CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
Projeto gráfico e Ilustrações:
Luiza Madeira Taves
“Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos”
São Paulo
2008
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LUIZA MADEIRA TAVES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
centro universitário Senac – Campus Santo Amaro,
como exigência parcial para obtenção do grau em
Bacharel em Design Gráfico.
Orientadora: Prof. Andrea de Souza Almeida
São Paulo
2008
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Taves, Luiza Madeira
T232f Fragmentos de Alice: Livro ilustrado para adultos / Luiza
Madeira
Taves -- São Paulo, 2008.
114 f.
Orientadora: Profa. Andrea de Souza Almeida
Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Design Gráfico) –
Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, São Paulo, 2008.
1. Lewis Carroll 2. Livro Ilustrado 3. Adultos I. Andrea de Souza
Almeida (orient.) II. Título.
CDD 700
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Aos meus pais por sempre me apoiarem.
Ao meu namorado por estar ao meu lado em todos
os momentos.
Aos meus amigos por sempre me apoiarem, em
especial ao Carlos que muito contribuiu para que
esse trabalho acontecesse.
E a minha analista pelas inúmeras conversas sobre
TCC.
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Agradeço a todos que direta ou indiretamente
estiveram envolvidos nesse projeto.
Agradeço ao pessoal da comunidade do orkut,
“Estudos sobre Lewis Carroll”, que muito me apoiou
e incentivou na realização deste trabalho.
Agradeço a minha orientadora do TCC1 Prof. Célia
Escanfella e a minha orientadora do TCC2 Prof.
Andrea de Souza Almeida.
AGRADECIMENTOS
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“O livro é um lugar de papel e dentro dele existe
sempre uma paisagem. O leitor abre o livro, vai lendo,
lendo e, quando vê, já está mergulhado na paisagem
(...) Tudo é mentira. Ao mesmo tempo, tudo é verdade,
tanto que após a viagem, que alguns chamam leitura,
o leitor, se tiver sorte, pode ficar compreendendo um
pouco melhor sua própria vida, as outras pessoas e as
coisas do mundo.”
(Ricardo Azevedo - Ilustrador)
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Resumo
Neste trabalho é feita uma breve reflexão sobre a obra
de Alice no País das Maravilhas, sobre informações referentes a
vida do autor Lewis Carroll que tenham importância para ajudar
na compreenção da história contada no livro.
Após uma reflexão sobre quais seriam as hipóteses para
o processo de migração da obra, do universo da Literatura Infantil
e Juvenil para a Literatura Adulta, percebe-se que há uma série
de fatores que podem servir como influência para esse processo
estar acontecendo.
Alice no País das Maravilhas é uma obra conhecida
por muitos leitores, e excerce grande fascínio em estudiosos de
diversas áreas, matemáticos, educadores, psicólogos, além de
vir consquistando cada vez mais o público adulto. Essas reflexões
tem como objetivo auxiliar na produção do projeto gráfico de
livro Ilustrado.
Um dos objetivos desse trabalho é mostrar que existem
outras formas de se projetar um livro ilustrado fugindo de alguns
padrões, de formato, tamanho, e encadernação.
Palavras - chave: Lewis Carroll; Livro Ilustrado; Alice no País das
Maravilhas; Adultos;
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Sumário
Introdução.......................................................................................................9-10
1. LIVROS ILUSTRADOS
Falando sobre Ilustração..............................................................................12-17
Ilustração Infantil...........................................................................................18-21
Algumas técnicas utilizadas em Ilustração.................................................22-25
Imagens de Ilustração: Livro Ilustrado......................................26-28
2. LEWIS CARROLL E ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Lewis Carroll e Alice no País das Maravilhas.............................................30-32
Uma Reflexão sobre: Alice no país das Maravilhas e a migração para
a Literatura Adulta.........................................................................................33-35
Análises dos Projetos Gráficos de Alice no País das Maravilhas.......36-64
Considerações finais................................................................65
Panorama das Ilustrações de Alice no País das Maravilhas...............66-71
Ilustrador: Arthur Rackham....................................................72-74
3. DETALHAMENTO DO PROJETO GRÁFICO
Painel Semântico.......................................................................................83-84
Conceito.....................................................................................................85
Estudos do projeto..................................................................................92-100
Conclusão.........................................................................................101-102
Lista de Imagens...............................................................................103-107
Referências........................................................................................108-110
Referências Visuais...........................................................................111-112
Anexo.............................................................................................................113-114
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Introdução
O estudo da obra de Alice no País das Maravilhas,
da vida o autor Lewis Carroll e das análises referentes ao
assunto abordado na história de “Alice”, foram essenciais
para dar início a esse projeto. Tendo por base esses estudos,
outras pesquisas foram realizadas, com intuito de conhecer
mais e melhor o universo da literatura infantil e juvenil,
através do conhecimento de projetos gráficos voltados para
esse público, e também para ter base para projetar para o
público adulto. Análises de projetos gráficos, da obra foram
realizadas com a intenção de entender, o que os designers
e ilustradores pretendiam com cada projeto e como os
projetos se comportam em relação ao público que pretendem
atingir. Essas análises proporcionaram maior contato com as
ilustrações e com os ilustradores dessa obra.
Pesquisas de Campo, em Livrarias como Cultura, Saraiva
Mega Store, Fnac foram essenciais para tomar contato com o
mercado editorial atual de livros ilustrados e não ilustrados.
Outro fator de grande importância para esse projeto, foi o
conhecimento da técnica de ilustrar, através de pesquisas na
internet, em livros portifólio, de ilustradores, e também pelo
contato direto com técnicas de ilustração, experimentação
de algumas técnicas para saber qual ou quais seriam mais
adequadas ao projeto proposto. O contato com ilustrações
atuais e de outras épocas, trouxeram maiores possibilidades e
ampliaram o conceito que inicialmente restringia-se ao Movimento
Surrealista e que evoluiu para utilização de características dos
Movimentos Dadaísta e Futurista.
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Uma pesquisa sobre as editoras que já publicaram o
livro aqui no Brasil, ajudou na escolha sobre para qual editora o
projeto final se adequaria, de acordo com o histórico e filosofia
da editora e também com a proposta do projeto.
Os resultados revelam que Alice no país das Maravilhas
é uma obra que exige do ilustrador, designer ou leitor uma
dedicação maior para entrar de fato nesse universo, e que
não pode ser representada de qualquer forma, exige estudos,
compreensão e a técnica certa que seja mais apropriada para
o tipo de projeto que visa ser feito.
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1. Livros Ilustrados
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Falando Sobre Ilustração
A seguir duas discussões serão iniciadas, em primeiro
lugar a ilustração dentro da produção literária adulta e em
seguida a ilustração voltada ao público infantil. Essa discussão
sobre ilustração na literatura infantil faz-se necessário, pois o
trabalho parte de análises de projetos gráficos ilustrados para
crianças, para posteriormente, virar um projeto gráfico ilustrado
para adultos, o conhecimento e discussão desses dois tipos de
ilustração auxiliará no entendimento desses dois universos e na
produção do projeto.
A relação entre a ilustração e a palavra escrita
De acordo com o autor, a associação da figura junto ao
texto com o intuito de expressar uma idéia ou um pensamento vem
de muito tempo, tem sua história e sempre provocou suposições,
ainda que permanecendo o impasse, ou que a imagem visual
seria um auxílio para a palavra escrita, ou seja, o texto é
essencial para o entendimento, ou então, que a imagem atingiria
seu objetivo por seus próprios recursos, com seus próprios meios
(LIMA, 1985).
A palavra “ilustrar” sugere um conceito e predispõe
a seguinte idéia: a figura por definição tem a função de
complementar a linguagem escrita, no entanto, a relação entre
ambas, é bastante ampla e complexa. A relação entre a palavra
escrita e a imagem visual, é circunstancial, podendo atuar como
expressão autônoma e suficiente, ou em outro momento, como
dependentes e indispensáveis (LIMA, 1985).
Ainda sob essa perspectiva, ficou evidenciado que em
decorrência de uma virtual integração entre o discurso literário
e a imagem visual, levou o desenhista a dar ênfase no romance,
conto, novela ou crônica, ao caráter narrativo, elucidativo e
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referencial da ilustração (LIMA, 1985).
Além da ilustração referêncial ao texto, os livros ilustrados
trouxeram um outro tipo de desenho, sem qualquer vinculação
direta com o texto. Tratava-se de ilustrações isoladas, que
tinham como principal objetivo, aprimorar visualmente, o interior
de muitas edições da época. Eram utilizadas principalmente,
separando páginas, ou anunciando capítulos. Para tanto,
alguns ilustradores, recorriam às técnicas como floral, arabesco,
ou mesmo à fantasias de um subtítulo, elemento comum ao
figurativo;um tipo de ilustração com forte tendência decorativa
(LIMA, 1985).
Este gênero de ilustração, não ligada diretamente
ao texto, resultou em variações, que foram desde o arabesco
renascentista, aos modismos da década de 20, passando pelo
tradicional figurativo, um tipo de ornamento, que não se restringiu
ao livro, sendo encontrado também em revistas literárias deste
Figura 01 - Imagem escaneada da “Revista Mundo dos Super heróis”.
período - Década de 20 (LIMA,1985).
De acordo com o autor, as ilustrações podem ser
divididas em diferentes categorias, sendo estas, Ilustração
editorial, Ilustração informativa, Publicidade e Grafismo e TV,
cinema e video. Dentro dessas categorias, existem as subdivisões,
como por exemplo, dentro da Ilustração editorial, existem, as
ilustrações feitas para revistas, para periódicos e livros, e assim
por diante. Cada tipo de ilustração, se subdivide em vários
(COLYER, 1994).
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Como relevância para esse trabalho, especifica-se apenas
a Ilustração editorial, que está relacionada ao tema, livro
ilustrado de Alice no País das Maravilhas.
A ilustração editorial é utilizada para acompanhar
artigos temáticos, para comentar notícias ou para indicar o
conteúdo de um livro. Esta ilustração geralmente se diferencia
da ilustração publicitária, na qual a imagem tem a função
de vender ou promover um produto. Nesse caso, a ilustração
tem o objetivo de reforçar e realçar as palavras escritas que
as acompanham (COLYER,1994, p.62).
A Ilustração editorial tende a estar relacionada com
idéias e comunicar conceitos ao leitor. É um campo em que
se tem produzido algum dos trabalhos de ilustrações mais
inovadores e experimentais (COLYER, 1994, p.62).
Essa revista é especializada no mundo dos super heróis e
por isso, é toda feita de ilustrações, porém cada ilustração
é feita por um profissional diferente, especializado em algum
traço ou personagem. A revista proporciona interatividade com
o leitor, pois o mesmo pode ser o ilustrador da capa, basta
apenas conhecer as técnicas e ser criativo. As ilustrações do
interior da revista variam muito no traço de uma matéria para
outra, que pode ser percebido tanto pela técnica utilizada
Figura 02 - Imagem escaneada da “Revista Mundo dos Super heróis”.
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para colorir, quanto pela configuração dos personagens.
Todos os ilustradores, procuram sempre manter o traço para
quadrinhos.
Os pontos que chamam mais a atenção nessas ilustrações,
são as cores e as formas. As cores são utilizadas como modo
de destaque dos personagem e os deixam muito reais.
Ilustração para Livro
Há muitas e excelentes ilustrações em capas e contracapas
de livros, sendo esse campo apaixonante e tentador para
um ilustrador. Nesse caso, o ilustrador tem que compor uma
ilustração que não somente seja coerente com o tema do
livro e que instigue o leitor, a ler, mas que também se integre
com o texto básico que indica o título e o autor do livro
(COLYER, 1994, p.70).
A ilustração tem importante papel em um projeto
e pode determinar a mudança de aspecto do projeto:
a ilustração de capa, de livro, dá aos leitores um conjunto
de expectativas sobre o que vão encontrar no interior de
suas páginas, a ilustração em uma revista combina o que há
nas matérias do interior da edição com o que há na capa.
A ilustração também pode estabelecer ou manter uma
identidade: através do trabalho contínuo de um ilustrador ou
de uma equipe de ilustradores, podem atribuir a um produto,
até então desconhecido, uma imagem poderosa e reconhecida
(COLYER,1994 p.22).
Essas ilustrações, ambas em capas de livros são configuradas em
diferentes linguagens, de acordo com a história que se passa
no interior do volume e também com a intenção do ilustrador
em passar ao leitor seu conteúdo. Cada ilustração possui
peculiaridades, a capa do livro do Harry Potter por exemplo,
possui uma linguagem que foi desenvolvida desde os primeiros
volumes da série, o traço se mantém ao longo dos volumes,
variando apenas as cores e a configuração do personagem,
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como por exemplo, no quarto volume, o desenho que caracteriza
o personagem principal é diferente do que caracteriza esse
mesmo personagem no sétimo e último volume, isso acontece
por que nessa história há a necessidade de seguir a ordem
cronológica dos acontecimentos, por isso que o personagem
aparece mais velho no último volume.
O mesmo não acontece com os livros da série arte para crianças,
cada volume é caracterizado pela imagem referente a história
contada no livro, nessa imagem do Arteiro e o Tempo, de Glauco
Figura 04 - Capas dos Livros de Harry Potter
Figura 05 - Imagem escaneada do livro “O Arteiro e o tempo” - Glauco Rodrigues
Figura 06 - Imagem escaneada do livro “O Arteiro e o tempo” - Glauco Rodrigues
Figura 03 - Imagem escaneada do livro “Harry Potter e as Relíquias da Morte” - Mary grandPré
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Rodrigues por exemplo as principais características observadas
são as cores fortes empregadas na capa e no miolo e também
as imagens das pessoas que aparecem ao longo de toda a
edição, pois é uma história que fala sobre uma das relações
fundamentais do homem e do artista em especial: o tempo.
As ilustrações em periódicos geralmente vem acompanhadas
de uma matéria anterior, elas possuem a função de ilustrar o
que aparece na matéria. No caso da imagem 07, a ilustração
aparece acompanhando o nome
do periódico “Sunday Times”, e
na ilustração 08, acompanha a
matéria, “Paz para o Mundo” , ás
vezes podem vir em formato de
quadrinhos, como em charges.
Figura 07 - Imagem escaneada do livro “Como encargar ilustraciones” - Martin Colyer
Figura 08 - Imagem escaneada do livro “Como encargar ilustraciones” - Martin Colyer
Essas ilustrações geralmente vem acompanhadas de uma matéria
anterior, elas possuem a função de ilustrar o que aparece
na matéria. No caso da imagem 07, a ilustração aparece
acompanhando o nome do periódico “Sunday Times”, e na
ilustração 08, acompanha a matéria, “Paz para o Mundo” , ás
vezes podem vir em formato de quadrinhos, como em charges.
