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FACULDADE CAPIVARI – FUCAP
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA:
UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA GENÉSIO A.
MENDES
DOUGLAS SILVEIRA MARÇAL
Capivari de Baixo
2014
FACULDADE CAPIVARI – FUCAP
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Douglas Silveira Marçal
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA:
UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA GENÉSIO A.
MENDES
Trabalho de Conclusão de Curso
submetido ao Curso de Ciências
Contábeis da Faculdade Capivari para
a obtenção do título de Bacharel em
Ciências Contábeis.
Orientador: Prof. Esp. Maurício
Dobiez
Capivari de Baixo
2014
Douglas Silveira Marçal
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA:
UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA GENÉSIO A.
MENDES
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a
obtenção do Título de Bacharel em Ciências Contábeis e aprovado em
sua forma final pela Banca Examinadora.
Capivari de Baixo, 25 de Junho de 2014.
________________________
Profª. Msc. Maria Aparecida Cardozo
Coordenadora do Curso
Banca Examinadora:
________________________________
Prof. Esp. Maurício Dobiez
Orientador
Faculdade Capivari
______________________
Prof. Esp. Patrick Prates Alves
Membro da banca
Faculdade Capivari
________________________
Prof. Esp. Fernando Pacheco
Membro da banca
Faculdade Capivari
Dedico este trabalho à minha noiva,
por te sido companheira toda vez, que
era preciso avançar a madrugada
trabalhando; aos meus pais e irmã, por
me ajudarem a concluir esse trabalho
de forma eficiente e a todas as outras
pessoas, que de uma forma ou de
outra, contribuíram para a realização
desse trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por me dar a oportunidade de conseguir
concluir uma faculdade que me abrirá várias portas para enfrentar o
mundo do trabalho.
A meus pais, Vital e Cláudia, agradeço pelo esforço e sabedoria
com que me guiaram desde criança, sempre pelo melhor caminho
possível, pois são minha referência ontem, hoje e sempre.
A minha noiva, que em meio à turbulência de casamento,
trabalho, construção da nossa casa e o término do curso, sempre me
incentivou e contribuiu para que eu pudesse cumprir todas minhas
obrigações.
Ao professor Maurício Dobiez pela orientação, por sua atenção,
suas orientações e sugestões ao decorrer do aprendizado.
Aos amigos formados no decorrer do curso de Ciências
Contábeis, que ajudaram nessa caminhada.
A empresa Genésio A. Mendes, por me proporcionar toda
estrutura e apoio na realização do TCC.
Aos meus colegas de trabalho, que me ajudaram em tudo que
precisei por meio de seus conhecimentos e sempre apoiando ao longo do
curso.
E a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para
a formação acadêmica e para meu crescimento pessoal e profissional.
“Não devemos ter medo das novas ideias!
Elas podem significar a diferença entre o
triunfo e o fracasso.” Napoleon Hill
RESUMO
O conhecimento da estrutura correta para elaboração do preço de venda
contribuirá de forma muito positiva para empresa, pois lhe dará uma
maior segurança na realização de seu trabalho, além de fazer que a
empresa venha a obter um maior lucro. Nesse contexto o estudo de caso
tem como pergunta de pesquisa: Como é realizada a formação do preço
de venda na empresa Genésio A. Mendes Cia Ltda? Para responder essa
questão o objetivo geral do trabalho é a explicação da formação do
preço de venda do grupo de produtos perfumaria da empresa Genésio A.
Mendes Cia Ltda, tendo como objetivos específicos: a) efetuar a
fundamentação teórica sobre os conceitos referentes ao tema; b)
descrever as principais estratégias para a formação do preço de venda; c)
compreender as legislações vigentes nas operações realizadas pela
empresa. Para tanto foi realizado um estudo de caso na empresa Genésio
A. Mendes Cia Ltda, a metodologia utilizada tem caráter de uma
pesquisa qualitativa, e em relação aos objetivos é uma pesquisa
exploratória e descritiva. Foi feito uma breve introdução da empresa,
demonstrando sua história, sua estrutura organizacional, e a descrição de
alguns setores, além de relatar seus principais concorrentes. Na
fundamentação teórica foi abordado sobre temas como a origem, os
conceito e princípios da contabilidade, em seguida tem-se uma
explicação sobre alguns ramos da contabilidade, que deram base para a
realização do trabalho. Já na parte de análises e coleta de dados, foi
demonstrado passo-a-passo a estrutura utilizada na empresa para se
fazer a formação do preço de venda final. Por fim foi concluída a
pesquisa, informando como é realizada a formação do preço de venda na
empresa GAM, quais as legislações que fazem parte da elaboração do
preço e a importância de conhecer os conceitos referentes ao estudo de
caso proposto.
Palavras-chave: Preço de Venda. Mark-UP. Custos.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Organograma da empresa .................................................... 29
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Informações de Produtos .................................................... 62
Quadro 2 – Benefícios Fiscais ............................................................... 62
Quadro 3 – Cálculo do Custo de Aquisição .......................................... 64
Quadro 4 – DRE Genésio A. Mendes ................................................... 66
Quadro 5 –Cálculo do Mark-UP ........................................................... 68
Quadro 6 – Cálculo do Preço de Venda sem ST ................................... 69
Quadro 7 – Cálculo da Base ST ............................................................ 70
Quadro 8 – Cálculo ICMS TOTAL ....................................................... 71
Quadro 9 – Cálculo Crédito ICMS ........................................................ 73
Quadro 10 – Cálculo ICMS ST ............................................................. 74
Quadro 11 – Cálculo Preço de Venda Final .......................................... 75
LISTA DE ABREVIATURAS
ABAFARMA - Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico
ADIPEC – Associação dos Distribuidores e Importadores de Perfume,
Cosméticos e Similares
CD – Centro de Distribuição
CEP – Código de Endereçamento Postal
CFC – Conselho Federal de Contabilidade
CLM - Council of Logistics Management
CNPJ – Cadastro Nacional Pessoa Jurídica
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis
CTN – Código Tributário Nacional
DLPA – Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados
DMPL – Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido
DOAR – Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos
DRE – Demonstrações do Resultado do Exercício
FEBRAFAR – Federação Brasileira das Redes Associativistas de
Farmácias
GAM- Genésio A. Mendes
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
ICMS- ST - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços –
Substituição Tributária
IPI – Impostos sobre Produtos Industrializados
MVA – Margem Valor Agregado
NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade
PIS – Programa de Integração Social
RH – Recursos Humanos
RICMS/RS – Regulamento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços do estado Rio Grande do Sul
RS – Rio Grande do Sul
SAC- Serviço Atendimento ao Cliente
Sr – Senhor
ST – Substituição Tributária
SUS – Sistema Único de Saúde TI – Tecnologia Informação
TIPI – Tabela dos Impostos sobre Produtos Industrializados
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 23
2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .......................................... 27 2.1 HISTÓRICO DA EMPRESA ......................................................... 27
2.1.1 Estrutura Organizacional .......................................................... 28
2.2 DESCRIÇÃO DE CARGOS E ATIVIDADES .............................. 30
2.2.1 Comercial .................................................................................... 30
2.2.2 Compras ...................................................................................... 30
2.2.3 Marketing .................................................................................... 31
2.2.4 Financeiro ................................................................................... 32
2.2.5 Contabilidade .............................................................................. 32
2.2.6 Recursos Humano (RH) ............................................................. 33
2.2.7 Logística ...................................................................................... 33 2.3 CONCORRÊNCIA ......................................................................... 34
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................... 37
3.1IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NAS EMPRESAS ....... 37
3.1.1 Origem da Contabilidade .......................................................... 37
3.1.2 Conceito de Contabilidade ......................................................... 38
3.1.3 Princípios Contábeis .................................................................. 39 3.2 RAMIFICAÇÕES DA CONTABILIDADE ................................... 41
3.2.1 Contabilidade Geral ................................................................... 41
3.2.2 Contabilidade Gerencial ............................................................ 42
3.2.3 Contabilidade Financeira .......................................................... 43
3.2.4 Contabilidade Tributária .......................................................... 44
3.2.5 Contabilidade de Custos ............................................................ 45
3.2.5.1 Custos na Atualidade ................................................................. 46
3.2.5.2 Custos ........................................................................................ 46
3.2.5.3 Despesas .................................................................................... 47
3.2.5.4 Gastos ........................................................................................ 48
3.2.5.5 Perdas ........................................................................................ 48
3.2.5.6 Investimentos ............................................................................ 49
3.2.5.7 Desembolso ............................................................................... 49
3.2.5.8 Desperdício................................................................................ 50
3.3 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ........................................ 50
3.3.1 Conceitos para Formação do preço de venda .......................... 51
3.3.1.1 Principais Tributos na Formação do Preço ................................ 51
3.3.1.1.1 COFINS .................................................................................. 51
3.3.1.1.2 PIS .......................................................................................... 52
3.3.1.1.3 IPI ........................................................................................... 52
3.3.1.1.4 ICMS ...................................................................................... 53
3.3.1.1.5 Substituição Tributária (ST) ................................................... 53
3.3.1.2 Margem de Contribuição .......................................................... 55
3.3.1.3 Mark-up..................................................................................... 56
3.3.1.3.1 Definição da margem de lucro para formação do Mark-up ... 57
3.3.1.3.2 Cálculo do Mark-UP Divisor ................................................ 58
3.3.1.3.3 Cálculo do Mark-UP Multiplicador ...................................... 59
4 ESTUDO DE CASO: FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA
EMPRESA GENÉSIO A. MENDES ................................................. 61
4.1 DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS ................................................... 61
4.2 BENEFÍCIOS FISCAIS .................................................................. 62
4.3 CÁLCULO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO DO PRODUTO ......... 63
4.4 CÁLCULO DA MARGEM DESEJADA ....................................... 65
4.5 CÁLCULO MARK-UP .................................................................. 67
4.6 CÁLCULO PREÇO VENDA SEM ST .......................................... 69
4.7 CÁLCULO SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA (ST)....................... 70
4.7.1 Cálculo ICMS Total ................................................................... 71
4.7.2 Cálculo Crédito ICMS ............................................................... 72
4.7.3 Cálculo ICMS ST ....................................................................... 73 4.8 PREÇO FINAL ............................................................................... 74
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 77
REFERÊNCIAS .................................................................................. 81
23
1 INTRODUÇÃO
O mercado atualmente está cada vez mais competitivo, os clientes
estão cada vez mais exigindo produtos com uma boa qualidade e um
ótimo preço, aliás, o preço de venda é um fator determinante na decisão
que o cliente tomará no momento em que for realizar sua compra, a
empresa tem de oferecer um preço que atenda as necessidades do
mercado, sem que perder a lucratividade.
Muitas empresas têm dificuldades na elaboração do preço de
venda, por não conhecerem seus custos e o mercado onde atuam, por
falta dessas informações, diversas empresas formam seus preços para se
tornarem competitivos, mas acabam não atendendo alguns critérios e
com isso passam a ter prejuízo no momento da venda.
Para realizar a formação do preço de venda, de forma adequada e
certificar-se a obtenção do lucro, é necessário que o empreendedor
conheça a estrutura e os critérios de sua formação. Para o propósito
deste trabalho, considerando sua estrutura metodológica, propõe-se o
seguinte questionamento: Como é realizada a formação do preço de
venda na empresa Genésio A. Mendes Cia Ltda?
Para responder a pergunta de pesquisa tem-se como objetivo
geral a explicação da formação do preço de venda do grupo de produtos
perfumaria da empresa Genésio A. Mendes Cia Ltda. Para atingir o
objetivo geral têm-se como objetivos específicos: a) efetuar a
fundamentação teórica sobre os conceitos referentes ao tema; b)
descrever as principais estratégias para a formação do preço de venda; c)
compreender as legislações vigentes nas operações realizadas pela
empresa.
A pesquisa se justifica pela importância que tem a formação do
preço de venda para uma empresa, percebendo-se a oportunidade de
auxiliar a organização em seu desenvolvimento e qualificação do setor
da empresa com a finalidade de melhorar sua forma de trabalho, esse
estudo irá fazer com que a empresa obtenha uma maior segurança na
elaboração do preço de venda de seu produto, também ampliará o
conhecimento do acadêmico e servirá como fonte de pesquisa futura de
trabalhos acadêmicos, já a sociedade se beneficiará, se no momento da formação do preço, a empresa conseguir diminuir seus custos e despesas
ou disponibilizar de algum benefício, com isso teoricamente a sociedade
terá um desembolso menor na hora da compra, pois o preço de venda
terá um valor mais baixo.
