foto peter ilicciev/ccs arquivo ccs/fiocruz · 4 | crisinforma ascido no departamento de encheia,...

15
CRISINFORMA | 1 Informativo do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz PÁG.2 PÁG. 3 junho/julho 2014 15 Parceria com Universidade de Yale forma Aliança para Saúde Global Entrevista: Fundação avança em cooperações internacionais para estudos da Aids Fiocruz aposta na internacionalização de seus cursos de pós-graduação PÁG. 2 Fiocruz Aliança para Saúde Global Yale e Pátio da Universidade de Yale no campus de New Haven, Connecticut, EUA PÁG. 14 FOTO PETER ILICCIEV/CCS FOTO PETER ILICCIEV/CCS ARQUIVO CCS/FIOCRUZ FOTO WIKICOMMONS

Upload: vanthu

Post on 29-Jun-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

CRISINFORMA | 1

Informativo do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz

PÁG.2 PÁG. 3

junho/julho

2014

Nº15

Parceria comUniversidade de Yaleforma Aliança para

Saúde Global

Entrevista:Fundação avança em

cooperações internacionaispara estudos da Aids

Fiocruz aposta nainternacionalizaçãode seus cursos de

pós-graduação

PÁG. 2

Fiocruz

Aliança para Saúde Global

YaleePátio da Universidade deYale no campus de NewHaven, Connecticut, EUA

PÁG. 14FO

TO P

ETER

ILIC

CIE

V/C

CS

FOTO

PET

ER IL

ICC

IEV

/CC

S

ARQ

UIV

O C

CS/F

IOCR

UZ

FOTO

WIK

ICO

MM

ON

S

| CRISINFORMA2

Danielle Monteiro - CCS

presidente da Fiocruz, PauloGadelha, e o presidente da Uni-versidade de Yale (Estados Uni-dos), Peter Salovey, assinaram,

em 29 de julho, durante reunião do Con-selho Deliberativo da Fiocruz, um acor-do de cooperação para a criação de umaAliança para a Saúde Global, que terácomo objetivo a promoção da saúde eda equidade nas Américas e em outrasregiões por meio da educação. A inicia-tiva deve ajudar no enfrentamento dosprincipais desafios para a saúde no mun-do, além de desenvolver soluções ino-vadoras por meio de programas multi-disciplinares e educar a próxima gera-ção de líderes em Saúde Global. “Esta-mos muito orgulhosos desse programa,pois ele vai permitir ações importantescomo o intercâmbio entre professores dasduas instituições, para que eles possam,juntos, ensinar, pesquisar e desenvolverprogramas acadêmicos prioritários paraa saúde”, declarou Salovey.

Com a criação da Aliança paraSaúde Global, a ideia é criar e desenvol-ver um programa para o intercâmbio deestudantes e professores, com foco emáreas como doenças negligenciadas,saúde mental, sistemas de saúde e his-tória da ciência e da medicina. SegundoSalovey, além desses campos, o progra-ma pode gerar outras oportunidades deações conjuntas. “Poderemos ainda de-senvolver colaborações em doenças mi-crobianas, prevenção do câncer e do HIV,descoberta de medicamentos, neuroci-

Oências e saúde da criança”, disse. Emnovembro, será realizado, na Universi-dade de Yale, um workshop entre as duasinstituições, onde serão definidos os cam-pos de colaboração e detalhados os pro-gramas de trabalho.

O diretor da Escola de Saúde Pú-blica da Universidade de Yale e coor-denador da parceria, Paul Cleary, afir-mou que a instituição acadêmica valo-riza muito as cooperações com a Fio-cruz e deseja expandi-las não somen-te através da troca de conhecimento,mas também por meio da construçãode parcerias estratégicas que permitama contribuição e aprendizagem mútua.“As doenças infecciosas e crônicas nãoreconhecem os limites nacionais. O pa-pel dos cientistas é reconhecer essasfronteiras. E eles podem fazer isso atra-vés da construção de redes, como asações conjuntas que desenvolvemoscom a Fiocruz”, destacou.

O presidente da Fiocruz, PauloGadelha, lembrou que as duas institui-ções desenvolvem ações de coopera-ção há 20 anos e ressaltou que essetrabalho em conjunto tem tido resulta-dos muito importantes, principalmen-te na Bahia, onde Yale desenvolve par-cerias com o Centro de Pesquisas Gon-çalo Muniz (CPqGM/Fiocruz Bahia).“Por muitos anos, temos tentado atin-gir um novo estado de colaboraçõesque sejam fortes, desenvolvidas a par-tir de experiências como essas e estra-tegicamente pensadas em novas áre-as. Essa é uma possibilidade especialde celebrarmos isso”, afirmou.

Fiocruz e Universidade de Yale assinam parceriapara formar Aliança para Saúde Global

destaques

ParceriasFiocruz-Yale

Apesar de já desenvolveremações de colaboração há 20 anos, oprimeiro convênio entre a Fiocruz e aUniversidade de Yale só foi assinadoem 2011, por meio do Centro de Pes-quisas Gonçalo Muniz (CPqGM/FiocruzBahia) e da Escola de Saúde Públicada universidade. Um dos resultados daparceria foi o curso colaborativo emDeterminantes Sociais e Ecológicos daSaúde, promovido juntamente com aUniversidade de Berkeley (Estados Uni-dos), em 2012, em Salvador. O encon-tro reuniu estudantes das instituiçõespromotoras com o intuito de discutir ainterferência de fatores ambientais esocioeconômicos na distribuição dedoenças pelo território brasileiro.

O evento, pioneiro no estado, vaipermitir a formação de futuras coope-rações em projetos de pesquisa volta-dos ao tratamento de doenças que as-solam o país, sobretudo na Bahia, en-tre elas Aids, hepatite C, doença deChagas, esquistossomose e leptospiro-se. Além das aulas expositivas, os alu-nos fizeram visita de campo em umaárea endêmica para doenças infeccio-sas no estado, o bairro do Pau da Lima,em Salvador. Com a atividade, os es-tudantes puderam identificar na práti-ca os fatores sociais e ambientais rela-cionados à leptospirose, um dos maio-res problemas da região.

Gestores da Fiocruz e da Universidade de Yale durante reunião para assinatura do acordo. Foto Peter Ilicciev/CCS

CRISINFORMA | 3

Danielle Monteiro – CCSe Rebert Lima – Cris

Fiocruz tem entre suas princi-pais metas o avanço na inter-nacionalização de seus cursosde pós-graduação. A Funda-

ção desenvolve dois modelos de coo-peração internacional na área de ensi-no. O primeiro consiste em parceriasestruturantes com países do hemisférioSul que desejam fortalecer suas insti-tuições de saúde. “Esse tipo de parce-ria é horizontal e compartilhada, nãohierárquica. Trata-se de um modelo quenos permite escutar os parceiros e criarprioridades para a formação”, explicaa coordenadora de Pós-Graduação daFiocruz, Cristina Guilam. Um exemplodeste tipo de cooperação é o mestradoem Ciências da Saúde desenvolvidojuntamente com o Instituto Nacional deSaúde (INS) de Moçambique. “Já for-mamos três turmas. Fizemos isso apoi-ando a instituição e trazendo para ocurso doutores com potencial capaci-dade de colaborar”, conta Cristina.

Outro destaque é o mestrado emSistemas de Saúde, fruto de coopera-ção entre a Escola Nacional de SaúdePública (Ensp/Fiocruz), o Centro de Pes-quisa Aggeu Magalhães (CPqAM/Fio-cruz Pernambuco) e o INS/Moçambique.A quarta turma do mestrado, iniciada

esse ano em Moçambique, vai formar14 profissionais ligados ao Ministério daSaúde do país africano (Misau), ao INSe a universidades e outras instituiçõespúblicas do setor para atuar no sistemade saúde moçambicano, seja nos servi-ços, na gestão ou em pesquisa.

