fontes alternativas de calcio e fosforo

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Este artigo foi recebido em 9/4/2007 e aprovado em 25/2/2008. Correspondências devem ser enviadas para [email protected]. Revista Brasileira de Zootecnia © 2008 Sociedade Brasileira de Zootecnia ISSN impresso: 1516-3598 ISSN on-line: 1806-9290 www.sbz.org.br Fontes alternativas de cálcio e fósforo para poedeiras comerciais Humberto Pena Couto 1 , Víctor Libardo Hurtado Nery 2 , José Brandão Fonseca 1 , Julien Chiquieri 3 , Laura Chaffin Rocha Carneiro 4 , Cláudio Teixeira Lombardi 5 1 UENF/CCTA/LZNA, Av. Alberto Lamego, 2000, Campos dos Goytacazes, RJ, CEP: 28013-602. 2 Universidad de los Llanos - Colombia. 3 Doutorando em Produção Animal - UENF. 4 Curso de Graduação em Zootecnia - UENF. 5 Técnico superior do Laboratório de Análises de Alimentos - UENF. RESUMO - Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o fosfato monoamônio (MAP) como fonte de fósforo e o calcário calcítico Paraíso (CP) com mais alto nível de magnésio (1,92%) como fonte de cálcio para poedeiras comerciais. Foram alojadas em gaiolas 280 poedeiras brancas Dekalb durante o período de 46 a 58 semanas de idade. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com quatro tratamentos (fontes de cálcio e fósforo), sete repetições e dez aves por unidade experimental. As fontes de cálcio e fósforo avaliadas foram: FBC/CB - fosfato bicálcico e calcário calcítico Barroso (cinza); FBC/CP - fosfato bicálcico e calcário calcítico Paraíso (branco); MAP/CB - fosfato monoamônio e calcário calcítico Barroso; MAP/CP - fosfato monoamônio e calcário calcítico Paraíso. Foram avaliados a produção, o peso médio e a massa dos ovos, o consumo de ração, a conversão alimentar e o percentual e a espessura da casca. A produção, o peso médio e a massa de ovos melhoraram com a utilização de fosfato monoamônio e ambas as fontes de calcário avaliadas. O consumo de ração aumentou e a conversão alimentar melhorou com a utilização de MAP como fonte de fósforo. O percentual e a espessura de casca dos ovos não foram significativamente influenciados pela fonte de cálcio da dieta, logo, o nível maior de magnésio e a menor granulometria do calcário Paraíso não comprometeram a qualidade da casca dos ovos. Não foram observadas alterações na consistência das fezes e na taxa de mortalidade das poedeiras em produção. A excreção de nitrogênio foi 10% maior nas aves que consumiram o fosfato monoamônio como fonte de fósforo. O fosfato monoamônio pode ser utilizado como fonte alternativa de fósforo em substituição ao fosfato bicálcico. A utilização de calcário Paraíso é tecnicamente viável na alimentação de poedeiras comerciais e não prejudica a produção e a qualidade da casca dos ovos. Palavras-chave: calcário, fosfato monoamônio, qualidade da casca, produção de ovos Alternative sources of calcium and phosphorus for commercial laying hens ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the monoammonium phosphate (MAP) as a source of phosphorus and Paraíso limestone (CP) with higher magnesium levels (1.92%) as a source of calcium for commercial layers. A total of 280 white Dekalb chickens were housed in individual cages during the period from 46 to 58 weeks old. A completely randomized experimental design, with four diets, seven replicates and ten birds per experimental unit were used. The diets were: FBC/CB - dicalcium phosphate and Barroso limestone (gray); FBC/CP - dicalcium phosphate and Paraíso limestone (white); MAP/CB - monoammonium phosphate and Barroso limestone; MAP/CP - monoammonium phosphate and Paraíso limestone. Egg production, mean weight and egg mass; feed intake and feed conversion were evaluate, and also shell percentage and thickness. Egg production, mean egg weight and mass improved with the use MAP with both evaluated limestone. Feed intake and feed conversion improved with utilization of MAP as source of phosphorus. Egg shell percentage and thickness were not affected by calcium source in the diet, hence, the higher level of Mg and finer particles of Paraíso limestone did not impaired egg shell quality. No alterations were observed in feces consistency and survival rate of the layers. The nitrogen excretion was 10% higher for birds that received MAP as a phosphorus source. Monoammonium phosphate could be used as an alternative source of phosphorus replacing dicalcium phosphate; and Paraíso limestone is technically viable for feeding commercial layers without problems for egg production and shell quality. Key Words: egg production, limestone, monoammonium phosphate, shell quality R. Bras. Zootec., v.37, n.8, p.1419-1423, 2008

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  • Este artigo foi recebido em 9/4/2007 e aprovado em 25/2/2008.Correspondncias devem ser enviadas para [email protected].

