força cortante e momento fletor combinados

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1 Capítulo Terceiro: Efeitos da Força Cortante e Momento Fletor Combinados UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CIV0411 – RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Capítulo Terceiro: Efeitos da Força Cortante e Momento Fletor Combinados 1. Considerações gerais sobre flexão É o tipo de solicitação que ocorre em peças compridas e finas submetidas a cargas transversais A influência do Momento Fletor predomina em relação à influência de qualquer outro tipo de esforço interno que atue na seção reta da peça Numa peça em flexão a tendência de deformabilidade é um encurvamento longitudinal segundo um plano que pode ou não coincidir com o próprio plano de cargas. 2. Vigas 2.1 Definição São peças estruturais lineares que trabalham essencialmente submetidas a cargas transversais. São o exemplo mais típico de peça estrutural solicitada à flexão, de modo que o estudo da solicitação à flexão se confunde com o próprio estudo das vigas.

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Força Cortante e Momento Fletor Combinados

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  • 1Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor CombinadosUNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    CIV0411 RESISTNCIA DOS MATERIAIS I

    Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    1. Consideraes gerais sobre flexo o tipo de solicitao que ocorre em peas compridas e finassubmetidas a cargas transversais A influncia do Momento Fletor predomina em relao influncia dequalquer outro tipo de esforo interno que atue na seo reta da peaNuma pea em flexo a tendncia de deformabilidade umencurvamento longitudinal segundo um plano que pode ou no coincidircom o prprio plano de cargas.2. Vigas2.1 Definio So peas estruturais lineares que trabalham essencialmentesubmetidas a cargas transversais. So o exemplo mais tpico de peaestrutural solicitada flexo, de modo que o estudo da solicitao flexose confunde com o prprio estudo das vigas.

  • 2Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    2.2 Classificao

    Existem dois critrios principais para classificao das vigas1 Critrio: De acordo com a natureza de seus apoios, tem-se:

    I) Vigas simplesmente apoiadas (com ou sem balano) Tem comovnculos um apoio de segundo gnero e outro de primeiro gnero.

    Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    II) Vigas bi-apoiadas (com ou sem balano) Tem como vnculosdois apoios de segundo gnero

    III) Vigas contnuas Seus vnculos correspondem a um apoio desegundo gnero e dois ou mais apoios de primeiro gnero

  • 3Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    IV) Vigas engastadas em balano Apresentam um engaste perfeitoem uma das extremidades e a outra completamente livre

    V) Vigas engastadas numa extremidade e apoiadas num outroponto Apresentam um engaste perfeito numa das extremidades eum apoio de 1 gnero em qualquer ponto.

    Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    VI) Vigas bi-engastadas Apresentam dois engastes perfeitos emsuas extremidades

    2 Critrio: De acordo com a suficincia ou no das equaes deequilbrio esttico para sua resoluo, tem-se:I) Vigas Isostticas: As equaes de equilbrio da esttica sosuficientes para o clculo das reaes.Exemplos: vigas simplesmente apoiadas (com ou sem balano); vigasengastadas em balano.II) Externamente Hiperestticas: As equaes de equilbrio da estticaso em nmero insuficiente para o clculo das reaes.Exemplos: viga contnua; viga engastada e apoiada; viga bi-engastada.

  • 4Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    3. Esforos Internos nas Vigas

    3.1 Natureza dos Esforos Internos Dependendo do tipo e da posio do carregamento externo atuantesobre uma viga, podem atuar nas suas sees retas, qualquer um dosesforos internos existentes: esforo normal, esforo cortante, momentofletor e momento torsor. Para os casos mais comuns, de cargas transversais propriamenteditas situadas sobre um plano longitudinal que contm o prprio eixo daviga, os nicos tipos de esforos internos que atuam em suas seesretas so esforo o cortante e momento fletor. Estes esforosapresentam a seguinte definio: Esforo Cortante: a resultante de todas as foras que se situam deum mesmo lado da seo reta considerada e atuam paralelamente aoplano dessa seo. geralmente representado por Q ou V.

    Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    Momento Fletor: o momento resultante de todas as cargas que sesituam de um mesmo lado da seo reta considerada e que tende a gir-la em torno de um eixo contido no prprio plano da seo. geralmenterepresentado por M ou MF.OBSERVAO:A linha neutra da seo reta de uma pea em flexo o eixo contido noprprio plano dessa seo em torno do qual ela tende a girar por flexo.

    Esse eixo perpendicular ao plano de encurvamento longitudinal da pea(plano de flexo) e, para os casos mais simples de flexo, passa pelocentro geomtrico da seo.

  • 5Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    Utiliza-se a seguinte conveno de sinais para o EC e MF

    Para o EC:

    Para o MF:

    +

    E

    Q

    D

    Q

    -E

    Q

    D

    Q

    +

    E

    M

    D

    M

    -E

    M

    D

    M

    3.2 Clculo de Esforo Cortante e do Momento Fletor

    Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    Para o clculo do Esforo Cortante ou Momento Fletor numa seoreta, procede-se do seguinte modo: Calculam-se as reaes de apoio Prepara-se o diagrama de corpo livre correspondente, colocando as

    reaes de apoio com seus sentidos corretos Calcula-se o esforo cortante ou momento fletor procurado,

    considerando as cargas que se situam de um mesmo lado da seodestacada (no caso das vigas, as cargas que se encontram somente esquerda ou somente direita da seo reta destacada.