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A Ilustração na Literatura Infantil
De acordo com Panozzo e Ramos (2004), antes do surgimento
da escrita, as estórias eram narradas por uma espécie de
“contador”, uma pessoa que tinha o poder de dar vida ao
fato. Com o surgimento da escrita, as narrativas orais foram se
tornando cada vez menos comuns, ocorrendo um distanciamento
entre o texto e o leitor.
Enquanto antigamente o contador mantinha contato
direto com o ouvinte, com o advento da escrita, essa situação de
mediador é substituída por aspectos visuais como o planejamento
gráfico e mais especificamente, a ilustração (PANOZZO, RAMOS,
2004).
A revolução industrial do século XIX marca o
desenvolvimento da qualidade gráfica dos livros voltados
para o público infantil. Antigamente as ilustrações e imagens
que acompanhavam os textos, tinham a finalidade de enfeitar,
esclarecer, ilustrar e informar para educar e propiciar prazer
estético. Porém esse caráter vem sendo alterado ao longo dos
anos. As imagens produzidas para a literatura infantil passam
a ganhar um caráter artístico tanto pela qualidade estética
quanto pela manifestação cultural. Além dessas características a
ilustração se posiciona como parte integrante das manifestações
da linguagem visual, instalando-se no texto.
A ilustração convive e faz parte do contexto da história
da arte. Ela é um objeto de reprodução e está inserida em uma
indústria cultural. Interrelaciona-se com outras linguagens, transita
em um espaço multifacetado. Dialoga com o verbal, mas pode
utilizar recursos advindos do cinema, da pintura,dos quadrinhos.
Pertence a um período em que diferentes manifestações artísticas
interagem, se interpenetram. Não há, ou não deveria ter, mais
a divisão preconceituosa em arte maior e menor, nem a divisão
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rígida de categorias artísticas.Picasso, Matisse ou Miro pintam,
produzem cartazes, criam cenários. (MOKARZEL,1998 [online]).
Sobre ilustração
Para Panozzo e Ramos (2004), a ilustração não é
apenas um complemento para o texto, é uma linguagem
própria, que produz sentido, tanto pelo diálogo com o leitor
como pela interação com a palavra. Além de “dar brilho” à
palavra, pertence ao código visual, constituindo diálogo com
outras linguagens.
Em textos destinados ao público infantil e infanto - juvenil
toda e qualquer imagem, pode ser considerada ilustração. O
modo de ilustrar, técnica utilizada, material, suporte, aliado
a um texto verbal constrói o sentido. (CAMARGO,1998 apud
PANOZZO, RAMOS, 2004).
A ilustração pode se tornar um desafio para o leitor quando
não antecipa o significado do elemento textual.
Funções da ilustração
Segundo estudos feitos por Camargo (1995 apud
PANOZZO, RAMOS, 2004 p.04) sobre as funções da ilustração,
inspirados nas funções de linguagem proposta por Jakobson,
as ilustrações podem ser divididas em diferentes categorias
de acordo com a função que as mesmas excessem dentro da
história.
As funções propostas por Jakobson são expressas da
seguinte forma:
a) função referencial, também chamada de
denotativa, está centrada no referente. Tudo o que, na mensagem,
remete aos referentes situacionais ou textuais remete à função
referencial;
b) função emotiva ou expressiva, centrada
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no destinador (ou emissor) da mensagem, exprime a atitude
do emissor em relação ao conteúdo de sua mensagem e da
situação;
c) função conativa, que se orienta para o
destinatário. Tudo o que, na mensagem, remete diretamente
ao destinatário dessa mensagem destina-se à função conativa,
cujas manifestações mais evidentes são os imperativos e os
vocativos;
d) função fática, centrada no contato (físico ou
psicológico); tudo o que numa mensagem, serve para estabelecer,
manter ou cortar o contato (portanto a comunicação) remete a
essa função, que manifesta, essencialmente, a necessidade e o
desejo de comunicar;
e) função poética, que se centra na própria
mensagem. Ela coloca o lado palpável dos signos. Tudo o que,
numa mensagem, suplementa o sentido da mensagem através
do jogo de sua estrutura, de sua tonalidade, de seu ritmo, de
sua sonoridade, indica à função poética;
f) função metalingüística, centrada no código.
Tudo o que, numa mensagem, serve para dar explicação ou
precisar o código utilizado pelo destinador remete a essa
função. É uma linguagem que fala da própria linguagem.
Como se vê, o lingüista Jakobson caracterizou as seis
funções da linguagem, cada uma delas estreitamente ligada a
um dos seis elementos que compõem o ato de comunicação.
A relação do ilustrador com o texto
É um fato muito comum, na produção do livro de
literatura infantil, existir um produtor do texto verbal (escritor) e
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outro das imagens (ilustrador).
O ilustrador aparece como co-autor da história, quando
cria e recria sentido para o texto, através da seqüência de
imagens. Segundo Brandão ([s.d]), a relação entre o texto e a
imagem está na interpretação que o ilustrador faz da história.
A partir do desenho de ilustração, o profissional pensa em um
projeto gráfico que seja condizente com o todo, deixando os
espaços certos através das páginas. Segundo Azevedo (2004),
um livro que traga desenhos que sejam muito fiés ao texto, só
conseguindo ser óbvios não acrescenta nada às crianças, pois
o que se espera são desenhos que aliados ao texto consigam
ampliar ao máximo o universo de significação do livro como um
todo.
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Técnicas utilizadas em ilustração
A seguir apresenta-se algumas técnicas utilizadas na com-
posição de ilustrações em geral.
Aquarela
A aquarela é uma técnica de pintura na qual os
pigmentos encontram-se dissolvidos em água. Os suportes
usados na aquarela são variados, embora o mais utilizado
seja o papel de alta gramatura. Podem ser utilizados também
plástico, couro, tecido, madeira e tela.
Para exemplificar a utilização dessa técnica, o
ilustrador Rubens Matuck foi escolhido, pois faz trabalhos de
aquarela bem reconhecidos em livros infanto - juvenis.
Figura 09 - Ararajuba - Rubens Matuck
Figura 10 - A baleia corcunda - Rubens Matuck
Observações
O livro A Ararajuba, fala
sobre a avê ararajuba também
conhecida como Jandaia, que
vive no topo das árvores, e
de lá vê o mundo. Assim o
ilustrador, representa as avês e
as árvores através das formas
e cores, sem muita definição, o
mesmo ocorre no livro A baleia
corcunda, que conta a história
da baleia corcunda, desde o
seu nascimento até a sua viagem
para Antártica, dessa maneira
o ilustrador representa a baleia
azul por meio de formas e
cores.
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Figura 11 - Araras na aldeia
araweté - Rubens Matuck
Figura 12 - Rio Negro amazonas - Ru-
bens Matuck
Observações
Apesar da aquarela não ser uma técnica muito utilizada para
trabalhos detalhados, essas ilustrações conseguem através das
cores e pinceladas mostrar detalhes, profundidade e delicadeza.
As ilustrações não trabalham com contornos para definir as
imagens e sim com as cores.
Técnica Mista
A técnica mista consiste na utilização de dois ou mais
tipos de materiais para a construção de uma ilustração, como
por exemplo giz pastel e lápis de cor.
Para exemplificar a utilização dessa técnica,foram
escolhidos vários ilustradores cada um especializado em uma
técnica diferente, para mostrar que a técnica mista pode ser
feita com vários tipos de materiais.
O primeiro exemplo é a técnica que utiliza recorte de
papel e Photoshop para ser feita. Essa técnica é simples, consiste
em criar as imagens através dos recortes de papel e dar o
acabamento no Photoshop, seja de cor ou forma.
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Observações
Nessa ilustração, pode - se obervar que os personagens e as
cores foram criados através dos recortes de papel e o jogo de
luz e sombra foi obtido com sofware.
Figura 13 - Reportagem sobre amigos imaginários (Jornal F. são Paulo) - Daniel Bueno
Figura 14 - ‘O negrinho do pastoreio e outras lendas gaúchas’ - Rodrigo Rosa
Observações
Nessa ilustração oberva-se que as texturas são muito importantes
para a composição do desenho, enfatiza a profunidade do
desenho. O uso das cores é acentuado pela cor original do
papel.
A técnica de lápis de cor é uma das mais comuns ao público
infantil, consiste em utilizar o lápis colorido para ilustrar.
A próxima técnica apresentada é a de lápis pastel
seco sob papel colorido e consiste no ilustrador fazer o desenho
utilizando a cor do papel na composição. Como essa técnica
utiliza o lápis pastel seco, é bem comum perceber a textura nos
traços, pois esse lápis proporciona esse efeito.
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A próxima técnica consiste em
Colagem e Tinta Acrílica. A tinta acrílica
é sintética e solúvel em água, pode ser
usada em finas ou espessas camadas.
Permite combinações com tinta óleo
e aquarela. Essa técnica consiste em
misturar a tinta acrílica na composição
de colagem.
Figura 15 - mini-exposição ‘Mulheres Perdidas’ - Andréa Ebert
Observações
Nessa ilustração observa-se que o artista
utilizou a cor da tinta como preenchimento
para as áreas sem recortes e utilizou
poucos tons.
Técnica Digital
A última técnica apresentada consiste na ilustração feita
digitalmente, ou seja, produzida com o auxílio de sofwares de
imagens. Os resultados podem ser apreciados tanto em impressão
em papel quanto no ambiente digital.
Para exemplificar esse tipo de técnica, foi escolhida uma
ilustração feita para o universo do RPG, com recursos digitais.
Figura 16 - sem título - sem autoria
Observações
Percebe-se que nesse tipo de ilustração
há uma enorme preocupação com a
composição, a escolha de cores, o traço,
a proporção, nesse tipo de ilustração a
composição do cenário é muito importante,
pois as ilustrações tem tanta importancia
quanto o texto escrito.
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Imagens de Ilustração: Livro Ilustrado
A seguir, algumas imagens de livros ilustrados que
possuem um cuidado especial com a utilização das ilustrações
em seu projeto gráfico. O primeiro exemplo é de um livro francês
Princesses - “Outbliées ou inconnues“, é um livro em capa dura,
com as ilustrações de página inteira ás vezes dividindo o espaço
na página com texto escrito. Nesse caso o projeto gráfico e
Figura 18 - As bicicletas de Belleville
as ilustrações fogem da concepção convencional, pois tudo o
que é representado é muito orgânico,as ilustrações são muito
expressivas, tanto pelo traço quanto pelo uso intenso de cores
quentes e em algumas páginas com cores frias. As ilustrações
desse livro, lembram um pouco o filme “As Bicicletas de Belleville”
que também tinha uma concepção diferente de representação
dos objetos.
Figura 17 - As bicicletas de Belleville
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Figura 19 - Imagem do Livro Princesses Oubliées ou inconnues
Figura 20 - Imagem do Livro Princesses Oubliées ou inconnues
Livro Ilustrado - Princesses - Outbliées ou inconnues - Philippe
Lechermeire, Rebecca Dautremer.
Técnica Mista: Aquarela, Lápis de cor, Colagens.
A escolha desse livro como exemplo se deu pela beleza do
projeto e por ele ser diferente do outro exemplo a seguir, pois
nesse projeto a ilustração é parte da história contada no livro.
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Outro exemplo a ser discutido é o do livro “O Rei Arthur”,
dirigido ao público infanto - juvenil, ele utiliza de um outro tipo
de ilustração, a informativa, ou seja, esse livro é autoexplicativo,
pois enquanto que vai se passando a história, os elementos de
composição da história vão sendo explicados. Por exemplo, no
primeiro capítulo intitulado “ A espada na pedra” a medida que
a história vai sendo contada, mostra-se por exemplo elementos
como o que significa uma “bigorna” ou “ convite ao poder”,
“ruínas”, esses elementos são mostrados através de fotografias
e ilustrações, com o intuito de fazer o leitor entender realmente
sobre o que a história está falando. As ilustrações da história
são trabalhadas através das cores e dos traços como se fossem
pinturas antigas.As ilustrações nem sempre se mantém em uma
página só, ás vezes formam uma paisagem que ocupa a página
inteira, ou só metade dela.Além das ilustrações há também fotos,
mapas e posters, todos os elementos interligados com o que se
passa no livro.
Livro Ilustrado:O Rei Arthur E os Cavaleiros da Távola
Redonda - Rosalind Kerven; ilustrações de Tudor Humphris
- Companhia das Letrinhas
Técnica Mista: Aquarela,Lápis e Fotografia.
Figura 22 - Imagem escaneada do Livro O Rei ArthurFigura 21 - Imagem
escaneada do Livro O Rei Arthur
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2.Lewis Carroll e Alice no País das Maravilhas
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30
Lewis Carroll e Alice no País das Maravilhas
A seguir, apresenta-se um pequeno texto sobre o autor
de Alice no País das Maravilhas e algumas curiosidades a
respeito de como foi criada a história e também sobre a vida
do autor, relevantes ao entendimento do contexto de “ Alice”.
Charles Lutwidge Dodgson nasceu em 27 de Janeiro de
1832 na cidade de Daresbury, região de Cheshire, Inglaterra.
Sob o pseudônimo, de Lewis Carroll, se tornou escritor famoso
(LORENZO, 2000).
Lewis Carroll era filho de um pastor protestante, homem
culto e severo. Estudou em renomados colégios religiosos e desde
cedo se destacou como aluno brilhante, mostrando grande
interesse por matemática, lógica e palavras. Gostava de
escrever textos nonsense (GARDNER, 2002; LORENZO, 2000).
Em 1854 formou-se em Ciências matemáticas no Christ
Church College, sendo no ano seguinte aceito como professor
daquela célebre Instituição, permanecendo nesse cargo até o
fim da vida (LORENZO, 2000).
Com o seu verdadeiro nome, publicou diversos livros
e artigos sobre lógica e matemática. Com o pseudônimo de
Lewis Carroll, publicou as duas histórias mais conhecidas de sua
carreira, “Alice no País das Maravilhas” (1865) e “Através do
Espelho e o que Alice encontrou lá” (1872) (LORENZO, 2000).
Em 1855, no seu primeiro ano como professor em
Oxford, tornou-se amigo do novo decanto da faculdade, Henry
George Liddell. No ano seguinte, conheceu suas três filhas,
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Lorina Charlotte, Alice Liddell e Edith. Em um dia de verão de
1862, Carroll e seu amigo, o reverendo Duckworth, fizeram
um passeio de barco pelo rio Tamisa com as irmãs Liddell
(LORENZO, 2000 p.10). A menina Alice, sua preferida, tinha
10 anos de idade. Foi nesse passeio que Lewis Carroll inventou
boa parte das Aventuras de Alice, ele as inventava enquanto,
remava e contava para as meninas. A pedido de sua amiga
Alice, Carroll escreveu a história, depois de muitas alterações e
de mostrar o manuscrito a alguns amigos, publicou o texto em
1865 (LORENZO, 2000).
