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    FOTOGRAFIA DIGITAL COMO PROVA

    DIGITAL PHOTOGRAPHY AS EVIDENCE

    Celso Jefferson Messias Paganelli1

    RESUMO: Com novos equipamentos aparecendo a cada dia, com mais e mais funes antes impensveis ao homem mdio, vivemos uma exploso tecnolgica aliando o que antes se necessitava ter vrios e vrios dispositivos em um nico equipamento, sendo que uma dessas caractersticas a fotografia digital. Hoje, praticamente qualquer aparelho eletrnico consegue capturar imagens, com as mais diversas configuraes e qualidade de imagem. Apesar de no direta e explicitamente, nossas leis j esto maduras o suficiente para tratar das questes das provas digitais, principalmente da fotografia digital, no impedindo a sua utilizao dentro dos tribunais nacionais. A percia forense tambm acompanha de perto as inovaes tecnolgicas, propiciando aos operadores do Direito e peritos todas as ferramentas necessrias para atestar a autenticidade e integridade dos arquivos de imagens, eliminando a crena de que a foto deve ser obrigatoriamente acompanhada do seu negativo ou filme fotogrfico.

    PALAVRAS CHAVE: FOTOGRAFIA DIGITAL; PERCIA FORENSE; FORMATO RAW; FILME FOTOGRFICO; LEIS NACIONAIS.

    ABSTRACT: With new equipment showing up every day with more and more functions previously unthinkable to the middle man, living a technological explosion combining what previously had to have lots and lots of devices in a single equipment, and one of those features is digital photography. Today, virtually any electronic device can capture images with the most diverse settings and image quality. Although not directly and explicitly, our

    1 Possui graduao em Direito pela Associao Educacional do Vale do Jurumirim (2009). Ps-graduado em

    Direito Constitucional pela Universidade Anhanguera-UNIDERP, Ps-graduando em Direito da Tecnologia da Informao, Mestrando em Direito pelo Centro Universitrio Eurpedes de Marlia - UNIVEM. Atualmente professor de Direito na Associao Educacional do Vale do Jurumirim. Tem experincia na rea de Direito e Informtica, com nfase em Direito Constitucional e Direito Digital, atuando principalmente como advogado e docente. Tem vasta experincia com informtica, possuindo mais de 30 certificaes da Microsoft e diversos ttulos, entre eles MCSE, MCSD, MCPD, MCTS, MCSA: Messaging, MCDBA e MCAD. Articulista e colunista de diversas revistas e jornais, sendo diretor executivo e editor da The Club Megazine, revista especializada em tecnologia com foco em programao e plataforma Windows e tambm faz parte do Conselho Editorial da Revista Acadmica de Cincias Jurdicas Ethos Jus da Faculdade Eduvale de Avar.

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    laws are already mature enough to address the issues of digital evidence, especially digital photography and do not prevent their use in national courts. The forensic also closely monitoring the technological innovations, enabling operators to the right experts and all the tools necessary for certifying the authenticity and integrity of image files, eliminating the belief that the picture must necessarily be accompanied by their negative or photographic film.

    KEYWORDS: DIGITAL PHOTOGRAPHY; FORENSICS; RAW FORMAT; PHOTOGRAPHIC FILM; NATIONAL LAWS.

    INTRODUO

    Vivemos atualmente uma exploso de dispositivos digitais, uma evoluo eletrnica sem precedentes na histria, elevando exponencialmente as possibilidades de interao entre as pessoas e as formas de comunicao. Entre as inmeras possibilidades que temos nossa disposio nos dias atuais, est a foto digital, que diferentemente de h pouco tempo, no mais necessrio possuir uma cmera digital para se obt-las, pois os recursos necessrios j esto disponveis em inmeros dispositivos eletrnicos, tocadores de mdias digitais, tablets, notebooks, netbooks, webcams, entre outros. A verdade que a fotografia digital hoje em dia est ao alcance de praticamente qualquer pessoa, facilitando a imortalizao de momentos do cotidiano com custo praticamente zero. Sem dvida isso cria uma profuso de imagens disponveis em vrios nveis de interao entre as pessoas, principalmente com a Internet, e-mail e outros meios de comunicao instantnea, no esquecendo ainda das redes sociais, como Orkut e Facebook. Infelizmente, junto com os benefcios inerentes tecnologia, existem as pessoas que usam o seu conhecimento para a realizao de ilcitos. Dentre os vrios que se podem citar, esto a divulgao de imagens sem o conhecimento e consentimento da pessoa envolvida e adulterao, com o intuito de denegrir a imagem de algum. Antigamente eram necessrios conhecimentos profundos para a realizao de alteraes em arquivos digitais, principalmente de imagens, conjuntamente com programas complexos, caros e de difcil manejo, sendo que os computadores tambm deveriam ser de uma configurao robusta o suficiente para que tivessem capacidade de executar todas as tarefas necessrias. Hoje a realidade outra. O poder de processamento dos computadores atuais j suficiente para realizar tarefas antes impensveis, tambm, o preo e complexidade

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    dos programas diminuram significativamente. Processos antes de difcil execuo, como a retirada de uma pessoa de uma fotografia, hoje feito com apenas dois passos com a utilizao de programas de edio de imagens apropriado. Assim, evidente que para alguns, a autenticidade de fotografias digitais altamente questionvel, sendo que estes simplesmente partem do princpio de no aceitarem esse tipo de imagem como prova. Na verdade, a fotografia digital demanda cuidados extras, que normalmente no veramos com as fotos normais, que utilizam negativo como fonte primria, uma vez que

    tambm permitem adulteraes, no entanto, para que isso seja feito so necessrios profissionais altamente treinados e qualificados, horas e horas de trabalho pesado a custo relativamente alto, mesmo nos dias atuais. Esses cuidados so relativos s questes da originalidade, autenticidade e outras caractersticas que faam com que a fotografia digital seja aceita como prova de forma incontestvel, permitindo a justa soluo e elucidao do processo.

    Para que o operador do Direito possa saber com exatido o que pode e deve ser feito para identificar uma fotografia digital como autntica, necessrio recorrer cincia que estuda a Informtica como um todo, esmiuando as caractersticas tcnicas inerentes aos arquivos digitais envolvidos na questo, bem como tambm o entendimento de como funcionam determinados programas que manipulam tais imagens, alm de outros criados especificamente para reconhecer adulteraes, facilitando sobremaneira o trabalho dos peritos e outras pessoas que buscam a verificao para evitar dvidas. Neste artigo no temos a pretenso de esgotar o assunto, no entanto, buscamos oferecer ao leitor embasamento suficiente para a compreenso da utilizao da fotografia digital como prova, os meios adequados para a comprovao de autenticidade e a utilizao de programas especficos, adentrando dentro de uma seara tcnica no muito comum a quem trabalha com o Direito, mas essencial queles que querem ter o conhecimento necessrio para trabalhar adequadamente com o Direito Digital.

