fragmentos de alice: livro ilustrado para adultos

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Projeto gráfico e Ilustrações: Luiza Madeira Taves “Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos” São Paulo 2008 diagramação vol explicacao.indd 1 27/5/2008 11:58:02

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Trabalho sobre o livro Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll.

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Page 1: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC

Projeto gráfico e Ilustrações:

Luiza Madeira Taves

“Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos”

São Paulo

2008

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Page 2: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

LUIZA MADEIRA TAVES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

centro universitário Senac – Campus Santo Amaro,

como exigência parcial para obtenção do grau em

Bacharel em Design Gráfico.

Orientadora: Prof. Andrea de Souza Almeida

São Paulo

2008

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Page 3: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

Taves, Luiza Madeira

T232f Fragmentos de Alice: Livro ilustrado para adultos / Luiza

Madeira

Taves -- São Paulo, 2008.

114 f.

Orientadora: Profa. Andrea de Souza Almeida

Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Design Gráfico) –

Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, São Paulo, 2008.

1. Lewis Carroll 2. Livro Ilustrado 3. Adultos I. Andrea de Souza

Almeida (orient.) II. Título.

CDD 700

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Page 4: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

Aos meus pais por sempre me apoiarem.

Ao meu namorado por estar ao meu lado em todos

os momentos.

Aos meus amigos por sempre me apoiarem, em

especial ao Carlos que muito contribuiu para que

esse trabalho acontecesse.

E a minha analista pelas inúmeras conversas sobre

TCC.

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Page 5: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

Agradeço a todos que direta ou indiretamente

estiveram envolvidos nesse projeto.

Agradeço ao pessoal da comunidade do orkut,

“Estudos sobre Lewis Carroll”, que muito me apoiou

e incentivou na realização deste trabalho.

Agradeço a minha orientadora do TCC1 Prof. Célia

Escanfella e a minha orientadora do TCC2 Prof.

Andrea de Souza Almeida.

AGRADECIMENTOS

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Page 6: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

“O livro é um lugar de papel e dentro dele existe

sempre uma paisagem. O leitor abre o livro, vai lendo,

lendo e, quando vê, já está mergulhado na paisagem

(...) Tudo é mentira. Ao mesmo tempo, tudo é verdade,

tanto que após a viagem, que alguns chamam leitura,

o leitor, se tiver sorte, pode ficar compreendendo um

pouco melhor sua própria vida, as outras pessoas e as

coisas do mundo.”

(Ricardo Azevedo - Ilustrador)

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Page 7: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

Resumo

Neste trabalho é feita uma breve reflexão sobre a obra

de Alice no País das Maravilhas, sobre informações referentes a

vida do autor Lewis Carroll que tenham importância para ajudar

na compreenção da história contada no livro.

Após uma reflexão sobre quais seriam as hipóteses para

o processo de migração da obra, do universo da Literatura Infantil

e Juvenil para a Literatura Adulta, percebe-se que há uma série

de fatores que podem servir como influência para esse processo

estar acontecendo.

Alice no País das Maravilhas é uma obra conhecida

por muitos leitores, e excerce grande fascínio em estudiosos de

diversas áreas, matemáticos, educadores, psicólogos, além de

vir consquistando cada vez mais o público adulto. Essas reflexões

tem como objetivo auxiliar na produção do projeto gráfico de

livro Ilustrado.

Um dos objetivos desse trabalho é mostrar que existem

outras formas de se projetar um livro ilustrado fugindo de alguns

padrões, de formato, tamanho, e encadernação.

Palavras - chave: Lewis Carroll; Livro Ilustrado; Alice no País das

Maravilhas; Adultos;

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Page 8: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

Sumário

Introdução.......................................................................................................9-10

1. LIVROS ILUSTRADOS

Falando sobre Ilustração..............................................................................12-17

Ilustração Infantil...........................................................................................18-21

Algumas técnicas utilizadas em Ilustração.................................................22-25

Imagens de Ilustração: Livro Ilustrado......................................26-28

2. LEWIS CARROLL E ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Lewis Carroll e Alice no País das Maravilhas.............................................30-32

Uma Reflexão sobre: Alice no país das Maravilhas e a migração para

a Literatura Adulta.........................................................................................33-35

Análises dos Projetos Gráficos de Alice no País das Maravilhas.......36-64

Considerações finais................................................................65

Panorama das Ilustrações de Alice no País das Maravilhas...............66-71

Ilustrador: Arthur Rackham....................................................72-74

3. DETALHAMENTO DO PROJETO GRÁFICO

Painel Semântico.......................................................................................83-84

Conceito.....................................................................................................85

Estudos do projeto..................................................................................92-100

Conclusão.........................................................................................101-102

Lista de Imagens...............................................................................103-107

Referências........................................................................................108-110

Referências Visuais...........................................................................111-112

Anexo.............................................................................................................113-114

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Page 9: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Introdução

O estudo da obra de Alice no País das Maravilhas,

da vida o autor Lewis Carroll e das análises referentes ao

assunto abordado na história de “Alice”, foram essenciais

para dar início a esse projeto. Tendo por base esses estudos,

outras pesquisas foram realizadas, com intuito de conhecer

mais e melhor o universo da literatura infantil e juvenil,

através do conhecimento de projetos gráficos voltados para

esse público, e também para ter base para projetar para o

público adulto. Análises de projetos gráficos, da obra foram

realizadas com a intenção de entender, o que os designers

e ilustradores pretendiam com cada projeto e como os

projetos se comportam em relação ao público que pretendem

atingir. Essas análises proporcionaram maior contato com as

ilustrações e com os ilustradores dessa obra.

Pesquisas de Campo, em Livrarias como Cultura, Saraiva

Mega Store, Fnac foram essenciais para tomar contato com o

mercado editorial atual de livros ilustrados e não ilustrados.

Outro fator de grande importância para esse projeto, foi o

conhecimento da técnica de ilustrar, através de pesquisas na

internet, em livros portifólio, de ilustradores, e também pelo

contato direto com técnicas de ilustração, experimentação

de algumas técnicas para saber qual ou quais seriam mais

adequadas ao projeto proposto. O contato com ilustrações

atuais e de outras épocas, trouxeram maiores possibilidades e

ampliaram o conceito que inicialmente restringia-se ao Movimento

Surrealista e que evoluiu para utilização de características dos

Movimentos Dadaísta e Futurista.

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Page 10: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Uma pesquisa sobre as editoras que já publicaram o

livro aqui no Brasil, ajudou na escolha sobre para qual editora o

projeto final se adequaria, de acordo com o histórico e filosofia

da editora e também com a proposta do projeto.

Os resultados revelam que Alice no país das Maravilhas

é uma obra que exige do ilustrador, designer ou leitor uma

dedicação maior para entrar de fato nesse universo, e que

não pode ser representada de qualquer forma, exige estudos,

compreensão e a técnica certa que seja mais apropriada para

o tipo de projeto que visa ser feito.

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Page 11: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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1. Livros Ilustrados

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Page 12: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Falando Sobre Ilustração

A seguir duas discussões serão iniciadas, em primeiro

lugar a ilustração dentro da produção literária adulta e em

seguida a ilustração voltada ao público infantil. Essa discussão

sobre ilustração na literatura infantil faz-se necessário, pois o

trabalho parte de análises de projetos gráficos ilustrados para

crianças, para posteriormente, virar um projeto gráfico ilustrado

para adultos, o conhecimento e discussão desses dois tipos de

ilustração auxiliará no entendimento desses dois universos e na

produção do projeto.

A relação entre a ilustração e a palavra escrita

De acordo com o autor, a associação da figura junto ao

texto com o intuito de expressar uma idéia ou um pensamento vem

de muito tempo, tem sua história e sempre provocou suposições,

ainda que permanecendo o impasse, ou que a imagem visual

seria um auxílio para a palavra escrita, ou seja, o texto é

essencial para o entendimento, ou então, que a imagem atingiria

seu objetivo por seus próprios recursos, com seus próprios meios

(LIMA, 1985).

A palavra “ilustrar” sugere um conceito e predispõe

a seguinte idéia: a figura por definição tem a função de

complementar a linguagem escrita, no entanto, a relação entre

ambas, é bastante ampla e complexa. A relação entre a palavra

escrita e a imagem visual, é circunstancial, podendo atuar como

expressão autônoma e suficiente, ou em outro momento, como

dependentes e indispensáveis (LIMA, 1985).

Ainda sob essa perspectiva, ficou evidenciado que em

decorrência de uma virtual integração entre o discurso literário

e a imagem visual, levou o desenhista a dar ênfase no romance,

conto, novela ou crônica, ao caráter narrativo, elucidativo e

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Page 13: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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referencial da ilustração (LIMA, 1985).

Além da ilustração referêncial ao texto, os livros ilustrados

trouxeram um outro tipo de desenho, sem qualquer vinculação

direta com o texto. Tratava-se de ilustrações isoladas, que

tinham como principal objetivo, aprimorar visualmente, o interior

de muitas edições da época. Eram utilizadas principalmente,

separando páginas, ou anunciando capítulos. Para tanto,

alguns ilustradores, recorriam às técnicas como floral, arabesco,

ou mesmo à fantasias de um subtítulo, elemento comum ao

figurativo;um tipo de ilustração com forte tendência decorativa

(LIMA, 1985).

Este gênero de ilustração, não ligada diretamente

ao texto, resultou em variações, que foram desde o arabesco

renascentista, aos modismos da década de 20, passando pelo

tradicional figurativo, um tipo de ornamento, que não se restringiu

ao livro, sendo encontrado também em revistas literárias deste

Figura 01 - Imagem escaneada da “Revista Mundo dos Super heróis”.

período - Década de 20 (LIMA,1985).

De acordo com o autor, as ilustrações podem ser

divididas em diferentes categorias, sendo estas, Ilustração

editorial, Ilustração informativa, Publicidade e Grafismo e TV,

cinema e video. Dentro dessas categorias, existem as subdivisões,

como por exemplo, dentro da Ilustração editorial, existem, as

ilustrações feitas para revistas, para periódicos e livros, e assim

por diante. Cada tipo de ilustração, se subdivide em vários

(COLYER, 1994).

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Page 14: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Como relevância para esse trabalho, especifica-se apenas

a Ilustração editorial, que está relacionada ao tema, livro

ilustrado de Alice no País das Maravilhas.

A ilustração editorial é utilizada para acompanhar

artigos temáticos, para comentar notícias ou para indicar o

conteúdo de um livro. Esta ilustração geralmente se diferencia

da ilustração publicitária, na qual a imagem tem a função

de vender ou promover um produto. Nesse caso, a ilustração

tem o objetivo de reforçar e realçar as palavras escritas que

as acompanham (COLYER,1994, p.62).

A Ilustração editorial tende a estar relacionada com

idéias e comunicar conceitos ao leitor. É um campo em que

se tem produzido algum dos trabalhos de ilustrações mais

inovadores e experimentais (COLYER, 1994, p.62).

Essa revista é especializada no mundo dos super heróis e

por isso, é toda feita de ilustrações, porém cada ilustração

é feita por um profissional diferente, especializado em algum

traço ou personagem. A revista proporciona interatividade com

o leitor, pois o mesmo pode ser o ilustrador da capa, basta

apenas conhecer as técnicas e ser criativo. As ilustrações do

interior da revista variam muito no traço de uma matéria para

outra, que pode ser percebido tanto pela técnica utilizada

Figura 02 - Imagem escaneada da “Revista Mundo dos Super heróis”.

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Page 15: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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para colorir, quanto pela configuração dos personagens.

Todos os ilustradores, procuram sempre manter o traço para

quadrinhos.

Os pontos que chamam mais a atenção nessas ilustrações,

são as cores e as formas. As cores são utilizadas como modo

de destaque dos personagem e os deixam muito reais.

Ilustração para Livro

Há muitas e excelentes ilustrações em capas e contracapas

de livros, sendo esse campo apaixonante e tentador para

um ilustrador. Nesse caso, o ilustrador tem que compor uma

ilustração que não somente seja coerente com o tema do

livro e que instigue o leitor, a ler, mas que também se integre

com o texto básico que indica o título e o autor do livro

(COLYER, 1994, p.70).

A ilustração tem importante papel em um projeto

e pode determinar a mudança de aspecto do projeto:

a ilustração de capa, de livro, dá aos leitores um conjunto

de expectativas sobre o que vão encontrar no interior de

suas páginas, a ilustração em uma revista combina o que há

nas matérias do interior da edição com o que há na capa.

A ilustração também pode estabelecer ou manter uma

identidade: através do trabalho contínuo de um ilustrador ou

de uma equipe de ilustradores, podem atribuir a um produto,

até então desconhecido, uma imagem poderosa e reconhecida

(COLYER,1994 p.22).

Essas ilustrações, ambas em capas de livros são configuradas em

diferentes linguagens, de acordo com a história que se passa

no interior do volume e também com a intenção do ilustrador

em passar ao leitor seu conteúdo. Cada ilustração possui

peculiaridades, a capa do livro do Harry Potter por exemplo,

possui uma linguagem que foi desenvolvida desde os primeiros

volumes da série, o traço se mantém ao longo dos volumes,

variando apenas as cores e a configuração do personagem,

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Page 16: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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como por exemplo, no quarto volume, o desenho que caracteriza

o personagem principal é diferente do que caracteriza esse

mesmo personagem no sétimo e último volume, isso acontece

por que nessa história há a necessidade de seguir a ordem

cronológica dos acontecimentos, por isso que o personagem

aparece mais velho no último volume.

O mesmo não acontece com os livros da série arte para crianças,

cada volume é caracterizado pela imagem referente a história

contada no livro, nessa imagem do Arteiro e o Tempo, de Glauco

Figura 04 - Capas dos Livros de Harry Potter

Figura 05 - Imagem escaneada do livro “O Arteiro e o tempo” - Glauco Rodrigues

Figura 06 - Imagem escaneada do livro “O Arteiro e o tempo” - Glauco Rodrigues

Figura 03 - Imagem escaneada do livro “Harry Potter e as Relíquias da Morte” - Mary grandPré

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Page 17: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Rodrigues por exemplo as principais características observadas

são as cores fortes empregadas na capa e no miolo e também

as imagens das pessoas que aparecem ao longo de toda a

edição, pois é uma história que fala sobre uma das relações

fundamentais do homem e do artista em especial: o tempo.

As ilustrações em periódicos geralmente vem acompanhadas

de uma matéria anterior, elas possuem a função de ilustrar o

que aparece na matéria. No caso da imagem 07, a ilustração

aparece acompanhando o nome

do periódico “Sunday Times”, e

na ilustração 08, acompanha a

matéria, “Paz para o Mundo” , ás

vezes podem vir em formato de

quadrinhos, como em charges.

Figura 07 - Imagem escaneada do livro “Como encargar ilustraciones” - Martin Colyer

Figura 08 - Imagem escaneada do livro “Como encargar ilustraciones” - Martin Colyer

Essas ilustrações geralmente vem acompanhadas de uma matéria

anterior, elas possuem a função de ilustrar o que aparece

na matéria. No caso da imagem 07, a ilustração aparece

acompanhando o nome do periódico “Sunday Times”, e na

ilustração 08, acompanha a matéria, “Paz para o Mundo” , ás

vezes podem vir em formato de quadrinhos, como em charges.

