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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA ROGERIO PODANOSKI FOLCLORE: DAS TRAD,,;6ES AO FENOMENO DAS TRIBOS URBANAS CURITIBA 2005 64 . ~ ';y \ \

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

ROGERIO PODANOSKI

FOLCLORE: DAS TRAD,,;6ES AO FENOMENO DASTRIBOS URBANAS

CURITIBA2005

64

. ~';y \ \

ROGERIO PODANOSKI

FOLCLORE: DAS TRADlC;OES AO FENOMENO DASTRIBOS URBANAS

Trabalho cie conclusao de curso deEduca<;ao Fisica, Faculdade deCiEmcias Biol6gicas e da Saude.Universidade Tuiuti do Parana, soba orienta<;ao do Professor: HugoSalvador Mir6 de Ferrante.

CURITIBA2005

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAFACULDADE DE CIENCIAS BIOLOGICAS E DA SAUDE

CURSO DE EDUCACAO FISICA

A Comissao organizadora abaixo assinada aprova 0trabalho de conclusao de curso.

FOLCLORE: DAS TRADI(,;OES AO FENOMENO DAS TRIBOSURBANAS

Elaborado por Rogerio Podanoski

Como requisito parcial para obtenc;:ao do grau de bacharelado elicenciatura em Educac;:ao Fisica, com aprofundamento em Recreac;:aoe Lazer: Prof. Mestre. Hugo Salvador Mira de Ferrante.

Prof. Mestre. Hugo Salvador Mira de Ferrante - Orientador

\prof.Dr.Ar\ Krug - T.O.C.C

Curitiba2005

AGRADECIMENTOS

Agradec;:o em primeiro lugar a Deus, que me deu 0 sonho de fazer esta

faculdade, e 0 realizou,agradec;:o a Jesus Cristo por que minha vida e dEle.

A minha esposa Helaiza e minha filha Eduarda que eu amo muito e que

estarao para sempre ao meu lado,como uma familia abenc;:oada por Deus

Aos meus amigos Nilmar e Rafael, e meus pais Nelson e Noeli, meu muito

obrigado.

Agradec;:o tambem aos meus professores responsaveis pela minha

formac;:ao.

E ao meu orientador, que defendeu comigo 0 meu projeto.

A todos meu muito obrigado.

SUMARIO

Resumo.. . .1. INTRODUC;Ao .1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA.. .1.20BJETIVOS .....1.2.1 Objetivo Geral. ...1.2.2 Objetivo Especifico.1.3 PROBLEMA. .2. Revisao de Literatura .2.1 Referencial Te6rico.... . .2.2 Caracteristicas do Problema .2.3 Valor Educacional do Folclore e sua contribuir;;ao ..2.3.1 Portugueses... . .2.3.2 Espanh6is.2.3.3 Italianos ...2.3.4 Franceses ..2.3.5 Alemaes ..2.3.6 Ingleses .2.3.7 Poloneses ..2.3.8 Arabes2.3.9 Japoneses ..2.3.1.0 Judeus ...2.3.1.1 Norte Americanos2.3.1.2 Indigenas .2.3.1.3 Africanos .2.4 0 Folclore Infantil. .2.4.1 Brinquedos de Contagem .2.5 Alguma~ Lendas e Mitos Do Folclore Brasileiro2.6 Parlendas .2.7 Ditados e Frases Populares .2.8 Canr;;oes Infantis .2.9 0 Fenomeno dasTribos Urbanas3. METODOLOGIA .3.1 Tipo de Pesquisa .3.2 Popular;;ao.... . .3.3 Amostra.. . .3.4 Instrumentos . .3.5 Coleta de Dados .3.6 Controle de Variaveis....... . .3.7 Limitar;;oes . .4. APRESENTAC;Ao E DISCUssAo DE RESULTADOS .5. CONCLUsAo .6.REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .

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RESUMO

FOLCLORE: DAS TRADIC;OES AO FENOMENO DAS TRIBOSURBANAS

RogEnio PodanoskiOrientador: Hugo Salvador Mir6 deFerranteUniversidade Tuiuti do ParanaFaculdade de Ciencias Biol6gicas eda Saude. Curso de Educar;:aoFisica

o presente projeto tem como estudo 0 folclore e sua cultura, e

tambem 0 Fen6meno das Tribos Urbanas. Tendo como objetivo Identificar

a relar;:ao do Folclore com as Tribos Urbanas, como fato presente entre os

alunos das 5a Series do Ensino Publico de Curitiba,e analisar 0 nivel do

conhecimento dos alunos da 5" Serie sobre 0 tema folclore, avaliar no

aluno 0 que ele entende sobre 0 Folclore, identificar 0 significado de Tribos

Urbanas e constatar 0 que leva os alunos a optarem por elas. 25 alunos

responderam um questionari? com quest6es aberlas sobre 0 tema Folclore

e Tribos Urbanas,e a diretora da Escola tambem respondeu um

questionario com perguntas perlinentes ao tema abordado.