    1. CONSTITUCIONALIDADE DAS PROVAS DIGITAIS OU ELETRNICAS

    A Constituio Federal ptria, traz em seus artigos:

    Art. 5 - Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:

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    LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

    LVI - so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos;

    Como se pode observar, pelo princpio constitucional da ampla defesa e da proibio da prova obtida ilicitamente, conclui-se que no h vedao em nossa Norma Magna utilizao de provas digitais, dentre elas, a fotografia digital, podendo todos os que necessitarem recorrer a esse importante tipo de armazenamento de imagens dos dias atuais. Em anlise do texto constitucional fica evidente que no existe a possibilidade da proibio da utilizao da fotografia digital dentro de um processo, caso contrrio haveria ntida desobedincia ao princpio da ampla defesa, alm do mais, no pode o Direito ir de encontro aos avanos tecnolgicos, haja vista que estes na verdade sempre vm ao auxlio daquele, possibilitando que as lides sejam resolvidas de forma mais clere e justa ao utilizar dos novos recursos eletrnicos disponveis. Ademais, como qualquer outro tipo de prova, deve o juiz cuidar de que no sejam utilizadas no processo provas ilcitas, sendo que as produzidas por meios digitais ou eletrnicos possuem caractersticas distintas das de outros meios, no entanto, obedecem aos mesmos ritos impostos por nossas normas, principalmente constitucionais, e esto igualmente

    suscetveis ao exame pericial para a confirmao de sua legitimidade. Some-se a isso o princpio do livre convencimento motivado do juiz, o que, em breve sntese, significa que o magistrado est livre para solucionar uma lide da forma que lhe melhor parecer adequada, conforme estiver convencido, obviamente, guiando-se pelos limites impostos pelas normas legais, e por fim, motivando sua deciso. Ensina CINTRA, GRINOVER e DINAMARCO:

    O Brasil tambm adota o princpio da persuaso racional: o juiz no desvinculado da prova e dos elementos existentes nos autos (quod non est in actis non est in mundo), mas a sua apreciao no depende de critrios legais determinados a priori. O juiz s decide com base nos elementos existentes no processo, mas os avalia segundo critrios crticos e racionais (CPC, art. 131 e 436).2

    2 CINTRA, Antonio Carlos de Arajo, GRINOVER, Ada Pellegrini, DINAMARCO, Cndido Rangel, Teoria

    Geral do Processo, 14 ed. So Paulo : Malheiros, 1997. CPC, Art. 131 O juiz apreciar livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstncias constantes dos autos, ainda que no alegados pelas partes; mas dever indicar, na sentena, os motivos que lhe formaram o convencimento. CPC, Art. 436 O juiz no est adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convico com outros elementos ou fatos provados nos autos.

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    Conforme a tese exposta ampla a possibilidade de o juiz decidir conforme seu convencimento, atribuindo valor s provas com total liberdade e, inclusive, interpretando o ordenamento jurdico vigente em sua totalidade de forma meticulosa. O juiz, desse modo, deve aceitar a fotografia digital dentro do processo para no desobedecer a Constituio Federal, socorrendo-se de percia especializada quando colocado em dvida a autenticidade ou originalidade da prova produzida, sendo que tambm deve estar atento aos meios ilcitos com os quais as imagens podem ser obtidas, uma vez que h uma profuso de dispositivos eletrnicos que possuem capacidade de captura e armazenamento de imagens.

    2. PREVISO INFRACONSTITUCIONAL PARA O USO DE FOTOGRAFIAS DIGITAIS COMO MEIO DE PROVA

    2.1. CDIGO CIVIL

    Diz o artigo 225 do Cdigo Civil: As reprodues fotogrficas, cinematogrficas, os registros fonogrficos e, em geral, quaisquer outras reprodues mecnicas ou eletrnicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, no lhes impugnar a exatido.

    Com o artigo acima, o atual Cdigo Civil passou a adotar o princpio da verdade documental, ou seja, todo documento verdadeiro at que se prove o contrrio. Conforme se depreende da leitura da norma transcrita, se a parte contra quem foi exibida a fotografia no impugn-la, no pode o juiz determin-la como invlida e deve aceit-la dentro do processo.

    2.2. CDIGO DE PROCESSO CIVIL

    O Cdigo de Processo Civil tambm nos orienta com vrios artigos: Art. 154 - Os atos e termos processuais no dependem de forma determinada seno quando a lei expressamente a exigir, reputando-se vlidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.

    Art. 332 - Todos os meios legais, bem como os moralmente legtimos, ainda que no especificados neste Cdigo, so hbeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ao ou a defesa.

    Art. 334 - No dependem de prova os fatos: III - admitidos, no processo, como incontroversos; IV - em cujo favor milita presuno legal de existncia ou de veracidade.

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    Fica cristalino com os artigos citados que no h proibio legal, apesar de no haver previso expressa, da utilizao de fotografia digital como prova, ao contrrio, tanto o Cdigo Civil quanto o Cdigo de Processo Civil aceitam totalmente a sua utilizao, sendo necessrio apenas que se faa a coleta e guarda de forma correta, de modo que se evite ter a autenticidade e integridade contestada e, principalmente, evitar que sejam obtidas de forma ilcita, de forma que no se contrarie a Constituio e outros preceitos legais. Pode-se dizer ento que o preconceito o nico bice utilizao da fotografia digital dentro do processo nos dias atuais, pois muitas pessoas ainda tm medo do que representa os arquivos digitais, pois no tm compreenso total de como o funcionamento de sistemas computacionais, no sabendo determinar qual a extenso possvel para a adulterao de tais arquivos, como detectar se isso ocorreu ou mesmo a quem recorrer de forma a se obter as informaes necessrias para estabelecer de forma inconteste a autenticidade e integridade do mesmo.

    2.3. CDIGO DE PROCESSO PENAL

    O Cdigo de Processo penal tambm possibilita o uso de fotografias digitais, como se depreende dos seguintes artigos:

    Art. 231 - Salvo os casos expressos em lei, as partes podero apresentar documentos em qualquer fase do processo.

    Art. 232 - Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papis, pblicos ou particulares.

    Segundo depreende-se dos artigos transcritos, no h impedimento legal para a utilizao de fotografias digitais em processos penais, novamente, devendo-se observar os princpios constitucionais quanto aos meios pelos quais tais foram obtidas, no se permitindo em hiptese alguma a utilizao das ilcitas.

    2.4. CONSOLIDAO DAS LEIS DO TRABALHO

    A CLT trata da produo de provas no processo trabalhista do artigo 818 ao 830, sendo feito de forma exemplificativa e superficial, sendo omissa sobre a previso expressa dos meios admissveis, embora o faa relativo ao interrogatrio das partes (art. 818), confisso (art. 844) e documental (art. 787 e 830).