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Page 18: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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A Ilustração na Literatura Infantil

De acordo com Panozzo e Ramos (2004), antes do surgimento

da escrita, as estórias eram narradas por uma espécie de

“contador”, uma pessoa que tinha o poder de dar vida ao

fato. Com o surgimento da escrita, as narrativas orais foram se

tornando cada vez menos comuns, ocorrendo um distanciamento

entre o texto e o leitor.

Enquanto antigamente o contador mantinha contato

direto com o ouvinte, com o advento da escrita, essa situação de

mediador é substituída por aspectos visuais como o planejamento

gráfico e mais especificamente, a ilustração (PANOZZO, RAMOS,

2004).

A revolução industrial do século XIX marca o

desenvolvimento da qualidade gráfica dos livros voltados

para o público infantil. Antigamente as ilustrações e imagens

que acompanhavam os textos, tinham a finalidade de enfeitar,

esclarecer, ilustrar e informar para educar e propiciar prazer

estético. Porém esse caráter vem sendo alterado ao longo dos

anos. As imagens produzidas para a literatura infantil passam

a ganhar um caráter artístico tanto pela qualidade estética

quanto pela manifestação cultural. Além dessas características a

ilustração se posiciona como parte integrante das manifestações

da linguagem visual, instalando-se no texto.

A ilustração convive e faz parte do contexto da história

da arte. Ela é um objeto de reprodução e está inserida em uma

indústria cultural. Interrelaciona-se com outras linguagens, transita

em um espaço multifacetado. Dialoga com o verbal, mas pode

utilizar recursos advindos do cinema, da pintura,dos quadrinhos.

Pertence a um período em que diferentes manifestações artísticas

interagem, se interpenetram. Não há, ou não deveria ter, mais

a divisão preconceituosa em arte maior e menor, nem a divisão

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rígida de categorias artísticas.Picasso, Matisse ou Miro pintam,

produzem cartazes, criam cenários. (MOKARZEL,1998 [online]).

Sobre ilustração

Para Panozzo e Ramos (2004), a ilustração não é

apenas um complemento para o texto, é uma linguagem

própria, que produz sentido, tanto pelo diálogo com o leitor

como pela interação com a palavra. Além de “dar brilho” à

palavra, pertence ao código visual, constituindo diálogo com

outras linguagens.

Em textos destinados ao público infantil e infanto - juvenil

toda e qualquer imagem, pode ser considerada ilustração. O

modo de ilustrar, técnica utilizada, material, suporte, aliado

a um texto verbal constrói o sentido. (CAMARGO,1998 apud

PANOZZO, RAMOS, 2004).

A ilustração pode se tornar um desafio para o leitor quando

não antecipa o significado do elemento textual.

Funções da ilustração

Segundo estudos feitos por Camargo (1995 apud

PANOZZO, RAMOS, 2004 p.04) sobre as funções da ilustração,

inspirados nas funções de linguagem proposta por Jakobson,

as ilustrações podem ser divididas em diferentes categorias

de acordo com a função que as mesmas excessem dentro da

história.

As funções propostas por Jakobson são expressas da

seguinte forma:

a) função referencial, também chamada de

denotativa, está centrada no referente. Tudo o que, na mensagem,

remete aos referentes situacionais ou textuais remete à função

referencial;

b) função emotiva ou expressiva, centrada

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Page 20: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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no destinador (ou emissor) da mensagem, exprime a atitude

do emissor em relação ao conteúdo de sua mensagem e da

situação;

c) função conativa, que se orienta para o

destinatário. Tudo o que, na mensagem, remete diretamente

ao destinatário dessa mensagem destina-se à função conativa,

cujas manifestações mais evidentes são os imperativos e os

vocativos;

d) função fática, centrada no contato (físico ou

psicológico); tudo o que numa mensagem, serve para estabelecer,

manter ou cortar o contato (portanto a comunicação) remete a

essa função, que manifesta, essencialmente, a necessidade e o

desejo de comunicar;

e) função poética, que se centra na própria

mensagem. Ela coloca o lado palpável dos signos. Tudo o que,

numa mensagem, suplementa o sentido da mensagem através

do jogo de sua estrutura, de sua tonalidade, de seu ritmo, de

sua sonoridade, indica à função poética;

f) função metalingüística, centrada no código.

Tudo o que, numa mensagem, serve para dar explicação ou

precisar o código utilizado pelo destinador remete a essa

função. É uma linguagem que fala da própria linguagem.

Como se vê, o lingüista Jakobson caracterizou as seis

funções da linguagem, cada uma delas estreitamente ligada a

um dos seis elementos que compõem o ato de comunicação.

A relação do ilustrador com o texto

É um fato muito comum, na produção do livro de

literatura infantil, existir um produtor do texto verbal (escritor) e

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Page 21: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

21

outro das imagens (ilustrador).

O ilustrador aparece como co-autor da história, quando

cria e recria sentido para o texto, através da seqüência de

imagens. Segundo Brandão ([s.d]), a relação entre o texto e a

imagem está na interpretação que o ilustrador faz da história.

A partir do desenho de ilustração, o profissional pensa em um

projeto gráfico que seja condizente com o todo, deixando os

espaços certos através das páginas. Segundo Azevedo (2004),

um livro que traga desenhos que sejam muito fiés ao texto, só

conseguindo ser óbvios não acrescenta nada às crianças, pois

o que se espera são desenhos que aliados ao texto consigam

ampliar ao máximo o universo de significação do livro como um

todo.

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Page 22: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Técnicas utilizadas em ilustração

A seguir apresenta-se algumas técnicas utilizadas na com-

posição de ilustrações em geral.

Aquarela

A aquarela é uma técnica de pintura na qual os

pigmentos encontram-se dissolvidos em água. Os suportes

usados na aquarela são variados, embora o mais utilizado

seja o papel de alta gramatura. Podem ser utilizados também

plástico, couro, tecido, madeira e tela.

Para exemplificar a utilização dessa técnica, o

ilustrador Rubens Matuck foi escolhido, pois faz trabalhos de

aquarela bem reconhecidos em livros infanto - juvenis.

Figura 09 - Ararajuba - Rubens Matuck

Figura 10 - A baleia corcunda - Rubens Matuck

Observações

O livro A Ararajuba, fala

sobre a avê ararajuba também

conhecida como Jandaia, que

vive no topo das árvores, e

de lá vê o mundo. Assim o

ilustrador, representa as avês e

as árvores através das formas

e cores, sem muita definição, o

mesmo ocorre no livro A baleia

corcunda, que conta a história

da baleia corcunda, desde o

seu nascimento até a sua viagem

para Antártica, dessa maneira

o ilustrador representa a baleia

azul por meio de formas e

cores.

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Page 23: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Figura 11 - Araras na aldeia

araweté - Rubens Matuck

Figura 12 - Rio Negro amazonas - Ru-

bens Matuck

Observações

Apesar da aquarela não ser uma técnica muito utilizada para

trabalhos detalhados, essas ilustrações conseguem através das

cores e pinceladas mostrar detalhes, profundidade e delicadeza.

As ilustrações não trabalham com contornos para definir as

imagens e sim com as cores.

Técnica Mista

A técnica mista consiste na utilização de dois ou mais

tipos de materiais para a construção de uma ilustração, como

por exemplo giz pastel e lápis de cor.

Para exemplificar a utilização dessa técnica,foram

escolhidos vários ilustradores cada um especializado em uma

técnica diferente, para mostrar que a técnica mista pode ser

feita com vários tipos de materiais.

O primeiro exemplo é a técnica que utiliza recorte de

papel e Photoshop para ser feita. Essa técnica é simples, consiste

em criar as imagens através dos recortes de papel e dar o

acabamento no Photoshop, seja de cor ou forma.

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Page 24: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Observações

Nessa ilustração, pode - se obervar que os personagens e as

cores foram criados através dos recortes de papel e o jogo de

luz e sombra foi obtido com sofware.

Figura 13 - Reportagem sobre amigos imaginários (Jornal F. são Paulo) - Daniel Bueno

Figura 14 - ‘O negrinho do pastoreio e outras lendas gaúchas’ - Rodrigo Rosa

Observações

Nessa ilustração oberva-se que as texturas são muito importantes

para a composição do desenho, enfatiza a profunidade do

desenho. O uso das cores é acentuado pela cor original do

papel.

A técnica de lápis de cor é uma das mais comuns ao público

infantil, consiste em utilizar o lápis colorido para ilustrar.

A próxima técnica apresentada é a de lápis pastel

seco sob papel colorido e consiste no ilustrador fazer o desenho

utilizando a cor do papel na composição. Como essa técnica

utiliza o lápis pastel seco, é bem comum perceber a textura nos

traços, pois esse lápis proporciona esse efeito.

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Page 25: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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A próxima técnica consiste em

Colagem e Tinta Acrílica. A tinta acrílica

é sintética e solúvel em água, pode ser

usada em finas ou espessas camadas.

Permite combinações com tinta óleo

e aquarela. Essa técnica consiste em

misturar a tinta acrílica na composição

de colagem.

Figura 15 - mini-exposição ‘Mulheres Perdidas’ - Andréa Ebert

Observações

Nessa ilustração observa-se que o artista

utilizou a cor da tinta como preenchimento

para as áreas sem recortes e utilizou

poucos tons.

Técnica Digital

A última técnica apresentada consiste na ilustração feita

digitalmente, ou seja, produzida com o auxílio de sofwares de

imagens. Os resultados podem ser apreciados tanto em impressão

em papel quanto no ambiente digital.

Para exemplificar esse tipo de técnica, foi escolhida uma

ilustração feita para o universo do RPG, com recursos digitais.

Figura 16 - sem título - sem autoria

Observações

Percebe-se que nesse tipo de ilustração

há uma enorme preocupação com a

composição, a escolha de cores, o traço,

a proporção, nesse tipo de ilustração a

composição do cenário é muito importante,

pois as ilustrações tem tanta importancia

quanto o texto escrito.

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Page 26: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Imagens de Ilustração: Livro Ilustrado

A seguir, algumas imagens de livros ilustrados que

possuem um cuidado especial com a utilização das ilustrações

em seu projeto gráfico. O primeiro exemplo é de um livro francês

Princesses - “Outbliées ou inconnues“, é um livro em capa dura,

com as ilustrações de página inteira ás vezes dividindo o espaço

na página com texto escrito. Nesse caso o projeto gráfico e

Figura 18 - As bicicletas de Belleville

as ilustrações fogem da concepção convencional, pois tudo o

que é representado é muito orgânico,as ilustrações são muito

expressivas, tanto pelo traço quanto pelo uso intenso de cores

quentes e em algumas páginas com cores frias. As ilustrações

desse livro, lembram um pouco o filme “As Bicicletas de Belleville”

que também tinha uma concepção diferente de representação

dos objetos.

Figura 17 - As bicicletas de Belleville

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Page 27: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Figura 19 - Imagem do Livro Princesses Oubliées ou inconnues

Figura 20 - Imagem do Livro Princesses Oubliées ou inconnues

Livro Ilustrado - Princesses - Outbliées ou inconnues - Philippe

Lechermeire, Rebecca Dautremer.

Técnica Mista: Aquarela, Lápis de cor, Colagens.

A escolha desse livro como exemplo se deu pela beleza do

projeto e por ele ser diferente do outro exemplo a seguir, pois

nesse projeto a ilustração é parte da história contada no livro.

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Outro exemplo a ser discutido é o do livro “O Rei Arthur”,

dirigido ao público infanto - juvenil, ele utiliza de um outro tipo

de ilustração, a informativa, ou seja, esse livro é autoexplicativo,

pois enquanto que vai se passando a história, os elementos de

composição da história vão sendo explicados. Por exemplo, no

primeiro capítulo intitulado “ A espada na pedra” a medida que

a história vai sendo contada, mostra-se por exemplo elementos

como o que significa uma “bigorna” ou “ convite ao poder”,

“ruínas”, esses elementos são mostrados através de fotografias

e ilustrações, com o intuito de fazer o leitor entender realmente

sobre o que a história está falando. As ilustrações da história

são trabalhadas através das cores e dos traços como se fossem

pinturas antigas.As ilustrações nem sempre se mantém em uma

página só, ás vezes formam uma paisagem que ocupa a página

inteira, ou só metade dela.Além das ilustrações há também fotos,

mapas e posters, todos os elementos interligados com o que se

passa no livro.

Livro Ilustrado:O Rei Arthur E os Cavaleiros da Távola

Redonda - Rosalind Kerven; ilustrações de Tudor Humphris

- Companhia das Letrinhas

Técnica Mista: Aquarela,Lápis e Fotografia.

Figura 22 - Imagem escaneada do Livro O Rei ArthurFigura 21 - Imagem

escaneada do Livro O Rei Arthur

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2.Lewis Carroll e Alice no País das Maravilhas

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Lewis Carroll e Alice no País das Maravilhas

A seguir, apresenta-se um pequeno texto sobre o autor

de Alice no País das Maravilhas e algumas curiosidades a

respeito de como foi criada a história e também sobre a vida

do autor, relevantes ao entendimento do contexto de “ Alice”.

Charles Lutwidge Dodgson nasceu em 27 de Janeiro de

1832 na cidade de Daresbury, região de Cheshire, Inglaterra.

Sob o pseudônimo, de Lewis Carroll, se tornou escritor famoso

(LORENZO, 2000).

Lewis Carroll era filho de um pastor protestante, homem

culto e severo. Estudou em renomados colégios religiosos e desde

cedo se destacou como aluno brilhante, mostrando grande

interesse por matemática, lógica e palavras. Gostava de

escrever textos nonsense (GARDNER, 2002; LORENZO, 2000).

Em 1854 formou-se em Ciências matemáticas no Christ

Church College, sendo no ano seguinte aceito como professor

daquela célebre Instituição, permanecendo nesse cargo até o

fim da vida (LORENZO, 2000).

Com o seu verdadeiro nome, publicou diversos livros

e artigos sobre lógica e matemática. Com o pseudônimo de

Lewis Carroll, publicou as duas histórias mais conhecidas de sua

carreira, “Alice no País das Maravilhas” (1865) e “Através do

Espelho e o que Alice encontrou lá” (1872) (LORENZO, 2000).

Em 1855, no seu primeiro ano como professor em

Oxford, tornou-se amigo do novo decanto da faculdade, Henry

George Liddell. No ano seguinte, conheceu suas três filhas,

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Lorina Charlotte, Alice Liddell e Edith. Em um dia de verão de

1862, Carroll e seu amigo, o reverendo Duckworth, fizeram

um passeio de barco pelo rio Tamisa com as irmãs Liddell

(LORENZO, 2000 p.10). A menina Alice, sua preferida, tinha

10 anos de idade. Foi nesse passeio que Lewis Carroll inventou

boa parte das Aventuras de Alice, ele as inventava enquanto,

remava e contava para as meninas. A pedido de sua amiga

Alice, Carroll escreveu a história, depois de muitas alterações e

de mostrar o manuscrito a alguns amigos, publicou o texto em

1865 (LORENZO, 2000).