Já o outro modelo de parceria sedá com países do Norte, por meio dointercâmbio entre pesquisadores e es-tudantes. “Com essas colaboraçõesconjuntas, podemos solidificar linhasde pesquisa e desenvolver trabalhosque vão gerar estudos, artigos publi-cados e uma série de laços estabele-cidos com essas instituições internaci-onais”, destaca Cristina. Na lista decooperações como essas, estão as par-cerias firmadas no âmbito do CiênciaSem Fronteiras e programas como odoutorado internacional em DireitosHumanos, Saúde Global e Políticas daVida - já em curso na Fiocruz -, pro-movido juntamente com a Universida-de de Coimbra (Portugal). SegundoCristina, as ações colaborativas emensino têm crescido e já há algumasiniciativas previstas. “Acabamos deassinar um convênio com a Universi-dade de Exeter, do Reino Unido, evamos firmar parceria com a Universi-dade de Drexel, dos Estados Unidos,para a elaboração de um programa depós-graduação”, adianta.

Fiocruz aposta na internacionalizaçãode seus cursos de pós-graduaçãoIniciativas voltadas à formação de estudantes, promovidas pela Fundação, ultrapassamfronteiras nacionais e refletem o reconhecimento internacional da instituição

AApesar de avanços na internacio-

nalização do ensino da Fiocruz, aindahá desafios a ser enfrentados no cam-po pela instituição. A Fundação aindaperde alunos devido ao alto preço dosserviços e dos aluguéis dos imóveis noRio de Janeiro. Foi pensando nessas di-ficuldades que a Fiocruz criou um gru-po de acolhimento ao estudante estran-geiro, formado por integrantes do Cen-tro de Relações Internacionais em Saú-de (Cris), da Vice-presidência de Ensi-no, Informação e Comunicação (VPEIC),do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e daEscola Nacional de Saúde Pública(Ensp). Em março, foi realizada a pri-meira edição do evento que será pro-movido anualmente pelo grupo: o Fio-cruz Acolhe. Durante o encontro, osalunos conheceram a história, estrutu-ra e a organização da Fundação, asáreas de atuação, parcerias internacio-nais, além de informações de mobili-dade, lazer, cultura e entretenimentona cidade. “A ideia é identificar as gran-des dificuldades dos alunos e tentarestabelecer soluções a curto, médio elongo prazo, a fim de estabelecer umfluxo de estudantes na instituição”,explica Cristina.

Para conhecer mais sobre os visi-tantes internacionais da instituição, oCrisinforma entrevistou quatro deles. Aseguir, os trechos dessas entrevistas.

destaques

FOTO PETER ILICCIEV/CCS

| CRISINFORMA4

ascido no departamento deEncheia, na Guiné Bissau, o es-tudante do curso de pós-gra-duação em Saneamento Bási-

co da Ensp/Fiocruz, Paulo Monteiro, es-pera realizar um sonho com seus estu-dos no Brasil: ajudar a mudar as condi-ções de abastecimento de água potá-vel e tratamento de esgoto em seu paísde origem. Com uma população de 1,6milhão de habitantes, a Guiné Bissaucarece de um sistema de captação,transporte, tratamento e distribuição deágua potável em todo o território naci-

onal. “Poderei contribuir para queas pessoas, a médio e longo

prazos, possam construir ca-sas com banheiro interno eágua potável canalizada,esgoto captado e energiaelétrica. Assim, vou poderajudar na redução de di-versas endemias e epi-demias que atacam ematam, principalmen-

pesar dos poucos anos de ida-de, a iraniana Nazanin Pirooz-nia tem uma longa trajetóriaacadêmica. Antes de chegar à

Fiocruz, atuou como professora assisten-te no Instituto Nacional de Genética e

Biotecnologia, no Teerã, capital do Irã.Com mestrado em Bioquímica

pela Universidade de Guilan edoutorado em Farmácia pelaUniversidade do Teerã, parti-cipou de grupos de investiga-ção em diversas pesquisas.“Meu maior interesse é me-lhorar as condições de saúde

da população e a Fiocruz éuma boa escolha para chegar a

esse objetivo. O apoio financeirodado pelo governo à instituição

pode fazer com que ela alcance ex-celentes resultados”, diz.

A professora de apenas de 30anos de idade foi uma das selecio-

nadas, entre 106 candidatos, parao Programa de Bolsas para Pro-

fessores Visitantes, criadopelo Centro de Desenvol-

te crianças e grávidas, durante o perío-do chuvoso no país”, explica.

Ex-funcionário do Ministério daCooperação Internacional, Paulo con-ta que escolheu fazer a pós-gradua-ção na Fiocruz pela história e tradi-ção em saúde pública da instituição.“Preciso absorver conhecimentos ci-entíficos, técnicos e sociais e adaptá-los à realidade ambiental onde vivo”,diz. Após finalizar seus estudos no Bra-sil, o estudante pretende voltar à Gui-né Bissau e, lá, colocar em prática umplano bem definido: buscar ajuda na-cional e internacional em talento hu-mano e recursos materiais e financei-ros. “Quero ajudar a transformar opaís em um canteiro de obras paramelhorias no saneamento básico, ini-ciando pelo município de Tite, na re-gião de Quinara, local onde começoua revolução para a independência dopaís, caminhando, assim, na mesmadireção da história da nossa nação”,revela o estudante.

N

A

Por melhores condições sanitárias na África

vimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), em parceria com a Coorde-nação de Aperfeiçoamento de Pesso-al de Nível Superior (Capes) e a Fun-dação de Amparo à Pesquisa do Esta-do do Rio de Janeiro (Faperj). Junta-mente com os outros acadêmicos es-colhidos, ela vai colaborar com proje-tos junto ao CDTS e atuar em um pro-grama de pós-graduação da Fiocruz.“Estou muito feliz em fazer parte des-sa iniciativa e ser, talvez, a mais jo-vem participante. O Brasil é um paísmuito receptivo e os trabalhadores daFiocruz muito amigáveis”, diz.

Nazanin conta que as diferençasculturais não influenciam em seu tra-balho no Brasil e não descarta a ideiade permanecer no país, após o térmi-no do projeto. “Sei que viver em ou-tro país não é fácil, mas meu objetivoé ajudar na descoberta de novos me-dicamentos e recuperar a saúde daspessoas”, afirma. “Se eu tiver meu paie meu cachorro ao meu lado, possoviver em qualquer lugar”, brinca a jo-vem professora.

Do Irã ao Brasil

destaques

CRISINFORMA | 5

m 2006, quando decidi vir aoBrasil para fazer o mestrado, fi-quei sabendo do Programa deEstudantes-Convênio de Pós-

Graduação (PEC-PG) do governo brasi-leiro. Quem comentou sobre a iniciati-va foi uma pesquisadora colombianaque finalizou o doutorado no meu la-boratório em 2005”, conta o colombi-ano Juan Camilo Sánchez. O estudan-te terminou o mestrado em 2008 e atu-almente está na fase final do doutora-do em Biologia Parasitária pelo Institu-to Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Lotado no Laboratório de Imuno-parasitologia, Juan explica por que esco-lheu a Fiocruz para estudar: “A institui-ção tem ampla tradição em pesquisa emdoenças tropicais e, especificamente, naárea de parasitologia, que é a minha áreade interesse nesse momento”.

Ele conta que a abordagem e acondução do curso têm bases teóricas

acordo de cooperação internaci-onal entre a Fiocruz e o InstitutoNacional de Saúde (INS/Peru)trouxe no ano passado o estu-

dante Adolfo Martin para fazer o mes-trado em Saúde Pública na Escola Naci-onal de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz).

