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1 Folhagens, Flores, frutos, tubérculos e raízes venenosos mais comuns Autores: Ricardo Santos Simões Luiz Fernando Portugal Fuchs Leandro Sabará de Mattos

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Folhagens, Flores, frutos,

tubérculos e raízes venenosos

mais comuns

Autores: Ricardo Santos Simões

Luiz Fernando Portugal Fuchs

Leandro Sabará de Mattos

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Introdução 4

Alamanda 6

Antúrio 8

Azaléia 10

Batata 11

Bico de papagaio 14

Broto de bambu 16

Comigo ninguém pode 18

Copo de leite 20

Coroa de cristo 22

Costela de Adão 24

Cróton 25

Dedaleira 27

Espada de São Jorge (santa bárbara) 30

Espirradeira 32

Flor do paraíso (Estrelicia) 34

Folha da Fortuna (Calanchoe) 36

Glicinia 38

Hera 40

Hortência 42

Jasmim manga 44

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Lírio 45

Mamona 47

Mandioca brava 49

Taioba 52

Tinhorão 53

Tomate 56

Trombeteira (Saia branca) 58

Referências 59

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Introdução

É raro encontrar alguém que não goste de plantas, cada pessoa gosta de pelo

menos uma flor, árvore, com suas cores e formatos de preferência. Algumas podem

realmente ser lindas, mas todas desta lista são tóxicas, venenosas e é bem

provável que se entrar em contato ou ingerir, pode levar à morte.

A maioria das plantas apresenta alguma toxicidade, mas a denominação plantas

tóxicas aplica-se aquelas cuja ingestão ou contato provoca sintomas de

intoxicação. Usualmente os botânicos especializados em plantas medicinais

estudam também as plantas tóxicas, já que os princípios ativos são os que

determinam a ação de ambos os tipos, e há plantas medicinais que são tóxicas se

ingeridas em excesso, ou se certas partes da planta forem ingeridas.

Plantas tóxicas são aquelas que produzem toxinas capazes de provocar problemas

de saúde em seres humanos e animais domésticos. Estas substâncias tóxicas

podem estar presentes em todas as partes da planta ou apenas em partes dela

(folhas, frutos, sementes, raízes).

A Fundação Oswaldo Cruz estima que cerca de duas mil pessoas ao ano são

envenenadas por plantas tóxicas no Brasil. Cerca de 60% das vítimas são crianças

com idade inferior a nove anos. De acordo com o Centro de Informações

Toxicológicas de Santa Catarina (CIT/SC), há casos em que a ingestão de uma

pequena quantidade da planta pode levar a morte. No caso de algumas plantas, a

ingestão de apenas duas sementes pode ser fatal. Se uma criança de

aproximadamente 30 quilos comer o equivalente a cinco sementes de Mamona,

pode ter distúrbios cardíacos e vir a óbito.

Para ajudar na prevenção desses acidentes, relacionamos as plantas mais comuns,

que mais causam intoxicação no país.

De acordo com o Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo, a planta que

mais causa intoxicações é a folhagem "comigo-ninguém-pode", cultivada no interior

das casas. Aproximadamente 60% dos casos de envenenamento por plantas

ocorre com crianças de idade inferior a nove anos, segundo dados da Fiocruz.

Assim listamos abaixo algumas medidas que podem ser úteis para a prevenção do

envenenamento por plantas.

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Algumas medidas para evitar o envenenamento. Confira:

- Mantenha as plantas longe do alcance das crianças;

- Ensine as crianças que não se deve colocar plantas na boca;

- Oriente-as a não utilizar plantas como brinquedos (fazer “comidinhas”, “tirar leite”);

- Conheça as plantas que você tem em casa e arredores pelo nome e

características;

- Não coma plantas desconhecidas;

- Não enfeite a casa ou jardim com plantas tóxicas. - Não use remédios caseiros,

feitos de plantas, sem orientação médica;

- Não faça, sem orientação médica, remédios ou chás caseiros preparados com

plantas.

Em caso de intoxicação:

Saiba algumas dicas sobre o que fazer no caso de intoxicação por plantas

venenosas:

1 - Retire da boca cuidadosamente o que restar da planta;

2 - Enxague a boca com água corrente;

3 - Guarde a planta para identificação;

4 - Consulte os Centros de Controle de Intoxicações ou procure um médico;

Em casos de intoxicação, lave com água abundante o local e procure

imediatamente orientação médica. De preferência, leve a planta até a unidade de

saúde para que o profissional a identifique e tome as medidas corretas no

tratamento. Uma recomendação importante é nunca forçar o vômito em caso de

ingestão e não oferecer ao intoxicado nenhum produto sem recomendação médica.

Ligue para o Centro de Controle de Intoxicação mais próximo (existe o

SINITOX, um serviço 24h, público, que dá instruções de como proceder em

caso de intoxicação: 0800 722 6001)

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Alamanda

Nome científico: Allamanda cathartica L.

Nome popular: Alamanda, mata cavalos, lamanda-de-flor-grande, alamanda-

amarela, carolina, dedal-de-dama, orélia.

Parte tóxica: Todas as partes da planta.

Princípio ativo: Presença de Saponinas.

Sintomas: Distúrbios gastrintestinais intensos, desidratação, náuseas, vômitos,

cólicas abdominais e diarreia.

Trepadeira arbustiva de belas flores amarelas muito encontrada por muros e

calçadas, originária da américa do sul, especificamente do Brasil. Usada na

medicina popular por seu violento efeito purgante, a ingestão de suas folhas e

flores, causa desarranjo intestinal que pode inclusive levar a óbito. Como diz, e

bem, a sabedoria popular, “essa flor mata cavalos”. Pertencem à família das

Apocináceas e se caracterizam por serem arbustos escandentes (trepadeiras).

Costuma-se utilizá-la para coroamento de muros. Podem atingir até 5 metros de

altura. Possui folhas verticiladas, oblongas ou ovadas, acuminadas e glabras. As

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flores são amarelas, fasciculadas, axilares e campanuladas. O fruto é do tipo

cápsula bivalve, contendo poucas sementes. Esta é uma planta bastante tóxica, é,

portanto, necessário todo cuidado para cultivá-la. Propagam-se na primavera e

verão e o método ideal é a estaquia de galho. São agrupadas em hastes florais e

sem flores quase o ano inteiro. O amarelo é predominante.

Tratamento: Deve ser iniciado com lavagem gástrica, levando-se em consideração

as propriedades cáusticas do vegetal. As manifestações digestivas exigem apenas

tratamento sintomático, complementado por correção adequada dos distúrbios

hidreletrolíticos, que são complicações relativamente frequentes.

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Antúrio

Nome científico: Anthurium spp

Nome popular: Antúrio, Antúrio-de-flor, Antúlio.

Parte tóxica: Todas as partes da planta.

Princípio ativo: Cristais de Oxalato de Cálcio.

De baixa estatura e folhagem modesta o antúrio é cultivado pela sua beleza

ornamental e é utilizado tradicionalmente na decoração de jardins. Na medicina

popular o antúrio é muito apreciado devido às suas propriedades benéficas no

tratamento de doenças de pele, reumáticas, hemorroidas e contracetivas.

Existem antúrios vermelhos, rosa e brancos e o seu aspeto é exuberante e exótico.

Originária inicialmente da zona tropical da América e frequente nas regiões

temperadas europeias, o antúrio está hoje em dia espalhado um pouco por todo o

mundo. Em Portugal é vulgarmente conhecido pelo nome de “jarro” e é

comercializado principalmente pelo seu valor estético. Apesar do aspeto elegante,

o antúrio é uma planta muito venenosa com a qual se deve ter cuidado,

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especialmente em casas onde existam crianças e animais de estimação. Toda esta

planta é tóxica quando ingerida devido à presença de oxalato de cálcio, um

composto químico que apresenta cristais capazes de perfurar os tecidos da região

do pescoço, impedindo a passagem de ar e levando até à morte por asfixia.