Publicou ainda o poema em oito cantos “The Hunting

of the snark” (1876), o romance “Sylvie e Bruno” (1889) e sua

seqüência, “Conclusão de Sylvie e Bruno (1893), e também em

1889, uma versão adaptada de Alice para o público infantil

(LORENZO, 2000). Não havia suspeitas na época de que os

livros se tornariam clássicos da literatura inglesa. Os livros de

Alice foram escritos sobre forte influência de eventos e costumes

da Era Vitoriana, desconhecidos pelos leitores americanos e

ingleses de hoje.

Muitos dos elementos presentes na obra só poderiam

ser apreciados por residentes de Oxford. Algumas das piadas

só poderiam ser entendidas pela própria Alice (GARDNER,

2002).

Alice no País das Maravilhas é uma história carregada

de sentidos, embora tenha como sua principal característica o

nonsense e os jogos de palavras (GARDNER, 2002). Tem sido

estudada ao longo dos anos, por muitos interessados dentre

eles, filósofos, matemáticos e educadores, atribuindo-lhe uma

série de valores, tais como o lógico matemático, lingüísticos e até

mesmo psicanalíticos (LEITE, 1980).

Alice não é só uma estória de uma menina de 10 anos

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que como toda a criança tem sonhos e desejos. É um universo

fantástico, cheio de personagens intrigantes que fizera dessa

estória, uma das maiores obras de ficção da literatura mundial

(GARDNER, 2002).

Além do enorme talento e interesse que Carroll

demonstrava ter por lógica e literatura, desenvolveu também

uma outra atividade artística, ainda pouco explorada em seu

tempo, a fotografia (LORENZO, 2000). Especializou-se em

retratar meninas, chegando a ser considerado por muitos com

um dos mais importantes fotógrafos do século XIX (LORENZO,

2000 p.10).

Anos mais tarde escreveu Através do Espelho. Abandonou

a fotografia em 1880, pois se recusava a adotar inovações

técnicas, como o uso da película em vez da antiga chapa

fotográfica (LORENZO, 2000 p.11).

Nos seus últimos momentos de vida, Charles Dodgson,

passou a repudiar tudo o que dizia respeito a Lewis Carroll,

recusando-se até mesmo a receber cartas endereçadas a

este nome. Lewis Carroll morreu em 14 de Julho de 1898, em

decorrência de uma bronquite (LORENZO, 2000).

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Uma reflexão sobre Alice no País das Maravilhas

e a migração para a Literatura Adulta

O propósito desse trabalho é iniciar uma discussão,

que justifique a produção de um projeto gráfico ilustrado de

“Alice” para o universo adulto, para isso é necessário discutir a

migração dessa obra para esse universo.

Para entender as possíveis causas dessa migração é necessário

conhecer um pouco mais o universo descrito por Carroll em sua

obra.

Lewis Carroll detinha em seus personagens uma

linguagem nonsense, uma série de paradoxos, alogismos,

enigmas, jogos semânticos, além de imagens do inconsciente.

Sua adoração por matemática, fez com que a obra de Alice

ficasse cheia de elementos lógicos. Além é claro do onirismo

presente na linguagem de Carroll “uma superposição dos

trajetos da realidade e do sonho, o sonho dentro do sonho (...)”

(MENDONÇA, [s.d] p.42).

As obras de Lewis foram tornando-se cada vez mais

importante ao longo dos anos, com grande quantidade de

publicações, peças e teatro, filmes e artigos publicados sobre

a obra e o autor em revistas acadêmicas inglesas e no mundo

inteiro (GARDNER, 2002).

Mais intrigante é o fato de que as obras de Carroll

foram escritas originalmente para uma garota chamada Alice

Liddell de 10 anos, porém com o passar dos anos, as obras

foram ganhando uma dimensão maior, chamando cada vez mais

atenção do público adulto, muito mais que do público infantil

(GARDNER, 2002; MENDONÇA, [s.d]).

O universo Carrolliano exerce grande fascínio sobre

uma série de estudiosos de diversas áreas, justamente porque

é uma linguagem cheia de enigmas e que permite uma série

de interpretações. Podendo ser associada a diversas áreas de

estudos diferentes como por exemplo, “Leituras de Alice no País

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das Maravilhas entre o texto original e algumas versões”.

Assim como chama atenção de estudiosos também

conquista leitores adultos, que se identificam com a história

contada por Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas.

Algumas das peculiaridades presentes nos textos

de Carroll, segundo Martin Gardner (2002 p.vii), podem ser

alusões diretas ao momento vivido pelo autor durante a Era

Vitoriana. Época, na qual era comum as crianças se divertirem

recitando poemas cheios de trocadilhos, paródias de canções e

decorando textos (MENDONÇA, [s.d]).

Outro aspecto comum aos textos de Carroll, é a

linguagem nonsense. Segundo Elizabeth Sewell sua narrativa é

muito mais prosa do que verso. Essencialmente coloquial abstrata

e complexa na sua linguagem. Essa complexidade acaba

produzindo um “excesso de sentido”, característica comum aos

textos de Alice (AMARANTE, [s.d]).

Ainda falando sobre o nonsense presente nas obras de Carroll,

é muito comum haver jogos de palavras e expressões correntes

da Sociedade inglesa, ou ainda fatos referenciados a uma

realidade vivida pelo autor. Dessa forma a conclusão a que

pode se chegar é que “Alice no País das Maravilhas” e “Através

do Espelho e o que Alice encontrou lá”, não podem ser incluídas

na mesma categoria das fábulas e dos contos de fada infantis,

pois segundo Sebastião Uchoa Leite (1980 p.16) “as fábulas e

contos são análogos aos mitos (...), ou seja, as fábulas e contos

de fadas repetem esquemas e protótipos, variando apenas as

histórias. Já as obras de Carroll levam em conta as interferências

históricas na narrativa”.

A personagem Alice passa por diversas situações

em que se discutem problemas de identidade, importantes a

uma menina que está passando da infância para adolescência.

Problemas como: crescer e diminuir faz com que a personagem

se questione o tempo todo sobre seu próprio “EU”, às vezes até

ficando na dúvida de quem é realmente. (MEDONÇA, [s.d]).

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Muitas teorias, já foram escritas como tentativa de

entendimento desse universo de Alice. O autor com base na

teoria junguiana defende em sua tese, que Alice pode ser

comparada ao arquétipo da criança presente no inconsciente

coletivo. Uma heroína que se submete a toda sorte de perigo, à

procura de novas experiências e em busca de um desfecho para

sua viagem (JUNG, 2002 p.155 apud BENEVIDES, 2007).

Mas a questão central é discutir porque um texto

escrito para uma criança, se tornaria alvo de tantos estudos e

teorias relacionados ao universo adulto. Como Carroll, mesmo

despretensiosamente, teria criado uma das maiores e mais

intrigantes obras da literatura mundial (GARDNER , 2002)

Além do livro abordar os “problemas de identidade”,

outro ponto abordado também na história de Alice é a relação

entre o pensamento de cada pessoa em relação ao que as

outras outras pessoas pensam. Uma discussão profunda sobre o

respeito à diferença do pensamento (MENDONÇA, [s.d]). Além

de ser um “belo trajeto pelo mundo dos sonhos que resgata a

realidade.” (MENDONÇA, [s.d] p.43).

Diante desses fatos elencados, a conclusão a

que se pode chegar, é que mesmo Lewis Carroll tendo escrito o

texto de Alice para uma criança, suas características marcantes

o possibilitam de transitar entre dois universos completamente

distintos, o infantil e o adulto. Essa transição vem acontecendo

de forma natural e gradual.

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Análises dos Projetos Gráficos

Visando o desenvolvimento do novo projeto gráfico de

Alice no País das Maravilhas, foi observado que seria necessário

fazer algumas análises, de edições recorrentes dessa obra já

publicadas, para que houvesse uma melhor compreensão dos

elementos de composição de alguns dos projetos gráficos já

editados, para dessa forma criar parâmetros para elaboração

de um novo projeto gráfico, voltado para o público adulto.

Essas análises serão realizadas na sua maioria em

projetos voltados ao público infantil e infanto juvenil, dentre

adaptações e textos integrais, que são a maioria das edições

já publicadas, porém também serão analisadas as duas únicas

edições para o público adulto.

A escolha das edições a serem analisadas.

A escolha das edições a serem analisadas, se deu a

partir de uma pesquisa na internet em sites de livrarias (Saraiva

e Cultura), em bibliotecas públicas (Alceu Amoroso Lima e Cecília

Meireles) e também no Campus da Faculdade Senac, para

fazer um levantamento de algumas das edições já publicadas

do livro Alice no País das Maravilhas no Brasil. Foi observado

que quase todas as edições, são destinadas ao público infantil

e infanto – junvenil, e que a as únicas exceções, são as edições

de Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho e o que

Alice encontrou lá - Edição Comentada da editora Jorge Zahar

de 2002 e a edição Aventuras de Alice no País das Maravilhas

e Através do espelho e o que Alice encontrou lá, feita pela

editora Summus Editorial de 1980, que são voltados ao público

adulto.

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37

A partir dessas informações, foi feita uma busca nas

bibliotecas já citadas, pela edições disponíveis para reprodução

digital, foram encontradas, 11 edições. Dessas 11 edições

foram escolhidas, as que respondiam por um projeto gráfico

ou por uma ilustração diferenciada. Para finalmente serem

analisadas 6 edições com projetos completamente diferentes

entre si. Por fim, serão analisadas as seguinte edições, Alice no

País das Maravilhas – Editora Nacional (1979), Alice no País das

Maravilhas – Edições de ouro (1969), Alice no País das Maravilhas

– Editora Scipione (1992),Alice no País das Maravilhas – Editora

Ática (2006), Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho

e o que Alice encontrou lá - Edição Comentada - Editora Jorge

Zahar (2002), Aventuras de Alice no País das Maravilhas e

Através do espelho e o que Alice encontrou lá - Summus Editorial

(1980) e Alice no País das Maravilhas - Editora Ática (1980).

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Apresentação dos parâmetros de análise

A escolha dos parâmetros que serão utilizados nas

análises dos projetos gráficos, foram extraídos do texto de André

Villas Boas em seu livro O que é o que nunca foi design gráfico.

Como apresentação desses parâmetros, algumas citações serão

utilizadas, para dar ênfase e explicar cada elemento de análise.

Os aspectos que serão utilizados consistem em aspecto formal,

funcional e simbólico.

Em primeiro lugar, a apresentação do aspecto formal,

segundo autor,

um projeto de design gráfico consiste num

todo que é formato tanto por um texto

diagramado e por elementos tipográficos

de mais destaque quanto por ilustrações,

fotos, elementos acessórios como fios, etc.

Ou seja: um projeto de design gráfico é

um conjunto de elementos visuais – textuais

e/ou não-textuais – reunidos numa

determinada área preponderantemente

bidimensional e que resulta exatamente

da relação entre estes elementos.

Num projeto gráfico,os componentes

tipográficos (ou seja, as “letras”), são

tratados com a mesma importância visual

que, por exemplo, um desenho ou uma

foto(...) (VILLAS BOAS, 2003, p.12)

Diante dessa definição, os aspectos formais que serão

utilizados nas análises, consistem num todo entre tipografia,

ilustração/foto, cores, e elementos acessórios. Serão observados,

em todos os projetos analisados, com o intuito de entender se

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esses elementos foram utilizados de maneira a completar

um projeto gráfico infanto – juvenil e se a forma que foram

utilizados é adequada a esse tipo de público destinado.

Para apresentação do segundo aspecto, o funcional, o

autor afirma que,

são peças de design gráfico todos

aqueles projetos gráficos que tem como

fim comunicar através de elementos visuais

(textuais ou não) uma dada mensagem

para persuadir o observador, guiar sua

leitura ou vender um produto (VILLAS

BOAS, 2003, p.13)

Ou seja, nesse item as análises consistem em observar

se os projetos gráficos, através dos elementos de composição

formal, comunicam ao leitor o conteúdo do livro satisfatoriamente,

e se mantém ao longo de todo projeto uma unidade visual.

E para a apresentação do último aspecto, o simbólico, o

autor afirma que,

(...) Torna-se claro que uma peça de

design gráfico tem uma função subjetiva

junto ao usuário que a contextualiza

historicamente como fruto de uma prática

e objeto de uma disciplina específicas

e a distingue do design informacional e

das práticas estritamente estéticas (seja

no sentido artístico ou ornamental) (...)

(VILLAS BOAS, 2003, p.26)

Ou seja, quando o designer projeta uma peça gráfica,

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Page 40: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

40

está colocando em jogo elementos que contextualizem essa peça,

elementos estes que vão traduzir qual o objetivo, e intenção

que a peça terá . A peça é produzida por um motivo, e não

meramente ao acaso, todos as características serão compostas

dentro de parâmetros produzidos pelo designer. Essa peça

gráfica é diferente do design informacional, pois todos seus

elementos, componentes e características foram pensadas para

atingir um público,objetivo,e intenção.

Diante dessa definição, serão observados se os projetos gráficos

das edições analisadas funcionam bem como peças de design

gráfico, através de elementos determinados anteriormente. E

ainda se essas peças de Design Gráfico, possuem algum tipo de

referência à estilos e sensações.

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Análise I

Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll; ilustrações

Darcy Ribeiro, sem nome de quem adaptou - Editora

Nacional (1979)

Tamanho

Formato Aberto: 41,8 X 30,2 cm

Formato Fechado: 20,5 X 30,2 cm

Cores: 4

Aspecto Formal

Os elementos de composição da capa desta

edição estão constituídos de título do livro, dividido em duas

partes, a palavra “Alice” com 8 cm de altura e 20,2 cm de

comprimento,localizada na parte superior da página e o

restante do título “No País das Maravilhas”, no canto inferior da

página, ocupando a distância de 6 cm da borda inferior, com

altura de 1,5 cm. A fonte utilizada no texto inferior é serifada,

na cor fria (rosa), remetendo ao público infantil feminino. O

texto confeccionado na parte superior é composto de fontes

fantasia, com caráter ilustrativo, pois cada letra é composta de

um ou mais elementos.

No centro da página, encontra-se a ilustração da

personagem “Alice”, ocupando a maior área da página, dentro

de um espaço de 12,5 X 20,5 cm, formando um retângulo

central.No canto inferior abaixo do título inferior, aparece o

nome do autor na cor fria (Azul), formando a base do triângulo

que converge para o topo da ilustração e para o “i” do nome

da personagem, direcionando todo o olhar para esse ponto.

As cores de composição do texto “Alice” varia entre

cores quentes e frias, entre tons de azul, verde, roxo, vermelho,

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Page 42: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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cinza e amarelo.

A tipografia parece ter sido feita sob medida para essa edição,

pois comunica ao leitor, elementos da história através das

figuras presentes em cada letra. É uma tipografia adequada

ao universo infantil, por possuir esse caráter de brincadeira está

adequada ao projeto apresentado pois faz uma ponte com a

ilustração central da página, através das figuras e também dos

traços, que em ambas, tanto na ilustração quanto na tipografia,

são extremamente referências ao texto e ao universo infantil. As

cores utilizadas na composição, são análogas, portanto chamam

muito mais atenção quando são utilizadas juntas.Outro elemento

de comunicação entre a ilustração e a tipografia, é o fato, de a

letra “i” estar ligada à cabeça da personagem, como se a fonte,

tivesse sido desenhada junto com a ilustração.

