fôlder das cebs - diocese de são josé dos campos - sp

8
Comunidades Eclesiais de Base CEBs: Profecia, Discipulado e Missão Diocese de São José dos Campos - SP As Comunidades Eclesiais de Base constituem, em nosso país, uma realidade que expressa um dos traços mais dinâmicos da vida da Igreja. Elas continuam sendo um “sinal da vitalidade da Igreja”. (doc. 92 CNBB)

Upload: bernadete-

Post on 06-Jun-2015

117.192 views

Category:

Spiritual


0 download

DESCRIPTION

Flder das CEBs - diocese de São José dos Campos - SP

TRANSCRIPT

Page 1: Fôlder das CEBs - diocese de São José dos Campos - SP

Comunidades Eclesiais de BaseCEBs: Profecia, Discipulado e Missão

Diocese de São José dos Campos - SP

As Comunidades Eclesiais de Base constituem, emnosso país, uma realidade que expressa um dos traços

mais dinâmicos da vida da Igreja. Elas continuam sendoum “sinal da vitalidade da Igreja”. (doc. 92 CNBB)

Page 2: Fôlder das CEBs - diocese de São José dos Campos - SP

• É um grupo de pessoas que se reúne nas casas para rezar, refletir, partilhar, à luz da Palavra de Deus, a realidade que o cerca, com o compromisso de ações práticas para a transformação dessa realidade.

• É um grupo de pessoas que quer fazer a experiência do encontro com Deus, que é Amor e Vida; são pessoas que querem aprender a prática da oração em co-mum, da vivência fraterna, da vida cristã.

• É um espaço onde as pessoas se encontram para partilhar a vida, a fé e a oração, na ligação entre Bíblia e vida, revelação e realidade, Palavra de Deus e ação humana.

• É um local em que as pessoas são valorizadas, conhecidas pelo nome, onde as pessoas se sentem Igreja, onde fazem a experiência de serem iguais, filhos e filhas do mesmo Pai.

• É uma manifestação de resistência profética, de construção da cidadania, de descoberta de novos caminhos de vida cristã e ação social, de solidariedade e de testemunho de vida.

• É um lugar onde surge novas lideranças, onde as pessoas descobrem seus dons e carismas, para colocá-los a serviço da comunidade por meio dos diversos ministérios, pastorais, organismos etc.

• É um espaço onde se busca ser Igreja conforme o modelo das primeiras co-munidades cristãs; Igreja que vai ao encontro das pessoas; Igreja nas casas, nos condomínios, nas ruas; Igreja Povo de Deus; Igreja que liga Palavra, fé e vida.

• É um modo de catequese permanente com adultos, crianças e jovens, um espaço onde todos aprendem e ensinam, sinal da vitalidade da Igreja e de sua irradiação missionária.

• É um instrumento que contribui para a renovação da Igreja, para a conversão pessoal e a conversão pastoral, para revitalizar a paróquia, fazendo dela “comuni-dade de comunidades”.

• É um dos pontos de partida para uma nova sociedade de justiça, solidarieda-de, igualdade e paz.

O Documento de Aparecida lembra que as CEBs “têm sido escolas que têm ajuda-do a formar cristãos comprometidos com sua fé, discípulos e missionários do Senhor, como o testemunha a entrega generosa, até derramar o sangue, de muitos de seus membros” (DAp 178). Estas experiências comunitárias constituem grande expressão da Igreja como morada de povos irmãos e casa dos pobres (cf. DAp 8,524)

O que são CEBs?

Page 3: Fôlder das CEBs - diocese de São José dos Campos - SP

O rosto e os objetivos das CEBsna Diocese de São José dos Campos

• Contribuir para uma renovação da consciência da identidade e da missão da Igreja.

• Ser espaço onde as pessoas, sobretudo as famílias vizinhas, se conheçam e criem laços de amizade, solidariedade e fraternidade.

• Descobrir a revelação de Deus no cotidiano de nossa realidade.• Criar espaço para que o povo possa se manifestar e se expressar na partilha

de sua vida de fé e de sua sabedoria.• Evangelizar, a exemplo de Jesus, pela Palavra de Deus e pelo testemunho.• Manter viva e perseverante a fidelidade das comunidades “aos ensinamentos

dos apóstolos, à comunhão fraterna, à partilha e às orações”, tal como foi descrito em Atos 2,42-47.

• Favorecer a consciência de ser Igreja, animar as pessoas para a vida comuni-tária e eclesial.

