folha metropolitana 29/07/2014

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Jardim Centenário - Famílias acompanharam demolições, frutos de ação judicial de 2000 www.facebook.com/jornalfolhametro www.folhametro.com.br Distribuição Gratuita Polícia Pág. 6 Política Pág. 3 Terça-feira, 29 de Julho de 2014 Ano 41 Nº 12878 o jornal de Guarulhos Bovespa -0,22% 57.695 Dólar -0,22% 2.22 Euro -0,23% 2.98 11% R$ 724 Salário Mínimo Selic (ano) Cotações 181 Disque-Denúncia Tento parar, mas estes caras que ficam na frente do albergue ‘atentam’” Stevão, morador de rua e usuário de crack Homem morre ao ser atingido por 400 kg de cimento em obra da Unifesp Lula anuncia Dilma na 5ª ALEXANDRE DE PAULO Laudo aponta falha em obra que desabou em dezembro O laudo da Polícia Civil sobre o desabamento de um prédio de cinco andares em obras na Vila Augusta, em dezembro do ano passado, aponta responsabilidade da Construtora Salema, informa Eurico Cruz. A tragédia matou um operário. O delegado responsável pelo inquérito não descarta indiciamento de Fernando Salema, dono da construtora, caso considere o documento conclusivo. Pág. 8 ESPECIAL O repórter Alfredo Henrique e o fotógrafo Alexandre de Paulo, da Folha Metropolitana, sobreviveram a 24 horas como moradores de rua em Guarulhos. Confira nesta edição o nosso olhar sobre uma triste realidade que será alvo de série especial. Moradores da Vila Any reclamam de esquecimento Pág. 5 Palmeiras vai cobrar de torcedores prejuízo na Arena Corinthians Homem furta ambulância no HMU para “dar uma volta” Esportes Pág. 9 Polícia Pág. 6 Prefeitura derruba casas de invasão Pág. 4 BETO MARTINS ALEXANDRE DE PAULO

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Folha Metropolitana - o jornal de Guarulhos

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Page 1: Folha Metropolitana 29/07/2014

Jardim Centenário - Famílias acompanharam demolições, frutos de ação judicial de 2000

www.facebook.com/jornalfolhametro www.folhametro.com.br Distribuição Gratuita

Polícia Pág. 6Política Pág. 3 Terça-feira, 29 de Julho de 2014 Ano 41 Nº 12878

o jornal de Guarulhos

Bovespa

-0,22%57.695

Dólar

-0,22%2.22

Euro

-0,23%2.98

11% R$ 724Salário MínimoSelic (ano)Cotações 181

Disque-Denúncia Tento parar, mas estes caras que ficam na frente do albergue ‘atentam’” Stevão, morador de rua e usuário de crack

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Homem morre ao ser atingido por 400 kg de cimentoem obrada Unifesp

Lula anuncia Dilma na 5ª

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Laudo aponta falha em obra que desabou em dezembroO laudo da Polícia Civil sobre o desabamento de um prédio de cinco andares em obras na Vila Augusta, em dezembro do ano passado, aponta responsabilidade da Construtora Salema, informa Eurico Cruz. A tragédia matou um operário. O delegado responsável pelo inquérito não descarta indiciamento de Fernando Salema, dono da construtora, caso considere o documento conclusivo. Pág. 8

ESPECIALO repórter Alfredo Henrique e o fotógrafo Alexandre de Paulo, da Folha Metropolitana, sobreviveram a 24 horas como moradores de rua em Guarulhos. Confira nesta edição o nosso olhar sobre uma triste realidade que será alvo de série especial.

Moradores da Vila Any reclamam de esquecimento Pág. 5

Palmeiras vai cobrar de torcedores prejuízo na Arena Corinthians

Homem furta ambulância no HMU para “dar uma volta”

Esportes Pág. 9

Polícia Pág. 6

Prefeitura derruba casas de invasão Pág. 4

beto

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alexandre de paulo

Page 2: Folha Metropolitana 29/07/2014

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se mos-trado, a cada dia que passa, decisivo na campanha para a reeleição de Dilma Rousseff. Depois de cobrar mais parti-cipação dos ministros e do prefeito paulistano, Fernando Haddad, na campanha de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo, ex-presidente comandou a operação do go-verno para evitar que Dilma fosse responsabilizada pelo Tribunal de Contas da União por sua participação na de-sastrosa compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela Petrobras.

O petista recebeu o ministro do TCU, José Múcio Mon-teiro, em um encontro na segunda-feira, dia 21, em São Paulo.

O ministro confirmou que o encontro ocorreu mesmo, mas negou que tivesse tra-tado de Pasadena. Ele disse que estava em São Paulo, não via o ex-presidente des-

de o ano passado e resolveu fazer uma visita de cortesia.Após a conversa com Lula, porém, o ministro procurou os

seus colegas de Tribunal e ponderou que responsabilizar a petista neste momento de campanha eleitoral seria politizar demais o caso, além de repetir a defesa do governo de que a presidente votou a favor da compra da refinaria com base em resumo incompleto sobre o negócio.

Logo na sequência, Dilma foi inocentada pela operação de Pasadena. Lula tem se empenhado, do ponto de vista pes-soal, como se fosse ele próprio o candidato à reeleição. Pode parecer apenas uma questão de ego, mas os interlocutores mais próximos do ex-presidente dizem que ele sabe que uma nova vitória de Dilma seria importante para o seu sonho de voltar ao Planalto daqui a quatro anos.

Verdade, ou não, o que pode-se comprovar é a intensa participação de Lula na campanha. Ele tem abusado de sua influência política e pessoal para livrar Dilma de situações difíceis. Quer deixar a estrada asfaltada para o futuro.

EDITORIAL RETRATO

Lula batalha por Dilma Rousseff de olho no futuro eleitoral

Foi o próprio Lula quem indicou José Múcio

Monteiro para o cargo de ministro do Tribunal de

Contas da União Adolf. Com as poucas forças que sobraram e com a ajuda de seu tio de consideração, o Sam, con-seguiu voltar à terra que um dia acreditou ser a prometida.

Só não contava com a presença de Maria. Sim, ela, que saiu pratica-mente do mesmo berço, agora ocu-pava uma área que João julgava ser sua. Conflito certo. Certo? Errado.

“Maria, o que faz aqui? Sabe que esta é minha casa e de toda a minha família”, perguntou um calmo João.

“Ora, João. Não seja tolo. Uma casa tão grande não podia ficar vazia por tanto tempo. Há muitas pessoas que precisam de um peda-ço próprio. Por que não juntamos nossas forças e produzimos algo de frutífero nessa terra sagrada?”, propôs uma simpática Maria.

Com um aperto de mãos e um abraço, eles selaram o acordo e vi-veram felizes para sempre no Rei-no Encantado de Gaza.

Mas espera! Na primeira li-nha, eu disse que a história não era bonitinha e nem fofinha. In-felizmente, na vida real, João se chama Israel. Maria atende por Palestina. Não houve um acordo e não há paz para as famílias que moram na região.

É uma pena que questões po-líticas, religiosas e geográficas tão complexas não tenham soluções simples. Tão simples como uma fábula infantil. Tão alegres como um final de conto de fadas.

João rodou o mundo com os parentes e acumulou riqueza após ser expulso de sua casa (perdeu a conta de quantas vezes teve de abandonar o lar).

Mesmo sem residência fixa, ele foi capaz de despertar uma inveja mortal em um austríaco - que se considerava alemão - cha-mado Adolf.

Sofreu. Viu vários familiares morrerem por causa do ódio de

A velha fábulade João e Maria

Apesar do título, o conto que vem a seguir não é bonitinho, fofi-nho, engraçado e também não tem a famosa frase ‘‘qual é a moral da história” no final.

É o relato de vida de João e Maria, que possuem origens semelhantes, mas tomaram rumos completamen-te diferentes ao longo dos tempos.

Questões complexas deveriam ter soluções simples como uma fábula infantil

AnOTEn Interessados em participar de oficinas de danças circulares, atividade que conecta as pessoas em roda e traz benefícios para o corpo e para a mente, podem usufruir dessa prática gratuitamente em dois espaços da cidade. Por meio de uma parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e com o Centro de Terapias Naturais de Guarulhos, o Projeto Tear da Secretaria de Saúde oferece essa atividade física semanalmente no Parque Júlio Fracalanza (na tenda branca, às quartas-feiras, às 9h30), na Vila Augusta, e mensalmente no Bosque Maia (na tenda verde, no último domingo de cada mês, às 10h). Podem participar pessoas de qualquer idade.

n A 11ª Olimpíada da Melhor Idade de Guarulhos, de 13 a 21 de setembro e destinada a pessoas a partir dos 50 anos, recebe inscrições de 4 a 22 de agosto. As modalidades são: natação, voleibol, futebol, bocha, malha, basquete, boliche, truco, buraco, dominó, tênis de mesa, tênis, xadrez, damas, atletismo e dança de salão. Inscrições na Secretaria de Esporte, Recreação e Lazer (Rua Abílio Ramos, 122, 1º andar, anexo 2, Macedo, telefone 2087-6869), de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30.

