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SOLUÇÃO PARA OS PROBLEMAS DE... FUNGOS INSETOS TEOR DE ACIDEZ PERDAS DE UMIDADE PERDA DE MATÉRIA SECA RESÍDUOS DE INSETICIDAS CUSTOS E PERDAS NA ARMAZENAGEM RESFRIAMENTO ARTIFICIAL

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Page 1: Folder Milho P 04•05•2018 - Aeração artificial de Silos e secagem de Grãos e ... · 2018-09-06 · INTRODUÇÃO O manejo de pós-colheita de grãos de milho requer o conhecimento

SOLUÇÃO PARA OS PROBLEMAS DE...FUNGOSINSETOS

TEOR DE ACIDEZPERDAS DE UMIDADE

PERDA DE MATÉRIA SECARESÍDUOS DE INSETICIDAS

CUSTOS E PERDAS NA ARMAZENAGEM

RESFRIAMENTO ARTIFICIALRESFRIAMENTO ARTIFICIAL

Page 2: Folder Milho P 04•05•2018 - Aeração artificial de Silos e secagem de Grãos e ... · 2018-09-06 · INTRODUÇÃO O manejo de pós-colheita de grãos de milho requer o conhecimento

INTRODUÇÃO

O �manejo�de�pós-colheita�de�grãos�de�milho�requer�o�conhecimento�de�diversas�áreas�das�ciências,�como�Agronomia,�Entomologia,�Biologia,�Engenharia�civil,�Eng.�Elétrica�e�Física.�O�armazenamento�é�parte�importante�do�processo�de�comercialização,�e�constitui-se�como�base�fundamental�para�assegurar�o�suprimento�de�alimentos�para�pessoas�e�animais..

� A�armazenagem�requer�cuidados�especiais�no�que�tange�ao�controle�de�umidade�e�temperatura�dos�grãos.�A�combinação�destes�fatores�pode�propiciar�condições�para�o�crescimento�de� fungos�e�aumento�populacional�de� insetos,�ocasionando�a�degradação�das�qualidades�físicas,�sanitárias,�nutricionais�e�sensoriais�dos�grãos.� Especialmente�em�países�de�clima�tropical�e�subtropical,�são�freqüentes�as�inadequações�quanto�à�conservação�de�grãos�de�cereais�oleaginosas,�às�estruturas�de�armazenamento�e�condições�ambientais.�Conseqüentemente�são�observados�grandes�problemas�e�perdas�durante�a�pós-colheita.�O�sistema�de�aeração�muitas�vezes�fica�comprometido�em�virtude�de�ter�sido�mal�dimensionado�e�das�condições�pouco�propicias�do�ar�ambiente.� O�teor�de�acidez�do�óleo,�a�digestibilidade� �da�proteína,�o�consumo�de�matéria�seca�pelos�fungos�e�insetos,�perda�de�água�e�resíduos�tóxicos,�são�problemas�comuns�na�armazenagem�de�milho.�Mas,�que�podem�ser�reduzidos�a�níveis�aceitáveis�com�a�utilização�da�técnica�de�resfriamento�artificial.� O�objetivo�deste�trabalho�é�o�de�auxiliar�no�processo�da�redução�das�perdas�e�em�conseqüência�dos�custos�de�armazenamento�do�grão.�O�milho�tem�grande�importância�social,�econômica�e�estratégica�para�o�Brasil.�A�manutenção�de�sua�qualidade�,�através�da�tecnologia�de�resfriamento�artificial,�traz�benefícios�econômicos�as�agroindústrias� �de�processamento�do�grão,�na�produção�de�carnes,�leite�e�ovos,�além�de�contribuir�para�a�segurança�alimentar�da�população.

FUNGOS E INSETOS DE ARMAZENAGEM

Os�fungos�são�abundantes�no�solo,�nos�restos�de�culturas,�em�moegas,�silos�e�em�todo�e�qualquer�lugar�onde�se�armazene�e/ou�se�processe�grãos.�O�ataque�ou�infecção�de�grãos�de�milho�pelos�fungos�de�campo�(Fusarium,�Alternaria)ocorre�nas�fases�finais�da�manutenção�fisiológica�e�a� infecção�por�(Aspergillus)�ocorre�principalmente�durante�a�colheita,�o�recebimento,�a�secagem�e�

armazenagem.�Portanto,�é�quase�impossível�e�definitivamente�nada�pratico,�tentar�evitar�que�grãos�entrem�em�contato�com�esporos�de�fungos,�mas,�é�possível�prevenir�o�crescimento�dos�mesmos�em�grãos�recém�colhidos.�Que�normalmente�apresentam-se(úmidos,�sujos�e�quentes)�e�quando� ficam�retidas�em�carretões,�carrocerias�de�caminhões�e�ou�moegas,� são�prontamente� invadidos�pelos� fungos�de�armazenamento.

Os� principais� fatores� responsáveis� pelo� crescimento� fúngico� são� a� unidade� e� a� temperatura�da�massa�de�grãos.�O� tempo�de�armazenamento�também�é�importante�,pois,�quanto�mais�longo�é�o�período,�maiores�são�os�riscos�em�que�o�produto�fica�exposto.�Os�fungos�criam�as�condições�de�umidade�e�temperatura�para�manterem�seu�crescimento�e�continuarem�causando�danos,�sem�

que�os�mesmos�sejam�percebidos�a�olho�nu.

2

O s� insetos� podem� provocar� perdas� na� qualidade� e� quantidade� dos� grãos� armazenados.� No� entanto,� as� perdas� qualitativas�predominam,�já�que�as�perdas�quantitativas�ocorrem�somente�em�infestações�muito�elevadas.�A�temperatura�elevada�favorece�o�desenvolvimento� de� insetos.� Se�medidas� preventivas� não� forem� tomadas� a� tempo� para� controlá-los,� ocorrerão� perdas� de�

qualidade� dos� grãos.� Na� tabela� 2� é� mostrado� o� impacto� da� temperatura� no� desenvolvimento� dos� principais� insetos� de� produtos�armazenados.

3

Tabela1.Velocidade�de�desenvolvimento�fúngico�conforme�o�teor�de�umidade�e�temperatura�dos�grãos.

<1212-1314-15>�15

TU% TºC DESENVOLVIMENTO

<1516-1820-2525-35

InexistenteMuito�lentoModerado

Muito�rápidoFonte:�Lazzari,�F.A.,�1999.

Tabela�2.�Resposta�de�insetos��em�produtos�armazenados,�em�temperaturas�que�variam�entre�12,8�e�32,2�ºC

ÓtimaTU% TºC DESENVOLVIMENTO

23.9�-�32.2

18.3�-�21.112.8�-�15.6

Desenvolvimento�máximo

Desenvolvimento�mínimoDesenvolvimento�interrompido

Fonte:�Doland,�O.;�Subramanyam,S.;Heppard,K.&Mahroof,R.,2006.�

Sub-ótima

O �resfriamento�artificial�permite�que�o�ciclo�biológico�dos�insetos�(de�ovo�adulto)seja�afetado�significativamente.�A�temperatura�baixa�atrasa�a�eclosão�das�larvas�dos�ovos�e�as�larvas�vivas�dentro�da�massa�de�grãos�entram�em�diapausa�(fase�de�hibernação�que�os�insetos�usam�para�sobreviver�as�baixas�temperaturas).

