folheto feira do livro - projeto miriele

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Page 1: Folheto Feira do Livro - Projeto Miriele
Page 2: Folheto Feira do Livro - Projeto Miriele

Sabe-se que o que mais os jovens e ado-

lescentes de hoje prezam são as tecnologi-

as: ficam horas a fio vidrados em uma tela

de celular, Smartphone, Iphone ou qualquer

outro phone por aí. Se puder, passam o dia

jogando algum game ou conversando com

os “amigos” virtuais por alguma rede social.

Sem contar

que, hoje em

dia, todo mun-

do é fotógrafo,

graças ao ins-

tagram e ao

snapchat.

Tudo bem

que isso tudo

faz parte da

nossa realida-

de atual, e que

se não soubermos o mínimo para usar essa

ferramentas seremos tachados de antiqua-

dos, caretas, bregas e alienados.

Mas, há de se convir que o mundo é muito

mais do que uma tela limitada a sistemas

operacionais que contêm data de validade.

E quando esse sistema operacional sim-

plesmente nos deixa na mão? Ou quando o

seu celular cai e quebra? Ou a bateria aca-

ba? nosso mundo acaba também? Pois é,

temos que refletir um pouco mais sobre o

que é viver e o que é a vida.

A geração de hoje está deixando passar

muitas alternativas boas, e muitos estão vi-

vendo na solidão.

Idas ao cinema

com um grupo de

amigos é raro de se

ver. Quando querem

assistir a um filme,

vão logo baixando na

internet, porque é

mais rápido e poupa

esforços. Piqueniques

em parques já não se

vê mais. Visitas a mu-

seus pra quê? É só

entrar no site, lá tem tudo o que queremos

e precisamos ver e saber. Pessoas senta-

das na grama lendo um bom livro, isso já se

tornou utópico.

É uma pena, livro é a melhor forma de

“botar” a imaginação e a criatividade para

funcionar!

Page 3: Folheto Feira do Livro - Projeto Miriele

Você está lendo essa frase com muita facilidade, não

é? Mas, você já parou para pensar que ler não é tão fácil

assim?

Ler é uma atividade de total interação entre o texto a

ser lido e o leitor e, como toda atividade, a leitura tam-

bém exige concentração. Tal concentração é necessária

para que se assimilem as palavras expressas no contex-

to, dando um significado ao texto. Sabe-se que esse sig-

nificado não será, necessariamente, o mesmo que o au-

tor almejava ao construir o texto. A criação do significado

depende do conhecimento prévio e também do objetivo

do leitor ao ler tal obra.

Desde os primórdios, a leitura é considerada uma ati-

vidade libertadora, pois quem a tinha a seu alcance

deixava a ignorância para viver na sabedoria.

Um bom exemplo dessa possibilidade de acesso de um

sujeito a um tesouro, como era concebida a leitura na Idade

Média, dá-se em uma das principais obras de Umberto Eco,

chamada O Nome da Rosa. O livro narra a investigação

das mortes de sete monges, que ocorreram a partir da bibli-

oteca do mosteiro italiano. Ao final da obra, o motivo das

mortes é desvendado. Essas aconteceram por intoxicação,

após os monges pegarem nos livros da biblioteca, pois es-

se ato era proibido, uma vez que eles acreditavam que os

livros faziam com que as pessoas “enxergassem” e dei-

xassem de viver na ignorância. Dessa forma, os monges

poderiam desenvolver suas habilidades críticas e, a partir

daí, se oporiam às questões que eles acreditavam não es-

tar de acordo com as leis do mosteiro. O título do romance,

“O nome da rosa”, era uma expressão usada na Idade Mé-

dia para denotar o infinito poder das palavras.

Page 4: Folheto Feira do Livro - Projeto Miriele

Estamos sempre ouvindo discussões à cerca

desse tema: a leitura.

As pessoas mais velhas estão sempre incenti-

vando os jovens a lerem, e os professores, de mo-

do geral, rotineiramente tentam fazer com que seus

alunos leiam, justificando a importância desse hábi-

to em suas vidas.

Será que temos, de fato, conhecimento do por-

quê a leitura tem papel fundamental no nosso coti-

diano? Aqui vão algumas respostas para as nossas

perguntas sem fim.

Ler é tarefa essencial para a construção do co-

nhecimento de mundo e do

autoconhecimento.

Além de um exercício ativo,

que nos faz enxergar com

olhos críticos, é também refle-

xivo, pois nos faz pensar so-

bre o que acabou de ser lido.