    Revista Brasileira de Zootecnia 2008 Sociedade Brasileira de ZootecniaISSN impresso: 1516-3598ISSN on-line: 1806-9290www.sbz.org.br

    Fontes alternativas de clcio e fsforo para poedeiras comerciais

    Humberto Pena Couto1, Vctor Libardo Hurtado Nery2, Jos Brando Fonseca1, JulienChiquieri3, Laura Chaffin Rocha Carneiro4, Cludio Teixeira Lombardi5

    1 UENF/CCTA/LZNA, Av. Alberto Lamego, 2000, Campos dos Goytacazes, RJ, CEP: 28013-602.2 Universidad de los Llanos - Colombia.3 Doutorando em Produo Animal - UENF.4 Curso de Graduao em Zootecnia - UENF.5 Tcnico superior do Laboratrio de Anlises de Alimentos - UENF.

    RESUMO - Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o fosfato monoamnio (MAP) como fonte defsforo e o calcrio calctico Paraso (CP) com mais alto nvel de magnsio (1,92%) como fonte de clcio para poedeirascomerciais. Foram alojadas em gaiolas 280 poedeiras brancas Dekalb durante o perodo de 46 a 58 semanas de idade.O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com quatro tratamentos (fontes de clcio e fsforo), seterepeties e dez aves por unidade experimental. As fontes de clcio e fsforo avaliadas foram: FBC/CB - fosfato biclcicoe calcrio calctico Barroso (cinza); FBC/CP - fosfato biclcico e calcrio calctico Paraso (branco); MAP/CB - fosfatomonoamnio e calcrio calctico Barroso; MAP/CP - fosfato monoamnio e calcrio calctico Paraso. Foram avaliadosa produo, o peso mdio e a massa dos ovos, o consumo de rao, a converso alimentar e o percentual e a espessurada casca. A produo, o peso mdio e a massa de ovos melhoraram com a utilizao de fosfato monoamnio e ambasas fontes de calcrio avaliadas. O consumo de rao aumentou e a converso alimentar melhorou com a utilizao deMAP como fonte de fsforo. O percentual e a espessura de casca dos ovos no foram significativamente influenciadospela fonte de clcio da dieta, logo, o nvel maior de magnsio e a menor granulometria do calcrio Paraso nocomprometeram a qualidade da casca dos ovos. No foram observadas alteraes na consistncia das fezes e na taxade mortalidade das poedeiras em produo. A excreo de nitrognio foi 10% maior nas aves que consumiram o fosfatomonoamnio como fonte de fsforo. O fosfato monoamnio pode ser utilizado como fonte alternativa de fsforo emsubstituio ao fosfato biclcico. A utilizao de calcrio Paraso tecnicamente vivel na alimentao de poedeirascomerciais e no prejudica a produo e a qualidade da casca dos ovos.

    Palavras-chave: calcrio, fosfato monoamnio, qualidade da casca, produo de ovos

    Alternative sources of calcium and phosphorus for commercial laying hens

    ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the monoammonium phosphate (MAP) as a source ofphosphorus and Paraso limestone (CP) with higher magnesium levels (1.92%) as a source of calcium for commerciallayers. A total of 280 white Dekalb chickens were housed in individual cages during the period from 46 to 58 weeks old.A completely randomized experimental design, with four diets, seven replicates and ten birds per experimental unit wereused. The diets were: FBC/CB - dicalcium phosphate and Barroso limestone (gray); FBC/CP - dicalcium phosphate andParaso limestone (white); MAP/CB - monoammonium phosphate and Barroso limestone; MAP/CP - monoammoniumphosphate and Paraso limestone. Egg production, mean weight and egg mass; feed intake and feed conversion wereevaluate, and also shell percentage and thickness. Egg production, mean egg weight and mass improved with the use MAPwith both evaluated limestone. Feed intake and feed conversion improved with utilization of MAP as source ofphosphorus. Egg shell percentage and thickness were not affected by calcium source in the diet, hence, the higher levelof Mg and finer particles of Paraso limestone did not impaired egg shell quality. No alterations were observed in fecesconsistency and survival rate of the layers. The nitrogen excretion was 10% higher for birds that received MAP as aphosphorus source. Monoammonium phosphate could be used as an alternative source of phosphorus replacing dicalciumphosphate; and Paraso limestone is technically viable for feeding commercial layers without problems for egg productionand shell quality.