Fonte.�Flavio�A.�Lazzari,�Ph.D.,�Pesquisador�e�consultor�internacional

SECAGEM E SUA INFLUÊNCIA NA QUALIDADE FINAL DO MILHO

Omilho�é�o�cereal�mais�importante�para�a�fabricação�de�rações�no�Brasil,�participa�com,�aproximadamente,�70%(setenta�por�cento)�do�volume�total�de�rações�produzidas�no�País.�Diante�da�importância�desse�cereal�para�alimentação�humana�e�animal,�o�controle�de� sua�qualidade�deve� começar� na� escolha�do�híbrido�para� o� plantio.� Além�de�boas� características� agronômicas,� deve� ser�

produtivo,�ter�boas�características�para�o�armazenamento�e�um�valor�nutritivo�adequado�a�sua�finalidade.� A�umidade�ideal�da�colheita�do�milho�esta�entre�22�e�24%�e�a�umidade�recomendada�para�a�armazenagem�segura�é�de�13%.Portanto,�esse�cereal�requer�secagem�artificial,�a�qual�pode�ser�feita�ao�sol�ou�com�secadores.� A�colheita�pode�causar�trincas�nos�grãos,�porém�o�secador�ainda�é�a�maquina�que�mais�causa�danos�ao�grão�de�milho�devido�as�altas� temperaturas� que� provocam� trincas,� grãos� quebrados� e� fragmentos.”Grãos� quebrados� e/ou� mortos� não� são� passíveis� de�armazenagem�em�meio�ambiente”.�Os�grãos�só�podem�ser�armazenados�em�condições�especiais,�tais�como�:REFRIGERAÇÃO,�atmosfera�controlada�ou�com�o�uso�de�anti-fúngico.� Depois�de�colhido,�secados�e�devidamente�limpo,�os�grãos�inteiros�devem�ser�encaminhados�para�o�armazenamento.�Durante�este�período,�o�clima�desempenha�um�papel�relevante,�pois�a�variação�de�temperatura�e�umidade�determina�a�qualidade�final�do�produto�em�estoque.�Quanto�mais�baixa�a�temperatura,�melhor�é�a�conservação�do�grão�armazenado.�Neste�ponto,�o�homem�pode�ajudar�a�natureza,�utilizando�os�equipamentos�de�resfriamento�que�reduz�a�temperatura�aos�níveis�tecnicamente�recomendados.�Desta�forma�impede-se�a�ação�de�microrganismos�durante�o�armazenamento.

Fonte:�Eng.�Agr.�Osny�Waltrich,�M.�Sc�-�MERCOLAB

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INTRODUÇÃO

O �manejo�de�pós-colheita�de�grãos�de�milho�requer�o�conhecimento�de�diversas�áreas�das�ciências,�como�Agronomia,�Entomologia,�Biologia,�Engenharia�civil,�Eng.�Elétrica�e�Física.�O�armazenamento�é�parte�importante�do�processo�de�comercialização,�e�constitui-se�como�base�fundamental�para�assegurar�o�suprimento�de�alimentos�para�pessoas�e�animais..

� A�armazenagem�requer�cuidados�especiais�no�que�tange�ao�controle�de�umidade�e�temperatura�dos�grãos.�A�combinação�destes�fatores�pode�propiciar�condições�para�o�crescimento�de� fungos�e�aumento�populacional�de� insetos,�ocasionando�a�degradação�das�qualidades�físicas,�sanitárias,�nutricionais�e�sensoriais�dos�grãos.� Especialmente�em�países�de�clima�tropical�e�subtropical,�são�freqüentes�as�inadequações�quanto�à�conservação�de�grãos�de�cereais�oleaginosas,�às�estruturas�de�armazenamento�e�condições�ambientais.�Conseqüentemente�são�observados�grandes�problemas�e�perdas�durante�a�pós-colheita.�O�sistema�de�aeração�muitas�vezes�fica�comprometido�em�virtude�de�ter�sido�mal�dimensionado�e�das�condições�pouco�propicias�do�ar�ambiente.� O�teor�de�acidez�do�óleo,�a�digestibilidade� �da�proteína,�o�consumo�de�matéria�seca�pelos�fungos�e�insetos,�perda�de�água�e�resíduos�tóxicos,�são�problemas�comuns�na�armazenagem�de�milho.�Mas,�que�podem�ser�reduzidos�a�níveis�aceitáveis�com�a�utilização�da�técnica�de�resfriamento�artificial.� O�objetivo�deste�trabalho�é�o�de�auxiliar�no�processo�da�redução�das�perdas�e�em�conseqüência�dos�custos�de�armazenamento�do�grão.�O�milho�tem�grande�importância�social,�econômica�e�estratégica�para�o�Brasil.�A�manutenção�de�sua�qualidade�,�através�da�tecnologia�de�resfriamento�artificial,�traz�benefícios�econômicos�as�agroindústrias� �de�processamento�do�grão,�na�produção�de�carnes,�leite�e�ovos,�além�de�contribuir�para�a�segurança�alimentar�da�população.

FUNGOS E INSETOS DE ARMAZENAGEM

Os�fungos�são�abundantes�no�solo,�nos�restos�de�culturas,�em�moegas,�silos�e�em�todo�e�qualquer�lugar�onde�se�armazene�e/ou�se�processe�grãos.�O�ataque�ou�infecção�de�grãos�de�milho�pelos�fungos�de�campo�(Fusarium,�Alternaria)ocorre�nas�fases�finais�da�manutenção�fisiológica�e�a� infecção�por�(Aspergillus)�ocorre�principalmente�durante�a�colheita,�o�recebimento,�a�secagem�e�

armazenagem.�Portanto,�é�quase�impossível�e�definitivamente�nada�pratico,�tentar�evitar�que�grãos�entrem�em�contato�com�esporos�de�fungos,�mas,�é�possível�prevenir�o�crescimento�dos�mesmos�em�grãos�recém�colhidos.�Que�normalmente�apresentam-se(úmidos,�sujos�e�quentes)�e�quando� ficam�retidas�em�carretões,�carrocerias�de�caminhões�e�ou�moegas,� são�prontamente� invadidos�pelos� fungos�de�armazenamento.

Os� principais� fatores� responsáveis� pelo� crescimento� fúngico� são� a� unidade� e� a� temperatura�da�massa�de�grãos.�O� tempo�de�armazenamento�também�é�importante�,pois,�quanto�mais�longo�é�o�período,�maiores�são�os�riscos�em�que�o�produto�fica�exposto.�Os�fungos�criam�as�condições�de�umidade�e�temperatura�para�manterem�seu�crescimento�e�continuarem�causando�danos,�sem�

que�os�mesmos�sejam�percebidos�a�olho�nu.

2

O s� insetos� podem� provocar� perdas� na� qualidade� e� quantidade� dos� grãos� armazenados.� No� entanto,� as� perdas� qualitativas�predominam,�já�que�as�perdas�quantitativas�ocorrem�somente�em�infestações�muito�elevadas.�A�temperatura�elevada�favorece�o�desenvolvimento� de� insetos.� Se�medidas� preventivas� não� forem� tomadas� a� tempo� para� controlá-los,� ocorrerão� perdas� de�

qualidade� dos� grãos.� Na� tabela� 2� é� mostrado� o� impacto� da� temperatura� no� desenvolvimento� dos� principais� insetos� de� produtos�armazenados.

3

Tabela1.Velocidade�de�desenvolvimento�fúngico�conforme�o�teor�de�umidade�e�temperatura�dos�grãos.

<1212-1314-15>�15

TU% TºC DESENVOLVIMENTO

<1516-1820-2525-35

InexistenteMuito�lentoModerado

Muito�rápidoFonte:�Lazzari,�F.A.,�1999.

Tabela�2.�Resposta�de�insetos��em�produtos�armazenados,�em�temperaturas�que�variam�entre�12,8�e�32,2�ºC

ÓtimaTU% TºC DESENVOLVIMENTO

23.9�-�32.2

18.3�-�21.112.8�-�15.6

Desenvolvimento�máximo

Desenvolvimento�mínimoDesenvolvimento�interrompido

Fonte:�Doland,�O.;�Subramanyam,S.;Heppard,K.&Mahroof,R.,2006.�

Sub-ótima

O �resfriamento�artificial�permite�que�o�ciclo�biológico�dos�insetos�(de�ovo�adulto)seja�afetado�significativamente.�A�temperatura�baixa�atrasa�a�eclosão�das�larvas�dos�ovos�e�as�larvas�vivas�dentro�da�massa�de�grãos�entram�em�diapausa�(fase�de�hibernação�que�os�insetos�usam�para�sobreviver�as�baixas�temperaturas).

