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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO João Batista Facchini TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO CLIENTE: Um estudo de caso na Eletrônica Facchini Administração Geral ITAJAÍ (SC) 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

João Batista Facchini

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO CLIENTE:

Um estudo de caso na Eletrônica Facchini

Administração Geral

ITAJAÍ (SC)

2010

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JOÃO BATISTA FACCHINI

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE

ESTÁGIO

PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO CLIENTE:

UM ESTUDO DE CASO NA ELETRÔNICA

FACCHINI

Trabalho de conclusão de estágio

desenvolvido para o estágio

supervisionado do curso de

Administração do Centro de

Ciências Sociais Aplicadas da

Universidade do vale do Itajaí.

ITAJAÍ - SC, 2010.

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3

Em primeiro momento agradeço a Deus e a toda

força e capacidade da qual disponho para as

realizações de minha vida. Agradeço especialmente,

à minha família, à qual tornou possível este

momento por meio da educação e dos valores a mim

empenhados.

Aos funcionários e clientes da Eletrônica Facchini,

que tornaram este trabalho possível, relato aqui

meus profundos agradecimentos.

Para os amigos e todos que dedicaram atenção a

mim e a realização deste trabalho meus

agradecimentos, sem estes nada seria possível.

Muito Obrigado.

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“A felicidade somente existe quando pode ser

compartilhada.”

Christopher McCandless, 1992.

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

João Batista Facchini

b) Área de estágio

Administração Geral

c) Supervisor de campo

Gian Ricardo Facchini

d) Orientador de estágio

Profa. Bárbara Silvana Sabino, M. Sc.

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva, M Sc.

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Eletrônica Facchini Ltda.

b) Endereço

Rua Floriano Peixoto No. 167, Centro. Nova Trento-SC.

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Prestação de Serviços em sistemas eletrônicos

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Gian Ricardo Facchini; sócio.

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

ITAJAÍ, 05 DE JUNHO DE 2010

A Empresa ELETRÔNICA FACCHINI LTDA, pelo presente instrumento, autoriza a

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de

Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pelo acadêmico JOÃO

BATISTA FACCHINI.

_______________________________________________

Gian Ricardo Facchini

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RESUMO

O presente estudo tem como foco o estudo da satisfação dos clientes da empresa Eletrônica

Facchini LTDA. A pesquisa buscou apurar o perfil dos clientes, tanto no sentido pessoal

como de compra. Além disto procurou-se analisar o nível de satisfação quanto ao

atendimento, produtos e serviços e na esfera empresa (serviços ampliados). Ou seja,

objetivou-se conhecer e avaliar a qualidade atribuída a esses serviços. Ainda, de acordo com o

proposto pelos estudo identificou-se quais os fatores determinantes para os clientes com

relação à satisfação. No desenvolvimento do trabalho, primeiramente foi desenvolvida a parte

teórica, por meio da qual houve aproximação da temática reportada à satisfação do cliente,

ressaltando-se os pressupostos defendidos pelos autores correspondentes. Em seguida, foi

desenvolvida a parte prática, na qual foi desenvolvida, estruturada e aplicada a pesquisa de

campo, utilizado-se de questionário para coleta de dados. O mesmo proporcionou ao estudo

informações pertinentes ao tema mencionado. Assim, percebeu-se por meio da análise dos

dados, o nível de satisfação dos clientes da Eletrônica Facchini. Os resultados obtidos neste

estudo, demonstram que, de modo geral, o mix de satisfação é avaliado pelos clientes de

forma positiva. Contudo, observam-se ao longo da análise e interpretação dos dados,

características que emergem da necessidade por melhorias e adequações. Ainda constata-se

que dentre as dimensões de satisfação, a categoria atendimento desempenha a de maior

importância para os clientes. Em conclusão, o estudo possibilita oportunidades para que a

organização desenvolva estratégias de mercado orientadas para a satisfação dos clientes,

gerando por consequência vantagem competitiva.

PALAVRAS-CHAVE: Satisfação do cliente, Qualidade, Serviços, Eletrônica Facchini.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Categorias para análise......................................................................................... 19

Figura 1 – Pirâmide Maslow .................................................................................................. 28

Tabela 1 – Atendimento ......................................................................................................... 70

Gráfico 1 – Satisfação geral ................................................................................................... 68

Quadro 2 – Correlação entre Matriz BCG e Ciclo de Vida do Produto ................................ 36

Figura 2 – Estratégias genéricas competitivas........................................................................ 34

Tabela 2 – Produtos e serviços................................................................................................ 71

Gráfico 2 – Mediana atendimento........................................................................................... 69

Quadro 3 – Histórico Eletrônica Facchini .............................................................................. 60

Figura 3 – Matriz BCG........................................................................................................... 35

Tabela 3 – Empresa ................................................................................................................ 72

Gráfico 3 – Mediana produtos e serviços................................................................................ 71

Quadro 4 – Serviços agregados aos produtos......................................................................... 63

Gráfico 4 – Estacionamento ................................................................................................... 73

Figura 4 – Organograma estrutural Eletrônica Facchini......................................................... 62

Quadro 5 – Fornecedores........................................................................................................ 65

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 12

1.1 Problema de pesquisa...................................................................................................... 13

1.2 Objetivos do trabalho...................................................................................................... 14

1.3 Aspectos metodológicos................................................................................................... 15

1.3.1 Caracterização da pesquisa............................................................................................. 15

1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa.............................................................................. 16

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados.......................................................... 17

1.3.4 Tratamento e análise dos dados...................................................................................... 18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................. 21

2.1 Administração.................................................................................................................. 21

2.1.1 Funções administrativas.................................................................................................. 22

2.1.2 Contexto histórico da administração.............................................................................. 23

2.1.2.1 Administração científica............................................................................................. 24

2.1.2.2 Administração Clássica............................................................................................... 25

2.1.2.3 Escola Comportamental.............................................................................................. 26

2.2 Administração de marketing......................................................................................... 28

2.2.1 O composto mercadológico .......................................................................................... 31

2.2.2 Vantagem competitiva .................................................................................................. 33

2.3 Marketing de serviços.................................................................................................... 36

2.3.1 A prestação de serviços................................................................................................. 39

2.4 Satisfação do cliente....................................................................................................... 41

2.5 Qualidade........................................................................................................................ 42

2.5.1 Qualidade em serviços ................................................................................................. 45

2.5.1.1 Planejamento de serviços de qualidade...................................................................... 47

2.5.1.2 Avaliação da qualidade................................................................................... ........... 48

2.6 Pesquisa de Marketing.................................................................................................. 50

2.6.1 Métodos de pesquisa..................................................................................................... 53

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3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO.................................. 55

3.1 Caracterização da empresa............................................................................................ 55

3.1.1 Histórico.......................................................................................................................... 55

3.1.2 Visão, missão e valores................................................................................................... 58

3.1.3 Estrutura organizacional................................................................................................. 59

3.1.4 Produtos e serviços comercializados.............................................................................. 60

3.1.5 Ambiente externo .......................................................................................................... 61

3.2 Resultados........................................................................................................................ 62

3.2.1 Traçar o perfil dos clientes da Eletrônica Facchini........................................................ 63

3.2.2 Apresentar os níveis de satisfação dos clientes.............................................................. 64

3.2.2.1 Níveis gerais de satisfação.......................................................................................... 65

3.2.2.2 Níveis de satisfação quanto ao atendimento............................................................... 66

3.2.2.3 Níveis de satisfação quanto aos produtos e serviços................................................... 67

3.2.2.4 Níveis de satisfação quanto a empresa........................................................................ 69

3.2.3 Descrever as variáveis que impactam na percepção de qualidade para o cliente, por

intermédio de sua satisfação................................................................................................... 70

3.3 Apontar possíveis melhorias.......................................................................................... 72

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 74

5 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 76

ANEXOS............................................................................................................................. 79

APÊNDICES..................................................................................................................... 84

DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO....................................... 90

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS................................................................... 91

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1 INTRODUÇÃO

A continua busca pela excelência no atendimento e satisfação dos clientes como fator

de lucratividade, influenciada principalmente por aspectos concorrenciais de mercado, tem

exigido esforços estratégicos das organizações. A informação e o conhecimento estão sendo

disseminados por toda parte e as empresas precisam renovar sua filosofia de gestão para

responder com eficiência e eficácia à nova realidade de mercado, baseada em um ambiente de

rápidas mudanças e no qual o relacionamento entre empresa e cliente é indispensável para a

prosperidade dos negócios. Neste contexto, emergem questões imprescindíveis quando

associadas à sobrevivência e ao crescimento das empresas.

A proposta central deste trabalho tem foco na análise e mensuração destas

características, com auxilio de ferramentas de pesquisa. A pesquisa de mercado utilizada é do

tipo satisfação dos clientes, responsável por indicar o nível de contentamento do cliente para

com os produtos e serviços que são oferecidos pela Eletrônica Facchini. Ainda por meio da

pesquisa procurou-se evidenciar as questões que podem mostrar-se decisivas para o cliente no

momento da análise da qualidade e consequentemente na satisfação.

A definição de qualidade pode ser controversa em diferentes grupos da sociedade.

Faz-se necessário portanto, que a organização tenha conhecimento das variáveis que se

demonstram determinantes nos processos de qualidade dos seus produtos e serviços, de modo

a gerar satisfação aos seus clientes. Para Gronroos (2004) um bom produto e/ou serviço é

aquele que vai ao encontro das expectativas do cliente.

O Presente estudo partiu do princípio de desenvolver carga teórica a servir de base

para futuras estratégias de crescimento da Eletrônica Facchini por meio da diferenciação dos

produtos e serviços. Segundo Las Casas (2004), com as informações adquiridas dos

consumidores, os varejistas têm então condições de determinar o serviço ampliado.

Ou seja, os serviços adicionais que valorizem suas vendas.

A empresa na qual o trabalho foi desenvolvido encontra-se situada na cidade de

Nova Trento e atua no segmento de varejo e prestação de serviços em sistemas eletrônicos,

altamente disputado na região e com características de concorrência baseados principalmente

na informalidade. Este trabalho buscou diagnosticar como é observada a satisfação dos

clientes e quais os fatores que impactam diretamente neste pressuposto, levando em

consideração a qualidade dos produtos comercializados e serviços prestados pela Eletrônica

Facchini.

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1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa

Neste ponto trata-se da identificação do problema de pesquisa e da justificativa de

importância do presente trabalho para a empresa. Segundo Roesch (2005, p.90), “um

problema é uma situação não resolvida, mas também pode ser a identificação de

oportunidades até então não percebidas pela organização”. Desta forma, o problema de

pesquisa foi elaborado afim de que, com o auxilio deste, novas oportunidades para a empresa

em questão sejam elucidadas. Quais são as variáveis que impactam a satisfação dos

clientes da Eletrônica Facchini, considerando o atendimento realizado; os produtos

comercializados e serviços prestados; bem como a empresa em si?

Para Roesch (2005, p.98), “justificar é apresentar razões para a própria existência do

estudo!”. Com isso, justifica-se o presente trabalho pela importância que o mesmo representa

para a empresa, ressaltando a atenção às necessidades dos clientes como fator primordial na

organização, pois são eles os responsáveis pelos lucros e pela sobrevivência da empresa. Las

Casas (2006) argumenta que no atual contexto socioeconômico, os consumidores estão

exigentes e suas expectativas de qualidade são cada vez maiores. Desta maneira, a pesquisa de

satisfação de clientes é um sistema de administração de informações que busca captar e

interpretar o parecer dos fregueses da organização. Esta pesquisa, assim, mede o desempenho

da empresa junto a seus clientes, indicando caminhos para futuras decisões de

comercialização e marketing.

Mesmo tratando-se de um tema constantemente trabalhado de forma acadêmica, a

presente pesquisa demonstra originalidade para a empresa em questão, pois gera informações

que podem ser mensuradas de forma positiva pela organização, gerando inclusive vantagem

competitiva.

Em relação ao estagiário amplia-se a visão geral do negócio, e por se tratar neste

caso, do proprietário da empresa em questão, é possível agregar informações para futuras

medidas a serem tomadas em consequência deste estudo. Quanto à universidade, o

conhecimento que pode ser compartilhado e servir de base para posteriores pesquisas e

desenvolvimento dos temas aqui tratados pelo estagiário realçam o valor de importância deste

trabalho.

O estudo se demonstra viável de ser realizado por ter o acadêmico total acesso à

empresa e aos dados necessários. Ainda, com ralação a custos, Hair Jr et. al. (2006, p. 32)

indicam que “uma boa pesquisa deve oferecer mais benefícios do que seu custo.

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Essencialmente, isso é de grande importância para determinar se a pesquisa teve algum

valor.”. Desta forma, a viabilidade é positiva para a Eletrônica Facchini.

1.2 Objetivos do trabalho

Nesta seção são apresentados os objetivos traçados pelo acadêmico para o

delineamento do trabalho, subdividindo-os em gerais e específicos. Conforme Roesch (2005),

definindo-se os objetivos do trabalho o acadêmico orienta os aspectos de revisão da literatura

e metodologia do estudo.

O presente trabalho tem como objetivo realizar uma pesquisa de mercado do tipo

satisfação do cliente. Cujo objetivos específicos classificam-se como:

- Traçar o perfil dos clientes da Eletrônica Facchini

- Levantar os níveis de satisfação dos clientes

- Descrever as variáveis que impactam na percepção de qualidade para o cliente, por

intermédio de sua satisfação.

- Apontar possíveis melhorias.

Como é ressaltado por Roesch (2005), os objetivos demarcam o trabalho de estágio,

apresentando as barreiras de atuação do que é proposto pelo estagiário. A autora indica que o

objetivo geral é apresentado o que é almejado para o trabalho de maneira ampla,

corroborando, Richardson (2007) complementa essa ideia afirmando que nos objetivos

específicos delimitam-se os passos que serão seguidos para alcançar o objetivo geral.

Seguindo o proposto pelos autores, este estudo definiu o objetivo geral e

consequentemente o segmentou em quatro objetivos específicos afim de propiciar seu

cumprimento de maneira eficaz.

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1.3 Aspectos metodológicos

Esta seção apresenta a metodologia que foi utilizada para desenvolver-se o respectivo

trabalho, pois segundo Roesch (2005, p.125) “[...] o capítulo da metodologia descreve como o

projeto será realizado”. Complementando, Hair Jr et. al. (2006, p. 32) descrevem que

“pesquisa em administração é uma investigação científica”, e que portanto se faz necessário

que sejam traçados os aspectos metodológicos com o intuito de nortear os trabalhos

científicos.

Seguindo esses princípios, coube ao estagiário neste momento traçar o conjunto de

caminhos que foram utilizados para criar e desenvolver o conhecimento com base nas

premissas da ciência, subdividindo-se esta seção em: (1) caracterização do trabalho; (2)

contexto e participantes; (3) instrumentos e procedimentos de coleta; e (4) tratamento e

analise dos dados.

1.3.1 Caracterização do trabalho

Com o intuito deste trabalho voltado para a realização de uma pesquisa de satisfação

junto aos clientes da Eletrônica Facchini, e apoiado sob as perspectivas de tipologia do

trabalho definidas por Roesch (1999), o presente estudo compreende-se como uma pesquisa-

diagnóstico. Como ressalta a autora, a pesquisa-diagnóstico propõe o levantamento e

definição de problemas ao explorar o ambiente da empresa.

O método proposto para o estudo caracteriza-se qualitativamente, pois deu-se por

meio de estudo de caso apoiado sob pesquisa bibliográfica e pesquisa participante. Mesmo

assim, contou com aporte quantitativo, pois foi aplicado questionário aos clientes como meio

de sondar-se sobre a satisfação dos mesmos, cujos os dados foram apurados por intermédio de

técnicas e métodos da estatística. Ou seja, o tratamento e análise dos dados foi

predominantemente quantitativo. Fato este que não descaracteriza o estudo de caso aplicado,

uma vez que os resultados apurados dizem respeito apenas a Eletrônica Facchini, não

podendo servir de base para outras empresas, mesmo que similares.

Para Richardson (1999) a abordagem quantitativa é recomendada para garantir a

precisão dos resultados e minimizarem-se erros de interpretação. Corroborando,

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Oliveira (2002) defini que a interpretação qualitativa se adapta a situações complexas e

particulares permitindo assim que o objetivo geral da pesquisa possa ser alcançado. Assim

sendo se utilizará neste trabalho a complementaridade dos métodos quantitativo e qualitativo

para delineamento da pesquisa, conforme é proposto por Richardson (1999).

Em suma, esse trabalho descreve uma pesquisa, predominantemente qualitativa com

aporte quantitativo que em síntese é uma pesquisa-diagnóstico concretizada por meio de

pesquisa de mercado do tipo satisfação dos clientes.

1.3.2 Contexto e participantes

Para este momento do estudo, o acadêmico propõe a observação aos componentes

inseridos na pesquisa, tais como população e amostra. Apresentam-se portanto, as respectivas

definições, e esclarece-se o contexto no qual foi desenvolvida a pesquisa.

Roesch (2005) descreve a população como sendo “um grupo de pessoas ou empresas

que interessa entrevistar para o propósito especifico de um estudo”. Nesses termos, Para

determinar a população que serviu de base para a pesquisa, o acadêmico fez uso do cadastro

de clientes da empresa, utilizando o número de clientes atendidos entre o inicio do ano de

2010 até o momento do inicio da pesquisa de campo (20-03-2010).

Posteriormente formou-se a amostra, que foi calculada seguindo os princípios de

cálculos estatísticos propostos por Barbetta (2004). Para o autor ( p.130) “a amostra pode ser

definida, como sendo o conjunto de elementos possíveis de serem mensurados, com respeito

às variáveis que se pode levantar, sendo composto por elementos que serão definidos,

conforme os objetivos da pesquisa”. Contudo, como haveria efetiva dificuldade de abranger

todos os clientes, definiu-se por estabelecer uma amostra com parte da população, de acordo

com a particularidade proposta para este estudo e citada anteriormente. O número da

população foi de 200 clientes e assumiu-se um erro tolerável de 6% em amostragem simples.

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Fórmula: no = 1 / Eo² = 1/0,06² = 278

n = N. no / N + no = 200x278 / 200+278 = 117

Sendo:

N – tamanho (número de elementos) da população;

n – tamanho (número de elementos) da amostra;

no – uma primeira aproximação do tamanho da amostra;

Eo² – erro amostral tolerável.

A importância da correta utilização dos componentes deste item da pesquisa irá

refletir na confiabilidade dos dados obtidos e posteriormente nas informações e

conhecimentos que serão gerados a partir da análise dos resultados da pesquisa e

consequentes medidas estratégicas de uso da empresa. Desta forma, para obter dados com

confiança foi necessário obter uma amostra de 117 clientes.

1.3.3 Instrumentos e procedimentos de coleta de dados

Segundo Richardson (2007), a presente seção pontua sobre os instrumentos e

procedimentos de coleta dos dados pertinentes a pesquisa aplicada pelo acadêmico. Estes

podem se apresentar de distintas maneiras, de acordo com os objetivos do trabalho

desenvolvido.