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    imprescindvel, assim, a utilizao do artigo 769 da CLT: Art. 769. Nos casos omissos, o direito processual comum ser fonte subsidiria do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatvel com as normas deste Ttulo.

    Como se percebe, a CLT no fala especificamente sobre a produo de provas atravs de fotos, muito menos de sua verso digital, assim, h omisso da lei processual trabalhista, devendo o CPC ser aplicado de forma subsidiria, desde que no incompatvel. Ocorre, conforme j visto, que o CPC tambm no trata especificamente da fotografia digital, o que, aparentemente, abre um dilema. No entanto, devemos nos socorrer da norma inscrita no Cdigo Civil, no artigo 225, j citado alhures, que permite a utilizao desse meio de prova, incumbindo parte contrria que faa a impugnao desta na primeira oportunidade que tiver de se manifestar nos autos. Ademais, a CLT tambm adotou o sistema da persuaso racional do juiz, ou o princpio do livre convencimento motivado, que pode ser confirmado com a leitura do artigo 832:

    Art. 832. Da deciso devero constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciao das provas, os fundamentos da deciso e a respectiva concluso.

    Infere-se do dispositivo supracitado que atravs da apreciao das provas e os fundamentos da deciso, pode o juiz aceitar a fotografia digital dentro do processo e tambm utiliz-la para seu convencimento, bastando que fundamente sua deciso, e claro, que esta seja lcita e seja permitida parte contrria a ampla defesa e contraditrio.

    2.5. CONSIDERAES GERAIS DAS NORMAS

    Conforme apresentado, deve-se levar em considerao o artigo 225 do Cdigo Civil sobre as demais normas, pois este mais recente, devendo prevalecer, s restando a concluso que a fotografia digital admissvel processualmente e no requer a apresentao de negativo, porm, continua suscetvel quanto a impugnao de sua exatido. Dessa forma, como a foto apresentada dentro do processo no conter negativo, uma vez que esta digital, o nus da prova recai sobre quem a apresentou, devendo este demonstrar a autenticidade e integridade desta. Nesse sentido, nos ensina MARINONI e ARENHART:

    Em havendo a aquiescncia da conformidade entre a fotografia e a realidade retratada (por todos os sujeitos processuais principais), mesmo que ausente o negativo fotogrfico, h que se reputar que os fatos e coisas registrados ocorreram

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    de acordo com o que consta no documento. Somente se houver por parte de qualquer um dos sujeitos do processo (partes ou juiz), impugnao quanto conformidade entre o reproduzido na fotografia e o efetivamente ocorrido que ser necessrio instaurar um incidente processual, de verificao de conformidade. (...) Todavia, no resta dvida que a no apresentao do negativo, por si s, no basta para negar eficcia probatria fotografia, devendo haver razes fundadas que possam indicar a falsificao do registro fotogrfico apresentado. (...) Caso contrrio, estando o registro fotogrfico desacompanhado do negativo, esse nus recair sobre a parte que apresentou a fotografia, competindo a ela demonstrar que no h nenhum vcio na prova.3

    Importante se destacar a ponderao que nos ensinam os doutrinadores, no sentido de que se a fotografia digital corrobora com a realidade dos autos, deve-se reputar que os fatos ocorreram conforme consta nesta. Fica demonstrado assim, mais uma vez, que o livre convencimento motivado do juiz sem dvida um princpio que deve ser constantemente observado dentro do processo, de modo que no sejam privadas s partes a utilizao de nenhum tipo de provas possveis e moralmente admissveis.

    2.6. JURISPRUDNCIA

    Apesar de ser pouco enfrentado em nossos tribunais, temos algumas decises sobre o uso de fotografia digital que merecem destaque, conforme segue.

    Ementa: PENAL. APELAO CRIMINAL. ART. 241 DO ECA. DIVULGAO DE IMAGEM PORNOGRFICA DE MENOR. 1. Comprovada a divulgao de foto de menor pela Internet, contendo cena pornogrfica, por percia mdica e de imagem digital, configura-se o tipo subsumido no art. 241 da Lei 8.069/90. TRF 4 Regio 7 Turma - ACR n 9342/RS Relator: Juiz Vladimir Freitas - DJU de 10/07/2002, p. 498.

    Ementa: CRIMINAL. RESP. PUBLICAR CENA DE SEXO EXPLCITO OU PORNOGRFICA ENVOLVENDO CRIANA E ADOLESCENTE VIA INTERNET... ANLISE DOS TERMOS PUBLICAR E DIVULGAR. IDENTIFICAO DAS CRIANAS E ADOLESCENTES PARA A CONFIGURAO DO DELITO. DESNECESSIDADE. ECA. DESTINATRIOS. CRIANAS E ADOLESCENTES COMO UM TODO... V. Hiptese em que o Tribunal a quo afastou a tipicidade da conduta dos rus, sob o fundamento de que o ato de divulgar no sinnimo de publicar, pois "nem todo aquele que divulga, publica", entendendo que os rus divulgavam o material, "de forma restrita, em comunicao pessoal, utilizando a internet", concluindo que no estariam, desta forma, publicando as imagens. VI. Se os recorridos trocaram fotos pornogrficas envolvendo crianas e adolescentes atravs da internet, resta caracterizada a conduta descrita no tipo penal previsto no art. 241 do Estatuto da Criana e do Adolescente, uma vez que permitiram a difuso da imagem para um nmero indeterminado de pessoas, tornando-as pblicas, portanto. STJ 5 Turma - RESP 617221/RJ Rel.: Min. Gilson Dipp DJU de 09.02.2005, p. 214

    3 MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Srgio Cruz. Prova. So Paulo: Editora Revista dos Tribunais,

    2009, p. 640.

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    Ementa: DIREITO AUTORAL. FOTOGRAFIA. AO DE INDENIZAO. REPRODUO NO AUTORIZADA DE OBRA ARTSTICA. CONTRAFAO. PROVA EFETIVA DE TITULARIDADE DE DIREITO AUTORAL. O negativo a que se refere a lei anterior no a nica forma de produo de obra fotogrfica vista da evoluo da tecnologia, j se reconhecendo sua feitura por slides ou impresso digital. Desnecessidade de indicao de valor certo e determinado referente aos danos pleiteados. Revista de Direito do TJERJ 43/253. TJRJ, 5 Cmara Cvel. Apelao Cvel 1999.001.15076. Rel. Des. Roberto Wider. Julgado em 07/12/1999.