24
O trabalho está dividido em cinco capítulos para fácil
entendimento do assunto abordado no trabalho.
No capítulo 1 (um), está a introdução geral do tema escolhido,
demonstrando sua importância, destacando-se a pergunta de pesquisa e o
objetivo geral e específico do trabalho. Por último, a forma da estrutura
do trabalho e a metodologia adotada no estudo.
No capítulo 2 (dois), tem-se a identificação da empresa, onde será
conhecida sua caracterização, sua estrutura organizacional, a descrição
dos cargos dos setores: comercial, compras, marketing, financeiro,
contabilidade, recursos humanos, logística e uma análise sobre a
concorrência.
No capítulo 3 (três), vem à fundamentação teórica, onde será
abordado primeiramente sobre a origem e o conceito da contabilidade, a
teoria da contabilidade e seus princípios, logo em seguida faz-se uma
breve explicação sobre os ramos da contabilidade geral, contabilidade
gerencial, contabilidade financeira, e por fim contabilidade tributária e
contabilidade de custos onde houve um aprofundamento maior, por
serem temas que tem uma maior importância na elaboração do estudo
realizado.
No capítulo 4 (quatro), faz-se a análise e coleta dos dados por
meio de pesquisa sobre o componente do estudo de caso.
No capítulo 5 (cinco), estão as considerações finais do trabalho,
trazendo as conclusões e indicações da presente pesquisa.
O presente estudo tem como enquadramento metodológico, uma
pesquisa que se caracteriza em um estudo de caso realizado na empresa
Genésio A. Mendes Cia Ltda. Segundo Lüdke & André (1986), o estudo
de caso é sempre bem delimitado, tendo contornos claramente definidos
no desenrolar do estudo.
Para seus fins, a pesquisa foi realizada com intuito de explicar o
método correto na elaboração do preço de venda, dando mais segurança
aos envolvidos no processo. A pesquisa teve coleta de dados primários
por meio de observação e pesquisa no estágio realizado na empresa, e
também de dados secundários com relação aos documentos e relatórios
da empresa sobre o estudo de caso obtido.
A forma de abordagem da pesquisa é qualitativa, que se justifica o fato de o tratamento qualitativo de um problema, que pode ser uma
opção do pesquisador, apresentar-se de uma forma adequada para poder
entender a relação de causa e efeito do fenômeno e consequentemente
chegar à sua verdade e razão (Oliveira, 1999, p. 116).
25
Em relação aos objetivos, é uma pesquisa exploratória, que
proporciona maior familiaridade com o problema (explicitá-lo). Pode
envolver levantamentos bibliográficos, entrevistas com pessoas
experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de
pesquisa bibliográfica e estudo de caso. (GIL, 2008).
Também é uma pesquisa descritiva, por se basear em utilização
de coleta de dados para análise. Segundo Gil (1991), acrescenta que
algumas pesquisas descritivas vão além de simples identificação da
existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a
natureza dessa relação.
26
27
2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
Nesse capitulo será abordado a caracterização da empresa objeto
de estudo, que tem como razão social: Genésio A. Mendes & Cia Ltda e
seu nome fantasia como GAM Medicamentos. A empresa está
cadastrada no CNPJ: 82.873.068.0001-40 e na Inscrição Estadual:
250.064.111, sendo sua localização na rua: São Luiz, 127 – Bairro
Aeroporto – Tubarão – SC, CEP: 88.705-190.
Com tudo será a seguir relatado o histórico da empresa, estrutura
organizacional, descrição de cargos e atividades e os principais
concorrentes que a empresa possui.
2.1 HISTÓRICO DA EMPRESA
GAM, estas três letras sintetizam a concretização do sonho de
Genésio Antonio Mendes, um homem trabalhador que, em 1968, abriu
mão do tão sonhado automóvel zero quilometro para dar início a uma
das mais importantes distribuidoras de medicamentos do Sul do país.
Sorteado em um consórcio, o então jovem funcionário de
farmácia Genésio decide vender o veículo e investir todo o capital na
compra de seu primeiro lote de medicamentos. Durante o horário de
almoço, não havia folga: ele aproveitava o tempo “livre” para entregar
os medicamentos – que iam acondicionados na garupa de sua bicicleta.
Em 1° de abril de 1968, Genésio alugou de seu patrão, Aggeu da
Silva Medeiros, uma pequena sala comercial localizada na rua: São
Manoel – na Galeria Pio XII, no centro de Tubarão. Ali nascia a GAM.
O empreendimento cresceu e em Janeiro de 1975 Genésio inaugura uma
nova sede, agora própria, situada na Avenida Marcolino Martins Cabral,
em Tubarão. Nesta época a GAM já contava com cerca de 20
funcionários internos e 6 representantes comerciais, atendendo o Estado
de Santa Catarina.
Outros 16 anos se passaram. A GAM, mais sólida e já
reconhecida no mercado, daria um salto ainda maior. Era hora de mudar
novamente, agora, para uma sede definitiva, moderna e muito mais
confortável. Situada à Avenida Patrício Lima, a nova casa GAM acolhia, nesta época, 1991, cerca de 90 funcionários internos e 24
representantes comerciais, atendendo Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul.
28
Em 18 de novembro de 2002, foi inaugurado o Centro de
Distribuição, filial da empresa Genésio A. Mendes & CIA LTDA,
situado à Rua São Luiz (antigas instalações da Souza Cruz, no bairro
Aeroporto, em Tubarão).
Atualmente, a Genésio A. Mendes conta com um quadro de mais
de 450 colaboradores entre administrativos, tele vendedores e uma
grande equipe de representantes e coordenadores, responsáveis pela
venda e distribuição de toda linha de produtos.
A empresa possui hoje cerca de 230 fornecedores e
aproximadamente 9 mil clientes espalhados entres os três Estados do Sul
do Brasil. A GAM trabalha 362 dias por ano e sua entregas são feitas de
segunda a sábado – inclusive em feriados – cumprindo sempre o prazo
de 12 horas.
Os pedidos podem ser feitos na linha 0800 da empresa,
diretamente com os tele-vendedores, com os representantes comerciais
(em visitas diárias aos clientes) ou ainda por meio da internet (e-GAM).
O e-GAM é um sofisticado sistema de pedidos on-line. É uma
ferramenta eficaz e prática, que agiliza e da mais segurança ao dia-a-dia
do cliente GAM.
2.1.1 Estrutura Organizacional
A GAM é uma empresa familiar e, com isso, tem em sua
liderança o Sr. Genésio Antonio Mendes, tendo como vice-presidente
seu filho o Sr. Márcio Mendes.
Há GAM passou por uma mudança grande e seus departamentos
foram separados em três diretorias. As diretorias são as seguintes:
Diretoria Administrativa/Financeira, Diretoria Comercial e a Diretoria
Logística/T.I.
29
Figura 1 – Organograma da empresa
Fonte: Genésio A. Mendes e Cia LTDA
Presidência
Diretoria Comercial
Gerência Marketing
Gerência Hospitalar
Gerência Alimentar
Gerência Farma
Supervisão Televendas
Negócios
Gerência Compras
Supervisão Compras
Medicamento
Supervisão Compras
Perfumaria
Diretoria T.I. e Logística
Responsabilidade Técnica
SAC Gerência T.I.
Assessoria de Gestão
de Projetos Assessoria
Infraestrutura e Segurança da Informação Supervisão de
Automação
Supervisão de Programação
Supervisão de Microinformátic
a
Supervisão de CPD
Supervisão de Manutenção
Supervisão de Programção Geral e BD
Gerência Logística Recepção
Supervisão Recebimento
Supervisão Armazenage
m
Supervisão Abasteciment
o Diurno
Supervisão Logística Cadastro
Supervisão Inventário
Supervisão Vencidos/ Devolução
Gerência Logística
Expedição
Supervisão Abastecimento
Noturno
Supervisão Separação Perfumaria
Supervisão Separação
Medicamento
Supervisão Separação
Fraldas
Supervisão Separação
Especial
Supervisão Conferência
Supervisão Carregamento e
Transporte
Assessoria Administrativa
Diretoria Administrativa
Financeira
Gerência Administrativ
a
RH e Setor Pessoal
Almoxarifado
Recepção/
Tefefonia
Conservação
Segurança
Gerência Financeira
Supervisão Contábil
Supervisão Crédito e Cobrança
Supervisão Operação Logística
Supervisão Tesouraria
Auditoria
Assessoria Jurídica
30
2.2 DESCRIÇÃO DE CARGOS E ATIVIDADES
Essa descrição tem por objetivo, demonstrar as atividades
exercidas em alguns setores, com a intenção de conhecer o processo de
trabalho executado por eles e também a fim de contribui em melhorias a
esses setores.
2.2.1 Comercial
O setor comercial da empresa é responsável pela elaboração dos
objetivos de vendas e pelos resultados financeiros da empresa, sempre
com o apoio dos demais departamentos.
Esse departamento possui um canal de comunicação entre a
empresa, redes, franquias, associações e fornecedores, sempre
atendendo todas as necessidades apresentadas por associados,
representantes e indústria, referentes às negociações possíveis e/ou
realizadas.
Diariamente é realizado um relatório que disponibiliza
informações importantes para o alcance dos objetivos propostos, nesse
relatório contam as informações da quantidade vendida no dia, à
margem que ficou para a empresa, o quanto falta para a empresa atingir
o orçamento proposto. Por meio desses relatórios o setor comercial irá
planejar e direcionar suas ações para atingir os objetivos que lhe foram
atribuídos. Planejamento e implementação de vendas são algumas das
ações tomadas por esse setor, além de auxiliar seus vendedores com
informações necessárias para o aumento de vendas, como dando suporte
a eles sobre as campanhas e promoções vigentes.
2.2.2 Compras
É o setor responsável por buscar negócios com fornecedores
(perfumaria e medicamentos), além de manter o equilíbrio do estoque e
do nível de serviço.
O setor é composto por 6 compradores, onde cada um possui uma
gama de fornecedores e trabalha com duas linhas diferentes: medicamentos e não medicamentos (Farma/Alimentar).
Depois de efetuar as compras dos produtos que a empresa
comercializa, os compradores realizam a manutenção dos estoques e
acompanham as campanhas de vendas realizadas, por meio dos
31
acompanhamentos e relatórios de vendas é possível controlar o nível de
serviços (índice de falta) e a verificação dos produtos com baixo giro ou
excesso de estoques.
Semanalmente os compradores recebem a visita de representantes
das indústrias para fazer a negociação, nessas reuniões os compradores
sempre buscam comprar o produto com o mais baixo custo e também
negociam campanhas e promoções a serem realizadas por ambas.
Esse processo realizado pelo departamento de compras é
essencial para as vendas da empresa, pois se o produto comprado tiver
um custo alto, esse preço irá refletir para o cliente, sendo que este terá a
opção de procurar um novo fornecedor com um custo menor. Por isso o
setor adota a postura de uma negociação direta com o fornecedor,
tentando sempre reduzir o custo do produto para poder ser competitivo
no mercado.
2.2.3 Marketing
É o setor responsável por buscar junto aos fornecedores e aos
clientes a interação para campanhas que visem atender as necessidades
da empresa. Responde também por todos os eventos e campanhas
promocionais que envolvam clientes, fornecedores e força de vendas.
Por meio de relatórios, como acompanhamentos de vendas
realizadas por campanhas pela empresa, monitoramento do SAC
(Serviço Atendimento ao Cliente) entre outros, o marketing da GAM faz
o trabalho de identificar quais as necessidades dos clientes e indústrias
além de verificar a possibilidade de expansão da empresa. Esses
relatórios que o setor de marketing realiza, auxiliou a empresa a
expandir o seu negócio, em agosto de 2014 a empresa inaugura seu novo
Centro de Distribuição (CD), localizado no Rio Grande do Sul (RS), na
cidade de Santa Cruz do Sul. Devido à alta concorrência no mercado,
houve a necessidade de expansão, este novo CD que está sendo
construído trará muitos benefícios para a empresa, além de a entrega
ficar mais rápida para os clientes do estado do RS, o custo com
transporte terá uma redução de aproximadamente R$ 700.000,00 por
mês. Uma estratégia utilizada pelo departamento de marketing e que
também é um diferencial da empresa, é a sua entrega, que acontece de
um dia para outro, se tornando praticamente o estoque de seus clientes,
já que estes podem contar com o produto em menos de 1 dia.