Publicou ainda o poema em oito cantos “The Hunting
of the snark” (1876), o romance “Sylvie e Bruno” (1889) e sua
seqüência, “Conclusão de Sylvie e Bruno (1893), e também em
1889, uma versão adaptada de Alice para o público infantil
(LORENZO, 2000). Não havia suspeitas na época de que os
livros se tornariam clássicos da literatura inglesa. Os livros de
Alice foram escritos sobre forte influência de eventos e costumes
da Era Vitoriana, desconhecidos pelos leitores americanos e
ingleses de hoje.
Muitos dos elementos presentes na obra só poderiam
ser apreciados por residentes de Oxford. Algumas das piadas
só poderiam ser entendidas pela própria Alice (GARDNER,
2002).
Alice no País das Maravilhas é uma história carregada
de sentidos, embora tenha como sua principal característica o
nonsense e os jogos de palavras (GARDNER, 2002). Tem sido
estudada ao longo dos anos, por muitos interessados dentre
eles, filósofos, matemáticos e educadores, atribuindo-lhe uma
série de valores, tais como o lógico matemático, lingüísticos e até
mesmo psicanalíticos (LEITE, 1980).
Alice não é só uma estória de uma menina de 10 anos
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que como toda a criança tem sonhos e desejos. É um universo
fantástico, cheio de personagens intrigantes que fizera dessa
estória, uma das maiores obras de ficção da literatura mundial
(GARDNER, 2002).
Além do enorme talento e interesse que Carroll
demonstrava ter por lógica e literatura, desenvolveu também
uma outra atividade artística, ainda pouco explorada em seu
tempo, a fotografia (LORENZO, 2000). Especializou-se em
retratar meninas, chegando a ser considerado por muitos com
um dos mais importantes fotógrafos do século XIX (LORENZO,
2000 p.10).
Anos mais tarde escreveu Através do Espelho. Abandonou
a fotografia em 1880, pois se recusava a adotar inovações
técnicas, como o uso da película em vez da antiga chapa
fotográfica (LORENZO, 2000 p.11).
Nos seus últimos momentos de vida, Charles Dodgson,
passou a repudiar tudo o que dizia respeito a Lewis Carroll,
recusando-se até mesmo a receber cartas endereçadas a
este nome. Lewis Carroll morreu em 14 de Julho de 1898, em
decorrência de uma bronquite (LORENZO, 2000).
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Uma reflexão sobre Alice no País das Maravilhas
e a migração para a Literatura Adulta
O propósito desse trabalho é iniciar uma discussão,
que justifique a produção de um projeto gráfico ilustrado de
“Alice” para o universo adulto, para isso é necessário discutir a
migração dessa obra para esse universo.
Para entender as possíveis causas dessa migração é necessário
conhecer um pouco mais o universo descrito por Carroll em sua
obra.
Lewis Carroll detinha em seus personagens uma
linguagem nonsense, uma série de paradoxos, alogismos,
enigmas, jogos semânticos, além de imagens do inconsciente.
Sua adoração por matemática, fez com que a obra de Alice
ficasse cheia de elementos lógicos. Além é claro do onirismo
presente na linguagem de Carroll “uma superposição dos
trajetos da realidade e do sonho, o sonho dentro do sonho (...)”
(MENDONÇA, [s.d] p.42).
As obras de Lewis foram tornando-se cada vez mais
importante ao longo dos anos, com grande quantidade de
publicações, peças e teatro, filmes e artigos publicados sobre
a obra e o autor em revistas acadêmicas inglesas e no mundo
inteiro (GARDNER, 2002).
Mais intrigante é o fato de que as obras de Carroll
foram escritas originalmente para uma garota chamada Alice
Liddell de 10 anos, porém com o passar dos anos, as obras
foram ganhando uma dimensão maior, chamando cada vez mais
atenção do público adulto, muito mais que do público infantil
(GARDNER, 2002; MENDONÇA, [s.d]).
O universo Carrolliano exerce grande fascínio sobre
uma série de estudiosos de diversas áreas, justamente porque
é uma linguagem cheia de enigmas e que permite uma série
de interpretações. Podendo ser associada a diversas áreas de
estudos diferentes como por exemplo, “Leituras de Alice no País
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das Maravilhas entre o texto original e algumas versões”.
Assim como chama atenção de estudiosos também
conquista leitores adultos, que se identificam com a história
contada por Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas.
Algumas das peculiaridades presentes nos textos
de Carroll, segundo Martin Gardner (2002 p.vii), podem ser
alusões diretas ao momento vivido pelo autor durante a Era
Vitoriana. Época, na qual era comum as crianças se divertirem
recitando poemas cheios de trocadilhos, paródias de canções e
decorando textos (MENDONÇA, [s.d]).
Outro aspecto comum aos textos de Carroll, é a
linguagem nonsense. Segundo Elizabeth Sewell sua narrativa é
muito mais prosa do que verso. Essencialmente coloquial abstrata
e complexa na sua linguagem. Essa complexidade acaba
produzindo um “excesso de sentido”, característica comum aos
textos de Alice (AMARANTE, [s.d]).
Ainda falando sobre o nonsense presente nas obras de Carroll,
é muito comum haver jogos de palavras e expressões correntes
da Sociedade inglesa, ou ainda fatos referenciados a uma
realidade vivida pelo autor. Dessa forma a conclusão a que
pode se chegar é que “Alice no País das Maravilhas” e “Através
do Espelho e o que Alice encontrou lá”, não podem ser incluídas
na mesma categoria das fábulas e dos contos de fada infantis,
pois segundo Sebastião Uchoa Leite (1980 p.16) “as fábulas e
contos são análogos aos mitos (...), ou seja, as fábulas e contos
de fadas repetem esquemas e protótipos, variando apenas as
histórias. Já as obras de Carroll levam em conta as interferências
históricas na narrativa”.
A personagem Alice passa por diversas situações
em que se discutem problemas de identidade, importantes a
uma menina que está passando da infância para adolescência.
Problemas como: crescer e diminuir faz com que a personagem
se questione o tempo todo sobre seu próprio “EU”, às vezes até
ficando na dúvida de quem é realmente. (MEDONÇA, [s.d]).
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Muitas teorias, já foram escritas como tentativa de
entendimento desse universo de Alice. O autor com base na
teoria junguiana defende em sua tese, que Alice pode ser
comparada ao arquétipo da criança presente no inconsciente
coletivo. Uma heroína que se submete a toda sorte de perigo, à
procura de novas experiências e em busca de um desfecho para
sua viagem (JUNG, 2002 p.155 apud BENEVIDES, 2007).
Mas a questão central é discutir porque um texto
escrito para uma criança, se tornaria alvo de tantos estudos e
teorias relacionados ao universo adulto. Como Carroll, mesmo
despretensiosamente, teria criado uma das maiores e mais
intrigantes obras da literatura mundial (GARDNER , 2002)
Além do livro abordar os “problemas de identidade”,
outro ponto abordado também na história de Alice é a relação
entre o pensamento de cada pessoa em relação ao que as
outras outras pessoas pensam. Uma discussão profunda sobre o
respeito à diferença do pensamento (MENDONÇA, [s.d]). Além
de ser um “belo trajeto pelo mundo dos sonhos que resgata a
realidade.” (MENDONÇA, [s.d] p.43).
Diante desses fatos elencados, a conclusão a
que se pode chegar, é que mesmo Lewis Carroll tendo escrito o
texto de Alice para uma criança, suas características marcantes
o possibilitam de transitar entre dois universos completamente
distintos, o infantil e o adulto. Essa transição vem acontecendo
de forma natural e gradual.
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Análises dos Projetos Gráficos
Visando o desenvolvimento do novo projeto gráfico de
Alice no País das Maravilhas, foi observado que seria necessário
fazer algumas análises, de edições recorrentes dessa obra já
publicadas, para que houvesse uma melhor compreensão dos
elementos de composição de alguns dos projetos gráficos já
editados, para dessa forma criar parâmetros para elaboração
de um novo projeto gráfico, voltado para o público adulto.
Essas análises serão realizadas na sua maioria em
projetos voltados ao público infantil e infanto juvenil, dentre
adaptações e textos integrais, que são a maioria das edições
já publicadas, porém também serão analisadas as duas únicas
edições para o público adulto.
A escolha das edições a serem analisadas.
A escolha das edições a serem analisadas, se deu a
partir de uma pesquisa na internet em sites de livrarias (Saraiva
e Cultura), em bibliotecas públicas (Alceu Amoroso Lima e Cecília
Meireles) e também no Campus da Faculdade Senac, para
fazer um levantamento de algumas das edições já publicadas
do livro Alice no País das Maravilhas no Brasil. Foi observado
que quase todas as edições, são destinadas ao público infantil
e infanto – junvenil, e que a as únicas exceções, são as edições
de Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho e o que
Alice encontrou lá - Edição Comentada da editora Jorge Zahar
de 2002 e a edição Aventuras de Alice no País das Maravilhas
e Através do espelho e o que Alice encontrou lá, feita pela
editora Summus Editorial de 1980, que são voltados ao público
adulto.
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A partir dessas informações, foi feita uma busca nas
bibliotecas já citadas, pela edições disponíveis para reprodução
digital, foram encontradas, 11 edições. Dessas 11 edições
foram escolhidas, as que respondiam por um projeto gráfico
ou por uma ilustração diferenciada. Para finalmente serem
analisadas 6 edições com projetos completamente diferentes
entre si. Por fim, serão analisadas as seguinte edições, Alice no
País das Maravilhas – Editora Nacional (1979), Alice no País das
Maravilhas – Edições de ouro (1969), Alice no País das Maravilhas
– Editora Scipione (1992),Alice no País das Maravilhas – Editora
Ática (2006), Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho
e o que Alice encontrou lá - Edição Comentada - Editora Jorge
Zahar (2002), Aventuras de Alice no País das Maravilhas e
Através do espelho e o que Alice encontrou lá - Summus Editorial
(1980) e Alice no País das Maravilhas - Editora Ática (1980).
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Apresentação dos parâmetros de análise
A escolha dos parâmetros que serão utilizados nas
análises dos projetos gráficos, foram extraídos do texto de André
Villas Boas em seu livro O que é o que nunca foi design gráfico.
Como apresentação desses parâmetros, algumas citações serão
utilizadas, para dar ênfase e explicar cada elemento de análise.
Os aspectos que serão utilizados consistem em aspecto formal,
funcional e simbólico.
Em primeiro lugar, a apresentação do aspecto formal,
segundo autor,
um projeto de design gráfico consiste num
todo que é formato tanto por um texto
diagramado e por elementos tipográficos
de mais destaque quanto por ilustrações,
fotos, elementos acessórios como fios, etc.
Ou seja: um projeto de design gráfico é
um conjunto de elementos visuais – textuais
e/ou não-textuais – reunidos numa
determinada área preponderantemente
bidimensional e que resulta exatamente
da relação entre estes elementos.
Num projeto gráfico,os componentes
tipográficos (ou seja, as “letras”), são
tratados com a mesma importância visual
que, por exemplo, um desenho ou uma
foto(...) (VILLAS BOAS, 2003, p.12)
Diante dessa definição, os aspectos formais que serão
utilizados nas análises, consistem num todo entre tipografia,
ilustração/foto, cores, e elementos acessórios. Serão observados,
em todos os projetos analisados, com o intuito de entender se
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esses elementos foram utilizados de maneira a completar
um projeto gráfico infanto – juvenil e se a forma que foram
utilizados é adequada a esse tipo de público destinado.
Para apresentação do segundo aspecto, o funcional, o
autor afirma que,
são peças de design gráfico todos
aqueles projetos gráficos que tem como
fim comunicar através de elementos visuais
(textuais ou não) uma dada mensagem
para persuadir o observador, guiar sua
leitura ou vender um produto (VILLAS
BOAS, 2003, p.13)
Ou seja, nesse item as análises consistem em observar
se os projetos gráficos, através dos elementos de composição
formal, comunicam ao leitor o conteúdo do livro satisfatoriamente,
e se mantém ao longo de todo projeto uma unidade visual.
E para a apresentação do último aspecto, o simbólico, o
autor afirma que,
(...) Torna-se claro que uma peça de
design gráfico tem uma função subjetiva
junto ao usuário que a contextualiza
historicamente como fruto de uma prática
e objeto de uma disciplina específicas
e a distingue do design informacional e
das práticas estritamente estéticas (seja
no sentido artístico ou ornamental) (...)
(VILLAS BOAS, 2003, p.26)
Ou seja, quando o designer projeta uma peça gráfica,
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está colocando em jogo elementos que contextualizem essa peça,
elementos estes que vão traduzir qual o objetivo, e intenção
que a peça terá . A peça é produzida por um motivo, e não
meramente ao acaso, todos as características serão compostas
dentro de parâmetros produzidos pelo designer. Essa peça
gráfica é diferente do design informacional, pois todos seus
elementos, componentes e características foram pensadas para
atingir um público,objetivo,e intenção.
Diante dessa definição, serão observados se os projetos gráficos
das edições analisadas funcionam bem como peças de design
gráfico, através de elementos determinados anteriormente. E
ainda se essas peças de Design Gráfico, possuem algum tipo de
referência à estilos e sensações.
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Análise I
Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll; ilustrações
Darcy Ribeiro, sem nome de quem adaptou - Editora
Nacional (1979)
Tamanho
Formato Aberto: 41,8 X 30,2 cm
Formato Fechado: 20,5 X 30,2 cm
Cores: 4
Aspecto Formal
Os elementos de composição da capa desta
edição estão constituídos de título do livro, dividido em duas
partes, a palavra “Alice” com 8 cm de altura e 20,2 cm de
comprimento,localizada na parte superior da página e o
restante do título “No País das Maravilhas”, no canto inferior da
página, ocupando a distância de 6 cm da borda inferior, com
altura de 1,5 cm. A fonte utilizada no texto inferior é serifada,
na cor fria (rosa), remetendo ao público infantil feminino. O
texto confeccionado na parte superior é composto de fontes
fantasia, com caráter ilustrativo, pois cada letra é composta de
um ou mais elementos.
No centro da página, encontra-se a ilustração da
personagem “Alice”, ocupando a maior área da página, dentro
de um espaço de 12,5 X 20,5 cm, formando um retângulo
central.No canto inferior abaixo do título inferior, aparece o
nome do autor na cor fria (Azul), formando a base do triângulo
que converge para o topo da ilustração e para o “i” do nome
da personagem, direcionando todo o olhar para esse ponto.
As cores de composição do texto “Alice” varia entre
cores quentes e frias, entre tons de azul, verde, roxo, vermelho,
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cinza e amarelo.
A tipografia parece ter sido feita sob medida para essa edição,
pois comunica ao leitor, elementos da história através das
figuras presentes em cada letra. É uma tipografia adequada
ao universo infantil, por possuir esse caráter de brincadeira está
adequada ao projeto apresentado pois faz uma ponte com a
ilustração central da página, através das figuras e também dos
traços, que em ambas, tanto na ilustração quanto na tipografia,
são extremamente referências ao texto e ao universo infantil. As
cores utilizadas na composição, são análogas, portanto chamam
muito mais atenção quando são utilizadas juntas.Outro elemento
de comunicação entre a ilustração e a tipografia, é o fato, de a
letra “i” estar ligada à cabeça da personagem, como se a fonte,
tivesse sido desenhada junto com a ilustração.