Adolfo, que atualmente trabalhano INS, conta que ficou contente coma escolha, pois, além de estudar emuma instituição reconhecida internaci-onalmente, a vasta experiência dos pro-fessores foi um estímulo a sua forma-ção. “A abordagem do curso e sua con-dução foram muito bons e temas alta-mente relevantes foram tocados”, diz.

O estudante planeja ainda iniciaro doutorado em 2015 e ressalta que a

profundas e há uma variedade inte-ressante de disciplinas que enrique-cem o conteúdo no núcleo bási-co. Juan afirma que, além do co-nhecimento acadêmico, outrasexperiências contribuíram parasua formação. “Não somente oconhecimento técnico específi-co adquirido ao longo destesanos relacionados aos estudosde mestrado e doutorado serãoimportantes para auxiliar minhapesquisa no futuro, mas tam-bém as colaborações feitas du-rante minha trajetória no Bra-sil”, diz. Trajetória esta que,segundo ele, não será nada di-fícil: “Eu gosto muito do Brasil.Todos os brasileiros que conhe-ci me acolheram muito bem.Não há muito choque como estilo de vida da Colôm-bia”, finaliza.

E

O

Em busca da expertiseem doenças tropicais

“A passagem pela Fiocruzme deu uma base sólidapara meu campo de estudo”

passagem pela Fiocruz lhe deuuma base sólida para seu cam-po de estudo. “Aprendi e apro-fundei muitas capacidades im-portantes. Experiência em se-guro de saúde e tratamentode enfermidades e o uso datecnologia são campos quecontribuem muito para aminha experiência de tra-balho e podem ser adap-tados à realidade domeu país”, avalia.

destaques

| CRISINFORMA6

Danielle Monteiro - CCS

tualmente o diagnóstico dadengue é eficiente, rápido ede baixo custo. No entanto,ainda não existe um teste ca-

paz de prever se um paciente infecta-do tem propensão a desenvolver os sin-tomas mais graves e muitas vezes fa-tais da doença, a chamada denguesevera ou hemorrágica. Foi diante des-se desafio que o Centro de PesquisasRené Rachou (CpRR/Fiocruz Minas), oCentro de Pesquisa Aggeu Magalhães(CpAM/Fiocruz Pernambuco) e a Uni-versidade de Pittsburgh (EUA) uniramesforços na busca pelos genes envolvi-dos nos mecanismos de evolução daenfermidade, que possam ser utiliza-dos como marcadores que sinalizem odesenvolvimento da doença para suaforma severa. A descoberta pode levarà elaboração de um teste prognóstico

da dengue hemorrágica. O coordenador da iniciativa em

Minas Gerais, Carlos Eduardo Calzava-ra, explica que é difícil chegar ao prog-nóstico do paciente com dengue he-morrágica, pois o desenvolvimento dossintomas da doença depende de umasérie de fatores como carga viral, ge-nótipo do vírus, infecções primárias ousequenciais, além do sistema imune doindivíduo. “Mas acreditamos que a res-posta do organismo frente à infecçãopelo vírus tem papel central no desen-volvimento dos sintomas severos ou atémesmo na cura e os resultados dessapesquisa podem ser úteis ao nosso sis-tema de saúde”, diz.

Financiado pelos Institutos Nacio-nais de Saúde (NIH, em inglês), peloConselho Nacional de Desenvolvimen-to Científico e Tecnológico (CNPq) epela Fundação de Amparo à Pesquisado estado de Minas Gerais (FAPEMIG),

Cooperação com Universidade de Pittsburghestuda prognóstico da dengue hemorrágicaA parceria busca identificar os genes envolvidos nos mecanismos de evolução da formagrave da dengue e pode levar ao desenvolvimento de um teste prognóstico da doença

Aa iniciativa já apresenta resultados pro-missores. “Observamos que alguns ge-nes humanos estão, de forma constan-te, diferencialmente expressos entre pa-cientes com dengue branda e denguesevera. Isso revela a influência do sis-tema imune inato humano no prognós-tico da doença e que é possível che-garmos a uma ‘assinatura molecular’da dengue severa”, explica.

Segundo Calzavara, a parceria,que existe desde 2007, deve levar aimportantes descobertas e gerar ain-da novos projetos de pesquisa. “Va-mos continuar com as iniciativas emcolaboração e com a publicação deartigos em conjunto. O Centro de Va-cinas da Universidade de Pittsburgh dis-ponibiliza espaço e toda infraestrutu-ra para receber alunos e investigado-res para continuar com esse projeto,assim como o acesso a vários especia-listas na área”, finaliza.

destaques

FOTO

WIK

ICO

MM

ON

S

CRISINFORMA | 7

Gabriel Cavalcanti –Canal Saúde

Canal Saúde pro-moveu duas novasoficinas no Haiti,no âmbito da Co-

operação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti, na qual é umdos atores envolvidos pelaFiocruz. A Oficina de Pro-dução Audiovisual e a Ofi-cina de Metodologia deUso do Audiovisual foramministradas entre 21 dejunho e 1º julho, na capi-tal Porto Príncipe, para 15integrantes do Ministérioda Saúde e da População(MSPP) haitiano.

O objetivo das ofici-nas é capacitar os partici-pantes a produzir e edi-tar os próprios conteúdosaudiovisuais para a im-plantação do Núcleo Cen-tral de Produção Audiovi-sual do MSPP e a difusãodesses conteúdos pelopaís em duas unidadesmóveis, doadas pelo Mi-nistério da Saúde do Bra-sil. Os equipamentos audiovisuais,que serão doados pelo Programa dasNações Unidas para o Desenvolvi-mento (PNUD) e entregues ao Mi-nistério da Saúde do Haiti para mon-tagem do núcleo e das unidadesmóveis, incluem dois geradores, umacâmera, uma ilha de edição, mixer,caixas de som, microfones, projeto-res e aparelhos de DVD.

O trabalho faz parte da capacita-ção em Comunicação e Saúde, quevem sendo desenvolvida pelo CanalSaúde em parceria com a Direção dePromoção da Saúde e Preservação doMeio Ambiente (DPSPE) do Ministérioda Saúde e da População do Haiti. AOficina de Produção Audiovisual foiministrada pela produtora e coordena-dora de projetos da ONG Bem TV, Da-

niela Araújo, e a Oficina de Metodolo-gia de Uso do Audiovisual teve à fren-te a superintendente do Canal Saúde,Márcia Corrêa e Castro. A Oficina deMetodologia abordou as formas de usodos equipamentos e também manei-ras de pensar estratégias para difundirconteúdos audiovisuais sobre saúde eestratégias de animação cultural.

A Oficina de Produção Audiovi-sual contou com a participação de seteintegrantes do DPSPE do MSPP e aOficina de Metodologia teve, entreseus oito inscritos, membros do DPS-PE, assessores de comunicação doMinistério da Saúde haitiano e osmotoristas que vão trabalhar nas uni-dades móveis. Todos os exercícios re-alizados foram baseados em casos darealidade do Haiti.