32
Quando a GAM iniciou suas atividades, eram comercializados
somente medicamentos, logo em seguida passou também a
comercializar perfumaria para farmácia e mercados. Hoje a GAM possui
um estoque de medicamentos e perfumaria com aproximadamente
11.500 itens. Para a realização de campanhas e promoções da empresa, o
setor de marketing leva em consideração duas políticas de preço que a
GAM trabalha uma no medicamento e outra na perfumaria. Na
perfumaria, ela faz seu preço de venda e consegue ficar ainda mais
competitiva. Já no medicamento os preços são tabelados pelo Governo
Federal, e a empresa tem que trabalhar em cima de descontos com
fornecedores e clientes para manter um preço competitivo.
2.2.4 Financeiro
Este departamento tem a função de dirigir o fluxo financeiro da
empresa, implementando o orçamento empresarial. Tem também como
desempenho o controle do patrimônio, suprimentos, logísticas e pela
supervisão de serviços complementares.
Por meio do fluxo de caixa, o setor controla todas as entradas e
saídas de notas fiscais de fornecedores, podendo fazer a prorrogação e
descontos de boletos bancários de fornecedores.
Os pagamentos e cadastros de contas de fornecedores e
funcionários são todos feitos por esse departamento, junto com o auxilio
de outros departamentos como RH e Contabilidade. Outras funções
realizadas são os controles de devoluções para laboratórios, controle de
sistemas de verbas, que é o valor que a indústria repassa a empresa para
realizar campanha de vendas de seus produtos.
2.2.5 Contabilidade
À equipe de contabilidade cabe legalizar a empresa, elaborando
contrato social/estatuto e notificando encerramento junto aos órgãos
competentes. O setor também administra o registro dos livros nos órgãos
apropriados, elabora demonstrações contábeis, presta consultoria e
informações gerenciais, realiza auditoria interna e externa, atende solicitações de órgãos fiscalizadores e realiza perícia.
Além de realizar toda parte fiscal, o setor também tem como
função a elaboração do preço de venda da empresa, sempre se baseando
33
nas legislações vigentes e nas atualizações dos preços de medicamentos
e perfumaria que acontecem todos os anos.
2.2.6 Recursos Humano (RH)
O setor de Recursos Humano coordena atividades de
departamento ou serviço pessoal na parte burocrática, e assessora a
diretoria e setores da empresa em atividades como planejamento,
contratações, negociações de relações humanas e do trabalho.
O recrutamento realizado na empresa tem por opção a realização
de um primeiro momento o processo interno, visando dar oportunidade
de crescimento aos colaboradores que já estão inseridos nela, se não
haver colaborador que se enquadre no perfil desejado para o cargo a
empresa realizará um processo externo.
A empresa possui um psicólogo, que além de prestar serviços de
relações humanas, participa também de todos os processos de seleção,
visando identificar um candidato que tenha as características mais
parecidas com as desejadas pelo departamento que solicitou. Depois de
selecionar o candidato, o psicólogo irá fazer a integração dele com a
empresa, apresentando-o para todos os setores da empresa e explicando
a história, como missão, visão e suas políticas de trabalho, logo em
seguida ele será integrado ao seu setor de trabalho onde receberá as
informações necessárias para a realização de seu trabalho.
A GAM oferece diversos benefícios, como plano de saúde, vale
refeição e alimentação, participação de lucros entre outros, também
disponibiliza aos seus funcionários uma ajuda financeira na realização
de cursos e treinamentos que ajudem no desenvolvimento das
habilidades de seus colaboradores.
2.2.7 Logística
O processo de logística na GAM começa no centro de
distribuição, que é o local onde acontece o processo operacional e
avaliação dos resultados. Essa parte da empresa é responsável pelo
recebimento, armazenagem, separação, conferência, expedição, e entrega de todos os produtos comercializados.
Segundo o CLM – Council of Logistics Management (Conselho
de Administração Logística), a logística:
34
É o processo de planejamento, implementação e
controle do fluxo eficiente e economicamente
eficaz de matérias-primas, estoque em processo,
produtos acabados e informações relativas desde o
ponto de origem até o ponto de consumo, com o
propósito de atender às exigências dos clientes
(BALLOU, 2006, p. 21).
Já para Pozo (2004), a logística só é perfeita quando há a união
entre a administração de materiais e a distribuição física dos produtos e
serviços, com o objetivo de alcançar a satisfação dos clientes e
acionistas.
CHRISTOPHER (2002, p. 2) comenta que:
A logística é o processo de gerenciar
estrategicamente a aquisição, movimentação e
armazenagem de materiais, peças e produtos
acabados (e os fluxos de informações
correlatadas) através da organização e seus canais
de marketing, de modo a poder maximizar as
lucratividades presente e futura através do
atendimento dos pedidos a baixo custo.
A Entrega da GAM é terceirizada por várias Transportadoras, que
transportam suas mercadorias até os depósitos espalhados pelos três
estados onde a GAM atua chamados de caminhão madrinha. No início
da manhã, os representantes, junto com outras transportadoras de menor
tamanho, entregam até seus clientes no dia seguinte do pedido.
2.3 CONCORRÊNCIA
A empresa possui grandes concorrentes na área como a Santa
Cruz, distribuidora de medicamentos, com sua matriz sediada no estado
do Paraná. A Santa Cruz encontra-se hoje entre os lideres de mercado do
ramo farmacêutico, seus clientes estão em torno de 34.000 mil,
espalhados pelos 10 Centros de Distribuição (CD) e um Centro
Administrativo, atendendo mais de 90% do mercado farmacêutico
nacional.
Outra concorrente da GAM é a Dimed S.A Distribuidora de
Medicamentos, com sua matriz sediada no estado do Rio Grande do Sul,
35
a empresa possui 4 Centros de Distribuição (CD) e atende cerca de
7.000 mil clientes, todos da região sul do Brasil.
A Distribuidora Farmacêutica Panarello Ltda, sediada em Goiás,
distribui seus produtos em nível federal, atendendo cerca de 97% do
território nacional, sendo considerada a maior distribuidora nacional de
produtos farmacêuticos desde de 2002. A empresa possui 13 Centros de
Distribuição (CD), tendo em sua carteira mais de 35 mil clientes,
espalhados pelo Brasil.
36
37
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para auxiliar o acadêmico na realização do estudo de caso, se faz
necessário a análise de alguns conceitos aplicados na contabilidade. A
seguir serão relatados esses conceitos, que envolvem: a importância da
contabilidade nas empresas; a origem da contabilidade; conceito de
contabilidade; princípios contábeis; contabilidade geral; contabilidade
gerencial; contabilidade financeira; contabilidade tributária e
contabilidade de custos.
3.1IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NAS EMPRESAS
Marion (2005) comenta que a contabilidade é uma ferramenta de
muita importância para todas as empresas, tendo como um dos objetivos
transmitirem as informações econômicas reais a seus usuários, para que
esses possam tomar suas decisões.
Já para Silva (2002), uma empresa que não possui contabilidade,
dificilmente terá condições de sobreviver ou de realizar um
planejamento para seu crescimento.
3.1.1 Origem da Contabilidade
Segundo IUDÍCIBUS (2000), a origem da contabilidade é muito
antiga. Pode-se dizer que desde a origem do homem a contabilidade já
existia. De uma forma meio rude, a contabilidade já era utilizada pelo
homem pré-histórico. Neste período, o controle realizado para verificar
seus rebanhos, era feito pela quantidade de animais que possuíam pela
quantidade de pedras. Ao levar um animal para o pasto o homem levava
uma pedra com ele. No final do dia quando iria buscar os animais,
verificava se os animais que estavam lá conferia com a quantidade de
pedra que ele possuía. Desta forma o homem pré-histórico fazia o
controle de seu patrimônio.
De acordo com Abrel (2006), a contabilidade moderna nasceu no
norte da Itália, possivelmente entre os séculos XII a XIV. Nessa época
foram encontrados vários registros parecidos com os da contabilidade moderna. Um dos registros encontrados foi o do frade franciscano Frei
Luca Pacioli, que publicou na Itália, em 1914, um tratado sobre a
contabilidade que até hoje é de suma importância no meio contábil. A
partir dessa época até o século XX a Europa foi o grande centro
38
contábil. Nessa fase, a contabilidade procurava aperfeiçoar a forma de
representar a situação das empresas, não havia muita preocupação com
os usuários externos da informação, visto que a informação era
exclusivamente restrita ao dono do empreendimento.
Para Marion (2005), houve um grande desenvolvimento na
contabilidade devido à ascensão econômica norte-americana,
especialmente depois da crise de 1929 (crise que aconteceu nos E.U.A,
onde o aumento da produção não acompanhava o aumento dos salários,
e a diminuição de compras dos países europeus, devido a recuperação de
suas economias), que cominou na falência de diversas empresas. Houve
uma grande ascensão econômica e cultural, o crescimento do mercado
da auditoria, de capitais, com esse crescimento o rumo da contabilidade
partia para um mecanismo útil para a tomada de decisões, pois os
investidores queriam saber onde estavam investindo o seu dinheiro.
Assim a contabilidade teve uma grande evolução, buscando melhores
tipos de pesquisas, visando elaborar novas teorias para regulamentar o
sistema e fixar às normas as quais a contabilidade se alicerça.
Nos dias atuais a contabilidade é de suma importância no meio
empresarial, sendo considerada como uma atividade que é capaz de
gerar informações que iram auxiliar no processo de tomada de decisões.
3.1.2 Conceito de Contabilidade
Existem diversas formas que são usadas por escritores para
explicar ou avaliar a importância da contabilidade. De acordo com
BASSO (1996) a contabilidade é uma arte que registra todos os
acontecimentos econômicos da empresa, que podem ser visualizadas por
relatórios contábeis. É também arte por mostrar a situação econômica da
empresa por meio desses relatórios.
Para Marion (2004) a contabilidade tem um grande auxilio no
processo de tomada de decisões tanto interno quanto externamente, pois
por meio das informações geradas os gestores poderão tomar suas
decisões.
A contabilidade tem a capacidade de auxiliar os gestores a tomar
suas decisões, coletando todas as informações econômicas que ocorrem em uma empresa, registrando e transformando essas informações em
relatórios contábeis.
39
Franco (1997) comenta que, a contabilidade é uma ciência que
visa o estudo e o controle do patrimônio, servindo como uma ferramenta
que auxilia os gestores em suas tomadas de decisões.
De acordo com Zanluca (2010), a teoria da contabilidade é estuda
para que o profissional contábil possa conhecer os embasamentos
teóricos e colocá-lo em prática. Sem esse embasamento, a contabilidade
perderia seu padrão, pois os relatórios e demonstrações contábeis não
atenderiam as normas contábeis, dificultando o entendimento dos
usuários ao ler esses relatórios.
Segundo os órgãos regulamentadores existente no Brasil, CFC
(Conselho Federal de Contabilidade) e CPC (Comitê de
Pronunciamentos Contábeis), os contadores tem uma conduta a seguir
durante seu exercício de suas atividades, por isso foram criados as
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC’s) que tem por finalidade
estabelecer regras de conduta profissional e procedimentos técnicos, e
em conformidade com os Princípios Fundamentais de Contabilidade.
3.1.3 Princípios Contábeis
Martins; Iudícícibus; Gelbcke (2006) menciona que no processo
de evolução da contabilidade, surgiram as necessidades de como fazer
para padronizar os controles do patrimônio da empresa, com isso foram
criados diversos instrumentos para o registro do patrimônio, como a
intenção era criar um procedimento onde todos os contabilistas
seguissem uma norma, foram criados os princípios contábeis.
A contabilidade teve uma reformulação na década passada, em
decorrência da vigência das leis n° 11.638/07 e n° 11.941/09, nela
constam os princípios contábeis que são seguidos até os dias atuais:
Princípio da Entidade: esse princípio diz que a contabilidade deve
ser feita distintamente, onde a contabilidade da empresa jurídica deve-se
separar da contabilidade dos sócios ou membros que a possuem (pessoa
física). Esse princípio segue uma linha onde as despesas de pessoa física
não devem ser incluídas como despesas da empresa.