Os sintomas da intoxicação por oxalato de cálcio incluem manifestações como

vómitos, lesões na cavidade bocal, faringe e laringe, dores fortes ao engolir,

inchaços e sensação de asfixia.

O tratamento inicial pode ser feito com medicação sintomática e através da

ingestão de leite e água, sendo necessária uma ida urgente ao hospital.

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Azaléia

Nome científico: Rhododendron spp

Princípio ativo: Grayanotoxina

A Azaleia é uma planta da família de Rododendro. Existem mais de 1.000 espécies

de rododendros e a Azaleia é a mais conhecida e difundida. Estas plantas contêm

a substância grayanotoxina que afetam a função dos músculos esqueléticos e

cardíacos (do coração). Todas as partes da planta são consideradas tóxicas e a

ingestão pode resultar em envenenamento. Causa depressão do sistema nervoso

central (SNC) e respiratório. Quando ingeridos, os sinais clínicos mais comuns são

os gastrointestinais, cardiovasculares e do sistema nervoso central.

O tratamento é sintomático para o controle dos sinais clínicos apresentados como

vômitos e diarreia além de monitorar as possíveis arritmias.

Sintomas da intoxicação: vômitos prolongados, arritmias, convulsões, ataxia

(perda do controle muscular durante movimentos voluntários, como andar ou pegar

objetos), fraqueza, depressão e morte.

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Batata

Fig. Notar batas saudáveis (claras) e batatas com solanina (parte esverdeada) e a

região dos brotos. Para consumir deve-se retirar a porção esverdeada assim com

a região dos brotos pois este glicoalcalóide fica retido entre a casca e o resto da

batata.

Nome científico: Solanum tuberosum

Nome popular: Batata, batata inglesa

Partes tóxicas: Os glicoalcalóides das solanáceas são produzidos em quase todas

as partes das respectivas plantas, tais como as raízes, os tubérculos, os rebentos

(brotos ou grelos), e as folhas. Na batata (tubérculo), os que estiverem murchos,

de cor esverdeada ou com pontos pretos, tendem a apresentar níveis mais

elevados de solanina e de glicoalcalóides, por isso devem ser evitados. A solanina

encontra-se entre a casca e o miolo dos tubérculos. Quanto mais velhas forem as

batatas menor será a concentração de solanina;

Quando você ver alguma batata verde não pense que ela está verde porque ainda

não ficou madura. Ela verde indica que não se deve comê-la, pois a batata contém

solanina, um glicoalcalóide venenoso que possui um gosto amargo que pode

causar cólicas, diarréia, arritmia cardíaca, vômitos.

A batata é proveniente da Cordilheira dos Andes, próximo ao Lago Titicaca, e foi

levada a outras regiões do mundo por colonizadores europeus. Atualmente são

cultivadas milhares de variedades da espécie em todos os continentes e está

inserida como um alimento fundamental na cultura mundial. A relação da batata

com a batata-doce é bem pequena porque os vegetais não compartilham do mesmo

gênero ou família, fazendo parte apenas da mesma ordem.

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A espécie começou a ser cultivada por civilizações andinas há cerca de oito mil

anos e o cultivo foi aperfeiçoado pelos Incas, que utilizavam, inclusive, técnicas de

irrigação. Os espanhóis introduziram, no século XVI, a espécie na Europa, e se

tornou um alimento fundamental no continente. Entretanto a grande dependência

da batata fez com que o ataque de pragas que devastam as plantações causasse

a morte de milhões de pessoas que tinham a batata como principal alimento, tal

como aconteceu na Irlanda em 1845. Atualmente, o tubérculo é o quarto alimento

mais consumido do mundo, com milhares de variedades de diferentes cores,

sabores e tamanhos que são utilizadas em receitas no mundo todo. O maior

produtor mundial é a China, cuja produção em conjunto com a da Índia corresponde

a mais de um terço da produção mundial.

Como parte da defesa natural das plantas contra fungos e insetos, a planta possui

altos níveis de componentes tóxicos chamados glicoalcalóides (geralmente

solanina e chaconina). Geralmente esses compostos são encontrados em níveis

baixos no tubérculo, e estão localizados somente pouco abaixo da pele, assim deve

ser evitado comer a casca.

Mecanismo de ação: A inibição da enzima aceticolinesterase resulta na

acumulação de acetilcolina, ocorrendo depressão do sistema nervoso central

(SNC) devido à diminuição da transmissão neuronal, assim como paragem

respiratória e perda da função cardíaca por fibrilhação ventricular.

A solanina só faz mal se ingerida em grandes quantidades, se você comprar uma

batata com algumas partes verdes, seria prudente cortar fora e descartar as partes

verdes, pois, prevenir é melhor remediar. Como a solanina fica concentrada

próxima a superfície, você pode livrar-se dela descascando a batata sem dó.

Batatas enrugadas ou esponjosas também possuem solanina, desta forma se

puder evitar comprá-las melhor. Brotos de batata também são ricos em solanina,

principalmente quando começam a ficar verdes.

Batatas conservam-se melhor em locais escuros, secos e frescos, mas não frio

demais como em geladeiras, se armazenadas na geladeira elas também produzem

a bendita da solanina. No frio elas convertem parte de seu amido em açúcar, que

produz um açucarado peculiar e faz com que fiquem marrons ao serem fritas.

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Em fase de brotamento, isto é, quando está brotando, a batata também é tóxica. A

solanina é tóxica para o organismo humano e não é destruída por processos como

o cozimento.

Sintomas resumidos de intoxicação: Parada respiratória e perda da função

cardíaca por fibrilação ventricular; perda de consciência, com olhar fixo, pupilas

dilatadas e visão turva; ansiedade; dificuldade de movimentação da língua e de

articulação de palavras, com produção excessiva de saliva; vómitos e diarreia com

tenesmo; cólicas abdominais, cólicas intestinais e possibilidade de evolução para

tumor ou de evolução para câncer do cólon ou do útero; respiração rápida e

irregular, frequentemente suprimida, geralmente curta incompleta e difícil; pulso

radial (à palpação) fraco, pouco perceptível e rápido; câimbras nos membros com

contrações espasmódicas nos dedos; rigidez generalizada, tosse, cansaço e

fadiga; pele pálida; suores frios e extremidades frias.

Tratamento: 1 - Diminuição da exposição do organismo ao tóxico - Nos casos de

intoxicação aguda, geralmente é porque ocorreu ingestão da planta ou de alguma

parte dela, o procedimento mais importante é o esvaziamento gástrico, através da

indução do vómito usando xarope de ipecacuana ou por lavagem gástrica, seguida

da administração de purgantes salinos e carvão ativado; 2 - O aumento da

eliminação do tóxico já absorvido - É um importante procedimento para o

tratamento de intoxicações de outros tipos, são usadas medidas depuradoras

renais ou extra-renais, visam mais ao tratamento das graves complicações

hepáticas ou renais. 3 - Administração de antídotos - Fisostigmina ou eserina

(Antilirium®, Anticholium®): é o antídoto específico da solanina e dos alcalóides

tropánicos. Deve-se utilizar nas formas mais graves de intoxicação, com presença

de coma, agressividade ou convulsões, taquicardia e hipertensão.

Para manter a concentração de glicoalcaloides baixa, é necessária a

conservação em um ambiente escuro e fresco. Caso contrário, a batata torna-

se esverdeada por causa do aumento da clorofila, que indica níveis mais altos

de solanina e chaconina. Esses compostos não são destruídos com o

cozimento e por isso é essencial a remoção das áreas esverdeadas e remoção

da pele antes do cozimento para assegurar a ingestão segura do alimento.