Na pesquisa desenvolvida pelo acadêmico, os dados foram coletados de maneira

predominantemente primária. Assim como é proposto por Roesch (2005), os dados primários

são dados que nunca foram agrupados, e que são colhidos diretamente pelo pesquisador por

meio de entrevistas, questionários, escalas, testes, observação, índices e relatórios escritos.

O questionário foi o meio escolhido pelo acadêmico como fonte de coleta de dados

primários. Segundo Marconi e Lakatos (1999), um questionário é um instrumento de coleta de

dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por

escrito e sem a presença do entrevistador. De acordo com Cobra (2000), o questionário é uma

maneira eficiente de obter dados para pesquisa, principalmente quando empregados em

metodologias quantitativas. O questionário utilizado encontra-se junto ao APENDICE A.

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18

Em termos estruturação, ele subdivide-se em duas partes. Na primeira (PÁG. 1 DO

QUESTIONÁRIO – APÊNDICE A) procurou-se sondar o perfil da clientela, sob o ponto de

vista pessoal e de compra.

Já na segunda (PÁG. 2 DO QUESTIONÁRIO – APÊNDICE A), realizou-se a

pesquisa de satisfação propriamente dita, compreendendo as três categorias exploradas pela

pesquisa, baseado em Futrell (2003): (1) ATENDIMENTO; (2) PRODUTOS E SERVIÇOS;

e de acordo com Las Casas (2006): (3) SERVIÇO AMPLIADO. Vale salientar que neste

houve a adaptação do conteúdo apresentado pelo autor, passando a ser utilizado neste trabalho

com a nomenclatura EMPRESA. Tal adaptação procedeu-se com intuito de melhor adequar o

modelo de pesquisa à realidade da empresa alvo.

A escala utilizou-se dos modelos de Malhotra (2006) que aplica: MUITO

SATISFEITO, SATISFEITO, NEM SATISFEITO/NEM INSATISFEITO, REGULAR (este

item difere-se daquele proposto pelo autor, para melhor enquadrar-se no modelo de escala

desenvolvido para este trabalho, e assim melhorar o entendimento das questões por parte do

respondentes) e INSATISFEITO. À qual ainda, prevendo a possibilidade do não

preenchimento de algumas questões, acrescentou-se o item NÃO PREENCHEU. Cabe

destacar, que posteriormente, esta escala foi simplificada em: satisfeito, satisfeito, nem

satisfeito/nem insatisfeito, insatisfeito, não preencheu.

O questionário foi aplicado aos clientes da empresa, entre as datas de 20-03-2010 à

10-05-2010 pelos funcionários da mesma, em horário comercial. Os clientes foram

convidados a responder ao questionário após terem sidos atendidos pela empresa, tanto no

ponto comercial, como em campo pela equipe técnica. O questionário que foi utilizado como

fonte de coleta de dados contou com predomínio de perguntas fechadas, sendo

complementado com a utilização de perguntas abertas na parte do questionário que diz

respeito ao perfil do cliente, tanto pessoal como de compra. (APÊNDICE A)

1.3.4 Tratamento e análise de dados

Conforme Roesch (2005), após a coleta de dados, a etapa seguinte no processo de

pesquisa esta ligada ao tratamento e análise dos dados obtidos. Neste trabalho foi utilizada a

estatística descritiva para a interpretação e análise dos resultados, levando em consideração a

abordagem quantitativa proposta por este estudo. A forma de apresentação dos resultados se

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19

deu por meio de tabelas e gráficos, de forma a facilitar o entendimento e a visualização dos

pontos ressaltados pela pesquisa.

Para o tratamento e análise dos dados, este estudo valeu-se do conceito de

interpretação ressaltado por Lakatos e Marconi (1991), que o defini como a atividade

intelectual que procura dar um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a outros

conhecimentos e necessidades específicas com o intuito de gerar e facilitar o entendimento

das informações.

Cabe registrar também, que foi utilizado o software Microsoft Excel para realizar-se

a tabulação e mensuração dos dados obtidos com a pesquisa (APENDICE B e C). Em um

momento posterior valeu-se de gráficos e descrições para facilitar o entendimento das

questões levantadas pelo presente estudo.

Categoria da

Informação

Informação Coleta Autores

Cliente

Responsável pelo sucesso e

existência da empresa

Pesquisa bibliográfica

Las Casas (2000)

Kotler (2000)

Cobra (2000)

Fitzsimmons; (2000)

Produto Bem de consumo

Bem industrial

Serviços

Pesquisa bibliográfica

Kotler (2000)

Cobra (2000)

Fitzsimmons; (2000)

Satisfação

Atendimento

Produto

Serviço Ampliado

(Empresa)

Pesquisa

bibliográfica

Apêndice C

Kotler (2000)

Futrell(2003)

Gronroos (2004)

Malhotra (2006) Las Casas (2006)

Cobra (2009)

Atendimento

Aspectos ligados ao

atendimento oferecido

pela empresa e seus

funcionários aos clientes

Pesquisa bibliográfica

Cobra (2000; 2009)

Kotler (2000) Fitzsimmons; (2000)

Las Casas (2004)

Gronroos (2004)

Produto/serviço Características dos

produtos e serviços

(tangíveis; intangíveis)

Pesquisa bibliográfica

Churchill e Peter (2000)

Kotler (2000) Fitzsimmons; (2000)

Futrell (2003)

Las Casas (2004)

Serviço

Ampliado

(Empresa)

Aspectos ligados à

empresa e sua estrutura

física

Pesquisa bibliográfica

Fitzsimmons; (2000)

Futrell (2003)

Las Casas (2006)

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20

Categoria da

Informação

Informação Coleta Autores

Apresentar os

níveis de

satisfação dos

clientes

Atendimento

Produto

Serviço Ampliado

(Empresa)

Apêndice A

(Questionário, P. 2)

Apêndice B

(Resultados obtidos)

Questões:

Atendimento:

(14.1 à 14.5)

Produto: (14.6 à 14.13)

Serviço ampliado

(empresa)

(14.14 a 14.21)

Futrell (2003)

Malhotra (2006)

Descrever as

variáveis que

impactam na

percepção de

qualidade para

o cliente, por intermédio de

sua satisfação.

Satisfação

(dimensões e itens

Abordados):

Atendimento:

Atendimento

Rapidez

Produto:

Qualidade

Preço

Serviço ampliado

(empresa):

Localização

Estrutura

Apêndice A

(Quest. P.2; Questão 11)

Apêndice B

(Resultados obtidos)

GERADORES DE

SATISFAÇÃO

Futrell (2003)

Malhotra (2006)

Las Casas (2004; 2006)

QUADRO 1 – Categorias para Análise

Fonte: Elaborado pelo acadêmico (2010)

Acredita-se que as informações traçadas pelo acadêmico junto ao Quadro1,

permitirão uma aproximação satisfatória do fenômeno em estudo, possibilitando a

identificação dos pontos críticos em termos da análise de satisfação.

Cabe registrar também, que foi utilizado o software Microsoft Excel para realizar-se

a tabulação e mensuração dos dados obtidos com a pesquisa (APENDICE B e C). Em um

momento posterior valeu-se de gráficos e descrições para facilitar o entendimento das

questões levantadas pelo presente estudo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo tem como finalidade principal fundamentar a pesquisa com base em

teorias existentes sobre o tema de estudo em questão, de maneira que proporcione eficaz

entendimento tanto da administração, como dos processos e áreas envolvidas em sua gestão

voltada para a satisfação dos clientes.

2.1 Administração

Para que as organizações possam alcançar seus principais objetivos é importante que

estas sejam geridas de maneira eficaz e eficiente, vislumbrando o crescimento contínuo e

orientado. Para tanto, é indispensável que os entraves e problemas das empresas sejam

solucionados de maneira rápida e confiável. É neste instante que a importância da

administração como ciência emerge, sendo considerada uma das principais chaves para a

solução dos problemas que afligem o mundo moderno.

[...] a tarefa da administração é a de interpretar os objetivos propostos pela

organização e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento,

organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos de maneira mais

adequada à situação. (CHIAVENATO, 1997, p.12).

Contribuindo com o que é apresentado, Stoner e Freeman (1999) argumentam que o

modelo que foi desenvolvido pela administração no século XIX e que ainda é usado hoje, na

prática não acontece sozinho, e sim de forma interativa no processo administrativo. O objetivo

principal da administração deve estar ligado à coordenação dos esforços dos membros da

organização e do adequado emprego dos recursos organizacionais envolvidos.

Para Chiavenato (2000), a tomada de decisões é o núcleo da responsabilidade

administrativa. O administrador deve constantemente decidir o que fazer, quem deve fazer,

quando, onde e muitas vezes, como fazer. A tarefa administrativa a cada dia se torna mais

incerta e desafiadora, devido principalmente ao expressivo número de variáveis e

transformações carregadas de ambigüidades e de incertezas. É desta forma que a

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administração tem assumido importante papel como ferramenta indispensável para o

acompanhamento das rápidas transformações mercadológicas.

A administração atravessa em tempos atuais, um período repleto de desafios. A

competitividade entre as empresas, a busca contínua por redução de custos e o acelerado

processo tecnológico têm exigido o máximo das empresas e de seus administradores. Estes

devem manter-se competitivos e alinhados com os objetivos da organização para conseguirem

obter o tão almejado sucesso. (COBRA, 2009).

Para fundamentar esta breve apresentação a respeito da administração e suas

características, é abordado adiante neste estudo o contexto na qual a administração

contemporânea é moldada.

2.1.1 Funções administrativas

As práticas administrativas se desenvolveram ao longo do tempo paralelamente ao

desenvolvimento da própria sociedade e do comportamento das pessoas. Contudo, o

acompanhamento destas mudanças serve de referencial para os estudos da administração e

suas funções no atual contexto organizacional.

Com relação às funções administrativas, Stoner e Freeman (1999) indicam planejar,

organizar, gerenciar e controlar. Corroborando, Daft (2005) apenas utiliza a terminologia

liderança, sinônima da função gerenciar descrita por Stoner e Freeman (1999). Em respeito

ao que é proposto por esses autores: (1) Planejamento: é a função do administrador de

escolher ou estabelecer a missão da organização, seu propósito e objetivos, e determinar as

diretrizes necessárias para atingi-los; (2) Organização: na função de organização, os gestores

designam as tarefas e distribuem os recursos indicados no planejamento. Ou seja, é desdobrar

as responsabilidades que foram desenhadas no planejamento; (3) Liderança ou

Gerenciamento: é o processo de balizamento do administrador. Por meio da liderança, o

administrador orienta o trabalho dos subordinados por meio de sua capacidade de persuasão,

indicando-lhes o que deve ser feito, e de que modo deverá ser feito; (4) Controle: é a função

que consiste em verificar se o que esta sendo feito, permanece de acordo com o que foi

planejado inicialmente, ou seja, se os objetivos estão sendo atingidos de forma coerente ou se

há desvios na direção do processo.

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Além disso, deve-se levar em consideração a visão de Motta e Vasconcelos (2006)

de que essas funções não são eventos separados ou mesmo excludentes. E sim, que se

relacionam umas com as outras. Mas para que isso ocorra em consonância, é necessário que a

administração mapeie o ambiente externo e interno da organização e dê condições de

eficiência às estratégias empresariais, integrando os recursos e os esforços em todas as áreas e

níveis da organização.

2.1.2 Contexto histórico da administração

A administração recebeu influências de diversas áreas do conhecimento humano. A

Filosofia deu importante contribuição para a administração. Já antes de Cristo, os filósofos da

antiguidade expunham seu ponto de vista sobre esta área fascinante que viria a ser importante

nos dias atuais. As primeiras indagações e discussões trazidas à tona por Sócrates, filósofo da

antiguidade, sobre as características das pessoas que detinham a arte de administrar.

(STONER; FREEMAN, 1999).

Vários foram os personagens e instituições que desde tenra idade da história

contribuíram para formar o que é tida como a ciência da administração, é válido porém,

ressaltar a importância da instituição que mais colaborou com a administração, que foi a

organização militar. Sugerem Stoner e Freeman (1999), que esta contribuição se deu de maneira

lenta, mas constante o longo da história. Entre as contribuições militares estão: a organização

linear, o princípio da unidade de comando, a escala hierárquica, empowerment, centralização do

comando e à descentralização da execução, princípio da direção, planejamento estratégico entre

outras contribuições.

O estudo da administração como ciência surge dos esforços da sociedade de

fundamentar e organizar o desenvolvimento econômico e seu consequente crescimento ao

longo do tempo. Como prevê Chiavenato (2000) o desenvolvimento da administração se dá

como resultado histórico e integrado da contribuição cumulativa de numerosos precursores,

desde filósofos, economistas, atacadistas e até mesmo empresários que dentro de suas

atividades, desenvolveram suas teorias e divulgaram seus resultados contribuindo para o

vislumbre de novas técnicas e ferramentas organizacionais.

Cabe registrar que teoria é um conjunto coerente de pressupostos elaborado para explicar

as relações entre dois ou mais fatos observáveis. A teoria é aquela que embasa todas as ações

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dentro da organização e sobre todos os seus stakeholders. Portanto denominam-se estas como

produtos do ambiente, forças sociais, econômicas, políticas, tecnológicas e culturais. Em cada

uma destas situações observa-se relação com as teorias existentes na ciência da administração, e

faz-se importante salientar que não existe uma teoria, modelo ou padrão que determine a eficácia

de uma organização sem que haja a mensuração dos pressupostos contingenciais.

(MONTANA; CHARNOV, 2003).

Resumidamente, por meio do que é apresentado por Motta e Vasconcelos (2006) o

foco da administração moldou-se ao longo da historia sobre três momentos distintos: a ênfase

nas tarefas, precursora da administração científica, de Taylor e Fayol; ênfase na estrutura

organizacional, fundamentada pela escola burocrática de Max Weber; e ainda a ênfase sobre

as pessoas, ligada aos estudos das relações humanas e do comportamento organizacional

liderada por nomes como Elton Mayo, Herbert Simon e Maslow. Mesmo assim é preciso

considerar que a evolução da administração não se resume a esses três enfoques, e que seu

desenvolvimento tem acompanhado a complexidade e as particularidades da administração ao

longo de seu aprimoramento.

2.1.2.1 Administração Científica

Esta teoria surgiu no início do século passado, da necessidade de aumentar a

produtividade e preocupava-se principalmente com a organização das tarefas, e com a

racionalização do trabalho. Consiste na premissa que os administradores podem determinar

cientificamente a maneira eficaz de realizar uma determina atividades e/ou tarefa e com isso

aumentar a eficiência da mão-de-obra. Desta maneira, Frederick W. Taylor, Henry L. Gantt,

Frank Gilbreth e Lillian Gilbreth criaram os princípios da administração científica.

(CHIAVENATO, 2000).

Frederick W. Taylor baseou seu sistema no estudo de tempos e movimentos,

cronometrando operários siderúrgicos. Criou também o sistema de tarifas diferenciadas, onde

o empresário remunerava seus funcionários por desempenho. A teoria de tempos e

movimentos de Taylor aumentava a produtividade assustadoramente, tornando os processos

mais eficientes e rápidos. Desta maneira, trabalhadores e sindicatos começaram a se opor a

esta teoria, pois com o aumento na produtividade e na eficiência, acabariam os trabalhos

disponíveis, causando assim demissões. De acordo com Daft (2005), Taylor baseou sua

filosofia em quatro pilares: (1) o desenvolvimento de uma verdadeira ciência da

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administração, de modo que pudesse ser determinado o método adequado para realizar cada

tarefa; (2) a seleção científica dos trabalhadores, de modo que cada um deles ficasse

responsável pela tarefa para a qual fosse mais bem habilitado; (3) a educação e o

desenvolvimento científico do trabalho; e (4) a cooperação íntima e amigável entre a

administração e os trabalhadores.

Para Taylor o sucesso desses princípios exigia uma completa revolução mental por

parte da Administração e dos trabalhadores. Com isso a produção aumentaria, crescendo

assim os lucros. (MOTTA; VASCONCELOS, 2006).

2.1.2.2 Teoria clássica

Esta teoria defendia a estrutura organizacional da empresa, com a

departamentalização e com o processo administrativo. De acordo com Stoner e Freeman

(1999) a teoria clássica surgiu da necessidade de encontrar as linhas mestras para administrar

organizações complexas, como as fábricas. Vários foram os pensadores que contribuíram para

esta teoria clássica.

Henri Fayol é fundador da teoria clássica da administração. Fayol defendia que a

prática administrativa era sistemática e por isso poderia ser identificada e analisada. A sua

preocupação era aumentar a eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação

de princípios gerais de Administração. Acreditava-se conforme argumenta Chiavenato (2000),

que com previsão científica e métodos adequados de administração, os resultados satisfatórios

eram inevitáveis. Fayol se preocupava com a organização como um todo e dividiu as

operações da organização em seis atividades: técnica, comercial, financeira, segurança,

contábil e administrativa.

Muitas vertentes e aplicações práticas da teoria clássica são até hoje empregadas

pelas organizações, entre elas o conceito de habilidades dos administradores e os conceitos do

comportamento administrativo eficaz. Porém, alguns críticos defendem que a teoria clássica é

inadequada, pois não se adapta num ambiente globalizado, competitivo e turbulento como o

atual. Para estes, a teoria clássica é adequada à ambientes estáveis e previsíveis, aspectos que

não são vistos hoje. (MOTTA; VASCONCELOS, 2006).

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2.1.2.3 Escola comportamental

A escola comportamental surgiu por volta do ano de 1940. Surgiu devido à

ineficiência da administração científica em relação à produção e a harmonia no local de

trabalho. Preocupava-se com as pessoas, com os grupos sociais e com a organização informal.

Esta escola lida com o lado humano nas organizações, isto é, com as relações humanas dentro

das organizações. Defende Chiavenato (2000), que relações humanas é um termo

freqüentemente usado para descrever o modo como os administradores interagem com seus

subordinados. Dentro de uma organização pode-se ter dois tipos de relações humanas:

relações humanas eficazes e relações humanas ineficazes. Os estudos das relações humanas

datam entre início da década de 20 até início da década de 30. Esta teoria foi desenvolvida em

estudos realizados na Western Electric Company, e passou a ser conhecida como as

experiências de Hawthorne, pois este estudo foi desenvolvido numa fábrica da Western

Electric Company, na cidade de Hawthorne.

O referido estudo tinha como objetivo verificar a relação existente entre o nível de

iluminação no local de trabalho e a produtividade dos operários. Durante o estudo foram

trocadas várias variáveis além da iluminação para verificar a influência das variáveis na

produtividade dos operários. Os resultados foram ambíguos. Elton Mayo e seus colegas da

Haward Business School foram os pioneiros no uso do método científico em seus estudos

sobre as pessoas no ambiente de trabalho e concluíram que uma cadeia complexa havia

interferido na produtividade dos operários. Esses estudiosos chegaram a conclusão de que não

é somente uma variável que altera a produtividade dos operários, mais sim um conjunto de

variáveis interligadas. Para Montana e Charnov (2003), os empregados trabalhariam mais

caso acreditassem que a administração estava preocupada com o seu bem-estar e que os

supervisores prestavam atenção especial neles. Portanto, foi a partir deste estudo de Elton

Mayo que se criou o conceito de homem social.