O bloco de texto no interior da edição, é visivelmente

claro e possui uma tipografia adequada a leitura, pois além

de utilizar duas colunas de texto, utiliza uma fonte com serifa e

tamanho aproximado de 14 pt. ideal para leitura de grandes

massas de texto, em livros adequados ao público destinado.

Figura 23 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

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Aspecto Funcional

Observando os elementos de composição da capa, e o

interior do livro, percebe-se que há algumas divergências quanto

as ilustrações,pois a ilustração da capa, possui um traço muito

mais preciso, que as ilustrações presentes no interior do livro.Isso

não se tornaria um problema, se fosse feito propositalmente,

porém não é o caso aqui. A ilustrações internas ainda mantém

a idéia do universo infantil, porém utilizam um outro tipo de

linguagem para se expressar, a colagem e o desenho com

canetinha. A “Alice” presente na capa, não parece a “Alice”

presente no interior do livro. O uso de elementos visuais muito

distintos nesse caso, não favorece o projeto gráfico, pois o deixa

confuso e desconexo da sua intenção inicial.Esse projeto não

mantém uma unidade visual clara entre as partes, exceto em

relação as ilustrações do interior do livro, que são todas feitas

pelo mesmo tipo de técnica e traços semelhantes.

Figura 24 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

Aspecto Simbólico

Diante dessa edição pode-se observar que a há a

utilização de duas linguagens diferentes,uma apresentada na

capa e outra no miolo, pois quando o leitor, abre o livro, o

tipo de comunicação é outro, apesentando a ele outro tipo de

representação do mundo mágico da personagem, completamente

diferente do mostrado na capa.

blocos de texto

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Page 44: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Nessa edição observa-se que há influência do processo de

fotomontagem na criação das ilustrações. Essa influência é bem

simples, pois não há muita sofisticação na criação da ilustração,

é o processo de colagem. Essa edição passa a sensação de ser

um projeto com uma mistura de técnicas em um mesmo projeto.

Como por exemplo, a colagem e o desenho com canetinha.

Passa a sensação de um projeto mais livre e próximo ao universo

descrito na história da personagem.

Técnica: colagens e desenho

Figura 25 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

Figura 26 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

Figura 27 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

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Análise II

Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll; sem nome do

ilustrador, Adaptação de Lúcia Benedetti - Edições de ouro

(1969).

Tamanho

Formato Aberto: 32,5 X 21,5 cm

Formato Fechado: 16 X 21,5 cm

Cores: 4

Aspecto Formal

A capa dessa edição de Alice pode ser dividida em

duas partes, a primeira localizada no superior da página,

contendo o título do livro e as informações sobre Adaptação e

Tradução, na segunda parte, aparecem a ilustração, nome do

autor e o logo da editora.

O maior destaque também fica para o nome da

personagem, que compõe o título do livro. As informações

apresentam-se com o texto centralizado, porém não centralizado

no meio da página.

Na segunda parte a ilustração ocupa quase toda área

da página, com uma área de 4 cm de branco, entre a margem

esquerda e o traço, e 2,7 cm de branco na margem inferior. Um

traço preto separa as duas áreas.

A composição cromática desse layout, não utiliza

grande contraste entre o fundo (marrom claro) e as cores da

ilustração. O traço da ilustração mistura desenho com pintura,

possui um traço delicado e diferente da outra ilustração

analisada, pois suas formas quase não tem contorno, o volume

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é dado pelo preenchimento da cor. Nessa edição a cor tem

um papel fundamental, pois é ela que dá margem ao desenho

da ilustração, apesar dos tons utilizados serem bem próximos

do pastel, ainda assim tem forte influência na composição, pois

chama atenção.

Há também a mistura entre as ilustrações feitas por

John Tenniel e as ilustrações feitas para essa edição.

A tipografia utilizada nessa capa, não possui nenhum

atrativo em especial, é uma tipografia adequada a leitura, e

pouco sofisticada. Não é utilizada cor no título do livro e nem

no nome do autor o que acaba deixando o projeto um pouco

sério demais. O não uso de cor na tipografia, deixa o projeto

muito apagado sem elementos que chamem a atenção exceto a

ilustração.

O marrom do fundo complementa a solidez do projeto

e exata a expressão “triste” da personagem.

Nesse projeto fica evidente, que há problemas na

comunicação com o leitor, além da capa não comunicar a história,

passa uma sensação ao leitor que a personagem era uma menina

triste e acuada, e que não é o caso dessa personagem, que em

diversas situações tem que provar que é capaz de decidir por si

só quais atitudes tomar, e quando tomar.

O bloco te texto nessa edição segue o padrão de

uma coluna larga para grande massa de texto, com uma fonte

com serifa que assemelha-se a Times, proporcionando maior

facilidade de leitura.

Essa edição está mais adequada ao público infanto – juvenil,

tanto pela sua configuração geral, quanto pela grande massa

textual.

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4 cm

2,7 cm

primeira parte

segunda parte

Figura 28 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

Aspecto Funcional

Nesse projeto fica evidente, que há problemas na

comunicação com o leitor, além da capa apresentar leitura

questionável sobre a história, passa uma sensação ao leitor

que a personagem era uma menina triste e acuada, e que não

é o caso dessa personagem, que em diversas situações tem que

provar que é capaz de decidir por si só quais atitudes tomar, e

quando tomar, mostrando sua força e personalidade.

A unidade visual dessa edição está entre a solidez da

capa e a solidez interior do livro. Essa solidez, é o elemento

principal dessa edição, apesar da ilustração ainda tentar

conservar um ponto de descontração com a utilização da cor na

capa, não é o bastante para responder pelo projeto como um

todo.

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Aspecto Simbólico

Observa-se nessa edição há influência das

características do Design Moderno que foram estruturados

na escola da Bauhaus em relação a composição da capa.

O título da edição apresenta-se de uma forma que cria um

bloco geométrico, dividindo a edição entre o título, ilustração,

editora e o resto. Essa edição passa a idéia de que inicialmente

teria sido criada com um propósito estético e posteriormente

tenha sido modificada. Há diferenças tanto no traço da

ilustração da capa como nas ilustrações internas. As ilustrações

do miolo transparecem uma seriedade que não condiz com a

espontaneidade da ilustração da capa.

Ilustrações sérias e de traço rebuscado.Não utilização de cor.

Figura 29 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

Figura 30 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

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Análise III

Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll; ilustrações:

Célia Seybold, adaptação de Nicolau Sevcenko - Editora -

Scipione (1992).

Tamanho

Formato Aberto: 38,5 X 20,6 cm (10 cm orelha capa/

contracapa)

Formato Fechado: 14 X 20,6 cm

Cores: 4

Aspecto Formal

A capa dessa edição é um pouco diferente das demais

analisadas, pois as informações estão dispostas dentro de uma

moldura, uma espécie de janela com os dados. Na margem

superior da página, dentro da moldura, aparece na maioria

das edições dessa série chamada “Série Reencontro”, um

elemento comum a todas as outras edições dessa coleção, uma

ilustração como se fosse feito a traço de lápis de cor.Ainda na

margem superior aparecem centralizadas as informações sobre

o título do livro, o autor, adaptação e tradução e o logo da

editora aparecem quase no centro da página. Abaixo dessas

informações, aparece a ilustração. A área dentro das margens

é dividida pelo limite da ilustração e da área de branco.

Envolta da moldura a cor de predomínio na capa é a

cor fria azul. Há misturas de fontes na composição do layout da

capa, as informações como (trad. adapt. parte do título e nome

da série), são compostos em fontes serifadas. O nome “Alice”

que aparece com maior destaque no título é composto por uma

fonte sem serifa. Há contrastes de quente-frio nessa composição

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Page 50: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

50

(azul-vermelho), que ajudam no equílibrio da composição como

um todo, pois está de acordo com o restante das cores que são

utilizadas.

A mistura de tipográfias, entre fantasia e com serifas,

não interfere no restante da composição, pelo contrário, agrega

valor, pois entre o título “Alice” e o fundo azul existe um contraste

de ritmo, que se caracteriza a partir das linhas horizontais

presentes tano na palavra “Alice” como no fundo, dessa forma

“o ritmo do momento pode ser caracterizado por um conjunto de

sensações de movimentos encadeados, uniformemente contínuos,

ou sequênciais” (FILHO,2003 p. 69).

A ilustração da capa se mantém ao longo do interior da

edição, mantendo os mesmos traços, porém não há utilização de

cor. Mesmo não havendo utilização de cor, a ilustração feita em

preto e branco, possui características muito fortes no traço, na

configuração enquanto desenho e na representação do universo

descrito no livro. Diferente das outras ilustrações analisadas,

essa mantém um caráter fantasioso, que traduzem muito bem

momentos da história.

O bloco de texto do interior da edição, é configurado

é uma coluna larga, e em fonte serifada, assemelhando-se a

Times proporcionando maior leiturabilidade ao leitor. As fontes

utilizadas nos títulos dos capítulos variam ao longo dos capítulos

entre fontes bastão e serifadas. A sequência entre título do

capítulo e ilustração de apresentação de capítulo se intercalam

ora aparecendo o título em primeiro, ora a ilustração. Como não

há utilização de mais de uma cor no miolo do livro, isso acaba

mantendo um ritmo entre os capítulos.

As ilustrações são todas referênciadas por alguma cena

descrita no texto, e mantém um valor tão importante quanto os

elementos textuais, pois retrata através dos traços, a intimidade

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Page 51: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

51

do ilustrador com conteúdo do livro.

Aspecto Funcional

Essa edição possui uma característica muito forte na

sua representação visual, comunicando ao leitor o conteúdo da

história, de uma forma diferente das formas habituais, comunica

ao leitor que a história que vai encontrar pela frente é cheia

de surpresas, é um universo fantastico. Esse é um projeto que

consegue manter a unidade visual entre as partes de composição,

claramente, mesmo fazendo um jogo com as fontes alternadas

dentro do livro.

Aspecto Simbólico

Nesta edição observam-se influências surrealistas na

construção da ilustração. No entanto observa-se também que há

influência da Nova Tipografia, em relação à construção do layout

dentro de grids, juntamente com a utilização de alinhamento.

Apesar de algumas características desse projeto o

tornar pouco espontâneo, a construção das ilustrações nos

mostra que diante de todas as edições já analisadas aqui,

essa foi a que se permitiu mais entrar no universo descrito pelo

autor, as ilustrações nessa edição possuem um peso maior, e

características fantásticas mais ligadas ao texto do autor.

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Page 52: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

52

elemento comum à todas as edições

limite entre área de branco e da ilustração

informações centralizadas

continuidade entre o nome Alice e o fundo azul

Figura 31 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

contraste de ritmo, pelas linhas sequênciais

Figura 32 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

Figura 33 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

Figura 34 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

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Page 53: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

53

Análise IV

As Aventuras de Alice no País das Maravilhas. Adaptação e

ilustrações: Tony Ross - Editora Martins Fontes (2001).

Tamanho

Formato Aberto: 28,5 X 21,5 cm (10 cm orelha capa/

contracapa)

Formato Fechado: 14,5 X 21,5 cm

Cores: 4

Aspecto Formal

A capa dessa edição é dividida em três blocos, de

tamanhos desiguais, o primeiro bloco com altura de 2 cm, o

segundo bloco com 7,5 cm e o terceiro com 13,9 cm. As

informações estão distribuidas dentro desses três blocos, dentro

no primeiro bloco estão as informações sobre a coleção e

volume, no segundo bloco, condensa-se a ilustração, e no terceiro

bloco, as informações como título do livro, nome do autor, trad. e

editora.

As informações consideradas de maior peso, estão na

cor verde e em uma fonte bastão, já as informações sobre a

coleção, autor, adap. estão configuradas em uma fonte serifada,

em preto, configuração mais séria. As cores empregadas

nessa capa assemelham-se ao tons pastel, quase não existe

contraste entre a cor de fundo (bege) e a ilustração.A ilustração

ganha pouco destaque dentro da composição,pois além de

não excercer impacto sobre o leitor, quase não complementa

o universo descrito pela história. O contraste maior ocorre na

quarta capa, pois a cor empregada chama mais atenção. Na

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54

quarta capa, a divisão é feita em quatro partes, a primeira,

fica por conta da ilustração e da pequena massa textual que

a acompanha, a segunda fica por conta da massa textual, dos

outros volumes dessa coleção, a terçeira, é apenas a área de

respiro, e a última é a outra área de respiro.

O interior dessa edição é todo configurado na cor verde,

tanto nos elementos textuais quanto em algumas páginas. As

ilustrações do interior, mantém o mesmo traço que a ilustração da

capa, porém são todas em verde, não são utilizados contrastes,

nem luz e sombra por meio de cores, apenas pelos traços, pouco

sofisticados.

O bloco de texto no interior do livro, é configurado em

uma coluna larga, com uma fonte serifada e com a mesma fonte

utilizada para dar destaque aos elementos textuais importantes

da capa do livro, nos títulos dos capítulos.Uma fonte em verde,

sem serifa, bastão.

1 3

2 4

Figura 35 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

Figura 36 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

Figura 37 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

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Page 55: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

55

Aspecto Funcional

Embora nessa edição do livro, não haja uma comunicação

direta com o leitor, ainda assim mantém uma unidade visual entre

as partes de composição de projeto, através das ilustrações que

mantém o mesmo traço, e da cor empregada em todo o livro, ser

sempre a mesma.

Aspecto Simbólico

Essa edição de Alice no País das Maravilhas, pouco co-

munica ao leitor o universo retratado no livro, pois essa utilização

de tons muito parecidos, remete a uma história, de poucos acon-

tecimentos e monótona. Elementos que na realidade, são opostos

aos retratados pelo autor na história. Ness edição observa-se

um pouco de influência das características do Design Moderno

que foram estruturadas na Escola da Bauhaus, em relação a

presença sutil de blocos geométricos na composição. Em relação

ao projeto temos a sensação, de que houve a intenção de fugir

um pouco do s personagens realísticos, criando deformidades

em alguns traços, mas que não foram concluídos, a sensação de

terror apesar da utilização constante da cor verde no projeto é

muito forte.

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Tamanho

Formato Aberto: 40,44 X 26,7 cm

Formato Fechado: 20,22 X 26,7 cm

Cores: 4

Aspecto Formal

A capa dessa edição, é dividida de acordo com a

concentração de informação textual e visual. A maior parte da

informação está situada no centro da página, distribuida em

toda área da página, em duas áreas, a primeira constituíndo-se

Análise V

Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho e o

que Alice encontrou lá - Edição comentada. Texto integral,

ilustrações: John Tenniel - Editora Jorge Zahar (2002).

do nome do autor e título do livro, e a segunda da ilustração, do

nome do ilustrador, da tradução e da editora. Ambas as áreas

possuem o mesmo tamanho, com 14 cm de altura e 23 cm de

largura.