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Bico de papagaio

Nome científico: Euphorbia pulcherrima Willd.

Nome popular: bico de papagaio, rabo-de-arara, papagaio.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Princípio ativo: Látex Irritante

O Bico de papagaio, também conhecido como Poinsétia, é uma planta que produz

uma seiva leitosa venenosa e, por isso, deve-se evitar entrar em contato direto ou

ingerir qualquer das suas partes. Ao entrar em contato com a pele, esse suco

branco ou transparente pode causar queimaduras e irritações (dependendo da

quantidade e da espécie da planta). A ingestão provoca intoxicação grave. Se tiver

filhos pequenos, certifique-se de que esta planta não esteja ao alcance deles. Se

isso for impossível, dê de presente para alguém sem filhos e sem animais de

estimação.

Sintomas: Irritação da pele, com o aparecimento de bolhas avermelhadas,

pequenas elevações da pele com pus, coceira e dor semelhante a queimadura. Por

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ingestão, pode surgir excesso de saliva, dificuldade em engolir, inchaço dos lábios

e língua, enjoos e vômitos.

Tratamento: Lesões de pele: cuidados higiênicos, lavagem com permanganato

de potássio 1:10.000, pomadas de corticoides e remédios anti-histamínicos via oral.

Ingestão: Evitar esvaziamento gástrico (vômitos) e o tratamento pode ser com

analgésicos e antiespasmódicos. Alimentos protetores da mucosa gastrointestinal

(leite, óleo de oliva). Casos graves: corticóides. Contato ocular: lavagem com

água corrente, colírios antissépticos, avaliação oftalmológica.

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Broto de bambu

Nome científico: Dendrocalamus latiflorus

Princípio ativo: Glicosídios Cianogênicos

Os brotos de bambu são consumidos em muitos países asiáticos, como China,

Coréia, Japão, Taiwan, Tailândia, Filipinas, Indonésia, Nepal e Índia. Pode-se

encontrar evidências na velha literatura chinesa, que remonta à dinastia Tang (618

AD-907 dC), sobre os benefícios de comer brotos de bambu. Este foi talvez o

primeiro registro escrito sobre brotos de bambu na história humana. Outra

importante escritura que remonta à dinastia Ming (1368 dC a 1644 dC) também

mencionou os benefícios medicinais de brotos de bambu. Há muitas espécies de

bambu que brotam os rebentos, mas apenas um punhado delas são realmente

cultivada e consumida.

A maioria das espécies possuem brotos comestíveis, entretanto as recomendáveis

são as variedades Dendrocalamus latiflorus (Bambu Chinês), D. asper, D.

giganteus (Bambu Gigante), Phylloslaces bambusoides, Bambusa tuldoides.

Os brotos de bambu frescos, podem durar até duas semanas quando refrigerado

adequadamente e longe da luz solar ou então os brotos irão desenvolver um sabor

amargo. Recomenda-se cozinhá-los tão rapidamente quanto possível. No entanto,

antes de cozinhar brotos de bambu fresco, é altamente recomendável fervê-los

parcial ou mergulha-los em água durante uma noite, pois a maioria contem cianeto,

que é eliminado por qualquer um destes processos.

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Todos os brotos de bambus são comestíveis, mas só mesmo japoneses e chineses

para dizerem quais são os melhores, os menos amargos. Nunca experimente

pedaços crus, pois o certo é nunca o comer cru, pois os brotos contêm um princípio

tóxico cianogênico chamado taxifilina - que dá origem, por hidrólise, ao ácido

cianídrico entre outros compostos. Alguns têm mais que outros e parece que a

concentração é diretamente ao grau de amargor. Uma cocção em água por 20

minutos, no entanto, é suficiente para eliminá-lo.

Quadro Clínico: Liberam ácido cianídrico causando anóxia celular. Distúrbios

gastrointestinais: náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, acidose

metabólica, hálito de amêndoas amargas. Distúrbios neurológicos: sonolência,

torpor, convulsões e coma. Crise típica: opistótono, trismas e midríase. Distúrbios

respiratórios: dispnéia, apnéia, secreções, cianose, distúrbios cárdiocirculatórios.

Hipotensão na fase final. Sangue vermelho rutilante.

Tratamento: Tratamento precoce. Exames laboratoriais para detecção de

tiocianatos na saliva ou cianeto no sangue. Nitrito de Amila por via inalatória 30seg

a cada 2min: formação de cianometahemoglobina (atóxica). Nitrito de Sódio 3% -

10ml EV (adultos), se necessário tratar com Azul de Metileno + Vit C. Hipossulfito

de Sódio 25% - 25 a 50ml EV (adultos), 1ml/Kg (crianças). Dão origem a

tiocianatos.O2.Hidroxicobalamina 15000mcg EV-formação de ciano-Cobalamina

(atóxica). Esvaziamento gástrico.

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Comigo-ninguém-pode

Nome científico: Dieffenbachia picta

Nome popular: aninga-do-Pará.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Princípio ativo: Oxalato de Cálcio, saponinas.

Planta folhosa da família das Aráceas, como o Tinhorão e a Costela-de-Adão. Tem

folhas verde-claro raiadas de branco, em bonitos padrões e, é planta de meia

sombra. A tradição cultural brasileira diz que esta é uma planta de proteção

energética, razão pela qual se encontra em muitas casas, tanto na área externa

quanto dentro.

Sem dúvidas, o comigo-ninguém-pode é uma das plantas responsáveis pelos

maiores casos de intoxicação. Essa planta possui oxalato de cálcio, uma substância

que causa irritação mecânica e que está presente na forma de cristais com formato

de agulha denominados de ráfides. Essa planta, ao ser ingerida, desencadeia

queimação, inchaço na boca, língua, palato e faringe, dificuldade para engolir,

salivação abundante, vômitos, enjoos, cólicas abdominais, diarreia, entre outros

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sintomas. O problema maior está no fato de que a planta, por causar inchaço, pode

causar asfixia. Vale destacar que, caso ocorra contato com os olhos, pode haver

irritação, lacrimejamento e inchaço. Cultivada dentro de casa, essa plantinha é tida

como amuleto contra o mau-olhado. Nos Estados Unidos, ela é conhecida como

“cana de mudo”, já que o inchaço impede a pessoa de falar até que a inflamação

melhore.

Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). Dor em

queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe. salivação

abundante (sialorréia), disfagia, asfixia. Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e

diarréia. Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia.

Lacrimejamento e lesão da córnea

Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese.

Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva,

bochechos com hidróxido de alumínio), Analgésicos e antiespasmódicos.Anti-

histamínicos. Corticóides em casos graves. Contato ocular: Lavagem demorada

com água corrente, colírios antissépticos. Oftalmologista.

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Copo-de-leite

Nome científico: Zantedeschia aethiopica Spreng

Nome popular: copo-de-leite.

Parte tóxica: todas as partes da planta

Princípio ativo: oxalato de cálcio.

Arbustiva, resiste bem às variações de temperatura, mas em vaso deve se manter

em terra sempre úmida. Esta planta dá flores na primavera, de cores variadas,

branco, rosa, amarelo, vermelho e roxo, muito bonitas. Quando cortadas, são muito

boas para arranjos internos, duradouras, em vasos de água. Esta planta é tóxica

por seu conteúdo de oxalato de cálcio.

Sintomatologia: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação

(dor em queimação), edema (inchaço) de lábios, boca, palato, faringe e língua,

náuseas, vômitos, diarreia, salivação abundante (sialorréia), dificuldade de engolir

e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação (fotofobia) e lesão da

córnea.

Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese.

Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva,

bochechos com hidróxido de alumínio), Analgésicos e antiespasmódicos. Anti-

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histamínicos. Corticóides em casos graves. Contato ocular: Lavagem demorada

com água corrente, colírios antissépticos. Oftalmologista.