    Ementa: AO ANULATRIA DE MULTAS DE TRNSITO - EXCESSO DE VELOCIDADE - LAVRATURA DO AUTO INFRACIONAL COM BASE EM INFORMAO ELETRNICA - CERCEIO DE DEFESA - NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO - PEDIDO JULGADO IMPROCEDENTE - RECURSO DESPROVIDO, UNNIME. Legtimo e legal o uso, pela administrao pblica, de aparelhagem eletrnica para, no trnsito, fiscalizar e justificar a imposio de multas sobre a velocidade. A tecnologia, nesse caso, desempenha fundamental papel, coibindo abusos no crescente trfego de veculos. TJDF 1 Turma Cvel APC n 20020111131510 Rel.: Des. Eduardo de Moraes Oliveira DJU de 24/02/2005, p 31

    Ementa: APELAO CVEL. MANDADO DE SEGURANA. INFRAO DE TRNSITO. REGISTRADAS POR EQUIPAMENTO ELETRNICO. FOTOSSENSOR. AUSNCIA DE AFERIO PELO INMETRO. OFENSA S RESOLUES 795/95, 801/95 E 23/98, DO CONTRAN. FOTOGRAFIAS QUE NO RETRATAM, COM FIDELIDADE, A INFRAO DE TRNSITO DE AVANO DE SINAL VERMELHO. ART. 208 DO CTB. INSUFICINCIA. SENTENA REFORMADA . SEGURANA CONCEDIDA. A infrao e respectiva autuao de trnsito referente ao avano de sinal fechado, constatada por fotossensor, no vlida se este no foi aferido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade (INMETRO) ou por entidade credenciada pelo rgo mximo executivo de trnsito da Unio. TJMS Apelao Cvel n 2001.003865-2/0000-00 Rel.:. Des. Nildo de Carvalho. Julgado 10.09.01.

    O direito comparado tambm nos trs vrias informaes valiosas sobre a aceitao da fotografia digital em tribunais em outros pases. Especificamente, nos Estados Unidos, que so reconhecidamente mais afetos tecnologia, o tema enfrentado desde o comeo do surgimento dos equipamentos tecnolgicos para a captura digital, como podemos ver:

    State of Washington vs. Eric Hayden, 1995: A homicide case was taken through a Kelly-Frye hearing in which the defense specifically objected on the grounds that the digital images were manipulated. The court authorized the use of digital imaging and the defendant was found guilty. In 1998 the Appellate Court upheld the case on appeal. Traduo livre: Estado de Washington contra Eric Hayden, 1995: Um caso de homicdio levando audincia preliminar na qual o advogado contestou especificamente em razo das imagens digitais terem sido manipuladas. A Corte autorizou o uso das imagens digitais e o ru foi considerado culpado. Em 1998, o Tribunal de Apelao confirmou o caso em segunda instncia.

    State of California vs. Phillip Lee Jackson, 1995: The San Diego (CA) Police Department used digital image processing on a fingerprint in a double homicide case. The defense asked for a Kelly-Frye hearing, but the court ruled this

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    unnecessary on the argument that digital processing is a readily accepted practice in forensics and that new information was not added to the image. Traduo livre: Estado da Califrnia contra Phillip Lee Jackson, 1995: O Departamento de Polcia de San Diego (CA) usou o processamento de imagens digitais numa impresso digital em um caso de homicdio duplo. O advogado pediu uma audincia preliminar, mas a corte decidiu que isso era desnecessrio sob o argumento de que o processamento digital uma prtica forense facilmente aceitvel e que nenhuma nova informao havia sido adicionada imagem.

    Como podemos notar, no s nos tribunais nacionais que a fotografia digital vm sendo aceita, com a devida cautela que esse meio de prova exige, mas tambm fica patente que h muito tempo isso vem ocorrendo nos pases nos quais a tecnologia muito mais utilizada, sendo imprescindvel para a resoluo de vrios casos judiciais.

    3. FORMATOS MAIS COMUNS DA FOTOGRAFIA DIGITAL

    A fotografia digital um arquivo de dados que deve ser armazenado em um dispositivo fsico cujo qual possa ser lido e interpretado por computadores ou outros dispositivos, de forma que seja possvel a visualizao da mesma e tambm a sua impresso em suporte fsico, como o papel.

    Existem vrios tipos de formatos com os quais podemos usar ao lidarmos com fotografias digitais, sendo os mais comuns o JPG (ou JPEG), TIFF, BMP, PNG, GIF e RAW. Cada um deles possui suas caractersticas prprias, que estaremos abordando nos tpicos seguintes.

    3.1. JPG OU JPEG

    O nome significa Joint Photographics Experts Group, sendo o comit que desenvolveu uma tcnica de compresso de imagens, em 1992, que pode conter ou no perda de informao. O processo de compresso consiste na anlise sequencial de pequenas partes da imagem em questo, a informao resultante ento armazenada em blocos, em um nmero pr-definido de slots (reas nas quais os dados so gravados). Para diminuir o tamanho do arquivo da imagem, deve-se usar uma alta taxa de compresso, isso faz com que as partes a serem analisadas sejam maiores e o nmero de slots menor. Como consequncia h perda de detalhes e foco, podendo, em casos especficos, ocorrerem borres, blocos de cor e outros problemas na imagem que est sendo comprimida.

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    Alm de um mtodo de compresso, tambm considerado um formato de arquivo. Este formato o mais comum utilizado em cmeras digitais e outros dispositivos eletrnicos que fazem a captura de imagens. Tambm muito utilizado para a publicao de imagens na Internet ou na utilizao de equipamentos que possuem pouca capacidade de armazenamento e memria, devido sua alta taxa de compresso sem a perda ntida de qualidade da imagem aps o processamento.

    Em determinadas situaes de altas taxas de compresso, ou mesmo de configurao inadequada dos equipamentos de captura, como cmeras, as imagens podem ficar borradas ou distorcidas, o que pode inviabilizar o seu uso dentro de processos. No entanto, mesmo dentro dessas situaes, ainda possvel determinar se houve adulteraes relativas ao arquivo original, conforme veremos adiante.

    3.2. TIFF

    O formato mais utilizado por programas profissionais, desenvolvido pela empresa Aldus, o TIFF (Targa Image File Format), muito utilizado para a troca de arquivos de imagens em sistemas de pr-impresso. O formato originou-se no mundo da editorao eletrnica. A caracterstica mais marcante desse tipo de arquivo que ele multiplataforma, podendo ser usado sem a necessidade de converso por sistemas Windows, Linux, Macintosh, entre outros. Sua qualidade principal a elevada definio de cores e tambm a capacidade de armazenar mais de uma pgina dentro de um nico arquivo. Arquivos TIFF tambm suportam a compactao, porm, no h perda de qualidade, pois nenhuma informao da imagem descartada no processo. A diferena mais visvel no caso, que a abertura dos arquivos e o seu processamento so muito mais lentos que o normal, sem a compresso.

    Esses arquivos so muito utilizados em programas profissionais e dispositivos de captura, como scanners, porm, devido sua complexidade e ao tamanho muito superior a outros tipos, no utilizado em cmeras e dispositivos similares, tampouco comum a publicao na Internet com este tipo de imagem.