No entendimento de Sá (2000, p.56):
O que a resolução fixa, portanto, como bases, são
as seguintes razões: a entidade é autônoma; o
patrimônio da entidade é objeto da ciência
contábil e não se confunde com aquele de seus
proprietários; e o patrimônio é parte da entidade.
40
Princípio da Continuidade: esse princípio comenta que a empresa
tem que realizar todos os procedimentos contábeis, e ser escriturada até
o momento em que a empresa venha ser extinta.
Segundo Iudícibus (2004, p. 53) a CONTINUIDADE é outro
postulado ambiental da contabilidade e enuncia:
As entidades, para efeito de contabilidade, para
efeito são consideradas como empreendimentos
em andamento (going concern), até circunstância
esclarecedora em contrário, e seus ativos devem
ser avaliados de acordo com a potencialidade que
têm de gerar benefícios futuros para a empresa, na
continuidade de suas operações, e não pelo valor
que poderíamos obter se fossem vendidos como
então...(no estado em que se encontram).
Princípio da Oportunidade: esse princípio relata que as variações
ocorridas no patrimônio da empresa e todos seus registros, devem ser
escriturados na contabilidade no momento do fato ocorrido.
De acordo com a Resolução do Conselho Federal de
Contabilidade (CFC) (1993, n.º 750):
O princípio da oportunidade refere-se,
simultaneamente, à tempestividade e à integridade
do registro do patrimônio e das suas mutações,
determinando que este seja feito de imediato e
com a extensão correta, independentemente das
causas que as originaram.
O registro das variações patrimoniais deve ser
feito mesmo na hipótese de somente existir
razoável certeza de sua ocorrência. O registro
compreende os elementos quantitativos e
qualitativos, contemplando os aspectos físicos e
monetários.
Princípio Registro pelo Valor Original: esse princípio comenta
que os registros devem ser feitos no momento da compra, independente do pagamento, e deve ser registrado o real valor de sua aquisição ou
fabricação.
De acordo com a resolução do CFC (1993, n° 750):
41
Art. 7º - Os componentes do patrimônio devem ser registrados
pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos
a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das
variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem
agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.
Princípio Competência: relata que todas as receitas e despesas
devem ser contabilizadas no momento em que aconteceu o ato, e, não no
momento que irá receber ou pagar.
Sá (2000) comenta que “o princípio tem como fundamentos: a
temporalidade de receita e despesa; a correlação entre receita e despesa;
e a independência entre sistema de resultado e sistemas outros”.
Princípio da Prudência: esse princípio diz que quando houver
alguma duvida em relação ao registro das receitas e despesas, sempre
considerar um valor a menor para as receitas e um valor a maior para as
despesas.
Para Marion (1982, p. 54) “na contabilidade, como medida de
prudência, sempre será evidenciada uma situação pessimista, evitando
transtornos não previstos”.
3.2 RAMIFICAÇÕES DA CONTABILIDADE
Para Marion (1998), com o mercado cada vez mais competitivo e
exigente, as empresas necessitam de informações para auxiliar nas
decisões e estratégias para se destacarem perante aos concorrentes. Para
isso a contabilidade se divide em vários ramos com o intuito de separar
e identificar cada ramo de atuação de forma bem clara.
A seguir serão relatados, alguns ramos da contabilidade, com a
intenção de um melhor esclarecimento e contribuição para o estudo de
caso realizado.
3.2.1 Contabilidade Geral
A contabilidade é uma ciência que permiti, por meio de suas
técnicas, o controle permanente do Patrimônio. O grande objetivo da
contabilidade é fornecer informações sobre o patrimônio, para auxiliar os administradores ou proprietários, como também os investidores no
momento de uma tomada de decisão. Para Franco (1996), a
contabilidade é um instrumento que fornece e remove o máximo de
42
informações detalhadas e favoráveis para o usuário, e que servem de
grande ajuda para toma de decisão tanto dentro quanto fora da empresa.
Segundo Marion (2006, p. 23)
A contabilidade é um grande instrumento que
auxilia a administração a tomar decisões. Na
verdade, ela coleta todos os dados econômicos,
mensurando-os monetariamente, registrando-as e
sumarizando-as em forma de relatórios ou de
comunicados, que contribuem sobremaneira para
a tomada de decisões.
As informações geradas pela contabilidade possibilitam que
qualquer usuário, possa entender qual a verdadeira realidade econômica
e financeira da empresa. De um modo geral a contabilidade visa em
estudar os acontecimentos que alteram o status do patrimônio. Iudicíbus
e Marion (2002) comentam que o objetivo da contabilidade é fazer com
que as informações sejam transmitidas com clareza para os usuários
dessas informações, afim de estes poderem analisar a real situação
econômico-financeira da empresa.
3.2.2 Contabilidade Gerencial
Para Ching (2003), a contabilidade gerencial se difere das outras,
pois ela não é regulamentada por nenhum órgão ou lei, e cada empresa
tem sua maneira de executá-la de acordo com suas necessidades. É uma
excelente ferramenta para o processo de tomada de decisão.
Santos et al (2002, p. 5) diz que:
Auxiliar a gerência na tomada de decisões é o
objetivo precípuo da contabilidade gerencial, a
identificação dos fatos contábeis e sua
quantificação para estabelecer as diretrizes a
serem adotadas pelos administradores devem
acompanhar passo a passo o cotidiano
empresarial. Neste particular compete ao contador
gerencial evidenciar aquilo que é relevante ou
irrelevante para ser objeto de análise, aliás, a
simples aglomeração de dados é algo
extremamente simples de se obter através dos
atuais sistemas de informações computacionais, a
43
relevância da contabilidade gerencial reside na
identificação daquilo que realmente vai fazer a
diferença na decisão de fabricar um bem ou
adquirir de terceiros, deixar de produzir uma linha
de produtos, terceirizar, enfim, cabe ao contador
atuar para subsidiar o modelo para a decisão entre
diferentes linhas de ação.
Bulgacov (2006) comenta que a contabilidade gerencial é mais
direcionada para o alto escalão da empresa, que ficará responsável de
coletar os dados para realizar o planejamento, fazendo a avaliação e o
controle dos resultados, sendo uma ferramenta que poderá disponibilizar
informações para novos investidores.
3.2.3 Contabilidade Financeira
Segundo Mallo e Jiménez(1997), os gestores financeiros se
utilizam da contabilidade financeira para verificarem os aspectos
econômicos da empresa, baseando-se principalmente no fluxo de caixa,
onde se encontram as contas a pagar, contas a receber e
disponibilidades. Na contabilidade financeira existem quatro
demonstrações que são de grande importância no processo de tomada de
decisão, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), as
Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), as
Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e as
Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).
Mello e Jiménez (1997), também dizem que essas avaliações
feitas pelos gestores, servem para analisar o andamento econômico da
empresa, e verificar se há a possibilidade de utilizar alguns desses
recursos financeiros para fazer novos investimentos ou até mesmo para
quitar alguma dívida. Para tal análise, é necessário que o profissional
responsável por fazê-la, tenha conhecimento sobre contabilidade e
também de operações de captação e aplicação de recursos financeiros.
De acordo com Iudícibus e Marion (2000, p.44): "Contabilidade
Financeira é a contabilidade geral, necessária a todas as empresas.
Fornece informações básicas aos seus usuários e é obrigatória conforme
a legislação comercial."
Jiambalvo (2002, p.1) faz uma comparação entre a contabilidade
financeira e a gerencial:
44
A contabilidade financeira enfatiza os conceitos e
procedimentos contábeis que se relacionam à
preparação de relatórios para usuários externos da
informação contábil. Em contrapartida, a
contabilidade gerencial enfatiza os conceitos e
procedimentos contábeis que são relevantes à
preparação de relatórios para os usuários internos
da informação contábil.
Pode se analisar que a diferença entre a contabilidade financeira e
a contábil está principalmente nos usuários que são destinadas tais
informações
3.2.4 Contabilidade Tributária
A contabilidade tributária é a parte que esta vinculada aos
conceitos da legislação fiscal e seus tributos. Por meio desta
contabilidade, que a empresa irá fazer o controle e o planejamento dos
tributos motivados pelas operações e resultados empresariais.
De acordo com Oliveira (2009, p.27) a contabilidade tributária é
uma:
Especialização da contabilidade que tem como
principais objetivos o estudo da teoria e aplicação
prática dos princípios e normas básicas da
legislação tributária. Ramo da contabilidade
responsável pelo gerenciamento dos tributos
incidentes nas diversas atividades de uma
empresa, ou grupo de empresas, adaptando ao dia-
a-dia empresarial as obrigações tributárias de
forma a não expor a entidade às possíveis sanções
fiscais e legais.
Segundo Fabretti (1999) é a parte da contabilidade que tem a
função de conhecer a legislação tributária vigente no país, com o intuito
de obter conhecimentos sobre seus conceitos normas e princípios a fim colocá-los em prática.
Logo adiante será abordado mais sobre alguns aspectos da
contabilidade tributária, destacando aspectos que estão diretamente
ligados com o objetivo do estudo de caso.
45
3.2.5 Contabilidade de Custos
A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade, que é
responsável por gerar informações para as gerencias da empresa,
auxiliando estes em seus desempenhos, planejamentos, controles e
tomadas de decisões.
Como menciona Martins (2006, p. 23):
A contabilidade de custos nasceu da contabilidade
financeira, quando da necessidade de avaliar
estoques nas indústrias, tarefa essa que era fácil na
empresa típica da era do mercantilismo. Seus
princípios deveriam dessa finalidade primeira, e,
por isso, nem sempre atender completamente a
suas outras duas mais recentes e provavelmente
mais importantes tarefas: controle e decisão.
A contabilidade de custo tem um grande papel de destaque em
outros dois ramos da contabilidade, por meio de informações repassadas
poderá auxiliar a contabilidade financeira a planejar de uma maneira
melhor o seu desembolso, e a contabilidade gerencial a ter um maior
controle sobre a produção, ajudando a diminuir os custos e a tomar
decisões mais precisas.
Oliveira, et al (2008) comenta que a contabilidade de custo vem
evoluindo cada vez mais, deixando de ser somente uma ferramenta de
avaliação de estoque. Com o crescimento e a evolução, a contabilidade
de custo passou a fornecer informações mais detalhadas da empresa
auxiliando os gestores para uma melhor escolha em uma tomada de
decisão.
De acordo com Leone (2000), um ponto determinante para
evolução da contabilidade de custo, aconteceu nos Estados Unidos, onde
apareceu pela primeira vez como uma forma técnica e eficaz no
processo da produção industrial, por meio de estudo da mão-de-obra e
repercussões no custo industrial.
A seguir serão mais aprofundados os conceitos e as formas de custos utilizados para a formação do preço de venda.
3.2.5.1 Custos na Atualidade
46
Nos dias de hoje as empresas estão cada vez mais se preocupando
como controlar seus gastos, visando sempre em reduzi-los para
aumentar seu lucro. Sabendo que os custos diretos já são mensurados no
processo de fabricação, as organizações estão trabalhando mais nos
gastos gerais de fabricação, ou seja, os custos indiretos aqueles de difícil
mensuração.
Sousa e Diehl (2009), dizem que nas ultimas décadas a
concorrência vem crescendo aceleradamente, fazendo com que as
empresas aumentem seus gastos, devido a atividades de apoio, como
pós-venda, marketing, e que estas mudanças estão trazendo uma nova
evolução nas estruturas de custos e o custeio.
Souza e Diehl (2009) comentam ainda que devido essa evolução,
as empresas necessitam estruturar seus ambientes de controle, para
poder monitorar seus gastos tentando uma diminuição, assim
contribuindo na obtenção de um maior lucro.
Portanto, mais adiante serão relatados alguns conceitos e termos
de custos, para obtenção de um melhor aprofundamento na elaboração
do estudo de caso proposto.
3.2.5.2 Custos
É o valor, pago ou pagar, pelo consumo de bens ou serviço
utilizados no setor de produção. Pode ser direto ou indireto, fixo ou
variável. Segundo Wernke (2001) no momento da fabricação do produto
ou na prestação de serviços a empresa terá um gasto, esse gasto será
classificado como custos.