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Coroa-de-Cristo

Fig. Cerca viva de coroa de cristo e detalhe de suas flores.

Nome científico: Euphorbia millii)

Nome popular: coroa-de-cristo.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Princípio ativo: Látex Irritante

Arbustiva espinhosa, com pequeninas flores vermelhas em grossos galhos que

mais parecem arame farpado, tem que ser contida por podas frequentes para que

não ocupe todo o espaço à volta por sua agressividade. É planta leitosa que causa

irritação de pele e mucosas e, as feridas causadas por seus espinhos são

profundas e de difícil cicatrização. Também utilizada para ornamentação, essa

planta é muito encontrada em cercas vivas. Além dos espinhos, a planta possui

uma seiva leitosa que serve como defesa do vegetal.

Quadro Clínico: Irritação de pele e mucosas com hiperemia ou vesículas e bolhas;

pústulas, prurido, dor em queimação. Quando em contato com a pele, o látex pode

causar irritação e até mesmo o surgimento de bolhas.

Ingestão: lesão irritativa, sialorréia, disfagia, edema de lábios e língua, dor em

queimação, náuseas, vômitos.

Contato ocular: Conjuntivite (processos inflamatórios), lesões de córnea., perda

da visão

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Tratamento: Lesões de pele: cuidados higiênicos, lavagem com permanganato de

potássio 1:10.000, pomadas decorticóides, anti-histamínicos VO Ingestão: Evitar

esvaziamento gástrico. Analgésicos e antiespasmódicos. Protetores de mucosa

(leite, óleo de oliva). Casos graves: corticóides. Contato ocular: lavagem com água

corrente, colírios antissépticos, avaliação oftalmológica.

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Costela-de-Adão

Nome científico: Monstera deliciosa

Parte tóxica: toda a planta

Toxicidade: oxalato de cálcio

Possui grandes folhas furadas, que contém oxalato de cálcio, daí sua toxicidade. É

cultivada como ornamental e muito usada em locais de sombreamento. Suas flores

são claras, cor de creme, e muito odoríferas, e seu fruto é comestível. Porém,

cuidado, é uma planta da família das Aráceas, por tanto, perigosa ao ser comida.

Sintomas da intoxicação: salivação, prurido (coceira) intenso na face, edema na

região da face, vômitos, paralisia de língua.

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Cróton

Nome científico: Codiaeum variegatum

Nome popular: Cróton, Folha-imperial, Louro-variegado.

Princípio ativo: Alcaloide crotina.

Parte tóxica: Principalmente as sementes, toda a planta é tóxica. Bastam cinco

para matar um homem de 80 Kg.

O cróton é uma planta arbustiva de folhagem muito exuberante. Ele apresenta caule

de textura semi-lenhosa a lenhosa e seiva leitosa tóxica. Suas folhas são coriáceas

e brilhantes e podem ser afiladas, lobadas, ovaladas ou retorcidas, de tamanhos

variados. No entanto o que mais chama a atenção nesta planta é o colorido de suas

folhas, que se mostram mescladas de vermelho, roxo, rosa, branco, amarelo, verde

ou laranja, nas mais variadas combinações.

As manchas coloridas podem ser simplesmente pintalgadas, ou cobrirem as

bordas, o centro e as nervuras das folhas. O porte do cróton pode alcançar 2-3

metros de altura. As flores têm pouca importância ornamental. As variedades são

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muitas, e as mais conhecidas são a ‘Spirale’, a ‘Andreanum’, a ‘Majesticum’, a

‘Aureo-maculatum’, a ‘Sanderi’, a ‘Angustissimum’, a ‘Aucubifolium’, a ‘Interruptum’

e a ‘Weismannii’. A escolha da variedade vai depender do gosto do cliente e das

qualidades paisagísticas de cada uma.

O Cróton Variegado se caracteriza por ser uma planta tóxica. As suas sementes

possuem alto nível de toxicidade, enquanto que o caule, as raízes e as folhas

possuem um nível menor de toxicidade, contudo, é recomendado que sempre que

for manipular esta espécie vegetal, a pessoa faça uso de luvas, pois além de ser

tóxica a seiva emitida pela planta pode causar irritações na pele das pessoas.

Como a planta é tóxica, deve ser evitada a sua colocação em ambientes que tenha

o trânsito constante de crianças, como forma de evitar acidentes.

Sintomas: inflamação violenta da mucosa intestinal, vômitos, debilidade e morte.

Opressão e dificuldade de epigastria, insônia, violenta palpitação do coração, dor

de cabeça, confusão de ideias, pulso irregular. Na pele aparecem pústulas

vermelhas. Eczema e irritação da boca.

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Dedaleira

Nome científico: Digitalis purpúrea L.

Nome popular: Dedaleira, digital, campainha

Parte tóxica: Folha e Flor

Princípio Ativo: Glicosídeos Cardiotóxicos

As folhas da dedaleira contêm uma alta concentração de digitalina, uma substância

que atua no coração, desregulando o batimento. Dela se extrai o princípio ativo da

digitalina, um fármaco indicado no tratamento da insuficiência cardíaca. Seus

poderes já eram bem conhecidos na antiguidade e hoje está inserida no elenco das

plantas medicinais espontâneas. Mas é preciso evitar a ingestão das flores

selvagens: essa flor pode provocar problemas cardíacos, além de náusea, vômito,

contrações estomacais. No caso de intoxicação, esses sintomas tendem a se

agravar. A digitoxina, um dos glicosídeos ativos da digital é também uma boa aliada

da medicina.

Sintomas: náuseas, vômitos, dor de barriga forte, diarreia, tonturas, dor de cabeça,

diminuição dos batimentos cardíacos e redução acentuada da pressão arterial.

Ingestão: dor/queimação, sialorréia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais,

diarreia. Manifestações neurológicas com cefaléia, tonturas, confusão mental e

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distúrbios visuais. Distúrbios cardiovasculares: arritmias, bradicardia, hipotensão.

Contato ocular: fotofobia, congestão conjuntival, lacrimejamento.

Tratamento: deve ser iniciado no hospital com antirrítimicos, antiespasmódicos e

analgésicos receitados por um médico, com atenção especial aos distúrbios

hidroeletrolíticos. No caso de contato com os olhos, deve-se lavar com muita água

corrente, colírios antissépticos, analgésicos e avaliação oftalmológica consultar um

oftalmologista para aplicar pomadas anti-sépticas adequadas.

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Espada-de-são-jorge

Fig. Espada de São Jorge, Espada de Santa Bárbara (diferenças entre as

folhas) e Lança de São Jorge

Nome científico: Sansevieria trifasciata

Nome popular: Espada-de-são-jorge, Língua-de-sogra, Rabo-de-lagarto,

Sansevéria.

Parte tóxica: Todas as partes da planta.

Princípio ativo: Saponinas e ácidos orgânicos.

Planta perene, oriunda da África, com caule rizomatoso, com cerca de 20 cm. de

altura. Folhas curtas coriáceas espessas, dispostas em rosetas na cor verde, com

faixas irregulares transversais verde-acinzentadas. Flores pequenas e

esbranquiçadas e perfumada numa haste alongada. É uma planta herbácea

altamente tóxica, podendo matar se sua seiva entrar em contato com a corrente

sanguínea. É de origem africana e usada em cultos afro-brasileiros, chamada de

espada-de--ogum (quando inteiramente verde) ou espada-de-ossose (quando tiver

bordas amarelas).

Existem vários tipos de Espada-de-São-Jorge podem ser abrangidos largamente

em 140 espécies distintas, existem três apresentações particulares da planta, as

quais são popularmente cultivadas e associadas à Ogum, São Jorge, Santa

Bárbara e Iansã em rituais diversos.