Na oficina, os profissionais aprenderam a produzir e editar os próprios conteúdosaudiovisuais para a implantação do Núcleo Central de Produção Audiovisual doMinistério da Saúde e da População do Haiti. Foto Joanna da Hora

Canal Saúde promove oficinas de produçãoe metodologia do uso de audiovisual no HaitiA iniciativa, promovida no âmbito da Cooperação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti, capacitou profissionaishaitianos na elaboração de estratégias para difundir conteúdos audiovisuais sobre saúde

O

Em julho do ano passado, o Ca-nal Saúde, no âmbito da CooperaçãoTripartite, organizou, em parceria como DPSPE e a Sociedade de Animaçãoe Comunicação Social (Saks) - repre-sentante da Associação Mundial deRádios Comunitárias (Amarc) no Haiti- uma oficina de Comunicação e Saú-de para radialistas e oficiais de comu-nicação na capital Porto Príncipe. Ainiciativa, segunda realizada com pro-fissionais do rádio pelo Canal no Hai-ti, contou com a participação de radi-alistas e oficiais de comunicação dasdivisões departamentais e escritóriosde unidades comunais, equivalentesaos estados e municípios haitianos. Oobjetivo foi promover o trabalho emconjunto dos oficiais de comunicaçãocom os radialistas comunitários.

destaques

| CRISINFORMA8

Luciene Paes – Ensp

artigo Aceitabilidade da auto-testagem domiciliar para o HIVentre homens que fazem sexocom homens no Brasil: dados

de uma enquete na Internet apontaque a autotestagem para a epidemiade HIV no Brasil se concentra entre ho-mens que fazem sexo com homens(HSH) e populações transexuais/trans-gênero, apesar de as taxas de testesde HIV entre eles serem incompatíveiscom o seu risco. Segundo os autoresda pesquisa, André Périssé, da EscolaNacional de Saúde Pública (Ensp/Fio-cruz), Sheri Lippman, do Centro de Es-tudos de Prevenção da Sida (Universi-dade da Califórnia), Valdiléa Veloso eBeatriz Grinsztejn, do Instituto Nacio-nal de Infectologia (INI/Fiocruz), Patri-ck S. Sullivan e R. Craig Sineath, daRollins Escola de Saúde Pública (Uni-versidade de Emory), e Susan Buchbin-der, do departamento de Saúde Públi-ca, San Francisco, essa população re-presenta 29,2% do total de casos deAids notificados no Brasil e cerca de40% dos casos entre homens com ida-de entre 15-24 anos.

De acordo com o artigo, o Minis-

tério da Saúde do Brasil tem respondi-do com a implementação do PlanoNacional de Enfrentamento da Epide-mia de Aids e das DST entre gays, ou-tros HSH e transgêneros. O plano deprevenção para HSH depende de ga-rantir a participação social e o acesso aserviços de qualidade, incluindo o tes-te de HIV, que é o primeiro passo e amais importante esperança para con-ter a propagação da epidemia.

As pessoas com HIV que conhe-cem seu diagnóstico podem começaro tratamento, o que por sua vez, di-zem os autores, diminui a infecciosida-de do vírus, soropositividade e os com-portamentos de risco após o diagnósti-co. Além disso, estudos de modelagemsugerem que uma proporção substan-cial de novas infecções vêm de pesso-as que desconhecem suas infecçõespelo HIV, e que o aumento de testesautorrealizados poderia reduzir consi-deravelmente novas infecções.

Devido ao seu elevado risco paraa infecção pelo HIV, os Centros dos EUApara Controle e Prevenção de Doen-ças recomenda que o teste para HSHsexualmente ativo seja realizado pelomenos anualmente, e até a cada 3-6meses para a maioria em risco HSH.

As atuais taxas de testes de HIVentre HSH, no entanto, não são com-patíveis com o seu risco, revela o arti-go. Estudo realizado recentementemostra que pouco mais da metade deHSM entrevistados nunca tinham sidotestados, e perto de 50% das pessoasque consentiram o teste de HIV e fo-ram soropositivos não tinham conheci-mento de sua infecção.

O artigo informa ainda que, emabril de 2011, foi realizada uma pes-quisa com HSM brasileiro usando oFacebook para avaliar as preferênciasde testes de HIV e aceitabilidade detestes baseado em casa. Entre 356 pre-viamente testados, HSH HIV-negativos,47% relataram uma preferência parao teste baseado em casa, 27% testebaseado em clínica preferencial, e 26%não tinham preferência. Testadoresmenos frequentes e os que haviam con-siderado o teste, mas não o conseguiu,foram mais propensos a preferir o testebaseado em casa. Perto de 90% rela-taram que usariam kits de auto-teste;62% e 54% disseram que usam o tes-te baseado em casa para fazer esco-lhas sobre o sexo desprotegido comparceiros regulares e novos, respecti-vamente.

Estudo avaliaaceitabilidade daautotestagem paraHIV no BrasilArtigo indica que aautotestagem para aepidemia de HIV no Brasilse concentra entrehomens que fazemsexo com homense populaçõestransexuais/transgênero

O

destaques

FOTO

WIK

ICO

MM

ON

S

CRISINFORMA | 9

Presidente da Fiocruzé eleito doutor ho-noris causa da Uni-versidade de York

Danielle Monteiro - CCS

O presidente da Fiocruz, PauloGadelha, foi nomeado Doutor HonorisCausa da Universidade de York (ReinoUnido). O título foi entregue a 16 cien-tistas, humanitaristas e membros influ-entes da comunidade científica mundi-al durante cerimônia realizada em 18de julho, no Reino Unido.

Todo ano, a universidade conce-de o título a nomes que deram uma con-tribuição significativa à sociedade. Ga-delha foi eleito em função do importan-te papel que desempenhou na pesqui-sa, na advocacia em saúde e na formu-lação de políticas da saúde na AméricaLatina e em outros continentes. “Alémde ter sido um grande anfitrião durantenossas visitas à Fundação, Gadelha pres-tou apoio a nossas atividades internaci-onais em seu próprio país, junto à Or-ganização Mundial da Saúde e a ou-tras Agências da ONU, e durante im-portantes eventos internacionais sedia-dos pelo governo brasileiro em prol dasaúde global e das comunidades políti-cas internacionais”, destacou o diretordo Centro de Histórias da Saúde Glo-bal, Sanjoy Bhattacharya, durante a ce-rimônia de entrega do título. “Esta ce-lebração vai estreitar ainda mais nossascolaborações, ligadas por princípios deexcelência, transparência, democraciae internacionalização”, complementou.

Paulo Gadelha atua na Fiocruzdesde 1985. Formado em medicina,com mestrado em medicina social pelaUniversidade do Estado do Rio de Janei-ro (UERJ) e PhD em saúde pública, foium dos integrantes do Movimento daReforma Sanitária, nos anos 1970, eesteve envolvido na promulgação dalei de constituição do SUS, em 1990.

Entre 2005 e 2006, foi presidenteda Associação Brasileira de Saúde Co-

letiva (Abrasco) e, desde 2009, é presi-dente do Comitê de Entidades no Com-bate à Fome e Pela Vida (Coep) e daComissão Brasileira sobre Drogas e De-mocracia (CBDD). Gadelha foi um dosfundadores da Casa de Oswaldo Cruz(COC/Fiocruz), da qual foi diretor entre1987 e 1997, e vice-presidente da Fun-dação entre 2001 e 2008. Foi eleito pre-sidente da Fiocruz entre 2009 e 2012,sendo reeleito em 2012.

Melhor instituiçãode pesquisa do Brasil

O jornal Folha de S. Paulo publicou,na edição de 2 de junho, reportagem so-bre o ranking das instituições de pesquisabrasileiras feito pela Universidade de Lei-den, na Holanda. De acordo com a lista-gem, a Fiocruz é o melhor instituto depesquisa nacional em termos de qualida-de de produção científica. Para saber maissobre a produção do ranking e ler a ínte-gra da reportagem da Folha, clique aqui.

A medicina nocontexto luso-afro-brasileiro

Com artigos que abordam desdea cobertura de grandes epidemias pelaimprensa portuguesa no fim do século19 e início do século 20 à criação deuma missão para o estudo e o combateda doença do sono na Guiné Portugue-sa entre 1945 e 1974, a revista História,Ciências, Saúde – Manguinhos traz emsua nova edição, já disponível no Scie-lo, o dossiê “Medicina no contexto luso-

afro-brasileiro”. Entre os dez textos queo compõem, estão trabalhos apresenta-dos durante o primeiro Encontro Luso-Brasileiro de História da Medicina Tropi-cal, realizado em Lisboa em 2012, alémde artigos que abordam temas afins.