Fonte.�Flavio�A.�Lazzari,�Ph.D.,�Pesquisador�e�consultor�internacional

SECAGEM E SUA INFLUÊNCIA NA QUALIDADE FINAL DO MILHO

Omilho�é�o�cereal�mais�importante�para�a�fabricação�de�rações�no�Brasil,�participa�com,�aproximadamente,�70%(setenta�por�cento)�do�volume�total�de�rações�produzidas�no�País.�Diante�da�importância�desse�cereal�para�alimentação�humana�e�animal,�o�controle�de� sua�qualidade�deve� começar� na� escolha�do�híbrido�para� o� plantio.� Além�de�boas� características� agronômicas,� deve� ser�

produtivo,�ter�boas�características�para�o�armazenamento�e�um�valor�nutritivo�adequado�a�sua�finalidade.� A�umidade�ideal�da�colheita�do�milho�esta�entre�22�e�24%�e�a�umidade�recomendada�para�a�armazenagem�segura�é�de�13%.Portanto,�esse�cereal�requer�secagem�artificial,�a�qual�pode�ser�feita�ao�sol�ou�com�secadores.� A�colheita�pode�causar�trincas�nos�grãos,�porém�o�secador�ainda�é�a�maquina�que�mais�causa�danos�ao�grão�de�milho�devido�as�altas� temperaturas� que� provocam� trincas,� grãos� quebrados� e� fragmentos.”Grãos� quebrados� e/ou� mortos� não� são� passíveis� de�armazenagem�em�meio�ambiente”.�Os�grãos�só�podem�ser�armazenados�em�condições�especiais,�tais�como�:REFRIGERAÇÃO,�atmosfera�controlada�ou�com�o�uso�de�anti-fúngico.� Depois�de�colhido,�secados�e�devidamente�limpo,�os�grãos�inteiros�devem�ser�encaminhados�para�o�armazenamento.�Durante�este�período,�o�clima�desempenha�um�papel�relevante,�pois�a�variação�de�temperatura�e�umidade�determina�a�qualidade�final�do�produto�em�estoque.�Quanto�mais�baixa�a�temperatura,�melhor�é�a�conservação�do�grão�armazenado.�Neste�ponto,�o�homem�pode�ajudar�a�natureza,�utilizando�os�equipamentos�de�resfriamento�que�reduz�a�temperatura�aos�níveis�tecnicamente�recomendados.�Desta�forma�impede-se�a�ação�de�microrganismos�durante�o�armazenamento.

Fonte:�Eng.�Agr.�Osny�Waltrich,�M.�Sc�-�MERCOLAB

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RECEPÇÃO E MANEJO DE MILHO SEMI-ÚMIDO

D e�modo�geral,�a�colheita�de�milho�está�cada�vez�mais�concentrada�e�requer�secagem�de�grandes�volumes�em�curto�período�de�tempo.�É�comum�observarem-se�filas�de�caminhões�e�a�pressão�sobre�a�equipe�de�recebimento�e�estrutura�de�secagem�para�agilizar�o�recebimento.

� O�manejo�de�pós-colheita�de�milho�semi-úmido(16�e�18%�b.u.),�combinado�com�técnicas�de�secagem�parcial,� resfriamento�artificial�e�armazenagem�temporária,�permite�minimizar�estes�problemas�durante�a�safra.� A�secagem�parcial�dos�grãos,�em�processo�contínuo,�até�a�umidade�entre�16�e�18%�(b.u.)�permite�aumentar�a�produtividade�dos�secadores.Os� grãos� com�essa� umidade�devem� ser� retirados� do� secador,� submetidos� � a� um� intervalo� de� repouso�de� 6� � a� 8� horas� e�imediatamente�resfriados�entre�18-20�ºC,�mantendo-os�frios�enquanto�durar�o�período�de�armazenamento.�Após�finalizar�o�recebimento�estes�grãos�resfriados,�podem�voltar�ao�secador�para�uma�secagem�a�13-14%�de�umidade.�Portanto,�a�secagem�será�concluída�ao�final�da�safra.�Observa-se�na�Figura�1�que�o�produto�com�elevada�umidade�necessita�de�pequenos�intervalos�de�tempo(t1)�para�remover�maiores�quantidades�de�água�(U1)�e,�no�final�do�processo,�necessita�um�tempo�maior�(t4).�Portanto�o�final�da�secagem�é�caracterizado�como�o�período�que�retarda�a�operação.

� Christensen,� Steele� e�colaboradores,�citados�por�N a v a r r o � e t a l . ( 2 0 02 ) , �a v a l i a r am � o � t empo �p o s s í v e l � d e � a r m a -zenamento� de�milho,� em�diferentes� temperaturas,�com� diferentes� teores� de�água , � a té � que � fosse �observada� a� perda� de�1%de� matéria� seca� e,�ainda,� milho� com� 30%de�danos� mecânicos. � Os�r e s u l t a d o s � e s t ã o �apresentados� na� Figura�2.Observa-se� que� milho�com� 15� a� 20%(b.u.)pode�s e r � a r m a z e n a d o �durante,aproximadamente,100�dias�se�a�temperatura�da�massa�for�mantida�entre�18�e�20�ºC,�sem�que�ocorra�

perda�de�até�0,5%de�matéria�seca.� Segundo�Navarro�et�al.(2002),dependendo�do�teor�de�água,�mesmo�que�os�grãos�estejam�armazenados�em�baixa� temperatura(0�a�10°C),existe�o� risco�de�aquecimento�espontâneo�da�massa,�de�desenvolvimento�de�microrganismos�e�descolação�dos�grãos,�se�não� houver� adequado� conhecimento� do� manejo� do� processo� de� resfriamento.�Portanto,trata-se�de�uma�atividade�que�requer�conhecimento�e�cuidados.

Fonte.�Adílio�Flauzino�Lacerda�Filho,�Prof.�Dr.,�UFV.

4 5

� A�moagem�do�milho�desempenha�papel�preponderante�na�digestibilidade�da�ração.�A�granulometria�varia�de�acordo�com�a�espécie�e��com�a�idade�do�animal.�Para�reconhecer�a�granulometria,�determina-se�o�diâmetro�geométrico�médio�das�partículas�do�milho�depois�de�moído.� Finalmente,�a�formulação�e�a�mistura�completam�o�processo�de�fabricação�de�rações.�As�Boas�Práticas�de�Fabricação�de�Rações�é�o�assunto�da�moda�e�requerem�muita�atenção�das�pessoas�envolvidas�no�processo.�

QUALIDADE DE RAÇÕES

A qualidade�final�da�ração�depende�diretamente�da�qualidade�dos� ingredientes”.�Originalmente�os�grãos,�dentre�estes�o�milho,�apresentam�características�desejáveis�para�compor�uma�ração,�porém�durante�as�fases�finais�de�manutenção�fisiológica,�colheita,�secagem�e�armazenamento,�uma�parte�considerável�desses�ingredientes�pode�ser�perdida.

� Ainda�na�lavoura�muitos�fungos�atacam�os�grãos,�dentre�esses�o�Fusarium,�que�produz�uma�série�de�micotoxinas�indesejáveis�para�as�rações�animais�ou�alimentação�humana.�Durante�a�colheita,�muitos�grãos�são�quebrados�e�a�esses�se�somam�os�grãos�quebrados�durante�a�secagem.�Os�grãos�quebrados�são�a�porta�de�entrada�para�os�fungos�durante�o�armazenamento,�principalmente�o�Aspergillus�que�produz��aflatoxinas.� A�armazenagem�somente�de�grãos�inteiros�e�vivos�é�uma�utopia,�portanto,�o�armazenador�precisa�aprender�a�conviver�com�determinados�níveis�de�grãos�quebrados�e/ou�mortos�no�silo.�Para�armazenar-se�adequadamente�uma�massa�de�grãos�exige-se�uma�serie�de�cuidados,�e�para�isto�existe�um�conjunto�de�ferramentas�à�disposição.�Dentre�as�ferramentas,�está�a�redução�de�temperatura,�que�pode�ser�feita�com�equipamentos�de�resfriamento�artificial.� A�baixa�temperatura�inibe�o�desenvolvimento�de�fungos�e�insetos,�e�diminui�o�processo�de�aquecimento�da�massa�de�grãos,�permitindo�assim�a�manutenção�da�qualidade�original�do�produto.�Grãos�de�melhor�qualidade�significam�rações�melhores�que�,�por�sua�vez,�possibilitam�maior�rendimento�em�leite,�ovos�e�carne,�bem�como�auxiliam�na�manutenção�da�saúde�dos�consumidores.

