folha de são pedro - o jornal da paróquia de são pedro (salvador-ba) - março de 2017

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Vivemos o tempo da Quaresma e, anualmente, é lançada pela Con- ferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a Campanha da Fra- ternidade, cujo tema este ano é: “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida”, com o lema inspirado no livro do Gênesis: “Cultivar e guar- dar a criação” (Gn 2,15). A expressão bioma vem do grego e quer dizer: um conjunto de vida animal, vegetal, mineral que se asse- melham entre si (bios = vida; oma= massa, grupo). No Brasil foram cataloga- dos pelo Instituto Brasilei- ro de Geografia e Estatísti- ca (IBGE) seis biomas: Mata Atlântica, Floresta Amazônica, Cerrado, Pan- tanal, Caatinga e Pampa. Tomando a introdução do texto-base preparado pela CNBB, apresento aos leitores deste jornal alguns pontos para reflexão: Os biomas brasileiros sofrem interferências negativas desde a chegada dos primeiros colonizado- res ao Brasil, logo após Pero Vaz de Caminha ter escrito para o rei de Portugal afirmando que as “águas são muitas, infinitas. Em tal manei- ra graciosa (a terra) que, querendo- a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem”. Os colo- nizadores começaram a extração do pau-brasil usando, no início, a mão de obra escrava de indígenas e mais tarde dos africanos. Hoje, após mais de 500 anos daquela car- ta, o que restou da beleza natural descrita por Pero Vaz de Caminha? A Igreja Católica, há algum tem- po, tem sido voz profética a respei- to da questão ecológica. Neste iní- cio do terceiro milênio, ter uma população de mais de 200 milhões de brasileiros, sendo mais de 160 milhões vivendo em cidades gera sérias preocupações. O impacto dessa concentração popu- lacional sobre o meio ambi- ente produz problemas que põem em risco as riquezas dos biomas brasileiros. O Papa Francisco, na sua carta encíclica Laudato Si', apresenta propostas ecoló- gicas, entrelaçando todas as dimensões do ser huma- no com a natureza. À luz da fé, interrogue- mo-nos durante essa Cam- panha da Fraternidade sobre o significado dos desafios apresentados pela situação atual dos biomas e dos povos que neles vivem. Como resposta concreta, conclamo você, paroquiano, leitor do Folha de São Pedro, a reforçar seu compromisso com a biodiversi- dade, o solo, a água, a vegetação e a fauna. Vamo-nos unir no propósito de cumprir o mandato divino, res- peitando a criação que Deus nos deu para cultivá-la e guardá-la. Padre Aderbal Galvão de Sousa Toda a vida de Maria foi uma autêntica Quaresma, afirma Zélia Vianna em seu artigo na página 2 Conheça os objetivos, o hino, a oração e o cartaz da Campanha da Fraternidade 2017. Leia nas páginas 4, 5 e 8 Como atua um bom líder? Como se dá a verdadeira liderança? Yvette Amaral responde a essas perguntas na página 7

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Page 1: Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março de 2017

Vivemos o tempo da Quaresma e, anualmente, é lançada pela Con-ferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a Campanha da Fra-ternidade, cujo tema este ano é: “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida”, com o lema inspirado no livro do Gênesis: “Cultivar e guar-dar a criação” (Gn 2,15).

A expressão bioma vem do grego e quer dizer: um conjunto de vida animal, vegetal, mineral que se asse-melham entre si (bios = vida; oma= massa, grupo). No Brasil foram cataloga-dos pelo Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatísti-ca (IBGE) seis biomas: Mata Atlântica, Floresta Amazônica, Cerrado, Pan-tanal, Caatinga e Pampa.

Tomando a introdução do texto-base preparado pela CNBB, apresento aos leitores deste jornal alguns pontos para reflexão:

Os biomas brasileiros sofrem interferências negativas desde a chegada dos primeiros colonizado-res ao Brasil, logo após Pero Vaz de Caminha ter escrito para o rei de

Portugal afirmando que as “águas são muitas, infinitas. Em tal manei-ra graciosa (a terra) que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem”. Os colo-nizadores começaram a extração

do pau-brasil usando, no início, a mão de obra escrava de indígenas e mais tarde dos africanos. Hoje, após mais de 500 anos daquela car-ta, o que restou da beleza natural descrita por Pero Vaz de Caminha?

A Igreja Católica, há algum tem-po, tem sido voz profética a respei-

to da questão ecológica. Neste iní-cio do terceiro milênio, ter uma população de mais de 200 milhões de brasileiros, sendo mais de 160 milhões vivendo em cidades gera sérias preocupações. O impacto

dessa concentração popu-lacional sobre o meio ambi-ente produz problemas que põem em risco as riquezas dos biomas brasileiros. O Papa Francisco, na sua carta encíclica Laudato Si', apresenta propostas ecoló-gicas, entrelaçando todas as dimensões do ser huma-no com a natureza.