Martins (1998, p. 25) define custo como, “(...) é o gasto relativo à
bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”.
Para Dutra (2003, p.33), “é a parcela do gasto que é aplicada na
produção ou em qualquer outra função de custo, gaste esse desembolso
ou não”.
O desgaste de máquinas, salário do pessoal de fábrica, energia da
fábrica etc., estão diretamente relacionados ao processo fabril da
empresa e por isso são gastos classificados também como custo.
Custos Fixos: Os custos fixos são os gastos que permanecem
constantes, independentemente do volume de produção. Leone
(2000) afirma que mesmo que a produção aumente os custos
são inalterados, mantendo sempre o mesmo valor.
47
Custos Variáveis: Os custos variáveis são os gastos que estão
diretamente ligados ao volume da produção, quanto maior for
o volume da produção maior serão os custos. Para Backer e
Jacobsen (1974) dependendo da proporção dos volumes
produzidos os custos tem uma tendência a diminuir ou a
crescer.
Custos Diretos: Para Bomfim e Passarelli (2006), são os
custos que estão ligados aos produtos fabricados, e podem ser
facilmente identificados. De acordo com Wernke (2008), os
custos diretos são aqueles que estão ligados diretamente ao
serviço de produção, sendo de fácil identificação. Como
exemplos: matéria-prima, mão de obra do pessoal da fábrica.
Custos Indiretos: Para Fagundes (2004), os custos indiretos
relacionados a um produto, mas que são de difícil
identificação e, por isso são rateados. Como exemplos:
energia elétrica, depreciação das maquinas da fábrica. Santos
et al.(2006), mencionam que os custos indiretos são aqueles
que são difícil de mensurar em relação ao produto ou serviço.
3.2.5.3 Despesas
É o valor, pago ou pagar, pelo consumo de bens ou serviços
utilizados no setor administrativos, de vendas, comercial, financeiro.
Esse gasto não pode ter sido utilizado no setor de produção. As despesas
podem ser classificadas como fixas ou variáveis.
Despesas Fixas: São as despesas que não alteram seu valor,
apesar dos diferentes volumes de vendas. Exemplo: aluguel da
sala de vendas, seguro do setor administrativo. Ribeiro (2009)
diz que ao realizar o preço de venda, tem que levar em
consideração as despesas fixas que ocorrem nas áreas
administrativas e comerciais, e que o percentual estabelecido
seja o suficiente para arcar com essas despesas. Comenta
ainda que as despesas fixas são aquelas que independem das
vendas e volumes de produção, se repetindo todos os meses.
Despesas Variáveis: São as despesas que alteram seu valor em
relação aos diferentes volumes de vendas: Exemplo: comissão
de vendedores, impostos. Despesas é definido por Martins
(2003, p. 25) como “(...) sendo os bens ou serviços
consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de
48
receita, onde podemos citar como exemplo a comissão paga
ao vendedor".
Para Neves e Viceconti (1998, p.12):
Em termos práticos, nem sempre é fácil distinguir
custos e despesas. Pode-se, entretanto, propor uma
regra simples do ponto de vista didático: todos os
gastos realizados com o produto até que este
esteja pronto, são Custos; a partir daí, são
Despesas.
Na explicação de Júnior, Oliveira e Costa (1999), despesas
variáveis são aquelas na qual estão vinculadas de forma direta ou
indireta no momento da realização de uma receita. Comenta ainda que
as receitas são para a empresa gerar suas receitas e não para a fabricação
de seus produtos ou serviços prestados.
3.2.5.4 Gastos
É à saída de dinheiro para obtenção de matéria-prima,
equipamentos, aquisição de serviços.
Para Wernke (2001, p.11), “gasto é o termo usado para definir as
transações financeiras nas quais a empresa utiliza recursos ou assume
uma dívida, em troca da obtenção de algum bem ou serviço”.
Crepaldi (1998, p.56) comenta que o gasto “(...) é sacrifício que a
entidade arca para obtenção de um bem ou serviço, representado por
entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro)".
Já para Perez Júnior, Oliveira e Costa (1999), que a classificação
dos gastos se concretizará conforme a aplicação que a empresa realizar,
podendo ser classificado como custos, despesas, perdas ou desperdício.
3.2.5.5 Perdas
São por exemplo, baixas de matéria-prima por motivo
excepcional. Wernke (2001, p.12) diz que, “constituem-se de eventos
ocasionais e indesejados, como a deterioração anormal de ativos
causados por incêndios ou inundações, furtos etc.”.
Segundo Perez Júnior, Oliveira e Costa (1999, p.17), Perdas: Gastos anormais ou involuntários que não geram
um novo bem ou serviço e tampouco receitas e
49
são apropriados diretamente no resultado do
período em que ocorrem. Esses gastos não
mantêm nenhuma relação com a operação da
empresa e geralmente de fatos não previstos.
Martins (2003, p. 26) afirma ser “(...) o bem ou serviço
consumido de forma anormal e involuntária, não se confundindo com a
despesa ou o custo, um exemplo é o gasto com mão-de-obra no período
de uma greve”.
Pode-se concluir que perda é o consumo de forma involuntária
(incêndio, roubo, alagamento) de um bem ou serviço.
3.2.5.6 Investimentos
É o valor, pago ou pagar, referente à compra de bens que são
registrados no ativo, enquanto não forem trocados, consumidos ou
transformados.
Wernke (2001) explica que os investimentos são gastos que a
empresa terá no momento da aquisição, e que futuramente se tornarão
benefícios para empresa, integrando-se no ativo da empresa, como
exemplo aquisição de estoques e máquinas.
Pela definição de Crepaldi (1998, p.57) investimento "(...) é o
gasto com bens ou serviços ativados em função de sua vida útil ou de
benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s)".
De acordo com Martins (1993, p.24), “investimento – Gasto
ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a
futuro(s), período(s)”.
3.2.5.7 Desembolso
É o pagamento de uma compra realizada. Esse pagamento pode
ser realizado antes (pagamento antecipado), no momento (à vista) ou
depois da compra realizada (a prazo).
Crepaldi (1998, p. 57) afirma que “(...) é o pagamento resultante
da aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer concomitantemente ao
gasto (pagamento à vista) ou depois deste (pagamento a prazo)".
Para Perez Junior, Oliveira e Costa (1999, p.15): Desembolsos: saídas de dinheiro do caixa ou do
banco. Os desembolsos ocorrem devido ao
50
pagamento de uma compra efetuada a vista ou de
uma obrigação assumida anteriormente.
Martins (1993) diz que o desembolso acontece no momento em
que houver o pagamento, referente à aquisição de um bem ou a serviços.
3.2.5.8 Desperdício
É o consumo intencional, que por alguma razão não foi
direcionado à produção de um bem ou a prestação de um serviço. Não
agrega valor a produção.
Para Wernke (2001, p.12):
Desperdícios; este conceito pode englobar os
custos e as despesas utilizadas de forma não
eficientes. Ou seja, são considerados desperdícios
todas as atividades que não agregam valor e que
resultam em gastos de tempos.
Para Perez Junior, Oliveira e Costa (1999, p.17), “desperdícios:
gastos incorridos no processo produtivo ou de geração de receitas e que
possam ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade dos
bens”.
Todo desperdício pode ser eliminado ao máximo trabalhando em
cima de otimização de espaços da matéria-prima ou fabricação de
subprodutos para transformar aquele desperdício em lucro.
3.3 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
De acordo com Bruni e Famá (2003), a fixação do preço de venda
dos produtos ou serviços é de suma importância, pois um erro na sua
formação pode gerar grandes problemas para a empresa.
Bernardi (1996. p, 221) diz que:
Estabelecer preços é uma decisão difícil e
complexa, notadamente quando o mesmo é
estabelecido pela primeira vez, ou quando se
objetiva mudar os preços. A formação dos preços,
orientando-se pelo ponto de vista interno, poderão
adotar os seguintes caminhos: Preços Baseados
51
nos Custos, Retorno do Investimento e a
Maximização dos Lucros.
Bomfim e Passarelli (2003) comentam que as análises dos custos
dos produtos, dos mercados e seus concorrentes e os lucros pretendidos
são essencial para a formação do preço de venda.
Mais adiante será descrito, alguns conceitos que fazem parte no
processo de formação do preço de venda, auxiliando no entendimento
do estudo de caso.
3.3.1 Conceitos para Formação do preço de venda
Com a intenção de explicar melhor o processo de formação do
preço de venda, serão demonstrados nesse tópico, alguns conceitos que
fazem parte da estrutura da formação do preço.
3.3.1.1 Principais Tributos na Formação do Preço
O sistema tributário brasileiro não é um sistema unificado entre
os estados e municípios do país, dificultando as empresas na formação
do preço de seus produtos. Os principais tributos incidentes no Brasil,
que influenciam na formação do preço, são os Impostos sobre Produtos
Industrializados (IPI), a Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (COFINS), o Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Programa de Integração Social
(PIS), adiante será relatado um pouco mais sobre cada um desses
tributos mencionados.
3.3.1.1.1 COFINS
É um imposto da esfera federal, seu calculo é feito em cima da
receita bruta, excluindo-se o IPI. Esse imposto possui duas formas
diferentes em relação às alíquotas praticadas, a cumulativa e a não
cumulativa.
Na forma cumulativa a alíquota praticada é de 3%, para aplicar essa alíquota à empresa tem que ser tributada pelo lucro presumido. Já
na forma não cumulativa a alíquota praticada é de 7,6, essa tributação é
aplicável às empresas tributadas pelo Lucro Real.
Segundo Oliveira et.al. (2009, p. 301):
52
A base de cálculo da contribuição é o faturamento
mensal, assim considerada a receita bruta das
vendas de mercadoria e de serviços de qualquer
natureza, sendo irrelevante a atividade e a
classificação contábil das receitas.
O objetivo da cobrança da COFINS é com o intuito de financiar a
Seguridade Social, ou seja, as áreas da Previdência Social, Assistência
Social e Saúde Pública.
3.3.1.1.2 PIS
É um tributo da esfera federal, incidindo sobre o total das receitas
bruta, da mesma forma que o COFINS, possui as mesmas formas de
aplicação em relação às alíquotas.
Na forma cumulativa a alíquota que incide é de 0,65%, essa
alíquota pode ser praticada somente por empresas que são tributadas
pelo Lucro Presumido.
Na forma não cumulativa a alíquota incidente é de 1,65%, essa
alíquota é praticada pelas empresas tributadas pelo Lucro Real.
De acordo com a Lei Complementar nº 07 de 1970, o PIS foi
criado com a intenção de promover a integração do empregado na vida e
no desenvolvimento das empresas.
A diferença entre as duas formas de aplicação das alíquotas tanto
no PIS quanto na COFINS, é que na forma não cumulativa a empresa
pode se aproveitar dos créditos pagos, já na forma da cumulativa não
tem esse ressarcimento.
3.3.1.1.3 IPI
O imposto sobre produtos industrializados – IPI é um imposto de
competência federal. Além de ter a função de arrecadação, esse imposto
também tem o objetivo de controlar o consumo, aumentando ou
diminuindo sua alíquota.
Machado (2003) comenta que a incidência das alíquotas varia de acordo com os subsídios fornecidos pelo governo, e faz um
questionamento sobre sua cobrança, levando em consideração que tal
cobrança tem a intenção de diminuir o consumo, e que na prática não se
justifica, pois ninguém deixou de beber ou fumar porque o IPI esteja
elevado.
53
A base para o calculo do IPI, é referente aos produtos
comercializados, sendo retirado o valor de ICMS para se chegar ao seu
valor real. Para saber qual alíquota é cobrada por cada produto, tem-se
como fonte de pesquisa uma tabela especifica denominado TIPI (Tabela
dos Impostos sobre Produtos Industrializados), que fica disponível no
sitio da Receita Federal.
3.3.1.1.4 ICMS
De acordo com o artigo 155, inciso II, da Constituição Federal, o
ICMS é de competência dos Estados e Distrito Federal em criar as
alíquotas sobre as operações relativas á circulação de mercadorias e
prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de
comunicação.
O ICMS é de natureza não cumulativa, ou seja, a empresa poderá
se aproveitar dos créditos pagos. Este imposto poderá ter características
de seletivo, que quer dizer que quanto menos supérfluo for, menor será
sua alíquota.