De acordo com Paulo Frei-

re, o ato de ler não se esgota

na decodificação pura da pa-

lavra escrita ou da linguagem escrita, mas se ante-

cipa e se alonga na inteligência do mundo.

A leitura tem também papel fundamental no de-

senvolvimento crítico do indivíduo, na independên-

cia e na autoconsciência sobre suas atitudes e pen-

samentos. O ler nos abre portas, as portas do co-

nhecimento, da criatividade e da imaginação.

Em tempos remotos, reservava-se a poucos o

privilégio da leitura, e mesmo depois de alguns

avanços da humanidade, o ato de ler continuava

restrito à elite culta.

O acesso à leitura, hoje, é oferecido a todos, po-

rém, uma minoria se beneficia dele. Mesmo saben-

do que é ela, a leitura, quem propicia o desenvolvi-

mento das potencialidades intelectuais e espirituais.

Lendo, a pessoa amplia o conhecimento de mun-

do, o cultural, expande o vocabulário, desenvolve o

poder de argumentação e de persuasão. Entretan-

to, para que se tenha o hábito da leitura, é preciso

estímulo e motivação desde cedo. Pesquisadores

afirmam que é necessário que todos, desde gover-

nantes até os pais e pedagogos, estejam convenci-

dos da importância que a leitura tem na vida indivi-

dual, social e cultural, se quiserem fazer algo para

contribuir para a melhoria dessa situação. Da mes-

ma forma, é preciso transferir essa convicção aos

que ainda serão inseridos

no mundo das letras para

que já possam adentrar sa-

bendo do significado de tal

hábito, de modo apropriado

à fase do seu desenvolvi-

mento.

Não se pode esquecer

que a leitura por si só não é

tão completa como quando

unida à escrita. O ler e o escrever são atos comple-

mentares: o domínio da escrita só acontece quando

há o hábito da leitura, pois é por meio dela que o

sujeito absorve todo o conhecimento e o armazena

na memória em longo prazo.

Por essas razões, a leitura é uma forma exem-

plar de aprendizagem. Estudos psicológicos revela-

ram que o aprimoramento da capacidade de ler

também redunda no da capacidade do aprender

como um todo, indo muito além da mera recepção.

E podemos ir além afirmando que a leitura pro-

porciona um “arquivo” de informações que promo-

vem e facilitam nossa argumentação tanto na escri-

ta quanto na oralidade.

Page 5: Folheto Feira do Livro - Projeto Miriele

É certo que estamos numa era tecnológi-

ca, e sabemos que os jovens de hoje já

nasceram nessa era. É certo também que é

muito mais fácil e cômodo acessar a inter-

net para ver notícias e informações do que

pegar um jornal de papel. É muito mais rá-

pido enviar um e-mail do que mandar uma

carta. É muito menos cansativo conversar

pelo chat do

que ter que ir

até a casa de

um amigo.

A relação

com os mei-

os tecnológi-

cos nos colo-

cou em uma

zona de con-

forto da qual

não deseja-

mos sair,

mas é inevitável que saiamos se não qui-

sermos continuar a regredir.

A internet é uma ferramenta bastante útil

e está ao nosso alcance para ser usada,

porém, deve ser usada com disciplina. Há

de se ter discernimento para saber o que a

internet pode fazer por nós e o que é dis-

pensável a ela.

Como tudo na vida, o uso da internet tem

seus prós e seus contras. As pessoas que a

usam excessivamente, que acham que tudo

é facilmente trocado pela tecnologia, estão

utilizando-a de maneira equivocada.

Para muitos, a internet é uma ferramenta

fantástica, que cria infinitas possibilidades

de manter o indivíduo conectado com o

mundo. Entre-

tanto, é impor-

tante que as cri-

anças não vejam

a internet como

única fonte para

adquirir informa-

ções e, para que

isso aconteça, é

preciso que haja

a interferência

de terceiros

quando for ne-

cessário.

Atualmente, o computador é visto como

um acessório de grande relevância para o

processo de aprendizagem do indivíduo,

porém, é preciso que não se deixe os livros

de lado, valorizando a abundância de infor-

mações neles contida.