À luz da fé, interrogue-mo-nos durante essa Cam-panha da Fraternidade sobre o significado dos desafios apresentados pela situação atual dos biomas e dos povos que neles vivem. Como resposta concreta,

conclamo você, paroquiano, leitor do Folha de São Pedro, a reforçar seu compromisso com a biodiversi-dade, o solo, a água, a vegetação e a fauna. Vamo-nos unir no propósito de cumprir o mandato divino, res-peitando a criação que Deus nos deu para cultivá-la e guardá-la.

Padre Aderbal Galvão de Sousa

Toda a vida de Maria foi uma autêntica Quaresma, afirma Zélia Vianna em seu artigo na página 2

Conheça os objetivos, o hino, a oração e o cartaz da Campanha da Fraternidade 2017. Leia nas

páginas 4, 5 e 8

Como atua um bom líder? Como se dá a verdadeira liderança?

Yvette Amaral responde a essas perguntas na página 7

Page 2: Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março de 2017

A Quaresma tem início na Quarta-feira de Cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa. Com o rito da imposição das cinzas em nossa fronte nós nos prepara-mos para celebrar os mistérios da Paixão, Morte e Res-surreição de Jesus. É um tempo forte de revisão e mudança de vida, de sacrifício, de escuta da Palavra de Deus e de gestos concretos de amor ao próximo por causa de Deus, concretizados em esmola e atos de cari-dade.

Em virtude de Maria ter sido concebida sem pecado, muitos não conseguem entender como pode ela ser um exemplo vivo para quem se reconhece pecador e quer levar a sério o convite que a Igreja nos faz nesta Quarta-feira de Cinzas: “Convertam-se e acreditem na Boa Notícia” (Mc 1,15).

Embora a Quaresma, tal como é vivenciada hoje, só tenha surgido no século IV, as práticas quaresmais (je-jum, oração e esmola) eram conhecidas por quase todas as antigas religiões. A lei mosaica mandava o judeu jejuar, rezar e dar esmolas.

Os evangelistas escre-vem que, embora nem sem-pre compreendesse tudo, Maria “escutava tudo, obser-vava tudo e guardava todas as coisas no coração”. Por isso permito-me achar que ela nunca esqueceu as palavras proferidas pelo velho profeta Simeão no dia que foi ao Templo para oferecer a Deus seu menino recém-nascido: “Esse menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Quanto a você, uma espada há de atravessar-lhe a alma” (Lc 2, 37-38). Educada pelos pais, judeus devotos, penso tam-bém que foi através da oração, do jejum e dos atos de caridade que ela se fortaleceu espiritualmente e se pre-parou para a espada que lhe transpassaria a alma. Por isso, ouso afirmar que toda sua vida foi uma autêntica Quaresma.

Maria era uma mulher orante. Ao contrário de nós, que falamos muito, ouvimos muito a voz do mundo, mas não encontramos tempo para escutar a Palavra de Deus, ela sabia fazer silêncio e foi no silêncio que aprendeu a escutá-Lo. Como todo Israel, sabia da pro-messa de um Messias que viria para libertar e salvar seu povo, mas desconhecia os planos de Deus a seu respei-to. Filha de pais judeus e devotos, Maria conhecia bem as Escrituras e estava familiarizada com o jeito de falar e de agir de Deus e de seus profetas, por isso não lhe foi

difícil reconhecer em Gabriel um mensageiro do Altís-simo.

O grande problema era que estava prometida em casamento a um homem chamado José. Mas como fazer a vontade de seu Deus era tudo que importava àquela mocinha, ela abdicou dos seus projetos para fazer seus os planos e sonhos de Deus, mesmo sem saber para onde isso a levaria. Fiel e obediente Àquele que era o Senhor de sua vida, sentiu-se totalmente segu-ra e não relutou nem pediu quaisquer garantias. Porque sabia que naquele Deus podia confiar, livremente res-pondeu: “Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo tua palavra”.

Se a oração é o caminho para o diálogo, reconcilia-ção e encontro com Deus, o jejum aponta para um

encontro com nosso eu mais profundo, vez que é uma forma de nos conhecermos e nos educarmos para não ser-mos escravos de nossos sen-tidos, porém senhores de nós mesmos. Maria tinha cons-ciência que jejuar não era apenas deixar de comer ou comer menos: “Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? – diz o Senhor Deus: É romper as cadeias injustas, desfazer as correntes do jugo, mandar embora livres os oprimidos e quebrar toda espécie de

jugo” (Is 58,6). De caridade quem bem pode falar é Maria, que, para a salvação da humanidade, ofereceu tudo, inclusive o seu próprio Filho.

Hoje, tendo como referência não uma lei, mas a pes-soa de Jesus Cristo, somos chamados a praticar e dar sentido a esses três exercícios espirituais (oração, jejum esmola), que não encerram um fim em si mesmos mas se projetam numa tríplice caminhada. Pela oração nós nos voltamos para Deus, nós O louvamos por tudo o que Ele é e dEle recebemos, reconhecemos nossa pequenez e nosso pecado e, humildemente, pedimos perdão por nossa infidelidade e desamor. Através do jejum nós tri-lhamos a estrada que nos conduz a nós mesmos e nos ensina que somos senhores da nossa vontade e por isso podemos dominar nossos instintos e desejos puramente carnais que o mundo oferece. A esmola sinaliza uma abertura para o outro, um desejo fraterno de partilhar tudo com todos, especialmente com os mais pobres e abandonados.