Em sua morfologia, a planta é diferenciada por dois tipos: as espécies de folhas

duras e suculentas, e aquelas de folhas moles e mal adaptadas às condições de

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severas estiagens. Entretanto, todas se assemelham e geralmente nascem em um

formato rosáceo, crescendo em suas “espadas” lentamente, mas podem dividir

opiniões e crenças; veja como essa separação acontece.

Espada-de-São-Jorge: normalmente, para os mais leigos no assunto, todas as

demais espécies costumam levar o nome de São Jorge, já que as diferenças

morfológicas costumam ser mínimas. Na umbanda e no candomblé, a planta está

atrelada aos poderes de Ogum, o orixá da guerra, da coragem, além de protetor

das casas e dos templos. Morfologicamente, essa Espada tem aspecto verde por

completo, dando espaço apenas para manchas em diversas tonalidades da cor ao

longo de toda sua extensão.

Espada-de-Santa-Bárbara: também conhecida como Espada de Iansã, por

praticantes do candomblé e umbanda, a Espada-de-Santa-Bárbara é outra variação

da planta, que muitas vezes é utilizada em rituais com finalidades muito

semelhantes. No catolicismo, Santa Bárbara tem como atribuição a proteção contra

a ação de raios, trovões e tempestades; já Iansã, a orixá sincretizada, atua sobre

os ventos, bem como consequências do mal tempo, assim como Bárbara. Em

adição, Iansã é conhecida pela sua garra e capacidade de reger o espírito dos

mortos. Em sua morfologia, suas folhas são exatamente iguais à de Jorge, com a

sutil diferença que suas bordas são amarelas, desde a raiz às suas pontas.

Lança-de-São-Jorge: Novamente falando sobre São Jorge e Ogum, a Lança é

mais um dos tipos de Espada-de-São-Jorge, por assim dizer.Sansevieria

Cylindrica, como é cientificamente chamada, pertence à família das sansevierias,

mas ao contrário das demais, possui realmente um aspecto pontudo de lança, já

que as folhagens são fechadas, em formato cilíndrico.

Sintomas: Apresenta baixa toxicidade se ingerida (apenas salivação excessiva).

Em contato com a pele causa pequena irritação.

Tratamento: Protetores de mucosas (Leite, azeite de oliva)

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Espirradeira

Nome científico: Nerium oleander L.

Nome popular: oleandro, espirradeira, louro rosa.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Princípio ativo: glicosídeos cardiotóxicos.

Esta planta é arbustiva de porte médio, que floresce profusamente, em cores que

vão do branco ao rosa-lilás, muito usada nas calçadas e quintais, por sua beleza é

muito utilizada para ornamentação, é altamente tóxica. No entanto, aos alérgicos

esta planta é profundamente tóxica, basta passar perto para que se desencadeiem

crises de rinite ou casos de asma. Ela possui componentes conhecidos como

glicosídeos cardiotóxicos que causam intoxicação. Essa intoxicação envolve

problemas neurológicos, tais como dor de cabeça, tontura e confusão mental, e até

mesmo cardíacos, como arritmias e bradicardias. Além disso, sua ingestão pode

causar cólicas, diarreia, náusea e vômito que requerem atendimento imediato. Em

contato com os olhos, também pode desencadear problemas visuais, como

congestão conjuntival (dilatação dos vasos sanguíneos na conjuntiva). A

espirradeira é uma planta muito tóxica que pode provocar lesões muito graves com

apenas 18 gramas, colocando em risco a vida de um adulto com 80 Kg.

Sintomas: A ingestão ou o contato com o látex podem causar dor em queimação

na boca, e distúrbios cardíacos que podem levar a morte. Excesso de salivação,

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enjoos, vômitos intensos, cólicas abdominais, diarreia, dor de cabeça intensa,

tonturas, confusão, distúrbios visuais, diminuição dos batimentos cardíacas e

redução acentuada da pressão arterial.

Tratamento: deve ser iniciado no hospital com remédios antiarrítmicos,

antiespasmódicos, para enjoo, protetores de mucosa e adsorventes intestinais. O

tratamento para o contato ocular pode ser feito com lavagem com água corrente,

colírios anti-sépticos, analgésicos e avaliação pelo médico oftalmologista.

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Flor do paraíso

Nome científico: Strelitzia reginae

Nome popular: flor do paraíso, ave do paraíso, estrelícia, rainha-do-paraíso, bico-

de-tucano.

A estrelícia ou ave do paraíso, de nome científico Strelitzia reginae, é uma planta

herbácea, perene rizomatosa originária da África do Sul, com aproximadamente

1,20 m de altura, de folhas duras, grandes e ovoladas com pecíolos bastante

compridos. É cultivada em jardins de regiões tropicais e subtropicais e bastante

apreciada pela beleza das suas flores, que com aproximadamente 15 cm são de

cor laranja e azul e assemelham-se à cabeça de uma ave do paraíso. Belíssima e

muito elegante, a estrelitzia é flor ornamental muito comum em todo o território

americano. Mas atenção: ela é tóxica para cães, gatos e cavalos. Suas sementes

contêm taninos tóxicos e as folhas podem conter ácidos hidrociânicos.

O termo científico desta planta "Strelitzia reginae" do Latim = estrelícia da rainha,

em homenagem à rainha Carlota de Mecklemburgo-Strelitz, esposa do rei Jorge III

de Inglaterra, morta em 1818.

Sintomas: Sinais de envenenamento por estrelitzia incluem dificuldade para

respirar, secreção ocular e desconforto digestivo.

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O tratamento é sintomático para o controle dos sinais clínicos apresentados como

vômitos e diarreia além de monitorar as possíveis arritmias.

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Folha da Fortuna (Kalanchoe)

Nome científico: Kalanchoe spp.

Nomes populares: flor-da-fortuna ou kalandiva, coerana, eoirama-branca, erva-

da-costa, folha-da-fortuna, folha-de-costa ou saião.

Parte tóxica: toda a planta, principalmente as flores.

Princípio ativo: Glicosídio cardiotóxico

Sua origem é africana é um gênero de planta suculenta tropical que incli mais de

125 espécies. São plantas de aspecto atrativo, muito utilizadas como ornamentais

em todo o mundo. Planta suculenta, de folhas com margens rendadas. O calanchoê

tem um significado especial, considerada a flor-da-fortuna e da felicidade é muito

presenteada entre amigos e parentes. Suas flores podem ser simples ou dobradas

de muitas cores diferentes, com grande durabilidade. As variedades de flores

dobradas são chamadas de Calandivas ou Kalandivas. Plantadas em vasos têm

sua beleza exaltada, porém podem ser plantadas no jardim formando maciços e

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bordaduras, acrescentando um colorido original. Apesar de perene, deve ser

tratada como anual por perder a beleza, salvo em algumas variedades

Devem ser cultivadas a pleno sol ou meia sombra, em solo composto de terra de

jardim e terra vegetal, bem drenável, com regas regulares. Em regiões de verão

muito quente, é interessante proteger o calanchoê do sol forte entre às 11 e às 14

horas. Tolerante ao frio. Multiplica-se facilmente por estaquia e alporquia.

Sintomas: Sua toxicidade afeta o coração ingerindo qualquer parte da planta

poderá causar vômito, diarreia, ataxia, tremores e até a morte súbita.

Tratamento

Pronto atendimento com lavagem gástrica.

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Glicinia

Nome científico: Wisteria sp

Nome popular: Glicínia, Wistéria-chinesa, Wistéria-japonesa.