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    3.3. BMP

    O BMP ou Windows Bitmap um formato grfico composto de pixels4, criado pela Microsoft e pela IBM, usado principalmente pelo sistema operacional Windows. Acrnimo de bitmap, ou mapa de bits5, o formato no qual uma srie de pixels individuais formam uma imagem. A cor de cada pixel determinada por um conjunto de bits. A caracterstica marcante deste tipo de arquivo que ele independente do perifrico de afixao, ou seja, ele independe do dispositivo no qual ser exibido. Apesar de largamente utilizado pelo sistema operacional Windows, os arquivos do tipo BMP caram em desuso, devido a sua caracterstica marcante de ocupar muito espao para armazenamento de imagens, sendo que com a utilizao do JPG, por exemplo, para armazenar a mesma coisa, ocupa praticamente de 10 a 15% do espao necessrio. Por sua ampla utilizao com o Windows, este tipo de arquivo tambm utilizado por muitos dispositivos eletrnicos, possibilitando a rpida edio e armazenamento, alm de ser intercambivel entre praticamente todos os tipos de programas que trabalham com imagens.

    3.4. GIF

    O formato GIF ou Graphics Interchange Format, foi criado em 1987 pela CompuServe, com o objetivo de fornecer uma alternativa aos arquivos mais antigos que permitiam apenas preto e branco, sendo que ele trabalha com imagens de no mximo 256 cores. Ele considerado antiquado em praticamente todos os segmentos que trabalham com imagens atualmente, sendo que inadequado para a utilizao com fotos coloridas, devido a pouca quantidade de cores disponvel. A nica vantagem do formato a possibilidade de colocar vrias imagens em um nico arquivo e definir um espao de tempo que cada qual permanecer sendo exibida, formando assim um filme com as imagens, criando uma animao. Por fim, tambm possvel escolher uma determinada cor que no ser exibida pelo computador, criando-se assim um efeito de transparncia.

    4 Pixel (sendo o plural pxeis) (aglutinao de Picture e Element, ou seja, elemento de imagem, sendo Pix a

    abreviatura em ingls para Picture) o menor elemento num dispositivo de exibio (como por exemplo, um monitor), ao qual possvel atribuir-se uma cor. De uma forma mais simples, um pixel o menor ponto que forma uma imagem digital, sendo que o conjunto de milhares de pixeis forma a imagem inteira. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pixel, acessado em 15 de janeiro de 2011. 5 Bit (simplificao para dgito binrio, "BInary digiT" em ingls) a menor unidade de informao que pode ser

    armazenada ou transmitida. Usada na Computao e na Teoria da Informao. Um bit pode assumir somente 2 valores, por exemplo: 0 ou 1, verdadeiro ou falso. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bit, acessado em 15 de janeiro de 2011.

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    Apesar de no ser utilizado para o armazenamento de fotografias, esse formato muito utilizado na Internet, por sua caracterstica de conseguir produzir arquivos pequenos com animaes, desde que no exijam muitas cores e tampouco atividades complexas.

    3.5. PNG

    PNG ou Portable Network Graphics um formato que foi desenvolvido com o objetivo de substituir os arquivos GIF, que eram protegidos por patentes. A principal vantagem do PNG que ele combina o que de melhor existe nos arquivos GIF e JPG. Uma das excees em relao ao GIF, que este formato de arquivo no suporta animaes, porm tem uma compresso muito mais eficiente e produz arquivos menores. Uma das caractersticas marcantes que o PNG suporta transparncia por canais, ou seja, ele permite uma graduao suave, ao invs de utilizar apenas uma cor para conseguir o efeito desejado. Devidos s limitaes intrnsecas a este formato de arquivo, ele no utilizado por quase nenhuma cmera fotogrfica na atualidade, ficando relegado ao ostracismo, pois tambm pouco utilizado na Internet.

    3.6. RAW

    O formato RAW pode ser definido como negativo digital. Sua principal caracterstica armazenar a totalidade dos dados da imagem da maneira fiel e literal pela qual foi capturada pelo sensor da cmera digital. O formato para ser considerado puro, ou cru, no pode ter nenhum tipo de compresso, como ocorre com outros formatos de arquivos de imagem, como, por exemplo, o JPG. Devido caracterstica de conter todos os dados da imagem capturada pela mquina digital, os arquivos so extremamente grandes. chamado de negativo digital justamente por ser o equivalente do filme das mquinas analgicas, isso porque, o arquivo RAW em si normalmente no utilizado como imagem, mas sim como suporte de armazenamento de dados para possibilitar a criao de uma. O processo que faz a converso do formato RAW para outro mais conhecido e que possibilita a visualizao da imagem, como o JPG, tambm conhecido como revelao de imagem RAW. No existe uma extenso prpria para este tipo de arquivo. Na verdade, cada fabricante de cmeras digitais ou dispositivos de captura de imagens utilizam suas prprias extenses, assim, deve-se consultar o manual tcnico de cada dispositivo para se obter maiores informaes. Tambm no h compatibilidade entre os

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    arquivos, pois cada fabricante utiliza o seu prprio padro, por isso importante saber de antemo se existe programas adequados para trabalhar com elas. Aliado a outras tcnicas para a deteco de adulteraes, o formato RAW sem dvida se mostra o melhor tipo de arquivo de imagem a ser utilizado pelos tribunais brasileiros, possibilitando ao juiz grande segurana para a utilizao de fotografias digitais. No entanto, com a criao de novos mtodos e programas especficos pela computao forense, este no o nico arquivo a ser considerado utilizvel em meios processuais, apesar de desejvel. Apesar do tamanho gerado por este formato, aconselhvel a quem quiser utilizar uma foto como prova judicial que o utilize, pois a possibilidade de adulterao muito menor, pois necessita de programas especficos, de acordo com cada fabricante do dispositivo usado para a captura da imagem, sendo que alguns arquivos sequer permitem modificaes, e tambm porque em caso da necessidade de percia, o trabalho a ser realizado ser imensamente facilitado, propiciando vrios meios para que se demonstre a autenticidade e integridade necessrias comprovao da originalidade para o convencimento do magistrado. Para melhor compreenso do que seria um negativo da fotografia digital, interessante entender o que ocorre no exato momento da exposio da cmera. H um processo fsico com sensores fotossensveis que ao receberem luz geram uma carga eltrica. O sensor possui milhes de pixeis, sendo que cada um deles recebe uma quantidade de luz, gerando um sinal eltrico que enviado a um processador. Em fraes de segundo, h uma interpretao desses sinais atravs do processador, prosseguindo com a criao de um mapa de todos os pixeis. O mapa, na realidade, a imagem capturada pelo sensor. A maior parte das cmeras digitais aplica filtros e efeitos nesse mapa, j na etapa de processamento, o resultado prtico que a imagem tem um tratamento prvio, e quando isso ocorre, o arquivo de imagem resultante normalmente gravado no formato JPG. Aqui entra a principal utilidade do formato RAW: o mapa no sofre alteraes nem tratamento prvio, gerando uma imagem crua, com exatamente o que foi captado pelo sensor. Fotgrafos profissionais preferem esse formato justamente porque podem fazer as alteraes necessrias de correo nas fotos posteriormente, sendo que a qualidade obtida com a fotografia digital original muito superior a outros formatos aqui j descritos. No entanto, a manipulao destes arquivos muito trabalhosa, necessitando de processadores poderosos para a manipulao destes. Infelizmente a atual tecnologia ainda no permite que as cmeras disponveis no comrcio tenham esse recurso de forma completa. Alguns fabricantes para disponibilizarem o formato RAW em seus equipamentos costumam fazer a utilizao de

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    algoritmos menos eficazes, o que muitas vezes resulta numa fotografia com qualidade inferior ao esperado.