Dentro da primeira área de visualização, o elemento

de maior destaque é o título “Alice”, pois se configura em uma

fonte em cor diferente das demais, e em tamanho maior de

aproximadamente 60 pt. Outro elemento que também ganha

destaque é o elemento figurativo situado logo abaixo da

continuação do título “Edição comentada”. Observa-se que essa

primeira parte, um elemento visual (ilustração), aparece fora da

zona de visualização centralizada.

Na segunda área, percebe-se que o elemento de

maior destaque é a ilustração principal da capa, que ocupa

praticamente toda área central de visualização dessa área.

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57

Os elementos textuais, como adaptação e ilustrador, estão fora

dessa área central.

As informações consideradas de maior peso estão em

cor diferente aos demais elementos. A cor empregada no fundo

da página provoca maior contraste no título “Alice” . Há pouco

contraste entre as ilustrações e o fundo. Existe um apelo muito

forte para o nome da personagem, deixando a ilustração para

segundo plano.

O interior dessa edição é todo configurado em preto

e branco, inclusive nas ilustrações. Há dois blocos de texto, nas

páginas pares o bloco de texto da história situa-se no canto

esquerdo e o bloco de texto explicativo no canto direito

configurado em um tamanho de fonte menor e nas páginas

ímpares,o bloco de texto referente a história fica no canto

direito e o bloco de texto referente as explicações no canto

esquerdo. No início dos capítulos, há sempre um elemento visual

de apoio ao título, porém com caráter ilustrativo não referente

ao texto.

Todas as ilustrações contidas nesse exemplar foram

feitas pelo John Tenniel, poucas vezes aparecendo no começo

do capítulo, mantendo-se no meio ou final de capítulo.

Aspecto Funcional

Apesar de essa edição ser destinada ao público

adulto, não há nada de diferencial em seu projeto gráfico que

determine essa característica. Essa edição mantém uma unidade

visual entre a capa e o miolo, entre as fontes utilizadas ao longo

de todo o elemento textual e também do elemento visual que

apóia os títulos dos capítulos, que é o mesmo da capa, porém

sem a utilização da cor. A comunicação da capa é clara.

Aspecto Simbólico

Essa edição da obra Alice no País das Maravilhas,

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utiliza elementos básicos em sua comunicação como, por

exemplo, a fonte, que dá destaque ao título da personagem

e a cor. A ilustração da capa é simples e direta, pois utiliza

poucos elementos para comunicar, exemplo a garotinha com

uma garrafa na mão. Não há necessidade de muitos elementos

para o entendimento da história, pois os dois elementos textuais

e visuais se combinam.

Nesse Projeto observa-se que há uma preocupação

maior na construção do layout, observa-se um equilíbrio entre

os elementos dispostos na página. A composição foi feita dentro

de um grid, para obedecer ás distâncias entre os títulos e as

ilustrações. Esse projeto transpassa a sensação de seriedade

que a proposta requer, pois essa edição, tem o objetivo de

explicar a história nos seus mínimos detalhes.

Figura 38 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

1º área

2º área

Figura 40 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

Figura 39 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

bloco de texto explicativo

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Análise VI

Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Através do

Espelho Texto integral, Tradução Sebastião Uchoa Leite -

Summus Editorial (1980).

Tamanho

Formato Aberto: 28,44X 22,42 cm

Formato Fechado: 14,22 X 22,42 cm

Cores: 2

Aspecto Formal

Nessa capa dessa edição percebe-se que há uma

brincadeira com o título do livro, que foi utilizado como um

espelho, refletido, dividindo a capa em duas partes. Dessa

maneira o título do livro e o autor aparecem espelhados. As

informações textuais como nome da editora e edição aparece

sem serem refletidos, centralizados na página.

As cores empregadas no título não provocam contraste

significativo, apenas destacam o título do fundo a que é

submetido. A cor utilizada para dar destaque ao nome do autor,

causa mais impacto que o restante das informações.

As fontes utilizadas na composição da capa, são fontes

bastão, pouco sofisticadas e com pouco apelo visual.

Nessa edição não há ilustração na capa nem no interior do livro.

A utilização de imagem, fica por conta das fotografias tiradas

pelo próprio autor (Lewis Carroll) das meninas, inclusive de

“Alice”, que aparecem em um capítulo anexo no final do livro.

Só há utilização de cor na capa, dentro do miolo a

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60

edição se mantém em preto e branco em todos os capítulos.

O bloco de texto nessa edição segue o padrão de

livro, de uma coluna larga não justificada, utiliza uma fonte sem

serifa, com tamanho aproximado de 11pt.

Figura 41 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

primeira parte segunda parte

títulos espelhados títulos espelhados

Figura 42 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

texto não justificado

Figura 43 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

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Page 61: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

61

Aspecto Funcional

Observando a composição do layout da capa dessa

edição pode – se afirmar que não foram utilizados elementos

com apelo visual, nem ilustração. A capa mantém uma linguagem

simples, que chama pouca atenção para o assunto retratado

no livro. Apesar dessa edição ser voltada ao público adulto,

não há elementos que identifique essa característica, exceto

pela quantidade e tamanho de texto localizado no interior da

edição. Essa edição mantém a unidade visual, quanto a fonte

utilizada na capa e no interior do livro.

Aspecto Simbólico

Essa edição pode ser considerada questionável

quanto a comunicação com o leitor, pois falta elementos que

façam essa ponte. A idéia de não trazer ilustrações somente

tipografia remete ao futurismo, o efeito repetitivo das palavras

quando utilizadas espelhadas. Esse projeto passa a sensação

de seriedade tanto pela composição geral, quanto pela pouca

variação de cor.

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Análise VII

Alice no País das maravilhas - Tradução: Fernanda Lopes de

Almeida -Ilustrações: Nicolas Guilbert - Editora Ática (1980).

Tamanho

Formato Aberto: 43,6 X 27,1 cm

Formato Fechado: 21,3 X 27,1 cm

Cores: 4

Aspecto Formal

A capa dessa edição se configura de maneira diferente

das demais edições analisadas, pois é feita em capa dura. As

informações textuais concentram-se todas na área central da

página alinhadas de acordo com a margem superior. A fonte

utilizada nos textos é sempre a mesma constituíndo-se sempre

em caixa alta, variando apenas no tamanho e nas cores

empregadas (vermelho,preto, laranja, amarelo) clareando

gradativamente.

A ilustração aparece ocupando toda toda a área da

página sobressaíndo ao texto verbal. A imagem que compõe

o rosto da personagem principal, vem acompanhada de uma

moldura que se mantém ao longo de toda a edição, estando

presente nas folhas de guarda da capa e da contra capa e

também em algumas ilustrações internas. Há variação no desenho

que compõe a moldura, mas todas as ilustrações a mantém.

O traço da ilustração da capa mantém-se ao longo de

toda a edição, variado apenas os desenhos e as cores de acordo

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com as cenas mostradas no livro. Também há um contraste muito

evidente entre cores quentes e frias, as cores quentes mais

evidentes estão presentes no título do livro e no nome do autor,

representados pelo vermelho, amarelo e laranja, as cores frias

estão mais presentes na ilustração como um todo, variando entre

azul,verde,rosa e violeta.

A composição textual e a ilustração mantém

harmoniosas, não há interferências, ambas comunicam juntas

sobre o assunto do livro. A edição é toda configurada em uma

coluna larga de texto, com fonte serifada em tamanho 14 pt

aproximadamente.

As páginas de texto são alternadas com páginas

totalmente ilustradas, aonde há texto, a folha mantém-se em

sua cor original o branco, com apenas o texto impresso em

preto, exceto no começo dos capítulos, nas páginas ilustradas, a

presença do texto é alternada. Todas as ilustrações possuem

uma moldura, sejam ilustrações de meia página, página inteira

ou página dupla.

Aspecto Funcional

Nessa edição a representação visual vem acompanhada

do texto verbal, ambas possuem importância,porém

diferentemente das outras edições analisadas essa transmite

Figura 44 - Imagem escaneada do Livro de Alice no País das Maravilhas

Figura 45 - Imagem escaneada do Livro de Alice no País das Maravilhas

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Page 64: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

64

uma sensação de ter sido projetada para a contemplação do

leitor, isso ocorre através das ilustrações, bem elaboradas, muito

coloridas, com traço leve e carregado de sentido. A atenção do

leitor fica voltada para o livro, criando expectativas em relação

aos próximos capítulos.

Aspecto Simbólico

Nesta edição observa-se uma referência indireta ao

Estilo Vitoriano e ao movimento Artes e Ofícios quando as

Figura 46 - Imagem escaneada do Livro de Alice no País das Maravilhas

ilustrações se apresentam dentro de molduras, e também faz

referência ao Art Nouveau , em relação as formas naturais

criadas apartir de desenhos foliáceos orgânicos e curvilíneos,

presente em algumas ilustrações.

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65

Considerações Finais

Diante de todas as análises realizadas, observa-se que

em sua maioria os projetos gráficos, atendem as necessidades

do público alvo a que são destinados, alguns projetos deixam

a desejar em alguns itens como por exemplo a ilustração inicial

e as ilustrações que acompanham toda a edição, outros tentam

comunicar ao leitor a história através de muitos elementos ao

mesmo tempo, o que acaba deixando o projeto confuso.

Quase todas as ilustrações são bem trabalhadas, para

retratarem o universo descrito no livro, umas conseguem mais

que outras, mas todas representam o livro de alguma forma.

Somente um projeto utiliza a linguagem de colagem em sua

ilustração, os outros procuram explorar o traço, a configuração

visual ou até mesmo a não utilização de cores.

Os dois únicos projetos voltados para o público adulto,

não possuem nenhum atrativo em especial, quando utilizam

ilustrações, estas se apresentam em forma simples, e sem cor.

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Panorama de Ilustrações de Alice no País das

Maravilhas

A seguir, serão apresentadas algumas imagens já produzidas de

Alice no País das Maravilhas, com objetivo de discutir e perceber

o que cada uma delas oferece como forma de representação

da história.

Figura 47 - Alice no País das Maravilhas

Figura 48 - Alice no País das Maravilhas

Figura 49 - Alice no País das Maravilhas

Figura 50 - Alice no País das Maravilhas

Figura 51 - Alice no País das Maravilhas

Figura 52 - Alice no País das Maravilhas

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Figura 53 - Alice no País das Maravilhas

Figura 54 - Alice no País das Maravilhas

Figura 55 - Alice no País das Maravilhas

Figura 56 - Alice no País das Maravilhas

Figura 57 - Alice no País das Maravilhas

Figura 58 - Alice no País das Maravilhas

Figura 59 - Alice no País das Maravilhas

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Page 68: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Obervações:

Diante desse apanhado de imagens sobre o livro

Alice no País das Maravilhas, percebe-se que na maioria das

imagens, as cenas mais retratadas são aquelas que de alguma

Figura 60 - Alice no País das Maravilhas

Figura 61 - Alice no País das Maravilhas

Figura 62 - Alice no País das Maravilhas

forma já estão no inconsciente coletivo, como por exemplo,

quando “Alice” se encontra com o gato de Chershire, ou quando

a personagem se encontra com a lagarta azul em cima do

cogumelo. Concordo que essas cenas sejam importantes ao

livro, mas a forma que são representadas, acabam se tornando

repetitivas.Quase sempre nas imagens atuais de Alice, se vem

os mesmos elementos, às vezes diferindo entre si, pelas cores, ou

traços, mas pouco se vê atualmente uma representação menos

infantil dessa personagem.

Seria interessante se outros elementos apresentados

pelo autor, fossem explorados também, como por exemplo,

a cena em que o bebê se transforma em um porco, ou ainda

quando a personagem está caminhando e aparece um cachorro

querendo que brinque com ele, pois mostraria que existem

formas de representar o universo retratado pelo autor, sem

fazer repetições de imagens. Estas são cenas, do livro pouco

explorada nas ilustrações atuais e que podem trazer a tona

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Page 69: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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uma outra concepção de Alice.

O leitor de Alice no País das Maravilhas, tem conhecimento

das cenas que se passam na história, então porque não

apresentar a esse público, uma história com elementos pouco

explorados, pelos ilustradores.

A outras ilustrações de épocas distintas,de ilustradores

Ingleses, Americanos que a representação da história de

Carroll são completamente diferentes. Não porque eles não

representem cenas do inconsciente coletivo, mas porque a forma

de representar é diferente, a maioria das ilustrações possuem

características próprias, os traços são menos relacionados ao

universo infantil, e cada ilustrador, parece dar uma dimensão

para a “sua” história de Alice no País das Maravilhas.

A seguir serão mostradas algumas ilustrações de Alice no País

das Maravilhas, de alguns dos melhores ilustradores de todos

os tempos.

Mabel Lucie Attwell. London: Raphael Tuck &

Sons, Ltd., 1910.

Observações

Essas ilustrações por exemplo, reproduzem duas cenas,

a primeira bem conhecida do público, quando Alice vê o coelho

e começa a persegui-lo e a segunda quando Alice pega o bebê

no colo e ele vai se transformando em porco, pouco retratada

pelos ilustradores. Percebe-se que mesmo mantendo um traço

Figura 63 - Mabel Lucie Attwell. London: Raphael Tuck & Sons, Ltd., 1910

Figura 64 - Mabel Lucie Attwell. London: Raphael Tuck & Sons, Ltd., 1910

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Page 70: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

70

voltado ao público infantil, ainda assim, consegue representar

de uma maneira diferente, é outra concepção da história.

Bessie Pease Gutmann. New York: Dodge, 1907.

Figura 65 - “We beg your acceptance of this elegant thimble.” - Bessie Pease Gutmann. New York: Dodge, 1907.

Figura 66 - Her eyes met those of a large blue caterpillar. - Bessie Pease Gutmann. New York: Dodge, 1907.

Observações

Nessas ilustrações percebe-se que há outro modo de

representação da personagem, aqui as imagens demonstram

um universo mais sombrio, a personagem parece estar bem a

vontade, nesse lugar diferente, com alguns desse animais que ela

nunca viu antes. A representação dos personagens,aproxima-

se um pouco da realidade, apesar de não haver real nesse

universo da personagem.

Figura 67- The poor little Lizard, Bill, was in the middle being held up by two Guinea Pigs, who were giving it something out of a bottle

Gwynedd M. Hudson London: Hodder, 1922;

New York: Dodd, 1922.

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Page 71: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Figura 68 - So they began solemnly dancing round and round Alice, every now and then treading on her toes!

Observações

Nessas imagens, a concepção da personagem Alice

muda, o ambiente que compõe a cena, remete ao escuro, à

noite. O traço que representa os personagens, é duro e pesado.

Nessa imagens, parece que a personagem está vivendo um

pesadelo e não um sonho.

Maria L. Kirk New York: Stokes, 1904.

Figura 69 - They began running when they liked, and left off when they liked, so that it was not easy to know when the race was over - Maria L. Kirk New York: Stokes, 1904.

Figura 70 - “Nonsense!” said Alice, very loudly and decidedly - Maria L. Kirk New York: Stokes, 1904.

Obervações

Nessas imagens, a personagem

apresenta uma outra expressão, de

felicidade e autoridade ao mesmo tempo.

Isso é transmitido através do traço, das

cores quentes emepregadas em maior

quantidade em nos outros exemplos e

também pela expressão rosada do rosto

da personagem. Nessas ilustrações fica

claro que a personagem sempre está no

centro de tudo que acontece nas cenas.