Parte tóxica: Toda a planta

Princípio ativo: Glicosídeo chamado “wisterin”

É um arbusto, trepadeira, atingindo a altura de 4.7 a 12 metros, recebendo

luminosidade a Sol pleno, com ciclo de vida perene. A glicínia é uma trepadeira

originária da Ásia, China, Japão, de florescimento muito decorativo. As

inflorescências são longas, pendulares e carregadas de numerosas flores azuis,

róseas, brancas ou roxas. Das espécies de Glicínias, as mais frequentes no

paisagismo são a Wisteria floribunda, nativa do Japão e a Wisteria sinensis, nativa

da China. A espécie chinesa apresenta inflorescências mais curtas, porém mais

numerosas que as espécies japonesas. Os frutos são vagens compridas e marrons

com sementes de 1 cm. Ocorrem também variedades de porte diferente e de folhas

variegadas.

Segundo alguns botânicos, a glicínia (Wisteria ou Wistaria) é tóxica em todas as

suas partes. Outros cientistas, no entanto, limitam a sua periculosidade às

sementes, raízes e bagas. Em todo caso, ingerir até mesmo uma pequena

quantidade dessa planta provoca envenenamento. Ele normalmente se resolve

com hidratação endovenosa ou a administração de pílulas contra a náusea. A maior

parte dos envenenamentos por glicínias dizem respeito a animais domésticos.

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Muito bonita, a glicínia é uma das plantas mais apreciadas para a decoração de

balcões, jardins, pérgolas e terraços.

Sintomas: Náuseas, vômitos, diarreia e mal estar.

Tratamento: Normalmente se resolve com hidratação endovenosa ou a

administração de pílulas contra a náusea. A maior parte dos envenenamentos por

glicínias dizem respeito a animais domésticos.

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Hera

Fig. Notar hera em muro e figo da hera que é extremamente tóxico.

Nome científico: Ficus pumila

Nome popular: Hera

Princípio ativo: Substância fotosensibilizante (cumarinas)

A hera de folha miúda, ou qualquer outra planta do gênero Ficus, muito usadas em

casa até como bonzais, são tóxicas por seu leite que contem oxalato de cálcio e

cumarinas.

Trepadeira lenhosa de caules numerosos e delicados, muito ramificados e

aderentes às paredes pelas suas abundantes raízes adventícias. Folhas alternas,

sendo as dos ramos jovens subsésseis e menores, largo-ovaladas cordiformes na

base; as dos ramos adultos ou floríferos são pecioladas, elípticas e coriáceas. Futos

em forma de figos ovóides.

A espécie Ficus pumila é nativa na China, Japão e Formosa e foi largamente

difundida por todo o mundo devido ao seu aspecto ornamental. Para esta espécie

os casos de intoxicações relatados na literatura estão restritos ao contato do látex

com a pele ou uso tópico do mesmo no tratamento de verrugas. Esta aplicação do

látex traz graves consequências para a pele, caracterizadas por ulceração intensa.

O caso relatado no Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto teve como vítima uma

criança de nove meses de idade. Ela ingeriu parte de uma folha da planta, e reagiu

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imediatamente à presença da folha na boca chorando e com salivação abundante.

O exame mostrou leve irritação na mucosa oral, sem maiores complicações. A

manifestação mais comum da toxicidade das cumarinas em mamíferos é a

fitodermatite, uma reação epidérmica caracterizada por erupções,

hiperpigmentação, eritema e formação de vesículas. As furanocumarinas podem

prejudicar a pele por contato direto com os vegetais que as contêm ou por ingestão.

A reação de fotoxicidade depende da concentração dos componentes cumarínicos

presentes no vegetal em questão e também da hipersensibilidade individual.

Tratamento: sintomático para aliviar o desconforto da paciente.

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Hortência

Nome científico: Hydrangea macrophyla

Nome popular: Hortênsia, Hidrângea, Hortência, Rosa-do-japão.

Parte tóxica: Folhas e broto.

Princípio ativo: O glicosídeo é o princípio ativo incluído na composição da

Hortênsia responsável pela sua toxicidade e que tem a faculdade de se transformar

em cianeto (veneno fortíssimo) quando atinge o estômago.

Arbusto caducifólio nativo do Japão e da China e usado desde tempo remotos pela

sua beleza ornamental, o cultivo da Hortênsia estendeu-se a partir de meados do

século XIX à quase totalidade das regiões de clima temperado.

A hortênsia apresenta flores rosadas ou azuis dependendo do pH do solo e as suas

propriedades medicinais, devido à presença na sua constituição de variados

compostos orgânicos fenólicos estão ainda a ser estudadas em profundidade. No

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entanto a Hortênsia pode também ser muito tóxica quando ingerida em grandes

quantidades, ou inalada sob a forma de fumo (há quem use as hortênsias como

substituto da marijuana e as fume em charros, embora toda a planta seja tóxica, o

maior perigo está em fumar o talo e as folhas).

Quando assimilado pelo organismo em doses exageradas o glicosídeo da

Hortênsia provoca diarreias, vómitos, dores de cabeça e abdominais fortes,

convulsões e flacidez muscular, induzindo ao estado de coma e à morte. É

indispensável uma ida urgente ao hospital para confirmar o envenenamento e tomar

as medidas necessárias ao tratamento e acompanhamento dos sintomas.

Embora pareçam lindas e totalmente inofensivas as plantas podem ter doenças e

ser causa de graves problemas de saúde. Para prevenir situações mais sérias há

que estar bem informado sobre cada uma das plantas que se introduz em casa,

principalmente quando existem crianças e animais de estimação por perto

Sintomas: Vômito, depressão, anorexia, diarreia, taquicardia, hipertermia e em

alguns casos morte.

Tratamento: Não hesitar um segundo para pedir ajuda médica especializada é o

procedimento correto a tomar em caso de suspeita de intoxicação provocada por

plantas. Não dar líquidos e não provocar o vómito à vítima também são formas

corretas de agir, pois na ânsia de ajudar pode agravar-se ainda mais o estado da

pessoa intoxicada. Calma e previdência são sempre boas estratégias a adotar.

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Jasmim Manga

Fig. Fotografias mostrando as várias cores do jasmim manga

Nome científico: Plumeria rubra

Nome popular: Jasmim-manga, frangipane, árvore-pagode, plumélia, jasmim-de-

são-josé, jasmim-do-pará, jasmim-de-caiena.

Parte tóxica: Látex

Princípio ativo: Alcalóide agoniadina, plumerina e ácido plumeritânico.

O jasmin manga é uma planta muito cultivada para fins decorativos, até porque

suas folhas e flores encantam qualquer um. É uma árvore com aspecto exótico e

suas flores perfumadas envolvem a todos. Seus caule e ramos são bastante

robustos e apresentam uma seiva leitosa e tóxica se ingerida. As folhas são

grandes, largas e brilhantes e caem no outono-inverno. A floração inicia-se no fim

do inverno e permanece pela primavera, com a sucessiva formação de flores de

diversas cores e nuances entre o branco, o amarelo, o rosa, o salmão e o vinho.

Mas ela também está na categoria das flores venenosas e tóxicas. A a planta possui

um líquido leitoso que concentra muita toxina e, se ingerida, pode causar muitos

danos à saúde.

Sintomatologia: Náuseas, midríase, alucinações, redução dos reflexos, diarréia,

hipotensão.

Tratamento: Esvaziamento gástrico com lavagem gástrica

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Lírio

Fig. Fotografia de lírios comuns

Nome cientifico: Lilium spp

Nome da planta: Lírio

Partes da planta: toda a planta é tóxica.

Toxicidade: falência renal aguda

Todos os lírios são tóxicos em maior ou menor medida. Podem causar falência

renal em gatos, até mesmo quando pequenas porções são ingeridas. Donos de

gatos fazem bem em evita-las, pois, o perfume que exalam pode ser irresistível

sobretudo para gatos muito jovens. As toxinas dos lírios estão presentes inclusive

no pólen dessas flores, e por isso é preciso ter cuidado quando as levamos para

dentro de casa. Alguns lírios são tóxicos também para os cães, e este é o caso da

variedade Calla lilies. Melhor deixar os bichos longe delas.