O bloco de texto no interior da edição, é visivelmente
claro e possui uma tipografia adequada a leitura, pois além
de utilizar duas colunas de texto, utiliza uma fonte com serifa e
tamanho aproximado de 14 pt. ideal para leitura de grandes
massas de texto, em livros adequados ao público destinado.
Figura 23 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Aspecto Funcional
Observando os elementos de composição da capa, e o
interior do livro, percebe-se que há algumas divergências quanto
as ilustrações,pois a ilustração da capa, possui um traço muito
mais preciso, que as ilustrações presentes no interior do livro.Isso
não se tornaria um problema, se fosse feito propositalmente,
porém não é o caso aqui. A ilustrações internas ainda mantém
a idéia do universo infantil, porém utilizam um outro tipo de
linguagem para se expressar, a colagem e o desenho com
canetinha. A “Alice” presente na capa, não parece a “Alice”
presente no interior do livro. O uso de elementos visuais muito
distintos nesse caso, não favorece o projeto gráfico, pois o deixa
confuso e desconexo da sua intenção inicial.Esse projeto não
mantém uma unidade visual clara entre as partes, exceto em
relação as ilustrações do interior do livro, que são todas feitas
pelo mesmo tipo de técnica e traços semelhantes.
Figura 24 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
Aspecto Simbólico
Diante dessa edição pode-se observar que a há a
utilização de duas linguagens diferentes,uma apresentada na
capa e outra no miolo, pois quando o leitor, abre o livro, o
tipo de comunicação é outro, apesentando a ele outro tipo de
representação do mundo mágico da personagem, completamente
diferente do mostrado na capa.
blocos de texto
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Nessa edição observa-se que há influência do processo de
fotomontagem na criação das ilustrações. Essa influência é bem
simples, pois não há muita sofisticação na criação da ilustração,
é o processo de colagem. Essa edição passa a sensação de ser
um projeto com uma mistura de técnicas em um mesmo projeto.
Como por exemplo, a colagem e o desenho com canetinha.
Passa a sensação de um projeto mais livre e próximo ao universo
descrito na história da personagem.
Técnica: colagens e desenho
Figura 25 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
Figura 26 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
Figura 27 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Análise II
Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll; sem nome do
ilustrador, Adaptação de Lúcia Benedetti - Edições de ouro
(1969).
Tamanho
Formato Aberto: 32,5 X 21,5 cm
Formato Fechado: 16 X 21,5 cm
Cores: 4
Aspecto Formal
A capa dessa edição de Alice pode ser dividida em
duas partes, a primeira localizada no superior da página,
contendo o título do livro e as informações sobre Adaptação e
Tradução, na segunda parte, aparecem a ilustração, nome do
autor e o logo da editora.
O maior destaque também fica para o nome da
personagem, que compõe o título do livro. As informações
apresentam-se com o texto centralizado, porém não centralizado
no meio da página.
Na segunda parte a ilustração ocupa quase toda área
da página, com uma área de 4 cm de branco, entre a margem
esquerda e o traço, e 2,7 cm de branco na margem inferior. Um
traço preto separa as duas áreas.
A composição cromática desse layout, não utiliza
grande contraste entre o fundo (marrom claro) e as cores da
ilustração. O traço da ilustração mistura desenho com pintura,
possui um traço delicado e diferente da outra ilustração
analisada, pois suas formas quase não tem contorno, o volume
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é dado pelo preenchimento da cor. Nessa edição a cor tem
um papel fundamental, pois é ela que dá margem ao desenho
da ilustração, apesar dos tons utilizados serem bem próximos
do pastel, ainda assim tem forte influência na composição, pois
chama atenção.
Há também a mistura entre as ilustrações feitas por
John Tenniel e as ilustrações feitas para essa edição.
A tipografia utilizada nessa capa, não possui nenhum
atrativo em especial, é uma tipografia adequada a leitura, e
pouco sofisticada. Não é utilizada cor no título do livro e nem
no nome do autor o que acaba deixando o projeto um pouco
sério demais. O não uso de cor na tipografia, deixa o projeto
muito apagado sem elementos que chamem a atenção exceto a
ilustração.
O marrom do fundo complementa a solidez do projeto
e exata a expressão “triste” da personagem.
Nesse projeto fica evidente, que há problemas na
comunicação com o leitor, além da capa não comunicar a história,
passa uma sensação ao leitor que a personagem era uma menina
triste e acuada, e que não é o caso dessa personagem, que em
diversas situações tem que provar que é capaz de decidir por si
só quais atitudes tomar, e quando tomar.
O bloco te texto nessa edição segue o padrão de
uma coluna larga para grande massa de texto, com uma fonte
com serifa que assemelha-se a Times, proporcionando maior
facilidade de leitura.
Essa edição está mais adequada ao público infanto – juvenil,
tanto pela sua configuração geral, quanto pela grande massa
textual.
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4 cm
2,7 cm
primeira parte
segunda parte
Figura 28 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
Aspecto Funcional
Nesse projeto fica evidente, que há problemas na
comunicação com o leitor, além da capa apresentar leitura
questionável sobre a história, passa uma sensação ao leitor
que a personagem era uma menina triste e acuada, e que não
é o caso dessa personagem, que em diversas situações tem que
provar que é capaz de decidir por si só quais atitudes tomar, e
quando tomar, mostrando sua força e personalidade.
A unidade visual dessa edição está entre a solidez da
capa e a solidez interior do livro. Essa solidez, é o elemento
principal dessa edição, apesar da ilustração ainda tentar
conservar um ponto de descontração com a utilização da cor na
capa, não é o bastante para responder pelo projeto como um
todo.
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Aspecto Simbólico
Observa-se nessa edição há influência das
características do Design Moderno que foram estruturados
na escola da Bauhaus em relação a composição da capa.
O título da edição apresenta-se de uma forma que cria um
bloco geométrico, dividindo a edição entre o título, ilustração,
editora e o resto. Essa edição passa a idéia de que inicialmente
teria sido criada com um propósito estético e posteriormente
tenha sido modificada. Há diferenças tanto no traço da
ilustração da capa como nas ilustrações internas. As ilustrações
do miolo transparecem uma seriedade que não condiz com a
espontaneidade da ilustração da capa.
Ilustrações sérias e de traço rebuscado.Não utilização de cor.
Figura 29 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
Figura 30 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Análise III
Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll; ilustrações:
Célia Seybold, adaptação de Nicolau Sevcenko - Editora -
Scipione (1992).
Tamanho
Formato Aberto: 38,5 X 20,6 cm (10 cm orelha capa/
contracapa)
Formato Fechado: 14 X 20,6 cm
Cores: 4
Aspecto Formal
A capa dessa edição é um pouco diferente das demais
analisadas, pois as informações estão dispostas dentro de uma
moldura, uma espécie de janela com os dados. Na margem
superior da página, dentro da moldura, aparece na maioria
das edições dessa série chamada “Série Reencontro”, um
elemento comum a todas as outras edições dessa coleção, uma
ilustração como se fosse feito a traço de lápis de cor.Ainda na
margem superior aparecem centralizadas as informações sobre
o título do livro, o autor, adaptação e tradução e o logo da
editora aparecem quase no centro da página. Abaixo dessas
informações, aparece a ilustração. A área dentro das margens
é dividida pelo limite da ilustração e da área de branco.
Envolta da moldura a cor de predomínio na capa é a
cor fria azul. Há misturas de fontes na composição do layout da
capa, as informações como (trad. adapt. parte do título e nome
da série), são compostos em fontes serifadas. O nome “Alice”
que aparece com maior destaque no título é composto por uma
fonte sem serifa. Há contrastes de quente-frio nessa composição
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(azul-vermelho), que ajudam no equílibrio da composição como
um todo, pois está de acordo com o restante das cores que são
utilizadas.
A mistura de tipográfias, entre fantasia e com serifas,
não interfere no restante da composição, pelo contrário, agrega
valor, pois entre o título “Alice” e o fundo azul existe um contraste
de ritmo, que se caracteriza a partir das linhas horizontais
presentes tano na palavra “Alice” como no fundo, dessa forma
“o ritmo do momento pode ser caracterizado por um conjunto de
sensações de movimentos encadeados, uniformemente contínuos,
ou sequênciais” (FILHO,2003 p. 69).
A ilustração da capa se mantém ao longo do interior da
edição, mantendo os mesmos traços, porém não há utilização de
cor. Mesmo não havendo utilização de cor, a ilustração feita em
preto e branco, possui características muito fortes no traço, na
configuração enquanto desenho e na representação do universo
descrito no livro. Diferente das outras ilustrações analisadas,
essa mantém um caráter fantasioso, que traduzem muito bem
momentos da história.
O bloco de texto do interior da edição, é configurado
é uma coluna larga, e em fonte serifada, assemelhando-se a
Times proporcionando maior leiturabilidade ao leitor. As fontes
utilizadas nos títulos dos capítulos variam ao longo dos capítulos
entre fontes bastão e serifadas. A sequência entre título do
capítulo e ilustração de apresentação de capítulo se intercalam
ora aparecendo o título em primeiro, ora a ilustração. Como não
há utilização de mais de uma cor no miolo do livro, isso acaba
mantendo um ritmo entre os capítulos.
As ilustrações são todas referênciadas por alguma cena
descrita no texto, e mantém um valor tão importante quanto os
elementos textuais, pois retrata através dos traços, a intimidade
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do ilustrador com conteúdo do livro.
Aspecto Funcional
Essa edição possui uma característica muito forte na
sua representação visual, comunicando ao leitor o conteúdo da
história, de uma forma diferente das formas habituais, comunica
ao leitor que a história que vai encontrar pela frente é cheia
de surpresas, é um universo fantastico. Esse é um projeto que
consegue manter a unidade visual entre as partes de composição,
claramente, mesmo fazendo um jogo com as fontes alternadas
dentro do livro.
Aspecto Simbólico
Nesta edição observam-se influências surrealistas na
construção da ilustração. No entanto observa-se também que há
influência da Nova Tipografia, em relação à construção do layout
dentro de grids, juntamente com a utilização de alinhamento.
Apesar de algumas características desse projeto o
tornar pouco espontâneo, a construção das ilustrações nos
mostra que diante de todas as edições já analisadas aqui,
essa foi a que se permitiu mais entrar no universo descrito pelo
autor, as ilustrações nessa edição possuem um peso maior, e
características fantásticas mais ligadas ao texto do autor.
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elemento comum à todas as edições
limite entre área de branco e da ilustração
informações centralizadas
continuidade entre o nome Alice e o fundo azul
Figura 31 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
contraste de ritmo, pelas linhas sequênciais
Figura 32 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
Figura 33 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
Figura 34 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Análise IV
As Aventuras de Alice no País das Maravilhas. Adaptação e
ilustrações: Tony Ross - Editora Martins Fontes (2001).
Tamanho
Formato Aberto: 28,5 X 21,5 cm (10 cm orelha capa/
contracapa)
Formato Fechado: 14,5 X 21,5 cm
Cores: 4
Aspecto Formal
A capa dessa edição é dividida em três blocos, de
tamanhos desiguais, o primeiro bloco com altura de 2 cm, o
segundo bloco com 7,5 cm e o terceiro com 13,9 cm. As
informações estão distribuidas dentro desses três blocos, dentro
no primeiro bloco estão as informações sobre a coleção e
volume, no segundo bloco, condensa-se a ilustração, e no terceiro
bloco, as informações como título do livro, nome do autor, trad. e
editora.
As informações consideradas de maior peso, estão na
cor verde e em uma fonte bastão, já as informações sobre a
coleção, autor, adap. estão configuradas em uma fonte serifada,
em preto, configuração mais séria. As cores empregadas
nessa capa assemelham-se ao tons pastel, quase não existe
contraste entre a cor de fundo (bege) e a ilustração.A ilustração
ganha pouco destaque dentro da composição,pois além de
não excercer impacto sobre o leitor, quase não complementa
o universo descrito pela história. O contraste maior ocorre na
quarta capa, pois a cor empregada chama mais atenção. Na
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54
quarta capa, a divisão é feita em quatro partes, a primeira,
fica por conta da ilustração e da pequena massa textual que
a acompanha, a segunda fica por conta da massa textual, dos
outros volumes dessa coleção, a terçeira, é apenas a área de
respiro, e a última é a outra área de respiro.
O interior dessa edição é todo configurado na cor verde,
tanto nos elementos textuais quanto em algumas páginas. As
ilustrações do interior, mantém o mesmo traço que a ilustração da
capa, porém são todas em verde, não são utilizados contrastes,
nem luz e sombra por meio de cores, apenas pelos traços, pouco
sofisticados.
O bloco de texto no interior do livro, é configurado em
uma coluna larga, com uma fonte serifada e com a mesma fonte
utilizada para dar destaque aos elementos textuais importantes
da capa do livro, nos títulos dos capítulos.Uma fonte em verde,
sem serifa, bastão.
1 3
2 4
Figura 35 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
Figura 36 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
Figura 37 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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55
Aspecto Funcional
Embora nessa edição do livro, não haja uma comunicação
direta com o leitor, ainda assim mantém uma unidade visual entre
as partes de composição de projeto, através das ilustrações que
mantém o mesmo traço, e da cor empregada em todo o livro, ser
sempre a mesma.
Aspecto Simbólico
Essa edição de Alice no País das Maravilhas, pouco co-
munica ao leitor o universo retratado no livro, pois essa utilização
de tons muito parecidos, remete a uma história, de poucos acon-
tecimentos e monótona. Elementos que na realidade, são opostos
aos retratados pelo autor na história. Ness edição observa-se
um pouco de influência das características do Design Moderno
que foram estruturadas na Escola da Bauhaus, em relação a
presença sutil de blocos geométricos na composição. Em relação
ao projeto temos a sensação, de que houve a intenção de fugir
um pouco do s personagens realísticos, criando deformidades
em alguns traços, mas que não foram concluídos, a sensação de
terror apesar da utilização constante da cor verde no projeto é
muito forte.
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Tamanho
Formato Aberto: 40,44 X 26,7 cm
Formato Fechado: 20,22 X 26,7 cm
Cores: 4
Aspecto Formal
A capa dessa edição, é dividida de acordo com a
concentração de informação textual e visual. A maior parte da
informação está situada no centro da página, distribuida em
toda área da página, em duas áreas, a primeira constituíndo-se
Análise V
Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho e o
que Alice encontrou lá - Edição comentada. Texto integral,
ilustrações: John Tenniel - Editora Jorge Zahar (2002).
do nome do autor e título do livro, e a segunda da ilustração, do
nome do ilustrador, da tradução e da editora. Ambas as áreas
possuem o mesmo tamanho, com 14 cm de altura e 23 cm de
largura.
