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PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM HEPATOLOGIA

FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR

VIEIRA DOURADO

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA

EM HEPATOLOGIA – 2016 - 2017

SUPERVISOR: Flamir da Silva Victoria, MD PhD


ÍNDICE

ÍNDICE ......................................................................................................................

1. APRESENTAÇÃO ....................................................................................................

2. JUSTIFICATIVA .....................................................................................................

3. OBJETIVOS ............................................................................................................

3.1. Objetivo Geral .................................................................................................

3.2. Objetivos Específicos .......................................................................................

4. CARACTERÍSTICAS GERAIS ..................................................................................

5. TEMAS PRIORITÁRIOS ........................................................................................

6. ATIVIDADES .........................................................................................................

7. CARACTERÍSTICAS DA RESIDÊNCIA EM HEPATOLOGIA ....................................

7.1. Características gerais .......................................................................................

7.2. Requisitos para o credenciamento .................................................................. ..

7.3 Corpo clínico...................................................................................................

8. OBRIGAÇÕES, DIREITOS E DEVERES DOS RESIDENTES ....................................

8.1 Atividades........................................................................................................

8.2 Avaliação.........................................................................................................

8.3 Trabalho de conclusão de curso........................................................................

8.4 Férias..............................................................................................................

8.5 Liberação para eventos científicos.....................................................................

8.6 Estágios em outros serviços..............................................................................

8.7 Assiduidade.....................................................................................................

8.8 Representação junto à COREME........................................................................

9. O QUE SE ESPERA DO RESIDENTE AO FINAL DO 10 ANO ....................................

10. O QUE SE ESPERA DO RESIDENTE AO FINAL DO 20 ANO ..................................

11. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES.......................................................................

12. BIBLIOGRAFIA BÁSICA......................................................................................


1. Apresentação

A criação da Residência Médica em Hepatologia Clínica tem por finalidade consolidar

os argumentos a favor das doenças do fígado e vias biliares, ampliando os pré-requisitos,

abrangendo além da Gastroenterologia, a Clínica Médica e a Infectologia, possibilitando

assim o acesso à hepatologia de médicos procedentes destas três áreas da medicina,

certamente vinculadas às doenças do fígado. Representa de certa forma, uma inovação,

considerando ser uma estratégia mais contextualizada às realidades do país, visando

ampliar a capacidade resolutiva de problemas inerentes à realidade epidemiológica

brasileira. De fato, a Universidade e os serviços de formação de médicos residentes como

lócus de produção de conhecimento, vêm mobilizando esforços e recursos para a

construção de novas alternativas para os problemas críticos do Sistema Único de Saúde

(SUS).

Existe uma demanda clínica de diversas doenças do fígado acometendo indivíduos de

ambos os sexos em todas as idades. As variadas condutas terapêuticas vão desde os

cuidados com as diferentes hepatites, cirrose hepática de diversas etiologias culminando no

transplante hepático. A diversidade e complexidade dos temas relacionados ao fígado e vias

biliares, acrescido aos recentes avanços terapêuticos exigem atualização constante e

treinamento específico em serviço dentro desta área de atuação. A evolução da Hepatologia

no Brasil, bem como sua projeção em nível latino americano, demonstra a grande

relevância da especialidade na atualidade. Neste sentido, esta proposta de dois anos de

residência em Hepatologia Clínica fundamenta-se na articulação de iniciativas que

convergem para o fortalecimento da Política Nacional de Saúde do país e a capacidade do

Brasil em fornecer e dar respostas efetivas aos desafios não apenas dentro do seu

território, mas também colaborando para o enfrentamento de diferentes patologias na área

da hepatologia.


2. Justificativa

A Hepatologia dedica-se ao estudo das doenças do fígado e as suas consequências.

No Brasil a endemicidade das doenças hepáticas passa pelas hepatites virais A, B, C e D,

esteatohepatites não alcoólicas, doença hepática alcoólica, doenças metabólicas, doenças

autoimunes e o carcinoma hepatocelular.

O Programa de Residência Médica em Hepatologia Clínica da FMT-HVD terá duração

de 2 (dois) anos sendo realizado em regime especial de treinamento em serviço com o

objetivo de gerar, transmitir e difundir conhecimentos, aplicá-los na formação de

profissionais da área de saúde e na prestação de serviços e orientação à comunidade,

visando à prevenção e o tratamento das doenças do fígado e das vias biliares.

O treinamento será eminentemente prático e objetivo, nos ambulatórios, enfermarias

e demais dependências do hospital, de modo a aprimorar as habilidades técnicas e o

raciocínio clínico, habituando o residente ao contato direto com os pacientes portadores de

patologia hepática.