Que, nesse tempo quaresmal, Maria, mãe e mestra, tome-nos pela mão e nos leve a Jesus.

[email protected]élia Vianna

Page 3: Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março de 2017

QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Dia 1.º de março, haverá missa às 10h, 12h, 15h, 17h e 18h, na Igreja de São Pedro; e às 18h15, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Lapa.

VIA SACRA

Durante todo o período da Quaresma, haverá a Via Sacra, às sextas-feiras, às 11h e 16h, na Igreja de São Pedro; e às 15h30, na Igreja Senhor Bom Jesus dos Aflitos.

PREPARAÇÃO DE PAIS E PADRINHOS PARA O BASTIMO DE CRIANÇAS

Acontece nos próximos dias 4 e 18 de março e 1.º de abril, das 14h às 18h, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Lapa.

RETIRO PARA A QUARESMA

Dia 4 de março, das 8h30 às 11h30, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Lapa.

ENCONTRO PARA INSCRIÇÕES PARA CATEQUESE

Em 11 de março próximo, das 14h30 às 17h, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Lapa, haverá um Encontro para inscrições de crianças e adultos que queiram participar da catequese paroquial.

FESTA DE SANTO ANTÔNIO DE CATEGERÓ

Dia 14 de março, missa às 7h, 8h, 10h, 12h, 15h, 17h e 18h, na Igreja de São Pedro.

ENCONTRO COM AS FAMÍLIAS DAS CRIANÇAS DA CATEQUESE

Dia 18 de março, às 9h, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Lapa.

CAMINHADA PENITENCIAL

Será realizada no 3.º domingo da Quaresma, dia 19 de março, a partir das 6h, a Caminhada Penitencial, da Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia até a Colina Sagrada.

MISSA EM AÇÃO DE GRAÇAS PELOS DOADORES DO BAZAR

Dia 19 de março, às 7h30, 9h30 e 11h30, na Igreja de São Pedro.

ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL DE PADRE ÁUREO

No próximo dia 21 de março, Padre Áureo completa 35 anos de ordenação sacerdotal. A missa festiva será às 18h, na Igreja de São Pedro.

INÍCIO DA CATEQUESE DE CRIANÇAS

Dia 25 de março, às 9h, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Lapa.

MISSA EM AÇÃO DE GRAÇAS PELOS DIZIMISTAS DA PARÓQUIA

Dia 26 de março, às 7h30, 9h30 e 11h30, na Igreja de São Pedro.

ANIVERSÁRIO DA CIDADE DO SALVADOR468 ANOS

29 de março.

ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO EPISCOPALDE DOM ESTEVAM

30 de março.

PROGRAMAÇÃO PARA A SEMANA SANTA

9 de abril – Domingo de Ramos – Caminhada do Campo Grande à Praça Municipal, às 7h.13 de abril – Quinta-feira Santa – Missa dos Santos Óleos (Terreiro de Jesus);

Missa da Ceia do Senhor, às 17h, na Igreja de São Pedro.14 de abril – Sexta-feira Santa – Liturgia da Paixão, às 17h, na Igreja de São Pedro.

15 de abril – Sábado Santo – Vigília Pascal, às 18h, na Igreja de São Pedro.16 de abril – Domingo de Páscoa – Missa às 7h30, 9h30 e 11h30, na Igreja de São Pedro.

Em 11 de fevereiro último, foi celebrada a missa solene da Festa de Nossa Senhora de Lourdes, na Igreja Nossa Senhora do Rosário. A missa foi precedida pela Oração do Terço em torno da gruta de Nossa Senhora de Lourdes, que fica no fundo da igreja. Na missa, nosso pároco, padre Aderbal Galvão de Sousa, ministrou os sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia à jovem Gabriela Maciel de Melo, preparada pela equipe de Catequese da nossa Paróquia, coordenada por Jandira Campos.

FESTA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES

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A Campanha da Fraternidade deste ano tem como tema: “Fraternidade: Biomas Brasileiros e defesa da vida” e como lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15).

Objetivo geral:

Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasi-leiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos à luz do Evangelho.

Objetivos específicos:

· Aprofundar o conhecimento de cada bioma, de

suas belezas, de seus significados e importância

para a vida no planeta, particularmente para o

povo brasileiro;

· Conhecer melhor e nos comprometer com as popu-

lações originárias, reconhecer seus direitos, sua

pertença ao povo brasileiro, respeitando sua histó-

ria, suas culturas, seus territórios e seu modo espe-

cífico de viver;

· Reforçar o compromisso com a biodiversidade, os

solos, as águas, nossas paisagens e o clima variado

e rico que abrange o chamado território brasileiro;

· Compreender o impacto das grandes concentra-

ções populacionais sobre o bioma em que se inse-

re;

· Manter a articulação com outras igrejas, organiza-

ções da sociedade civil, centros de pesquisa e

todas as pessoas de boa vontade que querem a

preservação das riquezas naturais e o bem-estar do

povo brasileiro;

· Comprometer as autoridades públicas para assu-

mir a responsabilidade sobre o meio ambiente e a

defesa desses povos;

· Contribuir para a construção de um novo paradig-

ma econômico ecológico que atenda às necessida-

des de todas as pessoas e famílias, respeitando a

natureza;

· Compreender o desafio da conversão ecológica a

que nos chama o Papa Francisco na carta encíclica

Laudato Si' e sua relação com o espírito quares-

mal.