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Page 72: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Arthur Rackham (1867 - 1932)

Diante de todas essas imagens percebe-se que a

história permite uma quantidade muito grande de formas de

representação, seja pelo traço,pelas cores ou pela composição

como um todo, essa é uma caracteristica presente na história

que permite todos esses caminhos. A partir disso, gostaria de

destacar, um dos mais brilhantes ilustradores de Alice no País das

Maravilhas,que foi responsável por criar ilustrações inspiradas no

universo retratado no livro, diferente de tudo que foi mostrado

aqui antes.

Arthur Rackham (1867 - 1939). Um famoso ilustrador de

contos infantis, principal responsável pelas referências visuais de

contos e estórias infantis dos séculos XVIII e XIX (...).Foi designado

para ilustrar Alice: suas aquarelas, predominantemente sépias e

cinzas, são notavéis pela composição dos fundos, são belas obras

de arte, são fantasmagóricas, possuem sublimidade, denotam Figura 71 - Alice (frontispiece) - Arthur Rackham

Figura 72 - The Pool of Tears. - Arthur Rackham

fome, distorção de escala, ofendem a perfeição e ilustram

anomalias de todo tipo, abrigam componentes extremamente

simbólicos, poética e politicamente antigos (FONTOURA, 2007;

VILLARINO, 1984).

O trabalho desse ilustrador, retrata o universo descrito

por Lewis Carroll, através da beleza e delicadeza com que

compõe os cenários da história.

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Page 73: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Figura 73 - “Why Mary Ann, what are you doing out here?”- Arthur Rackham

Figura 74 - Advice from a Caterpillar- Arthur Rackham

Figura 75 - It grunted again so violently that she looked down into its face in some alarm.- Arthur Rackham

Figura 76 - A Mad Tea-Party - Arthur Rackham

Figura 77 - Who stole the Tarts? - Arthur Rackham

As ilustrações de Arhtur Rackham, exploram o universo

da personagem de uma maneira diferente das mostradas ao

longo desse trabalho, pois a maioria das imagens mostradas

anteriormente, infantilizam a linguagem expressa nas ilustrações,

essas imagens são extremamente expressívas, há muita riqueza

na construção dos detalhes. Ao mesmo tempo que a ilustração

possui uma denotação infantil, consegue se expressar através

do traço do rosto dos personagens,com uma linguagem que está

possibilitada de transitar entre o infantil e o adulto, pois não

está infantilizada. Uma expressão de mundo que realmente só

existe na cabeça de quem o imagina. As imagens exibem uma

perfeição quanto a composição dos cenários descritos por Lewis

Carroll, os elementos do nonsense estão impressos tanto nas

cores utilizadas, nas roupas que acompanham os personagens

quanto nas cenas.

Falando um pouco sobre o Projeto Gráfico ilustrado

para adultos, essas imagens contribuíram muito para o

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74

aperfeiçoamento do conceito sobre o projeto ilustrado. Sair

dessa concepção infantil e juvenil e passar para a concepção

adulta, através das ilustrações, tornando o universo abordado

por Lewis Carroll, mais interessante, deixando de lado, clichês

de imagens “padrão Disney”, retrocedendo um pouco no tempo,

mas trazendo elementos da atualidade em seu projeto gráfico.

Dessa maneira, essas imagens poderiam contribuir para

isso, pois além de criar um universo de “Alice” completamente

diferente dos outros, garante uma verdade, ao mesmo tempo

que mantém um lado obscuro e um pouco assustador, pois suas

figuras apresentam-se em expressões duras e pensativas.

Essas imagens provocaram uma reflexão a respeito dessa

representação imagética que gira em torno da personagem, de

que esse mundo pode ser maravilhoso, mas ao mesmo tempo

assustador, se você não estiver preparado para enfrentá-lo.

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75

3. Detalhamento do Projeto Gráfico

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76

Para conceituar as ilustrações que foram produzidas

para o livro ilustrado, foi preciso fazer uma pesquisa sobre quais

seriam as melhores técnicas, e quais as referências que seriam

utilizadas como base para a criação. Para isso foi realizada

uma pesquisa sobre duas escolas, dentre elas o Dadaísmo e

o Futurismo. A partir dessa pesquisa, ficou determinado como

as ilustrações seriam construídas, através do processo de

Fotomontagem.

O Dadaísmo

Segundo os autores o dadaísmo iniciou-se como

movimento literário no ano de 1916, quando o poeta Hugo

Ball juntamente com outros nomes, decidiu inaugurar o Cabaret

Voltaire, em Zurique (RAIMES, BHASKARAN,2007).

O Dadaísmo tinha como proposta uma

atuação interdisciplinar como a única

maneira possível de renovar a linguagem

criativa. Niilistas, irracionais e, às vezes,

subversivos, os dadaístas não romperam

somente com as formas da arte, mas

também com o conceito da própria arte.

(ENCICLOPEDIA MULTIMEDIA DEL ARTE

UNIVERSAL, [s.d])

Durante esse período, a política, não interessava muito

a esse grupo de intelectuais que tinham criado o movimento mais

subversivo da história da arte e das letras (MICHELI, 2004).

Mesmo os dadaístas se declarando “antiarte”,

contribuíram valiosamente para o desenvolvimento do design

gráfico. O trabalho dadaísta tinha como características,

posicionamentos aleatórios e títulos absurdos, fontes

extravagantes, símbolos e lettering desenhados a mão, textos

lidos na vertical ou diagonal, sobrepostos e com diferentes

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77

tamanhos (RAIMES, BHASKARAN, 2007). No dadaísmo, o

protesto era furiosamente levado às últimas conseqüências,

a negação da razão movia os trabalhos da época (MICHELI,

2004). Nesse período também fora introduzido o conceito de

fotomontagem, processo que combinava fotografias para criar

novas imagens (RAIMES, BHASKARAN, 2007). Os pintores e

escritores desse movimento defendiam qualquer coisa que fosse

contra as convenções e a tradição, tornando-se um ato extremo

do antidogmatismo do indivíduo, da espontaneidade, do que é

imediato, atual, aleatório, da crônica contra a temporalidade,

do que é explícito e do que é puro, contradição, de dizer não

aonde a maioria diz sim, ou vice versa, da anarquia contra a

ordem , da imperfeição contra perfeição (MICHELI,2004).

Sob forte influência dos horrores da Primeira Guerra,

mantinham uma atitude de cinismo e desilusão. Em lugar da

estética e da beleza, defendiam o acaso e a desordem, ao

invés de significado, defendiam a falta de sentido, em lugar da

ordem aderiram à anarquia (RAIMES, BHASKARAN, 2007).

Dessa forma, o dadaísmo acabou se tornando anticubista,

antifuturista, antiabstracionista, com os meios, as inovações,

as invenções do cubismo, do futurismo do abstracionismo. Os

artistas dessa época não “criavam obras”, mas fabricavam

objetos, que, sobretudo mantinham um significado polêmico,

Figura 78 - Dadaísmo

Figura 79 - Dadaísmo

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78

uma arbitrariedade irreverente, um caráter de todo provisório,

bastante afastado da idéia de constituir um exemplo estético,

como era, ao contrário, o caso dos cubistas, futuristas e

abstracionistas. A “arte dadaísta” não é certamente definida,

algo claramente enunciado, mas uma verdadeira mistura de

ingredientes detectáveis nos outros movimentos (MICHELI,

2004).

Muitas “obras” dadaístas foram “fabricadas” com o

método da “poesia do chapéu”, ou seja, recolhendo os elementos

mais disparatados e colocando-os todos juntos segundo a

casualidade das formas, cores e matéria (MICHELI,2004 P.138)

Fotomontagem

De acordo com os autores no ano de 1920 surge uma nova

técnica que fora introduzida pelos Dadaístas de Berlim e usada

em muitos projetos que se baseavam em imagens, denominada

de Fotomontagem. Ainda não ficou definido definitivamente

quem inventou o termo, sobretudo muitas montagens produzidas

naquela época eram feitas em conjunto.

Dessa forma, os principais nomes que deram início a essa

técnica de construção de imagem foram John Heartfield, Hannah

Höch, Johannes Baader, Raoul Hausmann e George Grosz, cada

qual desenvolvendo seu próprio estilo de fotomontagem. O

nome fotomontagem surgiu da necessidade de diferenciação

entre esse estilo de trabalho e as colagens cubistas da década

anterior.

A fotomontagem em geral, era criada em estilo

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Page 79: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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aleatório e anárquico, as montagens dadaístas eram

frequentemente feitas de fotografias justapostas e textos de

jornal usadas como capas e ilustrações de revistas (RAIMES,

BHASKARAN, 2007).

Futurismo

De acordo com Humphreys (1999) no ano de 1909 a

Itália ainda era uma nação jovem e sentia-se pouco à vontade

com seu passado, presente e o futuro antecipado.

Com a noção de nacionalismo sendo bem desenvolvida o

Futurismo torna-se parte essencial desse contexto, suas forças e

suas fraquezas derivariam na sua maioria das circunstâncias as

quais foram se desenvolvendo.

O primeiro Manifesto futurista foi publicado em 1909

e estimulou jovens artistas a abraçar as novas tecnologias,

a velocidade, a era das máquinas e da guerra (RAIMES,

BHASKARAN, 2007 p.72). Os futuristas tinham interesse em

apresentar em sua obra toda essa ordem sem precedentes de

experiências novas, eram movidos pelo senso de sua missão

histórica como a vanguarda de uma Itália rejuvenescida. Sendo

extraordinariamente promíscuos na busca de idéias e imagens

se apoderavam alegremente dos esforços de muitos outros para Figura 80 - Fotomontagem Figura 81 - Fotomontagem

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Page 80: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

80

reunir elementos de arte futurista em uma síntese coerente e

distinta (HUMPHREYS, 1999).

Liderados pelo escritor e poeta italiano Filippo Tommaso

Marinetti, os artistas futuristas retratavam temas urbanos e

maquinaria, como formas facetadas e fragmentadas, ao estilo

do cubismo (RAIMES, BHASKARAN, 2007 p.72).

A velocidade era representada por linhas de força, e

o dinamismo era criado com a repetição de temas e elementos

tipográficos (RAIMES, BHASKARAN, 2007 p.72).

O autor argumenta que se olharmos os quadros

pintados por volta de 1910,fica evidente que a linguagem

utilizada pelos futuristas é fundamentalmente a divisionista;

um divisionismo dinâmico, onde o movimento é dado pela

reverberações luminosas que envolvem os corpos, multiplicando

as suas vibrações e dilatando-as no espaço (MICHELI, 2004

p.224)

Dessa maneira o futurismo não seria apenas uma síntese

dos valores formais divisionistas e cubistas, mas também uma

síntese expressionista (...) Para os futuristas da mesma forma

que para Picasso a obra é o resultado expressivo da emoção,

a emoção que estabelece a medida, freia a análise, legitima o

arbítrio e cria o dinamismo (MICHELI, 2004).

O líder Marinetti e os futuristas puseram em seu trabalho

um senso de energia libidinosa que parecia reger as intrincadas

mudanças tecnológicas e psicológicas.

Defendia o conceito de “arquitetura tipográfica” para

“redobrar as forças expressivas das palavras”, consistindo em

composições visualmente chamativas, que utilizavam textos em

fontes múltiplas dispostas em diferentes direções na página,

em diversos tamanhos, com cores sobrepostas e espaçamento

entre as letras. Marinetti ainda utilizava chapas metálicas

para encadernar seus livros de vez enquando, como forma de

demonstrar seu entusiasmo pela tecnologia (HUMPHREYS, 1999;

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RAIMES, BHASKARAN, 2007)

Entre o final dos anos 1920 e os anos 1930, o estilo futurista de

tipografia foi muito usado comercialmente em livros, revistas e

no design publicitário (RAIMES, BHASKARAN, 2007 p.72).

Figura 82 - Futurismo

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Page 82: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

82

Etapa de Concepção

Nesse capítulo será apresentado todo o processo ocorrido

durante a criação do projeto do livro ilustrado.

Apresentação

Esse projeto surgiu apartir de uma relação pessoal minha

com o livro de Alice no País das Maravilhas, pois sempre tive

um carinho especial pela história contata no livro. Outro motivo

especial para transformar isso em um trabalho acadêmico,

é o fato de ser uma história múltipla, cheia de significados e

enigmas.

Decidi então trazer como tema para o meu TCC essa

relação e essa multiplicidade, através de um Projeto Gráfico

Ilustrado voltado para o público adulto.

Objetivo

O principal objetivo desse projeto é trazer para o

público alvo a possibilidade de “reler” a história de Alice, e

também para aqueles que nunca tiveram contato de conhecê-la

e até apreciá-la.

Briefing

EMPRESA: Cosac Naify

OBJETIVO: Livro para ser apreciado, livro que possa ser manuseado

na loja.

NECESSIDADES: dinâmismo, atualidade, significados, contemplação.

PROJETO: diferenciado dos livros destinados ao público adulto.

PÚBLICO ALVO: adultos de 20 a 30 anos classe B.

ESPECIFICAÇÕES: (formato) folder com dobras paralelas, com

lâminas de tamanhos diferentes, CMYK.

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Painel Semântico

Conceito: SIGNIFICADOS Conceito: CONTEMPLAÇÃO

Figura 83 - SignificadosFigura 84 - Significados

Figura 85 - Significados

Figura 86 - Significados

Figura 87 - Contemplação Figura 88 - Contemplação

Figura 89 - Contemplação

Figura 90 - Contemplação

Figura 91 - Contemplação

Figura 92 - Contemplação

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Page 84: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

84

Conceito: DINAMISMO Conceito: ATUALIDADE

Figura 93- Dinamismo

Figura 95- Dinamismo

Figura 94- Dinamismo

Figura 96- Dinamismo

Figura 97- Atualidade Figura 98- Atualidade

Figura 99- Atualidade

Figura 100- Atualidade

Figura 101-Atualidade

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Page 85: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Conceito

O conceito formulado para esse projeto surgiu

apartir de algumas palavras chave, que determinaram cada

característica do projeto. As palavras são: {SIGNIFICADOS,

CONTEMPLAÇÃO, DINAMISMO, ATUALIDADE}.

a) SIGNIFICADOS: esse conceito baseia-se em leituras feitas

da história, buscando uma interpretação pessoal de todas as

situações vividas pela personagem. O conceito resume-se em

qual é o significado da história para mim? E qual é para você?

A mesma história pode ter diferentes significados.

b) CONTEMPLAÇÃO: esse conceito surgiu depois de observar

que ultimamente as pessoas tem tido pouco tempo para observar

as coisas que estão ao seu redor. O tempo passa muito rápido,

em um ritmo frenético. E esse conceito surge para contrapor essa

pressa toda.

A idéia é fazer com que as pessoas separem um tempo de suas

vidas para observar.

c) DINAMISMO: esse conceito baseia-se em tornar o livro mais

atrativo ao seu público, retirando o tradicionalismo existente

nos livros destinados ao público adulto, e trazendo um universo

mais solto, com mais praticidade, menos padrões, para o projeto

gráfico.

d) ATUALIDADE: o conceito é baseado na idéia de transformar

uma história escrita na Era Vitoriana, em uma história mais atual,

utilizando elementos que aproximem mais o público do livro.