Fonte.�Eng.�Agr.�Osni�Waltrich,�M.�Sc.�-�MERCOLAB

DIGESTIBILIDADE

D igestibilidade�é�a�porção�absorvida�do�total�de�alimento� ingerido.�Por�exemplo:� se�uma�animal� ingeriu�100gramas�de� ração,�absorve�80�gramas�e�excretou�20gramas,a�digestibilidade�foi�de�80�por�cento.�A�qualidade�dos�ingredientes�afeta�severamente�a�digestibilidade�e�por�conseqüência�a�saúde�e�o�desempenho�animal.

� Grãos�de�elevada�qualidade� liberam�espaço�no�estômago�doa�animais,� são�absorvidos�mais� facilmente,� fazem�mais�carne�e�conseqüentemente�oferecem�mais�lucro�ao�produtor.� Grãos�de�elevada�qualidade�fornecem�mais�energia,�isto�significa�mais�saúde�e�bem-estar�animal.� O�mercado�de�grãos�ainda�não�considera�a�digestibilidade�no�momento�da�compra�e/ou�venda,�portanto,�isto�sugere�uma�das�grandes� oportunidades� em� favor� daqueles� que� detém� a� informação� correta.� No�mercado,� encontram-se�milhos� com� diferença� de�digestibilidade�superior�a�10�por�cento,�mas�comercializado�pelo�mesmo�preço.� Os� fatores�que� afetam�a�digestibilidade� são�diversos,� começando�pelo�híbrido�de�milho,� condições�de� cultivo,�método�de�colheita,secagem,limpeza,armazenagem,moagem,mistura,peletização,trasporte�da�ração,�etc.�Isto�significa�que�toda�a�cadeia�deve�estar�ajustada�para�chegar�a�um�produto�final�de�alta�qualidade�a�preços�competitivos,�tanto�no�mercado�nacional�como�internacional.

Tabela�3.�Efeito�da�qualidade�do�milho�sobre�o�desempenho�animal�(EMBRAPA,�MG;�1982).

02,56,825,9

MILHO COM ATAQUE DE INSETOS (%) GANHO DE PESO DOS RATOS (gramas) GANHO DE PESO DOS RATOS (%)

4,583,231,88-1,42

1007141-31

Fonte.�Eng.�Agr.�Osni�Waltrich,�M.�Sc.�-�MERCOLAB

BENEFICIOS PARA AS INDUSTRIAS DE ÓLEO VEGETAL

T emperatura�elevadas�aceleram�o�metabolismo�das�células�e�facilitam�reações�químicas�que�podem�degradar�lipídios�resultante�do�aumento�de�acidez�do�óleo�devido�à�produção�de�ácidos�graxos�livres.�O�aumento�do�índice�de�acidez�resultará�no�aumento�de�custo�para�a�industria�de�óleo,�não�somente�devido�ao�processo�de�neutralização,��mas,�também,�pela�perda�de�massa.

� O�índice�de�acidez�do�óleo�de�milho�varia,�naturalmente,�entre�0,3�e�0,5%quando�os�grãos�estão�em�formação�até�a�fase�de�maturação� fisiológica.� Estando� em� condições� de� colheita� inicia-se� o� processo� de� degradação� ou� deterioração,� proporcionado� por�operações�e�condições�inadequadas,�até�a�fase�industrial,�onde�são�toleráveis�níveis�de�até�0,5%�de�ácidos�graxos�livres,�os�quais�necessitam�ser�neutralizados.�A�neutralização�da�acidez,� �realizada�com�produtos�alcalinos,�implica�em�custos�adicionais�ao�processo�de�produção.�Dependendo�do�processo�e�da�capacidade�da�produção�industrial,�e�do�nível�de�acidez�do�óleo�a�ser�extraído,�o�volume�de�recursos�despedido�pela�industria�para�reduzir�esta�acidez�para�o�nível�exigido�comercialmente,�poderá�chegar�a�alguns�milhões�de�dólares�anuais.�Ressalta-se�que�o�custo�não�se�aplica�apenas�à�neutralidade�dos�ácidos� ,mas�à�quantidade�de�óleo�perdido,�à�quantidade�de�energia�despendida,� mão-de-obra� e� encargo� social,� na� capacidade� de� produção,� ao� � desgaste� e� manutenção� de� equipamentos,� além� da�necessidade�de�investimentos�em�máquinas�para�este�fim.� Existem�informações�técnicas�que�admitem�perda�de�óleo�em�nível�dobrado�ao�de�acidez,�ou�seja,�o�incremento�de�0,1%de�acidez�no�óleo�bruto�proporciona�redução�de�0,2%na�massa�de�óleo.� Torna-se�evidente,�portanto,�que�é�mais�econômico�a�aplicação�de�técnicas�apropriadas�para�a�boa�conservação�da�qualidade�dos��grãos�durante�a�fase�de�armazenagem�do�que�atuar�em�procedimentos�corretivo�para�a�obtenção�da�melhora�na�qualidade�do�produto�industrializado.Fonte.�Adílio�Flauzino�Lacerda�Filho,�Prof.�Dr.,�UFV.

Gráfico�1.�Curva�de�secagem�de�grãos�(Fonte:�LACERDA,�2009)

Fonte.�Adílio�Flauzino�Lacerda�Filho,�Prof.�Dr.,�UFV.

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RECEPÇÃO E MANEJO DE MILHO SEMI-ÚMIDO

D e�modo�geral,�a�colheita�de�milho�está�cada�vez�mais�concentrada�e�requer�secagem�de�grandes�volumes�em�curto�período�de�tempo.�É�comum�observarem-se�filas�de�caminhões�e�a�pressão�sobre�a�equipe�de�recebimento�e�estrutura�de�secagem�para�agilizar�o�recebimento.

� O�manejo�de�pós-colheita�de�milho�semi-úmido(16�e�18%�b.u.),�combinado�com�técnicas�de�secagem�parcial,� resfriamento�artificial�e�armazenagem�temporária,�permite�minimizar�estes�problemas�durante�a�safra.� A�secagem�parcial�dos�grãos,�em�processo�contínuo,�até�a�umidade�entre�16�e�18%�(b.u.)�permite�aumentar�a�produtividade�dos�secadores.Os� grãos� com�essa� umidade�devem� ser� retirados� do� secador,� submetidos� � a� um� intervalo� de� repouso�de� 6� � a� 8� horas� e�imediatamente�resfriados�entre�18-20�ºC,�mantendo-os�frios�enquanto�durar�o�período�de�armazenamento.�Após�finalizar�o�recebimento�estes�grãos�resfriados,�podem�voltar�ao�secador�para�uma�secagem�a�13-14%�de�umidade.�Portanto,�a�secagem�será�concluída�ao�final�da�safra.�Observa-se�na�Figura�1�que�o�produto�com�elevada�umidade�necessita�de�pequenos�intervalos�de�tempo(t1)�para�remover�maiores�quantidades�de�água�(U1)�e,�no�final�do�processo,�necessita�um�tempo�maior�(t4).�Portanto�o�final�da�secagem�é�caracterizado�como�o�período�que�retarda�a�operação.

� Christensen,� Steele� e�colaboradores,�citados�por�N a v a r r o � e t a l . ( 2 0 02 ) , �a v a l i a r am � o � t empo �p o s s í v e l � d e � a r m a -zenamento� de�milho,� em�diferentes� temperaturas,�com� diferentes� teores� de�água , � a té � que � fosse �observada� a� perda� de�1%de� matéria� seca� e,�ainda,� milho� com� 30%de�danos� mecânicos. � Os�r e s u l t a d o s � e s t ã o �apresentados� na� Figura�2.Observa-se� que� milho�com� 15� a� 20%(b.u.)pode�s e r � a r m a z e n a d o �durante,aproximadamente,100�dias�se�a�temperatura�da�massa�for�mantida�entre�18�e�20�ºC,�sem�que�ocorra�

perda�de�até�0,5%de�matéria�seca.� Segundo�Navarro�et�al.(2002),dependendo�do�teor�de�água,�mesmo�que�os�grãos�estejam�armazenados�em�baixa� temperatura(0�a�10°C),existe�o� risco�de�aquecimento�espontâneo�da�massa,�de�desenvolvimento�de�microrganismos�e�descolação�dos�grãos,�se�não� houver� adequado� conhecimento� do� manejo� do� processo� de� resfriamento.�Portanto,trata-se�de�uma�atividade�que�requer�conhecimento�e�cuidados.