No texto-base é usado o método VER-JULGAR-AGIR

O traça o panorama dos seis biomas brasileiros: VERMata Atlântica, Floresta Amazônica, Caatinga, Pantanal, Cerrado e Pampa, mostrando suas características naturais, sociopolíticas e a contribuição da Igreja ao longo da histó-ria.

O bioma Amazônia é marcado pela maior hidrografia

de água doce do mundo, a bacia amazônica. Seu principal rio, o Amazonas, lança no Oceano Atlântico cerca de 175 milhões de litros d´água a cada segundo, levando nas águas materiais orgânicos e sedimentos que geram, no oceano, biodiversidade marinha, colaborando para a temperatura do planeta. Também há o rio aéreo (evapotranspiração) que leva água em forma de vapor pelas regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste do Brasil.

Há décadas os conflitos pelo território desse bioma geram mortes. Os conflitos e a violência contra os trabalha-dores do campo se concentram de forma expressiva na Amazônia, para onde avança o capital tanto nacional como internacional. O manejo florestal passou a ser uma ativida-de na qual foram inúmeras as denúncias de trabalho escra-vo.

A expropriação privada de grandes áreas de terra conti-nua sendo a principal causa de desmatamento. A pecuária é a principal atividade implantada nas áreas recentemente desmatadas. A construção de grandes hidrelétricas e ativi-dades de mineração são responsáveis por boa parte dos danos ambientais e sociais nas comunidades.

A Igreja Católica, na Amazônia Legal, vive e cresce no enraizamento, na sabedoria tradicional e na piedade popu-lar que, durante séculos, mantêm viva a fé e a espiritualida-de do povo da floresta. Diversos leigos, sacerdotes, religio-sos e religiosas derramaram seu sangue em nome da dimensão sóciotransformadora da fé, cuja defesa dessas populações e do meio ambiente foram seu principal esfor-ço.

O bioma Caatinga apresenta uma grande riqueza de ambientes e espécies, que não é encontrada em nenhum outro bioma. A seca, a luminosidade e o calor característi-cos de áreas tropicais resultam numa vegetação de savana estépica, espinhosa e decidual (quando as folhas caem em determinada época). Há também áreas serranas, brejos e outros tipos de bolsão climático mais ameno.

Esse bioma está sujeito a dois períodos secos anuais: um de longo período de estiagem, seguido de chuvas inter-mitentes, e um de seca curta seguido de chuvas torrenciais (que podem faltar durante anos).

Esse bioma tem sido agredido pelas queimadas e pelo desmatamento para plantio de culturas que raramente se adaptam adequadamente, como é o caso do ciclo do algo-dão. Outras causas do desmatamento são o gado bovino solto nas caatingas e a geração de madeira para a indústria de gesso e para as carvoarias. O desmatamento gera a desertificação provocada pela economia irresponsável e predadora.

As festas de São João, rodas de São Gonçalo, celebra-ções da Quaresma e Semana Santa são marcas da religiosi-dade popular da caatinga. Padre Ibiapina, um cearense, aproveitou-se dessa religiosidade popular para implantar várias resoluções dos problemas do povo. Ainda no século XIX ele concretizou a captação da água das chuvas nas cisternas nas casas da Caridade, onde se acolhiam enfer-mos, mulheres grávidas e viajantes.

Seguiram os passos do religioso cearense o padre Cíce

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ro e muitos de seus discípulos, que souberam acolher o povo liberto da escravidão e remanescentes indígenas, fundando comunidades como Caldeirão no Crato (CE) e Canudos (BA).

Atualmente se observa que a vida de fé das comunida-des cristãs nesse bioma é marcada pela piedade popular, que se caracteriza pela devoção e pelas romarias nos expressivos santuários da região, como Bom Jesus da Lapa (BA), Santuário Frei Damião (PB), Santuário de São Fran-cisco, em Canindé (CE), entre outros. Não podemos deixar de citar que experiências da ação evangelizadora como a Campanha da Fraternidade e as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) surgiram na região Nordeste.

O bioma Cerrado alimenta as três maiores bacias da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em elevado potencial aquífero e gran-de biodiversidade. Esse bioma abriga mais de 6,5 mil espé-cies de plantas já catalogadas.

Embora o Cerrado não produza água, ele acumula as águas das chuvas em seu subsolo poroso, principalmente as vindas dos “rios aéreos” amazônicos. Assim, os biomas Amazônico e Cerrado se unem perfeitamente para a produ-ção e distribuição da água para o Brasil.