• Possibilitar a leitura da Bíblia a partir da realidade.• Superar o anonimato, o individualismo, a divisão, o egoísmo, o espírito de com-

petição e a ganância que o atual sistema, regido pelo mercado, produz nas pessoas.• Contribuir para que a paróquia seja “comunidade de comunidades”, a serviço

da vida.• Provocar a consciência crítica diante da realidade social, política, econômica

e ideológica.• Estimular as pessoas para a responsabilidade de cada qual na transformação

da realidade, como protagonistas da nova sociedade.• Ajudar o povo a conscientizar-se de seus próprios direitos, a se organizar e a

lutar por eles.• Despertar e formar lideranças para as lutas do povo, nas organizações po-

pulares, nas pastorais sociais, movimentos populares, sindicatos, ONGs, partidos políticos, conselhos comunitários etc.

• Por fim, formar e construir verdadeiras comunidades comprometidas com o projeto de Jesus, isto é:

- Comunidades onde todos participem, tenham voz e vez.- Onde todos os serviços são repartidos e assumidos por todos e entre todos.- Onde se celebra a fé e a vida.- Onde há partilha, entreajuda, igualdade, corresponsabilidade, testemunho.- Onde “todos tenham vida e vida plena” (Jo 10,10).

Page 4: Fôlder das CEBs - diocese de São José dos Campos - SP

Por que os encontros das CEBs acontecem nas casas?

• Grandes acontecimentos da salvação acon-teceram nas casas. Maria recebe o anúncio do Salvador em sua casa (Lc 1,26ss). Jesus manda celebrar a Páscoa numa casa (Mt 26,17-20). Pen-tecostes aconteceu em uma casa (At 2,1-2). A Igreja primitiva evangelizava nas ca-sas: “de casa em casa não cessavam de ensinar” (At 5,42). Paulo evangelizava “de casa em casa” (At 20,20). A maior e mais perfeita revelação de Deus se dará no céu, na casa do Pai, onde “há muitas moradas” (Jo 14,2).

• Jesus entrou em diversas casas: de Simão Pedro e André, onde cura a sogra de Pedro (Mc 1,29-33); de Jairo, o chefe da sinagoga, onde cura sua filha, a menina Talita (Mc 5,35-43); de Simão, o leproso (Mc 14,3-9); do fariseu Simão (Lc 7,36ss); de Marta e Maria (Lc 10,38-42); de Zaqueu (Lc 19,1-10).

• Jesus visitava as famílias, entrava em suas casas, fazia refeições nas casas do povo, inclusive na casa de pecadores (Levi e Zaqueu, por exemplo). Os evangelhos relatam 18 parábolas sobre a vida doméstica, valorizando a evangelização nas casas. A primeira evangelização se deu nas casas, abrindo-se assim para o mundo. No Tem-plo, as pessoas ficavam de fora, havia exclusão.

• Ao mandar os discípulos em missão, Jesus diz para eles entrarem nas casas e levarem a paz para as casas (Lc 10,5).

• No início do cristianismo, a Igreja acontecia nas casas. A casa era o espaço da Igreja doméstica e o lugar do encontro da comunidade

cristã. • Por mais de cem anos, quando não havia igrejas ou templos, foi a casa que

moldou a vida da comunidade cristã. A casa era o lugar onde se encontrava a Igreja dos primeiros tempos. Os apóstolos evangelizavam nas casas.

Os primeiros cristãos e cristãs se reuniam nas casas para rezar, ensinar, refletir, partilhar o pão e celebrar (At 2,42-47).

Em toda a Bíblia, a palavra casa (no singular ou no plural) aparece cerca de 1280 vezes. Em todo o Novo Testamento, são 355 vezes. Nos Evangelhos, são 170 vezes. Nos Atos dos Apóstolos, 50 vezes.

Page 5: Fôlder das CEBs - diocese de São José dos Campos - SP

a) Muitos dos fiéis batizados não são evangelizados. As crianças que fazem a Primeira Comunhão Eucarística não perseveram, os jovens crismados somem da Igreja.