    OBSERVAO:Para o clculo do esforo cortante em uma seo reta que ponto deaplicao de fora transversal concentrada, deve-se desmembr-la emduas sees, sendo uma imediatamente esquerda e a outraimediatamente direita, e calcular o esforo cortante nestas duas novassees.

  • 6Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    O mesmo procedimento deve ser obedecido para se calcular omomento fletor em uma seo reta que ponto de aplicao de cargamomento concentrada sobre a viga.

    3.3 Expresso Geral de Correlao entre Esforo Cortante eMomento Fletor

    ( NO QUADRO)

    4 Diagramas dos Esforos Internos

    4.1 Definio

    Os diagramas de esforos internos ou linhas de estado de uma pea estrutural so a representao grfica dos valores de cada tipo de esforo interno em cada seo reta da referida pea.

    Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    4.2 Classificao1 Critrio: Quanto natureza do esforo interno, tem-se: Diagrama de Esforo Normal DEN Diagrama de Esforo Cortante DEC Diagrama de Momento Fletor DMF Diagrama de Momento Torsor DMT2 Critrio: De acordo com a procedncia (ou origem) do valor do esforo interno em considerao para traado do diagrama, pode-se ter: Diagramas Solicitantes So traados a partir dos valores atuantes do esforo interno em estudo sobre cada seo reta de pea, em consequncia das solicitaes externas que a submetem. Esses diagramas dependem, portanto, da natureza do carregamento sobre a pea e da sua situao de vnculos.

  • 7Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    Diagramas Resistentes So traados a partir dos valores resistentes do esforo interno em anlise, apresentados por cada seo reta da pea. O valor resistente, apresentado por uma seo reta de pea para um determinado tipo de esforo interno, significa o maior valor desse esforo que ela pode suportar de modo que as tenses geradas por este esforo, em todos os pontos dessa seo, no ultrapassem os valores admissveis. Para se calcular o valor resistente de um certo esforo interno numa

    seo reta de pea, necessrio conhecer:I) A lei de distribuio ou expresso de clculo das tenses que esse

    esforo interno faz surgir na seo reta da pea.II) As expresses dos valores mximo e mnimo das referidas tensesIII) Os valores admissveis para estas tenses, conforme o material de

    que a pea se constitui

    Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    OBSERVAES:1) Os diagramas resistentes dependem das caractersticas geomtricasda seo reta da pea, das propriedades mecnicas de seu materialconstituinte e da lei de distribuio das tenses que o esforo internoconsiderado faz surgir nos pontos dessa seo.

    2) Para cada pea estrutural em trabalho podem existir quatrodiagramas solicitantes e quatro diagramas resistentes de modo que oequilbrio interno dessa pea s ser possvel se os diagramasresistentes cobrirem inteiramente os diagramas solicitantescorrespondentes

    3) Os diagramas resistentes das peas estruturais so preparados apartir da resistncia dos materiais, enquanto os diagramas solicitantesso fornecidos pela esttica ou hiperesttica em consequncia dascargas externas aplicadas sobre essas peas

  • 8Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    5 Traado dos Diagramas Solicitantes de Esforo Cortante eMomento Fletor

    Para o traado do DEC e DMF solicitantes, utiliza-se o seguinteprocedimento:

    I) Calculam-se as reaes de apoio sobre a vigaII) Prepara-se o DCL a ela correspondente colocando todas as reaes

    com seus sentidos corretosIII) Analisa-se a viga segundo os seus trechos homogneos decarregamento, ou de total descarregamento, e determina-se para cada umdeles as expresses de clculo do Q(x) e do MF(x)

    IV) Calcula-se o valor do EC e do MF nos seguintes tipos de sees:- Sees extremas- Sees dos apoios

    Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    - Sees que so ponto de aplicao de carga externa concentrada- Sees que so ponto inicial ou final de um carregamento distribudo- Sees de transio entre carregamentos distribudos diferentes

    V) Marcam-se os valores obtidos para o EC e o MF em cada uma dassees escolhidas, partindo do eixo da viga e segundo a direoperpendicular a esse eixo, obedecendo para isso as seguintesconvenes:- EC positivo para baixo ou para cima- EC negativo para baixo ou para cima- MF positivo para baixo- MF negativo para cima

  • 9Captulo Terceiro: Efeitos da Fora Cortante e Momento Fletor Combinados

    VI) Ligam-se cada dois valores de sees consecutivas por meio desegmentos de reta que passam a constituir a chamada Linha deFechamento do Diagrama. A linha de fechamento coincidir com aprpria linha do diagrama se no trecho considerado no houver nenhumcarregamento sobre a viga.

    VII) Havendo carregamento em algum trecho da viga, a linha defechamento poder ou no coincidir com a linha do diagrama dessetrecho, dependendo tanto do tipo de diagrama traado quanto danatureza do carregamento no trecho. Quando no coincidir a linha dodiagrama ser obtida por procedimentos que dependem dessas duasltimas caractersticas.

    Exemplo 1( NO QUADRO)