A Igreja Católica está empenhada na aprovação da Pro-posta de Emenda Constitucional – PEC 115/150 –, que inclui o Cerrado e a Caatinga como patrimônios nacionais. Também produz material popular para ativar a consciência da preservação ambiental junto às comunidades.

A Mata Atlântica abrangia uma área equivalente a 1.315.460 quilômetros quadrados e estendia-se original-mente por 17 estados. Hoje restam 8,5% de remanescentes florestais. Atualmente, somados todos os fragmentos de floresta acima de três hectares, temos 12,5% da sua área original.

A pressão sobre a Mata Atlântica é histórica e, ao longo do tempo, muda de aspecto e aumenta em intensidade. Começa com a extração do pau-brasil, passa por vários ciclos econômicos de cana-de-açúcar, café, ouro e fumo. A devastação total da araucária ocorreu a partir do século XX com a intensa exploração da agricultura e agropecuária, assim como a expansão urbana desordenada.

Com a chegada dos primeiros missionários jesuítas, padres Manoel da Nóbrega, José de Anchieta e outros, deu-se início ao processo de aldeamento, a construção de con-ventos e colégios. Também outras ordens religiosas e con-gregações deram a sua contribuição: os franciscanos, bene-ditinos, carmelitas, entre outras.

Não podemos deixar de lembrar também das pastorais sociais com atuação nos diversos seguimentos da socieda-de, defendendo a vida nas várias instâncias em que ela é ameaçada pelo modelo econômico em desenvolvimento.

O bioma Pantanal é caracterizado por inundações de longa duração (devido ao solo pouco permeável), que ocor-rem anualmente na planície e provocam alterações no ambi-ente, na vida silvestre e no cotidiano das populações locais. A vegetação predominante é a savana. A cobertura vegetal original de áreas que circundam o Pantanal foi em grande

parte substituída por lavouras e pastagens, num processo que já repercute na Planície do Pantanal.

Para a Igreja Católica, o bioma Pantanal não representa somente um santuário ecológico onde se preservam espé-cies, mas sim um lugar onde o ser humano faz uma profun-da experiência de Deus, da natureza e do outro. Atuam na região com expressivo empenho o Conselho Indigenista Missionário, Cáritas, Pastoral da Criança, Pastoral da Saú-de, (CEBs), etc. Essas ações da Igreja na região do Panta-nal dedicam especial atenção aos povos originários, ribei-rinhos e pantaneiros.

O bioma Pampa está presente, no Brasil, somente no Rio Grande do Sul, ocupando 63% do território do Estado. Ele constitui os pampas sul-americanos, que se estendem pelo Uruguai e pela Argentina e, internacionalmente, são classificados de Estepe. O pampa é marcado por clima chuvoso, sem período seco regular e com frentes polares e temperaturas negativas no inverno.

A Igreja está presente na região desde a primeira evan-gelização, mas com características muito próprias. Foi ali que os missionários jesuítas fundaram “As Missões dos Sete Povos”. Nos últimos anos, seja pela presença das Pas-torais Sociais, das Semanas Sociais, das Campanhas da Fraternidade, das CEBs, muito se valoriza a agricultura familiar, os territórios das comunidades tradicionais e os remanescentes indígenas.

O toma como exemplo a Sagrada Escritura, JULGARque não se preocupa diretamente com os biomas, contudo oferece elementos que iluminam a temática a partir do projeto de Deus nela apresentado. Tal projeto inicia-se pela criação e organização do mundo. E conhece uma ruptura por causa do pecado. Seu verdadeiro significado é revelado em Cristo Jesus.

O dessa Campanha da Fraternidade está em AGIRsintonia com a Doutrina Social da Igreja, principalmente com a encíclica Laudato Si' e com a Campanha da Fraterni-dade Ecumênica de 2016. Elas indicam a necessidade da conversão pessoal e social dos cristãos e não cristãos para cultivar e cuidar da criação. A encíclica Laudato Si' propõe a ecologia integral como condição para a vida do planeta.

A Campanha da Fraternidade desse ano também está em sintonia com a celebração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Sob as bênçãos de Maria, rogamos a Deus para nos encorajar a fim de que possamos fazer ecoar nosso grito à sociedade brasileira e ao mundo que os biomas pedem socorro.

COLETA NACIONAL DA SOLIDARIEDADE

A CNBB conclama a todos para participarem da Coleta Nacional da Solidariedade, no próximo dia 9 de abril, Domingo de Ramos. Os recursos arrecadados serão desti-nados preferencialmente a projetos que atendam aos obje-tivos propostos por essa Campanha da Fraternidade.