Os artigos trazem informações so-bre as principais enfermidades registra-das no país africano, assim como osimpactos de sua frequência e os proce-dimentos e métodos de combate àsdoenças; fazem uma análise de 6.700matérias publicadas em jornais portugue-ses e ainda trazem uma abordagem his-toriográfica sobre a atuação de médi-cos e boticários jesuítas na América pla-tina no século. A edição aborda aindaum estudo de caso de redes sociotécni-cas de assistência à saúde em acupun-tura; uma revisão de parte da literaturada antropologia médica contemporâ-nea; e um artigo que analisa as poten-cialidades e limites das explicações evo-lutivas da cultura. Leia mais aqui.

Fonte: COC

Membro honorárioda Sociedade Ameri-cana de MedicinaTropical e Higiene

Danielle Monteiro - CCS

O pesquisador do Centro de Pes-quisas Gonçalo Moniz (CpGM/FiocruzBahia), Mitermayer Galvão Reis, foi elei-to membro honorário da SociedadeAmericana de Medicina Tropical e Hi-giene (ASTMH, na sigla em inglês).

O título é conferido a indivíduosnão nascidos nos Estados Unidos quederam contribuições significativas a al-guma fase da medicina e higiene tropi-cal. A nomeação é cuidadosamenteavaliada pelo Comitê Internacional Ho-norário da ASTMH e aprovada unani-memente pelo Conselho da instituição.O título será entregue durante o 63°Encontro Anual da Sociedade America-na de Medicina Tropical e Higiene, queserá realizado entre 2 e 6 de novembroem New Orleans, Estados Unidos.

Fundada em 1903, a ASTMH éuma organização mundial de cientistas,clínicos e profissionais ligados a progra-mas cuja missão é promover a saúdeglobal por meio da prevenção e contro-le de infecções e outras doenças quedesproporcionalmente afligem as popu-

curtasFO

TO P

ETER

ILIC

CIE

V/C

CS

| CRISINFORMA10

lações pobres do mundo. Tem comoprincipais objetivos, entre outros, promo-ver a melhoria na saúde das populaçõesmundiais, contribuir para o avanço empesquisas em doenças tropicais, estrei-tar colaborações científicas internacio-nais e educar profissionais médicos, to-madores de decisões e o público acercada medicina tropical e saúde global.

Cris participa deComissão paraAssuntos Internacio-nais de Saúde do MS

Cecília Lopes – Nethis/Fiocruz Brasíliacom informações do Ministério da Saúde

“É um antigo desejo ter articula-da toda a área de relações internacio-nais da saúde”, disse o coordenador doCris/Fiocruz, Paulo Buss, durante a ins-talação da Comissão Técnica Perma-nente de Assuntos Internacionais deSaúde, em 10 de junho, na sede daOrganização Pan-Americana da Saúde(Opas). A Comissão é coordenada pelaAssessoria de Assuntos Internacionaisde Saúde do Ministério da Saúde (AISA/MS) e composta por todas as secretari-as e entidades vinculadas ao MS.

A primeira pauta de trabalho foi orelatório Cobradi - Cooperação Brasileirapara o Desenvolvimento Internacional -,pesquisa organizada pelo Instituto dePesquisa Econômica Aplicada (Ipea), quefará levantamento de todas as ações in-ternacionais do governo brasileiro entre2011 e 2013. O coordenador do Cobra-di, João Brígido, explicou que o relatórionão é uma prestação de contas, mas umpanorama da atuação do governo na áreainternacional. “O objetivo do relatório nãoé formular um conceito desejável ou ide-al de atuação internacional. Buscamosconhecer a ampla e complexa realida-de da atuação internacional de cada Mi-nistério ou órgão do Governo Federal”,afirmou. Dentre as perspectivas para2014, Buss enumerou a de participar einfluenciar a Agenda de Saúde Global,a exemplo das discussões sobre a refor-ma da OMS e da Unasul Saúde, e a deser a principal instituição pública na di-plomacia em saúde brasileira em arti-culação com o MS e o Ministério deRelações Exteriores.

O assessor especial de Assuntos In-ternacionais do Ministério, Alberto Klei-man, disse que a Comissão constitui im-

portante instrumento para a estruturaçãoe consolidação das estratégias e açõesinternacionais de saúde: “A Comissãopossibilitará maior integração e melhorarticulação das diferentes áreas do mi-nistério da saúde e, assim, fortaleceráa agenda internacional como um todo.Trata-se de uma estratégia para corri-gir a fragmentação dos processos econferir maior sustentabilidade das nos-sas ações no cenário internacional.”

Cooperaçãocom o Equador

A Fiocruz recebeu, em 26 de ju-nho, a visita do Embaixador do Equa-dor no Brasil, Horácio Sevilla-Borja,e da Consulesa Geral do Equador noRio de Janeiro, Monica Delgado deLoaiza. Na ocasião, o Embaixador re-latou dois projetos prioritários sendoimplantados pelo Governo do Equa-dor: YACHAI, Cidade do Conheci-mento, em construção na Provínciade Imbabura, em implementação noperíodo de 2012 a 2035. Neste caso,a cooperação teria como áreas es-tratégicas Ciências da Vida, Petro-química, Nanociências, Energias re-nováveis e Tecnologias da Informa-ção e Comunicação.

O segundo projeto apresentado foio denominado PROMETEO, iniciativado Governo do Equador que objetivafortalecer a pesquisa, ensino e transfe-rência de conhecimentos em temasespecializados, vinculando pesquisado-res estrangeiros e equatorianos residen-tes no exterior, fixando-os por períodosde dois meses a um ano, tempo emque devem desenvolver um projetoconjuntamente com a instituição equa-toriana à qual se vincula. As principaisáreas de cooperação seriam: Ciênciasda Vida, Ciências Básicas, RecursosNaturais, Inovação, Produção, Ciênci-as Sociais, Ciências da Educação, Artee Cultura. Para ambas as iniciativas, foisolicitado apoio e integração da Fiocruz.

Em visita recente da Ministra deSaúde do Equador ao Ministério daSaúde, foi solicitada cooperação em

várias áreas, especialmente na pesqui-sa e desenvolvimento de medicamen-tos. O Ministro respondeu positivamen-te, referindo essa cooperação à Fiocruz.

Livro tipo exportação

Fernanda Marques – Editora Fiocruz

O livro Fundamentos da Paleo-parasitologia – ganhador do Prêmio Ja-buti 2012, na categoria Ciências Na-turais – acaba de ser traduzido para oinglês. A coletânea, organizada pelospesquisadores Luiz Fernando Ferreira,Karl Jan Reinhard e Adauto Araújo, éconsiderada uma obra pioneira, ao sis-tematizar os conhecimentos em pale-oparasitologia, ciência voltada para oestudo dos parasitas no passado. Ves-tígios desses parasitas podem ser des-cobertos, por exemplo, em coprólitos(fezes), ossos e tecidos de corpos mu-mificados. Com o apoio da Presidên-cia da Fiocruz e publicada em coedi-ção com a International Federation forTropical Medicine (IFTM), a traduçãotem como objetivo favorecer a disse-minação dos conhecimentos sobre apaleoparasitologia, que constitui umaárea multidisciplinar com aplicaçõesvariadas, como nos estudos evolutivosou das migrações.

