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Fraude em taxa de obra leva dono de construtora à prisão Outros quatro suspeitos são detidos em megaoperação da Polícia Civil

Há nove foragidos, entre eles sete diretores de empreiteiras; rombo à prefeitura paulistana chega a R$ 50 milhões EVANDRO SPINELLI ROGÉRIO PAGNAN

A Polícia Civil prendeu ontem o dono de uma construtora, um despachante, um arquiteto e dois consultores suspeitos de participar do esquema milionário de fraudes contra a Prefeitura de São Paulo. A megaoperação tentou cumprir 14 mandados de prisão. Sete diretores de empreiteiras, além de outros dois suspeitos, estão foragidos. Entre eles estão três diretores da Odebrecht, uma das maiores empreiteiras do país: João Lovera, Luciano Fernandes de Melo Mansur e Paulo Baqueiro de Melo. Representantes da empreiteira disseram que já recorreram da ordem de prisão. Dizem que os diretores não têm participação na fraude e que também são vítimas, pois terceirizaram o pagamento da taxa que viria a ser fraudado. O corregedor-geral da prefeitura, Edílson Bonfim, afirma que todos sabiam, sim, do esquema contra o município. "Tivemos confissões de dois donos de construtoras de que o negócio era muito bom e valia o risco. Será que há uma capacidade intelectiva menor entre donos de construtoras, que uns foram enganados e outros não?" Foram presos ontem Orlando Federzoni, despachante, Carlos Rodrigues, arquiteto, Marco Aurélio de Jesus, dono da construtora Marcanni, e Alexandre e Raphael de Oliveira, sócios da Nobre Consultoria -os irmãos se apresentaram à Justiça. O esquema envolve o pagamento de uma taxa, chamada outorga onerosa, para a construção de prédios acima de limites estabelecidos no Plano-Diretor e no zoneamento. Estima-se que entre 2007 e abril de 2011 o prejuízo público tenha chegado a R$ 50 milhões. Após a descoberta da fraude, a prefeitura embargou obras de 42 prédios -três estavam concluídos, um deles tinha até gente morando. Em agosto, a polícia já havia prendido outros quatro suspeitos. São eles Nivaldino Dionísio de Oliveira, dono da Nobre Consultoria e pai dos irmãos presos ontem, sua filha Adriana, o despachante Natali Federzoni e o arquiteto Joel Abrão da Cruz. Adriana e Cruz obtiveram habeas corpus e foram soltos pois a Justiça considerou que não havia risco para uma eventual aplicação de pena em caso de futura condenação. Ambos pagaram fiança. A Corregedoria-Geral do Município diz que há suspeita de envolvimento de funcionários da prefeitura, mas não conseguiu nenhuma prova. O corregedor diz que há outros envolvidos na

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fraude, mas que eles estão sendo preservados porque colaboram com as investigações.

Empreiteiras afirmam que acusações são injustas Empresas dizem que também são vítimas da fraude no pagamento de outorga onerosa para construção de prédios De todos os acusados de envolvimento na fraude da outorga onerosa, apenas a Mesarthin, empresa que tem como sócias as construtoras Odebrecht e Zabo, e a Porte se manifestaram ontem sobre os mandados de prisão. Em nota, a Mesarthin se diz indignada e injustamente acusada da fraude. O dono da Zabo, Gilberto Zaborowsky, e três diretores da Odebrecht –João Alberto Lovera, Luciano Fernandes de Melo Mansur e Paulo Ricardo Baqueiro de Melo- tiveram prisão preventiva decretada e são considerados foragidos da Justiça. A empresa diz que está providenciando pedidos de habeas corpus para seus executivos, "que sempre agiram com total ética, lisura e correção, cumprindo rigorosamente a lei, e colaborando, de forma espontânea, com todas as autoridades". A Porte Construtora informou que seu diretor Marco Antonio Melro está viajando, mas se apresentará à Justiça quando retornar à cidade. A empresa diz que é vítima de um golpe e que a Corregedoria se recusou a receber os documentos que comprovariam essa situação. O advogado da Onoda, Paulo Ricardo Gois Teixeira, não quis se manifestar sobre o pedido de prisão porque o caso está sob segredo de Justiça. Dois diretores da empresa -Jonsely Barbosa Siqueira e Paulo Antunestambém são considerados foragidos. A Folha não conseguiu contato com os donos da Nobre Consultoria –Nivaldino Dionísio de Oliveira e seus filhos Adriana, Alexandre e Raphael-, os despachantes Edna Pereira Garcia e Orlando Federzoni, o dono da construtora Marcanni, Marco Aurélio de Jesus, e os arquitetos Joel José Abrão da Cruz, Carlos dos Santos Rodrigues e Marcos Gusmão Matheus, nem com seus advogados. Ricardo Testa, advogado de Natali Federzoni, que está preso desde o mês passado, disse que seu cliente apenas indicou Natalício para as construtoras Marcanni, Porte e Onoda e que recebeu comissão por isso, sem conhecimento da fraude.