    Key Words: egg production, limestone, monoammonium phosphate, shell quality

    R. Bras. Zootec., v.37, n.8, p.1419-1423, 2008

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    2008 Sociedade Brasileira de Zootecnia

    Introduo

    A produo de ovos comerciais no Brasil uma ativi-dade de grande importncia scio-econmica. Em 2006,considerando apenas as granjas comerciais brasileiras,foram produzidas 20 a 22 bilhes de unidades.

    Existe grande variao na qualidade dos fosfatos utili-zados na nutrio animal. Essa variao pode ser explicadapelos processos de produo, pelas concentraes defsforo (P) e pela composio qumica dos fosfatos (PCSFosfatos do Brasil, 2003). O fosfato biclcico uma fontemineral muito utilizada na nutrio de aves e com bastantepadronizao. O fosfato monoamnio, tambm conhecidocomo MAP, obtido pelo tratamento do cido fosfricocom hidrxido de amnio desfluorizado aps sua extraodos fosfatos de rocha (Veloso,1991).

    Segundo Butolo (2002), para que seja utilizado em suple-mentos minerais e raes, o fsforo tem que se apresentar emforma qumica adequada, ou seja, com alta biodisponibilidade.Contudo, comprovada sua viabilidade zootcnica, a opoentre as diferentes fontes realizada com base no custo porunidade de fsforo biodisponvel, e no na unidade defsforo total. O fosfato monoamnio tem aproximadamente24% de fsforo total, 0,30% de flor e 11% de nitrognio no-protico. A disponibilidade de fsforo desse fosfato emrelao ao biclcico de 95 a 100% (Butolo, 2002), no entanto,as Tabelas brasileiras para aves e sunos (2005) reportamvalor relativo mais elevado, de 108%.

    O calcrio uma rocha sedimentar de origem orgnicacomposta principalmente de carbonato de clcio na formados minerais calcita e aragonita. Em estado puro, o calcriopode ser branco, cinzento, creme ou amarelo (HM MinriosIndustriais, 1999). De acordo com Axe (1989), a solubilidadein vitro dos calcrios, e no sua simples granulometria, o melhor preditor da resposta de aves poedeiras. Zhang &Coon (1997) observaram aumento de reteno de calcrio namoela das aves quando o nvel de clcio da rao foi alto oua solubilidade in vitro do calcrio foi baixa, alm de menorsolubilidade in vivo do clcio quando aumentaram o nvelde clcio na dieta.

    Fassini et al. (2004) relataram que a falta de conhe-cimento das caractersticas fisico-qumicas dos calcriospode ocasionar variao das exigncias nutricionais obtidasem pesquisas cientficas, o que leva muitos nutricionistas utilizao errnea de altos nveis de clcio em raes parapoedeiras comerciais.

    Objetivou-se com este trabalho avaliar o fosfatomonoamnio como fonte alternativa de fsforo e o calcriocalctico Paraso com mais alto teor de magnsio como fontede clcio para poedeiras comerciais na fase de produo.

    Material e Mtodos

    O experimento foi realizado no setor de avicultura daUnidade de Apoio Pesquisa do Laboratrio de Zootecniae Nutrio Animal da Universidade Estadual do NorteFluminense UENF, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro,durante o perodo de junho a agosto de 2006. Utilizaram-se280 poedeiras brancas da linhagem Dekalb provenientes daGranja Planalto, de Uberlndia, Minas Gerais, no perodo de46 a 58 semanas de idade. As aves foram alojadas individu-almente em gaiolas com comedouro tipo calha e bebedourostipo nipple. O perodo experimental foi dividido em trssubperodos de quatro semanas. O programa de luz utilizadoneste perodo foi o de 16 horas de luz constante controladapor um timer digital, de modo que a iluminao foifornecida por lmpadas fluorescentes de 40 watts.