Filho e JR (2005) relatam que existem dois tipos de ICMS, o
normal onde o contribuinte é a pessoa física ou jurídica que, mesmo não
recolhendo o tributo, participa diretamente com a operação ao serem
destinatários da operação ou serviço realizados, e o ICMS ST que é a
pessoa apontada pela legislação a responsável por recolher o tributo.
3.3.1.1.5 Substituição Tributária (ST)
Nos últimos anos quase todos os estados vem utilizando a
substituição tributária, ou seja, a antecipação da cobrança do ICMS, com
o intuito de que haverá uma maior arrecadação, além de facilitar a
fiscalização.
De acordo com o Código Tributário Nacional (CTN) em seu
artigo 128, menciona que a responsabilidade tributária em recolher o
imposto referente às operações subsequentes é do contribuinte
substituto.
Walter Gaspar (1999) diz que:
O regime de substituição tributária simplificou a
arrecadação, sendo muito mais rápido e seguro
para o fisco, vez que a exigibilidade é aplicada a
apenas uma pessoa, o substituto. Além disso, com
54
a incidência única do ICMS em uma operação, os
demais contribuintes ficam livres de qualquer
responsabilidade pelo recolhimento do Tributo.
A respeito dos contribuintes, Mariano, Werneck e Bezerra (2008,
p. 60 e 61), dizem que:
O substituto é a pessoa a quem a legislação atribui
a responsabilidade pelo pagamento do imposto.
É aquele que praticar o fato interruptivo do
diferimento (operações anteriores), o que contratar
serviço de transporte (tomador) quanto ás
operações concomitantes e o
fabricante/importador, em regra no que se refere
às operações subsequentes.
Contribuinte substituído é aquele que está ligado
diretamente com o fato gerador, que da causa a
hipótese de incidência de impostos; mas, a
legislação dispensa da responsabilidade do
recolhimento, pois esta é atribuída a outrem.
Segundo Faliguski (2010), existem três formas de se encontrar a
base de cálculo da ST, utilizando o preço máximo sugerido pelo
fabricante, pelo valor único ou máximo já fixado por órgão publico ou
por meio da margem de valor agregado.
A seguir será relatado o método aplicado nesse estudo de caso
para se encontrar a base de cálculo da ST.
Margem do Valor Agregado (MVA): A margem de valor
agregado ajustada é aplicada para determinar o valor do ICMS ST nas
operações interestaduais, com a intenção de igualar as alíquotas entre os
estados. Quando a mercadoria estiver no regime de substituição
tributaria interna, a margem original deverá ser aplicada conforme
determina o fisco para cálculo do ICMS ST.
De acordo com o decreto Nº 50687 de 27/09/2013, a MVA
original ou margem de valor agregado, é utilizada nas operações
internas, ou seja, o vendedor e o comprador estão inseridos no mesmo
Estado. Para esse cálculo é necessário que na operação realizada seja
adotada a mesma alíquota efetiva.
O RICMS/RS também menciona que as operações internas que
possuem mercadoria sujeita a cobrança da ST, terão a aplicação do
percentual da MVA, instituído pelo Estado por meio de decretos.
55
Valor Único: De acordo com Lei Complementar 44, 07 de
dezembro de 1983, Art. 2º, §9º letra b:
É o valor da operação promovida pelo
responsável, acrescido da margem de lucro
atribuída ao revendedor, no caso de mercadorias
com preço de venda, máximo ou único, marcado
pelo fabricante ou fixado pela autoridade
competente.
Preço Máximo: Conforme menciona a Lei Complementar Nº
87/96 em seu artigo 8º, § 2º.
Tratando-se de mercadoria ou serviço cujo preço
final a consumidor, único ou máximo, seja fixada
por órgão público competente, a base de cálculo
do imposto, para fins de substituição tributária, é o
referido preço por ele estabelecido.
De acordo com os decretos de cada Estado ou protocolos e
convênios assinados, o percentual será relativo a cada produto, por isso
é necessário verificar o enquadramento dos produtos com a operação
realizada.
3.3.1.2 Margem de Contribuição
A margem de contribuição está relacionada entre a diferença
entre o preço de venda menos os custos e despesas variáveis. O conceito
da margem de contribuição, primeiramente é pagar os gastos fixos da
empresa, e posteriormente gerar lucro.
Martins (2000) define a margem de contribuição como o valor
que cada produto deixa a empresa, depois de fazer o cálculo entre as
receitas e os custos que foram ocasionados.
Megliorini (2007) diz que a margem de contribuição está ligada
entre a diferença das vendas e o total dos custos variáveis adicionados ás
despesas variáveis. E que a venda dos produtos contribui para o pagamento dos custos e despesas fixas, o restante que sobrar se tornará
lucro da empresa.
56
3.3.1.3 Mark-up
Bruni (2002) diz que o Mark-up é um termo em inglês que quer
dizer “marca acima”, o objetivo de seu calculo é achar o valor correto
que será aplicado no valor de um custo para definir o preço venda. Para
fazer este calculo, existem dois tipos de Mark-up, o divisor e o
multiplicador, os dois são aplicados diretamente no custo. A empresa
define onde será calculado esse Mark-up, se por meio do custo marginal,
custo de transformação, custo integral ou custo de absorção.
Custo marginal tem o objetivo de descobrir as combinações de
preço e de volume que maximizarão os lucros, desde que o preço seja,
pelo menos, maior do que os custos marginais ou desembolsados (Santo,
2005, p. 121);
Custos de transformação onde a formação do preço, tem base
apenas, nos custos de transformação, não considerando nos cálculos os
custos com materiais diretos (Bruni e Famá, 2004, p. 330);
Custo integral apropria ao valor do produto não só os gastos
industriais, como também todas as despesas, tais como as com vendas e
administração (Padoveze, 2003, p. 25)
Custo de absorção: consiste na apropriação de todos os custos de
produção aos bens elaborados; todos os gastos relativos ao esforço de
produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos
(Martins, 2003, p. 37).
Para se chegar ao valor dos Mark-ups é necessário o
conhecimento dos gastos que se têm na realização de uma venda, como
PIS, COFINS, ICMS, lucro desejado e custos fixos.
Ribeiro (2009) determina Mark-up, como um índice aplicado
sobre o custo unitário de fabricação de um produto, esse índice pode ser
um Mark-up multiplicador ou um Mark-up divisor, por meio desse
índice será possível encontrar o preço de venda do produto.
57
3.3.1.3.1 Definição da margem de lucro para formação do Mark-up
Wernke (2005) comenta que um ponto importante que muitas
empresas têm dificuldades na realização do Mark-up, é à margem de
lucro que a empresa deseja utilizar.
Existem alguns aspectos que as empresa devem levar em
consideração para definir o percentual da margem de lucro desejada.
A estratégia de competição a ser adotada: quando há uma
competição, onde as empresas concorrem com produtos
diferenciados, quase sempre as margens de lucro são mais
elevadas. Se for uma concorrência onde as estratégias são de
fazer preços baixos, teoricamente as margens serão menores.
A existência de produtos similares: devido à grande
quantidade de empresas existente em um mesmo ramo, fazem
com que os consumidores tenham maiores opções de escolha
na hora da compra, podendo esses escolher produtos
semelhantes e mais baratos para atender suas necessidades.
Diante disso, as margens de lucro são determinadas de acordo
com a concorrência existente, podendo essa margem ser
ajustada à maior ou a menor.
O volume previsto de venda: as margens podem ser ajustadas
por meio do volume de vendas, quanto maior for à venda de
um produto, menor poderá ser sua margem de lucro. Essa
explicação vai de acordo com uma antiga expressão aplicada
no meio comercial que “é preferível ganhar pouco por unidade
vendendo grande quantidade, do que ganhar muito por
produtos e vender pouco.
Os segmentos de mercado a serem seguidos: um produto pode
ser vendido em mais de um segmento de mercado, onde
poderão ser aplicadas margens maiores ou menores,
dependendo do segmento onde está sendo vendido.
Políticas de preço de atração: os comércios utilizam em
determinados momentos uma margem de lucro mais baixa
para alguns produtos, com a intenção de atrair os
consumidores. Um exemplo são os mercados, que diminuem
as margens de um determinado produto, tendo em tese que o
consumidor ao chegar ao local irá levar outros produtos além
do ofertado com uma menor margem de lucro.
58
3.3.1.3.2 Cálculo do Mark-UP Divisor
Wernke (2005), diz que o Mark-up pode ser calculado de duas
formas, sendo pelo método do Mark-up multiplicador ou do Mark-up
divisor. O preço de venda será o mesmo, independentemente do método
utilizado.
Tanto no cálculo do Mark-up multiplicador quanto no Mark-up
divisor é necessário analisar os seguintes dados.
a) identificar todos os percentuais incidentes no preço de venda (% PV)
Tributos incidentes no preço de venda = 12%
Comissões sobre vendas = 5%
Lucro desejado = 5%
b) somar todos os percentuais incidentes no preço de venda (% PV):
c) dividir a soma dos percentuais do preço de venda (%PV) por 100
(para encontrar a forma unitária):
d) subtrair de 1 o quociente encontrado na fase anterior (c):
e) dividir o custo de aquisição do produto ou custo unitário pelo mark-
up divisor, encontrando o preço de venda sugerido.
Supondo que o custo de aquisição do produto foi de R$ 400,00, o
preço de venda sugerido será de R$ 512,82
Para verificar se o cálculo do preço foi realizado corretamente,
pode-se fazer a prova real para comprovação:
a) Preço de venda sugerido
b) Percentuais utilizados
59
c) Custo da mercadoria
3.3.1.3.3 Cálculo do Mark-UP Multiplicador
Wernke (2005, p. 154) comenta ainda que, utilizando os mesmo
dados que foram aplicados no Mark-up divisor, poderá ser analisado que
o preço de venda também será o mesmo pelo método do Mark-up
multiplicador, por meio da fórmula:
Mark-up multiplicador =
Mark-up multiplicador =
Mark-up multiplicador =
Preço de venda sugerido = Custo de aquisição do produto x Mark-up
multiplicador
Preço de venda sugerido =
60
61
4 ESTUDO DE CASO: FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NA
EMPRESA GENÉSIO A. MENDES
A pesquisa foi realizada no setor da contabilidade da empresa
Genésio A. Mendes & Cia LTDA, onde foi possível por meio de um
estágio com duração de seis meses, coletarem informações importantes
para a execução da mesma.
Os dados foram coletados por meio de observação na execução
da formação do preço de venda e de pesquisa sobre os assuntos que
fizeram parte do estudo de caso proposto. Também tiveram dados que
foram obtidos por meio de documentos e relatórios disponibilizados pela
empresa.
A formação do preço de venda dos produtos utilizados na
pesquisa foi baseada em operações realizadas como venda interna para o
estado do Rio Grande do Sul. Foram levadas em consideração todas as
informações necessárias para a execução do estudo de caso, sendo
demonstrado passo-a-passo todos os cálculos realizados para se formar o
preço de venda final.
4.1 DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS
Este tópico irá mostrar as informações necessárias sobre os
produtos para poder realizar a primeira etapa na formação do preço de
venda. As informações que constam nesses quadros são o preço de
fábrica, ou seja, o preço em que a empresa comprou o produto, os
impostos que incidem em cada produto, o tipo do produto se supérfluo
ou não supérfluo e a margem do valor agregado, que é um dos valores
importantes que irá auxiliar na formação do ICMS ST.
62
Quadro 1 – Informações de Produtos
Informações dos Produtos
Dados Fralda Shampoo Preservativo
Preço de Indústria 13,93 6,83 9,86
Crédito ICMS 12% 10,74% 0%
Crédito PIS/COFINS 9,25% 0% 9,25%
IPI 0% 0% 0%
Supérfluo Não Sim Não
Margem Desejada 14% 14% 14%
Débito ICMS 17% 25% 0%
Red. Base ICMS Próprio 29,42% 52% 0%
Débito ICMS após Redução 12% 12% 0%
MVA 42,65% 37,93% 0%
Fonte: acadêmico, 2014
Por meio das informações desse quadro será possível demonstrar
como funciona a estrutura de preço utilizada na empresa Genésio A.
Mendes, tendo em vista que esses dados fazem parte do processo de
formação do preço de venda.