OPINIÃOTerça-feira, 29 de Julho de 20142

Ponto de Vista

Vinícius bacelarÉ repórter da Folha Metropolitana

Estiagem - Em tempos de falta de água, nada soa tão bem quanto a utilização de guarda-chuvas

AlexAndre de PAulo

Sede, Redação e Publicidade: Rua Ipê, 144 - Jardim Guarulhos - Guarulhos - SP CEP: 07090-130 - Fone: (11) 2475-7800

C N P J : 4 4 . 1 9 3 . 4 2 3 / 0 0 0 1 - 4 0

Presidente: Paschoal Thomeu (in memoriam)Diretora-Presidente: Andréa Santos Thomeu - Diretor-Geral: orlando reinas Jr.Gerente de Marketing: Alberto Frazão Junior - [email protected]

Editor e Jornalista Responsável: Paulo Manso - [email protected]: Vicente de Aquino - [email protected] e lourdes dias - [email protected] de Reportagem: Chico Junior - [email protected] - Editor de Arte: Sidney João de oliveira [email protected] - Subeditor de Arte: ricardo leocadio - [email protected] - Diagramação: Mauro dias dos Santos e neri Gonçalves Pereira - Revisão: Felipe rabello Gonçalves -Fotos: Alexandre de Paulo, Silvio Cesar e lucas dantas - Redação: [email protected]

Gerente Comercial: Alceu dos Santos - [email protected] Gerente Comercial (Grandes Agências): ramon Martins Silva - [email protected]ção: [email protected]. Comercial: [email protected] Distribuição: [email protected]. Recursos Humanos: [email protected]

Noticiário: reportagem local e Agência estado. Filiado a: APJ - Associação Paulista de JornaisRepresentantes Comerciais em Brasília e Rio de Janeiro: Pereira de Souza & Cia. ltda. Fones: (61) 3226-6601 / (21) 2544-3070Impressão: FolhaGráfica

os artigos e colunas assinados são de responsabilidade de seus autores.

www.folhametro.com.br

Page 3: Folha Metropolitana 29/07/2014

políticaTerça-feira, 29 de Julho de 2014 3

Enfático - Lula disse que o PT vai ganhar as eleições em 5 de outubro

Guinada ideológicaZinho Manasses, jovem ativista nas redes socais (com cerca de 6 mil seguidores!), desfiliou-se do PT. Afirma que já foi assessor do vereador Rômulo (PT). Ele passou a integrar o grupo do vereador Ramos da Padaria (PP) e apoiar a reeleição do deputado federal Eli Correa Filho (DEM)...

Momento econômicoMais duas empresas encerraram suas atividades em Guarulhos. A concessionária Peugeot Paris deixou a Avenida Guarulhos e foi para o Parque São Jorge - sim, perto do Corinthians! E a padaria Dona Canela, na Avenida Paulo Faccini, baixou as portas…

No páreo!Com apoio do empresário Evaristo Poli, o vereador tucano Celestino

abriu na Avenida Salgado Filho, 313, comitê bem estruturado para

sua campanha a deputado estadual. Embora tenha recebido propostas

e pressões para desistir e apoiar a releição do deputado estadual

Fernando Capez (PSDB), Celestino se diz motivado e apoiado…

Algo a verCom Carlos Roberto fora da disputa, o vereador Guti - candidato a deputado federal pelo PV - e Celestino tentam capitalizar os votos antipetistas. Os dois fazem oposição na Câmara. Periga até uma dobradinha informal…

Para bom entendedor…Quem tem procurado o cacique tucano Carlos Roberto em busca de apoio e de seu eleitorado vem encontrando uma resposta meio padrão (ou irônica?): “Eu vou apoiar a todos que me apoiaram em 2012. Na mesma proporção!”...

Só na boaNa disputa interna entre os candidatos petistas a deputado estadual - Alencar (reeleição) e o vereador Auriel -, a deputada federal Janete Pietá está surfando na crista da onda. E ao mesmo tempo o nome do ex-prefeito Elói Pietá fica mais em evidência para a sucessão municipal em 2016…

Haja fôlego!Alguns petistas relatam: a campanha de Auriel à Assembleia Legislativa deu uma, digamos, acalmada. Bem que dizem que campanha eleitoral está mais para maratona do que para 100 metros rasos…

RETICÊNCIAS...Pedro Notaro

[email protected]/pedro.notaro.5F. 11 2459-2727 (fone e fax)

lula anuncia Dilma em Guarulhos na quinta-feiraeUrICo CrUZ - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem a visita da presidente Dilma Rousseff a Guarulhos na quinta, na 14ª Plenária Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), quando deverá ser oficializado o apoio da CUT à reeleição. Lula participou da inauguração do evento, ontem, no Teatro Adamastor (Região Centro), e garantiu que o PT vai vencer as elei-ções de 2014.

“Quem quiser ganhar de nós vai ter que trabalhar muito mais que nós, porque nós vamos ganhar essas elei-ções”, disse o ex-presidente.

Lula disse aos presen-tes no evento que eles “não devem ter um único com-promisso até o dia 5 de ou-tubro mais importante do que as eleições”.

Ovacionado por lideran-ças e delegados da CUT, Lula ressaltou os últimos doze anos de gestão petista no Planalto e fez críticas aos candidatos da oposição e à imprensa, devido à cobertu-ra dada ao caso do mensalão.

Lula também estava

acompanhado do candidato ao governo do estado de São Paulo pelo PT, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha.

Lula comentou que o prefeito Sebastião Almeida disse que quer terminar seu mandato com o maior salá-rio pago aos professores.

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cidadeTerça-feira, 29 de Julho de 20144

Onze casas são demolidas no Jd. Centenário

Morador teme perder imóvel

Promotora dá 30 dias de prazo a cooperativa

Primeiro fator irregular é fazer a venda do terreno

Aproximadamente 50 pessoas ficaram sem teto

Destruição - Com decisão judicial, tratores derrubaram onze moradias

Rômulo magalhães - A Prefeitu-ra destruiu onze moradias ontem pela manhã na Rua Santa Ana, no Jardim Cen-tenário (Região Pimentas). A Secretaria de Assuntos Jurí-dicos informou que se trata de cumprimento de manda-do judicial de reintegração de posse de área pública. De acordo com o oficial de Justiça Cícero de Lima, as casas foram demolidas para que seja dada a continua-ção da Rua Gerônimo, uma travessa da Santa Ana.

“O processo corre desde 2000. A reintegração na for-ma da lei não carece de avi-so. Não há intimação porque todas as partes acompanha-ram o processo. Embora que

euRICo CRuZ - O presidente da Cooperativa Primeira Casa, Jose Ângelo Honorato Batista, procurou o Ministério Público de Guarulhos para discutir a possibilidade de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) sobre os contratos firmados com in-vasores de um terreno no Par-que Santos Dumont (Região São João), ontem, dentro de um prazo de 30 dias. Na área de aproximadamente 220 mil m² vivem sete mil famílias.

Na sexta passada, a pro-motora de Justiça Maria Fernanda Balsalobre Pinto instaurou inquérito contra a cooperativa Primeira Casa após a suspeita de vendas ile-gais aos invasores do terreno.

A promotora diz que o primeiro fato irregular da cooperativa é fazer a venda, já que esse tipo de institui-ção é formada com um mes-mo objetivo a ser alcançado por todos os cooperados sem

O motorista Maurício de Oliveira teme que sua casa também seja demolida. “Eles vieram aqui na inten-ção de derrubar a minha casa também, de demolir tudo, mas como é regula-rizada, eles não mexeram”, afirmou.

Ele mostrou para a re-portagem documentos que comprovam a legalidade de sua residência, como o regis-tro no cartório de imóveis e escritura, além da planta da Prefeitura. “Meu terreno é todo registrado, está tudo documentado, explicou.

eu passei aqui e avisei. Isso é uma coisa que os morado-res já sabiam que iam acon-tecer”, disse Lima sobre a reclamação de falta de aviso para os moradores.

“Disseram na sexta-feira. Passei o sábado o dia intei-ro, na chuva, atrás de casa. Isso é um descaso”, afirmou a dona de casa Ingrid Fuster, habitante de uma das resi-dências demolidas. “Minha casa estava com portas de alumínio, cerâmica. Foram R$ 30 mil pro lixo”, concluiu.

O ajudante de motorista Francisco Alves tem quatro filhos e morava há 12 anos no local. “Não tenho lugar para ir ainda. Não sei o que fazer da vida”, lamentou.

fins lucrativos, no caso deste, o sonho da casa própria.

“Eles dizem para essas pessoas [moradores] que a única maneira delas não serem expulsas é firmando esse contrato para fazer essa reserva de unidade futura”, diz a promotora.

Com um valor estabele-cido de R$ 27,5 mil por lote não especificado no contra-to, a empresa cobra em mé-dia de R$ 390 a R$ 500 por mês pela “reserva futura”. No contrato, a Primeira Casa especifica que não há pos-sibilidade de devolução do dinheiro, independente de qualquer situação.

Beto Martins

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cidadeTerça-feira, 29 de Julho de 2014 5

Moradores admitem que não pagam impostos e dizem que área é fruto de usucapião

No esquecimento - Rua Três, na Vila Any, está sem CEP e em completo esquecimento pelas autoridades

LANÇA

MEN

TO DO CD GOSPEL DEA nossa rádio, uma das maiores rádios gospel do brasil, lança em todo o território nacional o cantor

Fernando Carnitti, que é produtor musical, compositor, onde possui varias formações técnicas áudio/visuaise formado também na área do direito, faz uma super promoção:

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face, curta a sua página, Deus abençoe a todos!