Fonte.�Adílio�Flauzino�Lacerda�Filho,�Prof.�Dr.,�UFV.

4 5

� A�moagem�do�milho�desempenha�papel�preponderante�na�digestibilidade�da�ração.�A�granulometria�varia�de�acordo�com�a�espécie�e��com�a�idade�do�animal.�Para�reconhecer�a�granulometria,�determina-se�o�diâmetro�geométrico�médio�das�partículas�do�milho�depois�de�moído.� Finalmente,�a�formulação�e�a�mistura�completam�o�processo�de�fabricação�de�rações.�As�Boas�Práticas�de�Fabricação�de�Rações�é�o�assunto�da�moda�e�requerem�muita�atenção�das�pessoas�envolvidas�no�processo.�

QUALIDADE DE RAÇÕES

A qualidade�final�da�ração�depende�diretamente�da�qualidade�dos� ingredientes”.�Originalmente�os�grãos,�dentre�estes�o�milho,�apresentam�características�desejáveis�para�compor�uma�ração,�porém�durante�as�fases�finais�de�manutenção�fisiológica,�colheita,�secagem�e�armazenamento,�uma�parte�considerável�desses�ingredientes�pode�ser�perdida.

� Ainda�na�lavoura�muitos�fungos�atacam�os�grãos,�dentre�esses�o�Fusarium,�que�produz�uma�série�de�micotoxinas�indesejáveis�para�as�rações�animais�ou�alimentação�humana.�Durante�a�colheita,�muitos�grãos�são�quebrados�e�a�esses�se�somam�os�grãos�quebrados�durante�a�secagem.�Os�grãos�quebrados�são�a�porta�de�entrada�para�os�fungos�durante�o�armazenamento,�principalmente�o�Aspergillus�que�produz��aflatoxinas.� A�armazenagem�somente�de�grãos�inteiros�e�vivos�é�uma�utopia,�portanto,�o�armazenador�precisa�aprender�a�conviver�com�determinados�níveis�de�grãos�quebrados�e/ou�mortos�no�silo.�Para�armazenar-se�adequadamente�uma�massa�de�grãos�exige-se�uma�serie�de�cuidados,�e�para�isto�existe�um�conjunto�de�ferramentas�à�disposição.�Dentre�as�ferramentas,�está�a�redução�de�temperatura,�que�pode�ser�feita�com�equipamentos�de�resfriamento�artificial.� A�baixa�temperatura�inibe�o�desenvolvimento�de�fungos�e�insetos,�e�diminui�o�processo�de�aquecimento�da�massa�de�grãos,�permitindo�assim�a�manutenção�da�qualidade�original�do�produto.�Grãos�de�melhor�qualidade�significam�rações�melhores�que�,�por�sua�vez,�possibilitam�maior�rendimento�em�leite,�ovos�e�carne,�bem�como�auxiliam�na�manutenção�da�saúde�dos�consumidores.

Fonte.�Eng.�Agr.�Osni�Waltrich,�M.�Sc.�-�MERCOLAB

DIGESTIBILIDADE

D igestibilidade�é�a�porção�absorvida�do�total�de�alimento� ingerido.�Por�exemplo:� se�uma�animal� ingeriu�100gramas�de� ração,�absorve�80�gramas�e�excretou�20gramas,a�digestibilidade�foi�de�80�por�cento.�A�qualidade�dos�ingredientes�afeta�severamente�a�digestibilidade�e�por�conseqüência�a�saúde�e�o�desempenho�animal.

� Grãos�de�elevada�qualidade� liberam�espaço�no�estômago�doa�animais,� são�absorvidos�mais� facilmente,� fazem�mais�carne�e�conseqüentemente�oferecem�mais�lucro�ao�produtor.� Grãos�de�elevada�qualidade�fornecem�mais�energia,�isto�significa�mais�saúde�e�bem-estar�animal.� O�mercado�de�grãos�ainda�não�considera�a�digestibilidade�no�momento�da�compra�e/ou�venda,�portanto,�isto�sugere�uma�das�grandes� oportunidades� em� favor� daqueles� que� detém� a� informação� correta.� No�mercado,� encontram-se�milhos� com� diferença� de�digestibilidade�superior�a�10�por�cento,�mas�comercializado�pelo�mesmo�preço.� Os� fatores�que� afetam�a�digestibilidade� são�diversos,� começando�pelo�híbrido�de�milho,� condições�de� cultivo,�método�de�colheita,secagem,limpeza,armazenagem,moagem,mistura,peletização,trasporte�da�ração,�etc.�Isto�significa�que�toda�a�cadeia�deve�estar�ajustada�para�chegar�a�um�produto�final�de�alta�qualidade�a�preços�competitivos,�tanto�no�mercado�nacional�como�internacional.

Tabela�3.�Efeito�da�qualidade�do�milho�sobre�o�desempenho�animal�(EMBRAPA,�MG;�1982).

02,56,825,9

MILHO COM ATAQUE DE INSETOS (%) GANHO DE PESO DOS RATOS (gramas) GANHO DE PESO DOS RATOS (%)

4,583,231,88-1,42

1007141-31

Fonte.�Eng.�Agr.�Osni�Waltrich,�M.�Sc.�-�MERCOLAB

BENEFICIOS PARA AS INDUSTRIAS DE ÓLEO VEGETAL

T emperatura�elevadas�aceleram�o�metabolismo�das�células�e�facilitam�reações�químicas�que�podem�degradar�lipídios�resultante�do�aumento�de�acidez�do�óleo�devido�à�produção�de�ácidos�graxos�livres.�O�aumento�do�índice�de�acidez�resultará�no�aumento�de�custo�para�a�industria�de�óleo,�não�somente�devido�ao�processo�de�neutralização,��mas,�também,�pela�perda�de�massa.

� O�índice�de�acidez�do�óleo�de�milho�varia,�naturalmente,�entre�0,3�e�0,5%quando�os�grãos�estão�em�formação�até�a�fase�de�maturação� fisiológica.� Estando� em� condições� de� colheita� inicia-se� o� processo� de� degradação� ou� deterioração,� proporcionado� por�operações�e�condições�inadequadas,�até�a�fase�industrial,�onde�são�toleráveis�níveis�de�até�0,5%�de�ácidos�graxos�livres,�os�quais�necessitam�ser�neutralizados.�A�neutralização�da�acidez,� �realizada�com�produtos�alcalinos,�implica�em�custos�adicionais�ao�processo�de�produção.�Dependendo�do�processo�e�da�capacidade�da�produção�industrial,�e�do�nível�de�acidez�do�óleo�a�ser�extraído,�o�volume�de�recursos�despedido�pela�industria�para�reduzir�esta�acidez�para�o�nível�exigido�comercialmente,�poderá�chegar�a�alguns�milhões�de�dólares�anuais.�Ressalta-se�que�o�custo�não�se�aplica�apenas�à�neutralidade�dos�ácidos� ,mas�à�quantidade�de�óleo�perdido,�à�quantidade�de�energia�despendida,� mão-de-obra� e� encargo� social,� na� capacidade� de� produção,� ao� � desgaste� e� manutenção� de� equipamentos,� além� da�necessidade�de�investimentos�em�máquinas�para�este�fim.� Existem�informações�técnicas�que�admitem�perda�de�óleo�em�nível�dobrado�ao�de�acidez,�ou�seja,�o�incremento�de�0,1%de�acidez�no�óleo�bruto�proporciona�redução�de�0,2%na�massa�de�óleo.� Torna-se�evidente,�portanto,�que�é�mais�econômico�a�aplicação�de�técnicas�apropriadas�para�a�boa�conservação�da�qualidade�dos��grãos�durante�a�fase�de�armazenagem�do�que�atuar�em�procedimentos�corretivo�para�a�obtenção�da�melhora�na�qualidade�do�produto�industrializado.Fonte.�Adílio�Flauzino�Lacerda�Filho,�Prof.�Dr.,�UFV.