Dentro da primeira área de visualização, o elemento
de maior destaque é o título “Alice”, pois se configura em uma
fonte em cor diferente das demais, e em tamanho maior de
aproximadamente 60 pt. Outro elemento que também ganha
destaque é o elemento figurativo situado logo abaixo da
continuação do título “Edição comentada”. Observa-se que essa
primeira parte, um elemento visual (ilustração), aparece fora da
zona de visualização centralizada.
Na segunda área, percebe-se que o elemento de
maior destaque é a ilustração principal da capa, que ocupa
praticamente toda área central de visualização dessa área.
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57
Os elementos textuais, como adaptação e ilustrador, estão fora
dessa área central.
As informações consideradas de maior peso estão em
cor diferente aos demais elementos. A cor empregada no fundo
da página provoca maior contraste no título “Alice” . Há pouco
contraste entre as ilustrações e o fundo. Existe um apelo muito
forte para o nome da personagem, deixando a ilustração para
segundo plano.
O interior dessa edição é todo configurado em preto
e branco, inclusive nas ilustrações. Há dois blocos de texto, nas
páginas pares o bloco de texto da história situa-se no canto
esquerdo e o bloco de texto explicativo no canto direito
configurado em um tamanho de fonte menor e nas páginas
ímpares,o bloco de texto referente a história fica no canto
direito e o bloco de texto referente as explicações no canto
esquerdo. No início dos capítulos, há sempre um elemento visual
de apoio ao título, porém com caráter ilustrativo não referente
ao texto.
Todas as ilustrações contidas nesse exemplar foram
feitas pelo John Tenniel, poucas vezes aparecendo no começo
do capítulo, mantendo-se no meio ou final de capítulo.
Aspecto Funcional
Apesar de essa edição ser destinada ao público
adulto, não há nada de diferencial em seu projeto gráfico que
determine essa característica. Essa edição mantém uma unidade
visual entre a capa e o miolo, entre as fontes utilizadas ao longo
de todo o elemento textual e também do elemento visual que
apóia os títulos dos capítulos, que é o mesmo da capa, porém
sem a utilização da cor. A comunicação da capa é clara.
Aspecto Simbólico
Essa edição da obra Alice no País das Maravilhas,
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58
utiliza elementos básicos em sua comunicação como, por
exemplo, a fonte, que dá destaque ao título da personagem
e a cor. A ilustração da capa é simples e direta, pois utiliza
poucos elementos para comunicar, exemplo a garotinha com
uma garrafa na mão. Não há necessidade de muitos elementos
para o entendimento da história, pois os dois elementos textuais
e visuais se combinam.
Nesse Projeto observa-se que há uma preocupação
maior na construção do layout, observa-se um equilíbrio entre
os elementos dispostos na página. A composição foi feita dentro
de um grid, para obedecer ás distâncias entre os títulos e as
ilustrações. Esse projeto transpassa a sensação de seriedade
que a proposta requer, pois essa edição, tem o objetivo de
explicar a história nos seus mínimos detalhes.
Figura 38 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
1º área
2º área
Figura 40 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
Figura 39 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
bloco de texto explicativo
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Análise VI
Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Através do
Espelho Texto integral, Tradução Sebastião Uchoa Leite -
Summus Editorial (1980).
Tamanho
Formato Aberto: 28,44X 22,42 cm
Formato Fechado: 14,22 X 22,42 cm
Cores: 2
Aspecto Formal
Nessa capa dessa edição percebe-se que há uma
brincadeira com o título do livro, que foi utilizado como um
espelho, refletido, dividindo a capa em duas partes. Dessa
maneira o título do livro e o autor aparecem espelhados. As
informações textuais como nome da editora e edição aparece
sem serem refletidos, centralizados na página.
As cores empregadas no título não provocam contraste
significativo, apenas destacam o título do fundo a que é
submetido. A cor utilizada para dar destaque ao nome do autor,
causa mais impacto que o restante das informações.
As fontes utilizadas na composição da capa, são fontes
bastão, pouco sofisticadas e com pouco apelo visual.
Nessa edição não há ilustração na capa nem no interior do livro.
A utilização de imagem, fica por conta das fotografias tiradas
pelo próprio autor (Lewis Carroll) das meninas, inclusive de
“Alice”, que aparecem em um capítulo anexo no final do livro.
Só há utilização de cor na capa, dentro do miolo a
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60
edição se mantém em preto e branco em todos os capítulos.
O bloco de texto nessa edição segue o padrão de
livro, de uma coluna larga não justificada, utiliza uma fonte sem
serifa, com tamanho aproximado de 11pt.
Figura 41 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
primeira parte segunda parte
títulos espelhados títulos espelhados
Figura 42 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
texto não justificado
Figura 43 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Aspecto Funcional
Observando a composição do layout da capa dessa
edição pode – se afirmar que não foram utilizados elementos
com apelo visual, nem ilustração. A capa mantém uma linguagem
simples, que chama pouca atenção para o assunto retratado
no livro. Apesar dessa edição ser voltada ao público adulto,
não há elementos que identifique essa característica, exceto
pela quantidade e tamanho de texto localizado no interior da
edição. Essa edição mantém a unidade visual, quanto a fonte
utilizada na capa e no interior do livro.
Aspecto Simbólico
Essa edição pode ser considerada questionável
quanto a comunicação com o leitor, pois falta elementos que
façam essa ponte. A idéia de não trazer ilustrações somente
tipografia remete ao futurismo, o efeito repetitivo das palavras
quando utilizadas espelhadas. Esse projeto passa a sensação
de seriedade tanto pela composição geral, quanto pela pouca
variação de cor.
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Análise VII
Alice no País das maravilhas - Tradução: Fernanda Lopes de
Almeida -Ilustrações: Nicolas Guilbert - Editora Ática (1980).
Tamanho
Formato Aberto: 43,6 X 27,1 cm
Formato Fechado: 21,3 X 27,1 cm
Cores: 4
Aspecto Formal
A capa dessa edição se configura de maneira diferente
das demais edições analisadas, pois é feita em capa dura. As
informações textuais concentram-se todas na área central da
página alinhadas de acordo com a margem superior. A fonte
utilizada nos textos é sempre a mesma constituíndo-se sempre
em caixa alta, variando apenas no tamanho e nas cores
empregadas (vermelho,preto, laranja, amarelo) clareando
gradativamente.
A ilustração aparece ocupando toda toda a área da
página sobressaíndo ao texto verbal. A imagem que compõe
o rosto da personagem principal, vem acompanhada de uma
moldura que se mantém ao longo de toda a edição, estando
presente nas folhas de guarda da capa e da contra capa e
também em algumas ilustrações internas. Há variação no desenho
que compõe a moldura, mas todas as ilustrações a mantém.
O traço da ilustração da capa mantém-se ao longo de
toda a edição, variado apenas os desenhos e as cores de acordo
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63
com as cenas mostradas no livro. Também há um contraste muito
evidente entre cores quentes e frias, as cores quentes mais
evidentes estão presentes no título do livro e no nome do autor,
representados pelo vermelho, amarelo e laranja, as cores frias
estão mais presentes na ilustração como um todo, variando entre
azul,verde,rosa e violeta.
A composição textual e a ilustração mantém
harmoniosas, não há interferências, ambas comunicam juntas
sobre o assunto do livro. A edição é toda configurada em uma
coluna larga de texto, com fonte serifada em tamanho 14 pt
aproximadamente.
As páginas de texto são alternadas com páginas
totalmente ilustradas, aonde há texto, a folha mantém-se em
sua cor original o branco, com apenas o texto impresso em
preto, exceto no começo dos capítulos, nas páginas ilustradas, a
presença do texto é alternada. Todas as ilustrações possuem
uma moldura, sejam ilustrações de meia página, página inteira
ou página dupla.
Aspecto Funcional
Nessa edição a representação visual vem acompanhada
do texto verbal, ambas possuem importância,porém
diferentemente das outras edições analisadas essa transmite
Figura 44 - Imagem escaneada do Livro de Alice no País das Maravilhas
Figura 45 - Imagem escaneada do Livro de Alice no País das Maravilhas
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uma sensação de ter sido projetada para a contemplação do
leitor, isso ocorre através das ilustrações, bem elaboradas, muito
coloridas, com traço leve e carregado de sentido. A atenção do
leitor fica voltada para o livro, criando expectativas em relação
aos próximos capítulos.
Aspecto Simbólico
Nesta edição observa-se uma referência indireta ao
Estilo Vitoriano e ao movimento Artes e Ofícios quando as
Figura 46 - Imagem escaneada do Livro de Alice no País das Maravilhas
ilustrações se apresentam dentro de molduras, e também faz
referência ao Art Nouveau , em relação as formas naturais
criadas apartir de desenhos foliáceos orgânicos e curvilíneos,
presente em algumas ilustrações.
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65
Considerações Finais
Diante de todas as análises realizadas, observa-se que
em sua maioria os projetos gráficos, atendem as necessidades
do público alvo a que são destinados, alguns projetos deixam
a desejar em alguns itens como por exemplo a ilustração inicial
e as ilustrações que acompanham toda a edição, outros tentam
comunicar ao leitor a história através de muitos elementos ao
mesmo tempo, o que acaba deixando o projeto confuso.
Quase todas as ilustrações são bem trabalhadas, para
retratarem o universo descrito no livro, umas conseguem mais
que outras, mas todas representam o livro de alguma forma.
Somente um projeto utiliza a linguagem de colagem em sua
ilustração, os outros procuram explorar o traço, a configuração
visual ou até mesmo a não utilização de cores.
Os dois únicos projetos voltados para o público adulto,
não possuem nenhum atrativo em especial, quando utilizam
ilustrações, estas se apresentam em forma simples, e sem cor.
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66
Panorama de Ilustrações de Alice no País das
Maravilhas
A seguir, serão apresentadas algumas imagens já produzidas de
Alice no País das Maravilhas, com objetivo de discutir e perceber
o que cada uma delas oferece como forma de representação
da história.
Figura 47 - Alice no País das Maravilhas
Figura 48 - Alice no País das Maravilhas
Figura 49 - Alice no País das Maravilhas
Figura 50 - Alice no País das Maravilhas
Figura 51 - Alice no País das Maravilhas
Figura 52 - Alice no País das Maravilhas
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67
Figura 53 - Alice no País das Maravilhas
Figura 54 - Alice no País das Maravilhas
Figura 55 - Alice no País das Maravilhas
Figura 56 - Alice no País das Maravilhas
Figura 57 - Alice no País das Maravilhas
Figura 58 - Alice no País das Maravilhas
Figura 59 - Alice no País das Maravilhas
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68
Obervações:
Diante desse apanhado de imagens sobre o livro
Alice no País das Maravilhas, percebe-se que na maioria das
imagens, as cenas mais retratadas são aquelas que de alguma
Figura 60 - Alice no País das Maravilhas
Figura 61 - Alice no País das Maravilhas
Figura 62 - Alice no País das Maravilhas
forma já estão no inconsciente coletivo, como por exemplo,
quando “Alice” se encontra com o gato de Chershire, ou quando
a personagem se encontra com a lagarta azul em cima do
cogumelo. Concordo que essas cenas sejam importantes ao
livro, mas a forma que são representadas, acabam se tornando
repetitivas.Quase sempre nas imagens atuais de Alice, se vem
os mesmos elementos, às vezes diferindo entre si, pelas cores, ou
traços, mas pouco se vê atualmente uma representação menos
infantil dessa personagem.
Seria interessante se outros elementos apresentados
pelo autor, fossem explorados também, como por exemplo,
a cena em que o bebê se transforma em um porco, ou ainda
quando a personagem está caminhando e aparece um cachorro
querendo que brinque com ele, pois mostraria que existem
formas de representar o universo retratado pelo autor, sem
fazer repetições de imagens. Estas são cenas, do livro pouco
explorada nas ilustrações atuais e que podem trazer a tona
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69
uma outra concepção de Alice.
O leitor de Alice no País das Maravilhas, tem conhecimento
das cenas que se passam na história, então porque não
apresentar a esse público, uma história com elementos pouco
explorados, pelos ilustradores.
A outras ilustrações de épocas distintas,de ilustradores
Ingleses, Americanos que a representação da história de
Carroll são completamente diferentes. Não porque eles não
representem cenas do inconsciente coletivo, mas porque a forma
de representar é diferente, a maioria das ilustrações possuem
características próprias, os traços são menos relacionados ao
universo infantil, e cada ilustrador, parece dar uma dimensão
para a “sua” história de Alice no País das Maravilhas.
A seguir serão mostradas algumas ilustrações de Alice no País
das Maravilhas, de alguns dos melhores ilustradores de todos
os tempos.
Mabel Lucie Attwell. London: Raphael Tuck &
Sons, Ltd., 1910.
Observações
Essas ilustrações por exemplo, reproduzem duas cenas,
a primeira bem conhecida do público, quando Alice vê o coelho
e começa a persegui-lo e a segunda quando Alice pega o bebê
no colo e ele vai se transformando em porco, pouco retratada
pelos ilustradores. Percebe-se que mesmo mantendo um traço
Figura 63 - Mabel Lucie Attwell. London: Raphael Tuck & Sons, Ltd., 1910
Figura 64 - Mabel Lucie Attwell. London: Raphael Tuck & Sons, Ltd., 1910
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voltado ao público infantil, ainda assim, consegue representar
de uma maneira diferente, é outra concepção da história.
Bessie Pease Gutmann. New York: Dodge, 1907.
Figura 65 - “We beg your acceptance of this elegant thimble.” - Bessie Pease Gutmann. New York: Dodge, 1907.
Figura 66 - Her eyes met those of a large blue caterpillar. - Bessie Pease Gutmann. New York: Dodge, 1907.
Observações
Nessas ilustrações percebe-se que há outro modo de
representação da personagem, aqui as imagens demonstram
um universo mais sombrio, a personagem parece estar bem a
vontade, nesse lugar diferente, com alguns desse animais que ela
nunca viu antes. A representação dos personagens,aproxima-
se um pouco da realidade, apesar de não haver real nesse
universo da personagem.
Figura 67- The poor little Lizard, Bill, was in the middle being held up by two Guinea Pigs, who were giving it something out of a bottle
Gwynedd M. Hudson London: Hodder, 1922;
New York: Dodd, 1922.
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Figura 68 - So they began solemnly dancing round and round Alice, every now and then treading on her toes!
Observações
Nessas imagens, a concepção da personagem Alice
muda, o ambiente que compõe a cena, remete ao escuro, à
noite. O traço que representa os personagens, é duro e pesado.
Nessa imagens, parece que a personagem está vivendo um
pesadelo e não um sonho.
Maria L. Kirk New York: Stokes, 1904.
Figura 69 - They began running when they liked, and left off when they liked, so that it was not easy to know when the race was over - Maria L. Kirk New York: Stokes, 1904.
Figura 70 - “Nonsense!” said Alice, very loudly and decidedly - Maria L. Kirk New York: Stokes, 1904.