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01-M.ª HELOÍSA AGUIAR PIRES01-M.ª ROSA BAHIANO PEDRAL SAMPAIO01-Mª CRISTINA LE PINTO02-ESMERALDA DOS SANTOS02-GUILHERME C. MATOS DE BARROS02-IVONE SANTANA SANTOS02-LÊDA LUSTOSA NETA ANDRADE02-LÚCIO CLÁUDIO SILVA PIRES02-M.ª DA SOLEDADE MARQUES MARIANO02-THEREZA MOTTA DA FONSECA03-GUIOMAR BISPO DOS SANTOS03-LIONILA I. N. DE OLIVEIRA03-LUIZ CURCINO SILVA03-MAÍRA LUIZA SILVA DE FREITAS03-MARINA SANTOS DE MENEZES03-SANDRA SUELY BAHIA TEIXEIRA04-CLÁUDIO DOS SANTOS MATOS04-EDMILSON DOS ANJOS04-MARGARIDA Mª COUTINHO FONSECA05-M.ª AMÉLIA GONÇALVES DA SILVA05-M.ª DE LOURDES RAMOS DE FREITAS05-M.ª ROMILDES DOS REIS05-ORDÉLIA RAMOS DA SILVA06-CÉLIA M.ª LIBÓRIO CASTELLO BRANCO06-DORALICE ALVES DA CRUZ06-GILCÉLIA JESUS DA SILVA06-JOÃO MELO DOS SANTOS06-M.ª NILDA OLIVEIRA SILVA07-CLÁUDIO TRINDADE DE MELO07-ECLÉA SANTOS DO COUTO08-LUIZA DE FÁTIMA DA CUNHA08-M.ª LEITE ALVES DE OLIVEIRA08-SABINO JOSÉ SOARES09-RUTH CARNEIRO DE OLIVEIRA09-WALDO PEREIRA DE CARVALHO10-ÁLVARO CLEMENTE NETO10-BENEDITA BARBOSA MATOS10-DJANIR LEMOS BASTOS

10-GERALDO PEDRAL SAMPAIO10-JOSÉ NEVES DA COSTA10-M.ª DE LOURDES FERREIRA DA SILVA10-ZENAIDE ELESBÃO DOS SANTOS11-ANTÔNIO ROSENDO SACRAMENTO11-FIRMINA RIBEIRO DE ALMEIDA11-INA MÁRCIA DE OLIVEIRA11-MARIA SANTOS DE SOUZA11-ZAIDA MIRANDA DE SÁ12-MARLENE P. DE MOURA MONTEIRO12-MARTINIANA DE JESUS SANTOS12-VANDERLICE A. M. DE FREITAS13-ANA LUIZA DIAS DE OLIVEIRA13-ANDRÉ LUIZ VIANA DIAS DOS SANTOS14-M.ª DAS GRAÇAS MOREIRA DE JESUS14-MONICK S. DA ANUNCIAÇÃO SILVA15-ANA MARIA DE MACEDO15-HAYDÉE ANTUNES FRANÇA15-JANILDA DE SANTANA NASCIMENTO16-ISABEL CRISTINA D. DE JESUS16-RITA DE CÁSSIA ROSÁRIO CONCEIÇÃO16-RITA FRANÇA17-M.ª DA PURIFICAÇÃO P. COUTINHO17-SOLANGE M.ª O. SENA MOREIRA18-CONSTANÇA BARBOSA LEMOS18-M.ª DE LOURDES DA CUNHA18-M.ª LIMA PEREGRINO DE CARVALHO18-NIVALDO COSTA DOS SANTOS JÚNIOR19-GÉRSON CARDOSO DOS SANTOS19-JOSELITA M. BATISTA DE OLIVEIRA19-M.ª AUXILIADORA CHÉ DE MIRANDA19-M.ª JOSÉ NERI ANDRADE19-M.ª JOSÉ NASCIMENTO SANTOS20-FÁBIO SANTOS DE ALMEIDA20-LUCIENE SANTOS DA CRUZ20-MARCOS ANTÔNIO C. DE ARAÚJO20-MARIANA QUADROS ANDRADE20-OSWALNITA DE SOUZA TEIXEIRA20-SÉRVULO ASSIS DE SOUZA21-CLÁUDIA SOARES VIEIRA21-ELIEDISON SILVA DOS SANTOS21-LUIS ALBERTO OLIVEIRA RIBEIRO21-MARLIETE M.ª MATOS MEIRA DA SILVA22-IVANY LIMA DOS SANTOS23-M.ª DA GLÓRIA BAHIANO P SAMPAIO23-ONEIDA IRMA F. DA CUNHA BARBOSA23-VALDELICE FREITAS DOS SANTOS24-DOMINGAS Mª MENDES BOAVENTURA24-M.ª DE FÁTIMA DA CUNHA24-NELSON SANTOS SOUZA MAIA

24-NIVALDINA JOSÉ CARDOSO24-OSMAR GOMES DE CARVALHO24-ZEZILDA CONCEIÇÃO REIS26-FRANCISCO JAQUELINO S. DOS SANTOS26-M.ª NILZA CALAZANS SILVA27-ANGELITA SOUZA LEAL27-FRANCISCO ROBERTO VITTI27-Mª JOSÉ PINTO DE JESUS27-NILSON ROSA BARROS27-SÍLVIO FÉLIX DE CERQUEIRA27-VALDECIR ALBERTO CASSANEI27-VANDREGISILA DE OLIVEIRA ATHAYDE28-AIDÊE PEREIRA DA SILVA28-ELEN GREICE MELO AMORIM28-FÁTIMA MARIA DE SOUZA MATOS28-GIRLENE DOS SANTOS DA SILVA28-IZABEL CRISTINA S.SANTANA FERREIRA28-NEIANE SOUZA BOMFIM29-ANA CRISTINA PEREIRA DOS SANTOS29-JOSÉ ANTÔNIO MOTA DA SILVA29-LEDA MARIA MOREIRA29-LUCIENE NASCIMENTO MOURA29-M.ª VITÓRIA TEIXEIRA DE S. FREITAS30-MARLENE SOLEDADE TEIXEIRA30-MAURÍCIO JOSÉ CHAGAS DE JESUS31-LUIZ CARLOS DE SOUZA31-VAGNER APARECIDO ALVES CABRAL