Sem ceP, moradores são esquecidos na Vila anyVinícius Bacelar - Moradores da Rua Três, na Vila Any (Re-gião Pimentas), reclamam que a via não possui Códi-go de Endereçamento Postal (CEP) e afirmam que se “sen-tem esquecidos” pela Prefei-tura de Guarulhos há pelo menos 20 anos.

“Estamos aqui, mas é como se não existíssemos. A polícia precisa ligar dez vezes para chegar. O Resgate tam-bém. É complicado”, disse o comerciante Vicente Martins, que mora no local desde 2002.

Para o motorista Josiel Gonzaga, a demora pra re-solver o problema é o que mais preocupa os morado-res. “Há tempos nada muda”.

Questionada, a Prefeitura respondeu que o caso seria averiguado. Já os Correios informaram que mandariam uma equipe ao bairro para apurar se a rua é oficializada.

De acordo com Martins, os moradores da região não

pagam impostos. “É uma área de usucapião [direito adquirido por uso], mas não nos importamos de pagar o que for preciso para regu-larizarmos nossa situação”, afirmou o comerciante.

O pedreiro Edvaldo Sil-va mora na Rua Três há 22 anos e lamenta ter que buscar correspondências em outras casas. “Não te-mos CEP, não temos nome na via, não temos nada. Te-mos que passar outros en-dereços para receber enco-mendas. Geralmente passo o da Rua Ângelo Caldini”, reclamou o pedreiro.

Beto

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políciaTerça-feira, 29 de Julho de 20146

Homem diz que queria andar de ambulância

A construtora JWA, responsável pela obra, não se manifestou

Carga pesada - O caminhão da vítima transportava 14 toneladas de cimento; Dantas morava em Mauá (Região Metropolitana de SP), era casado e deixa um filho de 8 e uma filha de 14 anos

Homem morre ao ser atingido por 400 kg de cimentoalfredo henrique - O motorista Joabs de Melo Dantas, 41, morreu ontem após cerca de 400 quilos de cimento ensacado caírem sobre ele nas obras do novo prédio da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na Re-gião Pimentas. A construto-

ra JWA, responsável pelas obras, não se manifestou sobre o acidente até ao fe-chamento desta edição. Alberto Alves Rodrigues, funcionário de Dantas, dis-se que a vítima foi atingida por uma “gaiola”, na qual eram içados dez sacos de

cimento, com 40 quilos do produto cada. “A área onde o cimento era passado do nosso caminhão para a obra não estava isolada.” O veícu-lo de Dantas transportava 14 toneladas de cimento.

A vítima morava em Mauá, no ABC Paulista, era

casada e deixa um filho de oito e uma filha de 14 anos.

Iniciadas em setembro de 2013, as obras de construção do novo prédio do campus Pimentas da Unifesp devem ser concluídas em fevereiro de 2015. As aulas foram transfe-ridas para a Região Centro.

Dois são assassinados no domingoalfredo henrique - Um homem e uma mulher, ainda não identificados, pois estavam sem documentos, foram as-sassinados no domingo, 27, respectivamente nas regiões Cumbica e Cabuçu. Nenhum suspeito foi identificado ain-

da pela polícia. Foi registrado no Setor de Homicídios de Guarulhos (SH) que o corpo do homem foi encontrado com o rosto coberto por um saco plásti-co branco e com uma corda amarrada ao pescoço. Ele

também estava com duas perfurações feitas com uma faca nas costas. A mulher também foi en-contrada com um saco plás-tico branco na cabeça. Ela ti-nha um ferimento no rosto, supostamente de um tiro.

Homem é preso por furtar ambulância no HMUalfredo henrique - Jonathan Alan Campos da Silva, 21, foi preso no domingo, dia 27, após furtar uma ambulância da empresa Personal Care que estava estacionada em frente ao Hospital Municipal de Urgências (HMU), na Re-gião Centro. Foi registrado no 1º DP que o veículo foi estaciona-do na unidade de saúde por volta das 4h. O motorista da ambulância foi fumar, en-quanto esperava o parceiro

entregar exames no HMU. Por volta das 4h30, a Po-lícia Militar foi informada sobre o furto. A ambulância, conduzida por Silva, foi abor-dada na Avenida Tiradentes. Indagado sobre os motivos do crime, o suspeito afirmou que queria “dar uma volta” com o veículo. Segundo a polícia, Silva não aparentava estar sob efeito de álcool ou drogas. Ele foi encaminhado ao 1º DP, onde foi indiciado em flagrante por furto. Uma fiança de R$ 2 mil foi estipu-lada pela polícia, mas o valor não foi pago pelo acusado. Ele foi encaminhado para o Centro de Detenção Provi-sória 1, onde aguardará o an-damento do inquérito.

beto martins

Page 7: Folha Metropolitana 29/07/2014

Terça-feira, 29 de Julho de 2014 7

Moradores pretendem fazer hoje um ato pacífico em frente a agência da Caixa

Aulinha - Crianças aprendem a fiscalizar os amigos e também os pais

Faz mais pelo seu negócio. Faz mais por você.

Prezado cliente venha degustar um delicioso café damanhã hoje, somente na loja de Guarulhos para

apresentarmos o novo lay-out, esperamos que suaexperiência de compras seja agradavél.

Toda equipe da loja estarápronta para atendê-lo!

Endereço: Rua Carlos Leal Evans, nº 252Jd. Santa Francisca- tel. (11) 2475-8100segunda-feira a sábado: das 7h às 22h

domingo e feriados: das 8h às 18h

Moradores do Esplanada fazem sugestões à CaixaVinícius Bacelar - Moradores do Condomínio Esplanada, feito pelo programa Minha Casa, Minha Vida e de responsabi-lidade da Caixa Econômica Federal (CEF), estudam pro-postas para resolver o proble-ma de falta de gás no conjun-to habitacional, relatado pela Folha Metropolitana no úl-timo sábado.

Segundo a cabeleireira Valéria Lopes, a ideia dos moradores é fazer duas su-gestões à CEF.

“Pode instalar um relógio individual para cada um pa-gar o que consome. Ou então ratear o valor total entre to-das as famílias”, apontou.

A reportagem tentou um contato com a entidade, mas não obteve retorno.

Ainda de acordo com Va-léria, os moradores preten-dem fazer hoje um ato paci-fico em frente à agência da

Caixa, localizada na Avenida Tiradentes (Região Centro).

“Não queremos entrar em confronto com a Polícia Mi-litar novamente [na última sexta, a corporação chegou a lançar bombas de gás lacri-mogêneo para dispersar os manifestantes]. Não vai ter quebra-quebra. Só queremos uma solução definitiva para o nosso problema”, afirmou.

Após o protesto da última sexta-feira, a CEF forneceu gás para as famílias do Con-domínio Esplanada. “Ainda temos, mas não sei até quan-do vai durar”, finalizou.

Alunos aprendem a economizar energiaVinícius Bacelar - Alunos e pro-fessores da Escola Municipal Padre Manoel de Paiva (Re-gião Vila Galvão) aprende-ram a economizar energia por meio de uma ação do Grupo EDP, realizada ontem dentro de um caminhão.

A campanha “Boa Energia nas Escolas” tem o objetivo de transformar as crianças em agentes de conscientização.

“Queremos levar o projeto a 14 mil alunos de Guarulhos até o fim de 2015. Na primeira etapa, a expectativa é de que cinco mil sejam atendidos”, afirmou o relações públicas do EDP, Marcos Scarpa.

A coordenadora pedagó-gica Mara Oliveira declarou que já nota os resultados da iniciativa. “As crianças fisca-lizam os amigos e os pais”.

alexandre de paulo

Page 8: Folha Metropolitana 29/07/2014

cidadeTerça-feira, 29 de Julho de 20148

Delegado disse que poderá até indiciar o engenheiro responsável

“Desabamento ocorreu devido à ruptura de suporte em concreto armado e lajes do subsolo”

Marca da morte - No dia de ontem os escombros do prédio da Salema continuavam entulhados no terreno

No dia do acidente - Corpo do operário é retirado dos escombros pelos Bombeiros, após três dias

Trecho do laudoda perícia da Polícia civil

beto martins

lucas dantas (05/12/2013)

2 de dezembro de 2013Prédio da construtora Salema desaba na Avenida Humberto Castelo Branco. Uma casa do mesmo quarteirão tam-bém é afetada e não resiste ao impacto. A casa estava vazia, mas o Corpo de Bom-beiros investiga se dois operários que dor-miam na construção foram soterrados.3 de dezembro de 2013Apenas um operário está desaparecido.

Os bombeiros acham a carteira de Edenil-son Jesus Santos nos escombros. 5 de dezembro de 2013Corpo de Edenilson é encontrado próxi-mo à rampa de saída do segundo subsolo do prédio. Inquéritos cível e criminal são instaurados pelo Ministério Público e pela Polícia Civil para investigar a causa do desabamento. Agora, o laudo da Polícia Civil concluiu pela falha estrutral.