Obervações
Nessas imagens, a personagem
apresenta uma outra expressão, de
felicidade e autoridade ao mesmo tempo.
Isso é transmitido através do traço, das
cores quentes emepregadas em maior
quantidade em nos outros exemplos e
também pela expressão rosada do rosto
da personagem. Nessas ilustrações fica
claro que a personagem sempre está no
centro de tudo que acontece nas cenas.
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Arthur Rackham (1867 - 1932)
Diante de todas essas imagens percebe-se que a
história permite uma quantidade muito grande de formas de
representação, seja pelo traço,pelas cores ou pela composição
como um todo, essa é uma caracteristica presente na história
que permite todos esses caminhos. A partir disso, gostaria de
destacar, um dos mais brilhantes ilustradores de Alice no País das
Maravilhas,que foi responsável por criar ilustrações inspiradas no
universo retratado no livro, diferente de tudo que foi mostrado
aqui antes.
Arthur Rackham (1867 - 1939). Um famoso ilustrador de
contos infantis, principal responsável pelas referências visuais de
contos e estórias infantis dos séculos XVIII e XIX (...).Foi designado
para ilustrar Alice: suas aquarelas, predominantemente sépias e
cinzas, são notavéis pela composição dos fundos, são belas obras
de arte, são fantasmagóricas, possuem sublimidade, denotam Figura 71 - Alice (frontispiece) - Arthur Rackham
Figura 72 - The Pool of Tears. - Arthur Rackham
fome, distorção de escala, ofendem a perfeição e ilustram
anomalias de todo tipo, abrigam componentes extremamente
simbólicos, poética e politicamente antigos (FONTOURA, 2007;
VILLARINO, 1984).
O trabalho desse ilustrador, retrata o universo descrito
por Lewis Carroll, através da beleza e delicadeza com que
compõe os cenários da história.
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Figura 73 - “Why Mary Ann, what are you doing out here?”- Arthur Rackham
Figura 74 - Advice from a Caterpillar- Arthur Rackham
Figura 75 - It grunted again so violently that she looked down into its face in some alarm.- Arthur Rackham
Figura 76 - A Mad Tea-Party - Arthur Rackham
Figura 77 - Who stole the Tarts? - Arthur Rackham
As ilustrações de Arhtur Rackham, exploram o universo
da personagem de uma maneira diferente das mostradas ao
longo desse trabalho, pois a maioria das imagens mostradas
anteriormente, infantilizam a linguagem expressa nas ilustrações,
essas imagens são extremamente expressívas, há muita riqueza
na construção dos detalhes. Ao mesmo tempo que a ilustração
possui uma denotação infantil, consegue se expressar através
do traço do rosto dos personagens,com uma linguagem que está
possibilitada de transitar entre o infantil e o adulto, pois não
está infantilizada. Uma expressão de mundo que realmente só
existe na cabeça de quem o imagina. As imagens exibem uma
perfeição quanto a composição dos cenários descritos por Lewis
Carroll, os elementos do nonsense estão impressos tanto nas
cores utilizadas, nas roupas que acompanham os personagens
quanto nas cenas.
Falando um pouco sobre o Projeto Gráfico ilustrado
para adultos, essas imagens contribuíram muito para o
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aperfeiçoamento do conceito sobre o projeto ilustrado. Sair
dessa concepção infantil e juvenil e passar para a concepção
adulta, através das ilustrações, tornando o universo abordado
por Lewis Carroll, mais interessante, deixando de lado, clichês
de imagens “padrão Disney”, retrocedendo um pouco no tempo,
mas trazendo elementos da atualidade em seu projeto gráfico.
Dessa maneira, essas imagens poderiam contribuir para
isso, pois além de criar um universo de “Alice” completamente
diferente dos outros, garante uma verdade, ao mesmo tempo
que mantém um lado obscuro e um pouco assustador, pois suas
figuras apresentam-se em expressões duras e pensativas.
Essas imagens provocaram uma reflexão a respeito dessa
representação imagética que gira em torno da personagem, de
que esse mundo pode ser maravilhoso, mas ao mesmo tempo
assustador, se você não estiver preparado para enfrentá-lo.
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3. Detalhamento do Projeto Gráfico
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76
Para conceituar as ilustrações que foram produzidas
para o livro ilustrado, foi preciso fazer uma pesquisa sobre quais
seriam as melhores técnicas, e quais as referências que seriam
utilizadas como base para a criação. Para isso foi realizada
uma pesquisa sobre duas escolas, dentre elas o Dadaísmo e
o Futurismo. A partir dessa pesquisa, ficou determinado como
as ilustrações seriam construídas, através do processo de
Fotomontagem.
O Dadaísmo
Segundo os autores o dadaísmo iniciou-se como
movimento literário no ano de 1916, quando o poeta Hugo
Ball juntamente com outros nomes, decidiu inaugurar o Cabaret
Voltaire, em Zurique (RAIMES, BHASKARAN,2007).
O Dadaísmo tinha como proposta uma
atuação interdisciplinar como a única
maneira possível de renovar a linguagem
criativa. Niilistas, irracionais e, às vezes,
subversivos, os dadaístas não romperam
somente com as formas da arte, mas
também com o conceito da própria arte.
(ENCICLOPEDIA MULTIMEDIA DEL ARTE
UNIVERSAL, [s.d])
Durante esse período, a política, não interessava muito
a esse grupo de intelectuais que tinham criado o movimento mais
subversivo da história da arte e das letras (MICHELI, 2004).
Mesmo os dadaístas se declarando “antiarte”,
contribuíram valiosamente para o desenvolvimento do design
gráfico. O trabalho dadaísta tinha como características,
posicionamentos aleatórios e títulos absurdos, fontes
extravagantes, símbolos e lettering desenhados a mão, textos
lidos na vertical ou diagonal, sobrepostos e com diferentes
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77
tamanhos (RAIMES, BHASKARAN, 2007). No dadaísmo, o
protesto era furiosamente levado às últimas conseqüências,
a negação da razão movia os trabalhos da época (MICHELI,
2004). Nesse período também fora introduzido o conceito de
fotomontagem, processo que combinava fotografias para criar
novas imagens (RAIMES, BHASKARAN, 2007). Os pintores e
escritores desse movimento defendiam qualquer coisa que fosse
contra as convenções e a tradição, tornando-se um ato extremo
do antidogmatismo do indivíduo, da espontaneidade, do que é
imediato, atual, aleatório, da crônica contra a temporalidade,
do que é explícito e do que é puro, contradição, de dizer não
aonde a maioria diz sim, ou vice versa, da anarquia contra a
ordem , da imperfeição contra perfeição (MICHELI,2004).
Sob forte influência dos horrores da Primeira Guerra,
mantinham uma atitude de cinismo e desilusão. Em lugar da
estética e da beleza, defendiam o acaso e a desordem, ao
invés de significado, defendiam a falta de sentido, em lugar da
ordem aderiram à anarquia (RAIMES, BHASKARAN, 2007).
Dessa forma, o dadaísmo acabou se tornando anticubista,
antifuturista, antiabstracionista, com os meios, as inovações,
as invenções do cubismo, do futurismo do abstracionismo. Os
artistas dessa época não “criavam obras”, mas fabricavam
objetos, que, sobretudo mantinham um significado polêmico,
Figura 78 - Dadaísmo
Figura 79 - Dadaísmo
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78
uma arbitrariedade irreverente, um caráter de todo provisório,
bastante afastado da idéia de constituir um exemplo estético,
como era, ao contrário, o caso dos cubistas, futuristas e
abstracionistas. A “arte dadaísta” não é certamente definida,
algo claramente enunciado, mas uma verdadeira mistura de
ingredientes detectáveis nos outros movimentos (MICHELI,
2004).
Muitas “obras” dadaístas foram “fabricadas” com o
método da “poesia do chapéu”, ou seja, recolhendo os elementos
mais disparatados e colocando-os todos juntos segundo a
casualidade das formas, cores e matéria (MICHELI,2004 P.138)
Fotomontagem
De acordo com os autores no ano de 1920 surge uma nova
técnica que fora introduzida pelos Dadaístas de Berlim e usada
em muitos projetos que se baseavam em imagens, denominada
de Fotomontagem. Ainda não ficou definido definitivamente
quem inventou o termo, sobretudo muitas montagens produzidas
naquela época eram feitas em conjunto.
Dessa forma, os principais nomes que deram início a essa
técnica de construção de imagem foram John Heartfield, Hannah
Höch, Johannes Baader, Raoul Hausmann e George Grosz, cada
qual desenvolvendo seu próprio estilo de fotomontagem. O
nome fotomontagem surgiu da necessidade de diferenciação
entre esse estilo de trabalho e as colagens cubistas da década
anterior.
A fotomontagem em geral, era criada em estilo
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79
aleatório e anárquico, as montagens dadaístas eram
frequentemente feitas de fotografias justapostas e textos de
jornal usadas como capas e ilustrações de revistas (RAIMES,
BHASKARAN, 2007).
Futurismo
De acordo com Humphreys (1999) no ano de 1909 a
Itália ainda era uma nação jovem e sentia-se pouco à vontade
com seu passado, presente e o futuro antecipado.
Com a noção de nacionalismo sendo bem desenvolvida o
Futurismo torna-se parte essencial desse contexto, suas forças e
suas fraquezas derivariam na sua maioria das circunstâncias as
quais foram se desenvolvendo.
O primeiro Manifesto futurista foi publicado em 1909
e estimulou jovens artistas a abraçar as novas tecnologias,
a velocidade, a era das máquinas e da guerra (RAIMES,
BHASKARAN, 2007 p.72). Os futuristas tinham interesse em
apresentar em sua obra toda essa ordem sem precedentes de
experiências novas, eram movidos pelo senso de sua missão
histórica como a vanguarda de uma Itália rejuvenescida. Sendo
extraordinariamente promíscuos na busca de idéias e imagens
se apoderavam alegremente dos esforços de muitos outros para Figura 80 - Fotomontagem Figura 81 - Fotomontagem
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80
reunir elementos de arte futurista em uma síntese coerente e
distinta (HUMPHREYS, 1999).
Liderados pelo escritor e poeta italiano Filippo Tommaso
Marinetti, os artistas futuristas retratavam temas urbanos e
maquinaria, como formas facetadas e fragmentadas, ao estilo
do cubismo (RAIMES, BHASKARAN, 2007 p.72).
A velocidade era representada por linhas de força, e
o dinamismo era criado com a repetição de temas e elementos
tipográficos (RAIMES, BHASKARAN, 2007 p.72).
O autor argumenta que se olharmos os quadros
pintados por volta de 1910,fica evidente que a linguagem
utilizada pelos futuristas é fundamentalmente a divisionista;
um divisionismo dinâmico, onde o movimento é dado pela
reverberações luminosas que envolvem os corpos, multiplicando
as suas vibrações e dilatando-as no espaço (MICHELI, 2004
p.224)
Dessa maneira o futurismo não seria apenas uma síntese
dos valores formais divisionistas e cubistas, mas também uma
síntese expressionista (...) Para os futuristas da mesma forma
que para Picasso a obra é o resultado expressivo da emoção,
a emoção que estabelece a medida, freia a análise, legitima o
arbítrio e cria o dinamismo (MICHELI, 2004).
O líder Marinetti e os futuristas puseram em seu trabalho
um senso de energia libidinosa que parecia reger as intrincadas
mudanças tecnológicas e psicológicas.
Defendia o conceito de “arquitetura tipográfica” para
“redobrar as forças expressivas das palavras”, consistindo em
composições visualmente chamativas, que utilizavam textos em
fontes múltiplas dispostas em diferentes direções na página,
em diversos tamanhos, com cores sobrepostas e espaçamento
entre as letras. Marinetti ainda utilizava chapas metálicas
para encadernar seus livros de vez enquando, como forma de
demonstrar seu entusiasmo pela tecnologia (HUMPHREYS, 1999;
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81
RAIMES, BHASKARAN, 2007)
Entre o final dos anos 1920 e os anos 1930, o estilo futurista de
tipografia foi muito usado comercialmente em livros, revistas e
no design publicitário (RAIMES, BHASKARAN, 2007 p.72).
Figura 82 - Futurismo
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82
Etapa de Concepção
Nesse capítulo será apresentado todo o processo ocorrido
durante a criação do projeto do livro ilustrado.
Apresentação
Esse projeto surgiu apartir de uma relação pessoal minha
com o livro de Alice no País das Maravilhas, pois sempre tive
um carinho especial pela história contata no livro. Outro motivo
especial para transformar isso em um trabalho acadêmico,
é o fato de ser uma história múltipla, cheia de significados e
enigmas.
Decidi então trazer como tema para o meu TCC essa
relação e essa multiplicidade, através de um Projeto Gráfico
Ilustrado voltado para o público adulto.
Objetivo
O principal objetivo desse projeto é trazer para o
público alvo a possibilidade de “reler” a história de Alice, e
também para aqueles que nunca tiveram contato de conhecê-la
e até apreciá-la.
Briefing
EMPRESA: Cosac Naify
OBJETIVO: Livro para ser apreciado, livro que possa ser manuseado
na loja.
NECESSIDADES: dinâmismo, atualidade, significados, contemplação.
PROJETO: diferenciado dos livros destinados ao público adulto.
PÚBLICO ALVO: adultos de 20 a 30 anos classe B.
ESPECIFICAÇÕES: (formato) folder com dobras paralelas, com
lâminas de tamanhos diferentes, CMYK.
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83
Painel Semântico
Conceito: SIGNIFICADOS Conceito: CONTEMPLAÇÃO
Figura 83 - SignificadosFigura 84 - Significados
Figura 85 - Significados
Figura 86 - Significados
Figura 87 - Contemplação Figura 88 - Contemplação
Figura 89 - Contemplação
Figura 90 - Contemplação
Figura 91 - Contemplação
Figura 92 - Contemplação
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84
Conceito: DINAMISMO Conceito: ATUALIDADE
Figura 93- Dinamismo
Figura 95- Dinamismo
Figura 94- Dinamismo
Figura 96- Dinamismo
Figura 97- Atualidade Figura 98- Atualidade
Figura 99- Atualidade
Figura 100- Atualidade
Figura 101-Atualidade
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85
Conceito
O conceito formulado para esse projeto surgiu
apartir de algumas palavras chave, que determinaram cada
característica do projeto. As palavras são: {SIGNIFICADOS,
CONTEMPLAÇÃO, DINAMISMO, ATUALIDADE}.
a) SIGNIFICADOS: esse conceito baseia-se em leituras feitas
da história, buscando uma interpretação pessoal de todas as
situações vividas pela personagem. O conceito resume-se em
qual é o significado da história para mim? E qual é para você?
A mesma história pode ter diferentes significados.
b) CONTEMPLAÇÃO: esse conceito surgiu depois de observar
que ultimamente as pessoas tem tido pouco tempo para observar
as coisas que estão ao seu redor. O tempo passa muito rápido,
em um ritmo frenético. E esse conceito surge para contrapor essa
pressa toda.