Muitos casais casam-se na Igreja, mas depois não vivem como Igreja, não fazem de sua família uma “Igreja doméstica”. Essa defasagem entre a recepção dos sacramentos e o modo de viver a fé não está de acordo com o Evangelho de Cristo. É preciso que haja uma nova evangelização. Não podemos continuar sendo Igreja que se limita a distribuir sacramentos, sem a devida evangelização. Daí a razão pastoral das CEBs como um dos meios de evangelização.

b) Nesses grupos, nas comunidades, faz-se a experiência de Igreja nas casas, nas ruas e condomínios. Com os encontros das CEBs não construímos templos de pedra ou madeira, mas comunidades vivas.

c) Os encontros nas comunidades são um belo modo de ser Igreja: Igreja missionária, Igreja nas ruas, nas casas, Igreja Povo de Deus. Não podemos per-manecer na sacristia, nem na secretaria paroquial. Em vez de ficar reclamando que o povo não vem às missas, às nossas reuniões etc., nós é que temos de ir ao encontro do povo, ir aonde o povo está. Os verbos ir, sair, partir, caminhar, tão próprios da atividade missionária, são muito usados no livro dos Atos dos Apóstolos para falar da atividade missionária das primeiras comunidades cristãs.

d) Nos encontros das CEBs há continuidade da catequese em família, da ca-tequese com adultos. Neles surgem novas lideranças, vocações e ministérios.

e) A cultura e a sociedade atuais favorecem muito o anonimato e o indivi-dualismo. O ser humano, criado para a comunhão, não suporta a solidão, nem a massificação, almeja o encontro, o diálogo, a experiência de comunidade. Os encontros das CEBs oferecem oportunidade de encontro e associação, amizade e entreajuda.

f) Os encontros das CEBs colaboram para que nossa ação evangelizadora e missionária faça a passagem de uma evangelização da conservação para uma evangelização da criatividade, da renovação das estruturas, da conversão das pessoas, das comunidades e de toda a Igreja.

Missão Profética e Evangelizadora das CEBs

Page 6: Fôlder das CEBs - diocese de São José dos Campos - SP

Princípios da metodologia participativaOs encontros das CEBs nas comunidades são jeitos ou formas diferentes

de educar, de conscientizar e de realizar a formação dos cristãos. Não seguem os métodos da escola tradicional, onde um sabe e ensina, outro não sabe e aprende.

Nos encontros se realiza uma evangelização inculturada e uma educação libertadora, numa metodologia participativa, que se caracteriza pelos seguintes princípios:

• Todos sabem. Cada um vivencia e transmite experiências pessoais impor-tantes. Em cada pessoa existe um saber, muitas vezes diferente do saber dos outros.

• Ninguém ensina ninguém. Juntos nos educamos, aprendemos e cresce-mos, num relacionamento franco, igualitário, democrático e fraterno.

• A pessoa é feita para o diálogo. No grupo treinamos a arte do diálogo, que exige respeito, acolhida e escuta de cada pessoa. Valoriza-se o saber de todos. Acontece a partilha e a troca de ideais, experiências, conhecimentos e suges-tões.

• A pessoa é sujeito e nunca objeto. O grupo é o espaço de liberdade para a pessoa expressar-se e agir com autonomia. O grupo favorece a criatividade e as diferentes iniciativas. Nele, educa-se para a liberdade na corresponsabilidade.

• O ponto de partida é sempre a realidade. Começa-se com as perguntas e as preocupações da vida. Nos encontros, partimos dos fatos concretos da vida e da realidade das pessoas, da comunidade e da sociedade.

Recordamos a vida:• Reflexão, ação e oração caminham juntas. Liga-se fé e vida, teoria e prática.• É muito importante a celebração. Celebra-se fé e vida, o compromisso

com os irmãos e irmãs, as conquistas, as tristezas, alegrias e esperanças do grupo e da comunidade.

• É muito importante o uso de símbolos e gestos. Eles facilitam a compreen-são e vivência dos temas tratados.

Metodologia dosEncontros nas CEBs

Page 7: Fôlder das CEBs - diocese de São José dos Campos - SP

De onde nasceram as CEBs

Natureza e identidade“Antes de qualquer coisa temos que deixar claro que CEBs não são “pastorais”

e muito menos movimento”. São comunidades de base eclesial e não uma comu-nidade de base qualquer, como um grupo de vizinhança, de amigos de trabalho etc”. (professor Sérgio Coutinho, assessor do Setor CEBs da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB).

1. Comunidade, porque reúne pessoas ao redor da Palavra de Deus e da reali-dade que as envolve. O termo comunidade define a estreita relação das pessoas unidas pela necessária busca por uma vida mais digna: “São comunidades, porque reúnem pessoas que têm a mesma fé, pertencem à mesma Igreja e moram na mesma região. Motivadas, pela fé, essas pessoas vivem uma comum-união em torno de seus problemas de sobrevivência, de moradia, de lutas por melhores condições de vida e de anseios e esperanças libertadoras”. (Frei Betto, O que é comunidade eclesial de base. Pg.17).