Laudo confirma culpa da Salema em desabamentoEURICO CRUZ - O laudo da perícia da Polícia Civil apontou que a responsabilidade pelo desaba-mento do prédio de cinco an-dares em construção na Ave-nida Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco (Re-gião Centro), em dezembro do ano passado, que resultou na morte do operário Edenilson Jesus Santos, de 23 anos, foi da Construtora Salema.

No laudo entregue ao Mi-nistério Público, no dia 11, consta que o “desabamento ocorreu devido à ruptura de suporte em concreto arma-do [pilares, vigas] e lajes, do subsolo ao piso do pri-

meiro pavimento caracte-rizando problemas de ori-gem endógena [originária da própria edificação]”.

O documento ressalta ain-da que, no momento do de-sabamento, os pilares susten-tavam apenas 60% do peso para o qual foram planejados. Inicialmente, a obra teria qua-tro andares, mas uma mudan-ça no planejamento incluiu outro andar e um mezanino.

Outras falhas como a qua-lidade do material utilizado e a baixa tecnologia disponível para os trabalhadores tam-bém são citadas como causa do acidente. Depoimentos dos operários juntados ao processo alegam rachaduras nas paredes. A orientação fornecida a eles era de “ma-quiar” o problema.

Antes mesmo da tragédia acontecer, alguns moradores já reclamavam que o prédio estava torto. A Defesa Civil, porém, disse na época não ter sido procurada sobre o risco de desabamento. A documentação da obra não apresentava irregularidades.

Responsável pode ser indiciadoDelegado titular do 5º DP

de Guarulhos, Sidney Mu-niz dos Santos disse ontem à Folha Metropolitana que se ele entender a conclusão do laudo como completa in-diciará o responsável pela construtora Salema, o en-genheiro Fernando Salema, pelo desabamento do prédio.

Caso contrário, se o de-legado ficar com dúvidas não respondidas pelo do-cumento deverá pedir um laudo complementar.

“Eu preciso fazer um es-tudo mais detalhado do lau-do. Ouvir também o dono do terreno e o responsável pela empresa que fazia o acaba-mento interno da obra”, dis-se o delegado.

Segundo Sidney, ainda não foi possível tomar a decisão sobre o destino da investigação porque o lau-do chegou atrasado à po-lícia e teve de ser encami-nhado ao juiz responsável pelo caso.

entenda o caso

Page 9: Folha Metropolitana 29/07/2014

esportesTerça-feira, 29 de Julho de 2014 9

Ontem o Palmeiras divulgou comunicado lamentando o comportamento de alguns “maus torcedores”

palavras cruzadas diretaswww.coquetel.com.br Revistas coquetel 2014

ÁRIES: Os planos para os próximos dias já começam a se definir na sua cabeça nesta fase de aspecto positivo, em que estará buscando nas pessoas mais velhas a experiência necessária.

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Início do

campeonato: 02/08/14

Término: 29/11/14

Campeonato Guarulhense de Futsal Municipal – 2014

CategoriasSub 08Sub 10Sub 12Sub 14Sub 16Sub 18Sub 21

3º Divisão

Ano de Nascimento2006 e 20072004 e 20052002 e 20032000 e 20011998 e 19991996 e 1997

1995 – 1994 e 199320 Anos em Diante

Organização – Ponto de Encontro do Futsal Guarulhense

Inscrições Abertas

Visitantes quebraram mais de 200 cadeiras no ItaquerãoestadÃo coNteÚdo - Uma vis-toria realizada ontem no Itaquerão apontou que 258 cadeiras foram quebradas no setor da torcida visitante no clássico de domingo, en-tre Corinthians e Palmeiras, pelo Brasileirão. Um repre-sentante do Palmeiras parti-cipou da vistoria.

Pelo acordo entre os dois clubes, o Palmeiras terá de arcar com o prejuízo causado pela torcida no Itaquerão - o orçamento será passado pelo Corinthians e deve ficar em torno de R$ 45 mil, cerca de R$ 175 por assento. Além das

cadeiras quebradas, um seca-dor de mãos no banheiro dos visitantes foi danificado.

Entre os responsáveis pe-los estragos, dois torcedores do Palmeiras foram identifi-cados por meio de redes so-ciais. Diego Sequia e William Santon postaram fotos e mensagens em seus perfis da depredação no setor de visi-tantes do Itaquerão. Uma das mensagens dizia: “Seu está-dio é um entulho.”

O Palmeiras promete co-brar dos torcedores que fo-rem identificados como auto-res do vandalismo. O setor de

visitantes recebeu cerca de 2 mil palmeirenses no clássico de domingo. Portanto, o nú-mero de cadeiras danificadas representa pouco mais de 10% dos ingressos vendidos para a torcida do Palmeiras.

Page 10: Folha Metropolitana 29/07/2014

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Ronaldinho Gaúcho deixa o Atlético-MGESTADÃO CONTEÚDO - O presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, confirmou ontem que o meia-atacante Ronaldinho Gaúcho, de 34 anos, não faz mais parte do elenco do clube. Apesar de não haver confirmação, o mais prová-vel é que ele jogará nos EUA, no New York Red Bulls.

A saída de Ronaldinho vinha sendo especulada

desde maio, antes do reces-so para a disputa da Copa. Mesmo assim, ele participou normalmente da excursão que o Atlético-MG fez à Chi-na durante a intertemporada e vinha cumprindo a rotina de trabalho. Ronaldinho chegou ao clube em maio de 2012. Desacreditado, voltou a jogar em alto nível, levan-do o Galo ao vice-campeo-nato brasileiro daquele ano. No ano seguinte, foi um dos protagonistas da conquista da Libertadores, maior título na história do Atlético-MG.

Page 11: Folha Metropolitana 29/07/2014

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Faço saber que os seguintes pretendentes apresentaram os do-cumentos exigidos pelo artigo 1525, números I, III e IV do Código Civil Brasileiro e desejam se casar;David Pereira dos Santos, profissão ajudante geral, estado ci-vil solteiro, nascido em Guarulhos, Estado de São Paulo, no dia dez de setembro de mil novecentos e oitenta e nove (10/09/1989), residente e domiciliado neste Subdistrito, filho de Hélio Pereira dos Santos e de Maria de Lourdes dos Santos.Érika Santos de Jesus, profissão do lar, estado civil solteira, nascida em Guarulhos, Estado de São Paulo, no dia nove de ju-lho de mil novecentos e noventa e quatro (09/06/1994), residente e domiciliada neste Subdistrito, filha de Lucia Maria Santos de Jesus.Se alguém souber de algum impedimento, oponha-se na forma da lei.Lavro o presente para ser afixado neste Serviço Registral e publi-cado na Imprensa local.

Guarulhos, 22 de julho de 2014

SIDNEY PELLICCI MONTEIRO, Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais e de Interdições e Tutelas do 1º Subdistrito da Comarca de Guarulhos, Estado de São Paulo;

Faço saber que os seguintes pretendentes apresentaram os documentos exigidos pelo artigo 1525, números I, III e IV do Código Civil Brasileiro e desejam se casar;Diego de Souza Santos, profissão pintor, estado civil solteiro, nascido em Guarulhos, Estado de São Paulo, no dia seis de novembro de mil novecentos e oitenta e cinco (06/11/1985), residente e domiciliado neste Subdistrito, filho de Valdenir Martins dos Santos e de Lúcia Helena de Souza Santos.Daiane Cibéle da Silva Santos, profissão do lar, estado civil solteira, nascida em Guarulhos, Estado de São Paulo, no dia vinte e seis de julho de mil novecentos e noventa e um (26/07/1991), residente e domiciliada neste Subdistrito, filha de Eliseu dos Santos e de Antonia Maria Nazaré Silva Santos.Se alguém souber de algum impedimento, oponha-se na forma da lei.Lavro o presente para ser afixado neste Serviço Registral e publicado na Imprensa local.

Guarulhos, 28 de julho de 2014

SIDNEY PELLICCI MONTEIRO, Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais e de Interdições e Tutelas do 1º Subdistrito da Comarca de Guarulhos, Estado de São Paulo;

Faço saber que os seguintes pretendentes apresentaram os do-cumentos exigidos pelo artigo 1525, números I, III, IV e V do Có-digo Civil Brasileiro e desejam se casar;Jurandí Domingos da Silva, profissão lavrador, estado civil di-vorciado, nascido em Brejolândia, Estado da Bahia, no dia seis de novembro de mil novecentos e sessenta e cinco (06/11/1965), residente e domiciliado neste Subdistrito, filho de Alexandre Le-mes da Silva e de Olinda Domingos da Silva.Ana Cristina de Sousa, profissão do lar, estado civil solteira, nascida em Uiraúna, Estado da Paraíba, no dia treze de setem-bro de mil novecentos e setenta e cinco (13/09/1975), residente e domiciliada neste Subdistrito, filha de Severino José de Sousa e de Ana Evangelista de Sousa.Se alguém souber de algum impedimento, oponha-se na forma da lei.Lavro o presente para ser afixado neste Serviço Registral e publi-cado na Imprensa local.