4.2 BENEFÍCIOS FISCAIS
Nesse tópico irão ser explicados os benefícios fiscais que a
empresa utilizou em cada produto, com a intenção de diminuir seu preço
de venda.
Quadro 2 – Benefícios Fiscais
Beneficios Fiscais
Descrição Fralda Shampoo Preservativo
Crédito ICMS 12% 10,74% 0%
Crédito PIS/COFINS 9,25% 0% 9,25%
Débito ICMS 17,00% 25% 0,00%
Redução Base ICMS Próprio 29,42% 52% 0%
Débito ICMS após Redução 12% 12% 0%
Supérfluo Não Sim Não
Fonte: acadêmico, 2014
63
O crédito de ICMS teve um benefício para o produto
preservativo, visto que de acordo com o (RICMS/RS, Livro I, Capítulo
IV, Art.9º, Inciso LXXXIV), não se aplica a cobrança de ICMS para
esse grupo de produto.
Já na aplicação do PIS e da COFINS, houve um benefício para o
produto Shampoo, que conforme menciona o a Lei 10.147 de 21
Dezembro de 2000 não à incidência desse tributo para esse grupo de
produto.
Os produtos fralda e shampoo tiveram um benefício em relação à
redução da Base do ICMS Próprio, conforme relata o ( Decreto n°
50441 de 28/06/2013, Art. 1°, Inciso LXVI, letra A e B).
Esse decreto explica que para o produto fralda o débito de ICMS
após a redução é de 12%. Para um melhor entendimento tem-se como
valor do produto 100% menos 29,42% que é a redução de base do ICMS
Próprio, chegasse então a uma base de 70,58% multiplicando esse
percentual pelo 17% que é a alíquota do ICMS aplicados em produtos
não supérfluos, encontrasse o débito de ICMS após a redução que é
igual ao12%.
O mesmo cálculo utilizado para encontrar o débito de ICMS após
a redução é também feito no produto shampoo. Onde 100% menos 52%
que é a redução base do ICMS Próprio é igual a 48% esse percentual
multiplicado por 25% que é a alíquota do ICMS aplicados em produtos
supérfluos, chegasse ao débito de ICMS Próprio após a redução que é
igual a 12%.
4.3 CÁLCULO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO DO PRODUTO
O primeiro passo na estrutura de formação do preço de venda foi
à identificação do preço de fábrica. A seguir será relatado o segundo
passo, que é a identificação do custo de aquisição, onde será
demonstrada a forma que a empresa Genésio A. Mendes utiliza para
identificar esse custo.
64
Quadro 3 – Cálculo do Custo de Aquisição
Cálculo do Custo de Aquisição
Dados Fralda Shampoo Preservativo
Preço de Indústria 13,93 6,83 9,86
- - - -
Crédito ICMS 1,67 0,73 0,00
- - - -
Crédito PIS/COFINS 1,29 0,00 0,91
+ + + +
IPI 0,00 0,00 0,00
= = = =
Custo de Aquisição 10,97 6,1 8,95
Fonte: acadêmico, 2014
Para formar o custo de aquisição do produto fralda, foi necessário
possuir o valor em que o produto foi comprado, no caso acima, o valor
do preço de fábrica foi de R$ 13,93, a seguir foi calculado o valor de
ICMS que foi o preço de indústria R$ 13,93 vezes 12% que é a alíquota
do ICMS cobrado no Rio Grande do Sul, chegando assim a um valor de
R$ 1,67.
Para o cálculo do PIS∕COFINS, foi utilizado o preço de indústria
R$ 13,93 vezes 9,5%, onde 7,6% é a alíquota cobrada pela COFINS e
1,65% é a alíquota do PIS, chegando então a um valor de R$ 1,29.
O valor do custo de aquisição foi o preço de indústria R$ 13,93
menos crédito ICMS R$ 1,67 menos crédito PIS∕COFINS R$ 1,29, custo
de aquisição ficou em R$ 10,97.
Para se chegar ao custo de aquisição do produto shampoo, foi
necessária a obtenção do preço de fábrica, que no quadro acima,
representa o valor de R$ 6,83, posteriormente foi feito o cálculo do
crédito de ICMS, onde foi aplicada a alíquota de 10,74%, com base no
(RICMS/RS, anexo II, capítulo II, letra B nº 2), onde o NBM desse
produto se enquadra no Regulamento citado. Por ser tratar de um
produto enquadrado na lista negativa, não há cobrança de PIS∕COFINS,
conforme menciona a Lei 10.147 de 21 Dezembro de 2000. Sendo assim
o custo de aquisição do produto shampoo foi formado pelo preço fabrica
R$ 6,83 menos crédito de ICMS R$0,73, ficando o valor de R$ 6,10.
O custo de aquisição do produto preservativo foi formado por
meio do preço de fábrica R$ 9,86 menos R$ 0,91 referente a crédito de
65
PIS∕COFINS, onde a alíquota da COFINS foi de 7,6 e a alíquota do PIS
foi de 1,65%, o custo de aquisição desse produto foi de R$ 8,95.
De acordo com (RICMS/RS, Livro I, Capítulo IV, Art.9º, Inciso
LXXXIV), não se aplica a cobrança de ICMS para esse grupo de
produto.
4.4 CÁLCULO DA MARGEM DESEJADA
Seguindo a estrutura utilizada na formação do preço de venda,
será relatada nesse tópico a forma que a empresa encontrou a margem
desejada a ser aplicada nos três produtos apresentados no estudo de
caso.
66
Quadro 4 – DRE Genésio A. Mendes
Fonte: Genésio A. Mendes & Cia LTDA
Para se encontrar a margem desejada a ser aplicada nos produtos,
é necessário conhecer os gastos fixos da empresa.
Baseado na DRE apresentada pela empresa tem-se como a
margem desejada o índice de 14%, sendo encontrado pelo seguinte
cálculo:
67
Soma dos gastos fixos: despesas comerciais, despesas
administrativas, despesas operacionais/logísticas, despesas financeiras,
despesas com depreciações dividido pela receita operacional liquida.
A margem desejada encontrada foi de 10,46%, sendo que a
empresa adotou a margem de 14% para obtenção de um maior lucro.
4.5 CÁLCULO MARK-UP
Esse tópico irá demonstrar que o método do mark-up utilizado no
cálculo dos produtos foi o divisor, lembrando que cada produto teve um
cálculo diferente, já que houve benefícios fiscais em que a empresa se
utilizou para encontrar um melhor valor, que irá beneficiar no cálculo da
formação do preço de venda.
68
Quadro 5 –Cálculo do Mark-UP
Cálculo Mark-UP
Dados Fralda Shampoo Preservativo
1 1 1 1
- - - -
Margem Desejada 14% 14% 14%
- - - -
PIS/COFINS 9,25% 0,00 9,25%
- - - -
Débito ICMS Após Redução 12% 12% 0,00
= = = =
Mark-UP 64,75% 74,00% 76,75%
0,6475 0,7400 0,7675
Fonte: acadêmico, 2014
O cálculo do Mark-up da fralda, foi realizado por meio da
fórmula 1-(debito de ICMS+debito de PIS∕COFINS+margem desejada).
Sendo assim o valor do Mark-up ficou em: 1-(0,12+0,925+0,14),
onde o 1 pertence à fórmula, 0,12 é referente à alíquota de 12% aplicada
nas vendas interna, o valor de 0,925 corresponde a alíquota de
PIS∕COFINS -1,65% e 7,6% respectivamente, o 0,14 se refere a margem
em que a empresa deseja obter nesse produto que é de 14%.
Depois de realizar este cálculo, se obtém o valor do Mark-up em
64,75% ou 0,6475.
Para a formação do Mark-up do produto shampoo, foi praticado a
fórmula básica para obtenção desse valor 1- (débito de ICMS+ débito
PIS∕COFINS+ margem desejada).
Colocando em prática essa fórmula, se obtém os seguintes
valores: 1-(0,12+ 0,00+ 0,14). O número 1 pertence à fórmula do Mark-
up, o valor de 0,12 refere-se à alíquota aplicada nas vendas internas,
conforme trata a Lei 10.147 de 21 Dezembro de 2000 esse produto não
possui cálculo de PIS∕COFINS por se enquadrar na lista negativa de
produtos, por isso o valor ficou de R$ 0,00, já o 0,14que consta na
fórmula pertence a margem desejada pela empresa nesse produto.
Por meio da aplicação dessa fórmula, o valor do Mark-up ficou
em 74% ou 0,7400.
Seguindo a fórmula já utilizada nos produtos anteriores, foi
possível encontrar o Mark-up do preservativo, onde se obteve os
seguintes valores: 1-(0,00+ 0,925+ 0,14).
69
O valor 1 pertence à fórmula praticada, de acordo com o
(RICMS/RS, Livro I, Capítulo IV, Art.9º, Inciso LXXXIV), não se
aplica a cobrança de ICMS para esse grupo de produto, por isso se tem
o valor de R$ 0,00, o valor de 0,925 é referente as alíquotas de
PIS∕COFINS (1,65% e 7,6% respectivamente), e o 0,14 é a margem
desejada pela empresa.
Por meio dos dados apresentados, o valor do Mark-up do
preservativo foi de 76,75% ou 0,7675.
4.6 CÁLCULO PREÇO VENDA SEM ST
O próximo passo a ser seguido na estrutura da formação do preço
de venda, é a formação do preço de venda sem ST. Para encontrar o
preço de venda sem ST, foi necessário encontrar antes o custo de
aquisição e mark-up dos produtos.
Quadro 6 – Cálculo do Preço de Venda sem ST
Cálculo Preço de Venda sem ST
Dados Fralda Shampoo Preservativo
Custo de Aquisição 10,97 6,1 8,95
÷ ÷ ÷ ÷
Mark-UP 0,6475 0,74 0,7675
= = = =
Preço de Venda sem ST 16,94 8,24 11,66
Fonte: acadêmico, 2014
Para se formar o preço de venda dos produtos sem a Substituição
Tributária, foi necessário realizar cálculos, para se encontrar o valor do
custo de aquisição e também do Mark-up.
A forma utilizada para encontrar o preço de venda sem ST é o
custo de aquisição dividido pelo Mark-up, seguindo essas informações
se obteve os seguintes dados: R$ 10,97 dividido por 0,6475 é igual a R$
16,94, ou seja, o preço de venda sem ST da fralda é de R$ 16,94.
Depois de se encontrar os valores de custo de aquisição e do
Mark-up, já se pode realizar o cálculo do preço de venda do produto.
Por meio dos valores obtidos desse produto, se tem o seguinte
cálculo: R$ 6,10 dividido por 0,74 é igual a R$ 8,24, onde R$ 6,10 é o
custo de aquisição e o 0,74 é o Mark-up encontrado logo se obteve o
valor de R$ 8,24 que é o preço venda sem ST do shampoo.
70
O preço de venda sem ST encontrado no preservativo foi feito
por meio da fórmula custo de aquisição dividido pelo Mark-up, onde o
valor do custo de aquisição encontrado foi de R$ 8,95 e o Mark-up de
0,7675, aplicando esses valores na fórmula se obteve o preço de venda
sem ST em R$ 11,66.
4.7 CÁLCULO SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA (ST)
O último passo a ser seguido antes de se chegar ao preço final de
venda é a identificação do ICMS - ST que incide nos produtos. Para
identificar o ICMS-ST é fundamental, realizar outros cálculos como o
cálculo da Base ST, cálculo ICMS Total e o cálculo do crédito de ICMS.
A seguir serão apresentados todos esses cálculos.
Quadro 7 – Cálculo da Base ST
Cálculo Base ST
Dados Fralda Shampoo Preservativo
Preço de Venda sem ST 16,94 8,24 11,66
X x X x
MVA 42,65% 37,93% 0,00
+ + + +
Preço de Venda sem ST 16,94 8,24 11,66
= = = =
Base ST 24,17 11,36 11,66
Fonte: acadêmico, 2014
Por ser um produto que possui substituição tributária, é necessária
a realização desse cálculo, para poder chegar ao preço de venda final.
Por meio da fórmula preço de venda sem ST x MVA (margem do
valor agregado) + preço de venda sem ST, pode se obter o valor base da
ST.
Colocando os valores encontrados nessa fórmula, se tem o seguinte resultado:
71
O valor de R$ 16,94 se refere ao preço de venda sem ST já
encontrado, a MVA de 42,65% foi encontrado no (RICMS/RS,
Apêndice II, Seção III, Item XXII) e o 24,17 é à base da ST do produto
fralda.