Com esta abordagem das relações humanas, redescobriu-se um antigo conceito de

Robert Owen, que as pessoas são máquinas vitais que produzem dividendos, além de somente

produtos. Até hoje é causa de debates e confusão, pois o modelo de Elton Mayo não

conseguia descrever o homem no local de trabalho, e que o nível de satisfação não acompanha

proporcionalmente o nível de produtividade. Depois que Elton Mayo e seus contribuintes

desenvolveram a abordagem das relações humanas, surgiram alguns pesquisadores que

utilizavam métodos sofisticados e ficaram conhecidos como cientistas do comportamento.

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Entre os cientistas do comportamento estão Argyris, Maslow, McGregor e Herzberg.

(MONTANA; CHARNOV, 2003).

Uma das mais famosas teorias de motivação foi desenvolvida por Abhram Maslow.

Ele desenvolveu a teoria de que a satisfação dos desejos e necessidades motiva o ser humano

a buscar o objetivo de auto-realização. Conforme a teoria de Maslow, as pessoas tinham

necessidades a serem satisfeitas. Ele as elencou numa pirâmide (figura 1), em que uma pessoa

só poderia subir a níveis superiores após ter satisfeito as necessidades precedentes. Na base

desta hierarquia estão as necessidades fisiológicas e de seguranças e no topo da hierarquia

estão as necessidades do ego e as de auto-realização.

Em síntese, o que Maslow propôs, é que as necessidades da base necessitam ser

satisfeitas para se atender as necessidades do topo da hierarquia.

Figura 1- Pirâmide de Maslow Fonte: Daft (2005, p.52)

Inúmeras foram as contribuições que os cientistas comportamentais oportunizaram

para a administração, entre as contribuições estão: compreensão da motivação,

comportamento de grupos, relações no trabalho e muitas outras. Alguns autores acreditam que

este campo do comportamento não foi investigado com tanta profundidade e que se tem muito

ainda em pesquisar. (MOTTA; VASCONCELOS, 2006).

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2.2 Administração de marketing

A definição de marketing liga-se ao conjunto de atividades que uma empresa planeja,

implanta e controla orientada para que possam ser atendidas as necessidades de seus clientes,

oferecendo-lhes produtos e serviços. Conforme Las Casas (1997, p.26):

Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às

relações de troca, orientada para a satisfação dos desejos e necessidades dos

consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou individuais

e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações

causam no bem-estar da sociedade.

Churchill e Peter (2000) defendem o Marketing como o conjunto de elementos

necessários para que haja a ação comercial de qualquer produto no mercado. Dentre este

conjunto de elementos necessários, citam-se as informações que são obtidas com ações de

marketing como sendo fonte indispensável para se agregar vantagens competitivas à

organização.

No entanto, Kotler (2000) visualiza o marketing como um processo social, pelo qual

são reguladas a oferta e a demanda de bens e serviços a fim de atender às necessidades

sociais. Ou seja, um processo no qual indivíduos e grupos obtém aquilo que desejam e

necessitam, criando e trocando produtos e valores uns com os outros. Já Cobra (2009)

conceitua o marketing de maneira simples como sendo a evolução e a otimização dos

processos de trocas e transações. De acordo com o autor, a troca é o conceito central do

marketing.

Em suma, marketing pode ser entendido como o estudo dinâmico do mercado e de

suas variáveis sociais, podendo abarcar distintas ferramentas para compreender e orientar o

processo de procura e oferta de produtos e serviços.

Além disso, Churchill e Peter (2000) apontam que em um contexto econômico cada

vez mais competitivo, no qual os consumidores se mostram extremamente exigentes, as

organizações necessitam desenvolver objetivos, estratégias e políticas que estejam baseadas

em um amplo conhecimento do mercado em que atuam. Assim, compreende-se o marketing

como uma função gerencial que busca ajustar a oferta da organização às demandas do

mercado, mais especificamente dos clientes, com o auxilio de um conjunto de princípios e

técnicas. Ou ainda, conforme Cobra (2000), como uma filosofia que reconhece como

orientação primordial da organização satisfazer o consumidor e atender às suas necessidades,

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levando em conta seu bem estar em longo prazo, salvas as exigências e limitações impostas

pela sociedade e atendidas às necessidades de sobrevivência e continuidade da organização.

É preciso reconhecer, que o marketing tornou-se com o passar do tempo, uma

ferramenta preciosa para o aumento da vantagem competitiva nas organizações. Sendo que a

empresa além de realizar a produção de seus bens ou serviços, tem a função de vendê-los ou

comercializá-los e também de promover os mesmos até o momento de seu consumo.

(KOTLER, 2000).

Em épocas passadas, os cuidados com as características e aparências dos produtos

comercializados eram inexpressivos, fato este justificado até mesmo pelo modo como se dava

a concorrência e a velocidade com que aconteciam as trocas de informações. Cobra (2000)

salienta que o marketing tem evoluído de maneira conjunta com as práticas de mercado e seria

difícil imaginar o atual cenário econômico sem as definições e atribuições organizacionais

dadas ao marketing. Pode-se dizer que a evolução do marketing empresarial tem

acompanhado a história do homem e vem se desenvolvendo paralelamente ao processo de

produção da civilização, a qual tem sofrido rápidas transformações, modificando conceitos,

valores e crenças, nas relações de troca.

Churchill e Peter (2000) indicam que durante o século XVIII o conceito

predominante era de que um bom produto se venderia por si só. Até por volta dos anos 1930,

o foco dos comerciantes estava na produção. Com o advento da Revolução Industrial, as

técnicas foram aprimoradas, gerando um excedente de bens, difícil de ser absorvido pelo

mercado. O foco comercial passou, então, para as vendas. Período que reporta para datas de

1930 até 1950. Depois da Segunda Guerra Mundial, as indústrias pararam de produzir bens

bélicos e voltaram a produzir bens de consumo. O mercado vendedor aumentou, passando a

haver, mais uma vez, sobra de bens disponíveis. O esforço de venda era insuficiente para o

escoamento da produção. As empresas perceberam que precisavam atrair compradores. Surge,

então, a Era do Mercado, cuja prioridade passou a ser o consumidor.

Aprofundando o estudo deste assunto, Las Casas (2004) argumenta que nos anos 60,

Jerome McCarthy apresentou o conceito do mix de marketing, isto é, quatro variáveis básicas

que comporiam a estratégia de mercado de uma empresa. Também conhecidas como os 4 P’s,

Compostos por: Produto, Preço, Ponto de Venda e Promoção. Hoje, há várias adaptações ao

conceito do mix de marketing, das quais a mais atual, inclusive para o modelo Brasileiro, é a

seguinte: Produto, Preço, Praça e Promoção.

De acordo com Daft (2005), nos anos 70 com o avanço da tecnologia, houve uma

significativa mudança na maneira de se fazer negócios. Surgindo assim, o chamado marketing

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direto. Na forma de database, as empresas passaram a coletar informações relevantes sobre os

seus consumidores e conhecer sobre seu comportamento de consumo. Munidas dessas

informações, as empresas puderam oferecer produtos e prestar serviços adequados às

expectativas do cliente, aumentando sua vantagem competitiva em relação aos concorrentes.

Já na década de 80, os estudos direcionaram-se para os processos de relacionamento

no mercado. As pesquisas propostas por diversos autores remetiam a analise do

relacionamento entre compradores e vendedores para fundamentar seus estudos. Surge a partir

destes, o conceito de Marketing de relacionamento, definido como a tarefa de criar forte

lealdade dos consumidores para relacionamentos de longo prazo e benefícios mútuos.

(MIRANDA; ARRUDA, 2004)

Ainda para Daft (2005), durante os anos 90 houve o equilíbrio entre a oferta e a

demanda. O foco do marketing passou a ser administrativo, exigindo análise, planejamento,

organização e controle de suas atividades. A preocupação com os desejos do consumidor

tornou-se necessária à sobrevivência das empresas. Ou seja, a partir desta década houve

avanços expressivos em respeito ao marketing de relacionamento, concentrando assim

atenção por parte das empresas na satisfação e retenção de seus clientes.

No início do século XXI, o marketing tem enfatizado os aspectos de relacionamento

da empresa com os seus fornecedores, clientes, concorrentes e colaboradores. Pode-se dizer

que a postura do marketing atual de orientar-se para o mercado e para o relacionamento é

decorrente de uma atitude filosófica e gerencial, aliada as constantes e crescentes mudanças

tecnológicas, chamada por alguns autores de marketing digital. Cobra (2009) acrescenta que

neste modelo o sucesso da organização corresponde à ação de atender demandas e satisfazer

as aspirações dos clientes, oferecendo atendimento, produtos e serviços de qualidade superior

a de seus concorrentes, a fim de mantê-los por mais tempo e aumentar os lucros da empresa.

Concluindo, o marketing tem evoluído juntamente com a velocidade das informações

e sua importância em tempos atuais fomenta valor de destaque. Principalmente quando levado

em consideração a transformação dos negócios, o estudo do mercado é indispensável para a

correta condução de empreendimentos e investimentos, que estão diretamente ligados com

variáveis inclusive sociais.

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2.2.1 composto mercadológico

O composto ou mix de marketing é o conjunto de instrumentos de marketing que a

empresa utiliza para atingir seus objetivos de marketing no mercado-alvo. Um composto de

marketing pode ser entendido como a combinação de ferramentas estratégicas usadas para

criar valor para os clientes e desta forma alcançar os objetivos da organização. (KOTLER, 2000).

Há diversas formas de classificar a infinidade de instrumentos de marketing, e a mais

conhecida como já citado neste trabalho foi popularizada por McCarthy e denomina-se 4 P’s.

Este composto mercadológico é formado pelas variáveis: Produto, Preço, Praça e Promoção.

Faz-se a seguir uma breve conceitualização destes.

Para PRODUTO, compreende-se a base do negócio propriamente dita. Salienta

Kotler (2000) que é nesta característica que a empresa deverá determinar o que irá oferecer ao

mercado, vale relevar que produto inclui não só bens ou serviços, mas também marcas,

embalagens, serviços aos clientes e outras características. Não necessariamente o produto

deve ser físico. Las Casas (2004) determina que os produtos podem ser físicos, serviços,

pessoas, locais, organizações, idéias, etc.

É consenso que das quatro variáveis do Marketing Mix, o produto é considerado a

mais crítica no processo decisório de Marketing, da qual decorrem as respectivas decisões de

preço, distribuição e comunicação. As empresas precisam administrar suas marcas como um

dos principais patrimônios da empresa.

Segundo Churchill e Peter (2000), o PREÇO se difere dos demais componentes do

mix por gerar receita e não custo. Este relaciona o quanto vale o produto ao quanto o mercado

se dispõe a pagar por ele. Ainda para o autor, em termos conceituais, preço é a quantidade de

dinheiro, bens ou serviços que deve ser dada para se adquirir a propriedade ou uso de um

produto. Para Gronroos (2004), neste item deve-se considerar a margem de contribuição e

consequentemente a viabilidade do projeto.

Já a PRAÇA ou canal de distribuição é classificado por Las Casas (2004) como uma

rede organizada de órgãos e instituições, que em combinação, executam todas as funções

necessárias para ligar os produtores aos usuários finais com o intuito de realizar a tarefa de

marketing. Complementa Baker (2005) que distribuir bens e serviços envolve levar os

produtos até os clientes de forma eficiente e eficaz. São decisões importantes a serem tomadas

pela empresa, ao passo que a escolha dos canais de distribuição afeta diretamente todas as

outras decisões e envolvem compromissos em longo prazo.

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E por fim, na percepção de Kotler (2000), PROMOÇÃO caracteriza-se como a forma

com que se dará a oferta do produto aos clientes, de uma forma que seja exposta suas

vantagens competitivas. Las Casas (2004) acrescenta que promoção consiste da combinação de

vários fatores, entre elas estão a propaganda, venda pessoal, promoção de vendas e relações

públicas. Cada item tem características peculiares, que não cabem ser esmiuçadas neste

momento da pesquisa.

É importante destacar que nos 4 P’s de marketing, o mercado é visto do lado da

organização, com uma visão voltada majoritariamente para o produto e seus compostos, não

relevando-se o consumidor ou cliente especificamente. Para minimizar esta deficiência há a

utilização do conceito dos 4 C’s criado por Robert Lauterbom, em meados dos anos 90, que

apresenta a visão orientada para o consumidor. Os 4 C’s são compostos por: (1) Cliente; (2)

Custo; (3) Conveniência; e (4) Comunicação. (KOTLER, 1998).

Como se pode observar, os 4 C’s e os 4 P’s complementam-se. Mostrando duas

perspectivas de visão distintas e por vezes conflitantes, a da empresa e a do cliente. Na análise

de Las Casas (2000), Produto relaciona-se ao consumidor que envolve necessidade e desejos.

O preço equivale ao custo para o cliente, a praça é a conveniência da aquisição, enquanto a

promoção é a comunicação entre a organização e o cliente.

Pode-se citar ainda, a titulo de complemento, outra ferramenta trabalhada por Richers

(2000) e denominada como os 4 A’s do Marketing. Compreende-se a esta as definições para

Análise, Adaptação, Ativação, e Avaliação. Cada qual abordando distintos momentos do

processo mercadológico. Cobra (2009) argumenta ainda que dentre definições e

características, é importante observar que os profissionais de marketing precisam buscar

mensurar as ferramentas adequadas de marketing, considerando as opções mercadológicas e

os recursos disponíveis pela organização.

Sintetizando, o composto mercadológico compreende de forma sucinta algumas das

principais variáveis de mercado, orientando desta forma o estudo das características e

especificidades de distintas formas de negócio.

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2.2.2 Vantagem competitiva

Neste tópico são apresentadas ferramentas e procedimentos que auxiliam as

organizações a desenvolverem vantagem em seu meio competitivo. A partir disto são

esboçados os pressupostos doutrinados por Porter (1980) com relação às estratégias genéricas,

discorre-se sobre a participação de mercado com o uso da matriz BCG e finalmente sobre o

ciclo de vida do produto.

O conceito de estratégias genéricas advém do fato de que alguns autores acreditam

ser possível definir uma tipologia de estratégias suficientemente ampla de tal forma que elas

sejam aplicáveis a qualquer empresa, em qualquer tipo de indústria e em qualquer estágio de

desenvolvimento da indústria.

Para Porter (1980) existem três estratégias competitivas genéricas que podem ser

empregues inclusive na prestação de serviços: (1) Liderança em custos; (2) diferenciação; (3)

enfoque. Ver figura 2:

Figura 2 - Estratégias competitivas genéricas FONTE: Porter (1980, p. 72)

Para o autor, LIDERANÇA EM CUSTO é a estratégia da empresa de fazer com que

seu custo total seja inferior que o de seus concorrentes. O custo mais baixo funciona como

mecanismo de defesa da empresa contra a rivalidade de seus concorrentes, especialmente no

tocante à guerra de preços.

Para ele, com relação à estratégia de DIFERENCIAÇÃO, pressupõe-se que a

empresa ofereça no âmbito de toda a indústria, um produto que seja considerado único pelos

clientes. Ou seja, cujas características o distingam daqueles oferecidos pela concorrência. A

diferenciação oferece à empresa uma defesa contra as forças do ambiente, embora de forma

diferente daquela permitida pela liderança em custo. Considerando-se que a diferenciação

pode permitir à empresa cobrar um preço prêmio, e desde que este preço prêmio cubra os

eventuais custos adicionais em que a empresa incorre para diferenciar seu produto (qualidade

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dos insumos, melhor nível de serviço, propaganda, etc.), a empresa possuirá uma margem

maior que a de seus concorrentes, o que a tornará menos vulnerável às pressões do ambiente.

Indica o autor, que A ESTRATÉGIA DE ENFOQUE se baseia no fato de que a

empresa será capaz de atender melhor ao seu alvo estratégico do que aqueles concorrentes que

buscam atender a toda à indústria (ou a um grande número de segmentos da indústria). O

alvo, ou escopo estratégico, pode ser definido sob diversas dimensões: tipo de clientes, linha

de produtos, variedade do canal de distribuição, área geográfica.

Ainda para Porter (1980), as empresas que apresentariam melhor desempenho e

consequentemente vantagem competitiva, seriam aquelas que conseguissem aplicar uma, e

apenas uma, das três estratégias genéricas. As empresas que procurassem uma estratégia

híbrida ou que fracassassem na busca por uma das três estratégias foram por ele designadas

como empresas de meio-termo, e que estas teriam dificuldades de obter êxito no contexto

competitivo, a menos que fizessem uso de uma conjunção de fatores significativamente

específicos.

Com relação à MATRIZ BCG, denominada Matriz Crescimento-Participação (figura

3), foi criada em meados dos anos 60 por Alan J. Zakon, executivo da empresa de consultoria

em planejamento estratégico, Boston Consulting Group (BCG), e por Willian W. Wommack,

da Mead Corporation, empresa do ramo de papel.

Figura 3 - Matriz BCG FONTE: Ambrósio e Ambrósio (2005, p. 36)

Kotler (2000) sustenta que a Matriz BCG ou Matriz Crescimento-Participação é uma

ferramenta analítica de participação de mercado que visa classificar os produtos de uma

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determinada empresa, de acordo com o seu potencial. Assim, a Matriz BCG permite à

empresa analisar seu portfólio de produtos, visando uma melhor distribuição de seus recursos.

Para o autor classificam-se seus componentes como sendo: (1) estrela; (2)

interrogação; (3) vaca leiteira e (4) Animais de estimação ou abacaxi.

Por INTERROGAÇÃO, definem-se os negócios que operam em mercados de alto

crescimento, mas que têm baixas participações relativas. É usado o termo Ponto de

Interrogação porque a empresa deve analisar/questionar a permanência desse produto em seu

portfólio. Já um produto ESTRELA conceitua-se como líder no mercado de alto crescimento,

e de participação relativa significante. A empresa deve gastar recursos substanciais para

acompanhar a alta taxa de crescimento e repelir os ataques dos concorrentes. A caracterização

para ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO é a de produtos com pequenas participações em mercados

de baixo crescimento. Geram baixos lucros ou até prejuízos. Nesse caso, a empresa deve

avaliar se está mantendo esses negócios por boas razões (espera de uma reviravolta na taxa de

crescimento do mercado ou uma nova chance para conseguir a liderança) ou por razões

sentimentais. Finalmente, os produtos geradores de caixa, ou VACA LEITEIRA, são aqueles

que em algum momento foram estrelas e que não mais são lideres. Apesar disto geram muito

caixa para a empresa e não necessitam de investimentos maciços para sua divulgação,

mantendo altas taxas de participação relativa.

Conforme Ambrósio e Ambrósio (2005) pode-se afirmar que há uma correlação entre

os quadrantes da Matriz BCG e os estágios do modelo de Ciclo de Vida do Produto (CVP),

como pode ser observado no quadro 2.