Sintomas da intoxicação: vômitos, depressão, letargia e anorexia causando

falência renal aguda.

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Lírio-da-paz

Lírio da paz: Spathiphyllum wallisii - toda a planta é tóxica, irritativa para as

mucosas. Sintomas da intoxicação: irritação oral, prurido severo (coceira),

irritação ocular, dificuldade de deglutição e até de respiração em casos mais

graves. Pode ocorrer alteração da função renal e alterações neurológicas.

Lírio-do-vale

Lírio do vale: Convullaria majalis - toda a planta é tóxica, principalmente as raízes,

afetando o coração. Sintomas da intoxicação: salivação, vômitos, bradicardia

(coração bate devagar), arritmia, convulsões e até morte súbita.

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Mamona

Fig. Notar dois tipos de mamona, uma verde e outra vermelha. Ao lado estão

fotografias das suas sementes.

Nome científico: Ricinus communis L.

Nome popular: carrapateira, rícino, mamoeira, palma-de-cristo, carrapato.

Parte tóxica: sementes.

Princípio ativo: toxalbumina (ricina).

A toxidade dessa planta está em suas sementes, que apresentam uma substância

conhecida como ricina. Apesar de não ser usada como ornamental, essa planta é

facilmente encontrada em terrenos baldios. A ingestão de suas sementes causa

sérios problemas gastrointestinais, incluindo-se náusea, vômito e diarreias

sanguinolentas. Dependendo da quantidade ingerida, pode levar a convulsões,

coma e até a morte. As mamonas são realmente assassinas; de fato, é a planta

mais venenosa do mundo, segundo o livro dos recordes Guiness. A planta é nativa

da bacia do Mediterrâneo, África oriental e Índia, mas é amplamente cultivada como

planta ornamental. A toxina chamada ricina é encontrada em toda a planta, mas

está concentrada nas sementes/grãos (da qual o óleo de mamona é feito). Uma

semente é suficiente para matar um humano em dois dias, em uma morte

agonizante e longa. Os primeiros sintomas vêm dentro de algumas horas e incluem

sensação de queimação na garganta e na boca, dor abdominal e diarréia com

sangue e vômito. O processo é imparável e a causa final da morte é desidratação.

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Estranhamente, os humanos são os mais sensíveis a essas sementes: leva 1 a 4

para matar um ser humano plenamente desenvolvido, 11 para matar um cão e 80

sementes para matar um pato.

Sintomas: a ingestão das sementes tem ação irritativa do trato gastrointestinal, dor

abdominal, náuseas, vômitos, cólicas intensas, diarréia as vezes sanguinolenta.

Hipotensão, dispnéia, arritmia, parada cardíaca. Evolução para desidratação grave,

choque, distúrbios hidroeletrolíticos, torpor, hiporreflexia, coma. Pode ocorrer

insuficiência renal. Contato: látex, pelos e espinhos: irritante de pele e mucosas.

Tratamento: Antiespasmódicos, antieméticos, eventualmente antidiarréicos.

Correção precoce dos distúrbios hidroeletrolíticos. Lesões de pele: soluções

antissépticas, analgésicos, anti-histamínicos. Casos graves: corticóides.

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Mandioca Brava

Nome científico: Manihot utilissima Pohl. (Manihot esculenta ranz).

Nomes populares: macaxeira, mandioca, aipim, maniva, etc.

Parte tóxica: raiz e folhas.

Princípio Ativo: Glicosídios Cianogênicos

De todas as plantas das Américas, certamente a única que compete com a batata

e com o milho em termos de importância na dieta indígena é a mandioca. Trata-se

de uma escolha singular: entre tantas espécies alimentícias, os ameríndios

preferiram justamente a mais venenosa. Todas as variedades de mandioca

apresentam um alto conteúdo de ácido cianídrico, que varia entre 15 e 400mg por

quilo da mandioca. Esse veneno, também conhecido como ácido prússico, possui

uma fama péssima, pois é o mesmo que foi utilizado pelos Nazistas para executar

o nefasto trabalho de aniquilar judeus nas câmaras de gás. As espécies com maior

conteúdo de veneno só podem ser consumidas após processamento prévio para

retirada do ácido. Esse processamento é bastante trabalhoso, e apenas algumas

variedades, conhecidas sob a denominação geral de mandioca-doce, podem ser

consumidas após processamentos mais simples como cozimento.

No Brasil há muitas variedades de mandioca. Dentre elas, temos a mandioca de

mesa (macaxeira, aipim, mandioca-mansa) e a mandioca tipo indústria (mandioca-

brava, mandioca-amarga). Ambas são bastante semelhantes, o que torna

impossível diferenciá-las no campo, por meio da análise visual. A classificação da

mandioca baseia-se no teor de uma substância tóxica que ela possui: o ácido

cianídrico. A mandioca-brava ou mandioca-amarga ou simplesmente mandioca

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é rica em ácido cianídrico, mas perde sua toxicidade no processo do cozimento e

torrefação. Com ela são produzidas a farinha e a tapioca. A mandioca é matéria-

prima de duas receitas típicas do Pará: com um caldo amarelo extraído da

mandioca e cozido por dias, é preparado o tucupi; com suas folhas e carne de porco

salgada se prepara a maniçoba. Se houver qualquer dúvida, o agricultor deve

enviar amostras para exame laboratorial. Dessa forma, o teor de ácido cianídrico

pode ser avaliado. E é isso que diferencia a mandioca de mesa da mandioca-brava.

Existe uma importante diferença entre a mandioca brava e o aipim. Poucos sabem

que a mandioca é venenosa, ou melhor, a mandioca brava é bem diferente da

mandioca mansa (ou macaxeira). A mandioca venenosa contém uma substancia

chamada cianídrico e por isso não deve fazer parte do consumo familiar. Esse ácido

possui um íon que combinado com o ferro, no sangue humano e de animais

bloqueia a recepção do oxigênio, causando sufocamento. Além disso esse ácido é

capaz de destruir as células do organismo, especialmente no trato gastrointestinal.

A mandioca-amarga ou brava possui alto teor de ácido cianídrico (quantidade de

linamarina maior que 100mg/kg), extremamente tóxico ao homem e aos animais.

Quando a linamarina sofre a ação de enzimas externas ou existentes na própria

raiz, surge o ácido cianídrico, com alto ou baixo grau de toxidade.

A mandioca tipo indústria (brava) deve ser submetida a técnicas de detoxificação

(secagem) para ser consumida. Sendo assim, o processamento industrial da

mandioca é necessário, até que se transforme em farinha, polvilho, fécula ou raspa.

Sintomas: Liberam ácido cianídrico causando anóxia celular. Distúrbios

gastrointestinais: náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, acidose

metabólica, hálito de amêndoas amargas. Distúrbios neurológicos: sonolência,

torpor, convulsões e coma. Crise típica: opistótono (espasmo muito acentuado dos

músculos da nuca e do dorso, que fazem com que o corpo tome uma posição

arqueada forçada com apoio nos calcanhares), trisma (contratura dolorosa da

musculatura da mandíbula (masseteres) e midríase (aumento das pupilas) ou

paralisia da íris dos olhos e sangramentos. Distúrbios respiratórios: dispnéia,

apnéia, secreções, cianose, distúrbios cárdiocirculatórios. Hipotensão na fase final.

Sangue vermelho rutilante.

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Tratamento: Deve ser iniciado rapidamente no hospital com remédios diretamente

na veia e lavagem do estômago (Esvaziamento gástrico). Tratamento precoce.

Exames laboratoriais para detecção de tiocianatos na saliva ou cianeto no sangue.