Gráfico�1.�Curva�de�secagem�de�grãos�(Fonte:�LACERDA,�2009)

Fonte.�Adílio�Flauzino�Lacerda�Filho,�Prof.�Dr.,�UFV.

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A s�possíveis�perdas�observadas�na�armazenagem�podem�ser�decorrentes�da�redução�em�qualidade�e/ou�peso�que�ocorrem�durante�o�armazenamento.�As�perdas�também�podem�ser�causadas�pela�movimentação�do�produto,�perda�de�matéria�seca�devido�a�atividade�de�fungos�e�insetos,�perda�de�água�pela�remoção�da�mesma�do�grão�pela�movimentação�do�ar�inter-granular�por�meio�

mecânico�(aeração�com�ar�ambiente).� Três�fatores�afetam�a�qualidade�da�armazenagem:�umidade,�temperatura�e�tempo�de�armazenamento.��� A�redução�de�temperatura�é�o�meio�de�controle�físico�mais�eficiente�para�minimizar�as�perdas�ou,�até�mesmo,�evitar�a�infestação�dos�grãos�por�insetos�pragas�e�a�infecção�dos�fungos.�Em�temperaturas�entre�14-18ºC�os�grãos�tem�sua�atividades�fisiológicas�reduzidas�devido�a�diminuição�do�metabolismo�das�células,�o�que�resulta�em�menor�taxa�de�respiração�e�,�conseqüentemente,�em�menor�quebra�técnica,�mesmo�quando�armazenado�com�teores�de�água�mais�elevados�(14-15%�b.u.).�� Na�tabela�4,�observa-se�que�os�grãos�armazenados�à�temperatura�de�10ºC�tiveram�redução�da�taxa�respiratória,�na�ordem�de�até�27�vezes,�em�comparação�com�aqueles�armazenados�em�ambiente�com�temperaturas�mais�elevadas.�

PERDAS DURANTE A ARMAZENAGEM

6 7

Tabela�4.�Perda�de�matéria�seca�em�1.000t�de�milho�armazenados�durante�30�dias.

Temperatura�ambiente�-�altaTemperatura�ambiente�-�média

Grãos�refrigerados

CONDIÇÕES AMBIENTES TEMPERATURA ºC PERDA DE MATÉRIA SECA (%),t

352510

Perda�de�0,12%�(=1,2t)Perda�de�0,54%�(=5,4t)Perda�de�0,02%�(=0,2t)

Fonte.�Adílio�Flauzino�Lacerda�Filho,�Prof.�Dr.,�UFV.

Fonte.�BRUNNER-1989,�citado�por�LAZZARI,�2007.

RESULTADOS NA EMPRESA FIAGRIL

O �trabalho�foi�realizado�na�unidade�de�armazenagem�da�empresa�FIAGRIL�Agro�Mercantil,�localizada�no�Município�de�Lucas�do�Rio�Verde� -�MT,� com� o� objetivo� de� avaliar� as� características� técnicas� da� armazenagem�de�milho� a� granel,� utilizando� o� sistema�convencional�de�aeração�e�o�sistema�de�resfriamento�artificial.

� Foram�utilizados�dois�silos�metálicos,�com�capacidade�estática�de�16.000t,�considerando-se�a�massa�específica�aparente�do�milho�igual�a�750�gkm�³.�O�período�de�armazenagem�foi�de�aproximadamente�110�dias.�Um�dos�silos�foi�resfriado�com�um�equipamento�COOL�SEED,�modelo�PCS120�e�o�outro�aerado�com�ar�ambiente.

Capacidade�dos�silos�(t)

VARIÁVEIS TIPO DE ARMAZENAGEM

Temperatura�(ºC)

Teor�de�umidade�(%)

Variação�de�massa�(t)

Potência�elétrica�(kW)

Energia�elétrica�(kWh)

Capacidade�de�resfriamento/tonelada

Custo�operacional�(R$)

Ganho�e�perdas�(R$)

Variação�líquida�(R$)

Ganho�com�resfriamento,�R$/mês/t

InicialFinalInicialFinalGanhoPerda

Total�para�o�serviçoGanho�por�tonelada

Consumo�totalConsumo�especifico/t

Total,�Por�tonelada

Massa�de�produtoDiferença�comparativa

Diferença�de�custo�operacionalDiferença�de�perda�de�massa�

Total

16.00021,6�-�22,223,0�-�35,0

12,210,60,0

289,3110,40,007

94.902,75,930,0

135.693,258,65

-89.790,00

114.437,00117.769,16232.306,16

16.00019,0�-�26,015,0�-�22,0

13,013,592,490,01800,01

33.987,02,1218,33

17.924,091,10

+�27.747,00+117.537,00

3,63

SILO COM AR NATURAL SILO COM AR RESFRIADO

Tabela�5.�Dados�de�viabilidade�técnica�e�de�custo�de�ambos�os�sistemas

Os�resultados�desta�pesquisa�permitiram�as�seguintes�conclusões:

a)�O�custo�operacional�do�resfriamento�de�grãos,�com�o�ar�resfriado�artificialmente,�foi�menor�que�o�de�aeração�com�ar�ambiente;b)�A�aplicação�do�ar�ambiente�na�massa�foi�eficiente�na�secagem�e,�conseqüentemente,�resultou�na�perda�de�massa�dos�grãos�aerados;c)�É�impossível,�em�condições�pratica,�realizar�resfriamento�de�grãos�agrícolas�utilizando-se�ar�ambiente�nas�condições�psicrométricas�observadas�durante�o�experimento;d)�A�técnica�de�resfriamento�artificial�de�grãos�mostrou�ser�viável�técnica�e�economicamente�para�a�conservação�de�grãose)�A�técnica�de�resfriamento�artificial�de�grãos�propiciou�condições�de�umidade�relativa�de�equilíbrio�do�ar�intergranular�e�temperatura�entre�14�e�20ºC,�com�estabilidade�de�peso�dos�grãos�e�até�pequenos�ganhos�durante�o�período�de�110�dias�de�armazenamento;f)�Em�virtude�da�manutenção�de�temperatura�baixa�da�massa�de�grãos,�não�houve�a�necessidade�de�aplicação�de�inseticidas�para�o�controle�de�insetos.����

Fonte.�Lauro�Miranda-Supervisor�Operacional�FIAGRIL-AGROMERCANTIL,�Adílio�Flauzino�Lacerda�Filho,�Prof.�Dr.,�UFV.

RESFRIAMENTO DE GRÃOS EM GRANDES ARMAZÉNSGRANELEIROS

O �manejo�da�temperatura�em�grandes�armazéns�requer�técnicas�específicas.�Ademais,�são�muitos�os�fatores�que�afetam�a�eficiência�do�resfriamento:�o�formato�do�graneleiro,�o�volume�de�produto,�a�forma�e�velocidade�de�abastecimento,�assim�como�a�forma�e�velocidade�de�descarga.�É�comum�a�descarga�de�grãos�quentes�no�armazém�graneleiro,�sem�que�a�massa�tenha�sido�resfriada.�

Também�o�sistema�de�aeração�não�consegue�remover�essa�quantidade�imensa�de�calor.�Como�conseqüência,�pode�ocorrer�condensação�em� determinados� pontos� do� graneleiro� e� focos� intensos� de� aquecimento�microbiológico� que� degradam� a� qualidade� do� produto,�acentuam�as�perdas�e�dificultam�a�remoção�do�produto.�� Portanto,�em�função�da�umidade�inicial�do�produto�e�tempo�de�armazenagem,�é�possível�traçar�uma�estratégia�adequada�de�manejo,�conforme�apresentado�a�seguir.� Aeração�com�ar�resfriado�no�recebimento:�consiste�em�administrar�grandes�volumes�de�ar�resfriado�artificialmente,�combinado�na�proporção�adequada,�com�ar�ambiente�com�a�finalidade�de�resfriar�a�massa�de�grãos,�no�menor��tempo�possível,�em�temperaturas�na�faixa�de�20�a�25ºC.�Para�armazenagem�de�curta�duração,�entre�30�a�60�dias,�não�há�necessidade�de�reduzir�mais�a�temperatura�da�massa�de�grãos,�pois�seria�um�desperdício�de�energia.� Aeração� com� ar� resfriado� no� armazenamento:� para� períodos� de� média� duração� (60� a� 180� dias),� recomenda-se� operar� o�equipamento�resfriador,�combinado�ou�não�com�ar�ambiente.�Esta�operação�tem�o�intuito�de�reduzir�a�temperatura�da�massa�de�grãos�abaixo�de�20ºC,�a�fim�de�evitar�o�aumento�populacional�de�insetos�e�o�crescimento�de�fungos,�reduzindo�as�perdas�em�geral.� No�caso�de�grandes�armazéns�graneleiros,�não�se�recomenda�a�operação�com�grãos�semi-úmidos�ou�úmidos,�pois�há�grandes�riscos�de�focos�de�aquecimento�microbiológico,�devido�a�falhas�de�distribuição�de�ar�existentes�na�maioria�dos�armazéns�graneleiros.

