PROPEP 2015

O LIXO NOSSO DE CADA DIA: ANÁLISE DO IMPACTO DE UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA

Aluno: VINÍCIUS LOUREIRO GAMA DA SILVA Colaboradores: GUSTAVO CORRÊA FERREIRA E BEATRIZ ALBUQUERQUE C. DE OLIVEIRA Orientador: EDGAR MIRANDA DA SILVA Curso / Instituição de Ensino Superior: ENSINO MÉDIO - GEPES - COLÉGIO PEDRO II

Introdução / Objetivos / Material e Métodos / Conclusões / Resultados / Referências Bibliográficas

INTRODUÇÃO: A pesquisa tem como contexto de problematização as questões ambientais resultantes das relações depredatórias da sociedade de consumo, do industrialismo e do modo capitalista de produção com a natureza. Entende-se que isso exige da educação científica, enquanto um espaço de educação ambiental e de mudança dessas relações, uma abordagem de ensino crítica quanto aos aspectos políticos, sociais e econômicos das questões ambientais contemporâneas. Nesse sentido, busca-se analisar as relações estabelecidas por alunos do 5º ano ao tema lixo a partir de uma proposta de educação ambiental numa abordagem Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA).

OBJETIVOS: Analisar as relações estabelecidas por alunos do 5º ano ao tema lixo após a realização de uma atividade de educação ambiental numa abordagem Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA).

MATERIAIS E MÉTODOS: A pesquisa foi operacionalizada a partir de uma atividade de educação ambiental sobre lixo, desenvolvida em um espaço extraclasse (Clube de ciências), onde os alunos puderam construir uma simulação da produção de chorume em lixões e debateram as questões sociais, políticas e econômicas em torno do lixo, apresentadas no curta "Ilha das flores” de Jorge Furtado (1989). Após a atividade, foi solicitada aos alunos a produção de mapas conceituais sobre a temática abordada, os quais foram submetidos a uma análise temática conforme os sentidos estabelecidos, tais como: classificação do lixo, destinação, implicações sociais, ambientais, econômicas e políticas etc. Esses núcleos de sentido foram agrupados gerando quatro categorias a posteriori, a saber: (i) Dimensões técnicas, (ii) Dimensões sócio-políticas e econômicas e (iii) Implicações ambientais.

RESULTADOS: Os alunos conseguiram relacionar em média doze conceitos cada. Apresenta-se uma grande predominância de conceitos relacionados a (i) Dimensões técnicas do lixo com uma frequência de mais de 50%. Nesse aspecto, é destacada principalmente a classificação do lixo segundo sua matéria-prima (alumínio, lixo nuclear, orgânico, plástico, vidro etc.). Compreende-se que esta tendência pode estar relacionada a atividade de educação ambiental tradicional na escola, que segundo Layrargues (2002) restringe suas ações à Coleta Seletiva de Lixo, negligenciando a complexidade do tema que envolve, além de seus aspectos técnicos, questões e valores culturais próprios da sociedade e do modo produção industrial moderno. Contudo, é destacada a ampliação dessa perspectiva, quando alguns alunos apontam (ii) Dimensões sócio-políticas e econômicas e (iii) Implicações ambientais da produção do lixo. Nesse caso, são sinalizadas pelos alunos as responsabilidades coletivas e governamentais com lixo, além de núcleos relacionados as problemáticas advindas dos lixões e aterros sanitários como doenças, proliferação de insetos etc.

CONSIDERAÇÕES: Os resultados da análise apontam para a possibilidade de ampliação das discussões na educação ambiental do tema lixo nas séries iniciais, onde seja apresentada uma visão mais crítica do tema, não só focada em seus aspectos técnicos, mas em dimensões mais amplas da sociedade como a política, econômica e cultural. Procedendo com o deslocamento do foco da educação ambiental no comportamento dos sujeitos, para formação em cidadania.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

LAYRARGUES, P.P. O cinismo da reciclagem: o significado ideológico da reciclagem da lata de alumínio e suas implicações para a educação ambiental. In: LOUREIRO, C.F.B.; LAYRARGUES, P.P.; CASTRO, R. de S. (Orgs.). Educação ambiental: repensando o espaço da cidadania. p. 179 - 219. São Paulo: Cortez, 2002.

Bolsa de Iniciação Científica (IC): CNPq FAPERJ UNIGRANRIO SANTANDER FUNADESP Outros IC sem Bolsa

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