A você, meu irmão, minha irmã, que assume esta Paróquia como dizimista e se compromete com o trabalho pastoral, parabéns! Como presente do seu aniversário, a comunidade paroquial estará unida a você, seus amigos e

familiares, neste dia tão especial, para celebrar esta data.Venha participar, nesse dia, da Santa Missa, nos domingos e feriados, às 7h30; e de segunda-feira a sábado, às 8h,

na Igreja de São Pedro.

PARÓQUIA DE SÃO PEDROMOVIMENTO FINANCEIRO

JANEIRO/2017

RECEITASEspórtulas de missas ............................... 4.874,00Espórtulas de batizados .............................. 200,00Espórtulas de matrimônios .......................... 635,00Dízimos .................................................. 35.048,00Coletas ordinárias .................................. 9.691,55Taxas de certidões ...................................... 35,00Donativos ............................................... 4.500,00Rendimento do bazar ............................. 8.364,00Rendimento do restaurante .................... 6.219,76Aluguéis ................................................ 1.200,00Rendimento de aplicações bancárias ..... 1.189,95TOTAL ............................................... 71.957,26

DESPESASManutenção e conservação .................... 5.084,76Material litúrgico ................................. 3.581,88Promoção humana/formação ........... 3.050,00Ajuda pastoral a moradores de rua .......... 1.000,00Ajuda pastoral a mulheres marginalizadas 937,00Ajuda social ............................................. 2.500,00Salários .............................................. 17.321,14Vale refeição ......................................... 6.154,56Vale transporte ......................................... 1.792,80Encargos sociais ...... ......................... 11.485,36Côngrua ao pároco ....................... 3.000,00Material de informática ............................ 600,40Correios .................................................. 1.169,30Água, energia e telefonia ................. 3.924,78Serviços contábeis ................................... 775,78Tarifa bancária ............................................... 68,40Taxa do programa SGCP ....................... 97,50Repasse de taxa à Cúria ........................ 4.075,70Impostos e taxas municipais ............ ....... 654,92

TOTAL ............................................. 67.274,28SALDO DO MÊS .................................4.682,98

Ser dizimista é ser corresponsável pela Igreja, é um dom, um compromisso, uma expressão de

amor, uma atitude do coração, uma manifestação de fé, um investimento no Reino.

SEJA DIZIMISTA

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Page 7: Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março de 2017

Cada momento histórico tem seus modismos, inclusi-ve palavras que às vezes são desenterradas e usadas com novas significações ou surgem, aumentando os dicioná-rios. Liderança é uma delas. Sempre existiu, mas atual-mente é usada com muita insistência.

Perguntaram a Nélson Mandela quais são as caracte-rísticas de um bom líder. Ele responde: “Aquele que serve ao povo”. Se a interrogação fosse feita a um especialista em relações humanas ou setor congênere, uma lista de qualidades seria apresentada, demonstrando a importân-cia do assunto. Um dos grandes líderes da humanidade no seu tempo resolve a indagação com apenas cinco pala-vras.

A questão da liderança é muito estudada, e a pessoa do líder, desenhada com detalhes. Palestras, seminários, cur-sos acontecem para ajudar a formação dos responsáveis pela condução dos grupos e dos povos. Hoje é mais enfa-tizado o fenômeno da liderança do que o líder, conforme a tendência atual de se valorizar mais o grupo do que o che-fe. O pensamento de Mandela, que liderou a luta pela igualdade, considera que a disponibilidade para servir ao povo é o pré-requisito de um líder. Isso deveria ser colo-cado, em destaque, na Praça dos Três Poderes. Os que para lá vão, como chefe de Estado, legislador ou juiz, pre-cisam ter consciência de que o poder não é uma fonte de privilégios, porém uma agenda de serviços a serem exe-cutados para o bem comum. Não é a vaquinha mansa para

sugar o leite, mas o desafio constante a pessoas que ven-ceram a disputa para beneficiar o povo. Se os ocupantes dos cargos do Palácio do Planalto, da Câmara e do Sena-do Federais entendessem tal missão, as campanhas elei-torais seriam menos vergonhosas, e os planos de governo se pautariam pelos cânones da ética e do civismo. Não se precisaria de Lava-Jato porque a seriedade e a honestida-de definiriam os passos do processo. As trocas e as pro-messas não são aceitas por quem busca o poder para ser-vir, quem pretende ser ministro (aquele que serve) para distribuir a justiça e colaborar com a história do país.