Fonte.�Eng.�Francisco�Ayala�Barreto�-�Diretor�Cool�Seed.

RESULTADO NA COOPERATIVA BATAVO

O �departamento�Técnico�da�Cooperativa�Batavo�-�Carambeí�-�PR,�realizou�experimento�com�resfriamento�artificial�em�milho�semi-úmido,� em� silo� metálico-pulmão� de� 5.000t.� O� objetivo� foi� avaliar� o� potencial� de� resfriamento� artificial� para� reduzir� o�estrangulamento�durante�o�recebimento�da�safra,�pois,�o�milho�na�região�da�Cooperativa�BATAVO�é�colhido�com�alta�umidade�e�

normalmente�os�secadores� �não�conseguem�remover�a�umidade�do�produto�na�velocidade�desejada.�As�avaliações�consistiram�em�receber�o�produto�úmido,�passar�pelo�secador�uma�única�vez�e�levar�para�silos�destinados�para�manejo�de�produto�semi-úmido�com�a�aplicação�de�ar�resfriado�artificialmente.�Os�resultados�são�apresentados�na�tabela�6.�

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A s�possíveis�perdas�observadas�na�armazenagem�podem�ser�decorrentes�da�redução�em�qualidade�e/ou�peso�que�ocorrem�durante�o�armazenamento.�As�perdas�também�podem�ser�causadas�pela�movimentação�do�produto,�perda�de�matéria�seca�devido�a�atividade�de�fungos�e�insetos,�perda�de�água�pela�remoção�da�mesma�do�grão�pela�movimentação�do�ar�inter-granular�por�meio�

mecânico�(aeração�com�ar�ambiente).� Três�fatores�afetam�a�qualidade�da�armazenagem:�umidade,�temperatura�e�tempo�de�armazenamento.��� A�redução�de�temperatura�é�o�meio�de�controle�físico�mais�eficiente�para�minimizar�as�perdas�ou,�até�mesmo,�evitar�a�infestação�dos�grãos�por�insetos�pragas�e�a�infecção�dos�fungos.�Em�temperaturas�entre�14-18ºC�os�grãos�tem�sua�atividades�fisiológicas�reduzidas�devido�a�diminuição�do�metabolismo�das�células,�o�que�resulta�em�menor�taxa�de�respiração�e�,�conseqüentemente,�em�menor�quebra�técnica,�mesmo�quando�armazenado�com�teores�de�água�mais�elevados�(14-15%�b.u.).�� Na�tabela�4,�observa-se�que�os�grãos�armazenados�à�temperatura�de�10ºC�tiveram�redução�da�taxa�respiratória,�na�ordem�de�até�27�vezes,�em�comparação�com�aqueles�armazenados�em�ambiente�com�temperaturas�mais�elevadas.�

PERDAS DURANTE A ARMAZENAGEM

6 7

Tabela�4.�Perda�de�matéria�seca�em�1.000t�de�milho�armazenados�durante�30�dias.

Temperatura�ambiente�-�altaTemperatura�ambiente�-�média

Grãos�refrigerados

CONDIÇÕES AMBIENTES TEMPERATURA ºC PERDA DE MATÉRIA SECA (%),t

352510

Perda�de�0,12%�(=1,2t)Perda�de�0,54%�(=5,4t)Perda�de�0,02%�(=0,2t)

Fonte.�Adílio�Flauzino�Lacerda�Filho,�Prof.�Dr.,�UFV.

Fonte.�BRUNNER-1989,�citado�por�LAZZARI,�2007.

RESULTADOS NA EMPRESA FIAGRIL

O �trabalho�foi�realizado�na�unidade�de�armazenagem�da�empresa�FIAGRIL�Agro�Mercantil,�localizada�no�Município�de�Lucas�do�Rio�Verde� -�MT,� com� o� objetivo� de� avaliar� as� características� técnicas� da� armazenagem�de�milho� a� granel,� utilizando� o� sistema�convencional�de�aeração�e�o�sistema�de�resfriamento�artificial.

� Foram�utilizados�dois�silos�metálicos,�com�capacidade�estática�de�16.000t,�considerando-se�a�massa�específica�aparente�do�milho�igual�a�750�gkm�³.�O�período�de�armazenagem�foi�de�aproximadamente�110�dias.�Um�dos�silos�foi�resfriado�com�um�equipamento�COOL�SEED,�modelo�PCS120�e�o�outro�aerado�com�ar�ambiente.

Capacidade�dos�silos�(t)

VARIÁVEIS TIPO DE ARMAZENAGEM

Temperatura�(ºC)

Teor�de�umidade�(%)

Variação�de�massa�(t)

Potência�elétrica�(kW)

Energia�elétrica�(kWh)

Capacidade�de�resfriamento/tonelada

Custo�operacional�(R$)

Ganho�e�perdas�(R$)

Variação�líquida�(R$)

Ganho�com�resfriamento,�R$/mês/t

InicialFinalInicialFinalGanhoPerda

Total�para�o�serviçoGanho�por�tonelada

Consumo�totalConsumo�especifico/t

Total,�Por�tonelada

Massa�de�produtoDiferença�comparativa

Diferença�de�custo�operacionalDiferença�de�perda�de�massa�

Total

16.00021,6�-�22,223,0�-�35,0

12,210,60,0

289,3110,40,007

94.902,75,930,0

135.693,258,65

-89.790,00

114.437,00117.769,16232.306,16

16.00019,0�-�26,015,0�-�22,0

13,013,592,490,01800,01

33.987,02,1218,33

17.924,091,10

+�27.747,00+117.537,00

3,63

SILO COM AR NATURAL SILO COM AR RESFRIADO

Tabela�5.�Dados�de�viabilidade�técnica�e�de�custo�de�ambos�os�sistemas

Os�resultados�desta�pesquisa�permitiram�as�seguintes�conclusões:

a)�O�custo�operacional�do�resfriamento�de�grãos,�com�o�ar�resfriado�artificialmente,�foi�menor�que�o�de�aeração�com�ar�ambiente;b)�A�aplicação�do�ar�ambiente�na�massa�foi�eficiente�na�secagem�e,�conseqüentemente,�resultou�na�perda�de�massa�dos�grãos�aerados;c)�É�impossível,�em�condições�pratica,�realizar�resfriamento�de�grãos�agrícolas�utilizando-se�ar�ambiente�nas�condições�psicrométricas�observadas�durante�o�experimento;d)�A�técnica�de�resfriamento�artificial�de�grãos�mostrou�ser�viável�técnica�e�economicamente�para�a�conservação�de�grãose)�A�técnica�de�resfriamento�artificial�de�grãos�propiciou�condições�de�umidade�relativa�de�equilíbrio�do�ar�intergranular�e�temperatura�entre�14�e�20ºC,�com�estabilidade�de�peso�dos�grãos�e�até�pequenos�ganhos�durante�o�período�de�110�dias�de�armazenamento;f)�Em�virtude�da�manutenção�de�temperatura�baixa�da�massa�de�grãos,�não�houve�a�necessidade�de�aplicação�de�inseticidas�para�o�controle�de�insetos.����

Fonte.�Lauro�Miranda-Supervisor�Operacional�FIAGRIL-AGROMERCANTIL,�Adílio�Flauzino�Lacerda�Filho,�Prof.�Dr.,�UFV.