Para se encontrar o valor do ICMS ST final, é necessário
encontrar a base da ST.
Para encontrar a base ST é utilizada a fórmula de preço venda
sem ST x MVA+ preço de venda sem ST.
Aplicando os dados encontrados na fórmula, se tem os seguintes
dados:
Sendo o R$ 8,24 o preço de venda sem ST e 37,93% MVA
encontrado no (RICMS/RS, Apêndice II, Seção III, Item XXII) e por
fim 11,36 que é à base da ST do shampoo.
O produto preservativo por ser um produto que não possui
incidência de ICMS, não é necessário fazer o cálculo da base da ST.
Sendo assim o valor continua o mesmo que foi encontrado no cálculo do
preço de venda sem ST, ou seja, R$11,66.
4.7.1 Cálculo ICMS Total
O seguinte cálculo tem por função identificar qual o valor total de
ICMS em que a empresa tem a recolher. Para a realização desse cálculo
foi fundamental encontrar a Base da ST e o débito de ICMS que incide
em cada produto.
Quadro 8 – Cálculo ICMS TOTAL
Cálculo ICMS TOTAL
Dados Fralda Shampoo Preservativo
Base ST 24,17 11,36 11,66
x x x x
Débito ICMS 17% 25% 0%
= = = =
ICMS TOTAL 4,11 2,84 0,00
Fonte: acadêmico, 2014
72
Dando continuidade a estrutura da formação do preço de venda,
se tem o cálculo do ICMS total, que se torna importante para chegar ao
valor do ICMS ST final.
O cálculo feito para se encontrar o ICMS Total é à base da ST x
débito de ICMS. Por meio dos valores encontrados e da fórmula
apresentada, tem-se então o seguinte cálculo:
O valor de 24,17 é o valor encontrado no cálculo da base ST, já o
17% é a alíquota do débito de ICMS que é aplicado a produtos não
supérfluo de acordo com o (RICMS/RS, Livro I, Art.27, Inciso X) e o
4,11 é o ICMS Total da fralda.
Para se achar o valor do ICMS ST final, é importante fazer o
cálculo do ICMS Total. O ICMS Total do produto shampoo foi
realizado da seguinte maneira: o valor base da ST vezes 25% que de
acordo com o (RICMS/RS, Livro I, Art.27, Inciso I), esse percentual é
aplicado aos produtos supérfluos. Sendo assim o valor do ICMS Total
desse produto foi de 2,84.
4.7.2 Cálculo Crédito ICMS
O cálculo do crédito de ICMS é feito para identificar o valor em
que a empresa possui a recuperar. Esse cálculo irá auxiliar na formação
do cálculo de ICMS –ST final.
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Quadro 9 – Cálculo Crédito ICMS
Cálculo Crédito ICMS
Dados Fralda Shampoo Preservativo
Preço de Venda sem ST 16,94 8,24 11,66
X x x x
Débito ICMS Após Redução 12% 12% 0%
= = = =
ICMS Próprio 2,03 0,99 0,00
Fonte: acadêmico, 2014
O cálculo do crédito ICMS do produto fralda foi feito por meio
dos dados já adquiridos e colocados na fórmula, onde o preço de venda
sem ST vezes 12%, que é o débito de ICMS após a redução conforme
relata o (RICMS/RS, Livro I, Inciso LXVI, Letra A), chegando ao
resultado do ICMS Próprio 2,03.
Para realizar o cálculo do ICMS Próprio do shampoo foi
necessária a obtenção de alguns dados que já foram calculados
anteriormente.
Depois de achar esses dados, os mesmos foram colocados na
fórmula do ICMS Próprio, onde preço de venda sem ST vezes 12%, que
é o débito de ICMS após a redução como menciona o (RICMS/RS,
Livro I, Inciso LXVI, Letra B). Sendo assim o ICMS Próprio do
shampoo ficou em R$ 0,99
4.7.3 Cálculo ICMS ST
Para se chegar ao cálculo do ICMS ST, foi importante obter os valores do ICMS que incide em cada produto, tanto a recuperar quanto a
receber. O valor encontrado nesse cálculo integrará diretamente na
formação do preço de venda final, como será demonstrado mais adiante.
74
Quadro 10 – Cálculo ICMS ST
Cálculo ICMS ST
Dados Fralda Shampoo Preservativo
ICMS Total 4,11 2,84 0,00
- - - -
ICMS Próprio 2,03 0,99 0,00
= = = =
ICMS ST 2,08 1,85 0,00
Fonte: acadêmico, 2014
Depois de serem realizados os cálculos de ICMS Total e ICMS
Próprio, pode- se encontrar o valor do ICMS ST. O cálculo básico para
se achar o valor do ICMS ST é igual ao ICMS Total R$ 4,11 menos R$
2,03 do ICMS Próprio, fazendo esse cálculo se chega o valor de R$ 2,08
que é o ICMS ST do produto fralda.
O valor do ICMS ST do shampoo, foi encontrado por meio de
dados já calculados anteriormente, onde foi encontrado o valor de ICMS
Total de R$ 2,84 e o ICMS Próprio de R$ 0,99. Aplicando esses valores
na fórmula para se achar o ICMS ST, se tem o seguinte cálculo R$ 2,84
menos R$ 0,99 que é igual a R$ 1,85, por fim se tem o valor de ICMS
ST do shampoo em R$ 1,85.
4.8 PREÇO FINAL
Depois de seguir todos os passos da estrutura da formação do
preço de venda, tem-se como ultimo cálculo o preço de venda final.
Nesse cálculo será possível observar a importância que os cálculos anteriores tiveram para se chegar até essa etapa.
75
Quadro 11 – Cálculo Preço de Venda Final
Cálculo Preço de Venda Final
Dados Fralda Shampoo Preservativo
Preço de Venda sem ST 16,94 8,24 11,66
+ + + +
ICMS ST 2,08 1,85 0
= = = =
Preço de Venda Final 19,02 10,09 11,66
Fonte: acadêmico, 2014
Para se chegar ao preço final da fralda foi necessário fazer
diversos cálculos, onde foram encontrados os valores corretos para a
realização da fórmula do preço final, onde o preço de venda sem ST R$
16,94 mais R$ 2,08 ICMS ST é igual a R$ 19,02 que é o valor do preço
de venda final da fralda.
de Venda Final = Preço de Venda sem ST + ICMS ST
de Venda Final = R$16,94 + R$ 2,08 = R$ 19,02
Com base em todos os cálculos feitos anteriormente foi possível a
realização do preço de venda final do produto shampoo. Seguindo a
fórmula básica para a obtenção do preço final, se tem os seguintes
valores: preço de venda sem ST R$ 8,24 mais R$ 1,85 de ICMS ST,
encontrando assim o preço de venda final do Shampoo que ficou em R$
10,09
de Venda Final = Preço de Venda sem ST + ICMS ST
de Venda Final = R$ 8,24 + R$ 1,85 = R$ 10,09
Por ser um produto que não possui incidência de ST, não foi
necessário o cálculo dos ICMS. Sendo assim o preço final do
preservativo será de R$11,66, o mesmo já encontrado no preço de venda
sem ST.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido à globalização, o mercado está se tornando cada vez mais
competitivo, com isso as empresas estão tentando buscar seu lugar nesse
novo ambiente, por meio de seus diferenciais, sejam estes em qualidade
nos produtos, preços, ou a junção de ambos que é o que a maioria das
empresas procura atenderem.
Umas das grandes dificuldades que as empresas possuem, é a
definição de seus gastos para a formação do preço de venda, a maioria
dessas não conhece o preço a ser praticado para obtenção de lucro, o que
geralmente fazem é colocar uma margem em cima do valor de compra,
o que de certa forma é uma opção errada, pois é fundamental conhecer
seus gastos, só assim poderá analisar seu lucro real.
A pesquisa teve como objetivo geral a explicação da formação do
preço de venda do grupo de produtos perfumaria da empresa Genésio A.
Mendes Cia Ltda, tendo como fonte de pesquisa três produtos diferentes
que a empresa trabalha. Em um primeiro momento, foi importante obter
um melhor conhecimento da empresa, onde foi possível verificar a
caracterização e a história da empresa, além de conhecer como funciona
sua estrutura organizacional e a descrição de cargos que tem relação
com o tema de pesquisa.
Para alcançar o objetivo geral da pesquisa, seguiu-se uma linha
baseada nos objetivos específicos determinados pelo acadêmico,
facilitando o entendimento do estudo.
A conclusão do primeiro objetivo específico de efetuar a
fundamentação teórica sobre os conceitos referentes ao tema foi
realizada no capítulo 3 (Fundamentação Teórica), com a explicação de
conceitos que são fundamentais para a realização do estudo de caso
proposto. O conhecimento desses conceitos ajudou em uma melhor
elaboração da pesquisa, além de contribuir para um melhor
aprofundamento em diversos assuntos que foram importantes para
atingir o objetivo geral. Dentro desses conceitos pode se destacar como
fonte importante para realização do estudo, a Contabilidade de Custos e
a Formação do Preço de Venda.
O segundo objetivo específico, que foi a descrição das principais estratégias para a formação do preço de venda, foi alcançado no capítulo
4 (Estrutura da Formação do Preço de Venda), onde foram explicadas
todas as estratégias seguidas pela empresa, desde a descrição dos
produtos até o seu preço final. Foi constatado nessa pesquisa, que a
78
empresa conhece e adota estratégias importantes para tornar seu preço
de venda mais atraente no mercado, o que permite considerar que as
informações de custos tiveram uma forte influência na formação de seu
preço. Diante disso, é necessário que a empresa se atente a possíveis
variações no mercado que venham a influenciar nos custos de formação
do preço de venda.
O terceiro objetivo específico - compreender as legislações
vigentes nas operações realizadas pela empresa foi alcançado no
capítulo 3, onde foi essencial o conhecimento sobre os conceitos dos
tributos aplicados na formação do preço e no capítulo 4 (Estrutura da
Formação do Preço de Venda), dentro desse capítulo foi possível
verificar as legislações que a empresa segue para a formação do seu
preço de venda, possibilitando analisar que os conceitos adquiridos
foram importantes para entender melhor o processo de formação do
preço.
Pode-se verificar que os tributos exercem uma grande influência
na formação do preço, por terem um acréscimo no valor da venda dos
produtos. Esses acréscimos se dão pela legislação que existem em nosso
país, a fim de obter uma maior arrecadação, com isso é instituído um
aumento nos impostos, que irá ter um impacto no valor a ser repassado
ao consumidor final.
Foi possível verificar também que a empresa está atenta as
legislações vigentes no mercado, de forma que adotou de benefícios
fiscais concedidos por meio de leis ou decretos, a fim de melhorar seu
preço.
A formação do preço de venda é fundamental para qualquer
empresa, tendo em consideração que a definição dos custos e o
conhecimento das leis são de suma importância para esse processo,
fazendo com que o empresário possa saber o quanto lucrou com a venda
de cada produto.
Pode se dizer que a formação do preço de venda baseada em uma
estrutura adequada, tende a fazer que o negócio seja bem sucedido, visto
que o segmento dessa estrutura possibilitará a empresa saber se é viável
o preço que ela está praticando.Diante desse contexto, tem-se como
pergunta de pesquisa: Como é realizada a formação do preço de venda na empresa Genésio A. Mendes Cia Ltda?
Pode-se concluir que a empresa Genésio A. Mendes, utiliza uma
estrutura adequada para realização de seu Preço de Venda, e que os
responsáveis pela elaboração do preço conhecem as legislações que
79
envolvam diretamente em sua formação. Concluiu-se também que é de
suma importância conhecer os conceitos que fazem parte dessa
formação, visto que esse conhecimento é fundamental para entender o
processo que irá ser realizado.
Este trabalho originou muitos benefícios à empresa no que diz
respeito e também conceitualmente, pois pode ser colocado em prática o
conceito adquirido nas aulas, além de abrir novas oportunidades dentro
da empresa.
Com a experiência conquista na elaboração dessa pesquisa,
analisaram-se algumas áreas importantes a serem trabalhadas dentro da
empresa, como: parte fiscal da contabilidade, gestão de compras e de
vendas.
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