    Avaliaram-se como tratamentos os fosfato biclcico ecalcrio calctico Barroso (FBC/CB); fosfato biclcico ecalcrio calctico Paraso (FBC/CP); fosfato monoamnio ecalcrio calctico Barroso (MAP/CB); fosfato monoamnioe calcrio calctico paraso (MAP/CP).

    As raes experimentais (Tabela 1), todas isonutritivas,continham (por kg) 2.820 kcal de energia metabolizvel;16,5% de protena bruta; 0,62% de metionina+cistinadigestvel; 0,77% de lisina digestvel; 4,2% de clcio e0,42% de fsforo disponvel.

    A composio dos alimentos, exceto a do calcrioParaso (33,8% de Ca e 1,92% de Mg) e do fosfato monoamnio(MAP) (Pec-Fos Cargill) (25% de fsforo disponvel e0,35% de flor), baseou-se nas recomendaes descritasnas tabelas brasileiras de aves e sunos (Rostagno et al.,2005). As exigncias nutricionais e as estimativas deconsumo de rao das poedeiras foram obtidas no manualda linhagem Dekalb.

    O dimetro geomtrico mdio (DGM) e o desvio-padrogeomtrico (DPG) das partculas dos calcrios foramdeterminados utilizando-se a metodologia tradicional deavaliao da granulometria (Butolo, 2002) com peneiras de1,00; 0,50; 0,25; e 0,15 mm. As quantidades retidas naspeneiras foram registradas e os valores foram analisadospelo software Gransuave, desenvolvido pela EMBRAPA-CNPSA, para clculo do DGM e DPG.

    A solubilidade aparente dos calcrios foi avaliadasegundo procedimentos propostos por Zhang & Coon(1997), descritos por Butolo (2002). Os calcrios foramsubmetidos solubilizao em soluo de HCl 0,1N por 24horas e o pH foi medido em quatro tempos (0,5; 1,0; 17,0 e24,0 horas). Os resultados de solubilidade foram obtidoscorrelacionando a variao do pH observado nos tempos ea solubilidade padro proposta pelos autores. Para melhorar

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    Fontes alternativas de clcio e fsforo para poedeiras comerciais

    as estimativas das solubilidades (Y), ajustou-se umaequao quadrtica (Y = 2,0504 + 180,9464X 96,0373X2,R2 = 99,8) com os valores obtidos nas variaes de pH (X).

    A qualidade dos ovos foi avaliada utilizando-se opeso das cascas aps lavagem e secagem em estufa ventiladaa 105C por 24 horas e pesagem em balana de preciso(0,01 g). Posteriormente, o percentual da casca foi calculadoem relao ao peso do ovo (%casca = peso casca / peso ovo 100), conforme proposto por Abdallah et al. (1993). Aespessura da casca foi avaliada em trs pontos eqidistantesda regio equatorial do ovo, utilizando-se um micrmetroexterno da marca Mitutoyo, modelo 103-137 (+/- 0,002 mm).A espessura da casca foi obtida pela mdia de trsmensuraes eqidistantes na regio equatorial do ovo.

    O delineamento experimental foi o inteiramentecasualizado com quatro tratamentos (fontes de fsforo ede clcio), sete repeties e dez aves por unidade expe-rimental. Avaliaram-se a produo de ovos, o peso mdio dosovos, a massa dos ovos (% de produo de ovos pesomdio doso ovos/100), o consumo de rao, a conversoalimentar (kg de rao consumida/kg de ovo produzido),a porcentagem de cascas dos ovos e a espessura da cascados ovos.

    Os resultados foram submetidos a anlises estatsticasutilizando-se o Sistema de Anlises Estatsticas e Genticas SAEG, verso 8.0 (UFV, 1999). As mdias das caracters-ticas avaliadas foram comparadas pelo teste de Tukey a 5%.

    Resultados e Discusso

    Na avaliao da granulometria, os resultados de DGMe DPG obtidos para os calcrios Paraso e Barroso foram: 293mcrons e 1,64; 405 mcrons e 2,38, respectivamente. Oaspecto fsico diferiu entre os calcrios estudados: o calcrioParaso tem colorao branca e granulometria mais fina, comdimetro geomtrico mdio inferior e tamanho das partculasmais uniforme, em decorrncia do menor DPG.