Modelo CVP Introdução Crescimento Maturidade Declínio

Matriz BCG Pontos de

Interrogação

Estrelas Vaca Leiteira Animais de

Estimação

Quadro 2 - Correlação entre a Matriz BCG e o Ciclo de Vida do Produto. FONTE: Ambrósio e Ambrósio (2005, p.45)

O PONTO DE INTERROGAÇÃO na Matriz BCG corresponde ao estágio de

INTRODUÇÃO no CVP, compreendendo produtos entrantes. A ESTRELA corresponde ao

estágio de CRESCIMENTO, momento de ascensão do produto no mercado. Com o Gerador

de Caixa ou VACA LEITEIRA associa-se o estágio de MATURIDADE, estante em que o

produto se mantém estável e seguro no mercado. Por fim, o quadrante ANIMAIS DE

ESTIMAÇÃO, corresponde ao estágio de DECLÍNIO no CVP, no qual o produto decai em

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receitas e sua permanência no portfólio da empresa pode resultar em perdas substanciais para

a organização.

Concluindo, essa correlação possibilita ao planejador avaliar a aplicação das

estratégias recomendadas para cada estágio do CVP nos quadrantes específicos da Matriz

BCG e orientar a organização de forma que a empresa possa com estas informações e

amparadas do ponto de vista estratégico gerar vantagem competitiva.

2.3 Marketing de serviços

Conforme pode ser observado em pesquisa realizada pelo IBGE, 58% do Produto

Interno Bruto (PIB) nacional provêm de serviços. Esse número tende a aumentar

gradualmente, acompanhando as grandes economias e a própria evolução dos negócios que

agregam valor aos serviços. De modo geral, estima-se que 70% da riqueza mundial é

originária do setor de serviços.

Gianese e Corrêa (1996) apontam em seus trabalhos que os serviços estão no centro

da atividade econômica de qualquer sociedade. Sendo fundamental que as organizações

desenvolvam seu potencial competitivo, focando seu negócio em serviços e produtos que

possuam qualidade suficiente para competir no mercado.

Tratando-se de conceitos, Kotler (1998) define serviço como qualquer ato ou atividade

que uma parte pode oferecer a outra, sendo essencialmente intangível e não resultando na

propriedade de nada. Sua produção não necessariamente vai estar atrelada a um produto físico.

Já Las Casas (2000, p. 36):

O serviço é uma atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos

intangível - que normalmente, mas não necessariamente, acontece durante as

interações entre clientes e empregados de serviço e/ou recursos físicos ou bens e/ou

sistemas do fornecedor de serviços - que é fornecida como solução ao (os)

problema(s) do(s) cliente(s).

Os serviços abrangem diversas áreas, das telecomunicações aos hospitais, oferecendo

espaço para as estratégias de mercado que permitam o crescimento e o desenvolvimento das

empresas prestadoras. É coerente afirmar que tudo ocorre rapidamente em tempos

contemporâneos e se faz necessário estar adequado à realidade dos mercados. Observa-se

ainda que quanto mais a economia se desenvolve, mais importante irá se tornar a área de

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serviços, que logo passa a ser a responsável pela maioria dos empregos disponíveis à

população. (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2000).

Ao tratar de marketing de serviços, permite-se que sejam agregados valores ao

produto, neste caso o serviço. Segundo Churchill e Peter (2000), para o marketing, serviços e

bens não são muito diferentes, pois ambos são produtos que se destinam a oferecer valor aos

tipos de comunicação para atingir os mercados-alvos de bens e serviços. Compartilhando

desta visão, Sandhusen (2003) sugere que o marketing se aplica tanto a bens tangíveis, no

caso de produtos, como em bens intangíveis, tais como serviços. É preciso, no entanto, coletar

e interpretar informações sobre as variáveis que os clientes definem como imprescindível na

oferta de bens ou serviços.

Levando em conta a crescente exigência por serviços diferenciados, o marketing de

serviço é uma área ligada à organização com o objetivo de conquistar novos clientes, fidelizar

aqueles já existentes e estabelecer estratégias de relacionamento que tenham como meta

garantir satisfação máxima quanto ao serviço que é prestado pela empresa.

(GRONROOS, 2004).

Em relação às características dos serviços, são levantadas neste momento do estudo

as quatro principais, que são: (1) intangibilidade; (2) inseparabilidade; (3) variabilidade e (4)

perecibilidade.

Kotler (2000) argumenta que a INTANGIBILIDADE se refere a questão de que o

serviço não pode ser palpável ou visto, ou seja, é intangível. É preciso, no entanto, levar em

consideração que apesar de não ser aparentemente visível, todo serviço irá gerar resultados

que se analisados isoladamente, trarão a tona evidências até mesmo “tangíveis”, que

representarão algo como a embalagem do serviço. Já Gronroos (2004) determina que neste

ponto entram em ação os esforços do marketing para tornar claras as características e

resultados provenientes do serviço, ou então, evidenciar aquilo que é prometido pelo serviço

quando o mesmo é ofertado.

Las Casas (2000) salienta que a INSEPARABILIDADE diz respeito ao fato dos

serviços serem produzidos e consumidos simultaneamente, eles não existem

independentemente de seus fornecedores, quer sejam pessoas ou máquinas. Exemplifica

Cobra (2000) que um serviço não pode ser colocado em uma prateleira e aguardar pelo

despertar do desejo de seu consumidor em lhe usufruir.

Mas, em termos de VARIABILIDADE, Kotler (2000) contribui pontuando que os

serviços são altamente variáveis, pois dependem de quem os realiza e de quando e onde são

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realizados. Esta característica pode ser percebida sob prismas positivos e negativos pelo

prestador do serviço, como é evidenciado por Churchill e Peter (2000).

Por fim segundo Kotler (2000), a PERECIBILIDADE dos serviços ocorre

principalmente por que os serviços não podem ser armazenados, representando um problema

que pode surgir junto a bruscas mudanças de demanda dos serviços. Ou como afirma Paladini

(2000, p.188), “o serviço não pode dispor da propriedade de estocagem. Isso requer um

modelo de gestão que torne a oferta adequada à demanda”.

Quanto à concorrência em empresas de serviços, Fitzsimmons; Fitzsimmons (2000)

abordam que a competição entre essas empresas ocorre principalmente em um ambiente

econômico de dificuldades, e denominam uma série de razões para a existência deste quadro,

entre eles: (1) poucas barreiras à entrada de competidores; (2) oportunidades mínimas para

economias de escala; (3) flutuações erráticas das vendas; (4) desvantagens com relação à

negociação com empresas e fornecedores de grande porte; (5) substituição dos serviços por

produtos; (6) fidelidade dos clientes; (7) barreiras à saída.

Contribuindo, Las Casas (2004) observa a importância do serviço de qualidade como

fator diferenciador de marketing para empresas prestadoras de serviços que visam se destacar

no mercado frente à concorrência, comumente presente neste segmento de negócios. Debate

ainda a respeito da estruturação dos esforços de marketing, responsáveis pelo direcionamentos

e planejamento estratégico da organização. Dentro do que é proposto por esse autor, percebe-

se que é necessário que haja a percepção por parte das organizações, que já não basta oferecer

aos seus clientes bens ou serviços, é preciso que estes sejam oferecidos de maneira a

proporcionar diferenciação e principalmente qualidade.

As dificuldades competitivas comprovam o quanto pode ser complexo a

administração mercadológica de serviços, considerando um número expressivo de variáveis e

condicionantes existentes. Mesmo desta maneira, as possibilidades de crescimento existem e

se apresentam animadoras quando encaradas de forma estratégica e orientadas para o

resultado. (COBRA, 2009).

Cabe aos gerentes de serviços adequarem a organização e seus objetivos as

características competitivas de suas respectivas atividades, valendo-se de estratégias que

possam contribuir para a prosperidade da empresa.

De forma resumida, com relação ao marketing de serviços, mantêm-se os

pressupostos estabelecidos pelo composto mercadológico, levando em conta as características

únicas dos serviços.

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2.3.1 A prestação de serviços

Todas as empresas que tem por função a prestação de serviços precisam definir e ter

como medida constante a satisfação de seus clientes. Paladini (2000) menciona que mesmo

vivendo em uma economia globalizada e concorrida, ainda há quem desvirtue a idéia que os

serviços necessitam de estudo, análise e pesquisa para se darem da maneira correta e que gere

resultados para a organização. Compartilhando pontos de vista, Fitzsimmons; Fitzsimmons

(2000) definem que o papel do gerente de serviços deve ser visto a partir de uma perspectiva

de sistema aberto. Desta maneira, o gerente de serviços deve lidar com um ambiente em que

os clientes estão presentes no sistema de atendimento e que, portanto, os gerentes de serviços

precisam adequar uma prestação de serviços que seja tão eficiente quanto efetiva.

É valido ressaltar que gerenciar serviços é uma tarefa diferente de gerenciar a

produção de bens. Porém, tão importante quanto reconhecer a diferença é compreender quais

são as características especiais de serviços que podem fazer com que a gestão de suas

operações seja diferente da gestão dos demais setores de uma organização. Estas

especificidades devem estar sempre presentes na mente do gerente de operações de serviços,

influenciando inclusive suas decisões no dia-a-dia. (LAS CASAS, 2000).

Fitzsimmons; Fitzsimmons (2000) observam que um dos fatores cruciais na

prestação de serviço tem ligação ao fato de que o cliente é um dos participantes do processo

de serviços, e por tanto é necessária atenção por parte dos gerentes de serviços. A percepção

da qualidade do serviço que é observada pelo cliente pode variar muito com o tipo de serviço

oferecido, como o mesmo é oferecido ou até mesmo pelo relacionamento pessoal entre o

prestador e o seu cliente.

Para que as empresas prestadoras de serviços mantenham um nível de qualidade, é

importante que existam algumas medidas a serem desenvolvidas pelos seus gestores. Estas

podem variar, dependendo do ramo em que irão ser aplicadas. Mas basicamente a

padronização das operações pode trazer vantagens para a maioria das empresas. Ainda que se

saiba que os serviços que são produzidos pelo ser humano podem sofrer com a forte

instabilidade característica destes. Gronroos (2004) sustenta a idéia de que se faz necessário

que os clientes possam ser atendidos e seus desejos e necessidades consequentemente

supridos dentro de um padrão que seja possível de ser mantido pela organização.

Las Casas (2004) ressalta a importância de manter um cliente para a lucratividade da

empresa. Um cliente conquistado é um dos maiores patrimônios da empresa. Preservá-lo é

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uma necessidade para os negócios serem bem sucedidos em longo prazo. O autor em questão

ainda comenta sobre a existência de quatro dimensões na prestação de serviços, são elas: (1)

Confiabilidade: gerada pela capacidade de fornecer o que foi proposto de maneira satisfatória;

(2) Segurança: transmitida pelo conhecimento e cortesia dos funcionários; (3) Aspectos

tangíveis: compreendida pelas instalações físicas e que podem oferecer aparências para o

cliente. (4) Empatia: ou seja, a disposição de fornecer apoio aos clientes e oferecer o serviço

com agilidade e presteza.

Considerando as dimensões apresentadas é possível estabelecer as premissas

necessárias para que as necessidades e os desejos dos clientes além de atendidas possam gerar

sua satisfação e trazer com isto, vantagens competitivas para a organização.

Como afirma Gronroos (2004), a empresa prestadora de serviços tem a oportunidade

de construir relacionamentos de longo prazo com seus clientes, pois os clientes inúmeras

vezes conduzem suas transações diretamente como prestador de serviços, inclusive

pessoalmente. Esta característica se difere, por exemplo, da indústria manufatureira que ao

contrário, se distancia de seus clientes por motivos ligados a cadeia de distribuição. Segundo

Cobra (2009), deve-se atribuir importância para a premissa de que a empresa de serviço deve

conhecer seus clientes e suas necessidades tanto quanto qualquer outro segmento de mercado.

Em síntese, as definições adotadas com relação à prestação de serviço

complementam o conteúdo trabalhado em marketing de maneira ampla e ao marketing de

serviço de modo mais específico. Contempla-se, portanto, a necessidade de mensurar ao

planejamento estratégico de marketing da organização às peculariedades existentes na

prestação de serviços.

2.4 Satisfação do cliente

Este item discorre a respeito da satisfação dos clientes como fator de vantagem

competitiva, relevando-se a importância das empresas oferecerem produtos, serviços e

atendimento que satisfaçam seus clientes. Para isso é preciso que os administradores de

marketing conheçam o mercado em que a empresa está inserida e saibam por meio de

pesquisas e demais instrumentos de comunicação os anseios e necessidades de seus fregueses.

A preocupação básica da oferta de produtos e serviços é a de atender as necessidades

imediatas. Porém, há inúmeras oportunidades de sucesso para as organizações que buscam

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não apenas responder as necessidades primárias, mas também oferecer um produto ou serviço

que proporcione encantamento e surpresa ao cliente, ou seja, que o satisfaça.

(LAS CASAS, 2000).

Kotler (2000, p.58) acredita que “satisfação consiste na sensação de prazer ou

desapontamento resultante da comparação do desempenho (ou resultado) percebido de um

produto ou serviço em relação às expectativas do comprador”. Deste modo, pressupõe-se que

o cliente cria sua expectativa em relação ao produto, serviço ou atendimento oferecido. Assim

não basta a empresa suprir as necessidades, é preciso também atingir as expectativas. Caso

não haja o alcance do desempenho esperado o cliente ficará insatisfeito. O objetivo do

marketing é não apenas suprir a necessidade imediata, mas sim como já foi comentado,

transpor-se a ela e encantar o cliente.

Já para Futrell (2003), a satisfação está relacionada com o sentimento em relação à

compra. Para ele, a satisfação pode resultar num cliente fiel, contribuindo para a retenção dos

mesmos, fundamental para o sucesso da empresa em longo prazo.

Todas as pessoas que fazem parte da organização devem proporcionar qualidade nos

serviços, afim de alcançar a satisfação dos seus clientes. A ligação entre qualidade e

satisfação somente existe quando houver o comprometimento de todos na organização.

Alguns autores como, por exemplo, Las Casas (2004), defende que implantar uma filosofia

empresarial de atendimento ao consumidor é fundamental para o sucesso dos negócios da

empresa.

De acordo com Gronroos (2004), o foco nas interações entre produtor e cliente, quer

seja em base discreta ou contínua, traz para a empresa a possibilidade de ver seus clientes não

somente como pessoas que por vez ou outra gera faturamento para a organização, e sim como

um parceiro de relacionamento. Medidas como esta podem interferir positivamente para a

empresa, que voltada para o relacionamento com os clientes é capaz de identificar com

facilidade seus desejos e necessidades.

Acrescenta Cobra (2009) que é de suma importância descobrir o que cada cliente

busca em um produto, serviço ou atendimento, ou em outras palavras, o que tem valor para o

ele. Ainda para o autor, o que motiva o ato de comprar, é uma ampla gama de benefícios e

expectativas esperados. Para tanto, o resultado entre o balanceamento do valor esperado e o

custo total de aquisição do produto ou serviço pode gerar a satisfação ou não do cliente.

Apesar de se verificar e mensurar as variáveis presentes no processo de satisfação

dos clientes, nem sempre um cliente satisfeito é um cliente leal a empresa ou marca.

Resumidamente, para vencer as batalhas com a mente do consumidor e com a concorrência, é

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preciso que seja oferecido um valor superior por um custo inferior. Para cumprir esta difícil

tarefa é importante que todos na organização estejam comprometidos com o espírito de bem

atender. Abranger todas as variáveis de satisfação é uma tarefa muito complexa e deve levar

em consideração características especificas de segmentos ou ramos. Porém, sem que haja uma

boa política de atendimento aos clientes, não é possível que exista satisfação.

(COBRA, 2009).

Sintetizando, coube a este momento do trabalho buscar identificar e discorrer sobre

os conceitos e definições que dizem respeito à satisfação dos clientes. Como pôde ser

observado, a busca pelos componentes de satisfação podem estar ligados a uma série de

pressupostos de mercado, que interagem entre si e criam o relacionamento entre a empresa e

seus clientes. De forma sucinta, caracteriza-se para este estudo a satisfação dos clientes como

responsável pela boa relação entre a organização e seus fregueses, podendo desta relação

emergir o encantamento e o êxtase com o cumprimento de necessidades e desejos.

2.5 Qualidade

No conceito de Oakland (1998, p15), “qualidade é simplesmente o atendimento das

exigências do cliente, e isso não é restrito às características funcionais do produto ou serviço”.

Já para Paladini (2000), a gestão da qualidade está tecida sobre um conjunto de serviços e

atributos prestados ao consumidor não apenas para satisfazê-lo, mas, antes de tudo, para

seduzi-lo.

No entanto, Kotler (2000) defini qualidade como a totalidade dos atributos e

características de um produto ou serviço que afetam sua capacidade de satisfazer necessidades

declaradas ou implícitas dos clientes.

Como se vê, é difícil captar exatamente a essência de conceitos complexos, como o

conceito da qualidade. Este conceito pode ser por vezes interpretado de forma distinta por

especialistas de diferentes áreas. Conforme pondera Paladini (2000), considera-se que o

conceito de qualidade seja um aspecto subjetivo que varia de pessoa para pessoa, em função

das especificidades que cada cliente possui.

Gronroos (2004) considera que a qualidade é frequentemente observada como uma

das chaves do sucesso para uma organização que espere crescer focada na diferenciação

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competitiva. Ainda para o autor, desenvolver a dimensão da qualidade funcional pode agregar

substancial valor para os clientes da empresa.

Na visão de Veciloski (2005 APUD Garvin, 1992) podem ser identificadas oito

dimensões ou categorias da qualidade, as quais são: (1) Desempenho; (2) Características; (3)

Confiabilidade; (4) Conformidade; (5) Durabilidade; (6) Atendimento; (7) Estética; (8)

Qualidade Percebida. Para eles, cada categoria se distingue uma da outra, pois um

determinado produto ou serviço pode ter classificações totalmente contraditórias, mesmo que

as dimensões num contexto amplo estejam interligadas. Deste modo:

a) Desempenho: para Veciloski (2005 APUD Garvin, 1992), compreende o uso dos

produtos e serviços de maneira efetiva. O desempenho faz relação aos elementos atribuídos ao

produto e ao usuário. No entanto, Sviokla e Shapiro (1994) atentam para o fato de esta

dimensão envolver atributos não mensuráveis, tão logo os padrões de preferência estão

baseados em características subjetivas.

b) Características: engloba as descrições dos produtos e/ou serviços. Na visão de

Veciloski (2005 APUD Garvin, 1992), é um dos fatores que determinam o uso do produto, a

característica possui em muitos casos, valor pessoal. Gronroos (2004) comenta sobre as

evidências tangíveis, seja do produto ou serviço, ou ainda das instalações da organização.

c) Confiabilidade: no entendimento de Veciloski (2005 APUD Garvin, 1992), a

confiança é adquirida com a garantia de que o produto possui funcionamento dentro dos

parâmetros normais. Caracteriza Gronroos (2004), que por confiabilidade deve-se entender o

compromisso da empresa de oferecer aos seus clientes serviços ou produtos da maneira

correta desde a primeira vez que são oferecidos, dentro do prazo estipulado.

d) Conformidade: segundo Veciloski (2005 APUD Garvin, 1992), trata do

cumprimento das ações planejadas durante o projeto de criação do produto ou execução do

serviço. Gronroos (2004) caracteriza conformidade como capacidade de resposta e refere-se à

disposição ou presteza dos funcionários para realizar um serviço, quer este esteja ou não

atrelado a um produto.

e) Durabilidade: Na percepção de Veciloski (2005 APUD Garvin, 1992) este item

define a vida útil do produto ou seu tempo de uso. A durabilidade define início e fim do

produto desde sua produção até o momento que ele se acabe. Neste aspecto, Kotler (2000)

salienta a ligação existente entre a durabilidade do bem ou serviço e a percepção de qualidade

para o cliente.

f) Atendimento: abrange os aspectos de negociação, compras, recebimento, pós-

venda e prestação de serviços em caso de garantia. O pode ser usado como ferramenta

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diferenciada para a conquista dos clientes. Las Casas (2004) atribui a esta característica

componentes como cortesia, respeito, consideração e atitudes amigáveis.

g) Estética: é vista como a forma física do produto, seu design, suas cores ou mesmo

a forma de aplicação de um determinado serviço. Compreende as características individuais

do produto ou serviço. Sandhusen (2003) reforça em seus estudos a importância de oferecer

ao mercado produtos que detenham características físicas que venham de encontro aos desejos

dos clientes e os satisfaçam de maneira completa, agregando inclusive status ao produto.

h) Qualidade Percebida: indica Veciloski (2005 APUD Garvin, 1992), que nem

sempre os produtos ou serviços são expostos com seus pontos fortes e fracos aparentes, desta

forma a qualidade percebida determina papel importante no processo de avaliação da

qualidade. Gronroos (2004) aponta que a percepção de qualidade tem ligação com as

expectativas criadas pelos clientes. Ressalta-se a necessidade de a organização procurar

conhecer e entender tanto os seus clientes como o seu mercado.