RESFRIAMENTO DE GRÃOS EM GRANDES ARMAZÉNSGRANELEIROS

O �manejo�da�temperatura�em�grandes�armazéns�requer�técnicas�específicas.�Ademais,�são�muitos�os�fatores�que�afetam�a�eficiência�do�resfriamento:�o�formato�do�graneleiro,�o�volume�de�produto,�a�forma�e�velocidade�de�abastecimento,�assim�como�a�forma�e�velocidade�de�descarga.�É�comum�a�descarga�de�grãos�quentes�no�armazém�graneleiro,�sem�que�a�massa�tenha�sido�resfriada.�

Também�o�sistema�de�aeração�não�consegue�remover�essa�quantidade�imensa�de�calor.�Como�conseqüência,�pode�ocorrer�condensação�em� determinados� pontos� do� graneleiro� e� focos� intensos� de� aquecimento�microbiológico� que� degradam� a� qualidade� do� produto,�acentuam�as�perdas�e�dificultam�a�remoção�do�produto.�� Portanto,�em�função�da�umidade�inicial�do�produto�e�tempo�de�armazenagem,�é�possível�traçar�uma�estratégia�adequada�de�manejo,�conforme�apresentado�a�seguir.� Aeração�com�ar�resfriado�no�recebimento:�consiste�em�administrar�grandes�volumes�de�ar�resfriado�artificialmente,�combinado�na�proporção�adequada,�com�ar�ambiente�com�a�finalidade�de�resfriar�a�massa�de�grãos,�no�menor��tempo�possível,�em�temperaturas�na�faixa�de�20�a�25ºC.�Para�armazenagem�de�curta�duração,�entre�30�a�60�dias,�não�há�necessidade�de�reduzir�mais�a�temperatura�da�massa�de�grãos,�pois�seria�um�desperdício�de�energia.� Aeração� com� ar� resfriado� no� armazenamento:� para� períodos� de� média� duração� (60� a� 180� dias),� recomenda-se� operar� o�equipamento�resfriador,�combinado�ou�não�com�ar�ambiente.�Esta�operação�tem�o�intuito�de�reduzir�a�temperatura�da�massa�de�grãos�abaixo�de�20ºC,�a�fim�de�evitar�o�aumento�populacional�de�insetos�e�o�crescimento�de�fungos,�reduzindo�as�perdas�em�geral.� No�caso�de�grandes�armazéns�graneleiros,�não�se�recomenda�a�operação�com�grãos�semi-úmidos�ou�úmidos,�pois�há�grandes�riscos�de�focos�de�aquecimento�microbiológico,�devido�a�falhas�de�distribuição�de�ar�existentes�na�maioria�dos�armazéns�graneleiros.

Fonte.�Eng.�Francisco�Ayala�Barreto�-�Diretor�Cool�Seed.

RESULTADO NA COOPERATIVA BATAVO

O �departamento�Técnico�da�Cooperativa�Batavo�-�Carambeí�-�PR,�realizou�experimento�com�resfriamento�artificial�em�milho�semi-úmido,� em� silo� metálico-pulmão� de� 5.000t.� O� objetivo� foi� avaliar� o� potencial� de� resfriamento� artificial� para� reduzir� o�estrangulamento�durante�o�recebimento�da�safra,�pois,�o�milho�na�região�da�Cooperativa�BATAVO�é�colhido�com�alta�umidade�e�

normalmente�os�secadores� �não�conseguem�remover�a�umidade�do�produto�na�velocidade�desejada.�As�avaliações�consistiram�em�receber�o�produto�úmido,�passar�pelo�secador�uma�única�vez�e�levar�para�silos�destinados�para�manejo�de�produto�semi-úmido�com�a�aplicação�de�ar�resfriado�artificialmente.�Os�resultados�são�apresentados�na�tabela�6.�

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BR 277 Km 611 nº1500Santa Tereza do Oeste - PR

Fone: +55 (45) 3231-1677/9 8819-8070

Tabela�6.�Resultado�dos�testes�de�manejo�de�milho�semi-úmido�(BATAVO-2003)

Início�abastecimentoTérmino�abastecimento

Umidade�média�entrada�no�siloUmidade�média�de�retorno�ao�secador

Início�refrigeraçãoFinal�da�refrigeração

Tempo�para�refrigeração�totalInício�de�retirada�para�secagem

Temperatura�média�inicial�do�produtoTemperatura�média�final�do�produto

Potência�total�do�equipamento�resfriadorPotência�elétrica�total

Consumo�total�de�energia�elétricaConsumo�unitário�de�energia�elétricaCusto�unitário�de�energia�elétrica

Custo�total�do�resfriamento

VARIÁVEIS UNIDADE

%�b.u.%�b.u.

h

ºCºCCVkWkWhkWh/tR$/tR$

116�x�736

3,31�x�0,1758190,58�x�5.000

26/02/200318/03/2003

18,0917,50

25/03/0302/04/2003

19423/04/2003

271711685,38

16.563,723,310,58

2.912,09

CÁLCULOS RESULTADOS

É �importante�destacar�que�desde�o�abastecimento�do�silo�até�o�inicio�da�refrigeração�passaram-se�vinte�e�oito�dias�com�o�produto�armazenado�a�temperatura�ambiente.� Isso�provocou�a� incidência�de�fungos,�principalmente�na�concentração�de� � finos�e�grãos�quebrados,�porém�sem�afetar�a�qualidade�de�maneira�significativa,�conforme�esta�demonstrado�nas�analises�de�bromatologia.

� A�utilização�do�resfriador�de�grãos�aumentou�a�capacidade�diária�de�recepção�em�aproximadamente�500�toneladas�no�pico�da�safra,�tanto�em�Cambeí�como�em�Ponta�Grossa.�Recomenda-se�não�exceder�a�umidade�média�de�17%�b.u.�e�o�sistema�de�aeração�do�silo�deve�ser�fundo�falso�(totalmente�perfurado).��

� � � Custo�do�tratamento�com�inseticida�em�2.002�� � =�US$�12.251,82� � � Custo�do�tratamento�com�inseticida�em�2.003�� � =�US$�7.889,18� � � Economia�com�tratamento�com�inseticida� � � =�US$�4.362,64

� Todo�o�produto�armazenado�em�silo�não�sofreu�tratamento�químico�

Fonte.�Marcos�Korevar�-�Gerente�Operacional�-�COOPERATIVA�BATAVO.

CONCLUSÃO

O �resfriamento�artificial�é�uma�importante�ferramenta,�mas�sozinho�não�resolve�todos�os�problemas�de�armazenagem�de�milho.�Somente�a�adoção�de�um�conjunto�de�medidas�e� técnicas�permitirá� reduzir� alguns�desses�problemas�em�níveis�aceitáveis,�tomando�também�como�parâmetro�as�condições�de�higiene,�segurança,�custo�e�perdas�na�pós�colheita.

� Manejo�integrado�de�pragas,�boas�práticas�na�armazenagem,�bons�projetos�de�aeração�e�exaustão,�equipamentos�para�remoção�de�impurezas�e�finos,�controles�químicos�e�físicos�e�outros�métodos�e�técnicas�devem�ser�integrados�com�objetivo�comum.� Treinamento�de�operadores,�responsáveis�ou�gerentes�com�formação�adequadas�são�requisitos�fundamentais�para�o�sucesso�da�armazenagem.� Ainda�perde-se�muito�e�não�há�estatísticas�oficiais�destas�perdas,�nem�da�repercussão�na�saúde�da�população,�do�bom�ou�mau�manejo�de�pós-colheita.� A� agricultura�mundial�mecanizada�está� sendo� levada�a�padrões�de� tecnificação�nunca� vistos,�por� força�de�uma�população�crescente�e�ávida�por�alimentos�saudáveis.�O�setor�armazenador�não�deve�ficar�alheio�a�estas�tendências,�logo,�novos�investimentos�serão�necessários.� Olhando� o� passado� é� fácil� perceber� o� sucesso� das� empresas� que� investiram� em� tecnologia,� ao� contrário� de� empresas�conservadoras�e�resistentes�a�mudanças�que�não�conseguiram�criar�a�competitividade�necessária�e�ficaram�para�trás.�É�o�processo�natural�de�seleção,�em�pleno�funcionamento,�também�no�mundo�empresarial.�Ainda�bem�que�é�assim,�pelo�bem�de�todos.��������

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