    Resultados de pesquisas (Axe, 1989; Rao & Roland, 1989;Bronner,1993) comprovam a importncia da granulometriado calcrio na alimentao de poedeiras. A granulometriatem efeito na taxa de solubilizao do calcrio durante osprocessos digestivos e sua reteno mais prolongada namoela, o que beneficia a manuteno dos nveis plasmticosde clcio durante o perodo de formao da casca do ovo.Entretanto, este aspecto no foi observado entre os doiscalcrios estudados, pois ambos so de granulometriabaixa e no comprometem a qualidade da casca dos ovos.

    A solubilidade dos calcrios diferiu no tempo avaliado(Tabela 2). O calcrio Paraso foi solubilizado em taxas maiselevadas que as do calcrio Barroso durante as primeirashoras de consumido. A granulometria mais fina, decorrentedo menor dimetro geomtrico mdio, contribuiu muito paraesta rpida solubilidade inicial. Entretanto, com o passar dotempo, a diferena diminuiu at que, s 24 horas ps-ingesto, suas solubilidades se tornaram semelhantes e

    Tabela 1 - Composio das raes experimentais

    Ingrediente (%) Fonte de clcio e fsforo

    FB/CB FB/CP MAP/CB MAP/CP

    Milho 60,286 57,773 58,754 55,940Farelo de soja 25,240 25,690 25,510 26,020Calcrio Barroso 9,700 - 10,850 -Calcrio Paraso - 10,910 - 12,190Fosfato biclcico 1,760 1,770 - -Fosfato monoamnio - - 1,370 1,360leo de soja 2,340 3,180 2,850 3,800DL - metionina (99%) 0,144 0,147 0,146 0,150Sal 0,420 0,420 0,420 0,420Premix mineral/vitamnico1 0,100 0,100 0,100 0,100Antioxidante BHT 0,010 0,010 0,010 0,010

    Composio calculada

    EMAN (kcal/kg) 2.820 2.820 2.820 2.820Protena bruta (%) 16,5 16,5 16,5 16,5Met + cis digestvel (%) 0,62 0,62 0,62 0,62Lisina digestvel (%) 0,77 0,77 0,77 0,77Clcio (%) 4,20 4,20 4,20 4,20Fsforo disponvel (%) 0,42 0,42 0,42 0,42

    FBC/CB fosfato biclcico e calcrio calctico Barroso (cinza); FBC/CP- fosfato biclcico e calcrio calctico Paraso (branco); MAP/CB - fosfato monoamnioe calcrio calctico Barroso; MAP/CP - fosfato monoamnio e calcrio calctico Paraso.1 Polimix PR 101 - FATEC (quantidade/kg): vit. A - 8.000.000 UI; vit. D3 - 2.100.000 UI; vit. E - 700 mg; vit. K - 2.000 mg; vit. B1 - 1.000 mg; vit. B2 -

    3.000 mg; vit. B6 - 700 mg; vit. B12 - 6000 mcg; cido nicotnico - 20000 mg; cido flico - 100 mg; pantotenato de clcio - 10.000 mg; biotina - 10 mg;Cu - 6000 mg; Zn 50.000 mg; Fe - 50.000 mg; I - 1.000 mg; Mn - 55.000 mg; Se - 200 mg; antioxidante - 2.000 mg.

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    tenderam a se igualar nas prximas horas. Esses resultadosdivergem da afirmativa de Rao & Roland (1989) de que asolubilidade aumenta quando o calcrio fornecido empartculas maiores. Zhang & Coon (1997) relataram queocorre aumento de reteno de calcrio na moela das avesquando o nvel de clcio da rao alto, o que pode explicara reduo da solubilidade do calcrio Paraso em relao aocalcrio Barroso no perodo avaliado.

    Segundo Sugahara (1993), o ovo permanece 18 a 20 horasno aparelho reprodutor, no qual ocorre a formao da casca.Como a calcificao ocorre principalmente na segunda meta-de do tempo de permanncia neste rgo (12 a 13 horas), nofoi previsto neste estudo comprometimento da formao dacasca dos ovos pelos calcrios, uma vez que a solubilidade de 40 a 50%, logo, os nveis plasmticos de clcio foramaltos para ambos os calcrios estudados neste perodo.