    3.7. FORMATO DNG

    A Adobe, empresa reconhecidamente especializada em imagens digitais, criou o formato DNG, ou Digital Negative, um formato de arquivamento pblico para os arquivos brutos gerados pelas cmeras digitais. Ao utilizar um padro aberto para os arquivos RAW criados em modelos individuais de cmera, o DNG ajuda a garantir que os fotgrafos tero acesso aos seus arquivos no futuro6.

    Na prtica, o formato DNG um arquivo com a imagem RAW e os metadados correspondentes para a sua leitura correta, criando uma padronizao, j que cada fabricante faz a sua prpria definio.

    4. ESTEGANOGRAFIA

    Esteganografia significa escrita escondida. Consiste no estudo e uso de tcnicas com o objetivo de esconder mensagens dentro de outra. No se deve confundir criptografia com esteganografia, a primeira tem como objetivo ocultar o significado da mensagem, mas no ela prpria, j a segunda procura esconder a mensagem em si. Nada implica, porm, que no possam ser usadas as duas tcnicas combinadas para o envio de mensagens. Modernamente, a tcnica usada com imagens, alterando-se pequenssimas pores localizadas dentro do mapa de pixels, fazendo com que a mensagem fique escondida e que no haja alteraes perceptveis aps o uso da esteganografia. Entre os mtodos mais conhecidos e utilizados, esto as tintas invisveis e micropontos. Uma das utilidades da tcnica pode ser a insero de mensagens personalizadas dentro de imagens de modo que se possa identificar rapidamente caso ela seja copiada e usada irregularmente por outros que no so seus detentores originais e de direito. Existem dois tipos de tcnicas mais usadas frequentemente nos dias atuais: a marca dgua digital, utilizada em imagens, e a impresso digital, que consiste na insero de cdigos seriais, principalmente dentro de arquivos de vdeo, assim, se forem copiados e distribudos, por exemplo, pela Internet, ser fcil identificar quem foi o responsvel pela distribuio. Infelizmente, essa

    6 Fonte: Adobe Systems. , acessado em 16/01/2011.

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    tcnica pode ser usada tambm com fins menos altrustas, como comunicao entre criminosos e a distribuio de vrus, entre outros programas nocivos em computadores. Esta tcnica no precisa necessariamente ser utilizada apenas com imagens, podendo tambm ser aplicada em arquivos de udio e vdeo. O perito forense deve estar preparado para perceber possveis indcios da utilizao da tcnica de esteganografia e assim utilizar os programas corretos para a obteno das mensagens ocultas dentro de imagens. A esta rea responsvel por descobrir a existncia de mensagens em arquivos d-se o nome de esteganlise. Alm de descobrir a mensagem em si, deve-se tambm encontrar qual foi o mtodo utilizado para realizar a esteganografia, o que feito partindo de vrios pressupostos. Uma vez encontrada a mensagem, pode-se proceder a leitura, torna-la inconsistente ou simplesmente destru-la.

    5. CADEIA OU CORRENTE DE CUSTDIA DE PROVAS

    Apesar de com o passar do tempo existir inmeros avanos tecnolgicos e cientficos da computao forense, melhorando a capacidade de coleta e utilizao de provas ou evidncias para a soluo de processos, os avanos por si no garantem que estas sejam aceitas pela justia. Para ser aceita judicialmente, a prova tem que obedecer critrios rgidos para a sua coleta, manuseio e anlise, com condies mnimas de segurana, proporcionando a integridade e autenticidade, evitando danos irrecuperveis que possam macular de forma irreversvel o processo.

    A credibilidade da prova vem da capacidade de se provar em juzo a autenticidade e integridade da fotografia digital, no esquecendo que qualquer anlise feita deva ser isenta e que no promova qualquer alterao no objeto periciado. A prova deve, assim, ser confivel, suficiente e relevante.

    Para o correto prosseguimento da ao processual imperativo que se tenha familiaridade com a linguagem especfica da tecnologia, que se conheam os termos utilizados, no se esquecendo da cincia forense computacional e os aspectos jurdicos relevantes e correlacionados. O conhecimento prvio das metodologias a serem empregadas e do processo de forense computacional so essenciais para o desenvolvimento da anlise tcnica sem falhas e com a maior taxa de sucesso possvel. O principal objetivo da cadeia de custdia definir o caminho pelo qual se efetuar a coleta, guarda e anlise da prova, documentando todas as informaes possveis sobre o

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    trabalho realizado, como horrio da coleta, proprietrio, quem coletou, como foi coletada, forma de armazenamento e proteo, quem possui a posse atualmente, entre outras informaes relevantes.

    Uma das caractersticas mais relevantes a ser levantada o MAC, Modified, Accessed and Changed, numa traduo livre, Modificado, Acessado e Alterado. Essas informaes so amplamente utilizadas pela imensa maioria dos sistemas operacionais existentes hoje em dia, desde o Windows, Linux, MacOS, entre outros. O MAC, ou MAC Time, como tambm conhecido, um padro para a identificao sobre procedimentos realizados com as informaes de um sistema de arquivos computacional, com o seguinte significado:

    M: ltima leitura ou gravao;

    A: ltimo acesso ao arquivo;

    C: ltima mudana de inode7. Caso haja alterao no atributo de um arquivo, como, por exemplo, deix-lo como somente leitura, ou mudar a permisso deste ou do diretrio (pasta) no qual est localizado, restringindo ou aumentando as opes de acesso, fazem com que exista uma mudana no inode do arquivo em questo. Dessa maneira, o MAC Time possibilita a determinao da cronologia de criao e acesso aos arquivos digitais. Com ele possvel determinar quando o arquivo da fotografia digital foi criado, a ltima vez que foi acessado (uma visualizao, por exemplo) e tambm a ltima vez que foi modificado. Assim, uma das formas possveis para se verificar se houve adulterao atravs desse atributo do arquivo, que revela imediatamente a manipulao da foto caso as datas sejam diferentes. importante que ao se analisar uma prova digital todo o procedimento seja, na medida do possvel, realizado em cpias dos arquivos originais, evitando-se ao mximo a alterao de atributos, conservando a originalidade e autenticidade, de modo que estejam sempre disponveis para novas percias e possveis contraprovas. Obedecendo a esses critrios, tm-se cinco regras que sempre deve estar mente sobre as provas: ser admissvel: deve ser passvel de ser utilizada nos tribunais; ser autntica: deve relatar o incidente de maneira relevante; ser completa: deve ser capaz de comprovar algum fato de maneira completa; ser confivel: no pode ser questionada quanto a sua autenticidade e veracidade; ser crvel: clara e fcil de compreender aos olhos do juiz.