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Projeto facilita transferência de bens ociosos entre unidades da Prefeitura Texto: Priscilla Lopes [email protected]

A Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão (Sempla) lança hoje, por intermédio da Coordenadoria de Gestão de Bens e Serviços (Cobes), o Boletim de Ofertas da Administração (BOA). Esse canal de ofertas tem como objetivo divulgar a relação de materiais permanentes ou de consumo que estejam ociosos, para ser transferidos ou remanejados a outras unidades. A prática das transferências visa a evitar desperdícios, gerando economia de recursos públicos. Além disso, o BOA facilita a integração entre as secretarias e potencializa as ofertas de produtos. Para Eduardo Aulicino, coordenador de Cobes e criador do boletim, “as transferências estimulam a redução do desperdício, a otimização dos recursos e a inserção do conceito de sustentabilidade em toda a rede pública, muito importantes nos dias de hoje”. No projeto estarão disponíveis produtos em bom estado de conservação, divididos em seis categorias: móveis, materiais de escritório, informática, máquinas e equipamentos, veículos e materiais diversos. Para anunciar algum bem ocioso de uma unidade, basta enviar um e-mail para <[email protected]> com a descrição do material, foto em boa resolução, quantidade disponível, endereço e telefone para contato. Conheça mais sobre o BOA e acesse a lista de produtos disponíveis em: <http://www.prefeitura. sp.gov.br/cidade/secretarias/planejamento/suprimentos_e_servicos/boa/index.php?p=31031>.

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Cresce número de carros que transportam uma só pessoa Em 2011, taxa média de ocupação de automóveis é de 1,4, segundo a CET Resultado de outra pesquisa, do Ibope, mostra que número de paulistanos que compram carro cresce ALENCAR IZIDORO RAPHAEL VELEDA

Os carros mais populares costumam ter capacidade para transportar cinco pessoas, mas, na capital paulista, são utilizados quase como motos –e sem ninguém na garupa. Em 2011, a taxa média de ocupação dos automóveis nas ruas pesquisadas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) se limitou a 1,4 pessoa por veículo. Ou seja, a cada cinco carros em circulação nos horários de pico, somente sete pessoas são transportadas. Esse cenário, a partir de monitoramento da CET em seis pontos, das 7h30 às 9h30 e das 17h às 19h, é citado por especialistas como exemplo do mau uso do carro –assim como da falta da cultura da carona por motoristas. A queda foi de 1,49 pessoa por carro (em 2005) para 1,46 (em 2009) e agora para 1,40. Hoje, no Dia Mundial Sem Carro, a CET testará faixas reversíveis para carros com mais de um ocupante para incentivar a carona. Também haverá mais ônibus nas ruas nos horários de pico. PESQUISA Os paulistanos estão comprando mais carros, mas, ao mesmo tempo, sonham com alternativas no transporte público para fugir do trânsito. As conclusões são de uma pesquisa da Rede Nossa São Paulo e do Ibope. Desde 2010, segundo a pesquisa, cresceu de 28% para 38% a proporção de pessoas que compraram um carro nos último 12 meses. Entre pesquisados com renda familiar de dois a cinco salários mínimos, subiu de 52% para 62% a quantidade de pessoas com ao menos um carro em casa, sendo que 23% o usam quase todos os dias. Em 2007, primeiro ano do levantamento, eram 15%. Feita com 805 pessoas, a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais. Apesar do aumento no uso do carro, 60% dos entrevistados disseram que estariam dispostos a trocá-lo pelo transporte público. Em 2010, foram 52% e, um ano antes, 40%. O número sobe para 82% se a transporte fosse "bom". Em 2010, eram 76%.

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RICARDO MELO

Center Morte SÃO PAULO - Atenção freqüentadores de fim de semana de um dos shoppings mais movimentados do país: o governo estadual informa que o preço de sua vida está fixado em 15 centavos. É isso mesmo. Cálculos aproximados indicam que, aos sábados e domingos, cerca de 120 mil pessoas circulam diariamente pelo shopping Center Norte, na Vila Guilherme (SP). Pois bem. O noticiário dá conta de que a Cetesb, órgão da administração paulista, detectou no local níveis de gás metano acima do tolerado. Para Geraldo do Amaral Filho, diretor da repartição, “basta uma faísca” para detonar uma explosão. Meu colega Eduardo Geraque, repórter desta Folha e especialista no assunto, explica-me que o risco de acidentes é maior em depósitos fechados mantidos pelas lojas. Ainda assim, segundo as autoridades, o shopping não tomou as medidas recomendadas. O que decidiu então a Cetesb? Interditar imediatamente o centro de compras ou, pelo menos, as áreas críticas antes que aconteça o pior? Nada disso. Resolveu cobrar uma multa diária de R$ 17.450 enquanto o problema persistir. Divida-se isso pela freqüência de visitantes no fim de semana e teremos os 15 centavos citados no início. Para não dizer que não falei das fl ores: a Cetesb afirma que pode fechar alguns setores “em último caso”. Ou seja, em primeiro caso, a população que se vire.A direção do Center Norte considera que há muito exagero. Bem, se é isso mesmo, o governo estadual é irresponsável ao cogitar uma explosão. A Cetesb retruca e mantém a multa diária, sinal de que, para ela, o perigo continua de pé. Como saber quem tem razão? O negócio é torcer para que nenhuma tragédia aconteça. De todo modo, o episódio ensina muito sobre o valor que nossas autoridades dão à vida dos cidadãos. Esperemos que, desta vez, fique apenas nisso.