O livro Fundamentos da Paleopa-rasitologia, lançado originalmente emportuguês, em 2011, tem capítulos de-dicados às descobertas da paleoparasi-tologia em todos os continentes. Como lançamento de sua versão em inglêse a parceria do IFTM, a expectativa éde que a área ganhe mais visibilidade,contribuindo, assim, para a expansãodas fronteiras das pesquisas. Tanto emportuguês quanto em inglês, o livro levao selo da Editora Fiocruz. A tradução éassinada por Christopher Peterson, tra-dutor e médico sanitarista.

curtas

CRISINFORMA | 11

Livro sobreSegurança Alimentarem países lusófonosdisponível paradownload

Rebert Lima - Cris

O livro Segurança Alimentar eNutricional na Comunidade dos Paí-ses de Língua Portuguesa: Desafios ePerspectivas, lançado em 9 de junho,na Fiocruz, já tem sua versão digital. Apublicação é fruto de parceria entre o Cris/Fiocruz e o Instituto de Higiene e Medici-na Tropical (IHMT) da Universidade Novade Lisboa. O assessor internacional paraa África e um dos autores do livro, LuizEduardo Fonseca, explicou que “o obje-tivo da obra é ampliar a divulgação dasituação da segurança alimentar e nutri-cional nos países de língua portuguesa,em especial os países do continente afri-cano, e serve como instrumento para se-dimentar essa relação de cooperação noâmbito da Comunidade dos Países deLíngua Portuguesa (CPLP)”.

O livro é dividido em três partes:a primeira parte trata das bases teóri-cas, conceituais e programáticas daárea da segurança alimentar e nutrici-onal. A segunda faz um balanço dasatuais políticas e iniciativas adotadas emdiferentes países da CPLP e a terceiraparte aborda as perspectivas futuraspara os países da CPLP, inclusive nocontexto das últimas discussões quevêm sendo tradadas no âmbito da Saú-de Global. Acesse o livro aqui.

Parceria internacio-nal para o controleda leptospirose

Desde 2008, o Instituto OswaldoCruz (IOC/Fiocruz) atua como CentroColaborador da Organização Mundial

da Saúde (OMS) para leptospirose. Paraplanejar estratégias de atuação no es-copo do acordo de cooperação, foi re-alizada uma visita da OPAS ao Brasil,com reuniões técnicas no IOC e comautoridades das Secretarias de Agricul-tura e Saúde no Rio Grande do Sul.

Como desdobramentos, foramrealizadas reuniões técnicas entre osgrupos de pesquisa e autoridades dassecretarias de Saúde e de Agriculturano Estado do Rio Grande do Sul. “Oobjetivo foi definir as equipes e os re-cursos institucionais, envolvendo insti-tuições e setores vinculados às respec-tivas secretarias, para o desenvolvimen-to de um projeto interinstitucional lide-rado pela Opas, Fiocruz e os responsá-veis do Estado do Rio Grande do Sul”,descreveu a pesquisadora do Labora-tório de Zoonoses Bacterianas do IOC,Martha Pereira. O projeto de pesquisa,que está em andamento, foi concebi-do no conceito operacional de OneHealth (Uma Saúde), que será modelopara outras iniciativas em nível nacio-nal e regional, assim como para a abor-dagem de outras patologias. O projetoestá no escopo do convênio entre a Fi-ocruz e o Estado do Rio Grande do Sul.

Fonte: IOC

Pesquisadora daFiocruz é convidada aparticipar do Progra-ma Europubhealth

Com o trabalho que vem desen-volvendo no Programa de Pós-Gradu-ação em Informação e Comunicaçãoem Saúde (PPGICS/Icict), a pesquisa-dora Adriana Aguiar foi convidada aparticipar, mais uma vez, do progra-ma Visiting Scholar do European Mas-ter of Public Health (Europubhealth),

mestrado interinstitucional e interna-cional do Programa Erasmus (Europe-an Community Action Scheme for theMobility of University Students), daComunidade Europeia.

A pesquisadora tem como linhade pesquisa no Icict o Ensino da Co-municação na formação profissional emSaúde, em que trabalha com a interfa-ce entre educação e comunicação,com ênfase na competência de comu-nicação. Leia mais no site do Icict.

Informe Fiocruz PEaborda ações naÁfrica

Em consonância com a política decooperação internacional da Fiocruzcom países africanos de língua portu-guesa, a Fiocruz Pernambuco vem, nosúltimos anos, intensificando a sua atu-ação junto a alguns países deste conti-nente, em especial com Moçambiquee Cabo Verde. Algumas das principaisatividades da instituição na área foramdestaque do Informe Fiocruz PE. Aces-se a íntegra da publicação aqui.

Excelênciainternacional

O Ambulatório Souza Araújo, uni-dade assistencial que presta atendimen-to a pacientes de hanseníase do Labo-ratório de Hanseníase do IOC/Fiocruz,foi avaliado pela Joint Commission In-ternational e pelo Consórcio Brasileirode Acreditação. Com o título, a unida-de assistencial, que atua junto ao Mi-nistério da Saúde, passa a ser reconhe-cida como o primeiro centro brasileiroespecializado em hanseníase a atuaralinhado aos padrões de excelência in-ternacional. Assista ao vídeo e confirao especial aqui.

Fonte: IOC

curtas

FOTO

GU

TEM

BERG

BRI

TO/IO

C

| CRISINFORMA12

Artigo sobregovernança global esaúde é destaque naimprensa

Artigo sobre o impacto da gover-nança global na saúde, assinado pelocoordenador geral do Cris/Fiocruz, Pau-lo Buss, ganhou espaço no jornal O Glo-bo, na edição de 5 de junho. No arti-go, Buss fala sobre o informe As ori-gens políticas da iniquidade

em saúde: perspectivas de mu-dança, recentemente lançado pelaComissão The Lancet-Universidade deOslo sobre Governança Global para aSaúde, que tem o Cris entre seus par-ticipantes. O relatório denuncia as po-líticas de austeridade receitadas apósa crise econômica global; a ação decorporações transnacionais de medi-camentos e alimentos; e as regras docomércio internacional e da proprie-dade intelectual, entre outros fatores,como os principais vilões globais dasaúde da população de países em de-senvolvimento.

Leia aqui a íntegra do artigo.

Avanço na formaçãode pesquisadoresem saúde

O Programa Internacional de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, queoferece cursos de mestrado em Mo-çambique por meio da parceria entre aFiocruz e o Instituto Nacional de Saúdedo país (INS), terá alunos de seis dife-rentes províncias moçambicanas emsua quarta edição. Pela primeira vez,entre os 16 estudantes selecionados,cinco são de regiões distantes da capi-tal, Maputo. A cooperação Fiocruz-INS

Bolsas de estudoda Organização Pan-americana de Saúde

Até o dia 6 de agosto, a Organi-zação Pan-americana de Saúde (Opas)e a Organização de Estados America-nos (OEA), em conjunto com o GrupoCoimbra de Universidades Brasileiras(GCUB), estão oferendo bolsas de es-tudos em saúde no Brasil.

As bolsas pagam todos os gastosrelacionados ao curso de mestrado oudoutorado em áreas enfocadas emsaúde nas universidades brasileiras econtribuem com uma ajuda de customensal durante o período de estudo decada programa. Para mais informações,clique aqui.

Fonte: ONU Brasil

Doutorado pelaRede Internacionaldos Institutos Pasteur

A chamada faz parte do Progra-ma de doutorado Calmette e Yersinda Rede Internacional dos InstitutosPasteur (RIIP). Serão selecionados doisjovens pesquisadores para promovere facilitar o estágio de doutorado naRIIP, exceto na região metropolitanada França. Os temas dos projetos ci-entíficos podem abarcar qualquer te-mática desenvolvida pela RIIP. O fi-nanciamento terá duração de trêsanos, sob a forma de contrato. Os in-teressados devem enviar as propos-tas até 30 de setembro.

Para saber mais, clique aqui.