Nitrito de Amila por via inalatória 30seg a cada 2min: formação de

cianometahemoglobina (atóxica). Nitrito de Sódio 3% - 10ml EV (adultos), se

necessário tratar com Azul de Metileno + Vit C. Hipossulfito de Sódio 25% - 25 a

50ml EV (adultos), 1ml/Kg (crianças).

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Taioba-brava

Nome científico: Colocasia antiquorum Schott.

Nome popular: cocó, taió, tajá.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Princípio ativo: Oxalato de Cálcio

Esta planta é bastante venenosa, sendo importante evitar a sua ingestão e o

contato direto com a pele desprotegida ou os olhos

Sintomas: Quando se toca com a pele na planta é possível o surgimento de

queimação e vermelhidão. Já no caso de ingestão, a planta pode causar inchaço

dos lábios e língua, dificuldade para engolir, sensação de falta de ar, dor de barriga

muito forte, náuseas, vômitos e diarreia.

Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese.

Tratamento: Remédios analgésicos, antiespasmódicos, anti-histamínicos e

corticoides receitados por um médico. Deve-se evitar vomitar, preferindo ingerir

alimentos como leite, clara de ovo, azeite de oliva para neutralizar o veneno da

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planta. Em caso de contato com os olhos, o tratamento deve ser feito com lavagem

com água corrente, colírios anti-sépticos e consulta no oftalmologista.

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Tinhorão

Nome científico: Caladium bicolor Vent.

Nome popular: tajá, taiá, caládio.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Princípio Ativo: Oxalato de Cálcio

É uma folhagem bicolorida, que se expande por rizomas e gosta da meia sombra.

Muito agradável à vista, no entanto, é altamente tóxica, pois contém oxalato de

cálcio em suas folhas e caules.

Quadro Clínico: Irritante mecânico por ingestão e contato (ráfides). Dor em

queimação, eritema e edema (inchaço) de lábios, língua, palato e faringe.

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Sialorréia, disfagia, asfixia. Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarréia.

Contato ocular: irritação intensa com congestão, edema, fotofobia. Lacrimejamento.

Tratamento: Evitar lavagem gástrica ou êmese.

Tratamento sintomático: Demulcentes (leite, clara de ovo, azeite de oliva,

bochechos com hidróxido de alumínio), Analgésicos e antiespasmódicos.Anti-

histamínicos. Corticóides em casos graves. Contato ocular: Lavagem demorada

com água corrente, colírios antissépticos. Oftalmologista.

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Tomate

Fig. Notar imagens de tomateiro, tomates maduros bons para consumo (vermelhos)

e tomates verdes, impróprios para consumo, (ricos em alcaloides).

Nome científico: Solanum lycopersicum

Nome popular: tomate, tomatilho.

Partes venenosas: Os glicoalcalóides das solanáceas são produzidos em quase

todas as partes das respectivas plantas, tais como as raízes, frutos e as folhas.

Tomates verdes (frutos) apresentam altos níveis de glicoalcalóides por isso devem

ser evitados. Já os maduros (vermelhos) podem ser consumidos. Nunca consumir

as folhas do tomateiro.

Os Astecas e outros povos da Mesoamérica usavam o fruto (tomate) em sua

cozinha. A data exata da domesticação é desconhecida: sabe-se que em 500 AC

já era cultivada no sul do México e, provavelmente, outras áreas. É uma crença

popular entre o povo pueblo que aqueles que experimentaram a ingestão de

sementes de tomate são abençoados com poderes de adivinhação. Os maias e

outros povos da região utilizada para consumo, e foi cultivado no sul do México, e

provavelmente em outras áreas ao século XVI. Entre as crenças das pessoas que

testemunharam a ingestão de sementes de tomate que foram abençoados com

poderes de adivinhação.

Sintomas resumidos de intoxicação: Parada respiratória e perda da função

cardíaca por fibrilação ventricular; perda de consciência, com olhar fixo, pupilas

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dilatadas e visão turva; ansiedade; dificuldade de movimentação da língua e de

articulação de palavras, com produção excessiva de saliva; vómitos e diarreia com

tenesmo; cólicas abdominais, cólicas intestinais e possibilidade de evolução para

tumor ou de evolução para câncer do cólon ou do útero; respiração rápida e

irregular, frequentemente suprimida, geralmente curta incompleta e difícil; pulso

radial (à palpação) fraco, pouco perceptível e rápido; câimbras nos membros com

contrações espasmódicas nos dedos; rigidez generalizada, tosse, cansaço e

fadiga; pele pálida; suores frios e extremidades frias.

Tratamento: 1 - Diminuição da exposição do organismo ao tóxico - Nos casos de

intoxicação aguda, geralmente é porque ocorreu ingestão da planta ou de alguma

parte dela, o procedimento mais importante é o esvaziamento gástrico, através da

indução do vómito usando xarope de ipecacuana ou por lavagem gástrica, seguida

da administração de purgantes salinos e carvão ativado; 2 - O aumento da

eliminação do tóxico já absorvido - É um importante procedimento para o

tratamento de intoxicações de outros tipos, são usadas medidas depuradoras

renais ou extra-renais, visam mais ao tratamento das graves complicações

hepáticas ou renais. 3 - Administração de antídotos - Fisostigmina ou eserina

(Antilirium®, Anticholium®): é o antídoto específico da solanina e dos alcalóides

tropánicos. Deve-se utilizar nas formas mais graves de intoxicação, com presença

de coma, agressividade ou convulsões, taquicardia e hipertensão.

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Trombeteira ou saia branca ou saia roxa

Nome científico: Brugmansia suaveolens, Datura suaveolens

Família: Solanaceae.

A Brugmansia suaveolens seria a sai branca e a Datura suaveolens a saia roxa

Nome popular: trombeta, trombeta-de-anjo, trombeteira, cartucheira, zabumba.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Princípio ativo: alcaloides beladonados (atropina, escopolamina e hioscina) Toda

a planta é considerada tóxica em virtude da presença de alcaloides.

As plantas desse gênero são às vezes chamadas de lírio, pela semelhança.

Também são chamadas de trompeta de anjo, nativas das regiões tropicais da

América do Sul, por causa das flores pendentes em forma de trompete, cobertas

de pelos finos, que pendem da árvore. As flores vêm em uma variedade de

tamanhos (14 a 50 centímetros) e em uma variedade de cores, incluindo branco,

amarelo, laranja e rosa. Todas as partes da planta contêm toxinas. A planta é, por

vezes, transformada em chá e ingerida como uma droga alucinógena. Como os

níveis de toxicidade variam de planta para planta, e de parte para parte, é quase

impossível saber a quantidade de toxinas que você ingeriu. Como resultado disso,

muitos usuários têm overdose e morrem. Ao ser ingerida, pode causar sensação

de boca seca, taquicardia, alucinações, agitação e dilatação de pupilas. Em alguns

casos, pode levar à morte.

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Sintomas: a ingestão pode provocar boca seca, pele seca, taquicardia, dilatação

das pupilas, rubor da face, estado de agitação, alucinação, hipertermia; nos casos

mais graves pode levar a morte.

Tratamento: Esvaziamento gástrico com lavagem gástrica (em tempo útil) com

água, permanganato de potássio ou ácido tânico a 4%. Tratamento de

suporte/sintomático. Tratar hipertermia com medidas físicas. Evitar sedativos nos

casos mais graves.

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Referências Bibliográficas

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http://www.unimed.coop.br/pct/index.jsp?cd_canal=49146&cd_secao=-

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http://plantastoxicas-venenosas.blogspot.com/2018/06/glicinia-wisteria-sp-100-

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Barg DG. Plantas Tóxicas. 2004. 24f. Trabalho apresentado para créditos em

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Disponível em <http://files.fitobotanica.webnode.com.br/200000021-

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Jardim de Calatéia. Allamanda cathartica, alamanda-amarela. Disponível em:

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