    A produo, o peso mdio e a massa de ovos foram(P

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    Fontes alternativas de clcio e fsforo para poedeiras comerciais

    o calcrio calctico Paraso no prejudicou a resistncia dascascas dos ovos.

    No foram observadas durante o perodo experimentalfezes liquefeitas ou prejuzos na estrutura esquelticadas aves que possam ser atribudos ao teor de magnsiodo calcrio Paraso (1,92%). As taxas de viabilidade dosovos das aves em produo foram 100; 97,5; 97,5 e 94,5%FBC/CB; FBC/CP; MAP/CB e MAP/CP, respectivamente,o que no comprova qualquer efeito do maior nvel demagnsio sobre a taxa de mortalidade das aves. A utilizaode 12% de calcrio calctico Paraso nas raes experimen-tais, aproximadamente 0,23% Mg (2300 ppm), no foi sufi-ciente para provocar toxidez nas poedeiras. Esse nvel muito inferior s concentraes de 11.200 a 19.600 ppm deMg descritas pelo NRC (1994) como nveis dietticos txicoscapazes de reduzir a produo de ovos.

    Concluses

    O fosfato monoamnio (MAP) pode ser utilizado comofonte alternativa de fsforo em substituio ao fosfatobiclcico. O calcrio Paraso tecnicamente vivel parautilizao na alimentao de poedeiras comerciais, pois noprejudica a produo e a qualidade da casca dos ovos.

    Literatura Citada

    AXE, D. Solubility should be used in selection of limestone product.Feedstuffs , v.61, n.53, p.16-20, 1989.

    BRONNER, F. Nutrient bioavailability with a special reference tocalcium. Journal Nutrition, v.123, n.5, p.797-802, 1993.

    BUTOLO, J.E. Qualidade de ingredientes na alimentao animal.Campinas: Agro Comunicao, 2002. 430p.

    FASSANI, .J.; BETERCHINI, A.G.; KATO, R.K. et al. Composioe solubilidade in vitro de calcrios calcticos de Minas Gerais.Cincias Agrotcnica, v.28, n.4, p.913-918, 2004.

    HM MINRIOS INDUSTRIAIS. Caractersticas de calcrio.Campina Grande: 1999. 5p. (Informativo Industrial, 1).

    NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requirementsof poultry. Washington, D.C.: National Academy Press, 1994.155p.

    PCS BRASIL. Informativo PCS fosfatos do Brasil. N.01/2003.RAO, K.S.; ROLAND, D.A. Influence of dietary calcium level and

    particle size of calcium solubilization by commercial Leghorns.Poultry Science , v.68, n.11, p.1499-1505, 1989.

    ROSTAGNO, H.S. Tabelas brasi leiras para aves e sunos .Composio de al imentos e exigncias nutric ionais .2.ed. Viosa, MG: Editora UFV, 2005. 186p.

    SUGAHARA, M. Fisiologia da postura e metabolismo de clcio.Aves e Ovos, Agosto, p.18-22, 1993.

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSA - UFV. SAEG - Sistema deAnlises Estatsticas e Genticas. Viosa, MG: 1999. (CD-ROM).

    VELOSO, J.A.F. Perspectivas de uso dos fosfatos de rocha nacionaisna alimentao animal. Caderno Tcnico da Escola deVeterinria UFMG, v.6, p.55-84, 1991.

    ZHANG, B.; COON, C.N. The relationship of calcium intake, source,size solubility in vitro and in vivo, and gizzard limestone retentionin laying hens. Poultry Science, v.76, n.12, p.1702-1706, 1997.

    Tabela 4 - Qualidade da casca dos ovos de poedeiras alimentadas com raes com diversas fontes de clcio e fsforo

    Varivel Tratamento

    FB/CB FB/CP MAP/CB MAP/CP CV (%)

    Porcentagem da casca (%) 9,81 9,86 9,79 9,70 4,77Espessura da casca (mcrons) 5.212 5 2 5 5 2 7 5 2 4 4,36

    FBC/CB fosfato biclcico e calcrio calctico Barroso (cinza); FBC/CP- fosfato biclcico e calcrio calctico Paraso (branco); MAP/CB - fosfato monoamnioe calcrio calctico Barroso; MAP/CP - fosfato monoamnio e calcrio calctico Paraso.Mdias seguidas de letras diferentes nas linhas diferem (P