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Terça-feira, 29 de Julho de 201412

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ESPECIALTerça-feira, 29 de Julho de 2014

www.folhametro.com.br www.facebook.com/jornalfolhametro Distribuição Gratuita

No dia 24 de junho, o repórter Alfredo Henrique e o fotógrafo Alexandre de Paulo, sem informar que são jornalistas, passaram uma noite no albergue municipal (Região Centro) e conheceram de perto a rotina de pessoas que, para alguns, são consideradas fantasmas da sociedade. Antes de ir ao abrigo, a dupla passou o dia todo andando pelo Centro, cada um portando R$ 2 e o documento de identidade. Toda a experiência por que passaram está contada neste caderno, que abre uma série de reportagens publicada toda terça-feira.

Alexandre de Paulo: 43 anos, repórter fotográfico há 20 e morador de rua por um dia

Alfredo Henrique: 31 anos, repórter há 9 e também morador de rua por um dia

alexandre de paulo

Page 14: Folha Metropolitana 29/07/2014

especialTerça-feira, 29 de Julho de 20142 especial

Terça-feira, 29 de Julho de 2014 3

Nó na gargantaNo dia 24 de junho, o repórter Alfredo Henrique e o fotógrafo Alexandre de Paulo, sem infor-mar que são jornalistas, pas-

saram uma noite no albergue municipal (Região Centro) e conheceram de perto a rotina vivenciada por pessoas que, para alguns, são consideradas fantasmas pe-rambulando à margem do que é vendido como realidade.

Antes de ir ao abrigo, a dupla passou o dia todo andando pelo Centro, cada um portando R$ 2 e o documento de identi-dade. Os jornalistas fizeram suas refeições em restaurantes populares e sentiram na pele as dificuldades de viver em uma so-ciedade pautada pelo consumo e as apa-rências. A quantidade de dinheiro usada por ambos foi pautada pela definição de miséria do Banco Mundial, que é sobrevi-

ver com menos de 1,25 dólar por dia. A instituição prevê que até 2015 um bilhão de pessoas ainda poderão ser classificadas desta forma no mundo.

Após um dia todo de privações, ambos se refugiaram no albergue da Rua Harry Si-monsen, uma rua sem saída para onde cen-tenas de pessoas vão procurar temporaria-mente a sensação de estar sob um teto e de poderem, ao menos entre si, se reconhecer.

Alfredo Henrique - Ser transformado em esta-tística é o destino dos homens que buscam abrigo no albergue da Prefeitura de Guaru-lhos. Cerca de 120 pessoas procuram dia-riamente o serviço. Esta quantidade salta para aproximadamente 160 quando o frio chega. A frieza e a exatidão dos números, aliadas à rotatividade dos indivíduos que procuram o local, impedem o monitora-mento criterioso e a classificação de seus perfis pelo governo municipal.

A sensação de estar fora das ruas pode durar até 15 horas aos homens que op-tam em passar uma noite no albergue, localizado na Rua Harry Simonsen, 275, Região Centro. Para quem decide aceitar as regras da casa, como não portar álcool ou drogas, a entrada é permitida a partir das 17h. Dentro do albergue, os assisti-dos podem tomar banho, jantar, comer um lanche antes de dormir, pernoitar e pela manhã ainda ganhar café da manhã. O fotógrafo Alexandre de Paulo e eu nos sentimos perdidos ao entrar no abrigo, pois desconhecíamos sua rotina. Nós entramos no imóvel em condição de anonimato, sem informar que éramos jornalistas.

Por volta das 17h, dezenas de homens, a maioria com roupas sujas e surradas, já for-mavam fila para usar um dos seis chuveiros da casa. “Só pode jantar quem antes tomar banho”, informou um funcionário. Mas an-tes disso, com documentos de identidade em mãos, foi necessário que todos confirmas-sem os nomes no registro. Os nossos dados foram incluídos na listagem. Sobre um bal-cão, o caderno dividia espaço com pote plás-tico, semelhante aos de amaciantes de roupa, mas com o bocal cortado para alargar a parte superior. Dentro dele, dezenas de miniaturas de sabonetes sem embalagem, iguais aos de hotéis. Toalhas de rosto, empilhadas dentro de caixa de papelão no chão, foram dispo-nibilizadas. Eles constituem o kit de banho oferecido aos albergados.

Vidas que viram estatísticasTanto o meu documento de identidade

como o do Alexandre foram retidos na en-trada do albergue, onde ficam os armários e o acesso aos chuveiros. As informações contidas nos RGs foram usadas para pre-encher a ficha de cadastro. Mas antes dis-so, funcionários nos encaminharam para a área de convivência, sem banho. Nossos pertences foram guardados em um mes-mo armário. A chave não ficou com a gen-te. Um rapaz, com longa barba e um cra-chá da Prefeitura, orientou para que nós tomássemos banho somente após o jantar.

Entramos no espaço de convivência: um pátio com plantas, onde há três árvo-res no centro. Nesse ambiente há um cô-modo coberto, no qual são feitas as quatro refeições – café às 17h, jantar às 19h, lan-che da noite às 22h e café da manhã às 7h.

Dentro do refeitório há uma televisão (tela plana). Ao lado do ambiente está “co-lado” o primeiro pavilhão com beliches. Ainda no pátio fica o prédio do setor ad-ministrativo do albergue, onde assistentes sociais fazem o atendimento, mas só com hora marcada. Isso foi afirmado por um albergado que se identificou como Stevão e também foi confirmado pela Secretaria de Assistência Social de Guarulhos.

O albergue municipal foi fundado há mais de dez anos. Até então, contava com 60 vagas. A partir de dezembro de 2009, foi triplicado. Com a inauguração da casa de passagem “Dando um Tempo”, em março deste ano, as mulheres foram separadas dos homens. O motivo foi possibilitar que os fi-lhos das albergadas ficassem com elas nas pernoites. A secretária de Assistência Social, Genilda Bernardes, afirmou que até 2015 pretende dividir o albergue. Ela admitiu que o grande número de homens assistidos no local impede acompanhamento “mais hu-manizado”. “Não tem como haver atenção individual. O ideal para o albergue é ter no máximo 30 pessoas.”

Na área de convivência

Antes do jantar, fomos abordados pelo baiano Gilson e o paulistano Ste-vão. O primeiro é de Ilhéus (BA) e está com 53 anos. Com os olhos lacrimejan-tes e um forte hálito de álcool, ele nos orientou a tomar cuidado com algumas “pessoas ruins” que dormem no alber-gue. “Fiquem atentos para ninguém pu-xar o tapete de vocês.”

Ele afirmou ser proprietário de uma casa em Guarulhos e também trabalhar, mas sem informar qual atividade exer-ce e o endereço de seu imóvel. “Eu estou no albergue porque quero”, disse. Gilson conversou com o Alexandre, reiterando os conselhos para “tomar cuidado” no abrigo e se reafirmando em voz alta a todo o mo-mento. Nenhum albergado, a não ser nós, se interessou em ouvir o homem. Após alguns minutos mantendo o mesmo as-sunto, Gilson se retirou com movimentos expansivos dos braços e não foi mais visto nem por mim, nem pelo fotógrafo.

O ativista padre Júlio Lancellotti afir-mou que cerca de 40% das pessoas que optam por estar na rua fazem essa esco-lha por causa de algum problema com o núcleo familiar. “A pessoa decide isso após o acúmulo de perdas sucessivas em suas vidas. Não é fácil explicar os mo-tivos de forma generalizada, pois cada caso é um caso.”

Stevão, 43, é mais tímido e, também com o hálito de quem bebeu cachaça, sentou-se ao meu lado. Ele afirmou es-tar há um ano e oito meses frequentan-do o albergue de Guarulhos. Porém, não dorme todos os dias no local. Quando não tem recaída no crack, droga que o deixou em situação de rua, ele afirmou ir ao Centro de Acolhida para Adultos, no Jaçanã, zona norte de São Paulo. As-sim como Gilson, o paulistano mais de-sabafa do que conversa.

Stevão procurou a acolhida do alber-gue de Guarulhos, em 24 de junho, para se recuperar da noite anterior. Por causa de supostos traficantes de drogas, que ficariam em frente ao prédio, ele com-prou crack e “ficou doido”, não conse-guindo chegar no horário limite para acessar o abrigo (21h). “Cheguei 22h e não me deixaram entrar. Como eu es-tava muito louco, dormi na rua mesmo. Tento parar de usar [crack], mas estes caras que ficam na frente do albergue [supostos traficantes] ‘atentam’ [sic] todo mundo que tem vício.” A chefia de investigações do 1º DP, responsável pela região, garantiu que monitora a área e que já identificou todos os suspeitos que rondam o albergue.

Por causa da intervenção de igrejas evangélicas, do segmento neopentecos-tal, Stevão afirmou ter conseguido ficar um tempo sem usar drogas. Mas após se decepcionar com líderes religiosos, ele perdeu o suporte que o ajudava a enfren-tar o vício.

Ele ainda preserva alguns traços de quem frequentou cultos. Fala constante-mente da “Bíblia” e afirmou querer parar de usar drogas novamente. “Mas, antes disso, preciso que alguém me convença a encontrar Deus. Os pastores das igrejas que fingiram tentar me ajudar são um bando de hipócritas.”