A idéia é fazer com que as pessoas separem um tempo de suas
vidas para observar.
c) DINAMISMO: esse conceito baseia-se em tornar o livro mais
atrativo ao seu público, retirando o tradicionalismo existente
nos livros destinados ao público adulto, e trazendo um universo
mais solto, com mais praticidade, menos padrões, para o projeto
gráfico.
d) ATUALIDADE: o conceito é baseado na idéia de transformar
uma história escrita na Era Vitoriana, em uma história mais atual,
utilizando elementos que aproximem mais o público do livro.
Público Alvo
A escolha do público alvo desse projeto aconteceu
de maneira natural, pois quando iniciei a pesquisa para esse
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86
projeto, fui buscar fontes que me dessem base para confirmar
o que estava pretendendo, apartir disso fui apresentada a
várias teses, que se apropriavam da história de Alice para
argumentar sobre diversos assuntos. Muitos desses assuntos, na
maioria das vezes não tinham nada em comum entre si, mas
todos estavam envolvidos com a história de alguma maneira.
Um exemplo que achei muito válido foi uma tese encontrada na
biblioteca da USP, que citava trechos da história para justificar
elementos matemáticos de lógica. O autor se apropriou de uma
série de elementos da história para justificar e argumentar sua
teoria. Outro exemplo foi uma tese que estudava a personagem
baseada em teorias Foucautianas, e Junginianas.
A história também foi muito utilizada em filmes, músicas
e livros que se dispunham a tentar entender e “explicar”, o que
se passava com a personagem.Apesar da história ser feita para
crianças é muito utilizada no universo adulto. Por tanto todos
esses argumentos, me davam base para escolher o público
adulto de 20 a 30 anos classe B.
A escolha da Editora
Após ter feito pesquisa em alguns sites de editoras que
já publicaram o livro Alice no País das Maravilhas, observa-se
que na maioria os projetos gráficos são voltados para o público
infantil e juvenil. E que apenas a Summus Editorial e a Jorge
Zahar publicaram para outro tipo de leitor. Diante disso, foi
observado que essas duas editoras, mantém um perfil diferente
do que gostaria para o projeto gráfico, por esse motivo, opta-
se pela Cosac Naify, editora que ainda não publicou a obra,
e que possui uma posição um pouco mais singular no mercado,
transformando cada projeto, em único.
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Todas essas vertentes encontram suporte
na beleza e qualidade gráfica das
edições, que buscam a singularidade de
cada projeto. Em dez anos de existência, a
Cosac Naify reafirma o seu compromisso:
realizar uma intervenção cultural que
preencha lacunas do mercado editorial
brasileiro.
Cecília do Val e Marcele Rocha - Assessora
de Imprensa
Partindo do Conceito do Projeto, essa editora parece ser a mais
indicada.
O Título
“Fragmentos de Alice: Livro Ilustrado para adultos.”
A idéia do título surgiu apartir de reflexões sobre qual
seria o melhor título para esse trabalho. O título representa,
um pouco de todas as etapas de produção e construção desse
projeto. Alice no País das Maravilhas é considerada uma história
complexa, que permite múltiplos significados e que exigiu para a
criação das ilustrações, que todos os detalhes da história fossem
esmiussados, que a maioria dos símbolos fossem traduzidos em
imagens.
A história se constitui apartir de vários elementos que
se juntam e formam o roteiro final, semelhante a uma colcha
de retalhos, vários pedaços de tecido formam a colcha. O
nome fragmentos vêm dos pequenos detalhes que formam essa
história.
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88
O Projeto Gráfico
O Projeto Gráfico foi pensado para não ser um projeto
tradicional de livro para adultos. A idéia do projeto ser feito
em formato de folder, surgiu da praticidade e dinamismo que
o formato proporciona. E também da possibilidade de criar
dobras variadas para os cadernos . Um dos pré-requesitos para
a construção desse livro é o formato quebrar a tradicionalidade
que há na maioria das produções literárias, voltadas ao público
adulto.
O tamanho estabelecido ficou em 14X42 cm (formato
aberto), 14X10,5 cm (formato fechado) para a primeira página
do livro e para a parte de dentro do encarte ficou o tamanho de
14X21 cm (formato aberto) e 14X 10,5cm (formato fechado).
Cálculo do aproveitamento de papel
Apresenta-se primeiro o aproveitamento para o
documento com tamanho de 14 X 42 cm e em seguida para o
documento com tamanho de 14 X 21 cm.
Formato: 66 X 96 cmDeixar 0,5 cm para refile de cada ladoDeixar 2,5 cm para pinça (retirar do valor de 66 cm – Menor dimensão)
Tamanho do documento: 14 X 42 cm
Calculo do aproveitamento de papel:
66 cm – 2,5 cm = 63,5 cm63,5 cm – 0,5 cm (refile do lado contrário) = 63 cm
96 cm – 1 cm (refile 0,5 de cada lado) = 95cm
Dividindo :
63/14=4 95/14=663/42=1 95/42=2
Então:
Teremos um total de 9 impressos (4X2+1 na sobra de papel) com relação 14/63 e 8 impressos (1X6+2 na sobra de papel na sobra do papel) com relação 42/95
pinça
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Formato: 66 X 96 cmDeixar 0,5 cm para refile de cada ladoDeixar 2,5 cm para pinça (retirar do valor de 66 cm – Menor dimensão)
Tamanho do documento: 14 X 21 cm
Calculo do aproveitamento de papel:
66 cm – 2,5 cm = 63,5 cm
pinça
63,5 cm – 0,5 cm (refile do lado contrário) = 63 cm
96 cm – 1 cm (refile 0,5 de cada lado) = 95cm
Dividindo :
63/14=4 95/14=663/21=3 95/21=4
Então:
Teremos um total de 11 impressos (4X2+3 na sobra de papel) com relação 14/63 e 10 impressos (1X6+4 na sobra de papel na sobra do papel) com relação 21/95
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90
Tipografia
A tipografia escolhida para compor o projeto, é sem
serifa e possui uma legibilidade boa em relação á grandes
massas de texto. A escolha de uma tipografia sem serifa,
também está relacionado com o caráter de experimentação
que a proposta do projeto trás.
A opção de utilizar apenas uma família tipográfica,
variando apenas no tamanho, em bold, ou itálico, se dá pela
enorme variação de fontes recortadas de jornal e revistas uti-
lizadas na construção das ilustrações.
18pt entrelinha
Grid
O Grid foi desenvolvido com base no tamanho da fon-
te e na entrelinha. O grid foi composto em 4 colunas para a
primeira página e 2 colunas para as demais páginas.
O grid é composto de texto e imagem, a parte tex-
tual obedece ao estilo criado para cada tipo de alinhamento,
variando entre Alinhado a direita para diálogos, Alinhado a
esquerda em itálico para poesias e Justificado para texto cor-
rido. A variação entre texto e imagem foi pensada para deixar
o projeto mais dinâmico em sua leitura e contemplação.
Figura 102 - Imagem do Grid
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Ilustração
As ilustrações foram produzidas com a mistura
de técnicas (Colagem, Transfer,Sofware) que combinadas
proporcionaram uma unidade visual ao projeto. O Processo
escolhido para a criação das imagens, é a Fotomontagem,
desenvolvida pelos Dadaístas. O futurismo também influênciou
na criação das ilustrações, no que se refere a composição
visual.
As ilustrações foram pensadas para representarem
fotografias dos momentos descritos nas cenas apresentadas na
história. Os personagens podem variar de acordo com algumas
cenas. Alice pode ser representada como uma adolescente em
determinados momentos e em outros como criança. As ilustrações
foram criadas apartir de elementos retirados dos storyboards
dos capítulos, dos resumos e também da interpretação pessoal
dos elementos descritos na história.
Esse elementos deram origem as imagens, algumas
produzidas por mim e outras encontradas em banco de imagens.
E por fim para completar a produção das ilustrações, foram
utilizadas técnicas de colagem, Transfer com letra set, e recortes
de tipografias de jornais e revista, variando em seu formato
vertical e horizontal.
Figura 103 - Ilustração do capítulo “Um chá muito louco”
Figura 104 – Ilustração do capítulo “O campo de croquet da rainha”.
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92
Figura 105 - Imagem da etapa de produção
Figuras 106 a 110 - Imagem da etapa de produção
Etapas do Processo de Criação
1. Resumo de todos os capítulos do livro.
2. Organograma de todas as ações ocorridas nos capítulos.
3. Storyboard das principais cenas descritas nos capítulos.
4. Busca de significados dos elementos descritos na história.
5. Busca por imagens correspondentes as ações descritas no
storyboard em banco de imagens.
6. Criação de fotografias correspondentes aos elementos
descritos no storyboard.
7. Utilização de técnicas de colagem, Tranfer com Letra set,
para o desenvolvimento de painéis de fundo para as imagens.
8. Montagem das ilustrações através do processo de
fotomontagem,com ajuda do Software Photoshop CS2.
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93
Figura 111 - Colagem etapa de Produção
Figura 112 - Colagem etapa de Produção
Figura 113 - Colagem etapa de Produção
Figura 114 - Colagem etapa de Produção
Figuras 111 e 112 colagens feitas sobre papel Alta Alvura 75 g com tipografias e imagens recortadas de revistas e jornais.
Figura 113 colagem de tipografia no vidro da janela. Efeito apartir do movimento da câmera e não utilização do Flash.
Figura 114 colagem feita sobre papel Vergê marrom 75 g com tipografias de jornal.
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94
Figura 115 - Transfer com letra set
Figura 116 - Transfer com letra set
Figura 117 - Colagem em Papel Alta Alvura
Figura 115 transfer feito com letra set sobre Papel Vegetal.
Figura 115 transfer feito com letra set e desenho de letras em Papel Vegetal.
Figura 117 colagem de tipografias em Papel Alta Alvura 75 g.
Figura 118 colagem de frases referentes ao texto em Papel Vergê marrom 75 g.
Figura 118 - Colagem em papel Vergê
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Imagens dos capítulos diagramados
Figura 119 - Lâmina diagramada - cap 8
Figura 120 - Lâmina diagramada - cap 8
Figura 121 - Lâmina diagramada - cap 8
Figura 119 - Imagem da Lâmina de abertura do Capítulo “O campo de Croquê da Rainha”. Lâmina com 3 pontos de dobras possíveis.
Figura 120 - Imagem da 1ª Lâmina de texto do capítulo, presença de vinheta (tarja), em todos os começos de capítulos.
Figura 121 - Imagem da Lâmina com texto e imagem, variando de uma lâmina para outra a posição do texto e da imagem.
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96
Figura 122- Lâmina diagramada - cap 8
Figura 123 - Imagem de todos os capítulos terminados em P&B
Figura 122 - Imagem da Lâmina aberta, com a presença de texto e imagem.
Figura 123 - Imagem dos cadernos diagramados, impressos em P&B
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97
Figura 124 - Imagem do capítulo com as dobras
Figura 125 - Imagem do capítulo com as dobras
Figura 124 - Fotografia tirada do verso da 1ª lâmina do capítulo “A Lagoa de Lágrimas”. Caderno apresentando uma das dobras possíveis.
Figura 125 - Fotografia tirada da frente da 1ª lâmina do mesmo capítulo, apresentando uma das dobras possíveis.
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98
Figura 126 - Imagem do capítulo com as dobras, visto de cima.
Figura 127 - Imagem do capítulo com as dobras, visto de cima.
Figura 128 - Imagem do capítulo com as dobras, vista frontal.
Figura 126 - Fotografia tirada vista de cima do caderno aberto com uma das dobras possíveis, presença de 3 lâminas impressas frente e verso.
Figura 127 - Fotografia tirada vista de cima do caderno com outro tipo de dobra possível.
Figura 128 - Fotografia tirada com vista frontal da mesma dobra, apresentada na fig. 127. Caderno impresso em P&B - teste.
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Detalhamento da caixa
O Formato que escolhido para a caixa foi o mesmo da
caixa de fósforo, tanto pela praticidade da montagem, quanto
pelo dinamismo do sistema de abertura e fechamento.
A faca utilizada para a montagem da caixa, divide-se
em duas, a 1ª consiste em uma luva, que vai envolver o restante
da caixa, revestida com papel Color Plus na cor Pequim 85g,
com a impressão da ilustração em 4 cores, na superfície.
A 2ª faca consiste na parte de baixo da caixa e sendo revestida
com Color Plus na cor Preta 85g, sem nenhuma impressão.
No interior da caixa haverá uma fita preta para auxiliar na
retirada dos volumes e também um envelope preto contendo o
cd com o arquivo digital.
Figura 129 - Faca da caixa - parte de baixoFigura 130 - Faca da caixa - luva
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100
Figura 131- Imagem da simulação da caixa.
Essa imagem foi criada para simular como será a caixa de
proteção do trabalho, fotografia meramente ilustrativa.
Dentro da caixa haverá um espaço para colocar o CD e a fita
que ficará presa no fundo, com objetivo de auxiliar, na retirada
dos volumes de dentro.
Figura 132 - Imagem do cd
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101
Conclusão
Esse trabalho consistiu em entender um pouco mais sobre
a obra Alice no País das Maravilhas, sobre o autor Lewis Carroll
e a migração da obra da literatura infantil para adulta. Isso
se deu através de pesquisas sobre o autor e análises sobre a
história da personagem “Alice” e pesquisas sobre quais seriam os
possíveis motivos para essa migração. A partir dessas pesquisas,
criaram-se parâmetros para pesquisas sobre projetos gráficos
de Alice para o público infantil e juvenil.
As pesquisas sobre ilustração serviram como porta
de acesso para a criação do conceito principal do projeto e
aumentaram o nível de entendimento sobre projetos gráficos
ilustrados para adultos e crianças. De forma geral esse trabalho
serviu como uma reflexão pessoal sobre uma paixão antiga
minha, pela história de “Alice”. Serviu também como forma
de reflexão sobre os atuais projetos editoriais presentes no
mercado adulto de literatura nacional e internacional, como esses
volumes poderiam ser inovados através de projetos gráficos
menos tradicionais , encadernações e formatos diferenciados.
A proposta final para esse trabalho era conseguir
alcançar o público alvo trazendo para o mesmo, um livro que
fosse ao mesmo tempo interessante e diferente dos demais já
vistos.
Como produto final este trabalho propos a criação
de um projeto gráfico ilustrado do livro voltado para o público
adulto, tendo como referência às ilustrações feitas pelo ilustrador
Arthur Rackham, apartir de características determinadas nos
movimentos Dadaísmo e Futurismo, através do processo da
Fotomontagem.
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102
Acredito que dentro da proposta o produto final
conseguiu atingir seu objetivo principal, que consistia em romper
com um produto considerado ainda por muitos, tradicional e
trazer uma nova concepção de livro para o público alvo.