A todo instante, grita-se por mudança. De fato preci-samos de muitas modificações na macroestrutura da soci-edade, como na intimidade do coração humano. E qual-quer mudança tem seu apoio na educação. Se a popula-ção, sobretudo as crianças e adolescentes não são desper-tados para a vocação de servir, as mudanças serão inefica-zes, apenas propostas que se agitam no ar, sem raízes para mantê-las firmes quando as dificuldades surgirem, e o sacrifício for necessário.

Estamos na Quaresma, tempo de mudança e conver-são. Aproveitemos da rica liturgia desse tempo e da gran-de proposta da Igreja – a Campanha da Fraternidade – para revermos nosso posicionamento diante do serviço. Aquele que viveu, foi crucificado, morreu e ressuscitou para nossa salvação, confessou que não veio para ser ser-vido, mas para servir.

Yvette [email protected]

A principal fonte de energia para o organismo é a gli-cose proveniente da dieta, notadamente da metabolização dos carboidratos. Pode ser armazenada sob a forma de glicogênio para utilização após um período de jejum pro-longado.

A manutenção da concentração no sangue da glicose depende da interação entre diferentes vias de sinalização das enzimas nos diferentes tecidos, além do funciona-mento correto dos processos de quebra e formação da glicose. Para que haja integração de todo esse processo, há a necessidade de um sistema endógeno funcionante.

A glicemia é controlada principalmente pela insulina, hormônio polipeptídico produzido pelas células beta do pâncreas. Quando há um quadro de hipoglicemia, diver-sos mecanismos compensatórios entram em ação, visan-do ao restabelecimento dos níveis no sangue adequados de glicose. Ocorre supressão da liberação da insulina e peptídeo C, aumento da produção e liberação dos hormô-nios contrarreguladores. As consequências são a diminui-ção do consumo muscular da glicose, seguida de estímulo

para produção de glicose pelo organismo.São várias as causas da hipoglicemia: hipoglicemia de

jejum, hipoglicemia pós-alimentar, hipoglicemia pelo excesso de insulina, como também as hipoglicemias cau-sadas por doenças de base, por exemplo, erros inatos do metabolismo, aumento congênito da insulina, doenças graves, doenças pancreáticas, hipoglicemia secundária a cirurgia de redução do estômago, entre outras. A causa mais comum em adultos é o uso de medicamentos para reduzir a glicemia em pessoas diabéticas. Outra causa importante é o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

O quadro da hipoglicemia se manifesta com sintomas de sensação de fome, suor excessivo, palpitações, tremo-res, náuseas, vômitos, fadiga, confusão mental, perda do nível de consciência e até mesmo coma. Aos primeiros sintomas de hipoglicemia deve ser feito o teste de admi-nistração de glicose. Pacientes diabéticos devem evitar tomar medicamentos sem se alimentar. Os episódios de hipoglicemia devem ser relatados pelo paciente na con-sulta médica.

HIPOGLICEMIA

Dr. Getúlio Tanajura [email protected] - tel. 71-3328-5633

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Informativo da Paróquia de São Pedro

Praça da Piedade, 11 - São Pedro - CEP: 40.060-300 - Salvador - Bahia - Brasil

Site: www.paroquiadesaopedro.org - E-mail: [email protected]ção e Coordenação: Padre Aderbal Galvão de SousaDiagramação e Revisão: Equipe da Pastoral da ComunicaçãoColaboração: Getúlio Machado, Yvette Amaral e Zélia ViannaIlustrações: Getúlio Machado e internet Jornalista responsável: Maria Alcina Pipolo - MTb/DRT/BA 915Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita

Arquidiocese de São Salvador da Bahia - Brasil

REFRÃO – Da Amazônia até os Pampas, do Cerrado aos Manguezais, chegue a ti o nosso canto pela vida e pela paz!

1- Louvado seja, ó Senhor, pela mãe terra, que nos acolhe, nos alegra e dá o pão. Queremos ser os teus parceiros na tarefa de cultivar o bem guardar a criação.

2- Vendo a riqueza dos biomas que criaste, feliz disseste: tudo é belo, tudo é bom! E pra cuidar a tua obra nos chamaste a preservar e cultivar tão grande dom.

3- Por toda a costa do país espalhas vida. São muitos rostos – da Caatinga ao Pantanal – negros e índios, camponeses gente linda, lutando juntos por um mundo mais igual.

4- Senhor, agora nos conduzes ao deserto e então nos falas com carinho ao coração pra nos mostrar que somos tão diversos, mas um só Deus nos faz pulsar o coração.

5- Se contemplamos essa mãe com reverência, não com olhares de ganância ou ambição, o consumismo, o desperdício, a indiferença se tornam luta, compromisso e proteção.

6- Que entre nós cresça uma nova ecologia onde a pessoa, a natureza, a vida enfim possam cantar na mais perfeita sinfonia ao Criador que faz da terra o seu jardim.

Expediente:

Fone: (71) 3329-3280

Letra Pe. José Antônio de OliveiraMúsica: Wanderson Luis Freitas da Silva