Nossa conversa foi interrompida com o anúncio de que o jantar seria servido. Uma fila se formou na parte externa do refeitório. Os frequentadores entraram em blocos no local, para não superlotar o recinto. Cerca de 40 homens se mantiveram na nossa frente. Os idosos e pessoas com problemas de loco-moção, e até um homem com aparente defi-ciência intelectual, foram priorizados neste momento. Eles formaram uma segunda fila, bem menor do que a “principal”.

Ouvindo histórias até a hora do jantar

Quando chegou minha vez de ser servi-do, pedi para uma funcionária colocar me-nos comida. Não fui atendido. Com um prato cheio de arroz, feijão e uma coxa de frango ensopado (que não gosto), procurei um lugar para me sentar. O único talher oferecido foi uma colher. Nenhuma bebida foi disponibi-lizada, assim como recipiente para ao menos colocar água de um dos dois bebedouros re-servados aos internos e funcionários.

Alguns homens não se continham e comiam em pé mesmo. Outros pegavam as sobras do prato de companheiros e re-forçavam o jantar. Os mais esganados não conseguiram comer tudo e jogaram o que não aguentaram em um balde plástico.

No meio do jantar, um idoso sacou um frasco de pimenta e causou alvoroço en-tre os albergados. “Pimenta no albergue é ouro”, gritou animadamente Stevão olhan-do para mim. Ele estava sentado à minha frente, do outro lado da mesa. O Alexan-dre, após alguns segundos de espera, con-quistou seu espaço na mesma mesa, a dois corpos de distância de mim. Depois da breve “apimentada” nos ânimos, todos se calaram e comeram.

No parapeito de uma janela, algumas canecas plásticas estavam depositadas. Stevão explicou que são destinadas para quem quiser beber água durante o jantar. Eu presenciei que elas foram lavadas so-mente com água corrente, pelos próprios albergados, em uma pia na parte externa do refeitório. “É uma troca de contamina-ção danada”, afirmou Stevão. As canecas só são oferecidas limpas e, em quantidade suficiente para todos, no café da manhã.

Última refeição do dia

Quando saem do albergue, a maioria dos usuá-rios passa o tempo bebendo ou procurando conseguir dinheiro para isso. Outros se dedicam à convicção de que irão sair dali, nem que seja por poucas horas. A secretária Genilda Bernardes disse que dois Centros de Referência à População de Rua (Centros POP) ofe-recem recursos para que os andarilhos possam “pas-sar o tempo” e também para serem “reinseridos” ao convívio familiar. “Há atividades para eles ficarem o dia inteiro nos Centros POP. Fazemos qualificação profissional e cursos.”

O padre Júlio Lancellotti é mais cético. Ele defen-de que está errado se dizer “reinserção”, termo usado pelo poder público para a reabilitação de moradores de rua. “Na verdade, a volta ao núcleo familiar e ao mercado de trabalho, por pessoas que moram nas ruas, não é uma regra. Eles acabam vivendo dentro da exclusão e com perdas, às vezes, irreparáveis. Viver na rua causa um sofrimento mental grande, a pon-to de criar situações irreversíveis, provocadas pela solidão e também pelo tratamento despersonalizado dispensado aos moradores de rua pelas pessoas em geral e também pelos albergues”, afirmou.

Maiores abandonados

Segundo a Assistência So-cial de Guarulhos, há atual-mente cadastrados na cidade 140 homens e 25 mulheres em situação de rua. Eles seriam frequentadores do albergue e da Casa de Passagem. Os da-dos são referentes à primeira quinzena de julho.

“O trabalho de reabilita-ção e restabelecimento de vínculos é realizado por uma equipe de abordagem social, criada com a finalidade de visitar diariamente todos os locais da cidade onde fossem localizadas pessoas vivendo nas ruas”, diz trecho de nota da secretaria.

Prefeitura cadastrou 165 pessoas em 2014

Sentimos na pele, por 24 horas, o que centenas de in-divíduos vivem diariamente pelo País. Com apenas R$ 2, tomamos café da manhã, a R$ 0,50, no Bom Prato. Al-moçamos a R$ 1 no Restau-rante Popular Solidariedade Zilda Arns, na Avenida Mon-teiro Lobato, 518, no Macedo. Passamos o período da tarde na Biblioteca do Teatro Ada-mastor, também no Macedo, sem ter o que fazer. Lá per-manecemos até 16h50, quan-do rumamos para o albergue. Foi um período difícil, de muitas dúvidas e angústias, por causa da privação mate-rial sofrida.

Um dia inteiro de exclusão

Aos poucos, depois de jantar, os albergados come-çaram a cobrar para que os quartos fossem abertos. Nes-te momento, fomos ao portão de ferro que divide esta área dos chuveiros e armários e, por uma pequena abertura, perguntamos se já podíamos ser cadastrados. “Só às 21h”, respondeu uma funcionária. Neste momento, desconfiei que o disfarce tivesse sido descoberto. Voltamos para a área de convivência com a dúvida. Stevão já tinha se retirado e não foi mais visto.

Para passar o tempo, as-sistimos TV no refeitório. Ha-via algumas pilhas de livros no chão. Elas eram formadas por volumes de temática ju-rídica. Os tomos são usados pelos albergados para apoia-rem os pés, enquanto assis-tem televisão. Dez minutos depois das 21h, finalmente nossos cadastros começaram a ser feitos.

Após isso, nos informa-ram que dormiríamos no “quarto novo”. Escovamos os dentes ao ar livre, em uma pia localizada no corredor dos fundos do maior pavi-lhão do albergue. Próximos à pia ficam dois banheiros. Eles estavam sujos, com chei-ro forte de urina, e o chão úmido. Os colchões eram du-ros e desconfortáveis e tam-bém não havia travesseiros para os albergados.

Cadastro para poder dormir

Simples - Quarto com colchão desconfortável e sem travesseiroAlbergue - Um lugar sem calor humano, onde as pessoas perambulam para comer e dormir

Bom Prato - Comida barata para quem tem muito pouco dinheiro

Anonimato - Quem vive na rua tem vergonha e quer se esconder

fotos: alexandre de paulo

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especialTerça-feira, 29 de Julho de 20142 especial

Terça-feira, 29 de Julho de 2014 3

Nó na gargantaNo dia 24 de junho, o repórter Alfredo Henrique e o fotógrafo Alexandre de Paulo, sem infor-mar que são jornalistas, pas-

saram uma noite no albergue municipal (Região Centro) e conheceram de perto a rotina vivenciada por pessoas que, para alguns, são consideradas fantasmas pe-rambulando à margem do que é vendido como realidade.

Antes de ir ao abrigo, a dupla passou o dia todo andando pelo Centro, cada um portando R$ 2 e o documento de identi-dade. Os jornalistas fizeram suas refeições em restaurantes populares e sentiram na pele as dificuldades de viver em uma so-ciedade pautada pelo consumo e as apa-rências. A quantidade de dinheiro usada por ambos foi pautada pela definição de miséria do Banco Mundial, que é sobrevi-

ver com menos de 1,25 dólar por dia. A instituição prevê que até 2015 um bilhão de pessoas ainda poderão ser classificadas desta forma no mundo.

Após um dia todo de privações, ambos se refugiaram no albergue da Rua Harry Si-monsen, uma rua sem saída para onde cen-tenas de pessoas vão procurar temporaria-mente a sensação de estar sob um teto e de poderem, ao menos entre si, se reconhecer.

Alfredo Henrique - Ser transformado em esta-tística é o destino dos homens que buscam abrigo no albergue da Prefeitura de Guaru-lhos. Cerca de 120 pessoas procuram dia-riamente o serviço. Esta quantidade salta para aproximadamente 160 quando o frio chega. A frieza e a exatidão dos números, aliadas à rotatividade dos indivíduos que procuram o local, impedem o monitora-mento criterioso e a classificação de seus perfis pelo governo municipal.

A sensação de estar fora das ruas pode durar até 15 horas aos homens que op-tam em passar uma noite no albergue, localizado na Rua Harry Simonsen, 275, Região Centro. Para quem decide aceitar as regras da casa, como não portar álcool ou drogas, a entrada é permitida a partir das 17h. Dentro do albergue, os assisti-dos podem tomar banho, jantar, comer um lanche antes de dormir, pernoitar e pela manhã ainda ganhar café da manhã. O fotógrafo Alexandre de Paulo e eu nos sentimos perdidos ao entrar no abrigo, pois desconhecíamos sua rotina. Nós entramos no imóvel em condição de anonimato, sem informar que éramos jornalistas.

Por volta das 17h, dezenas de homens, a maioria com roupas sujas e surradas, já for-mavam fila para usar um dos seis chuveiros da casa. “Só pode jantar quem antes tomar banho”, informou um funcionário. Mas an-tes disso, com documentos de identidade em mãos, foi necessário que todos confirmas-sem os nomes no registro. Os nossos dados foram incluídos na listagem. Sobre um bal-cão, o caderno dividia espaço com pote plás-tico, semelhante aos de amaciantes de roupa, mas com o bocal cortado para alargar a parte superior. Dentro dele, dezenas de miniaturas de sabonetes sem embalagem, iguais aos de hotéis. Toalhas de rosto, empilhadas dentro de caixa de papelão no chão, foram dispo-nibilizadas. Eles constituem o kit de banho oferecido aos albergados.