A realização desse projeto, fez com que entendesse
que projetar não é simplesmente “arrumar” os elementos
de composição na página, é preciso saber as necessidades
do projeto, aonde ele se aplica, e a quem é destinado,
para que possa realizar com muito mais facilidade e mais
satisfatóriamente o seu produto final.
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103
Lista de Imagens
Figura 01 - Imagem escaneada da “Revista Mundo dos Super
heróis” 13
Figura 02 - Imagem escaneada da “Revista Mundo dos Super
heróis” 14
Figura 03 - Imagem escaneada do livro “Harry Potter e as
Relíquias da Morte” - Mary grandPré 16
Figura 04 - Capas dos Livros de Harry Potter 16
Figura 05 - Imagem escaneada do livro “O Arteiro e o tempo”
- Glauco Rodrigues 16
Figura 06 - Imagem escaneada do livro “O Arteiro e o tempo”
- Glauco Rodrigues 16
Figura 07 - Imagem escaneada do livro “Como encargar
ilustraciones” - Martin Colyer 17
Figura 08 - Imagem escaneada do livro “Como encargar
ilustraciones” - Martin Colyer 17
Figura 09 - Ararajuba - Rubens Matuck 22
Figura 10 - A baleia corcunda - Rubens Matuck 22
Figura 11 - Araras na aldeia araweté - Rubens Matuck 23
Figura 12 - Rio Negro amazonas - Rubens Matuck 23
Figura 13 - Reportagem sobre amigos imaginários (Jornal F. são
Paulo) - Daniel Bueno 24
Figura 14 - ‘O negrinho do pastoreio e outras lendas gaúchas’
- Rodrigo Rosa 24
Figura 15 - mini-exposição ‘Mulheres Perdidas’ - Andréa Ebert
25
Figura 16 - sem título - sem autoria 25
Figura 17 - As Bicicletas de Belleville 26
Figura 18 – As Bicicletas de Belleville 26
Figura 19 - - Imagem do Livro Princesses Oubliées ou inconnues
27
Figura 20 - Imagem do Livro Princesses Oubliées ou inconnues
27
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104
Figura 21 - Imagem escaneada do Livro O Rei Arthur 28
Figura 22 - Imagem escaneada do Livro O Rei Arthur 28
Figura 23 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
42
Figura 24 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
43
Figura 25 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
44
Figura 26 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
44
Figura 27 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
44
Figura 28 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
47
Figura 29 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Figura 30 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
48
Figura 31 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Figura 32 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
52
Figura 33 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Figura 34 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Figura 35 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
54
Figura 36 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Figura 37 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
54
Figura 38 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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105
Figura 39 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
58
Figura 40 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
58
Figura 41 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Figura 42 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
60
Figura 43 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
60
Figura 44 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Figura 45 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
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Figura 46 - Imagem escaneada de Alice no País das Maravilhas
64
Figura 47 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 66
Figura 48 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 66
Figura 49 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 66
Figura 50 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 66
Figura 51 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 66
Figura 52 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 66
Figura 53 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67
Figura 54 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67
Figura 55 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67
Figura 56- - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67
Figura 57 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67
Figura 58 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67
Figura 59 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 67
Figura 60 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 68
Figura 61 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 68
Figura 62 - Imagem de Alice no País das Maravilhas 68
Figura 63 - Mabel Lucie Attwell. London: Raphael Tuck & Sons,
Ltd., 69
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106
Figura 64 - Mabel Lucie Attwell. London: Raphael Tuck & Sons,
Ltd., 69
Figura 65 - “We beg your acceptance of this elegant thimble.”
- Bessie Pease Gutmann. 70
Figura 66 - Her eyes met those of a large blue caterpillar. -
Bessie Pease Gutmann. 70
Figura 67- The poor little Lizard, Bill, was in the middle being
held up by two Guinea Pigs, who were giving it something out
of a bottle 70
Figura 68 - So they began solemnly dancing round and round
Alice, every now and then treading on her toes! 71
Figura 69 - They began running when they liked, and left off
when they liked, so that it was not easy to know when the race
was over - Maria L. Kirk 71
Figura 70 - “Nonsense!” said Alice, very loudly and decidedly
- Maria L. Kirk. 71
Figura 71 - Alice (frontispiece) - Arthur Rackham 72
Figura 72 - The Pool of Tears. - Arthur Rackham 72
Figura 73 - “Why Mary Ann, what are you doing out here?”-
Arthur Rackham 73
Figura 74 - Advice from a Caterpillar- Arthur Rackham 73
Figura 75 - It grunted again so violently that she looked down
into its face in some alarm.- Arthur Rackham 73
Figura 76 - A Mad Tea-Party - Arthur Rackham 73
Figura 77 - Who stole the Tarts? - Arthur Rackham 73
Figura 78 – Dadaísmo 77
Figura 79 – Dadaísmo 77
Figura 80 – Fotomontagem 79
Figura 81 – Fotomontagem 79
Figura 82 – Futurismo 81
Figura 83 – Significados 83
Figura 84 – Significados 83
Figura 85 – Significados 83
Figura 86 – Significados 83
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107
Figura 87 – Contemplação 83
Figura 88 – Contemplação 83
Figura 89 – Contemplação 83
Figura 90 – Contemplação 83
Figura 91 – Contemplação 83
Figura 92 – Contemplação 83
Figura 93- Dinamismo 84
Figura 94- Dinamismo 84
Figura 95- Dinamismo 84
Figura 96- Dinamismo 84
Figura 97- Atualidade 84
Figura 98- Atualidade 84
Figura 99- Atualidade 84
Figura 100- Atualidade 84
Figura 101- Atualidade 84
Figura 102 - Imagem do Grid 89
Figura 103 e 104 - Ilustrações criadas para o livro 91
Figuras 105 a 110 - Imagem da etapa de produção 92
Fighuras 111 a 118 - Imagens criadas para o livro 93-94
Figura 119 a 122 - Imagens das lâminas dos capitulos 95-96
Figura 123 - Fotografia tirada por mim dos cadernos
diagramados em P&B 96
Figura 124 a 128 - Fotografia tirada por mim dos cadernos
diagramados em P&B 97-98
Figura 129 e 130 - imagem da faca da caixa 99
Figura 131 e 132 - Simulação da caixa 100
Figura 132 - Fotografia do cd 100
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108
Referências
Livros
CARROLL, Lewis. Alice no País das Maravilhas. São Paulo. Editora
Nacional, 1979
COLYER, Martin. Como Encargar Ilustraciones. Barcelona.
Manuales de Diseño,1994.
BENEDETTI, Lúcia. Aventuras de Alice no País das Maravilhas. Rio
de Janeiro. Edições de Ouro, 1969.
MACHADO, Maria.Ana.Alice no País das Maravilhas. São Paulo.
Editora Ática,2006.
MICHELI, de Mário.As Vanguardas Artísticas. São Paulo. Editora
Martins Fontes, 2004.
GARDNER, Martin. Alice no País das Maravilhas e Através do
Espelho e o que Alice encontrou lá - Edição Comentada. Rio de
Janeiro. Editora Jorge Zahar, 2002.
HUMPHREYS, Richard. Movimentos da Arte Moderna - Futurismo.
São Paulo. Editora Cosac Naify.Tate Gallery Publishing,1999.
LEITE, Uchoa. Sebastião. Aventuras de Alice no País das
Maravilhas e Através do espelho e o que Alice encontrou lá.
São Paulo. Summus Editorial, 1980.
VILLAS BOAS. André. O que é [e o que nunca foi] design gráfico.
Rio de Janeiro. Editora 2AB, 2003.
SEVCENKO. Nicolau. Aventuras de Alice no País das Maravilhas.
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São Paulo. Scipione,1992.
ROSS, Tony. GOUVEIA, Ricardo. Aventuras de Alice no País das
Maravilhas. São Paulo. Martins Fontes, 2001.
Dissertações e Teses
AMARANTE, Waltrick do.Dirce. O nonsense de Edward Lear
Através do Espelho. Disponível em<http://www.centopeia.net/
ensaios/4/Dirce_Waltrick_do_Amarante/O_NONSENSE_DE_
EDWARD_LEAR_ATRAV%C3%89S_DO_ESPELHO> Acesso em:
13 de set 2007.
BENEVIDES,Ricardo. Alice e o Tamanho:as potencialidades da
transformação do personagem e do próprio leitor.DUBITO ERGO
SUM Teoria da Literatura.São Paulo. Disponível em: http://
paginas.terra.com.br/arte/dubitoergosum/orientando20.htm
Acesso em: 19 de Ago 2007.
LORENZO,de Isabel. Introdução.In Alice no País das Maravilhas.
Tradução Isabel de Lorenzo,Nelson Ascher. Apresentação
Francisco Achcar.São Paulo,2000. Disponível em: http://www.
objetivo.br/colegio/livros/downloads/alice_no_pais_das_
maravilhas.pdfAcessoem16deset2007.
Artigos
AZEVEDO,Ricardo.Diferentes graus de relação entre texto
e imagem dentro de livros. Disponível em: http://www.
ricardoazevedo.com.br Data de acesso: 27 de Set 2007
HURLEY,Clare. Nenhum nonsense sobre o dadá. Disponível em:
http://www.wsws.org/pt/2006/oct2006/port4-o26.shtml
Data de acesso: 18 de Fev 2008.
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110
Filmes e Vídeos
ALICE no País das Maravilhas.Direção Clyde Geronimi, Wilfred
Jackson, Hamilton Luske. Roteiro: Lewis Carroll. Intérpretes (voz):
Kathryn Beaumont (Alice), Richard Haydn (Lagarta), Ed Wynn
(Chapeleiro Louco), Sterling Holloway (Gato Risonho), Jerry
Colonna (Lebre Maluca), Verna Felton (Rainha de Copas), Bill
Thompson (Coelho Branco).Estados Unidos: Walt Disney,1951.
DVD (75 min),son,color.
Informações em meios eletrônicos
BRANDÃO,de Oliveira. Lúcia Ana. Analise a ilustração na
literatura infantil. Disponível em: http://www.atica.com.br/
entrevistas/?e=97 Data de Acesso: 27 de Set 2007
MENDONÇA, Arruda.Maurício.As duas Alices.Disponível em
http://www.leiabrasil.org.br/pdf/viagens.pdf Data de Acesso
: 09 de Set 2007.
Artigo de Revista
PANOZZO, P.S. Neiva ; RAMOS,B.Flávia. Entre a ilustração e
a palavra buscando pontos de ancoragem. Revista de estúdios
literários. Universidad Complutense de Madrid, 1997. Disponível
em <http://www.ucm.es/info/espetaculo/numero26/ima_infa.
html Data de Acesso: 27 de Set 2007.
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111
Referencias Visuais
Figuras 01 e 02 - Imagem escaneada da “Revista Mundo dos
Super heróis” - Editora Europa - Ano 1 - Nº 4 - capa e pág 34
- 35
Figuras 03 - Imagem escaneada do livro “Harry Potter e as
Relíquias da Morte” - Editora Rocco -capa
Figura 04 - Imagens da coleção “Harry Potter” - Editora Rocco
- capa
Figuras 05 e 06 - Imagens escaneadas do livro “O Arteiro e
o tempo” - Glauco Rodrigues - Editora Berlendis & vertecchia
- capa e pág 24 - 25
Figura 07 e 08 - Imagens escaneadas do livro “Como encargar
ilustraciones” - Martin Colyer - Editora GG - pág 69
Figuras 09 a 12 - http://www.planetanews.com/autor/
RUBENS%20MATUCK
Figuras 13 a 16 - http://www.siblog.blogger.com.br/2005_
04_01_archive.html
Figura 17 e 18 - Imagem capa do DVD As bicicletas de
Belleville
Figuras 19 a 20 - Imagens do Livro Princesses Oubliées ou
inconnues
Figuras 21 e 22 - Imagens escaneadas do Livro O Rei Arthur -
Editora Companhia das Letrinhas - capa e pág 8 e 9
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Figura 23 a 46 - Imagens escaneadas dos livros de Alice no País
das Maravilhas
Figura 47 a 62 - http://visualarts.walkerart.org/detail.
wac?id=1531
Figuras 63 e 77 - http://www.exit109.com/~dnn/alece/
Figuras 78 a 82 - Imagens escaneadas do livro DESIGN
RETRO: 100 anos de Design Gráfico. Jonathan Raimes, Lakshmi
Bhaskaran. São Paulo.Editora Senac.
Figura 83 a 101 - Imagens retiradas de banco de imagens -
Corbis.
Figura 102 - imagem do grid - minha autoria
Figuras 103 a 104 - Ilustrações criadas por mim para os
capítulos
Figuras 105 a 132 - Imagens minhas sobre a etapa de produção
do trabalho.
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113
AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Adaptação:
Fernando de Mello;ilustrações John Tenniel ; tradução: José Vaz
Pereira de Manuel João Gomes. Rio de Janeiro: Ed. Brasília/
Rio,1976.
AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS E ATRAVÉS
DO ESPELHO. Tradução: Sebastião Uchoa Leite.São Paulo:
Summus,1980.
AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Tradução e
adaptação: Ruth Rocha. São Paulo:Melhoramentos,1983.
Panorama Geral das principais edições
da Obra no Brasil
AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Adaptação:
Naufer. Rio de Janeiro: Brasil – América,1983.
AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Tradução e
adaptação: Tatiana Belinky. São Paulo: Nova Cultural,1987.
AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Tradução e
adaptação: Nicolau Sevcenko; ilustrações: Célia Seybold.São
Paulo:Scipione,1992.
AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Tradução
e adaptação: Ruy Castro; ilustrações: Laurabeatriz. São Paulo:
Companhia das Letrinhas,1992.
AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Tradução e
adaptação: Ana Maria Machado; ilustrações: Jô de Oliveira.
São Paulo: Ática,1997.
ANEXO
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114
AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Tradução:
Rosaura Eichemberg.Porto Alegre: L&PM,1999.
RIMAS DO PAÍS DAS MARAVILHAS. Seleção e tradução:
José Paulo Paes; ilustrações: Mariana Massarani. São Paulo:
Ática,2000.
AS AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Adaptação
e ilustrações: Tony Ross; tradução: Ricardo Gouveia.São Paulo:
Martins Fontes,2001.
AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DO ESPELHO. Tradução e
adaptação: Ganymedes José;ilustrações: Myoung Lee.Rio de
Janeiro: Tecnoprint,1986.
DO OUTRO LADO DO ESPELHO E O QUE ALICE ENCONTROU
LÁ. Adaptação e ilustrações: Tony Ross;tradução: Ricardo
Gouveia.São Paulo: Martins Fontes,1997.
AVENTURAS DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS.Adaptação e
tradução: Monteiro Lobato.São Paulo: Brasiliense,1978.
Dados extraídos do livro Alice no País das Maravilhas e Através
do Espelho e o que Alice encontrou lá - Edição Comentada. Rio
de Janeiro.Editora Jorge Zahar, 2002.
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