Considerando que a Região Norte apresenta a maior endemicidade do país em

hepatites virais, reforça ainda mais a necessidade da criação de programa de residência

médica nesta área, dentro de um Serviço de doenças infecciosas, referência Nacional e

Internacional, a fim de formar profissionais com um olhar Amazônico, bem como treinar

pessoas de fora do estado ou do país através das experiências adquiridas no manejo destas

doenças. A população Amazônica apresenta índices elevados de doenças hepáticas,

passando pelas hepatites virais, alcoolismo, esteatohepatites e o carcinoma hepatocelular.

Representam, portanto, eventos que incidem e prevalecem em cenários de maior

probabilidade em condições de pobreza, que ampliam as vulnerabilidades individuais e

coletivas, mas também contribuem para a manutenção do quadro de desigualdade,

representando forte entrave ao desenvolvimento dos países. No nosso país há reconhecida

carência de centros de treinamento nesta área, sendo que este projeto permitirá treinar

recursos humanos não só para atuar na capital, mas no interior do Estado onde reside a

maior parte dos pacientes que necessitam deste tipo de atendimento.


Nesta região não há sequer um único grupo de transplante de fígado consolidado,

fato que contribui com a alta mortalidade por doenças do fígado, assim como com os

elevados custos da saúde pública para tratamentos fora do domicílio. Além do déficit de

médicos na região Norte aqueles graduado em cursos da região, muito, busca a

qualificação especializada em hospitais de outras regiões, caso contrário a carência de

profissionais especialistas para a alta-complexidade tende a agravar.

Por fim, a elevada carga médica destas doenças, muitas consideradas persistentes,

demanda diferentes níveis de respostas junto aos profissionais de saúde no SUS.

Considerando-se a ocorrência com maior carga em populações mais pobres e com

deficiência de acesso aos serviços e de ações de saúde deve-se necessariamente articular

integração interinstitucional e intersetorial, visando melhoria no acesso, bem como na

qualidade e na efetividade da atenção em saúde, pautada no referencial da integralidade.

Uma destas ações é, sem dúvida, a qualificação do profissional médico especialista em

Hepatologia Clínica, com esta iniciativa, acreditamos estar contribuindo para ampliar a

capacidade de resposta do país a estes eventos de grande importante em saúde pública.


3. Objetivos

3.1. Objetivo Geral

1 Vivenciar experiências e potencializar conhecimentos, competências, habilidades

e atitudes do médico em processo de especialização em hepatologia clínica que

sejam apropriados para o exercício da Atenção Integral à Saúde às pessoas em

contexto com a infectologia, gastroenterologia e a clínica médica no âmbito

individual, familiar e de comunidades. Visa ainda capacitar o residente para

utilizar métodos diagnósticos adequados, planejar e estabelecer conduta

diagnóstica e terapêutica


3.2. Objetivos Específicos

1 Ampliar e aperfeiçoar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e

humanísticos dos profissionais de saúde na área da hepatologia, de modo a

capacitá-lo (s) para o desempenho das atividades assistenciais, administrativas,

de ensino e de pesquisa centrada em uma visão holística e na teoria das

necessidades humanas básicas, com práticas de intervenção que expressem

efetivo compromisso com a melhoria da saúde e com os direitos dos cidadãos;

2 Qualificar profissionais na área da Hepatologia para que multipliquem os

conhecimentos adquiridos nas unidades do projeto nas suas regiões de origem;

3 Atrair jovens profissionais graduados em outras cidades ou regiões do País,

carentes de recursos humanos com habilidades na área da Hepatologia Clinica;

4 Potencializar e aplicar conhecimentos relativos ao método epidemiológico

relacionado à investigação e controle de doenças infecciosas e parasitárias, em

especial aquelas com elevada incidência e prevalência nos diferentes contextos

do país;

5 Potencializar e desenvolver conhecimentos clínicos relativos ao manejo

e tratamento das doenças do fígado e vias biliares;

6 Potencializar e desenvolver conhecimentos relativos ao diagnóstico por

imagem das doenças hepáticas;

7 Potencializar e desenvolver conhecimentos relativos ao diagnóstico

laboratorial, envolvendo a biologia molecular, bem como noções de

histopatologia, das doenças hepáticas;

8 Desenvolver e exercitar o trabalho em equipes multiprofissionais e

interdisciplinares;

9 Fomentar o desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica na

área da Hepatologia, voltada aos interesses regionais, e estimular a formação de

doutores na mesma área;

10 Conhecer e trabalhar em coerência com os princípios e diretrizes do

Sistema único de Saúde.


4. Características gerais

O desenvolvimento da Medicina tem sido vertiginoso nas últimas décadas. A

multiplicidade de conceitos, os avanços tecnológicos, as grandes descobertas em diferentes

setores contribuíram decisivamente para que fossem criadas as Especialidades Médicas. A

partir dos quatro temas clássicos: Medicina Interna, Clínica Cirúrgica, Pediatria, Ginecologia

e Obstetrícia, que recordamos desde as lides acadêmicas onde assistimos ao desmembrar

de novas especialidades com a finalidade de aprimorar a formação específica do

profissional, com atendimento mais adequado ao paciente.

A Sociedade Brasileira de Hepatologia existe desde 1968, tendo cerca de 500

membros em todo o território nacional. Juntamente com a AMB, a SBH já concedeu 122

Títulos de Especialista em Hepatologia e estes profissionais atuam em Universidades,

Hospitais e consultórios, dedicando-se especificamente ao manuseio de doenças hepáticas.

Existe uma demanda reprimida para mais especialistas e constantes pedidos para cursos,

estágios e outros meios de aprofundar conhecimentos e desenvolver habilidades no setor

de doenças do fígado.

A Residência Médica é uma modalidade de ensino de pós-graduação destinada a

médicos, sob a forma de curso de especialização, caracterizada por treinamento em

serviço. É regulamentada no Brasil desde 1977, sendo um complemento à formação do

médico. Corresponde ao melhor caminho para uma preparação técnico-profissional de

elevado padrão, que é imprescindível para as funções assistenciais do jovem médico e

requisito básico para outras atividades, como a carreira docente e a pesquisa. Qualifica um

hospital, qualquer que seja ele. A presença dos residentes estimula os professores e

preceptores, uma vez que é no contato diário entre professor e aluno que está o maior

desafio para todos os que se dedicam ao ensino. E nos referimos não somente aos

conhecimentos técnicos, mas também aos valores humanísticos. Hoje em dia, fazer a

Residência Médica é mandatório para aqueles que desejam a especialização.

O Programa de Residência Médica em Hepatologia Clínica terá duração de 2 (dois)

anos e será realizado em regime especial de treinamento em serviço, com duração de

sessenta horas semanais com o objetivo de gerar, transmitir e difundir conhecimentos,

aplicá-los na formação de profissionais da área de saúde e na prestação de serviços e

orientação à comunidade, visando à prevenção e ao tratamento das doenças hepáticas. O

treinamento é eminentemente prático e objetivo, nos ambulatórios, enfermarias e demais


dependências do hospital, de modo a aprimorar as habilidades técnicas e o raciocínio

clínico, habituando o residente ao contato direto com os pacientes. Pelos dados

apresentados acima fica claro que a demanda por especialistas na área de Hepatologia é

expressiva com tendência a grande crescimento nos próximos anos. As melhores chances

de cura para as doenças do fígado residem na detecção precoce e no tratamento e

acompanhamento adequados. Esta atividade deve ser exercida por profissionais com

treinamento específico e competência comprovada. O processo mais adequado e aceito

para atingir esses objetivos é o da Residência Médica.

São consideradas atribuições do Residente de Hepatologia da FMT/HVD:

acompanhar pacientes internados no Serviço de Hepatologia da FMT; passar visita médica e

responsabilizar-se pela assistência médica dos doentes internados na enfermaria de

hepatologia sob supervisão; zelar pelo cumprimento das rotinas do serviço; atender nos

ambulatórios de Hepatologia, sob supervisão; participar de procedimentos especializados

na área de Hepatologia; participar de todas as reuniões do Serviço; participar dos plantões

na área de Hepatologia [sobreaviso]; atender as interconsultas na área de hepatologia sob

supervisão; cumprir as determinações da supervisão.

5. Temas prioritários:

1. Metabolismo da bilirrubina e seus distúrbios hereditários

2. Testes de função hepática

3. Métodos diagnósticos por imagem

4. Alterações hematológicas e da hemostasia na doença hepática

5. Doenças vasculares do fígado

6. O fígado na falência circulatória

7. Diagnóstico diferencial das icterícias no adulto

8. Icterícia na infância

9. Icterícia pós-operatória

10. Colestase

11. Fígado e gravidez

12. Doença hepática gordurosa não alcoólica

13. Insuficiência hepática fulminante

14. O fígado e as infecções


15. O fígado nas parasitoses

16. Esquistossomose hepática

17. O Fígado e a Síndrome da imunodeficiência adquirida

18. Fígado e drogas

19. Doença hepática alcoólica

20. Hepatite pelo vírus A, B, C, D, E

21. Hepatite por outros vírus

22. Hepatite autoimune

23. Doença de Wilson

24. Hemocromatose

25. Deficiência de alfa-1-antitripsina

26. Doenças metabólicas na Infância

27. Colangite esclerosante primária

28. Cirrose biliar primária

29. Cirrose hepática

30. Hipertensão portal

31. Ascite

32. Síndrome hepatorrenal

33. Síndrome hepatopulmonar

34. Peritonite bacteriana espontânea

35. Encefalopatia hepática

36. Nódulos benignos hepáticos e lesões císticas

37. Tumores primitivos do fígado

38. Tumores secundários do fígado.

39. Litíase biliar

40. Transplante hepático

6. Atividades

O médico residente ao estar inserido no programa de residência médica em

hepatologia deverá ter além da capacidade de estabelecer o diagnóstico de uma doença

hepática, utilizar métodos diagnósticos adequados, planejar e estabelecer uma investigação

clínica e laboratorial, articulando sua ação com a de outros profissionais da atenção básica


ou aqueles que atuam em serviços de maior complexidade (laboratório, patologia, imagem

e cirurgia). As atividades recomendadas que os residentes devam desenvolver durante o

período do treinamento são:

Atividades assistenciais:

Ambulatorial [Hepatologia Geral, Nódulo Hepático]:

Os pacientes serão atendidos na sala 41 do ambulatório da FMT/HVD, sala de

hepatologia. Inicialmente será realizada uma pequena reunião com o preceptor do

ambulatório, quando serão discutidas normas e rotinas para o atendimento e quais os

pacientes serão atendidos. O atendimento deverá começar impreterivelmente até as

07:30h, devendo o residente estar vestindo jaleco com identificação do serviço e o nome

do residente.

Primeira consulta: Refere-se ao primeiro atendimento do paciente. Este tipo de

consulta é agendado através da enfermeira/triagem do serviço.

Reconsulta: Atendimento posterior à primeira consulta, em determinada agenda.

Interconsulta: é o atendimento a paciente internado em enfermaria em conjunto

com outros especialistas e residentes do leito.

Atendimento pós-alta hospitalar: Consulta que deve ser marcada quando o

paciente tiver alta hospitalar. Essa consulta só pode ser solicitada pela especialidade em

que o paciente internou ou foi atendido durante sua internação.

Registro de consultas: Todo atendimento ambulatorial deve ter, obrigatoriamente,

sua evolução registrada no prontuário eletrônico. Através do prontuário é possível

pesquisar os exames realizados, solicitar novos exames, solicitar atendimento a outra

especialidade (interconsulta), pesquisar evolução de consultas realizadas anteriormente,

marcar reconsultas, fazer atestados, prescrições, laudos médicos e o documento de alta

ambulatorial.

Enfermaria: Será realizado avaliação nas enfermarias masculina, feminina,

pediatria, dermatologia, pronto atendimento e UTI de pacientes portadores de hepatopatia

aguda ou crônica, coinfectados ou a partir do quarto mês de residência.

As interconsultas serão realizadas pelo residente e discutidas com oresidente e

preceptor do leito juntamente com seu preceptor de residência.


As normas e condutas serão discutidas com a supervisão em acordo com os

principais Guidellines.

O residente deverá manter atualizada a base de dados (Livro de Registros) da

hepatologia dos pacientes internados (interconsultas) e em acompanhamento ambulatorial

(Prontuário Eletrônico e Protocolos de Pesquisa quando houver). Encaminhar os pacientes

que estavam internados e que receberam altas como prioridade de atendimento no

ambulatório de hepatologia no dia seguinte à alta.

Deverá realizar periodicamente relatórios [metodologia científica com revisão

bibliográfica atualizada] e revisão de prontuário quando houver [espelho de exames

devidamente preenchidos] nos casos de óbito, para apresentação e discussão na sessão

clínica da patologia como sessão de verificação de óbitos nas reuniões de sexta feira as

11h.

Deverá realizar relatórios [metodologia científica com revisão bibliográfica

atualizada] das sessões clínicas das sextas feiras.

Deverá encaminhar sempre que possível para necropsia os óbitos sob a

responsabilidade da hepatologia e nesses casos acompanhar a necropsia juntamente com o

patologista sempre que possível.

Deverá realizar procedimentos diagnósticos e terapêuticos dos pacientes internados

e daqueles em atendimento ambulatorial, juntamente com o supervisor ou com a

preceptoria da residência.

Deverá em caso de ausência da preceptoria e ou supervisão tomar conduta e

notificar o caso para a preceptoria e ou supervisão assim que possível sempre embasada

nos principais Guidellines da especialidade e na rotina do atendimento.

Atividades Didáticas e de Pesquisa em hepatologia:

O residente participará de todos os projetos de pesquisa da hepatologia em

andamento ou que iniciarem durante o período da residência contribuindo com anotações,

revisões de prontuários e atendimentos.


7. Características da Residência em Hepatologia:

7.1 Características gerais:

Duração da Residência em Hepatologia: 24 meses

Pré-Requisito para o candidato participar do programa de residência médica em

hepatologia da FMT/HVD [PRG-RH]: Profissional médico com 3º ano concluído de

residência médica credenciada pela CNRM em infectologia, gastroenterologia ou clínica

médica.

Número de vagas: Duas vagas (02).

Folga semanal: 01

Período de Férias: Outubro/Novembro do ano de ingresso e Dezembro/Janeiro do

ano subsequente ao ingresso no PRG-RH da FMT/HVD.

Estágio opcional: No segundo de residência [atividade de campo em Coari ou

atividade clínica em hepatologia no Hospital Clinic de Barcelona], com data do estágio a

combinar de acordo com a disponibilidade das Instituições parceiras do PRG[RH/ FMT/HVD.

7.2 Requisitos para o credenciamento:

A Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMTAM), fundada na década de 70,

é uma instituição de Assistência, Ensino e Pesquisa, localizada na cidade de Manaus (AM),

referência na área de doenças infecciosas e parasitárias. Dispõe da seguinte infraestrutura

para o atendimento assistencial dos pacientes: ambulatórios especializados, contemplando

o acompanhamento hematológico, bioquímico, sorológico e molecular das Hepatopatias

agudas e crônicas, gerências especializadas, unidade de internação com 102 leitos, com

unidade de terapia intensiva, isolamentos e unidade para realização de procedimentos

diagnósticos e terapêuticos invasivos.

Possui um pronto atendimento para as urgências e emergências e um hospital dia

capaz de atender pacientes em acompanhamento ambulatorial a fim de receber medicação

e suporte terapêutico sem necessidade da internação. Possui uma biblioteca com acervo

bibliográfico histórico da Região Amazônica e aqueles requeridos pela bibliografia do PRG-

RH. Possui programas de Pós-graduação em Residência Médica, Mestrado e Doutorado em

DIP com conceito e produção bibliográfica reconhecida pela comunidade científica nacional

e internacional.

Casuística da FMT/HVD: A FMT/HVD atende mensalmente em seu ambulatório de

hepatologia aproximadamente 700 consultas mensais o que representa 8400 atendimentos

por ano. Destes atendimentos as hepatopatias crônicas de natureza viral contemplam a


base etiopatogênica da maioria dos atendimentos, sejam de portadores inativos, doentes

com sinais de atividade necroinflamatória às formas terminais da doença hepatocelular

fibrogênica com ou sem carcinoma hepatocelular. As doenças infecciosas estão incluídas

entre as principais causas de óbito da Amazônia Ocidental, sendo as hepatopatias de

natureza viral uma das doenças de maior ocorrência, inclusive nas formas fulminantes.

Aproximadamente 10% das causas de óbito no Amazonas, estão relacionadas de alguma

forma com a infecção por vírus hepatotrópico.

Parcerias e convênios: A FMT/HVD tem parcerias e convênios com Instituições

Estaduais, Nacionais e Internacionais referências na Assistência, Ensino e Pesquisa na área

de Hepatologia aprovados pela COREME/ FMT/HVD.

7.3 Corpo clínico:

Corpo clínico: Tem um corpo clínico formado por médicos participantes do PRG-RH

atuantes na área de Hepatologia com Mestrado, Doutorado e ou Especialidade comprovada

para atuarem com preceptores do PRG-RH e colaboradores de diversas áreas que irão

contribuir para a formação do médico residente, conforme especificado abaixo:


Corpo clínico da Residência de Hepatologia

Nome Especialidade Titulação Atividades

Flamir da Silva Victoria

Especialista em Gastroenterologia pela Federação Brasileira de gastroenterologia

Doutorado em Biotecnologia

Preceptoria de interconsultas de pacientes internados nas enfermarias; Preceptoria do ambulatório de Hepatologia;

Preceptoria dos seminários:

Marilu Barbieri Victoria

Especialista em Infectologia

Doutorado Biotecnologia

Preceptoria de interconsultas de pacientes internados nas enfermarias; Preceptoria do ambulatório de Hepatologia;


Paulo Ferreira Especialista em Infectologia


Preceptoria de procedimentos no Hospital-dia;


Franklin Simões


Mestrado em

Infectologia

Preceptoria do ambulatório de co-infectados;



Colaboradores da Residência de Hepatologia

Nome Especialidade Titulação Atividades

Adriana Malheiros

Bióloga Doutorado em

Imunologia


Orientação em projetos de pesquisa.

Jorge Leão Especialista em Radiologia

Doutorado em

Infectologia

Preceptoria de sessões de discussão de casos em

Radiologia/Ultrassonografia.

Adelaide Portela Especialista em Oncologia

Especialista

Preceptoria de sessões de discussão de casos em

Oncologia hepática.


Sidney Chalub

Especialista em Cirurgia oncológica

Doutorado

Preceptoria de sessões de discussão de casos em cirurgia oncológica hepática;


Leonardo Simão Especialista em cirurgia abdominal

Especialista

Preceptoria de sessões de discussão de casos em cirurgia hepática;


Walquir Silveira Especialista em Nefrologia

Especialista

Preceptoria de sessões de discussão de casos de pacientes hepatopatas;


Pablo Jose Santos

Especialista em Medicina Intensiva

Especialista

Preceptoria de sessões de discussão de casos em Hemodinâmica/hepatologia


Rodrigo Leitao Especialista em Hematologia

Especialista

Preceptoria de sessões de discussão de casos em Hematologia/he´patologia;



8. Obrigações, direitos e deveres dos residentes de hepatologia

8.1 Atividades

As atividades iniciarão com o módulo de ambulatório nos períodos da manhã e da

tarde, durante os 03 primeiros meses, a fim de que o residente se familiarize com os

protocolos da hepatologia. Na sequência, no período da manhã, o residente passará a

frequentar as enfermarias, realizando interconsultas e assessorando residentes da

infectologia, da pediatria e da dermatologia sempre que solicitado (a) na condução dos

casos de hepatologia internados no Hospital.

No período da tarde o mesmo fará o ambulatório de hepatologia geral, coinfecção

(HIV/hepatites) e hepatologia infecciosa.

Participará na quarta-feira das sessões anátomo-clinicas do hospital e sempre que

convocado apresentará um caso.

Todas as sextas terá a revisão bibliográfica onde o residente apresentará um artigo

em formato de power point com análise crítica das metodologias utilizadas e resultados

obtidos, baseada na metodologia SWOT (strengths, weaknesses, opportunities, threats). O

artigo será referenciado pelo orientador da revisão.

Uma vez no mês (última quarta-feira) o residente participará de uma reunião com

especialistas em hepatologia, cirurgia, oncologia e imagenologia para apresentação e

discussão de casos de nódulo hepático.

No segundo ano o residente poderá realizar um mês de estágio optativo em serviço

conveniado a escolher, após aprovação pela COREME em Serviço conveniado com a

Instituição.

8.2 Avaliação:

O residente será avaliado baseado nos seguintes critérios: Interesse, Desempenho,

Ética e Frequência [IDEF]. Nesta avaliação será utilizada a modalidade de desempenho por

escala de atitudes, que incluem atributos tais como: comportamento ético, relacionamento

com a equipe de saúde e paciente, interesse pelas atividades e outros a critério da COREME

da instituição;


Será também avaliado pelo seu desempenho nos seminários técnico-científicos e

através de prova teórico-prática formal do programa de residência ao final de cada

semestre.

As avaliações teóricas serão realizadas em agosto/2016, fevereiro/2017,

agosto/2017 e fevereiro/2018.

As avaliações práticas vão ocorrer através dos seminários semanais gerando uma

média aritmética das notas ao final de cada semestre.

A nota semestral será a soma da nota teórica + a nota prática dividida por dois.

Ambas terão o mesmo peso.

8.3 Trabalho de conclusão de curso:

Até o mês de abril o residente deverá encaminhar para a COREME após discussão

com o supervisor do programa, seu projeto de trabalho de conclusão de curso (TCC)

indicando a proposta de tema, nome do orientador e co-orientador (se for o caso).

Em novembro do ano seguinte será a data limite para a entrega do TCC/Trabalho

para publicação (aceite) para análise da COREME.

8.4 Férias:

O médico residente tem direito a 30 (trinta) dias consecutivos de férias por ano, não

sendo permitido o acúmulo do período de férias para o ano seguinte. Não será permitido o

fracionamento das férias, em dois períodos de 15 (quinze) dias. Não é permitido que dois

ou mais residentes entrem de férias num mesmo período. O pedido de férias deve ser feito

com antecedência mínima de 30 (trinta) dias e deve ser aprovado pela supervisão da

residência médica e pela COREME.

8.5 Liberação para eventos científicos:

Cada residente terá direito a participar de até dois eventos por ano. Não será

permitida a liberação de mais de um residente ao mesmo tempo, devendo permanecer um

(01) residente no serviço.

Todos os pedidos de liberação deverão ocorrer com antecedência mínima de 30

(trinta) dias e deve ser aprovado pela supervisão da residência e pela COREME.


8.6 Estágios em outros serviços:

Cada residente tem o direito de participar de até dois estágios em outros serviços.

Os estágios deverão ocorrer somente no segundo ano em Serviço conveniado com a

FMT_HVD. A solicitação deverá ocorrer com antecedência mínima de 90 (trinta) dias e deve

ser aprovado pela supervisão da residência médica e pela COREME. Os residentes devem

realizar um portifólio com as atividades realizadas e este deve ser apresentado após

retorno em data a ser programada.

8.7 Assiduidade:

Os residentes deverão comparecer de segunda à sexta-feira na DEPOG para

assinatura diária do livro ponto.

Os residentes devem comparecer às atividades obedecendo o horário com uma

tolerância máxima de 15’ de atraso. O atraso deve ser excepcional e atrasos sistemáticos

serão interpretados como intencionais.

Ausências não justificadas e atrasos acima de 15’ serão interpretados como falta.

Todas as faltas serão encaminhadas à COREME para que sejam tomadas as devidas

providências administrativas.

O residente deverá usar sempre sapato fechado, jaleco com a identificação do

serviço e o nome do profissional além de crachá institucional.

8.8 Representante na COREME

Um dos residentes da hepatologia (quando houver R2 será sempre este) deverá

representar o corpo discente nas reuniões ordinárias, com direito a voto. Os outros podem

participar como ouvintes e podem apresentar pautas para a apreciação sempre que houver

necessidade ou interesse.

9. O QUE ESPERA-SE DO RESIDENTE AO FINAL DO 10 ANO:

Aprimorar o conhecimento e habilidades quanto ao raciocínio clínico e

diagnóstico das doenças do fígado;

Conhecer e interpretar os principais aspectos epidemiológicos, demográficos e

socioeconômico-culturais que interferem nas doenças hepáticas da região;

Capacitar no diagnóstico e tratamento das principais intercorrências clínicas do

paciente hepatopata;


Realizar exame físico de maneira adequada e meticulosa em um paciente

hepatopata;

Diagnosticar e tratar as complicações clínicas mais frequentes em hepatologia;

Desenvolver habilidades quanto a realização dos procedimentos em hepatologia;

Desenvolver conhecimentos relacionados a responsabilidade ética e profissional.

10. O QUE SE ESPERA DO RESIDENTE AO FINAL DO 20 ANO:

Saber interagir com médicos de outras especialidades de forma a dar

contribuições na área da hepatologia;

Participação em um caso mensal no programa de nódulo hepático;

Realizar procedimentos invasivos de baixa complexidade em hepatopatas;

Realizar biópsia hepática;

Saber interpretar uma lâmina de biópsia hepática adequadamente;

Auxiliar no aprendizado do R1 e dos acadêmicos de medicina;

Ter conhecimento de metodologia científica básica;

Saber realizar leitura crítica de um artigo científico;

Elaborar Protocolos Clínicos das principais hepatopatias.


11. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES

Março a maio Junho a fevereiro

Segunda/manhã 7-11h Ambulatório de Hepatologia Geral 11-12h Discussão de casos

7-11h Interconsultas de enfermaria 11-12 Discussão de casos

Segunda/tarde 13-16h Ambulatório de Hepatologia Geral 16-17h Discussão de casos

13-16h Ambulatório de Hepatologia Geral 16-17h Discussão de casos

Terça/manhã 7-11h Ambulatório de Hepatologia Geral 11-12h Discussão de casos

7-9h: Interconsultas de enfermaria 9-11h Ambulatório de Hepatologia Geral 11-12h Discussão de Casos

Terça/tarde 13-16h Ambulatório de Co-infecção 16-17h Discussão de casos

13-16h Ambulatório de Co-infecção 16-17h Discussão de casos

Quarta/manhã 7-11: Ambulatório de nódulo hepático 11-12: Sessão anátomo-clínica

7-9h Interconsultas de enfermaria 9-11h Ambulatório de nódulo hepático 11-12h: Sessão anátomo-clínica

Quarta/tarde 13-16h Ambulatório de hepatologia geral 16-17h Discussão de casos

13-16h Ambulatório de hepatologia geral 16-17h Discussão de casos

Quinta/manhã 7-9h Interconsultas de enfermaria 9-12h Procedimentos em Hepatologia no hospital-dia

7-9h Interconsultas de enfermaria 9-12h Procedimentos em Hepatologia no hospital-dia

Quinta/tarde 13-16h Ambulatório de hepatologia geral 16-17h Discussão de casos

13-16h Ambulatório de hepatologia geral 16-17h Discussão de casos

Sexta/manhã 7-11h: Ambulatório de Hepatologia Geral 11-12h: Revisão bibliográfica

7-9h: Interconsultas de enfermaria 9-11h: Ambulatório de Hepatologia Geral 11-12h: Revisão bibliográfica

Sexta/tarde Folga Folga

Obs: Mês de janeiro = férias


11. CRONOGRAMA DAS REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS DE HEPATOLOGIA – SEXTA-FEIRA 11H

Nr Assunto Preceptor Data

1 Apresentação Flamir Victoria MD, PhD Marilu Victoria MD, PhD

1/3

2 Imunologia das hepatites virais, A,B,C,D,E Adriana Malheiros BC, PhD 18/3

3 Alterações hematológicas e da Hemostasia na doença hepática

Rodrigo Leitão MD 8/4

4 Metabolismo da Bilirrubina e seus Distúrbios Hereditários;

Flamir Victoria MD, PhD 15/4

5 Doenças vasculares do fígado (TVP, SBC) Nelson Fragii, MD PhD ou Leny Passos, MD PhD

29/4

6 O fígado na falência circulatória. Pablo Santos, MD 20/5

7 Testes de Função Hepática Paulo Ferreira, MD 10/6

8 Diagnóstico diferencial de Icterícias Flamir Victoria MD, PhD 17/6

9 Diagnóstico histopatológico das hepatopatias Luiz Ferreira, MD PhD 24/6

10 Métodos Diagnóstico por Imagem (1) Jorge Leão, MD, PhD

11 Métodos Diagnóstico por Imagem (2) Leomar Itotuzi, MD

12 Colestase Leonardo Simão, MD

13 Insuficiência hepática fulminante Marilu Barbieri Victoria, MD PhD

14 Hepatite A,E Franklin Simões, MD, MsC

15 Hepatite B, D Paulo Ferreira, MD

16 Hepatite C Flamir Victoria MD, PhD

17 Hepatite por outros vírus Franklin Simões, MD MsC

18 Hepatite Auto-Imune Ana Paula Bromberg, MD

19 Doença hepática alcoólica Flamir Victoria MD,PhD

20 Fígado e drogas Marilu Victoria MD, PhD

21 Icterícia pós-operatória Sidney Shalub MD, PhD

22 Litíase biliar Leonardo Simão, MD

23 Icterícia na infância Adriana Taveira MD,

24 Doença Metabólica na Infância Ana Paula Bromberg, MD

25 Fígado na gravidez Iran Praia MD

26 Doença hepática gordurosa não alcoólica Marilu Victoria MD, PhD

27 Fígado nas parasitoses Paulo Ferreira, MD

28 Esquistossomose Franklin Simões, MD MsC

29 Fígado nas infecções Marilu Victoria MD, PhD

30 Fígado e HIV Franklin Simões MD MsC


31 Doença de Wilson, Hemocromatose e Deficiência de Alfa1 Antitripsina

Vania Gadelha, MD

32 CEP/CBP Leonardo Simão, MD

33 Cirrose Hepática Flamir Victoria MD PhD

34 Hipertensão Portal Sidney Shalub MD PhD

35 Ascite/PBE Marilu Victoria MD, PhD

36 Síndrome hepatorrenal Walquir Silveira MD

37 Síndrome hepatopulmonar Pablo Santos, MD

38 Encefalopatia hepática Gisele MD, Lurdes Galvao MD

39 Nódulos Benignos e Lesões Císticas do fígado

Sidney Shalub MD, PhD

40 Tumores primitivos Wilian Fuzita, MD

41 Tumores Secundários do fígado Adelaide Portela, MD

42 Tx hepático (1) Sidney Shalub, MD PhD

43 Tx hepático (2) Flamir Victoria MD PhD


12. BIBLIOGRAFIA BÁSICA

Livros texto:

Feldman M, Fridman L, Brandt L;

Sleisenger e Fordtran”s;

Mattos AA,

Correa ED;

Schiff ER,

Sorrell MF & Maddrey CW;

Scherlock S, Dooley J;

Periódicos:

AASLD;

EASL;

GED

SBH;

Hepatology

NEJM

IDSA

fundaÇÃo de medicina tropical dr. heitor vieira … · em hepatologia – 2016 - 2017 supervisor:...

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