Com base nos autores referenciados, percebe-se que a qualidade esta diretamente

atrelada à satisfação dos clientes, inúmeras empresas estão em busca de propostas que possam

melhorar continuamente a qualidade de seus produtos, serviços e processos anexos ao

marketing. Um produto ou serviço de qualidade pode ter distintas interpretações, mas adota-se

neste estudo, que é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, acessível, segura e

no tempo certo as necessidades do cliente.

2.5.1 Qualidade em serviços

Em termo de qualidade em serviços, Las Casas (2000) classifica como a capacidade

que uma experiência ou qualquer outro fator tenha para satisfazer uma necessidade, resolver

um problema ou fornecer benefícios a alguém. Na mesma linha de pensamento, Fitzsimmons;

Fitzsimmons (2000) sugerem que a qualidade em serviços é avaliada pelo cliente ao longo do

processo de prestação de serviço. E conclui com isso que a avaliação já tem início no primeiro

contato entre o cliente e empresa de serviços. O autor assegura ainda que o resultado da

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avaliação seja dado pela diferença entre a expectativa do cliente em ralação ao serviço

desejado e a percepção de qualidade resultante do mesmo.

No entanto, Las Casas (2000) adverte que em serviços deve ser observado a

existência de dois componentes da qualidade que devem ser relevados: (1) o serviço

propriamente dito e (2) a forma como o mesmo é percebido pelo seu consumidor. Desta

maneira, pode-se considerar a qualidade real como a parte operacional do processo ao passo

que a percepção compreenda o conjunto de valores subjetivos intrínsecos a cada individua, ou

seja, a forma como este defina qualidade. É necessário que ambas as perspectivas sejam

consideradas no ambiente organizacional de modo contingencial, adaptando-se assim as

peculiaridades de cada segmento de serviços.

A qualidade na prestação de serviços tem vinculo com a pessoa que a executa e fica

em contato direto com cliente, podendo até mesmo comprometer o sucesso e a imagem da

organização que a mesma representa. Faz-se necessário que a administração da organização

esteja comprometida com a qualidade dos serviços que são oferecidos, inclusive por seus

colaboradores. (KOTLER, 2000)

Paralelamente à satisfação do cliente existem as necessidades da empresa, que

precisam também ser consideradas quanto ao aspecto estratégico da empresa. Ao se buscar

pela qualidade, a empresa não pode deixar de dar atenção aos funcionários, além de ter em

vista a produtividade e como consequente resultado, o lucro. Entre outros, Hargreaves (2001)

aponta que o desafio das organizações de serviços em tempos atuais é o de atrair clientes pela

qualidade dos serviços prestados, ao mesmo tempo em que seja possível gerar lucros e

resultados. O aprofundamento das questões ligadas à avaliação da qualidade é tratado

detalhadamente adiante.

A empresa prestadora de serviços deve buscar como uma de suas metas, atingir

clientes e estabelecer relacionamentos próximos com os mesmos. E levar em conta que estes

clientes têm a capacidade de gerar lucros para a empresa e divulgá-la sem custo adicional para

a mesma. Deste modo, Hargreaves et al (2001, p.21) afirma que “[...] é necessário construir

um ambiente especial na empresa, em que a excelência do serviço oferecido ao cliente seja

um compromisso de todos os membros integrantes da organização”.

Em respeito à viabilidade de manter uma estrutura voltada para a qualidade dos

serviços, Sandhusen (2003) afirma que um cliente satisfeito com a qualidade apresenta uma

série de vantagens. Dentre estas, o autor cita o aumento do porte de compras, vendas

cruzadas, espírito de cooperação, redução de custos e reduzida sensibilidade a preços. Já Las

Casas (2004) argumenta que fazer com que uma organização realmente se preocupe com o

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cliente é um desafio. Não é barato ou fácil e não se consegue sem esforço. Porém, não faltam

cases de sucesso para empresas que optaram por buscar a máxima qualidade em seus serviços.

Ao oferecer um serviço diferenciado aos seus clientes, a empresa pode estar apostando em um

relacionamento de longo prazo, o que com certeza só trará benefícios para a organização.

Estudos revelam que se uma empresa retém uma evasão na ordem de 5% de seus clientes, a

mesma terá um aumento nos seus lucros correspondente a 25%.

Com relação ao cliente, é preciso ser analisado algumas características que podem vir

a ser específicas. Talvez, uma das características facilmente perceptíveis esteja sincronizada

com a própria incerteza do consumidor diante do serviço que irá necessitar. Entretanto, como

sugeri Las Casas (2004), em muitas ocasiões o cliente não possui experiência com relação ao

assunto e dúvidas irão aparecer, principalmente no que diz respeito ao tipo de serviço

necessário. Antecipando-se a estas e demais dúvidas que podem vir à tona de acordo com os

fatores contingenciais específicos para cada segmento de serviço, cabe ao gerente de serviços

proporcionar facilidades na aquisição do serviço.

Concluindo, os mesmos motivos que fazem com que a qualidade dos serviços seja a

fonte de possíveis problemas para o processo de prestação de serviços, representam também

oportunidades de melhorias. O padrão de qualidade nos serviços pode determinar o sucesso de

muitas organizações, principalmente àquelas que têm os serviços como atividade principal de

trabalho. Como salienta Cobra (2009), a garantia de um bom atendimento ao cliente deve

estar presente na estratégia de marketing de qualquer negócio.

2.5.1.1 Planejamento de serviços de qualidade

Serviços falhos apresentam sinais que são facilmente diagnosticados pelos clientes e

até mesmo pelos colaboradores das empresas prestadoras de serviços. Os exemplos são

abundantes e lideram listas de reclamações em termos de insatisfação dos clientes. O

ambiente de serviços apresenta deficiências por diversos fatores que se poderem ser

analisados e corretamente interpretados, trarão sucesso para a organização.

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Shapiro e Sviokla (1995) acrescentam que um serviço que é oferecido com qualidade

permite que a sua prestadora possa explorar várias questões inerentes à criação ou

gerenciamento de um serviço. Ainda para os autores, o processo de planejamento de um

serviço de qualidade envolve a análise de um esquema com diversas questões, entre elas: (1)

identificação de processos; (2) isolamento de pontos de erro; (3) estabelecimento de

cronograma; (4) análise da lucratividade.

Quanto a IDENTIFICAÇÃO DE PROCESSOS, como é proposto por Shapiro e

Sviokla (1995), o primeiro passo a ser tomado é a elaboração de um fluxograma dos

processos que constituem o serviço. Salienta Las Casas (2004), que em casos de serviços

complexos, a identificação e definição dos processos envolvidos podem requerer trabalho

extra e gerar dispendiosos fluxogramas. Contudo, o conhecimento e própria definição dos

processos podem trazer inúmeras vantagens para a organização como um todo.

A respeito do ISOLAMENTO DE PONTOS DE ERRO, Shapiro e Sviokla (1995)

comentam que tendo existido a identificação dos processos por meio do fluxograma, por

exemplo, o planejador pode nesta fase visualizar os pontos vulneráveis a erros e os isolar de

maneira estratégica com medidas práticas. Gronroos (2004) reforça que quando esta questão é

pensada antecipadamente, a qualidade na execução do serviço torna-se mais alta.

Shapiro e Sviokla (1995) Indicam que o terceiro passo no processo de planejamento

dos serviços de qualidade compreende o ESTABELECIMENTO DE CRONOGRAMA. Neste

ponto, o administrador tem de refletir a respeito dos elementos que compreendem a execução

do serviço propriamente dito. Um dos determinantes importantes é o tempo necessário para

execução do serviço. Recorda Kotler (2000), que fatores cruciais como este devem ser

levantados nesta fase do planejamento, a fim de estabelecer um padrão de trabalho. Deve-se

considerar, no entanto, possíveis desvios e margens de erro de acordo com a complexidade do

serviço que é proposto.

O quarto e último item apresentado por Shapiro e Sviokla (1995) remete à ANÁLISE

DA LUCRATIVIDADE, que segundo Cobra (2009) demonstra relevante importância na ótica

da empresa como geradora de recursos financeiros para seus proprietários e colaboradores.

Dentre as variáveis empregues para a análise da lucratividade, pode-se citar o correto uso de

um cronograma de serviço, que crie um padrão sobre o qual a estrutura de custos possa ser

calculada e consequentemente a margem de contribuição e lucro.

Gronroos (2004) comenta que é comum gerentes de serviços acreditarem que é

impossível desenvolver uma oferta de serviço com 100% de qualidade. Como consequência, a

organização e seus colaboradores aceitam o fato de que erros acontecem e falhas podem ser

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permitidas. Neste mesmo momento se enfraquecem os esforços para um desempenho

superior.

É difícil especificar o quão boa deve ser a qualidade dos serviços prestados pela

empresa, deve-se primeiramente observar a estratégia e a expectativa de seus fregueses em

relação aos serviços. (GRONROOS, 2004).

Concluindo, o processo de planejamento de serviços de qualidade deve depender

crucialmente dos objetivos e metas da organização, levando em consideração ainda o

ambiente e os compostos de mercado presentes na situação em que a empresa se encontra. Por

vezes pode caber à organização enquadrar-se em processos de qualidade que estejam

orientados para sua opção de posicionamento, seja orientada para ser líder em qualidade ou

em preço.

2.5.1.2 Avaliação da qualidade do serviço pelo cliente

Durante este trabalho já foram discutidas algumas das características de serviços que

os tornam de difícil avaliação, tanto antes como depois da compra do serviço. Por fim, a

avaliação que o cliente faz do serviço se dá com a comparação entre a expectativa do serviço

e o que é percebido pelo consumidor ao término do processo. Isto ocorre principalmente por

fatores ligados a característica de intangibilidade dos serviços.

Quando o consumidor de um produto observa opções tangíveis, a imagem se torna a

principal responsável pelas expectativas que possam vir a ser geradas. O mesmo não acontece

com os serviços, que assim como já foi abordado, tem a expectativa gerada por uma série de

fatores. Neste momento do estudo, são analisados detalhadamente alguns destes fatores.

Fundamentado nos estudos de Gianese e Corrêa (1996), dados provenientes de

pesquisas empíricas confirmam que o sistema de operações de serviços deve estar preparado

para identificar e atender às expectativas dos clientes, até mesmo mais do que suas reais

necessidades para alcançar o sucesso e a satisfação positiva na avaliação do serviço. Essas

expectativas derivam de várias fontes, entre elas: (1) comunicação boca a boca; (2)

necessidades pessoais; (3) experiências anteriores; (4) comunicação externa.

O item que prevê a COMUNICAÇÃO BOCA A BOCA representa na visão de

Gianese e Corrêa (1996), as recomendações que os clientes recebem de terceiros, como por

exemplo, outras pessoas que já tiveram contato com o serviço em questão. Complementando,

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Las Casas (2004) recorda que o serviço não irá ser avaliado antes de ser efetuado e deste

modo, a opinião de terceiros passa a empregar um papel importante na escolha do prestador

de serviço e até mesmo na expectativa da qualidade.

Como é afirmado por Gianese e Corrêa (1996), as NECESSIDADES PESSOAIS dos

clientes, segundo, é o principal fator responsável para a formação de expectativas por parte do

consumidor. Inclusive é visando atender a estas necessidades que o cliente procura pelo

serviço. Gronroos (2004) sustenta a importância de levar em consideração que as

expectativas dos clientes podem ter níveis de exigência diferentes de suas reais necessidades.

Além dessas, Gianese e Corrêa (1996) conceituam a EXPERIÊNCIA ANTERIOR

como a lembrança que o consumidor tem de momentos anteriores, nos quais o mesmo teve

contato com o serviço que é oferecido, ou até mesmo com o próprio prestador. Já Gronroos

(2004) comenta em seu estudo que a experiência anterior é uma das principais funções do

processo de expectativa dos serviços.

É preciso considerar também que o próprio mercado pode influenciar no processo de

formação de expectativas dos clientes, esta influência pode se dar de maneiras distintas. Vale

ressaltar a comunicação direta, resultante de esforços de propaganda e publicidade.

Características estas que se enquadram dentro do conceito de COMUNICAÇÃO EXTERNA,

proposto por Gianese e Corrêa (1996). Cobra (2009) afirma que principalmente a classe de

baixa renda é atingida pelas influencias de mercado, em apelos de comunicação de diversas

espécies.

Apresentadas as questões que geram expectativas com relação ao serviço, se oferece

na sequência deste trabalho uma definição de avaliação da qualidade conceituada como

momentos da verdade. Na visão de Las Casas (2004), são os momentos em que o cliente entra

em contato com algum aspecto da organização e obtém uma impressão de qualidade de seus

serviços. Assim, qualquer contato de um indivíduo com a organização e que forma alguma

impressão pode ser considerado um momento da verdade. Já Carlzon (2005) enfatiza a

importância do que ocorre na prestação de serviço nestes momentos da verdade, e que eles

não devem ser negligenciados pelas organizações.

Além dos momentos da verdade, deve ser considerado pela organização prestadora o

ciclo do serviço em que estes momentos se encontram. O ciclo do serviço seria, desta forma, o

mapa de todos os momentos da verdade. De acordo ao que é vivido pelo consumidor, na

sequência comum em que recebe o serviço. Albrecht (1998) define o ciclo de serviço como

uma “cadeia contínua de eventos pela qual o cliente passa à medida que experimenta o

serviço”.

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Identificar os critérios pelos quais os clientes avaliam o serviço é o ponto culminante

deste tópico e visa compreender efetivamente as expectativas dos clientes. Para Gianese e

Corrêa (1996), as dimensões da qualidade envolvem um conjunto de nove critérios que

combinados entre si denominam a qualidade dos serviços. Assim, apresentam-se aqui: (1)

flexibilidade; (2) consistência; (3) velocidade de atendimento; (4) atendimento/atmosfera; (5)

acesso; (6) custo; (7) tangíveis; (8) credibilidade/segurança; (9) competência.

Não cabe a este estudo aprofundar as dimensões apresentadas pelos autores, até

mesmo por que a maioria destas por si só traduzem seu significado e devem para fins de

aprofundamento estar inseridas no seu contingente específico. Mesmo assim, os autores

referenciados nesta seção levam a crer que a determinação dos critérios priorizados pelos

clientes permite que a gestão das operações de serviços possa garantir um desempenho

satisfatório nestes itens. Esses critérios de avaliação devem refletir os fatores que geram a

satisfação do cliente, a qualidade do projeto e a prestação do serviço.

2.6 Pesquisa de Marketing

O objetivo cerne do marketing é a identificação e satisfação das necessidades e

desejos do cliente, neste contexto a pesquisa de marketing visa fornecer as informações

necessárias por meio da coleta de dados pertinentes, a fim de colaborar na resolução de

problemas específicos que surjam durante o processo de administração de marketing.

Pesquisa de marketing para a American Markting Association (AMA):

É a função que liga o consumidor, o cliente e o público ao nome de marketing por

meio da informação – usada para identificar e definir oportunidades e problemas de

mercado; gerar, refinar e avaliar ações de marketing; monitorar o desempenho de

marketing; melhorar a compreensão do marketing como processo (BENNETT, 1988, p.184).

Já Kotler (2000) define pesquisa de marketing como a sistemática de

desenvolvimento, compilação, análise e comunicação de dados e conclusões relevantes para

uma situação especifica de marketing na organização.

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Para Malhotra (2001), em síntese, a pesquisa de marketing é a identificação, coleta

(processo de obtenção de dados), análise (exame, diagnóstico) e disseminação

(derramamento) de informações de forma sistemática (ordenada) e objetiva (prática), e seu

uso visa a melhorar a tomada de decisões relacionadas à identificação e solução de problemas

(e oportunidades) em marketing, além de ser uma ferramenta de ajuda na obtenção de dados,

buscando no mercado respostas que possam ajudar na tomada de decisão da organização.

Contudo, é consenso que a pesquisa de marketing é uma ferramenta fundamental

para gerar o conhecimento e a avaliação dos produtos ou serviços dispostos aos clientes,

obtendo a percepção por parte da empresa do seu mercado. Como é apresentado por Las

Casas (2004), o processo de pesquisa de marketing define posições de potencial e participação

de mercado, avaliação da satisfação do cliente e seu comportamento de compra, bem como

serve de amparo para estudos de apreçamento, produto, distribuição e promoção.

O processo de elaboração de pesquisa de marketing é definido por Malhotra (2006),

como o conjunto de seis etapas que define as tarefas a serem executadas na realização de uma

pesquisa de marketing. Elas incluem: (1) definição do problema; (2) desenvolvimento de uma

abordagem; (3) formulação da concepção de pesquisa; (4) trabalho de campo ou coleta de

dados; (5) preparação e análise dos dados; (6) preparação e apresentação do relatório.

O primeiro passo em um trabalho de pesquisa é a DEFINIÇÃO DO PROBLEMA,

que significa entender quais os problemas ou oportunidades de marketing que geram a

necessidade de informação para a tomada de decisão. Para Samara (1997, p. 11), “[...] todo

projeto de pesquisa deve partir uma real necessidade de informação, de uma situação onde há

indagações de dúvidas a serem respondidas”. Corroborando, Malhotra (2006) afirma que

neste passo deve-se buscar pela finalidade da realização da pesquisa e procurar mensurá-la a

realidade do projeto.

Tendo o problema diagnosticado, o segundo passo é determinar o

DESENVOLVIMENTO DE UMA ABORDAGEM, ou seja, os objetivos. Esses devem ser

detalhados e especificados para serem usados com efetividade na elaboração do formulário de

coleta de dados. Portanto o pesquisador deve buscar quais informações serão necessárias para

resolver o problema de pesquisa. Além disso, Malhotra (2006) determina FORMULAÇÃO

DA CONCEPÇÃO DE PESQUISA como a estrutura ou desenho da pesquisa de marketing.

