25m.

5.2. Utilização dos subsolos.

5.2.1. A utilização dos subsolos fica a critério de cada projeto, desde que

assegurada a metragem quadrada destinada a estacionamento estipulada no item

4.1. Acima e atendidas as normas técnicas vigentes relativas as condições de

ventilação e segurança contra incêndios.

5.3. Utilização das coberturas.

5.3.1. A utilização total ou parcial das coberturas fica a critério de cada projeto,

desde que nenhum elemento construído, inclusive casas de maquinas e caixas

d'água, ultrapasse a cota máxima de coroamento.

5.4. Os projetos para as Áreas Especiais devem ser submetidos ao I DeU/SVO a

nível de estudo preliminar para consulta previa, cabendo a esse órgão avaliar a

conveniência ou não de submetê-los a aprovação do CAUMA considerando a

localização das referidas áreas.

5.5. O anteprojeto de cada área especial só poderá ser aprovado em sua totalidade,

independente da Implantação vir a ser gradativa.

5.5.1. O anteprojeto de cada área especial deve ser submetido à aprovação previa

do CBDF no que se refere a interferência de galerias cobertas para pedestres com

a segurança do conjunto.

5.6. Quaisquer despesas decorrentes de eventual passagem de redes na área

correram por conta do proprietário, cabendo-lhe inclusive efetuar as devidas

consultas junto às Concessionarias e à NOVACAP.

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6 O Programa:

O hotel será divido em áreas distintas, de acordo com os usos e o grau de

intimidade, sendo um hotel de uso misto, de grande fluxo de pessoas além dos

hospedes e funcionários o programa busca setorizar por atribuições.

Para melhor atender aos clientes do hotel, o edifício não poderá ter barreiras

visuais, em todos os andares vista livre para o melhor da região, o uso de um elevador

panorâmico será indispensável para atender todas as expectativas projetuais.

Será concentrado no subsolo a maior parte de serviços do Hotel, como

caldeira, casa de maquinas, ar condicionado, depósitos, vestiários, estacionamento,

os acessos de funcionários e local para carga e descarga.

No pavimento térreo, o hall de entrada, recepção e lobby, local onde terá a

administração do Hotel, banheiros, restaurante, e áreas com acentos confortáveis

para descanso, e caminhos por jardins sensoriais, para que clientes e visitantes

possam contemplar. E na parte em que será o embasamento do edifício, teremos um

bar, banheiros, uma cafeteria, academia e uma grande área de descanso e

contemplação a céu aberto.

Salas comerciais e administrativas, serão dispostas nos andares superiores,

salas de reuniões com lavabos, iluminação e ventilação natural, e vista privilegiadas.

Será projetado ao longo de seus 15 andares pelo menos dois tipos de planta; sendo

uma planta tipo com quartos suítes menores, mas com a mesma qualidade dos

demais pavimentos, como iluminação e ventilação natural, e vistas para áreas nobres

de Brasília. Já na outra planta tipo; teremos quartos maiores, com acabemos mais

sofisticados, e com banheiros espaçosos, mantendo a mesma qualidade referente à

vista e a ventilação e iluminação natural do pavimento tipo anterior.

Na Cobertura, assim como nos estudos de caso apresentados nos itens 3.1

Hotel LX – Lisboa, Portugal, 3.3 Apart Hotel Ismael 312 – Santiago, Chile, e 3.4 B

Hotel-Brasília, Distrito Federal, Sigo no mesmo conceito de projeto, otimizando o

potencial do edifício, locando na cobertura piscina, vestiários, banheiros e um fabuloso

longe com vista panorâmica para o Eixo Monumental.

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7 Considerações Finais

Utilizando-se dos procedimentos propostos nesta fundamentação teórica, foi

possível criar um estudo para um projeto de hotel em uma área nobre de Brasília,

buscando incentivar o turismo na capital, que ainda é muito pequeno se for comparado

com outras regiões. A proposta não se trata de a maior quantidade de acomodações,

nem o menor preço, mais a melhor qualidade em acomodações, com as melhores

vistas, e com propostas de flexibilidades de usos, para atender a diferentes públicos.

A altura do edifício vai manter a relação com o entorno de forma sutil, e não

vai interferir no skyline da cidade. O potencial da região e dos fatores externos, tornam

esta proposta um bom investimento. A parte apresentada foi conceitual, e o torna

possível a melhor compreensão do tema, principalmente na fase de criação, sendo

que o projeto de arquitetura deste estudo tem características próprias. Os estudos de

fluxograma e organograma, foram fundamentais para uma distribuição funcional dos

setores e da volumetria.

Esta proposta atende as expectativas de um hotel com categoria superior,

espero conseguir implementar com êxito as recomendações sugeridas durante sua

produção formal e conceitual no próximo semestre, criando e modificando volumetria,

utilizando propostas estruturais e elementos arquitetônicos atuais, que possam ser

compatíveis ao nível de exigência e qualidade de projeto que garantem o sucesso do

empreendimento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Projeto. 2. ed. São Paulo: Senac, 2000.

ANGELIS, Caroline de. Dimensão para projetos hoteleiros. São Paulo, 2011.

Disponível em: <http://www.usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2012/175.pdf>

Acesso em: 10 de junho de 2015.

BRASIL. Ministério do Turismo. Segmentação do turismo e o mercado. / Ministério

do Turismo, Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, Departamento de

Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico, Coordenação Geral de

Segmentação. – Brasília: Ministério do Turismo, 2010.

MENEZES, Paula Dutra Leão de; SILVA, Jessica Cristina da; Análise do sistema

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em <http://www.seer.ufal.br/index.php/ritur/article/view/751> Acesso em: 10 de março

de 2015.

LINKNET:

http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california

http://correiogourmand.com.br/turismo_02_turismo_03_brasil_seculos_19_e_20.htm

https://www.vitrineturismo.com.br/images/arquivos/Historico_da_Evolucao_Hoteleira.

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http://blog.panrotas.com.br/hotel-inspectors/index.php/2018/05/06/novo-b-hotel-

revisita-a-brasilia-clean-e-minimalista/

https://bhotelbrasilia.com.br/o-hotel

http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/70166/Decreto_33442_22_12_2011.html

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm