funções e significados das festas nas religiões afro

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AS FUNÇÕES E OS SIGNIFICADOS DAS FESTAS NAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS 1 Eduardo P. de Aquino Fonseca* 1. Introdução A análise da literatura clássica sobre as relações entre religiões e festas nos remete imediatamente às idéias contidas em “As Formas Elementares de Vida Religiosa”, de Durkheim. Para este autor, as origens da religião totêmica, estágio mais rudimentar da expressão religiosa da humanidade, encontram-se na experiência dos êxtases que ocorriam nas assembléias tribais. Essas reuniões aconteciam devido à necessidade de fortalecer o sentimento de solidariedade intratribal, os laços sociais, isto é, a coesão do grupo, sendo necessário retroalimentar esses vínculos, que se desgastam com o passar do tempo. Assim, os êxtases vividos nesses encontros suscitavam a idéia de dois mundos: o do 1 Este ensaio é baseado nas conclusões de minha Dissertação de Mestrado em Antropologia, intitulada: O Candomblé é a Dança da Vida. Aflição, Cura e Afiliação Religiosa ao Palácio de Yemanjá , denfendida na Universidade Federal de Pernambuco - UFPE - em 1995. *. Antropólogo, Pesquisador e Coordenador do Núcleo de Estudos Afro- Brasileiros/NEAB - Fundação Joaquim Nabuco

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AS FUNES E OS SIGNIFICADOS DASFESTAS NAS RELIGIES AFRO-BRASILEIRAS1Eduardo P. de Aquino Fone!a"1. IntroduoA an#$ie da $i%era%ura !$#i!a o&re a re$a'(e en%re re$i)i(e e *e%ano re+e%e i+edia%a+en%e , id-ia !on%ida e+ .As Formas Elementares deVida Religiosa/0 de Dur12ei+. Para e%e au%or0 a ori)en da re$i)i3o %o%4+i!a0e%#)io +ai rudi+en%ar da e56re3o re$i)ioa da 2u+anidade0 en!on%ra+-ena e56eri4n!ia do 45%ae que o!orria+na ae+&$-ia %ri&ai. Eareuni(e a!on%e!ia+de7ido ,ne!eidade de*or%a$e!er oen%i+en%odeo$idariedadein%ra%ri&a$0 o$a'oo!iai0 i%o-0 a!oe3odo)ru6o0 endone!e#rio re%roa$i+en%ar ee 78n!u$o0 que e de)a%a+ !o+ o 6aar do%e+6o. Ai+0 o 45%ae 7i7ido nee en!on%ro u!i%a7a+ a id-ia de doi+undo9 o do %ra&a$2o !o%idiano e o +undo a)rado. De a!ordo !o+ o au%or9Comopoderiamexperinciascomoessas, sobretudoquandoserepetem a cada dia durante semanas, no lhe deixarem a convicode que e!etivamente existem dois mundos heterogneos eincompar"veis entre si# $m % aquele no qual arrastamonotonamente a sua vida cotidiana& ao contr"rio, no podepenetrar no outro sem entrar imediatamente em contato com !orasextraordin"rias que galvani'am at% o !renesi( ) primeiro % o mundopro!ano, o segundo, aquele das coisas sagradas *+,-,, p( ./01(Por%an%o0 a re$i)i3o na!eu da 6er!e6'3o da e5i%4n!ia de doi +undo9o 6ro*ano e o a)rado. Ne%e en%ido0 Dur12ei+ ina$i:a 6ara o *or%e $a'o1 E%e enaio - &aeado na !on!$u(e de +in2a Dier%a'3o de ;e%rado e+ An%ro6o$o)ia0 in%i%u$ada9OCandombl a Dana da Vida. Aflio, Cura e Afiliao Religiosa ao Palio de !eman"0den*endida na Uni7eridade Federa$ de Perna+&u!o - UFPE - e+ 1 ai%e.A*e%adedere)ra+en%o0 de6ar%i!i6a'3o0 6or ua7e:0 en7o$7e+%odoo6reen%e0 !o$o!ando-o*ren%e,6o%4n!iade%ru%i7ae!ria%i7adana%ure:a. Se)undo o au%or0 ea !eri+Nnia i%ua+ o 2o+en dian%e de u+uni7ero dea!u$%urado0 onde a e5i%4n!ia !o%idiana - u&7er%ida. Ne%a!a%e)oria+aiori)ina$ e6o$4+i!adeDu7i)naude%3oin!$u8daa*e%a%ri&ai0 a &a!anai da An%i)Midade0 a *e%a de !onu+o de$iran%e0 e%!.A *e%a no %erreiro de Cando+&$- n3o 6oue+ a di+en3o do !aone+ da 7io$4n!ia de%ru%i7a %ra%ada 6or a$)un au%ore. Con%udo0 o&er7a+oa$i0 na6er6e!%i7adeDu7i)naud0 u+quadrodein7er3oeu&7er3odo!>di)oo!iai6ro6or!ionado6e$o%raneedan'a. En%re%an%o0 n3oe%ra%adare!on%i%ui'3oda!u$%uraeda.$in)ua)e+6erdida/ done)rono6ro!eo de e!ra7id3o0 e i+0 da u&7er3o e in7er3o do 6a6-i o!iai.#. As $estas na %iteratura Antro&ol'gia Afro()rasileiraO e%udo an%ro6o$>)i!o da *e%a no !on%e5%o re$i)ioo A*ro-Brai$eiro n3o%4+ re!e&ido a de7ida a%en'3o0 e+&ora !on%i%ua u+a da i+6or%an%e 7ia de4!o+6reen3o do *enN+eno re$i)ioo. A *e%a n3o dei5ara+ de er a&ordada6e$o!$#i!o9 Ra+oB1ria+8%i!adeedeue. De%e+odo0 a+?i!aou7ida e!an%ada 3o%ran*or+ada e++o7i+en%o a)rado0 +o7i+en%o que re+on%a+,ori)en0 %e+6o +8%i!o do deue B!*. Fone!aD 1