Inscrições abertaspara curso deextensão Históriada Medicina

Realizado pelo Programa de Pós-Graduação em História das Ciências eda Saúde da Casa de Oswaldo Cruz(COC/Fiocruz) em convênio com a Uni-versidade de Michigan (EUA), o cursode extensão História da Medicina está

curtas

também anuncia uma novidade: embreve, será aberta a primeira turma parao nível de doutorado. O edital de sele-ção já está preparado. “As vagas paradoutorado não serão restritas aos estu-dantes que cursaram o mestrado noprograma, mas esta será uma oportu-nidade para os interessados avançaremem suas pesquisas”, adianta o pesqui-sador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e coordenador brasileiro dacooperação, Renato Porrozzi.

Os alunos do mestrado internaci-onal recebem títulos dos programas depós-graduação stricto sensu do IOC/Fi-ocruz. Desde 2008, cerca de 20 alu-nos já concluíram o curso e mais dezdevem se formar no fim deste ano. Osestudantes são, na maioria, servido-res do INS e desenvolvem, durante após-graduação, estudos sobre temasimportantes para o país, como HIV emalária. Além de oferecer qualifica-ção acadêmica, a cooperação interna-cional tem o objetivo de fomentar apesquisa em saúde em Moçambique.O curso de mestrado conta com 13disciplinas, totalizando 38 créditos,número superior à maioria das pós-gra-duações brasileiras. O módulo inaugu-ral da quarta turma de mestrado co-meçou em 14 de julho.

Fonte: IOC

Pesquisadora daFiocruz toma possena OMS

A coordenadora do Centro de Es-tudos sobre Tabaco e Saúde da Ensp/Fiocruz (Cetab), Vera da Costa e Silva,tomou posse, no dia 20 de junho, comochefe do Secretariado da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco daOrganização Mundial da Saúde (CQCT/OMS). A convenção é o primeiro trata-do internacional de saúde pública dahistória da OMS e representa um ins-trumento de resposta dos 192 paísesmembros da Assembleia Mundial daSaúde à crescente epidemia do taba-gismo no mundo. A brasileira substituio PhD em Saúde Pública, Haik Niko-gosia, nascido na Armênia, e que este-ve à frente do Secretariado durantesete anos.

Fonte: Informe Ensp

Estudantes da quarta turma demestrado da cooperação Fiocruz-INS

FOTO

GU

TEM

BERG

BRI

TO/IO

C

oportunidadesde treinamento

CRISINFORMA | 13

com inscrições abertas entre 18 de ju-lho e 7 de agosto. Serão cinco aulas,em um total de 15 horas, sobre algu-mas das principais temáticas do cam-po da história da medicina, com o pro-pósito de refletir sobre a dimensão his-tórica e social dos conhecimentos, prá-ticas, profissões e instituições constitu-tivos do campo médico.

As aulas serão ministradas no pe-ríodo de 11 a 15 de agosto, com tra-dução simultânea, pelo professor JoelD. Howell, da Universidade de Michi-gan, com a participação dos professo-res Flavio Edler, Luiz Otávio Ferreira,Luiz Antonio Teixeira e Gilberto Hoch-man da COC.

O curso é gratuito e voltado pre-ferencialmente para estudantes de gra-duação e pós-graduação, professores epesquisadores da Fiocruz e de outrasinstituições nas áreas de ciências hu-manas, ciências sociais, ciências bioló-gicas e ciências da saúde. Informaçõessobre os horários e temas das aulas es-tão disponíveis no site do PPGHCS,bem com a ficha de inscrição,que deverá ser preenchida e enviadapara o e-mail [email protected].

Chamada deprojetos InstitutoPasteur-Fiocruz

Foi lançado o edital de chamadapara a proposta de projetos 2014 doprograma do Instituto Pasteur em con-junto com a Fiocruz. As inscrições vãoaté 30 de setembro. O objetivo princi-pal é facilitar o início e o desenvolvi-mento de colaborações em áreas pri-oritárias de pesquisa translacional esaúde pública. As áreas prioritárias são:neurociência, biologia integrada e do-enças crônicas relacionadas com do-enças infecciosas.

Os projetos devem ser elaboradosem conjunto com pesquisadores da Fi-ocruz e da Rede Internacional dos Insti-tutos Pasteur (RIIP), sendo que cientis-tas de instituições parceiras também po-derão participar. A duração do financi-amento será de um ano renovável porigual período, no valor de 40 mil eurospor ano. As propostas deverão ser sub-metidas, pelo meio eletrônico, para oscoordenadores de suas instituições:

volvimento Pós-2015: desafios dasAméricas, será realizado de 19 a 21de novembro, em São José, CostaRica. Organizado pela Escola de Saú-de Pública da Universidade da CostaRica, com apoio da Aliança Latinoa-mericana de Saúde Global (ALASAG),o Congresso busca o intercâmbio deconhecimentos e experiências acercado tema Saúde Global, e visa a cria-ção de redes de cooperação, a identi-ficação de objetivos da Agenda de De-senvolvimento Pós-2015 e o estímuloà divulgação de investigações e pla-nos de ação em torno dos Determi-nantes Sociais da Saúde.

Esta edição vai girar em torno dosseguintes eixos temáticos: ProteçãoSocial em Saúde, Promoção da Saúde,Governança e Saúde, Saúde e Ambi-ente, Inovação e Tecnologias em Saú-de, Segurança Alimentar e Intercultu-ralidade em Serviços de Saúde. Parase inscrever, o interessado deve aces-sar o seguinte endereço: http://portal.fundevi.ucr.ac.cr

Chamada paraartigos para aRevistaPanamericana deSaúde Pública

Até o dia 17 de agosto, a Revis-ta Panamericana de Saúde Pública,publicada pela Organização Panameri-cana da Saúde (Opas), vai receber arti-gos para o número especial sobre anova agenda para saúde das mulheresna região das Américas, que será pu-blicada em março de 2015. O objetivoda publicação é identificar e refletirsobre os principais desafios que as mu-danças demográficas, sociais e epide-miológicas representam para a saúdedas mulheres na Região das Américasnos próximos anos.

Com tema ‘A nova agenda paraa saúde das mulheres na Região dasAméricas’, a revista abordará ques-tões até então pouco aprofundadasda chamada “agenda persistente” etemas da agenda nova saúde. Maisinformações através do e-mail :[email protected].

Fonte: Associação Brasileira deSaúde Coletiva (Abrasco)

oportunidades de treinamento

- Fiocruz:Cristiane Quental([email protected])

- Instituto Pasteur:Eliane Coëffier([email protected]),Daniel Scott-Algara([email protected])and Vincent Brignol([email protected])

Para acessar o edital clique aqui.

Propostas deartigos para aRevista Brasileirade Pós-Graduação

Até 10 de agosto, estão abertasas inscrições para o recebimento depropostas de contribuições autoraispara a edição da Revista Brasileira dePós-Graduação (RBPG), com o temaA Cooperação Internacional e a Pós-Graduação Brasileira. As contribuiçõesdevem ser desenvolvidas a partir deuma das seguintes linhas temáticas:Pós-graduação e cooperação interna-cional: experiências destacadas; Pós-graduação e cooperação acadêmico-científica: a visão internacional; Coo-peração internacional e formação dequadros; Cooperação internacional epromoção da ciência, tecnologia e ino-vação; Internacionalização da educa-ção superior e a cooperação interna-cional; Política brasileira de apoio àcooperação acadêmica científica inter-nacional; e Papel indutor das agênci-as de fomento (à formação de pesso-al e à pesquisa nas políticas em favorda cooperação internacional). Cliqueaqui e saiba mais.