Neste ponto são criadas e testadas as possibilidades de obtenção de dados, interesses e

resultados.

O TRABALHO DE CAMPO OU COLETA DE DADOS na concepção de Malhotra

(2006) é a hora da pesquisa que se fará uso dos esforços de campo para a coleta dos dados

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pertinentes ao estudo em andamento. A coleta de dados pode se dar de inúmeras maneiras.

Cobra (2009) argumenta que o meio eletrônico, com o passar dos anos tem facilitado esta

parte do processo de pesquisa. Já a PREPARAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS, de forma

sucinta, correspondem aos processos de editoração, codificação, transcrição e verificação do

material coletado nos esforços de campo.

Por fim a PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO diz respeito ao

relato documentado de todo o processo envolvido ao longo da pesquisa de marketing.

Segundo Malhotra (2006), neste momento são apresentados os resultados obtidos ao longo do

trabalho e as principais constatações aferidas. Deve-se privilegiar a apresentação de gráficos,

figuras e tabelas com o intuito de acompanhar à gerência verbal.

A pesquisa de marketing possui três tipos de função, que são: descritiva, diagnóstica

e prognóstica. De acordo com Mcdaniel (2004, p. 9) a primeira “[...] inclui a coleta de dados e

a apresentação dos fatos.” A função diagnóstica “[...] explica dados ou ações”. Contudo a

função Prognóstica “[...] especifica o modo de usar as pesquisas descritivas e diagnósticas

para prever os resultados de uma decisão de marketing planejada.”. Contudo, Malhotra (2006)

ao tratar dos principais tipos de pesquisa, apresenta a pesquisa exploratória e a descritiva.

Em termos conceituais, Malhotra (2006, p. 102) conceitua pesquisa descritiva como

“um tipo de pesquisa conclusiva que tem como principal objetivo descrever sobre algo –

normalmente características e/ou funções de mercado.”. Cobra (2009) discorre sobre a

importância de realizar-se este tipo de pesquisa como componente do estudo de mercado e

marketing, principalmente em empresas Brasileiras.

Um tipo comum de pesquisa relacionada aos métodos de pesquisa evidenciados

acima, denomina-se como satisfação do cliente. Malhotra (2001) argumenta que satisfação é

um índice que permite conhecer os clientes e, em conjunto com outras análises, indicar se o

cliente é leal à empresa, se pretende migrar para o concorrente ou, ainda, se pretende

abandonar o mercado. Este tipo de pesquisa se demonstra comum no contexto organizacional

e visa a coleta de dados à respeito do nível de satisfação ou contentamento do consumidor

com distintas áreas da empresa, dentre elas: (1) Produtos e serviços; (2) Atendimento e (3)

Estrutura.

A correta utilização das ferramentas de pesquisa do tipo satisfação do cliente pode

ser responsável por inúmeras vantagens competitivas para a empresa. Segundo Futrell (2003),

a organização deve estar alinhada para medir e mensurar a satisfação de seus clientes

periodicamente. Com isto, a mesma pode se desenvolver e crescer com relacionamentos de

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longo prazo com seus clientes, favorecendo-se inclusive de custo menores do que aqueles

despendidos para a obtenção de novos clientes.

Enfim, pesquisa de marketing é uma importante ferramenta do marketing que por

meio da informação possibilita identificação e a análise das variáveis de mercado. Se dá de tal

forma que os dados que são obtidos podem converter-se em vantagens competitivas e

utilizados para elaboração ou adequação de estratégias competitivas pelas organizações.

2.6.1 Métodos de pesquisa

Em pesquisa de marketing são usadas várias formas de metodologia na realização

dos trabalhos, dependendo do tipo de análise que se pretende fazer. Cabe ao pesquisador

indicar a metodologia adequada para esclarecer o problema de pesquisa proposto

inicialmente. Para Roesch (2005), a metodologia de pesquisa pode utilizar duas formas: a

quantitativa, a qualitativa, ou uma complementaridade de ambas.

Samara (1997, p. 26) propõe que “[...] a pesquisa quantitativa, buscará uma análise

quantitativa das relações de consumo, respondendo a questão do “quanto?” para cada objetivo

da pesquisa que tenha adotado esta metodologia.”. No entanto, Cobra (2009) afirma que se

utiliza a pesquisa quantitativa quando a mesma pode ser conduzida de modo a propiciar um

correto dimensionamento das respostas em relação ao tamanho do universo de pesquisa. De

qualquer modo, aplicando o conceito da pesquisa quantitativa normalmente há necessidade de

realizar a pesquisa com o uso de amostras da população, utilizando métodos estatísticos para

alcançar as respostas desejadas, seja descobrindo a opinião do cliente em relação ao produto

ou serviço prestado ou seus hábitos de consumo, entre outras situações.

Em relação as pesquisas qualitativas, Samara (1997, p. 27) determina que “as

pesquisas qualitativas são realizadas a partir de entrevistas individuais ou discussões em

grupo e [...] permitem identificar pontos comuns presentes na amostra escolhida.”. Mas para

Cobra (2009), o propósito da pesquisa qualitativa é, até certo ponto, uma maneira descobrir o

que se passa na mente do consumidor. Os recursos para tal envolvem medidas de ordem

exploratória, orientada ou clínica. Porém, não cabe a este momento o aprofundamento destas

questões.

Sintetizando, os métodos de pesquisa definem a forma como serão coletados e

interpretados os dados de uma pesquisa, caracterizando-a. Sua empregabilidade irá

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acompanhar os objetivos da pesquisa, adequando-se ao contexto em que a mesma é realizada,

suas intenções e até mesmo para com as proporções delimitadas para a pesquisa.

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

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Para fins conceituais, este capítulo aborda a caracterização da empresa, traçando seu

histórico, processo produtivo, estrutura organizacional, bem como as variáveis que

determinam o ambiente externo. Essa contextualização é indispensável para que os resultados

apontados pela pesquisa de campo possam ser corretamente interpretados e suas

considerações úteis para o desenvolvimento da organização alvo do estudo.

3.1 Caracterização da empresa

Para correto entendimento do objeto de estudo e sua problemática, a seguir é

apresentada a caracterização da empresa Eletrônica Facchini. Tal medida se dá por meio da

abordagem histórica da organização e de seus princípios operacionais.

3.1.1 Histórico

Fundada em 1984, na cidade de Nova Trento, por Aires Afonso Facchini, técnico

eletrônico formado pelo Colégio Santo Inácio de Porto Alegre - RS. A Eletrônica Facchini

tinha inicialmente, seu negócio voltado exclusivamente para a manutenção de equipamentos

eletrônicos diversos. Já durante os primeiros anos, a empresa oferecia seus serviços para

significativa parte do contingente de mercado local e também à cidades vizinhas, mesmo

contando com a força de trabalho limitada.

Por volta do ano de 1989, a organização iniciou uma nova modalidade de negócios,

voltada para a venda e manutenção de sistemas de recepção via satélite por meio de antenas

parabólicas. Na época, o negócio demandava substanciais investimentos, tanto para a empresa

como para seus clientes. Em contrapartida, abria novas possibilidades para os clientes da

Eletrônica Facchini que podiam ter acesso a uma televisão com diversidade de canais e

qualidade garantida, uma forma distinta de recepção de sinal de TV fortemente disseminada

até os tempos atuais.

Rapidamente e a custo de árduo trabalho e dedicação constante, a empresa passou a

contar com equipes de instaladores e vendedores espalhados por diversas cidades da região do

vale do rio Tijucas, Grande Florianópolis e Litoral Catarinense. Além de ser precursora na

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implantação desta tecnologia em sua região, trabalhando em parceria com marcas

conceituadas, como por exemplo TECSAT e SANTA RITA. A Eletrônica Facchini galgou

inúmeros clientes com suas estratégias de mercado e vendas sob a responsabilidade da

senhora Maria do Carmo Tridapalli Facchini, esposa do proprietário da empresa que realizava

a venda e as cobranças de crediários dos clientes.

Foram anos de trabalho exaustivo, que com o aparecimento de inúmeros

concorrentes e consequentemente a saturação do mercado exigiram que a organização

vislumbrasse novos mercados. Por volta do ano de 1996 deu-se inicio a transmissão de

televisão por assinatura via satélite pela SKY. Novamente a Eletrônica Facchini foi pioneira

na implantação destes sistemas.

A partir de meados do ano de 2000, por motivos de constante enfraquecimento do

mercado, o proprietário da empresa iniciou atividades em outro segmento, com a implantação

de uma metalúrgica na cidade de São João Batista – SC, visando atender o crescimento na

procura por metais para calçados e confecções na região, pólo catarinense e referência

nacional na produção de calçados. A Metalúrgica Aclo, fruto deste empreendimento é

operante nos dias atuais.

O fato é que com a entrada do senhor Aires Afonso Facchini neste novo

empreendimento, a Eletrônica Facchini teve expressiva redução na continuidade de seus

negócios, chegando trabalhar apenas em meio período por determinado tempo, porém, nunca

deixando efetivamente de funcionar.

No ano de 2006, João Batista Facchini, filho do proprietário terminando seus estudos

no ensino médio e iniciando a faculdade de administração pela UNIVALI, passou a cogitar a

possibilidade de assumir efetivamente o controle da organização. E desta maneira se fez, a

empresa iniciou suas atividades de maneira concreta, novamente. Tal atitude se deu por parte

do acadêmico, que detinha conhecimento prático na área. Até mesmo por estar inserido em tal

contexto desde criança. Além disto, empolgava-lhe a possibilidade de ter uma empresa, e

poder conquistar o próprio respeito como empreendedor e consequentemente o seu

desenvolvimento e independência financeira.

Deste momento em diante, a organização se desenvolve em ritmo de crescimento

constante e promissor. Em Junho de 2010, a empresa completa 28 anos de existência e quatro

anos sob nova direção. Com uma equipe de três funcionários, a Eletrônica Facchini tem

buscado diversificar suas áreas de atuação, compreendendo além da venda e manutenção de

antenas parabólicas, instalação de portões e porteiros eletrônicos, sistemas de alarme e

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monitoramento, bem como a comercialização de equipamentos e acessórios eletrônicos no seu

ponto físico, localizado no centro de Nova Trento.

Observa-se a seguir o quadro 3, resumindo o histórico da empresa:

HISTÓRICO ELETRÔNICA FACCHINI

1984 Fundação da empresa na cidade de Nova Trento – SC por Aires Afonso

Facchini. Foco na manutenção de equipamentos eletro-eletrônicos.

1989 Inicia-se a venda de Antenas Parabólicas e consequente expansão da

empresa.

1994 Auge comercial. A empresa neste momento conta com equipes de

instalação e vendedores em diversas cidades.

1996 Inicia-se a venda e instalações de TV por assinatura via satélite (SKY). A

partir de 1996 é percebido continuo declínio nas vendas e forte presença de

concorrência.

2000 O Proprietário da empresa inicia um novo empreendimento na cidade

vizinha de São João Batista, no segmento de metalúrgico. Redução

significativa nas atividades desempenhadas pela Eletrônica Facchini.

2006 A empresa se encontra em atividade reduzida e atende a poucos clientes.

Neste ano inicia-se a reformulação da organização por parte de João Batista

Facchini, filho do proprietário.

2007 O ano se inicia com a empresa preparada para novamente atender seus

clientes e conquistar novos mercados. Produtos e serviços são

acrescentados ao Portfólio da empresa, tais como: automatizadores de

portões, porteiros eletrônicos, acessórios e componentes eletrônicos.

2008 A Eletrônica Facchini demonstra crescimento e realiza-se a contratação de

novos funcionários. Novos produtos e serviços são oferecidos aos clientes.

2010 Foco no crescimento de mercado por meio da diversificação da áreas de

atuação da empresa. Expansão da equipe de colaboradores, objetivada pelos

esforços de venda. Efetivada nova parceria SKY.

Quadro 3 - Histórico Eletrônica Facchini FONTE: Elaborado pelo Acadêmico (2010)

Observa-se em analise ao histórico e consequentemente ao quadro acima, os

momentos pela qual a empresa passou desde a sua criação até os dias atuais. Percebe-se em

sua trajetória momentos de crescimento ao longo dos primeiros anos, atingindo seu auge

comercial no ano de 1994. Em seguida, a organização atravessou um período de estagnação

dos negócios e posteriormente declínio em sua participação de mercado. Fatores estes que

motivaram o ingresso do proprietário em um novo negócio no ano de 2000, como descrito no

histórico. Mesmo não deixando de exercer suas funções, a empresa atravessou um período

denominado sob o ponto de vista estratégico como de sobrevivência (PORTER, 1980).

Somente a partir de 2006 observou-se novamente crescimento tanto sob aspectos

estruturais como estratégicos por parte da Eletrônica Facchini, que tem demonstrado

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crescimento médio na ordem de 20% ao ano. Este crescimento apóia-se sob a diversificação

dos produtos e serviços e a entrada da empresa em novos mercado. Ressalta-se ainda, as

estratégias de vendas orientadas pela diferenciação dos produtos e serviços, com base na

qualidade.

3.1.2 Missão, visão e valores

A MISSÃO da empresa em estudo é oferecer produtos e serviços que simplifiquem e

desenvolvam a qualidade de vida de nossos clientes por meio da tecnologia, com presteza e

comprometimento às suas expectativas e necessidades.

Já em termos de VISÃO, a empresa preza ser reconhecida pelos seus clientes e pela

sociedade como a melhor e mais confiável empresa do segmento de comércio e prestação de

serviços em sistemas eletrônicos na região do vale do rio Tijucas, fortalecendo-se na relação

com seus colaboradores, parceiros e amigos.

Com relação aos VALORES da empresa, estes apóiam-se sob a qualidade e

diferenciação de seus produtos e serviços. Ao respeito e seriedade no atendimento à clientes

e colaboradores. Nos princípios éticos e morais de sua conduta comercial. Na comunicação

clara e eficiente e na observância dos parâmetros de responsabilidade social.

Por meio das premissas apresentadas, observa-se a pretensão de crescimento da

organização baseado em um modelo de negócio estável e confiável, que possa gerar

segurança no processo de desenvolvimento do planejamento estratégico. Exalta-se ainda

características marcantes de produtos e serviços que são oferecidos com base na satisfação de

seus clientes, e nas relações de longo prazo.

3.1.3 Estrutura Organizacional

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Entende-se por estrutura organizacional a forma como determinada empresa organiza

os relacionamentos dos níveis hierárquicos e o fluxo das informações essenciais ao seu

processo produtivo no contexto de sua infra-estrutura.

Em relação à infra-estrutura da empresa abordada neste trabalho, a mesma se dá por

um prédio de 2 pavimentos localizado no centro da cidade de Nova Trento, de propriedade da

família. Toda parte de estoque, montagem de equipamentos e atendimento aos clientes

permanece focado nesta estrutura.

Quanto a estrutura organizacional, a empresa conta atualmente com 3 funcionários

em seu quadro fixo, que desempenham distintas funções dispostas no organograma estrutural

da empresa (figura 4).

Figura 4 - Organograma estrutural da Eletrônica Facchini FONTE: Elaborado pelo acadêmico (2010)

Conforme se verifica na figura 5, o organograma identifica a disposição das funções

compreendidas pela prática de trabalho da Eletrônica Facchini. Salienta-se que a empresa

trabalha com a venda e cobrança de crediários em campo, atendendo desta forma cidades

vizinhas.

GESTOR

DEPARTAMENTO

COMERCIAL

DEPARTAMENTO

DE OPERAÇÕES

COMPRA DE PRODUTOS E

MATERIAIS

ESFORÇOS DE

VENDA

INSTALAÇÃO DE PRODUTOS NOVOS

(necessidade de

serviços agregados)

SERVIÇOS DE

MANUTENÇÃO

ANTENAS

PARABÓLICAS

TELEVISORES

PORTÕES E

PORTEIROS ELETRÔNICOS

LOJA

SISTEMAS DE ALARME E

MONITORAMENTO

CONTROLE DE CREDIÁRIO

EM CAMPO

LOJA

EM CAMPO

CONTROLE DE

AGENDA

DEPARTAMENTO

CONTÁBIL

TELEFONIA RURAL

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60

3.1.4 Produtos e serviços comercializados

A fonte de receita da empresa se molda sob três vertentes: (1) venda de sistemas

eletrônicos; (2) serviços; (3) varejo de produtos e componentes eletrônicos. Respectivamente

ao seu grau de importância do ponto de vista econômico.

Dentre os produtos que são comercializados pela Eletrônica Facchini na categoria de

sistemas eletrônicos, pode-se destacar como principais: (1) antenas parabólicas e receptores

analógicos via satélite; (2) televisores; (3) portões e porteiros eletrônicos; (4) sistemas de

alarme e monitoramento; (5) telefonia rural. Nesta categoria foram gerados 65% do total de

faturamento da empresa no ano de 2009. É valido salientar que estes produtos necessitam de

serviços agregados para que possam ser comercializados (quadro 4).

Produto Tipo de Serviço agregado

Antena Parabólica e Receptor de

Canais

Instalação, cabeamento, alinhamento e

configuração do equipamento.

Televisores Serviço de transporte e instalação.

Portões e Porteiros Eletrônicos Instalação, cabeamento e configuração

do equipamento.

Sistemas de Alarme e Monitoramento Instalação, cabeamento e configuração

do equipamento.

Telefonia Rural Localização de sinal, Instalação,

cabeamento.

Quadro 4 - Serviços agregados aos produtos FONTE: Elaborado pela Acadêmico (2010)

Na segunda categoria, representante de 25% do faturamento. Compreende-se os

serviços que são solicitados pelos clientes da empresa e que não tem ligação direta com a

venda de produtos, e sim com manutenções eletrônicas, serviços de cabeamento, de instalação

e de programação.

Além destes já enunciados, a empresa dispõe de uma variedade de equipamentos e

acessórios eletrônicos, que são oferecidos na forma de varejo. Tais como: (1) controles

remotos; (2) antenas VHF; (3) pilhas; (4) cabos; (5) conectores; (6) emendas elétricas; etc.

Esta categoria foi responsável por 10% do faturamento no último ano.

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Como se percebe a base sólida da empresa encontra-se sob a comercialização de

sistemas eletrônicos, mais especificamente em antenas parabólicas e afins, fato este entendido

pelo pioneirismo e tempo de atuação da organização neste mercado (20 anos).

A Eletrônica Facchini tem buscado nos últimos anos diversificar e intensificar outras

áreas de atuação, oferecendo desta maneira um crescente número de produtos e serviços à sua

base de clientes. Tais esforços tem demonstrado resultados positivos, visto que a empresa vem

apontando crescimento nos últimos anos.

3.1.5 Ambiente externo

O ambiente externo de uma empresa refere-se aos aspectos que influenciam sua

gestão mas não podem ser totalmente controlados pela mesma, como questões políticas,

econômicas, tecnológicas e legais. Além disso, os clientes, os fornecedores e as empresas

concorrentes compõem o ambiente externo da empresa (COBRA, 2009).