Público Alvo

A escolha do público alvo desse projeto aconteceu

de maneira natural, pois quando iniciei a pesquisa para esse

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Page 86: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

86

projeto, fui buscar fontes que me dessem base para confirmar

o que estava pretendendo, apartir disso fui apresentada a

várias teses, que se apropriavam da história de Alice para

argumentar sobre diversos assuntos. Muitos desses assuntos, na

maioria das vezes não tinham nada em comum entre si, mas

todos estavam envolvidos com a história de alguma maneira.

Um exemplo que achei muito válido foi uma tese encontrada na

biblioteca da USP, que citava trechos da história para justificar

elementos matemáticos de lógica. O autor se apropriou de uma

série de elementos da história para justificar e argumentar sua

teoria. Outro exemplo foi uma tese que estudava a personagem

baseada em teorias Foucautianas, e Junginianas.

A história também foi muito utilizada em filmes, músicas

e livros que se dispunham a tentar entender e “explicar”, o que

se passava com a personagem.Apesar da história ser feita para

crianças é muito utilizada no universo adulto. Por tanto todos

esses argumentos, me davam base para escolher o público

adulto de 20 a 30 anos classe B.

A escolha da Editora

Após ter feito pesquisa em alguns sites de editoras que

já publicaram o livro Alice no País das Maravilhas, observa-se

que na maioria os projetos gráficos são voltados para o público

infantil e juvenil. E que apenas a Summus Editorial e a Jorge

Zahar publicaram para outro tipo de leitor. Diante disso, foi

observado que essas duas editoras, mantém um perfil diferente

do que gostaria para o projeto gráfico, por esse motivo, opta-

se pela Cosac Naify, editora que ainda não publicou a obra,

e que possui uma posição um pouco mais singular no mercado,

transformando cada projeto, em único.

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Page 87: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

87

Todas essas vertentes encontram suporte

na beleza e qualidade gráfica das

edições, que buscam a singularidade de

cada projeto. Em dez anos de existência, a

Cosac Naify reafirma o seu compromisso:

realizar uma intervenção cultural que

preencha lacunas do mercado editorial

brasileiro.

Cecília do Val e Marcele Rocha - Assessora

de Imprensa

Partindo do Conceito do Projeto, essa editora parece ser a mais

indicada.

O Título

“Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos.”

A idéia do título surgiu apartir de reflexões sobre qual

seria o melhor título para esse trabalho. O título representa,

um pouco de todas as etapas de produção e construção desse

projeto. Alice no País das Maravilhas é considerada uma história

complexa, que permite múltiplos significados e que exigiu para a

criação das ilustrações, que todos os detalhes da história fossem

esmiussados, que a maioria dos símbolos fossem traduzidos em

imagens.

A história se constitui apartir de vários elementos que

se juntam e formam o roteiro final, semelhante a uma colcha

de retalhos, vários pedaços de tecido formam a colcha. O

nome fragmentos vêm dos pequenos detalhes que formam essa

história.

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Page 88: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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O Projeto Gráfico

O Projeto Gráfico foi pensado para não ser um projeto

tradicional de livro para adultos. A idéia do projeto ser feito

em formato de folder, surgiu da praticidade e dinamismo que

o formato proporciona. E também da possibilidade de criar

dobras variadas para os cadernos . Um dos pré-requesitos para

a construção desse livro é o formato quebrar a tradicionalidade

que há na maioria das produções literárias, voltadas ao público

adulto.

O tamanho estabelecido ficou em 14X42 cm (formato

aberto), 14X10,5 cm (formato fechado) para a primeira página

do livro e para a parte de dentro do encarte ficou o tamanho de

14X21 cm (formato aberto) e 14X 10,5cm (formato fechado).

Cálculo do aproveitamento de papel

Apresenta-se primeiro o aproveitamento para o

documento com tamanho de 14 X 42 cm e em seguida para o

documento com tamanho de 14 X 21 cm.

Formato: 66 X 96 cmDeixar 0,5 cm para refile de cada ladoDeixar 2,5 cm para pinça (retirar do valor de 66 cm – Menor dimensão)

Tamanho do documento: 14 X 42 cm

Calculo do aproveitamento de papel:

66 cm – 2,5 cm = 63,5 cm63,5 cm – 0,5 cm (refile do lado contrário) = 63 cm

96 cm – 1 cm (refile 0,5 de cada lado) = 95cm

Dividindo :

63/14=4 95/14=663/42=1 95/42=2

Então:

Teremos um total de 9 impressos (4X2+1 na sobra de papel) com relação 14/63 e 8 impressos (1X6+2 na sobra de papel na sobra do papel) com relação 42/95

pinça

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Page 89: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Formato: 66 X 96 cmDeixar 0,5 cm para refile de cada ladoDeixar 2,5 cm para pinça (retirar do valor de 66 cm – Menor dimensão)

Tamanho do documento: 14 X 21 cm

Calculo do aproveitamento de papel:

66 cm – 2,5 cm = 63,5 cm

pinça

63,5 cm – 0,5 cm (refile do lado contrário) = 63 cm

96 cm – 1 cm (refile 0,5 de cada lado) = 95cm

Dividindo :

63/14=4 95/14=663/21=3 95/21=4

Então:

Teremos um total de 11 impressos (4X2+3 na sobra de papel) com relação 14/63 e 10 impressos (1X6+4 na sobra de papel na sobra do papel) com relação 21/95

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Page 90: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

90

Tipografia

A tipografia escolhida para compor o projeto, é sem

serifa e possui uma legibilidade boa em relação á grandes

massas de texto. A escolha de uma tipografia sem serifa,

também está relacionado com o caráter de experimentação

que a proposta do projeto trás.

A opção de utilizar apenas uma família tipográfica,

variando apenas no tamanho, em bold, ou itálico, se dá pela

enorme variação de fontes recortadas de jornal e revistas uti-

lizadas na construção das ilustrações.

18pt entrelinha

Grid

O Grid foi desenvolvido com base no tamanho da fon-

te e na entrelinha. O grid foi composto em 4 colunas para a

primeira página e 2 colunas para as demais páginas.

O grid é composto de texto e imagem, a parte tex-

tual obedece ao estilo criado para cada tipo de alinhamento,

variando entre Alinhado a direita para diálogos, Alinhado a

esquerda em itálico para poesias e Justificado para texto cor-

rido. A variação entre texto e imagem foi pensada para deixar

o projeto mais dinâmico em sua leitura e contemplação.

Figura 102 - Imagem do Grid

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Page 91: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Ilustração

As ilustrações foram produzidas com a mistura

de técnicas (Colagem, Transfer,Sofware) que combinadas

proporcionaram uma unidade visual ao projeto. O Processo

escolhido para a criação das imagens, é a Fotomontagem,

desenvolvida pelos Dadaístas. O futurismo também influênciou

na criação das ilustrações, no que se refere a composição

visual.

As ilustrações foram pensadas para representarem

fotografias dos momentos descritos nas cenas apresentadas na

história. Os personagens podem variar de acordo com algumas

cenas. Alice pode ser representada como uma adolescente em

determinados momentos e em outros como criança. As ilustrações

foram criadas apartir de elementos retirados dos storyboards

dos capítulos, dos resumos e também da interpretação pessoal

dos elementos descritos na história.

Esse elementos deram origem as imagens, algumas

produzidas por mim e outras encontradas em banco de imagens.

E por fim para completar a produção das ilustrações, foram

utilizadas técnicas de colagem, Transfer com letra set, e recortes

de tipografias de jornais e revista, variando em seu formato

vertical e horizontal.

Figura 103 - Ilustração do capítulo “Um chá muito louco”

Figura 104 – Ilustração do capítulo “O campo de croquet da rainha”.

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Page 92: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Figura 105 - Imagem da etapa de produção

Figuras 106 a 110 - Imagem da etapa de produção

Etapas do Processo de Criação

1. Resumo de todos os capítulos do livro.

2. Organograma de todas as ações ocorridas nos capítulos.

3. Storyboard das principais cenas descritas nos capítulos.

4. Busca de significados dos elementos descritos na história.

5. Busca por imagens correspondentes as ações descritas no

storyboard em banco de imagens.

6. Criação de fotografias correspondentes aos elementos

descritos no storyboard.

7. Utilização de técnicas de colagem, Tranfer com Letra set,

para o desenvolvimento de painéis de fundo para as imagens.

8. Montagem das ilustrações através do processo de

fotomontagem,com ajuda do Software Photoshop CS2.

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Page 93: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Figura 111 - Colagem etapa de Produção

Figura 112 - Colagem etapa de Produção

Figura 113 - Colagem etapa de Produção

Figura 114 - Colagem etapa de Produção

Figuras 111 e 112 colagens feitas sobre papel Alta Alvura 75 g com tipografias e imagens recortadas de revistas e jornais.

Figura 113 colagem de tipografia no vidro da janela. Efeito apartir do movimento da câmera e não utilização do Flash.

Figura 114 colagem feita sobre papel Vergê marrom 75 g com tipografias de jornal.

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Page 94: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Figura 115 - Transfer com letra set

Figura 116 - Transfer com letra set

Figura 117 - Colagem em Papel Alta Alvura

Figura 115 transfer feito com letra set sobre Papel Vegetal.

Figura 115 transfer feito com letra set e desenho de letras em Papel Vegetal.

Figura 117 colagem de tipografias em Papel Alta Alvura 75 g.

Figura 118 colagem de frases referentes ao texto em Papel Vergê marrom 75 g.

Figura 118 - Colagem em papel Vergê

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Page 95: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Imagens dos capítulos diagramados

Figura 119 - Lâmina diagramada - cap 8

Figura 120 - Lâmina diagramada - cap 8

Figura 121 - Lâmina diagramada - cap 8

Figura 119 - Imagem da Lâmina de abertura do Capítulo “O campo de Croquê da Rainha”. Lâmina com 3 pontos de dobras possíveis.

Figura 120 - Imagem da 1ª Lâmina de texto do capítulo, presença de vinheta (tarja), em todos os começos de capítulos.

Figura 121 - Imagem da Lâmina com texto e imagem, variando de uma lâmina para outra a posição do texto e da imagem.

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Figura 122- Lâmina diagramada - cap 8

Figura 123 - Imagem de todos os capítulos terminados em P&B

Figura 122 - Imagem da Lâmina aberta, com a presença de texto e imagem.

Figura 123 - Imagem dos cadernos diagramados, impressos em P&B

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Page 97: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Figura 124 - Imagem do capítulo com as dobras

Figura 125 - Imagem do capítulo com as dobras

Figura 124 - Fotografia tirada do verso da 1ª lâmina do capítulo “A Lagoa de Lágrimas”. Caderno apresentando uma das dobras possíveis.

Figura 125 - Fotografia tirada da frente da 1ª lâmina do mesmo capítulo, apresentando uma das dobras possíveis.

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Page 98: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

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Figura 126 - Imagem do capítulo com as dobras, visto de cima.

Figura 127 - Imagem do capítulo com as dobras, visto de cima.

Figura 128 - Imagem do capítulo com as dobras, vista frontal.

Figura 126 - Fotografia tirada vista de cima do caderno aberto com uma das dobras possíveis, presença de 3 lâminas impressas frente e verso.

Figura 127 - Fotografia tirada vista de cima do caderno com outro tipo de dobra possível.

Figura 128 - Fotografia tirada com vista frontal da mesma dobra, apresentada na fig. 127. Caderno impresso em P&B - teste.

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Detalhamento da caixa

O Formato que escolhido para a caixa foi o mesmo da

caixa de fósforo, tanto pela praticidade da montagem, quanto

pelo dinamismo do sistema de abertura e fechamento.

A faca utilizada para a montagem da caixa, divide-se

em duas, a 1ª consiste em uma luva, que vai envolver o restante

da caixa, revestida com papel Color Plus na cor Pequim 85g,

com a impressão da ilustração em 4 cores, na superfície.

A 2ª faca consiste na parte de baixo da caixa e sendo revestida

com Color Plus na cor Preta 85g, sem nenhuma impressão.

No interior da caixa haverá uma fita preta para auxiliar na

retirada dos volumes e também um envelope preto contendo o

cd com o arquivo digital.

Figura 129 - Faca da caixa - parte de baixoFigura 130 - Faca da caixa - luva

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Figura 131- Imagem da simulação da caixa.

Essa imagem foi criada para simular como será a caixa de

proteção do trabalho, fotografia meramente ilustrativa.

Dentro da caixa haverá um espaço para colocar o CD e a fita

que ficará presa no fundo, com objetivo de auxiliar, na retirada

dos volumes de dentro.

Figura 132 - Imagem do cd

diagramação vol explicacao.indd 100 27/5/2008 11:59:45

Page 101: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

101

Conclusão

Esse trabalho consistiu em entender um pouco mais sobre

a obra Alice no País das Maravilhas, sobre o autor Lewis Carroll

e a migração da obra da literatura infantil para adulta. Isso

se deu através de pesquisas sobre o autor e análises sobre a

história da personagem “Alice” e pesquisas sobre quais seriam os

possíveis motivos para essa migração. A partir dessas pesquisas,

criaram-se parâmetros para pesquisas sobre projetos gráficos

de Alice para o público infantil e juvenil.

As pesquisas sobre ilustração serviram como porta

de acesso para a criação do conceito principal do projeto e

aumentaram o nível de entendimento sobre projetos gráficos

ilustrados para adultos e crianças. De forma geral esse trabalho

serviu como uma reflexão pessoal sobre uma paixão antiga

minha, pela história de “Alice”. Serviu também como forma

de reflexão sobre os atuais projetos editoriais presentes no

mercado adulto de literatura nacional e internacional, como esses

volumes poderiam ser inovados através de projetos gráficos

menos tradicionais , encadernações e formatos diferenciados.

A proposta final para esse trabalho era conseguir

alcançar o público alvo trazendo para o mesmo, um livro que

fosse ao mesmo tempo interessante e diferente dos demais já

vistos.

Como produto final este trabalho propos a criação

de um projeto gráfico ilustrado do livro voltado para o público

adulto, tendo como referência às ilustrações feitas pelo ilustrador

Arthur Rackham, apartir de características determinadas nos

movimentos Dadaísmo e Futurismo, através do processo da

Fotomontagem.

diagramação vol explicacao.indd 101 27/5/2008 11:59:45

Page 102: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

102

Acredito que dentro da proposta o produto final

conseguiu atingir seu objetivo principal, que consistia em romper

com um produto considerado ainda por muitos, tradicional e

trazer uma nova concepção de livro para o público alvo.