Fonte: Capes

Inscrições abertaspara o III Congressode Saúde Global

Já estão abertas as inscriçõespara o III Congresso de Saúde Global.O evento, que terá como temática aSaúde Global na Agenda de Desen-

CRISINFORMA | 15

Fiocruz avançaem cooperaçõesinternacionais paraestudos da Aids

Que perspectivas teria o INIquanto à participação na recém-ins-taurada Câmara Técnica de Coope-ração Internacional?

Leonardo: As perspectivas do INI/Fiocruz sobre a participação nessa Câ-mara são bastante positivas, tendo emvista a possibilidade de estreitar os seusvínculos com o Cris e outras instânciasda Fiocruz que atuam no campo dasrelações internacionais em saúde. Aparticipação é também uma oportuni-dade de aprendizado conjunto, que

volvidas pelo INI no combate ao HIV/Aids no plano internacional, destaca-se a participação na rede HPTN 052,cujos estudos tiveram início em 2005 edemonstram que um esquema eficazde terapia antirretroviral pode reduzirem cerca de 96% a transmissão do ví-rus ao parceiro sexual não infectado. OHPTN abrange 13 de centros de saú-des situados em países da África, Ásiae Américas, tais como África do Sul,Zimbábue, Índia, Brasil e EUA.

Outro projeto importante é o Ral-tegravir for the treatment of patientsco-infected with HIV and tuberculosis(Reflate), mantido pelo INI em conjun-to com a Agence Nationale de Recher-che sur le Sida (ANRS) francesa, queconsiste em um ensaio clínico com oobjetivo de comparar a eficácia e se-gurança de duas doses diferentes dosantirretrovirais raltegravir e efavirenz ,ambos em combinação com tenofovire lamivudina, em pacientes infectadospelo HIV/Aids e com tuberculose ativa.

Danielle Monteiro - CCS

Crisinforma traz nesta edição as novidades doInstituto Nacional de Infectologia Evandro Cha-gas (INI) no campo de cooperação internacional.Nesta entrevista, Leonardo Davi, um dos respon-

sáveis pela área, também fala sobre as perspectivas daunidade enquanto à participação na Câmara Técnica deCooperação Internacional e sobre a estratégia do INI nasparcerias com instituições do exterior. O INI tem forteatuação em cooperações internacionais para estudos daAids e promete alavancar pesquisas conjuntas voltadasà doença e outras enfermidades.

O

possibilitará superar os seus gargalos ea melhorar suas práticas de gestão dosprojetos e acordos mantidos com insti-tuições de outros países.

Uma das atuações mais fortesda unidade na área de cooperaçãointernacional está no campo de pes-quisas voltadas à Aids. Quais sãoas ações que estão sendo desenvol-vidas no campo pela unidade? Equais as ações previstas na área?

Leonardo: Entre as ações desen-

entrevista

CRISINFORMA | 14

FOTO

PET

ER IL

ICC

IEV

/CC

S

| CRISINFORMA16

Entre as ações previstas, está oinício das atividades do HPTN 077, es-tudo que visa avaliar a segurança e aaceitabilidade do agente injetávelGSK1265744 em homens e mulheressaudáveis não infectadas pelo HIV, euma série de estudos a serem concluí-dos no âmbito da rede ACTG, tais comoo A5264, que se refere às pessoas queportam ao mesmo tempo o HIV/Aids eo sarcoma Kaposi (um tipo de câncer);o A5288, que avalariará novos antirre-trovirais e auxiliará os soropositivos atomarem seus medicamentos, e oA5295, cujo objeto é o diganóstico detubercolse pulmonar em pessoas infec-tadas pelo HIV/Aids.

Quais são as outras ações pre-vistas pela unidade no campo de co-operação internacional?

Leonardo: Outras ações previstasestão associadas a projetos a serem im-plantados por outros laboratórios do INI,que tem como objeto de pesquisa ou-tras doenças infecciosas, tais como Cha-gas e a dengue. Temos o estudo BENE-FIT, estabelecido em parceria com aMcMaster University do Canadá, que éum estudo voltado a pacientes latinoa-mericanos com miocardiopatia chagási-ca crônica, além do estudo multicêntri-co sobre o valor preditivo dos sinais dealerta nos pacientes com dengue e queconta com o apoio da OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS).

Qual é a estratégia do INI nosacordos de cooperação internacional?

Leonardo: Até o presente mo-mento, os acordos de cooperação in-ternacional do INI têm se concentradona modalidade Norte-Sul, em virtudeda participação de seu Laboratório dePesquisa Clínica em DST/Aids (Lapclin-Aids) em importantes redes multilate-rais de pesquisa clínica, coordenadaspelo National Institutes of Health (NIH),como a Aids Clinical Trials Groups(ACTG) e a HIV Prevention Trials Ne-twork (HPTN). Para os próximos anos,a estratégia é fortalecer os vínculos jáconsolidados com instituições de paí-ses desenvolvidos e concomitantemen-te ampliar os laços com países em de-senvolvimento, com escopo na Améri-ca do Sul e na África lusófona, regiõesainda caracterizadas pela prevalênciade doenças infecciosas.

Como o INI se posiciona em re-lação à cooperação Norte-Sul e tam-bém no âmbito da cooperação Sul-Sul?

Leonardo: No plano Norte-Sul, acooperação do INI enfatiza projetos depesquisa e desenvolvimento tecnológi-co estabelecidos com centros de pes-quisa e universidades dos Estados Uni-dos da América (EUA) e França, comdestaque para o NIH, Fondation Mérieux,o Institut National de la Santé et de laRecherche Medicale (Inserm), a Univer-sity of California (UCLA), o Albert Eins-tein College of Medicine e a SouthwestFoundation Biomedical Research.

No âmbito Sul-Sul, temos proje-tos de pesquisa desenvolvidos com ins-tituições da Argentina, México, Mo-çambique e Burkina Faso, tais comoAdministración Nacional de Laborato-rios e Institutos de Salud (Anlis), Uni-versidad Nacional Autónoma de Méxi-co, o Instituto Nacional de Saúde (INS)moçambicano e a Université de Oua-gadougou. Em relação às atividades deensino, o INI realiza anualmente umCurso de Especialização em Infectolo-gia para Médicos Estrangeiros, que re-cebe principalmente profissionais dosPaíses Africanos de Língua Portuguesa(Palops), e o Curso Internacional deAtualização de Manejo de Tuberculo-se, resultado de compromisso firmadoentre a Fiocruz, a Japan InternationalCooperation Agency (JICA) e a Agên-cia Brasileira de Cooperação (ABC).

Quais são os maiores desafiospara o INI na área de cooperação in-ternacional?

Leonardo: Os principais desafi-os do INI no âmbito da cooperação in-ternacional dizem respeito à necessi-dade de aprimorar os seus mecanis-mos de gestão, a articular as ativida-des de cooperação internacional deseus diversos laboratórios e assegurarum diálogo mais regular com o Cris eoutras assessorias internacionais daFiocruz. Outras questões relacionam-se à necessidade de melhor aprovei-tar as oportunidades de financiamen-to para ações de cooperação e de in-tensificar a colaboração Sul-Sul compaíses africanos e sul-americanos que,embora tenha crescido nos últimos cin-co anos, pode ser ampliada nas suasdiversas áreas de atuação.

CRISINFORMA#15

JUNHO / JULHODE 2014

Expediente

Coordenadoria deComunicação Social

(CCS)

Edição e redação:Danielle Monteiro comapoio da Coordenaçãode Informação e Comu-nicação do Cris/Fiocruz

Projeto gráficoe edição de arte:

Guto Mesquita e RodrigoCarvalho

Fotografia:Peter Ilicciev eArquivo CCS

Contato:Danielle Monteiro

Tel: (21) 3885-1065E-mail:

[email protected]

entrevista

| CRISINFORMA15