A Eletrônica Facchini apresenta-se em seu mercado como uma empresa varejista e

prestadora de serviços, de acordo com suas particularidades já citadas neste trabalho. Em

análise aos seus clientes, estes classificam-se como clientes finais e pertencentes em sua

maioria às classe B e C, ressaltando que maiores detalhes são expostos adiante neste trabalho.

Quanto aos clientes, não se observa na prática de trabalho da empresa a existência de

clientes denominados como principais, os quais se enquadrariam em situações em que poucos

clientes são responsáveis por parcelas expressivas do faturamento da empresa

(LAS CASAS, 2004). Contempla-se, no entanto, uma cartela de clientes que mantêm contato

com a organização em relações de longo prazo, baseadas na atualização dos equipamentos

disponibilizados pela empresa e na manutenção de sistemas eletrônicos (ver APÊNDICE B –

QUESTÃO 8).

Observam-se ao longo do ano, períodos de sazonalidade. Novembro, Dezembro e

Janeiro costumam ser os meses do ano de movimento significativamente expressivo. Fato que

pode ser justificado pela liberação do 13º salário e o período de férias de grande parte dos

clientes da empresa, que estando de férias decidem pela compra ou manutenção de seus

sistemas eletrônicos.

Quanto aos fornecedores, a empresa mantêm constante contato com

aproximadamente cinco fornecedores principais que ofertam seus produtos e os entregam

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semanalmente, facilitando o processo de compra e eliminando a necessidade de manutenção

de estoques significativos (quadro 5). É valido recordar a citação de Cobra (2000), na qual o

autor defende que os fornecedores devem ser avaliados cuidadosamente, pois deles dependem

além da matéria-prima para as vendas, possibilidades futuras de estratégias e crescimento.

FORNECEDORES

Razão Social : Endereço: Tempo de Parceria:

GIESAT Barra Velha – SC 5 Anos

DIGITAL SAT Balneário Camboriu – SC 4 Anos

KM DISTRIBUIDORA São Jose – SC 2 Anos

BLUPEÇAS Blumenau – SC 2 Anos

REAL SAT Blumenau – SC 1 Ano

Quadro 5 - Fornecedores FONTE: Elaborado pelo acadêmico (2010)

Outro ponto importante a considerar, levando em conta o ambiente externo da

empresa alvo da pesquisa, é a característica de sua concorrência. Na qual uma considerável

parcela dos seus concorrentes trabalham de maneira informal, parcial ou total, e sob práticas

desleais de mercado. A saturação do mercado também é observada como uma particularidade

do ambiente externo da empresa, e como indica Churchill e Peter (2000), demanda esforços

no direcionamento das atividades de vendas em nichos de mercados.

Ao passo que tais características de mercado dificultam que o segmento se aprimore

e ofereça produtos e serviços voltados para a qualidade, permite também que haja o

crescimento de empresas que busquem estratégias de posicionamento de mercado e

diferenciação de produtos e serviços, visando atender um contingente de clientes selecionados

e que estejam dispostos a trabalhar com empresas estruturadas e comprometidas em

identificar suas necessidades e satisfazê-los.

3.2 Resultados

Na sequência apresentam-se os resultados obtidos com a pesquisa de campo, por

meio da qual buscou-se realizar uma pesquisa de marketing do tipo satisfação do cliente. Cabe

destacar que com o intuito de facilitar a demonstração dos resultados e a sua compreensão,

optou-se por seguir a ordem dos objetivos específicos pré-estabelecidos. Desse modo, a seção

é subdividida em quatro partes, as quais dizem respeito a: (1) traçar o perfil dos clientes da

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Eletrônica Facchini; (2) apresentar os níveis de satisfação dos clientes; (3) descrever as

variáveis que impactam na percepção de qualidade para o cliente, por intermédio de sua

satisfação; e por fim, (4) apontar possíveis melhorias.

3.2.1 Traçar o perfil dos clientes da Eletrônica Facchini

O aspecto dos clientes foi traçado por meio das variáveis ligadas ao perfil pessoal e

de compra. Em termos pessoais abarca: (1) gênero; (2) estado civil; (3) faixa etária; (4) renda

familiar; (5) moradia; e (6) localização. Já de acordo às compras: (1) Relação com a empresa;

(2) produtos não comercializados; (3) serviços não comercializados; (4) expectativas de

satisfação; (5) satisfação geral; e (6) Recomendação da empresa à terceiros. Os detalhes

podem ser melhor verificados em análise junto ao APÊNDICE A (QUESTIONÁRIO, P.1)

e APÊNDICE B ( RESULTADOS).

Cabe destacar que a segmentação demográfica, como aponta Malhotra (2006), estão

presentes dados sobre: gênero, estado civil e faixa etária. Neste contexto a pesquisa aponta

que a clientela da Eletrônica Facchini é formada na sua maioria por homens (66,95%);

casados (45,76%), mesmo assim chama a atenção a quantidade de solteiros (39,83%); na faixa

etária de 26 a 35 anos de idade (28,81%). Contudo, percebe-se também forte presença de

jovens na faixa etária de 19 a 25 anos (27,97%), o que pode justificar inclusive a quantidade

significativa de respondentes solteiros.

Além disso estão presentes informações que remetem a segmentação de mercado

sócio-econômica, com questões que contemplam informações a respeito da renda familiar e

moradia dos clientes da Eletrônica Facchini. Com isso, observa-se que os mesmos se

enquadram em sua maioria na faixa de renda na ordem de R$ 1000,00 a R$ 1499,99

(35,59%), ainda destaque-se que o segundo grupo expressivo respondeu que tem renda de R$

1500,00 a R$ 2499,99 (33,90%). Já com relação à moradia, a maioria dos respondentes

afirmou possuir moradia própria (67,80%).

Em análise, conclui-se a forte presença de clientes pertencentes à classe B2 e C1, de

acordo com os critérios de analise pautados pela ABEP (Associação Brasileira de Empresas

de Pesquisa) e evidenciados neste estudo junto ao ANEXO 1. Estes grupos vem

demonstrando poder de compra crescente e inserida na economia de forma abrangente nos

últimos anos, como inclusive indica matéria publicada pela revista VEJA (junho, 2010).

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Além disso, a pesquisa contempla informações geográficas que indicam a forte

presença da base de clientes da empresa em sua cidade sede, Nova Trento (60,17%), seguida

por São João Batista (19,49%). Ainda, visualiza-se a atuação da empresa em demais cidades

da região e do litoral em quantidade inferior, devido principalmente a forma de negócios que

a empresa mantém.

Para o perfil de compra, constata-se que a relação entre cliente e empresa se

estabelece sob maior parcela (38,14%), para novos clientes. É valido apontar que o segundo

grupo de volume expressivo apresenta-se como sendo o de clientes a mais de 10 anos

(25,42%) embasando a política de atendimento da empresa, pautada para o atendimento de

clientes no longo prazo. Quanto a percepção de produtos e serviços não comercializados pela

empresa, os clientes que responderam ao questionário apontaram a necessidade de soluções

em sistemas de segurança (37,5%) e TV por assinatura (62,5%). Ressalta-se que a Eletrônica

Facchini oferece produtos e serviços em sistemas de segurança, mas não se apresenta

totalmente direcionada para esta vertente. O fato de ter sido apontado na pesquisa remete à

analise de viabilidade por parte da organização de cobrir de maneira mais ampla este

segmento de mercado. Quanto a TV por assinatura, a empresa já dispõe de soluções para seus

clientes junto a empresa SKY, passando a ser parceira credenciada pela mesma a partir de

maio de 2010.

3.2.2 Apresentar os níveis de satisfação dos clientes

Parafraseando Futrell (2003), a satisfação está relacionada com o sentimento em

relação à compra. O autor abarca questões relativas ao PRODUTO (bens e serviços) e

ATENDIMENTO. Este estudo ainda faz uso de uma terceira definição, apontada por Las

Casas (2006) como SERVIÇOS AMPLIADOS, pertinente as características da empresa. Esta

inclusive denominada para este trabalho como EMPRESA, de acordo com o proposto no item

1.3.3 (instrumentos e procedimentos de análise) deste.

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3.2.2.1 Níveis gerais de satisfação

A respeito da pesquisa aplicada, inicialmente procurou-se sondar de forma genérica

sobre: (1) satisfação geral (APÊNDICE A – QUESTÃO 12) em termos de percepção final a

experiência realizada com a empresa, e por fim; (2) se o pesquisado recomendaria a

Eletrônica Facchini (APÊNDICE A – QUESTÃO 13). Os resultados estão dispostos no

Apêndice B.

Os dados plotados no Gráfico 1 mostram expressivos índices de satisfação geral com

a experiência de compra realizada na Eletrônica Facchini, pois 94,92% daqueles que

responderam o questionário indicaram estar satisfeitos. Inclusive, o Apêndice B traz que

66,10% deles recomendariam a empresa e um grupo formado por outros 27,97% afirma já ter

indicado. Fato que segundo Ogden (2002) gera comunicação boca a boca positiva.

Gráfico 1 – Satisfação geral Fonte: elaborado pelo acadêmico (2010)

Em suma, os números apontam resultados positivos em termos gerais. Cabe

posteriormente explorar detalhadamente as variáveis envolvidas no processo de avaliação da

satisfação quanto as suas frentes de contato com os clientes, definidas neste estudo como: (1)

atendimento; (2) produtos e serviços; (3) empresa.

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3.2.2.2 Níveis de satisfação quanto ao atendimento

Para a variável atendimento foram elencadas as seguintes condicionantes: (1)

cortesia; (2) agilidade; (3) conhecimento; (4) solução de problemas; (5) tempo de espera; (6)

compromisso; e (7) confiança. É Importante observar que como exposto no item 3.2.3 deste

trabalho, a variável atendimento mostrou-se como de importância superior para o cliente da

Eletrônica Facchini. Além disso, da maneira como o questionário foi estruturado possibilitou

a montagem do Apêndice C, que traz o detalhamento dos resultados. Esse por sua vez,

proporcionou a simplificação dos dados em quatro níveis apenas, denominados: (1) não

preencheu; (2) insatisfeitos; (3) nem satisfeito e nem insatisfeito e por fim, (4) satisfeitos.

Seguindo essa linha, resumidamente, os dados referentes ao atendimento estão

demonstrados no Gráfico 1 e posteriormente na tabela 1.

Gráfico 2 – Mediana atendimento Fonte: elaborado pelo acadêmico (2010)

A apreciação dos dados plotados no Gráfico 1 se dá por meio da apuração da

mediana, que é uma medida central das variáveis em análise para a apuração da satisfação dos

clientes quanto ao atendimento. Chega-se a conclusão de que a maioria deles está satisfeito

(% muito satisfeito + % satisfeitos do APÊNDICE C). Pois, esse quesito apresenta a indicação

de 82,2% dos pesquisados.

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Tabela 1 – Atendimento Fonte: elaborado pelo acadêmico (2010)

Já estudando a tabela 1, pode-se aprofundar essa análise, uma vez que não atingiu

100% de satisfação. Na categoria SATISFEITO/MUITO SATISFEITO, fica evidente que

todas as questões ultrapassam 50% dos pesquisados. Chama atenção a ocorrência de empate

técnico entre quatro itens (14.20; 14.19; 14.17; 14.15 TABELA 1) que aproximam-se do

percentual de 83% de satisfação. Mesmo assim, o TEMPO DE ESPERA (14.18 - TABELA 1)

e a CORTESIA (14.14 - TABELA 1) acabam distanciando o resultado geral de 100% e

afetando diretamente a mediana. Isso leva a crer que devem existir falhas nestes pontos que

podem ser mais bem estudadas para futuras intervenções e melhorias. E também, é preciso

considerar que apesar dos excelentes níveis de satisfação apresentados quanto ao

ATENDIMENTO (82,20% - GRÁFICO 1 e TABELA 1), 20% dos clientes por algum motivo

não preencheu, não tem idéia ou ainda está insatisfeito.

3.2.2.3 Níveis de satisfação quanto aos produtos e serviços

Neste item enquadram-se os resultados obtidos na pesquisa de satisfação para a

variável produtos e serviços. Esta foi composta por questões relacionadas as características

dos produtos e serviços oferecidos pela Eletrônica Facchini e com base em Futrell (2003) e

Malhotra (2006) contempla: (1) preço; forma de pagamento; (3) Variedade; (4) marca; (5)

qualidade; (6) durabilidade; (7) tecnologia; e (8) garantia. Como é apresentado a seguir com o

auxilio da tabela 2.

Atendimento – Questões

14.14 14.15 14.16 14.17 14.18 14.19 14.20

Mediana

Respostas Cortesia

Agilidade

Conheci- mento

Solução de problemas

Tempo de espera

Compro-misso

Confiança

não preencheu 0,85% 3,39% 1,69% 1,69% 0,85% 0,85% 1,69% 1,69%

insat/regular 11,86% 8,47% 9,32% 10,17% 23,73% 6,78% 5,08% 9,32%

nem 18,64% 5,93% 10,17% 5,08% 10,17% 9,32% 9,32% 9,32%

satisfeito/muito 68,64% 82,20% 78,81% 83,05% 65,25% 83,05% 83,90% 82,20%

soma 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

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Tabela 2 – Produtos e serviços Fonte: elaborado pelo acadêmico (2010)

Analisando os dados pertinentes a tabela 2, constata-se por meio do cálculo da

mediana que de forma geral a variável produtos e serviços obteve segundo os clientes da

empresa um índice positivamente expressivo, na ordem de 78,81% (SATISFEITOS E

MUITO SATISFEITOS). Já aqueles que se apresentaram como insatisfeitos

(INSATISFEITOS E REGULAR) somam um montante de 5,51% da amostra pesquisada. A

visualização dos dados pode ser facilitada por meio do gráfico 3, que remete ao uso da

mediana em forma de acompanhamento da abordagem dos dados proposta pelo presente

estudo.

Gráfico 3 – Mediana produtos e serviços Fonte: elaborado pelo acadêmico (2010)

Curiosamente, o item que apresenta o mais expressivo índice de satisfação (82,20%)

no contexto desta dimensão, corresponde ao PREÇO (14.6 – TABELA 2), mesmo não tendo a

empresa sua estratégia voltada para a liderança em custos (PORTER, 1980). Em

contrapartida, o item VARIEDADE demonstrou-se com o índice mais significante (9,32%)

para clientes insatisfeitos ou que denominam o item como regular (14.8 - TABELA 2). Fato

este que traz a tona a possibilidade de a empresa estar falhando na oferta de produtos e

Produtos e serviços – Questões

Respostas

14.6 14.7 14.8 14.9 14.10 14.11 14.12 14.13

Mediana

Preço

forma

pagam. variedade marca qualidade durabilidade tecnologia garantia

não preencheu 2,54% 3,39% 1,69% 1,69% 1,69% 6,78% 2,54% 1,69% 2,12%

insat/regular 5,93% 4,24% 9,32% 5,08% 5,08% 5,93% 6,78% 4,24% 5,51%

Nem 9,32% 22,03% 11,02% 13,56% 13,56% 11,02% 12,71% 14,41% 13,14%

satisfeito/muito 82,20% 70,34% 77,97% 79,66% 79,66% 76,27% 77,97% 79,66% 78,81%

Soma 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

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serviços aos seus clientes, denotando a necessidade de análise mais detalhada para futuros

planejamentos.

Outro ponto de análise interessante remete ao considerável índice (22,03%) de

clientes que se denominaram como nem satisfeito nem insatisfeito para o item FORMA DE

PAGAMENTO (14.7 – TABELA 2). Estes podem ser clientes que não se utilizam de formas

de crédito para suas compras na empresa e portanto, são indiferentes para tal.

Concluindo, os índices se demonstram satisfatórios para a organização e contribuem

para a formação de estratégias junto ao mercado. Maiores detalhes, como por exemplo o

percentual individual de respondentes para satisfeito e muito satisfeitos podem ser

observados junto ao APÊNDICE C.

3.2.2.4 Níveis de satisfação quanto a empresa

Para a variável empresa, compreende-se itens que podem exercer sentimento de

satisfação para os clientes por meio do ambiente da empresa propriamente dita, ou seja, sua

estrutura de funcionamento e atendimento aos clientes. Com isso, e em auxilio ao proposto

por Las Casas (2006), este estudo considerou itens tais como: (1) horário de atendimento; (2)

estacionamento; (3) localização; (4) higiene do espaço; e (5) espaço físico; cujos resultados

podem ser mais bem visualizados na tabela 3.

Empresa – Questões

14.1 14.2 14.3 14.4 14.5

mediana Respostas

Horário Estacionamento Localização Higiene Espaço físico

não preencheu 7,63% 0,85% 2,54% 1,69% 1,69% 1,69%

insat/regular 5,08% 12,71% 3,39% 5,93% 5,08% 5,08%

Nem 12,71% 24,58% 5,93% 16,95% 11,02% 12,71%

satisfeito/muito 74,58% 61,86% 88,14% 75,42% 82,20% 75,42%

Soma 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

Tabela 3 - Empresa Fonte: elaborado pelo acadêmico (2010)

Desta maneira, em observância à tabela 3, pontua-se sobre o índice aferido pela

pesquisa de satisfação dos clientes, o qual obteve uma mediana de respondentes entendidos

como satisfeitos (SATIESFEITOS E MUITO SATISFEITOS) na ordem de 75,42%. Ainda

discorre-se sobre o índice de clientes tidos como insatisfeitos (INSATISFEITOS E

REGULAR) que somam 5,08% do total de questionários.

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Ressalva-se que entre as três dimensões trabalhadas pelo presente estudo

(atendimento; produto/serviço; empresa), esta foi a categoria que obteve, entre todas as

categorias em análise, o índice de satisfação menos expressivo e positivo para Eletrônica

Facchini. Constatação que está vinculada principalmente ao estado de conservação da

estrutura física da empresa e a características da mesma ordem.

Dando sequência a análise junto à tabela 3, destaca-se negativamente na pesquisa o

item ESTACIONAMENTO (14.2 - TABELA 3), que somou 12,71% de clientes insatisfeitos,

sendo o segundo dentre todos os itens que mais decepciona os fregueses da empresa, podendo

ser melhor compreendido com o auxilio do gráfico 4. Positivamente, pode ser diagnosticado o

item LOCALIZAÇÃO (14.3 - TABELA 3) como o mais bem avaliado pelos respondentes da

pesquisa, os quais 88,14% assinalaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos.

Gráfico 4 – Estacionamento Fonte: elaborado pelo acadêmico (2010)

Nota-se que na variável EMPRESA residem itens que devem receber atenção da

empresa e consequentemente sofrer posteriores adequações. Ainda assim os resultados de

maneira geral permanecem dentro das demais dimensões abordadas pela pesquisa.

3.2.3 Descrever as variáveis que impactam na percepção de qualidade para o

cliente, por intermédio de sua satisfação

O presente trabalho objetiva, para este momento, elucidar os principais geradores de

satisfação para os clientes da Eletrônica Facchini e seu respectivo segmento de mercado

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especifico. Ou seja, procurou-se identificar quais itens dentre aqueles que integram as

dimensões pesquisadas apresentam-se como importantes e são capazes de determinar

superiores índices de satisfação. Para tanto, a pergunta presente no questionário (APÊNDICE

A – QUESTÃO 11) abordava sobre a ordem de relevância para os seguintes itens: (1)

atendimento; (2) rapidez; (3) localização; (4) estrutura da empresa; (5) qualidade; e (6) preços

praticados.