    7 Inode ou N-I ou ndex node uma estrutura de dados que compem um sistema de arquivos. Ele armazena

    informaes sobre um arquivo, como proprietrio, permisses e localizao.

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    5.1. PRINCPIO DA TROCA DE LOCARD

    O princpio da troca de Locard determina que no momento que dois objetos entram em contato h transferncia de material entre eles, ou seja, sempre haver troca quando dois objetos entrarem em contato. No contexto do presente artigo, o princpio demonstra que pode haver contaminao das provas, inclusive por desateno de quem estiver manipulando o arquivo digital, como o perito, no momento da investigao e realizao de relatrio para a instruo judicial. Para proteger o ambiente e tambm a prova digital, especificamente a fotografia digital, necessrio que o ambiente de anlise e tambm o meio no qual o arquivo se encontra armazenado seja administrado adequada e corretamente. A inobservncia desses cuidados pode invalidar a produo probatria em juzo, prejudicando totalmente o sucesso processual almejado. Assim, imprescindvel que o responsvel saiba como funciona a cadeia de custdia e tenha conhecimentos mnimos da cincia forense computacional de forma que a manipulao inadequada dos arquivos no venha a comprometer a produo de provas, uma vez que o simples acesso de uma fotografia digital j pode causar a alterao de determinados atributos do arquivo, como tratado alhures, inviabilizando seu uso em juzo.

    6. FERRAMENTAS PARA A PERCIA FORENSE

    Atualmente possvel encontrar no mercado diversas ferramentas para serem utilizadas com a cincia forense computacional, desde programas gratuitos at de elevado custo, do mais simples ao mais complexo. importante que o operador do Direito tenha conhecimento bsico sobre essas ferramentas, propiciando assim uma maior desenvoltura dele junto ao perito e tambm para a melhor argumentao do caso junto ao juiz. Normalmente, as fotografias digitais esto armazenadas em dispositivos mveis, como cartes de memria ou mesmo aparelhos celulares. Praticamente todos eles podem ser acessados em qualquer computador, possibilitando a anlise forense do arquivo digital em questo de forma que se estabeleam parmetros mnimos de confiabilidade e garantia de que no houve adulterao e que fornea os meios necessrios para a gerao de arquivos de controle que podem ser usados a qualquer momento para comparaes e se descobrir se o arquivo original sofreu qualquer tipo de adulterao.

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    6.1. VERIFICAO DE INTEGRIDADE ATRAVS DE HASH

    Hash8 uma funo, que tem como objetivo sumarizar ou identificar probabilisticamente um determinado dado. Assim, sua propriedade mais importante que, se aps a construo do hash e verificao do algoritmo gerado na origem e no destino houver diferena, isso significa que as entradas no so iguais, caracterizando que houve violao do que foi enviado com o que foi recebido pelo destinatrio. Em sistemas computacionais, a funo hash criptogrfica recebe, em sua entrada, uma cadeia de caracteres, de qualquer tamanho, que pode ser qualquer tipo de arquivo. Aps a anlise do contedo para os devidos clculos matemticos gerada na sada uma cadeia de caracteres de tamanho fixo, que recebe o nome de Message Digest ou digital fingerprint (impresso digital computacional). Este tipo de soluo muito utilizado nos meios computacionais uma vez que no possvel reconstruir a cadeia de caracteres original a partir do algoritmo hash criado. Assim, caso haja qualquer tipo de mudana no arquivo original, mesmo que de um nico bit, o hash resultante no destino ser diferente e o documento se tornar invlido.

    6.1.1. MD5

    O MD5 ou Message-Digest algorithm 5 um algoritmo de hash unidirecional, ou seja, aps a gerao do cdigo de identificao de letras e nmeros, no possvel fazer o processo reverso, ou seja, a partir do hash a obteno do arquivo original impossvel. A utilizao do MD5 indicada para se resguardar a autenticidade da fotografia digital. Ao se ter acesso pela primeira vez com a prova em questo, deve-se fazer uma cpia da mesma e em seguida fazer a gerao do arquivo MD5 e armazenar ambos em um meio adequado, por exemplo, gravar em um CD no regravvel, ficando a prova assim resguardada quanto a possveis adulteraes. Caso a fotografia digital encontre-se em um carto de memria, que o caso da imensa maioria das cmeras digitais, sensato que se guarde este juntamente com o CD com a cpia da foto e o arquivo MD5 resultante.

    8 A definio mais simples para hash a transformao de grandes quantidades de informao, como um

    arquivo digital inteiro, em pequena quantidade de informaes, no passando de apenas algumas letras e

    nmeros, como resultado de clculo matemtico, gerando uma identificao nica para o arquivo original.

    Tambm pode ser conhecida como One-Way Hash Function, Message Digest, Funo de Espalhamento

    Unidirecional ou Funo de Condensao.

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    6.1.2. SHA

    SHA (Secure Hash Algorithm) uma famlia de funes criptogrficas. Os algoritmos SHA foram desenvolvidos pela Agncia de Segurana Nacional (NSA National Security Agency) dos Estados Unidos, e servem como padro para o governo norte-americano. Este algoritmo considerado por muitos como o sucessor do MD5, embora ambos tenham falhas exploradas por agentes criminosos. Para operaes crticas, recomendado que se utilize o SHA-256 ou superior, de modo que se evite problemas com explorao de falhas por pessoas m intencionadas.

    6.1.3. WHIRLPOOL

    O Whirlpool tambm uma funo criptogrfica de hash, desenvolvida em parceria pelo brasileiro Paulo S. L. M. Barreto e pelo belga Vincent Rijmen. Aps o lanamento da primeira verso, dois pesquisadores japoneses, Shibutani e Shirai, descobriram um problema com o algoritmo, sendo necessria uma correo e lanamento de uma verso corrigida. Com isso, o NESSIE (New European Schemes for Signatures, Integrity and Encryption Europeu) o escolheu como projeto de algoritmo de hash. Em seguida o padro foi adotado pela ISO/IEC 10118-3:2004. Apesar do bom desenvolvimento e aplicabilidade, essa funo no muito utilizada atualmente.