A realização desse projeto, fez com que entendesse

que projetar não é simplesmente “arrumar” os elementos

de composição na página, é preciso saber as necessidades

do projeto, aonde ele se aplica, e a quem é destinado,

para que possa realizar com muito mais facilidade e mais

satisfatóriamente o seu produto final.

diagramação vol explicacao.indd 102 27/5/2008 11:59:45

Page 103: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

103

Lista de Imagens

Figura 01 - Imagem escaneada da “Revista Mundo dos Super

heróis” 13

Figura 02 - Imagem escaneada da “Revista Mundo dos Super

heróis” 14

Figura 03 - Imagem escaneada do livro “Harry Potter e as

Relíquias da Morte” - Mary grandPré 16

Figura 04 - Capas dos Livros de Harry Potter 16

Figura 05 - Imagem escaneada do livro “O Arteiro e o tempo”

- Glauco Rodrigues 16

Figura 06 - Imagem escaneada do livro “O Arteiro e o tempo”

- Glauco Rodrigues 16

Figura 07 - Imagem escaneada do livro “Como encargar

ilustraciones” - Martin Colyer 17

Figura 08 - Imagem escaneada do livro “Como encargar

ilustraciones” - Martin Colyer 17

Figura 09 - Ararajuba - Rubens Matuck 22

Figura 10 - A baleia corcunda - Rubens Matuck 22

Figura 11 - Araras na aldeia araweté - Rubens Matuck 23

Figura 12 - Rio Negro amazonas - Rubens Matuck 23

Figura 13 - Reportagem sobre amigos imaginários (Jornal F. são

Paulo) - Daniel Bueno 24

Figura 14 - ‘O negrinho do pastoreio e outras lendas gaúchas’

- Rodrigo Rosa 24

Figura 15 - mini-exposição ‘Mulheres Perdidas’ - Andréa Ebert

25

Figura 16 - sem título - sem autoria 25

Figura 17 - As Bicicletas de Belleville 26

Figura 18 – As Bicicletas de Belleville 26

Figura 19 - - Imagem do Livro Princesses Oubliées ou inconnues

27

Figura 20 - Imagem do Livro Princesses Oubliées ou inconnues

27

diagramação vol explicacao.indd 103 27/5/2008 11:59:45

Page 104: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

104

Figura 21 - Imagem escaneada do Livro O Rei Arthur 28

Figura 22 - Imagem escaneada do Livro O Rei Arthur 28

Figura 23 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

42

Figura 24 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

43

Figura 25 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

44

Figura 26 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

44

Figura 27 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

44

Figura 28 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

47

Figura 29 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

48

Figura 30 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

48

Figura 31 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

52

Figura 32 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

52

Figura 33 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

52

Figura 34 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

52

Figura 35 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

54

Figura 36 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

54

Figura 37 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

54

Figura 38 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

58

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Page 105: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

105

Figura 39 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

58

Figura 40 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

58

Figura 41 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

60

Figura 42 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

60

Figura 43 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

60

Figura 44 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

63

Figura 45 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

63

Figura 46 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas

64

Figura 47 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 66

Figura 48 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 66

Figura 49 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 66

Figura 50 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 66

Figura 51 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 66

Figura 52 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 66

Figura 53 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67

Figura 54 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67

Figura 55 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67

Figura 56- - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67

Figura 57 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67

Figura 58 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67

Figura 59 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67

Figura 60 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 68

Figura 61 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 68

Figura 62 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 68

Figura 63 - Mabel Lucie Attwell. London: Raphael Tuck & Sons,

Ltd., 69

diagramação vol explicacao.indd 105 27/5/2008 11:59:46

Page 106: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

106

Figura 64 - Mabel Lucie Attwell. London: Raphael Tuck & Sons,

Ltd., 69

Figura 65 - “We beg your acceptance of this elegant thimble.”

- Bessie Pease Gutmann. 70

Figura 66 - Her eyes met those of a large blue caterpillar. -

Bessie Pease Gutmann. 70

Figura 67- The poor little Lizard, Bill, was in the middle being

held up by two Guinea Pigs, who were giving it something out

of a bottle 70

Figura 68 - So they began solemnly dancing round and round

Alice, every now and then treading on her toes! 71

Figura 69 - They began running when they liked, and left off

when they liked, so that it was not easy to know when the race

was over - Maria L. Kirk 71

Figura 70 - “Nonsense!” said Alice, very loudly and decidedly

- Maria L. Kirk. 71

Figura 71 - Alice (frontispiece) - Arthur Rackham 72

Figura 72 - The Pool of Tears. - Arthur Rackham 72

Figura 73 - “Why Mary Ann, what are you doing out here?”-

Arthur Rackham 73

Figura 74 - Advice from a Caterpillar- Arthur Rackham 73

Figura 75 - It grunted again so violently that she looked down

into its face in some alarm.- Arthur Rackham 73

Figura 76 - A Mad Tea-Party - Arthur Rackham 73

Figura 77 - Who stole the Tarts? - Arthur Rackham 73

Figura 78 – Dadaísmo 77

Figura 79 – Dadaísmo 77

Figura 80 – Fotomontagem 79

Figura 81 – Fotomontagem 79

Figura 82 – Futurismo 81

Figura 83 – Significados 83

Figura 84 – Significados 83

Figura 85 – Significados 83

Figura 86 – Significados 83

diagramação vol explicacao.indd 106 27/5/2008 11:59:46

Page 107: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

107

Figura 87 – Contemplação 83

Figura 88 – Contemplação 83

Figura 89 – Contemplação 83

Figura 90 – Contemplação 83

Figura 91 – Contemplação 83

Figura 92 – Contemplação 83

Figura 93- Dinamismo 84

Figura 94- Dinamismo 84

Figura 95- Dinamismo 84

Figura 96- Dinamismo 84

Figura 97- Atualidade 84

Figura 98- Atualidade 84

Figura 99- Atualidade 84

Figura 100- Atualidade 84

Figura 101- Atualidade 84

Figura 102 - Imagem do Grid 89

Figura 103 e 104 - Ilustrações criadas para o livro 91

Figuras 105 a 110 - Imagem da etapa de produção 92

Fighuras 111 a 118 - Imagens criadas para o livro 93-94

Figura 119 a 122 - Imagens das lâminas dos capitulos 95-96

Figura 123 - Fotografia tirada por mim dos cadernos

diagramados em P&B 96

Figura 124 a 128 - Fotografia tirada por mim dos cadernos

diagramados em P&B 97-98

Figura 129 e 130 - imagem da faca da caixa 99

Figura 131 e 132 - Simulação da caixa 100

Figura 132 - Fotografia do cd 100

diagramação vol explicacao.indd 107 27/5/2008 11:59:46

Page 108: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

108

Referências

Livros

CARROLL, Lewis. Alice no País das Maravilhas. São Paulo. Editora

Nacional, 1979

COLYER, Martin. Como Encargar Ilustraciones. Barcelona.

Manuales de Diseño,1994.

BENEDETTI, Lúcia. Aventuras de Alice no País das Maravilhas. Rio

de Janeiro. Edições de Ouro, 1969.

MACHADO, Maria.Ana.Alice no País das Maravilhas. São Paulo.

Editora Ática,2006.

MICHELI, de Mário.As Vanguardas Artísticas. São Paulo. Editora

Martins Fontes, 2004.

GARDNER, Martin. Alice no País das Maravilhas e Através do

Espelho e o que Alice encontrou lá - Edição Comentada. Rio de

Janeiro. Editora Jorge Zahar, 2002.

HUMPHREYS, Richard. Movimentos da Arte Moderna - Futurismo.

São Paulo. Editora Cosac Naify.Tate Gallery Publishing,1999.

LEITE, Uchoa. Sebastião. Aventuras de Alice no País das

Maravilhas e Através do espelho e o que Alice encontrou lá.

São Paulo. Summus Editorial, 1980.

VILLAS BOAS. André. O que é [e o que nunca foi] design gráfico.

Rio de Janeiro. Editora 2AB, 2003.

SEVCENKO. Nicolau. Aventuras de Alice no País das Maravilhas.

diagramação vol explicacao.indd 108 27/5/2008 11:59:46

Page 109: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

109

São Paulo. Scipione,1992.

ROSS, Tony. GOUVEIA, Ricardo. Aventuras de Alice no País das

Maravilhas. São Paulo. Martins Fontes, 2001.

Dissertações e Teses

AMARANTE, Waltrick do.Dirce. O nonsense de Edward Lear

Através do Espelho. Disponível em<http://www.centopeia.net/

ensaios/4/Dirce_Waltrick_do_Amarante/O_NONSENSE_DE_

EDWARD_LEAR_ATRAV%C3%89S_DO_ESPELHO> Acesso em:

13 de set 2007.

BENEVIDES,Ricardo. Alice e o Tamanho:as potencialidades da

transformação do personagem e do próprio leitor.DUBITO ERGO

SUM Teoria da Literatura.São Paulo. Disponível em: http://

paginas.terra.com.br/arte/dubitoergosum/orientando20.htm

Acesso em: 19 de Ago 2007.

LORENZO,de Isabel. Introdução.In Alice no País das Maravilhas.

Tradução Isabel de Lorenzo,Nelson Ascher. Apresentação

Francisco Achcar.São Paulo,2000. Disponível em: http://www.

objetivo.br/colegio/livros/downloads/alice_no_pais_das_

maravilhas.pdfAcessoem16deset2007.

Artigos

AZEVEDO,Ricardo.Diferentes graus de relação entre texto

e imagem dentro de livros. Disponível em: http://www.

ricardoazevedo.com.br Data de acesso: 27 de Set 2007

HURLEY,Clare. Nenhum nonsense sobre o dadá. Disponível em:

http://www.wsws.org/pt/2006/oct2006/port4-o26.shtml

Data de acesso: 18 de Fev 2008.

diagramação vol explicacao.indd 109 27/5/2008 11:59:46

Page 110: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

110

Filmes e Vídeos

ALICE no País das Maravilhas.Direção Clyde Geronimi, Wilfred

Jackson, Hamilton Luske. Roteiro: Lewis Carroll. Intérpretes (voz):

Kathryn Beaumont (Alice), Richard Haydn (Lagarta), Ed Wynn

(Chapeleiro Louco), Sterling Holloway (Gato Risonho), Jerry

Colonna (Lebre Maluca), Verna Felton (Rainha de Copas), Bill

Thompson (Coelho Branco).Estados Unidos: Walt Disney,1951.

DVD (75 min),son,color.

Informações em meios eletrônicos

BRANDÃO,de Oliveira. Lúcia Ana. Analise a ilustração na

literatura infantil. Disponível em: http://www.atica.com.br/

entrevistas/?e=97 Data de Acesso: 27 de Set 2007

MENDONÇA, Arruda.Maurício.As duas Alices.Disponível em

http://www.leiabrasil.org.br/pdf/viagens.pdf Data de Acesso

: 09 de Set 2007.

Artigo de Revista

PANOZZO, P.S. Neiva ; RAMOS,B.Flávia. Entre a ilustração e

a palavra buscando pontos de ancoragem. Revista de estúdios

literários. Universidad Complutense de Madrid, 1997. Disponível

em <http://www.ucm.es/info/espetaculo/numero26/ima_infa.

html Data de Acesso: 27 de Set 2007.

diagramação vol explicacao.indd 110 27/5/2008 11:59:47

Page 111: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

111

Referencias Visuais

Figuras 01 e 02 - Imagem escaneada da “Revista Mundo dos

Super heróis” - Editora Europa - Ano 1 - Nº 4 - capa e pág 34

- 35

Figuras 03 - Imagem escaneada do livro “Harry Potter e as

Relíquias da Morte” - Editora Rocco -capa

Figura 04 - Imagens da coleção “Harry Potter” - Editora Rocco

- capa

Figuras 05 e 06 - Imagens escaneadas do livro “O Arteiro e

o tempo” - Glauco Rodrigues - Editora Berlendis & vertecchia

- capa e pág 24 - 25

Figura 07 e 08 - Imagens escaneadas do livro “Como encargar

ilustraciones” - Martin Colyer - Editora GG - pág 69

Figuras 09 a 12 - http://www.planetanews.com/autor/

RUBENS%20MATUCK

Figuras 13 a 16 - http://www.siblog.blogger.com.br/2005_

04_01_archive.html

Figura 17 e 18 - Imagem capa do DVD As bicicletas de

Belleville

Figuras 19 a 20 - Imagens do Livro Princesses Oubliées ou

inconnues

Figuras 21 e 22 - Imagens escaneadas do Livro O Rei Arthur -

Editora Companhia das Letrinhas - capa e pág 8 e 9

diagramação vol explicacao.indd 111 27/5/2008 11:59:47

Page 112: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

112

Figura 23 a 46 - Imagens escaneadas dos livros de Alice no País

das Maravilhas

Figura 47 a 62 - http://visualarts.walkerart.org/detail.

wac?id=1531

Figuras 63 e 77 - http://www.exit109.com/~dnn/alece/

Figuras 78 a 82 - Imagens escaneadas do livro DESIGN

RETRO: 100 anos de Design Gráfico. Jonathan Raimes, Lakshmi

Bhaskaran. São Paulo.Editora Senac.

Figura 83 a 101 - Imagens retiradas de banco de imagens -

Corbis.

Figura 102 - imagem do grid - minha autoria

Figuras 103 a 104 - Ilustrações criadas por mim para os

capítulos

Figuras 105 a 132 - Imagens minhas sobre a etapa de produção

do trabalho.

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Page 113: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

113

AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Adaptação:

Fernando de Mello;ilustrações John Tenniel ; tradução: José Vaz

Pereira de Manuel João Gomes. Rio de Janeiro: Ed. Brasília/

Rio,1976.

AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS E ATRAVÉS

DO ESPELHO. Tradução: Sebastião Uchoa Leite.São Paulo:

Summus,1980.

AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Tradução e

adaptação: Ruth Rocha. São Paulo:Melhoramentos,1983.

Panorama Geral das principais edições

da Obra no Brasil

AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Adaptação:

Naufer. Rio de Janeiro: Brasil – América,1983.

AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Tradução e

adaptação: Tatiana Belinky. São Paulo: Nova Cultural,1987.

AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Tradução e

adaptação: Nicolau Sevcenko; ilustrações: Célia Seybold.São

Paulo:Scipione,1992.

AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Tradução

e adaptação: Ruy Castro; ilustrações: Laurabeatriz. São Paulo:

Companhia das Letrinhas,1992.

AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Tradução e

adaptação: Ana Maria Machado; ilustrações: Jô de Oliveira.

São Paulo: Ática,1997.

ANEXO

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Page 114: Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos

114

AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Tradução:

Rosaura Eichemberg.Porto Alegre: L&PM,1999.

RIMAS DO PAÍS DAS MARAVILHAS. Seleção e tradução:

José Paulo Paes; ilustrações: Mariana Massarani. São Paulo:

Ática,2000.

AS AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Adaptação

e ilustrações: Tony Ross; tradução: Ricardo Gouveia.São Paulo:

Martins Fontes,2001.

AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DO ESPELHO. Tradução e

adaptação: Ganymedes José;ilustrações: Myoung Lee.Rio de

Janeiro: Tecnoprint,1986.

DO OUTRO LADO DO ESPELHO E O QUE ALICE ENCONTROU

LÁ. Adaptação e ilustrações: Tony Ross;tradução: Ricardo

Gouveia.São Paulo: Martins Fontes,1997.

AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS.Adaptação e

tradução: Monteiro Lobato.São Paulo: Brasiliense,1978.

Dados extraídos do livro Alice no País das Maravilhas e Através

do Espelho e o que Alice encontrou lá - Edição Comentada. Rio

de Janeiro.Editora Jorge Zahar, 2002.

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