Ressalta-se contudo, que estes itens apesar de serem apresentados separadamente,

propositalmente estão alocados em pares para cada dimensão abordada por este estudo. Por

exemplo, para a variável ATENDIMENTO, são alocados os itens: (1) atendimento; e (2)

rapidez. Para a dimensão PRODUTOS E SERVIÇOS define-se os itens: (1) preço e (2)

qualidade. E finalmente, para a variável EMPRESA considera-se: (1) localização; e (2)

estrutura da empresa. Cabe ainda justificar que os itens foram elencados pelo acadêmico,

levando em consideração as características da empresa, seu segmento de mercado e

particularidades do modelo de negocio da empresa em questão. Maiores detalhes devem ser

observados junto ao Apêndice A.

Pontua-se que ao partir para este modelo de análise buscou identificar dentre as

dimensões exploradas pela pesquisa de satisfação dos clientes qual detinha importância

superior do ponto de vista do cliente. E com isso, interpretar de maneira coerente os dados

obtidos.

Mesmo assim, cabe registrar que o grupo pesquisado indica que as variáveis

imprescindíveis para sua satisfação remetem individualmente ao atendimento (23,73%);

rapidez (18,64); localização (16,10%); preço (15,25%); qualidade (14,41%); e estrutura da

empresa (6,78%), como pode ser visto no gráfico 6.

Gráfico 6 – Geradores de satisfação Fonte: elaborado pelo acadêmico (2010)

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Os resultados gerados pelo gráfico 6 contradizem parcialmente, a indicação de

Churchill e Peter (2000) para avaliação do fornecedor. Para eles, as prioridades são: (1)

qualidade; (2) prazo de entrega; (3) preço e (4) tecnologia. Seguindo os estudos de Futrell

(2003), percebe-se a priorização do atendimento à aspectos ligados ao produto.

Gráfico 7 – Geradores de satisfação (dimensões) Fonte: elaborado pelo acadêmico (2010)

Complementando, de acordo com o caráter de interpretação já indicado, a dimensão

ATENDIMENTO da pesquisa possui significativa importância (42,37%). Na sequência

destaca-se ainda as dimensões PRODUTOS E SERVIÇOS (29,66%) e EMPRESA (22,88%).

As informações podem ser mais bem visualizadas no gráfico 7.

3.3 Apontar possíveis melhorias

De acordo com os resultados atingidos pela pesquisa descrita acima, constata-se que

de maneira geral a empresa vem atingindo bons resultados quanto aos níveis de satisfação de

seus clientes. Porém, do presente estudo emergem questões que apontam falhas ou deslizes no

tratamento aos clientes. Segundo Las Casas (2006), estas questões devem ser analisadas e

interpretadas de forma que possam ser apresentadas melhorias aos processos de satisfação dos

clientes com intuito de gerar inclusive vantagem competitiva para a empresa. Nesta seção são

apresentadas pelo acadêmico sugestões e observações a cerca dos resultados obtidos.

Segundo resultados da presente pesquisa, relatou-se a variável ATENDIMENTO

como o item de significativa importância na geração de satisfação para os clientes da

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Eletrônica Facchini. Assim, inicia-se esta seção abordando os resultados observados na

mesma dimensão da pesquisa. O fator de descontentamento mostrou-se relacionado AO

TEMPO DE ESPERA para o atendimento, soluções remetem basicamente ao aumento da

capacidade de atendimento da empresa como o acréscimo de novas equipes e veículos de

campo. Estas medidas demonstram investimentos expressivos mas aparentemente necessários,

ao passo que a organização vem crescendo e se desenvolvendo no seu mercado. Outro item

que chama a atenção remete a CORTESIA dos atendentes. Para tanto sugere-se treinamentos

e capacitações para os funcionários e atendentes que estão em contato com os clientes.

Na variável produtos e serviços não se observam itens que apontem

descontentamento expressivo. No entanto quando perguntados sobre a falta ou

indisponibilidade de produtos ou serviços por parte da empresa, uma parcela de clientes

respondeu positivamente a pergunta elencando itens que poderiam estar sendo

comercializados pela empresa. O importante é relevar estas indicações, e utilizá-las no caso

de expansão das atividades da empresa, uma vez que indicam sobretudo as necessidades dos

clientes da Eletrônica Facchini e de seu mercado.

Por fim, na variável empresa constata-se a deficiência da organização em oferecer

estacionamento de qualidade para seus clientes. A resolução deste problema não se apresenta

de maneira simples, uma vez que a empresa esta localizada ao final de uma rua sem saída no

centro da cidade. Cabe destacar que a empresa possui estacionamento próprio com vagas para

três carros, para clientes que estejam em compras. No entanto, as vagas são ocupadas

inúmeras vezes por transeuntes que não necessariamente são clientes da Eletrônica Facchini.

Uma medida que pode ser tomada é a padronização e sinalização do espaço reservado para

estacionamento, de modo a coibir tais práticas.

Sintetizando, as melhorias apontadas dizem respeito em sua maioria a iniciativas

práticas e de certa forma simples, com investimentos que vem ao encontro da saúde financeira

da empresa. No entanto, cabe destaque para a principal das medidas apontadas, que diz

respeito ao processo de expansão da equipe de campo, que permitiria o avanço do crescimento

da empresa e consequentemente dos negócios. Esta sim demandaria investimentos

expressivos, tanto na esfera material quanto humana. Assim, sua viabilidade deve ser avaliada

criteriosamente pela empresa.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho de maneira ampla objetivou a leitura do nível de satisfação dos clientes

da empresa Eletrônica Facchini, além de buscar diagnosticar as variáveis que causam

impacto para a satisfação dos clientes. Para tal, valeu-se de objetivos segmentados, que

auxiliaram o desenvolvimento e estruturação da pesquisa de maneira geral, os quais são: (1)

traçar o perfil dos clientes da Eletrônica Facchini; (2) levantar os níveis de satisfação; (3)

descrever as variáveis que impactam na percepção de qualidade para o clientes, por

intermédio de sua satisfação; e (4) apontar possíveis melhorias. Salienta-se que estes itens ao

longo do estudo foram cumpridos de acordo com o proposto pelo trabalho, alcançando o

objetivo esperado para o estudo.

Por meio da pesquisa, constatou-se que variáveis ligadas ao atendimento ao cliente

demonstraram expressiva importância para os fregueses da Eletrônica Facchini, seguindo a

perspectiva indicada por Futrell (2003), que argumenta a sobreposição de itens que estejam

ligados ao atendimento para alcance da satisfação dos clientes de modo completo. Desta

forma, obtêm-se a resposta para o problema de pesquisa levantada para este trabalho.

Os resultados gerados pela análise de 117 questionários, geraram para a empresa a

possibilidade de observar com clareza quais as características e perfil de seus clientes,

denotando significativa importância para a mesma.Ainda, levantou-se o nível de satisfação

dos fregueses, que pôde até mesmo ser observado de duas formas distintas: (1) individual por

item em análise; ou (2) de forma coletiva inserido nas dimensões de análise proposta para o

estudo: (1) Atendimento; (2) Produtos e serviços; e (3) Empresa. (APÊNDICE C).

A respeito da análise aos dados obtidos e de acordo ao proposto por este trabalho ao

tocante à sugestões e indicações de melhorias, destaca-se como primordial a aferição realizada

para itens como: (1) tempo de espera (Atendimento); (2) cortesia (Atendimento) e

Estacionamento (Empresa), que necessitam de ações corretivas com significativa urgência.

No entanto, conclui-se que de modo geral as expectativas com relação aos níveis de satisfação

aferidos, mantiveram-se dentro de um padrão satisfatória tanto para a organização como para

o acadêmico.

Durante a realização do trabalho, identificou-se algumas limitações. De modo

principal, as limitações estiveram ligadas a dificuldade de cumprimento do número de

questionários aplicados aos clientes no espaço de tempo desempenhado para tal. Percebeu-se

na aplicação dos questionários, uma certa resistência por parte dos respondentes em dispor de

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tempo ou vontade para fazê-lo. Em observância a esta característica, sugere-se para futuras

pesquisas o acréscimo de uma questão que remeta ao feedback do questionário em si, no

momento de pré-teste. Na tentativa de diagnosticar como o respondente classifica a forma em

que são apresentadas as questões, sua durabilidade e ainda, se o mesmo acredita no método

como responsável por melhorias na empresa.

Já com relação à estrutura do questionário elaborado pelo acadêmico, durante a

tabulação dos resultados diagnosticou-se certa vulnerabilidade quanto a escala utilizada. Ou

seja, com intuito de facilitar o entendimento do respondente estruturou-se a escala na ordem:

Insatisfeito; Regular; Nem insatisfeito/ nem satisfeito; Satisfeito; Muito Satisfeito. Porém, tal

medida demonstrou sutil redundância quanto aos itens REGULAR e Nem insatisfeito/ nem

satisfeito. Contudo, entende-se que tal equivoco pouco intervêm no resultado de forma geral,

visto que poucos foram as respostas nos níveis inferiores da escala.

Em suma, ficam registrados neste estudo questões que podem ser utilizadas pela

organização em momentos futuros, para elaboração ou apoio a novas estratégias de mercado

que se estruturem sob a análise de perfil de clientes ou estejam relacionadas aos níveis de

satisfação da Eletrônica Facchini. Ressalva-se que uma empresa inserida no atual contexto

econômico e que esteja voltada para o crescimento de mercado deve ter sempre sob sua ótica

a satisfação do cliente como fator de vantagem competitiva.

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76

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ANEXOS

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ANEXO A – Critérios de classificação econômica Brasil

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Questionário satisfação dos clientes

Parte integrante do Trabalho de Conclusão de Estágio para o curso de Administração de empresas da UNIVALI. Acadêmico: João Batista Facchini

Sexo: ( )Masculino ( )Feminino

Estado Civil: ( )Solteiro(a) ( )Casado(a) ( )Divorciado(a)

( )Viúvo(a)

Faixa Etária: ( )Até 18 anos ( )de 19 a 25 anos ( )de 26 a 35 anos

( )de 36 á 45 anos ( )de 46 á 55 anos ( )de 56 á 65 anos

( ) acima de 65 anos

Renda Familiar:

( )até R$ 500,00 ( )de R$ 501,00 até 999,99 ( )de R$ 1.000,00 até 1.499,00 ( )de 1.500,00 até 2.499.99

( )de 2.500,00 até 3.500,00 ( )acima de 3.500,00

Possui moradia própria? ( ) Sim ( ) Não

Localização: ( ) Nova Trento ( ) São João Batista ( ) Canelinha ( ) Tijucas ( )Outra. Qual?_____________________

Caso a resposta acima corresponder à Nova Trento, qual o bairro: ( )Centro ( )Trinta Reis ( )Vigolo ( )Besenelo

( )Interior Nova Trento

Quanto a sua relação com a Eletrônica Facchini: ( ) Sou um novo cliente ( ) Cliente por menos de 4 anos

( ) Cliente por mais de 4 anos ( ) Cliente por mais de 10 anos

Existe algum tipo específico de produto que a empresa ainda não comercializa que você julga ser

importante? ( )Sim ( )Não Qual?__________________

Existe algum tipo específico de serviço que a empresa ainda não ofereça que você julga ser importante? ( )Sim ( )Não Qual?__________________

Dos itens a seguir, qual você como cliente da Eletrônica Facchini julgar ser de maior valor para que suas expectativas sejam atendidas?

( ) O atendimento dos funcionários ( ) Qualidade dos produtos e serviços

( ) Rapidez na prestação de serviços ( ) O preço e as condições de pagamento ( ) Localização da empresa

( ) Estrutura física (estacionamento, instalações)

De maneira geral, você está satisfeito na sua relação com a Eletrônica Facchini? ( ) Sim ( ) Não

Você recomenda ou recomendaria os produtos e serviços oferecidos pela Eletrônica Facchini para um conhecido ou familiar?

( ) Sim ( ) Não ( ) Já recomendei

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Orientação:

Assinale de acordo com o grau de sua satisfação com os itens apresentados no quadro abaixo:

Em caso de contribuição adicional, descreva sua sugestão, dica ou reclamação a seguir: _____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

Muito Obrigado !!

Referente à Empresa

ITEM A SER AVALIADO insatisfeito regular

Nem

insatisfeito,

nem

satisfeito satisfeito

Muito

satisfeito

Horário de Atendimento

Estacionamento

Localização da Loja

Higiene e Limpeza do espaço

Espaço físico, espaço destinado à circulação das pessoas, ventilação, iluminação etc.

Referente aos Produtos e Serviços

Item a ser avaliado insatisfeito regular

Nem

insatisfeito,

nem

satisfeito satisfeito

Muito

satisfeito

Preço

Formas de Pagamento

Variedade

Marca dos produtos

Qualidade dos produtos e serviços

Durabilidade dos produtos

Tecnologia dos produtos

Trocas e garantias

Referente ao Atendimento

Item a ser avaliado insatisfeito regular

Nem

insatisfeito,

nem

satisfeito satisfeito

Muito

satisfeito

Cortesia dos Atendentes

Quanto a Agilidade do Atendimento

Quanto ao conhecimento dos Produtos

Agilidade na solução de problemas

Tempo de espera para atendimento

Compromisso com prazos

Quanto à confiança na empresa

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APÊNDICE B – Perfil dos clientes (% dos respondentes)

PERFIL E CONDICIONANTES DE ANALISE

Gênero Não Preencheu

Masculino Feminino

66,95

33,05 -

Estado Civil Não

Preencheu Solteiro

Casado Divorciado Viúvo

39,83

45,76

9,32

5,08

-

Faixa etária Não Preencheu

até 18 19 a 25 26 a 35 36 a 45 46 a 55 56 a 65 mais de

65

5,93

27,97

28,81

11,86

11,02

7,63

6,78

-

Renda Familiar

Não Preencheu

até R$ 500,00

R$ 500,01 a

R$ 999,99

R$ 1000,00

a R$ 1.499,99

R$ 1.500,00 a

R$ 2499,99

R$ 2500,00 a

R$ 3499,99

acima de

R$ 3.500,00

0,85

10,17

35,59

33,90

11,86

7,63

-

Moradia própria Não Preencheu

Sim Não

67,80

32,20 -

Localização Não Preencheu Nova

Trento São João Batista Canelinha Tijucas Outra

60,17

19,49

11,02

2,54

6,78

-

Bairro Não Preencheu Centro Trinta Reis Vigolo Besenelo Interior

18,64

11,86

11,02

8,47

10,17

39,83

Relação Não Preencheu Novo cliente menos de 4 anos mais de 4 anos mais de 10 anos

38,14

24,58

11,86

25,42

-

Produtos não comercializados ? Não Preencheu

Sim Não

13,56 77,97 8,47

Serviços não comercializados ? Não Preencheu

Sim Não

10,17 79,66 10,17

Geradores de satisfação Não

Preencheu Atendimento Rapidez

Localização Estrutura Física

Qualidade Preço

23,73

18,64

16,10

6,78

14,41

15,25

5,08

Satisfação geral Não Preencheu

Sim Não

94,92

4,24 0,85

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Recomendaria a Eletrônica Facchini ? Não Preencheu

Sim Não Já recomendou

66,10

5,08

27,97

0,85

Respostas abertas ao item "Produtos não comercializados?"

Segurança TV por assinatura

37,5 62,5

Respostas abertas ao item "Localização" na categoria "outras".

Brusque Bombinhas Porto Belo

37,5 37,5 25

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APÊNDICE C – Índices de satisfação

Produtos e Serviços

14.6 14.7 14.8 14.9 14.10 14.11 14.12 14.13

Mediana

Preço forma pgto variedade marca qualidade durabilidade tecnologia garantia

0 não preencheu 2,54% 3,39% 1,69% 1,69% 1,69% 6,78% 2,54% 1,69% 2,12%

1 insatisfeito 1,69% 2,54% 2,54% 0,85% 1,69% 1,69% 2,54% 1,69% 1,69%

2 regular 4,24% 1,69% 6,78% 4,24% 3,39% 4,24% 4,24% 2,54% 4,24%

3 nem 9,32% 22,03% 11,02% 13,56% 13,56% 11,02% 12,71% 14,41% 13,14%

4 satisfeito 70,34% 57,63% 62,71% 72,03% 64,41% 61,86% 68,64% 59,32% 63,56%

5 muito satisfeito 11,86% 12,71% 15,25% 7,63% 15,25% 14,41% 9,32% 20,34% 13,56%

Soma 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

Atendimento

14.14 14.15 14.16 14.17 14.18 14.19 14.20

mediana

Cortesia Agilidade Conhecimento Solução de problemas

Tempo de espera Compromisso Confiança

0 não preencheu 0,85% 3,39% 1,69% 1,69% 0,85% 0,85% 1,69% 1,69%

1 insatisfeito 3,39% 3,39% 0,85% 2,54% 5,93% 2,54% 0,85% 2,54%

2 regular 8,47% 5,08% 8,47% 7,63% 17,80% 4,24% 4,24% 7,63%

3 nem 18,64% 5,93% 10,17% 5,08% 10,17% 9,32% 9,32% 9,32%

4 satisfeito 59,32% 68,64% 68,64% 64,41% 52,54% 66,95% 50,00% 64,41%

5 muito satisfeito 9,32% 13,56% 10,17% 18,64% 12,71% 16,10% 33,90% 13,56%

Soma 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

Empresa

14.1 14.2 14.3 14.4 14.5

Mediana

Horário Estacionamento Localização Higiene Espaço físico

0 não preencheu 7,63% 0,85% 2,54% 1,69% 1,69% 1,69%

1 insatisfeito 3,39% 4,24% 1,69% 0,85% 0,00% 1,69%

2 regular 1,69% 8,47% 1,69% 5,08% 5,08% 5,08%

3 nem 12,71% 24,58% 5,93% 16,95% 11,02% 12,71%

4 satisfeito 63,56% 58,47% 62,71% 63,56% 65,25% 63,56%

5 muito satisfeito 11,02% 3,39% 25,42% 11,86% 16,95% 11,86%

Soma 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

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ELETRÔNICA

FACCHINI Sistemas Eletrônicos

DECLARAÇÃO

A empresa ELETRÔNICA FACCHINI LTDA declara, para devidos fins, que o

estagiário JOÃO BATISTA FACCHINI, aluno do Curso de Administração do Centro de

Educação Superior de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, cumpriu

com a carga horária prevista para o período de 01 de Agosto de 2009 à 30 de Junho de 2010,

seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas

internas.

NOVA TRENTO, 05 DE JUNHO DE 2010

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GIAN RICARDO FACCHINI

Page 91: FOLHA DE ROSTO - Univalisiaibib01.univali.br/pdf/Joao Batista Facchini.pdfde lucratividade, influenciada principalmente por aspectos concorrenciais de mercado, tem exigido esforços

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

João Batista Facchini

Estagiário

Gian Ricardo Facchini

Supervisor de campo

Profa. Bárbara Silvana Sabino, M. Sc.

Orientar de Estágio

Prof. Eduardo Krieger da Silva

Responsável pelos estágios em administração