Vidas que viram estatísticasTanto o meu documento de identidade

como o do Alexandre foram retidos na en-trada do albergue, onde ficam os armários e o acesso aos chuveiros. As informações contidas nos RGs foram usadas para pre-encher a ficha de cadastro. Mas antes dis-so, funcionários nos encaminharam para a área de convivência, sem banho. Nossos pertences foram guardados em um mes-mo armário. A chave não ficou com a gen-te. Um rapaz, com longa barba e um cra-chá da Prefeitura, orientou para que nós tomássemos banho somente após o jantar.

Entramos no espaço de convivência: um pátio com plantas, onde há três árvo-res no centro. Nesse ambiente há um cô-modo coberto, no qual são feitas as quatro refeições – café às 17h, jantar às 19h, lan-che da noite às 22h e café da manhã às 7h.

Dentro do refeitório há uma televisão (tela plana). Ao lado do ambiente está “co-lado” o primeiro pavilhão com beliches. Ainda no pátio fica o prédio do setor ad-ministrativo do albergue, onde assistentes sociais fazem o atendimento, mas só com hora marcada. Isso foi afirmado por um albergado que se identificou como Stevão e também foi confirmado pela Secretaria de Assistência Social de Guarulhos.

O albergue municipal foi fundado há mais de dez anos. Até então, contava com 60 vagas. A partir de dezembro de 2009, foi triplicado. Com a inauguração da casa de passagem “Dando um Tempo”, em março deste ano, as mulheres foram separadas dos homens. O motivo foi possibilitar que os fi-lhos das albergadas ficassem com elas nas pernoites. A secretária de Assistência Social, Genilda Bernardes, afirmou que até 2015 pretende dividir o albergue. Ela admitiu que o grande número de homens assistidos no local impede acompanhamento “mais hu-manizado”. “Não tem como haver atenção individual. O ideal para o albergue é ter no máximo 30 pessoas.”

Na área de convivência

Antes do jantar, fomos abordados pelo baiano Gilson e o paulistano Ste-vão. O primeiro é de Ilhéus (BA) e está com 53 anos. Com os olhos lacrimejan-tes e um forte hálito de álcool, ele nos orientou a tomar cuidado com algumas “pessoas ruins” que dormem no alber-gue. “Fiquem atentos para ninguém pu-xar o tapete de vocês.”

Ele afirmou ser proprietário de uma casa em Guarulhos e também trabalhar, mas sem informar qual atividade exer-ce e o endereço de seu imóvel. “Eu estou no albergue porque quero”, disse. Gilson conversou com o Alexandre, reiterando os conselhos para “tomar cuidado” no abrigo e se reafirmando em voz alta a todo o mo-mento. Nenhum albergado, a não ser nós, se interessou em ouvir o homem. Após alguns minutos mantendo o mesmo as-sunto, Gilson se retirou com movimentos expansivos dos braços e não foi mais visto nem por mim, nem pelo fotógrafo.

O ativista padre Júlio Lancellotti afir-mou que cerca de 40% das pessoas que optam por estar na rua fazem essa esco-lha por causa de algum problema com o núcleo familiar. “A pessoa decide isso após o acúmulo de perdas sucessivas em suas vidas. Não é fácil explicar os mo-tivos de forma generalizada, pois cada caso é um caso.”

Stevão, 43, é mais tímido e, também com o hálito de quem bebeu cachaça, sentou-se ao meu lado. Ele afirmou es-tar há um ano e oito meses frequentan-do o albergue de Guarulhos. Porém, não dorme todos os dias no local. Quando não tem recaída no crack, droga que o deixou em situação de rua, ele afirmou ir ao Centro de Acolhida para Adultos, no Jaçanã, zona norte de São Paulo. As-sim como Gilson, o paulistano mais de-sabafa do que conversa.

Stevão procurou a acolhida do alber-gue de Guarulhos, em 24 de junho, para se recuperar da noite anterior. Por causa de supostos traficantes de drogas, que ficariam em frente ao prédio, ele com-prou crack e “ficou doido”, não conse-guindo chegar no horário limite para acessar o abrigo (21h). “Cheguei 22h e não me deixaram entrar. Como eu es-tava muito louco, dormi na rua mesmo. Tento parar de usar [crack], mas estes caras que ficam na frente do albergue [supostos traficantes] ‘atentam’ [sic] todo mundo que tem vício.” A chefia de investigações do 1º DP, responsável pela região, garantiu que monitora a área e que já identificou todos os suspeitos que rondam o albergue.

Por causa da intervenção de igrejas evangélicas, do segmento neopentecos-tal, Stevão afirmou ter conseguido ficar um tempo sem usar drogas. Mas após se decepcionar com líderes religiosos, ele perdeu o suporte que o ajudava a enfren-tar o vício.

Ele ainda preserva alguns traços de quem frequentou cultos. Fala constante-mente da “Bíblia” e afirmou querer parar de usar drogas novamente. “Mas, antes disso, preciso que alguém me convença a encontrar Deus. Os pastores das igrejas que fingiram tentar me ajudar são um bando de hipócritas.”

Nossa conversa foi interrompida com o anúncio de que o jantar seria servido. Uma fila se formou na parte externa do refeitório. Os frequentadores entraram em blocos no local, para não superlotar o recinto. Cerca de 40 homens se mantiveram na nossa frente. Os idosos e pessoas com problemas de loco-moção, e até um homem com aparente defi-ciência intelectual, foram priorizados neste momento. Eles formaram uma segunda fila, bem menor do que a “principal”.

Ouvindo histórias até a hora do jantar

Quando chegou minha vez de ser servi-do, pedi para uma funcionária colocar me-nos comida. Não fui atendido. Com um prato cheio de arroz, feijão e uma coxa de frango ensopado (que não gosto), procurei um lugar para me sentar. O único talher oferecido foi uma colher. Nenhuma bebida foi disponibi-lizada, assim como recipiente para ao menos colocar água de um dos dois bebedouros re-servados aos internos e funcionários.

Alguns homens não se continham e comiam em pé mesmo. Outros pegavam as sobras do prato de companheiros e re-forçavam o jantar. Os mais esganados não conseguiram comer tudo e jogaram o que não aguentaram em um balde plástico.

No meio do jantar, um idoso sacou um frasco de pimenta e causou alvoroço en-tre os albergados. “Pimenta no albergue é ouro”, gritou animadamente Stevão olhan-do para mim. Ele estava sentado à minha frente, do outro lado da mesa. O Alexan-dre, após alguns segundos de espera, con-quistou seu espaço na mesma mesa, a dois corpos de distância de mim. Depois da breve “apimentada” nos ânimos, todos se calaram e comeram.

No parapeito de uma janela, algumas canecas plásticas estavam depositadas. Stevão explicou que são destinadas para quem quiser beber água durante o jantar. Eu presenciei que elas foram lavadas so-mente com água corrente, pelos próprios albergados, em uma pia na parte externa do refeitório. “É uma troca de contamina-ção danada”, afirmou Stevão. As canecas só são oferecidas limpas e, em quantidade suficiente para todos, no café da manhã.

Última refeição do dia

Quando saem do albergue, a maioria dos usuá-rios passa o tempo bebendo ou procurando conseguir dinheiro para isso. Outros se dedicam à convicção de que irão sair dali, nem que seja por poucas horas. A secretária Genilda Bernardes disse que dois Centros de Referência à População de Rua (Centros POP) ofe-recem recursos para que os andarilhos possam “pas-sar o tempo” e também para serem “reinseridos” ao convívio familiar. “Há atividades para eles ficarem o dia inteiro nos Centros POP. Fazemos qualificação profissional e cursos.”

O padre Júlio Lancellotti é mais cético. Ele defen-de que está errado se dizer “reinserção”, termo usado pelo poder público para a reabilitação de moradores de rua. “Na verdade, a volta ao núcleo familiar e ao mercado de trabalho, por pessoas que moram nas ruas, não é uma regra. Eles acabam vivendo dentro da exclusão e com perdas, às vezes, irreparáveis. Viver na rua causa um sofrimento mental grande, a pon-to de criar situações irreversíveis, provocadas pela solidão e também pelo tratamento despersonalizado dispensado aos moradores de rua pelas pessoas em geral e também pelos albergues”, afirmou.

Maiores abandonados

Segundo a Assistência So-cial de Guarulhos, há atual-mente cadastrados na cidade 140 homens e 25 mulheres em situação de rua. Eles seriam frequentadores do albergue e da Casa de Passagem. Os da-dos são referentes à primeira quinzena de julho.

“O trabalho de reabilita-ção e restabelecimento de vínculos é realizado por uma equipe de abordagem social, criada com a finalidade de visitar diariamente todos os locais da cidade onde fossem localizadas pessoas vivendo nas ruas”, diz trecho de nota da secretaria.

Prefeitura cadastrou 165 pessoas em 2014

Sentimos na pele, por 24 horas, o que centenas de in-divíduos vivem diariamente pelo País. Com apenas R$ 2, tomamos café da manhã, a R$ 0,50, no Bom Prato. Al-moçamos a R$ 1 no Restau-rante Popular Solidariedade Zilda Arns, na Avenida Mon-teiro Lobato, 518, no Macedo. Passamos o período da tarde na Biblioteca do Teatro Ada-mastor, também no Macedo, sem ter o que fazer. Lá per-manecemos até 16h50, quan-do rumamos para o albergue. Foi um período difícil, de muitas dúvidas e angústias, por causa da privação mate-rial sofrida.