    6.2. CPIAS FIDEDIGNAS

    Umas das preocupaes que o operador do direito e eventuais peritos devem ter em mente a realizao de cpias para a correta manipulao das fotografias digitais que sero utilizadas como prova. No entanto, na medida do possvel, no se devem fazer cpias simples, pois estas alteram alguns atributos dos arquivos ao gerarem as cpias. A forma de garantir que a cpia tambm fidedigna e exatamente igual original atravs de programas especializados, que trabalham com duplicao fsica de dispositivos ou gerao de imagens idnticas s originais para que o trabalho pericial seja realizado sem problemas. Uma das vantagens desse tipo de cpia que o trabalho pode ser realizado independentemente do sistema operacional utilizado no computador ou dispositivo eletrnico. Tenha em mente que h necessidade de sempre se realizar cpias das fotografias digitais ou qualquer outro tipo de arquivo que se faa necessrio ao conjunto probatrio para

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    que, caso ocorra algum problema, os dados no sejam perdidos de forma definitiva, impossibilitando qualquer tipo de ao futura. Assim, essencial e imperativo que se mantenha no mnimo duas cpias adicionais de todas as provas para evitar quaisquer tipo de dissabores que so inerentes ao meio computacional.

    6.3. IDENTIFICANDO FOTOS ALTERADAS

    Existem vrios mecanismos pelos quais se pode identificar se uma foto foi alterada, mesmo no sendo possvel recorrer imagem original para comparao. Cientistas j concluram com xito um programa que consegue saber se a foto sofreu qualquer tipo de alterao atravs da comparao da assinatura digital que toda imagem gerada por uma cmera fotogrfica digital possui. Todo equipamento fotogrfico insere uma assinatura digital nica nos arquivos resultantes, ento, a partir de um banco de dados com essas informaes, possvel identificar se a fotografia digital passou por alteraes, uma vez que ao ser gravada novamente perder ou ter essa assinatura digital modificada. possvel detectar alteraes tambm com anlise da iluminao, uma vez que as tcnicas de manipulao no conseguem duplicar os efeitos com perfeio da luz natural, assim programas especializados podem fazer comparaes nas condies de iluminao da fotografia. O programa consegue detectar todos os tipos de emisso de luz, natural e artificial e superfcies refletoras, a partir desse estgio feito a modelagem da iluminao, procurando variaes inconcebveis com as emisses de luz. A alterao tambm pode ser identificada atravs de comparaes matemticas de conjuntos de pixeis da imagem, pois, ao fazer alteraes, muitas vezes usam-se partes da prpria foto para concluir o trabalho, por exemplo, quando se quer retirar uma pessoa ou objeto, utiliza-se clonagem das partes adjacentes para criar o efeito necessrio. Ocorre que nesse processo de clonagem h uma repetio de pixels, que pode ser imperceptvel ao olho humano, mas que quando analisado atravs de algoritmos matemticos facilmente encontrado um padro de repetio, identificando assim a alterao. Outra maneira de identificar alteraes atravs do ELA Error level analysis que consiste em salvar novamente a imagem que est sendo alvo da percia. Se no houver alteraes significativas na imagem, ento no houve alteraes. No entanto, caso tenha

    havido retoques, ao salvar novamente, a imagem apresentar erros mnimos de qualidade,

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    revelando as reas que efetivamente foram modificadas. possvel utilizar esse servio gratuitamente atravs da Internet, no endereo http://errorlevelanalysis.com.

    7. CONCLUSO

    As normas legais existentes em nosso pas hoje no obstam a produo de provas digitais, sendo assegurado pela Constituio Federal e legislaes infraconstitucionais o direito utilizao de todo conjunto probatrio necessrio para a instruo processual e convencimento do juiz. sabido que o Direito no tem como acompanhar a evoluo tecnolgica que vivenciamos, pois esta ocorre de forma exponencial, com novidades sendo lanadas a cada momento, com a criatividade humana se superando a todo instante. O Direito, como cincia que estuda o comportamento humano que , tem que se adaptar ao que ocorre no dia-a-dia, no tendo como prever inmeras situaes com as quais a tecnologia proporciona desafios aos conceitos mais arraigados que temos em nossa sociedade. So inmeros e infindveis os dispositivos que possuem capacidade de capturar imagens, as fotografias digitais, sem a necessidade da utilizao de filmes fotogrficos, criando assim um desafio adicional para peritos e operadores do direito para poderem usar com plena convico as imagens dentro de um processo judicial. Com o uso de tecnologias apropriadas e conhecimento slido sobre o funcionamento tecnolgico desses equipamentos, totalmente possvel a utilizao de provas digitais, principalmente a fotografia digital, dentro do conjunto probatrio. So vrias e vrias ferramentas que fornecem todo tipo de auxlio para que as imagens possam ter sua autenticidade e integridades confirmadas, bem como tambm possam eventualmente ser contestadas e descobertas caso tenham sido alteradas ou adulteradas de alguma forma. A percia forense, que independe da criao de leis, vem socorrer a cincia do Direito fornecendo todas as ferramentas necessrias para a validao das fotografias digitais como meio de prova, e acompanham lado a lado o crescimento tecnolgico que enfrentamos com os novos equipamentos que so lanados quase que diariamente. No deve o juiz recusar a utilizao de fotografias digitais no processo por simples desconfiana da nova tecnologia ou por ater-se cegamente ao Cdigo de Processo Civil. Antes, deve considerar o artigo 225 do Cdigo Civil que autoriza a produo de provas digitais e no exige o acompanhamento do filme fotogrfico para validao da foto. Caso o juiz ou a parte contrria sintam-se incomodados com alguma caracterstica da foto juntada ao

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    processo, desconfiando de sua autenticidade, basta requisitar a contraprova e a percia da mesma, pois com todos os meios existentes relativamente seguro afirmar que facilmente se descobrir se h alteraes ou se a foto forjada. Tambm no se deve aceitar apenas o formato RAW, uma vez que os recursos disponveis para a percia j so suficientes para anlise dos formatos mais comuns, como o amplamente utilizado JPG. Alis, o que podemos perceber que est ocorrendo mais e mais corriqueiramente, no s com a aceitao por parte dos tribunais das fotos digitais, como tambm pelo seu uso crescente por parte de rgos governamentais, evidenciando que estamos numa estrada sem volta, sendo, inclusive, que a utilizao de filmes fotogrficos, os popularmente conhecidos negativos, esto cada vez mais escassos e difceis de serem encontrados, uma vez que as novas cmeras e dispositivos que so comercializados no utilizam mais este recurso. Ademais, deve o operador de Direito que quiser utilizar a fotografia digital como prova preocupar-se com a forma que a imagem foi capturada e tambm sempre armazen-la em local confivel, gerando arquivos que possam ser utilizados para atestar a autenticidade e integridade, no esquecendo ainda de se efetuar cpias integrais e sem gerar modificaes nos arquivos de modo que no se corra riscos desnecessrios com a destruio de algum arquivo. Observando-se os princpios da percia forense, como a cadeia de custdia, nada impede a utilizao da fotografia digital dentro do processo, sendo uma ferramenta indispensvel nos dias atuais para se buscar a to almejada justia social.

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