2. Eclesial, porque é Igreja de Jesus Cristo, Crucificado Ressuscitado. Gente que pela fé recebida pelo Batismo, busca uma vivência cristã como resposta à missão de ser fermento na massa (cf.Mt 5,13,33). Como núcleos básicos de comunidades de fé estão vinculadas à Igreja Católica e se reúnem para celebrar a Palavra de Deus e a Eucaristia, fontes de esperança e luz para a caminhada.

3. De Base, porque experimenta o desafio de testemunhar a fé no dia-a-dia, sobretudo na convivência com a vizinhança, na diferença.

Os elementos essenciais de uma Comunidade dos que creem em Cristo, são:- A Fé, a Celebração dos Sacramentos, a Comunhão e a Missão. A Palavra de

Deus, a missão de Jesus e a esperança na ação do Espírito Santo, empurram a Co-munidade para a Missão. “Desse confronto mútuo nasce a dimensão da libertação de toda injustiça e a fome e sede de participação e comunhão na sociedade e na Igreja. Uma Igreja não vive só de fé, mas principalmente das celebrações da fé. Trata-se, sempre, não tanto de realizar um rito, mas de celebrar a vida de fé vivida em comunidade, ritualizar a vida diante de Deus e dos irmãos”.(Coutinho, Sérgio Ricardo, Comunidade e Comunidades Eclesiais de Base: Igreja, Comunidade de Comunidades, p.114,CNBB, 2009).

“As CEBs em nosso país nasceram no seio da Igreja-Instituição e tornaram-se um novo modo de ser Igreja”. Pode-se afirmar que é ao redor delas que se desenvolve e se desenvolverá cada vez mais, no futuro, a ação pastoral e evangelizadora da Igreja” (Doc. 25 CNBB, n. 03)

Page 8: Fôlder das CEBs - diocese de São José dos Campos - SP

Acesse as Mídias Sociais das CEBs:Blog, Twitter, You Tube, Orkut e Facebook.

http://www.facebook.com/tremdascebs

http://tremdascebs.blogspot.com/

https://twitter.com/tremdascebs

http://www.youtube.com/user/bernadetecebs

• Encontros semanais nas casas à luz da Palavra de Deus, com temas da reali-dade e momentos que a Igreja vive, por meio do livreto “Palavra de Deus na Vida do Povo”;

• Novena de Natal nas casas, preparando o povo para celebrar o nascimento do Messias Libertador;

• Encontro da Campanha da Fraternidade nas casas, no período da Quaresma; Formação - estudo - aprofundamento de Documentos da Igreja (via encontro de formação, encontro semanal e boletim mensal);

• CEBs: anima e forma Comunidades, na base, sendo Igreja de Jesus Cristo atu-ando na sociedade como sinal do Reino (Paróquia: Rede de Comunidades);

• Vivencia-se o método ver – julgar - agir – rever - celebrar, com senso crítico e transformador; Desperta as pessoas para a cidadania;

• Promovem o Grito dos Excluídos junto com as Pastorais Sociais na diocese.

Equipe diocesana das CEBs na Diocese de São José dos Campos

Folder das CEBs 2ª Edição - Fontes: Documento de Aparecida - Subsídio: A Igreja nas casas, 2. ed. Florianópolis, 2002 - Documento do Sínodo Diocesano - Comunidades Eclesiais de Base: Igreja, Comunidade de Comunidades, p.114,CNBB, 2009) - Bíblia de Jerusalém - Doc 25 da CNBB.

Elaboração: Equipe de Comunicação diocesana das CEBs - Apoio: Departamento Diocesano de Comunicação.

A equipe diocesana é formada por um padre assessor, coordenador(a) diocesano, vice coordenador(a) diocesano, secretária(a), tesoureiro(a) e coordenadores(as) das Regiões Pastorais, coordenador(a) da Equipe de Comunicação, coordenador(a) da Equipe do Subsídio das CEBs e os(as) representantes das CEBs da diocese na Sub Região Aparecida e no Estado de São Paulo.

Você participa de algumgrupo de CEBs?

Conte-nos como é.Envie-nos um e-mail, contando suas

experiências, para:[email protected]

Você já conhecia a dinâmicadas CEBs em nossa Diocese?

Atividades das CEBs naDiocese de São José dos Campos

Equipe de Comunicação:Missão: “Fazer fluir a comunicação de forma acolhedora entre as pessoas, aspastorais e as comunidades, tendo como mística a comunhão e a unidade”.