Page 6: Folheto Feira do Livro - Projeto Miriele

O incentivo à leitura deve ocorrer desde os

primeiro anos de vida, mas não basta o incenti-

vo, é preciso que sirvam de exemplo, que as

crianças desejem ser o reflexo dos pais. Para

isso, é imprescindível que o ato de ler já esteja

presente na vida e no lar da família, assim a

criança não verá a leitura como algo obrigatório

e enfadonho. Como já estará familiarizada, verá

a leitura como uma ocupação prazerosa.

Se a família tiver conhecimento das vanta-

gens de se tornar um leitor, e enxergar a leitura

como uma porta que, ao abri-la encontrará um

milhão de possibilidades de crescer socialmen-

te, será muito mais fácil compartilhar esse sen-

timento com a criança e fazer surgir nela um

gosto sincero pelo ato de ler.

Do mesmo modo, na escola, a leitura não

pode ser vista como um objetivo exclusivo e,

muitas vezes, descontextualizado. Ela tem que

ser mantida como parte integrante do currículo

escolar.

Não existe uma forma de incentivar o aluno

à leitura, mas existem várias estratégias que

fazem com que ele tenha vontade de ler:

Ler uma história para os filhos antes de

dormir: não há melhor forma de incentivo à

leitura do que essa. Ler para os filhos e com os

filhos.

Comente sobre livros: não deixe de falar

sobre aquele livro que você leu e amou!

Não impor quantidades de páginas a se-

rem lidas para determinado dia: Para a leitu-

ra ser algo agradável, o indivíduo tem que se

sentir um personagem da história e não ficar

pensando em quantas páginas devem ser lidas.

Esse método frequentemente usado nas esco-

las pode ser um forte elemento para a redução

no número de jovens leitores.

Falar sobre filmes baseados em obras li-

terárias: haverá sempre aquele filme que os

jovens adoram e que foram baseados nos li-

vros, mas que eles desconhecem essa informa-

ção. Sempre que houver a possibilidade, é inte-

ressante comentar sobre isso com eles e dizer

que o livro é sempre muito mais detalhado que

o filme, instigando assim a curiosidade dos jo-

vens pela leitura. Alguns exemplos atuais são:

Harry Potter, Percy Jackson, Jogos Vorazes,

entre outros.

Page 7: Folheto Feira do Livro - Projeto Miriele

Cientes de todos esses aspectos que abran-

gem a leitura e o prazer de ler, os coordenado-

res do Ensino Fundamental II do Colégio Polie-

dro foram em busca de alternativas para moti-

var a leitura, pelo menos dentro do ambiente

escolar. Por meio dessas buscas, conheceram

o projeto Círculos de Leitura.

O projeto consiste em única e basicamente

desenvolver as práticas de leitura em sala de

aula.

Num ambiente em que, cada vez mais, avan-

ça a tecnologia, não podemos deixar que os

alunos esqueçam o quão maravilhosa pode ser

a história de um livro, com suas capas duras e

o cheiro das folhas.

A coordenadora do projeto Círculos de Leitu-

ra, a psicanalista Catalina Pagés, esteve várias

vezes no Colégio, ministrando encontros de ca-

pacitação para que os professores iniciassem

as aulas revigorados pelo poder transformador

das palavras.

No decorrer dos encontros com a coordena-

dora do projeto, recheados com muita leitura

(de livro e de mundo), os professores de Língua

Portuguesa do colégio se viram prontos e desa-

fiados a trazerem os alunos para o mundo fan-

tástico dos contos de fadas, da ficção, dos ro-

mances e outras tramas. Com muita interação

e reflexão, cada um tem o seu momento de

compartilhar ideias, resgatar memórias e, prin-

cipalmente, ouvir. Ouvir o que o outro tem a di-

zer, disponibilizar um momento para interagir

com o grupo.

O objetivo principal é fazer com que o aluno

entenda que, além das vantagens cognitivas,

em que o indivíduo, por meio da leitura, expan-

de o seu conhecimento de mundo, a capacida-

de de interpretação, aumenta o vocabulário,

desenvolve o poder de argumentação etc., a

leitura também proporciona uma autorreflexão.

Quando o aluno se aproxima do personagem é

capaz de se reconhecer nele. A partir daí, pas-

sa a (re)pensar e questionar seus atos e ideais,

podendo mudar sua forma de enxergar os ou-

tros e o mundo, tornando-se um ser humano

melhor.

Page 8: Folheto Feira do Livro - Projeto Miriele

Criação e Conteúdo

Miriele Amorim

Revisão

Profª Girlayne Faria

Editoração e diagramação:

aluno Marcus Nakamura

COLABORAÇÕES