Um dia inteiro de exclusão

Aos poucos, depois de jantar, os albergados come-çaram a cobrar para que os quartos fossem abertos. Nes-te momento, fomos ao portão de ferro que divide esta área dos chuveiros e armários e, por uma pequena abertura, perguntamos se já podíamos ser cadastrados. “Só às 21h”, respondeu uma funcionária. Neste momento, desconfiei que o disfarce tivesse sido descoberto. Voltamos para a área de convivência com a dúvida. Stevão já tinha se retirado e não foi mais visto.

Para passar o tempo, as-sistimos TV no refeitório. Ha-via algumas pilhas de livros no chão. Elas eram formadas por volumes de temática ju-rídica. Os tomos são usados pelos albergados para apoia-rem os pés, enquanto assis-tem televisão. Dez minutos depois das 21h, finalmente nossos cadastros começaram a ser feitos.

Após isso, nos informa-ram que dormiríamos no “quarto novo”. Escovamos os dentes ao ar livre, em uma pia localizada no corredor dos fundos do maior pavi-lhão do albergue. Próximos à pia ficam dois banheiros. Eles estavam sujos, com chei-ro forte de urina, e o chão úmido. Os colchões eram du-ros e desconfortáveis e tam-bém não havia travesseiros para os albergados.

Cadastro para poder dormir

Simples - Quarto com colchão desconfortável e sem travesseiroAlbergue - Um lugar sem calor humano, onde as pessoas perambulam para comer e dormir

Bom Prato - Comida barata para quem tem muito pouco dinheiro

Anonimato - Quem vive na rua tem vergonha e quer se esconder

fotos: alexandre de paulo

Page 16: Folha Metropolitana 29/07/2014

especialTerça-feira, 29 de Julho de 20144

a dor de ser invisívelAlexAndre de PAulo - A noi-te do dia 24 de junho de 2014, dia de São João Ba-tista no calendário Cató-

lico Apostólico Romano, ficará para sempre marcada na minha memória. Senti nas costas, nos ombros, nos olhos e na alma o que é ser invisível à sociedade “economicamente ativa”.Perambulei pelas ruas do centro de Guarulhos por dez horas com ape-nas R$ 2 no bolso. À noite, pernoitei num albergue para moradores em si-tuação de rua da Prefeitura.Tomei café da manhã no Bom Pra-to, a R$ 0,50, às 7h10; depois assisti à missa na Igreja Matriz, às 8h. Até aqui tudo bem. Às 11h30, almocei no Restaurante Popular, a R$ 1. Em meio dia consumi toda a minha renda. Isso porque, fora as duas refeições - que não foram as piores provadas até en-tão -, ofertei R$ 0,50 à Santa Sé, por livre e espontânea vontade. Confesso (com o perdão do bispo de Roma) que os R$ 0,50 fizeram-me falta, às 14h50, quando assisti, com pesar, à queda da Itália diante do Uruguai (1 x 0, resultado que eliminou a Azzurra da Copa 2014), numa lanchonete-bar, na esquina da Avenida Monteiro Lobato. Não foi nada confortável quando ousei ocupar um assento diante da TV e fui interpelado pelo balconista com um ríspido “vai comer o quê?”. “Nada”, res-pondi constrangido. Os R$ 0,50 teriam garantido ao me-nos um café puro, o mesmo que o meu precavido amigo Alfredo ad-quiriu, com as suas últimas moedas e, gentilmente, partilhou comigo. A solidariedade entre os “excluídos” é algo corriqueiro nas ruas.Um homem que vi de relance durante a missa cruzou novamente o meu cami-nho na porta do albergue, mas nessa história chegarei daqui a pouco, no cre-púsculo deste longo dia.Com a tarde livre, eu e meu amigo Alfredo Henrique - também parceiro de profissão e com quem formei du-pla desde as primeiras horas da ma-nhã -, fomos à biblioteca do Centro de Educação Adamastor matar o tempo. Por ironia do destino, o espaço estava às escuras. Tivemos acesso aos livros, graças à generosidade de uma solícita funcionária oriental, que nos possibi-litou ler algumas páginas, de arte e

cultura, sob a tênue luz ambiente.Às 17h em ponto, entramos na Rua Harry Simonsen, no Centro, na qual diante do último imóvel à esquerda, sob o n° 275, aglomerava-se um peque-no grupo de pessoas. Ali fica o alber-gue municipal, numa rua sem saída.O homem de blusa azul, o mesmo da missa na Catedral, tem um caminhar peculiar, como se andasse na pon-ta dos pés. Busco na memória uma imagem, uma cena, um semblante, mas o que recordo não corresponde à fisionomia atual: a ação do tempo fora implacável sob a face deste po-bre ser humano.

“Meu Deus! É ele. O Billy [nome fictí-cio]”, dialogo comigo mesmo. Bailarino habilidoso, apesar da falta de forma, manteve o mesmo cami-nhar esguio, elegante, com o qual o identifiquei: o mesmo que fitara, anos atrás, na cochia de um palco, minutos antes de sua apresentação de dança no final dos anos 1980, no Parque Cecap, onde morei durante a minha adolescência e juventude.Senti uma imensa compaixão, um aperto no coração... Mas não pude falar com ele, pois eu estava sob o “manto da invisibilidade” pública. Billy fitou-me, de relance, duas ou três vezes; sentou-se ao meu lado, mas tive de desviar o olhar e ignorá-lo (mesmo a contragosto), assim como centenas de pessoas fazem todos os dias.Já passava das 18h, e o cheiro de ál-cool exalado da boca do homem ao meu lado me causava náuseas. Vá-rios outros estavam na mesma condi-ção. Ele me alertara que havia muita gente “folgada” no recinto, mas que com ele ninguém se “metia à besta”. Senti vontade de ir embora, de voltar à vida “normal”, a qual, a essa altura, sob uma nova ótica, era repleta de conforto, privilégios e mordomias.Completamente envolvido e sem re-ferência de quem era, me peguei fazendo a mesma reivindicação dos outros: “a que horas sai a janta?”.“Daqui a pouco”, disse uma voz à di-reita, sem precisar o horário.As condições de higiene são precá-rias, constatei in loco. E nem foi preci-so procurar muito para aferir; bastou ir ao banheiro. Também não há priva-cidade alguma. Um estímulo à perda de identidade e referências pessoais.A insuficiência de funcionários e a alta demanda de abrigados fez com que fôssemos dispensados de preen-cher uma ficha na entrada, o que nos dispensou do “banho obrigatório”, em chuveiros coletivos. Apresentan-do apenas o RG fomos direto para a área de “convivência”, um pequeno jardim em frente ao refeitório.Depois de uma longa hora de espera é servido o jantar: arroz, feijão e uma coxa de frango ensopado. Uma ca-neca “reciclável” é oferecida aos que ousam matar a sede no bebedouro co-letivo. O aspecto e o sabor da comida não são dos melhores, mas a cozinha

é aparentemente limpa e organizada. A cozinheira, simpática e atenciosa.A pontualidade não é ponto forte. Com meia hora de atraso e muitas queixas, algumas em voz alta, os quartos são liberados, por volta das 20h30. Muitos apresentam sinais de exaustão. Não sei por quê, somos alojados, Alfredo e eu, nos “quartos novos”, com três camas beliches, as quais apenas duas são ocupadas por ou-tros dois abrigados.Às 22h é servido um “café com bo-lachas”, o qual dispenso. Já deitado, com as roupas do corpo, sem banho, e sob um lençol visivelmente empo-eirado e manchado, não paro de pen-sar como seria o amanhã, se tivesse, de fato, que voltar ali.Nada me anima, nada me estimula. Não vejo alternativa de mudança. Este é o ponto nevrálgico: como ofe-recer esperança, se não há ao menos um sonho possível, imaginável? Uma forte angústia me percorre as vísceras. Não vejo saída, sinto-me impotente, não só em relação aos ou-tros, mas a mim mesmo, estando na mesma condição, ainda que apenas por uma noite.De madrugada pego no sono. Às 6h em ponto desperto; escovo os dentes, lavo o rosto e vou para a fila do café. Às 6h30 o desjejum é servido: dois pães com manteiga e uma xícara de plástico, contendo café com leite.Às 7h termino a minha jornada. Não sou mais o mesmo... Dou-me conta de que criticar a es-trutura, a direção, os funcionários; ou “denunciar” as más condições do albergue no jornal em nada ajudará a resolver o problema. Mas é preciso sugerir uma alternativa.Não sou especialista em assistência social, mas é notório que esses ho-mens – a maioria alcoólatra ou depen-dente químico – necessitam de ajuda especializada; de ocupação da mente, de estímulo para a ressocialização.Apenas teto, comida e cama não são suficientes. Faz-se necessária uma força-tarefa, efetiva e contínua. Do contrário, não haverá caminho pos-sível para abrir novo espaço na vida desses homens, que todas as tardes entram numa rua sem saída, indi-cada pela placa na esquina, que dá acesso ao albergue municipal.

É preciso sugerir alguma coisa para mudar a estrutura

alexandre de paulo