A analise do resultado permitiu concluir que os alunos nao sabem

realmente 0 verdadeiro significado do Folclore Brasileiro, mais possuem

maior afinidade com as Tribos Urbanas. A diretora mostrou atraves das

respostas dadas, que 0 Folclore e apenas estudado na semana em que e

comemorado, e que 0 meio em que os alunos vivem os fazem optar pelas

tribos urbanas como forma de vida e de identidade.

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1.1NTRODUc,;:Ao

FOLCLORE: DAS TRADIc,;:OES AO FENOMENO DAS TRIBOS URBANAS

1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA

Trabalhar questoes a cerca do Folclore: das tradi<;:oes ao fen6meno das

tribos urbanas, ou seja, 0 passado e 0 presente da historia do grupo social que

eslamos inseridos.

Sabemos que a cultura vai ah~m do senso comum,Segundo (HORTA,

2004) iremos ser os intervenlores do processo de ensino aprendizagem e iremos

construir 0 conhecimento sobre 0 projeto proposto junto a comllnidade e com

nossos alunos.

o papel da escola e disseminar 0 conhecimento elabora<;:80, acumulado

historicamente pela humanidade, permitindo 0 desenvolvimento das habilidades

que permitam a apropria<;:ao deste conhecimento, como pensamento critico e a

capacidade de sugerir mlldanl(as atraves da a1(80.

ParE! sobreviver e facililar sua exislencia 0 ser humane confrontou-se

permanentemente com a necessidqde de clispor do saber, inclusive cle construi-Io

por si so.

Segundo Lane (1983), "0 viver em grupo permite 0 confronto entre, as

pessoas e todos os vao, construindo 0 seu "eu" neste processo de intera<;:ao,

atraves de constatal(oes de diferenl(as e semelhan<;:Cls entre nos e os outros".

Portanto e neste processo que desenvolvemos a incliviclualidade, a nossa

identidade social e consciencia de si mesmo. Isto n6s permite-nos conhecer e

entender 0 ~Utro, a traves de trocCl de experiencias.

o Brasil possui um dos folclores mais ricos de toclo 0 munclo. Sao clanl(as,

festas, comidas, obras de arte, superstil(oes, comemora<;:oes e representa<;:oes

que, pelos qualro canlos do pais, eXClltall1 a nossa cuitura. Ha ll1uito tempo elas

fazem parte cia vida cle ll1uitas pessoas.

o folclore e representaclo por traclil(oes e crenl(as populares expressas das

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mais diversas formas. Para se tornarem folclore, e necessario que tenham origem

anonima, ou seja, que ninguem saiba ao certo quem as criou. Alem disso,

precisam ter surgido ha muito tempo e ser divulgadas e praticadas por um grande

numero de pessoas. Eo 0 caso c!os clitac!os populares, como "quem com ferro fere,

com ferro sera ferido".

Quem nao conhece uma brincadeira, um versinho popular ou uma cantiga

c!e roc!a? Po is saiba que as mLlsicas, os brinquedos, as parlenc!as e os jog os

fazem parte do rico folclore infantil brasileiro. Se voce prestar atenc:;:ao, vai

perceber que 0 folclore lambem faz parle da sua vic!a.

Algumas brincac!eiras resistem ao tempo, pois sao repassac!as pelos seus

pais ou avos. No esconc!e-esconc!e, uma pessoa procura enquanlo as oulras se

escondem. No passa-anel, e preciso adivinhar quem fic'ou com 0 anel que passou

de mao em mao. Das brincadeiras com bola, a queimada e uma das preferic!as.

Divic!idos em c!ois campos, jogac!ores c!e c!uas equipes atiram a bola sobre os

adversarios. Se ela acerlar qualquer parte c!o corpo c!e alguem e cair no chao, a

pessoa atingic!a e "queimac!a" e eliminacla. Ganha 0 time com menos jogac!ores

atingiC!os pela bola.

Muitos brinquec!os simples e faceis de fazer sao utilizac!os em nosso pais

ha muito tempo. 0 piao, lambem chamac!o c!e finca, carrapeta ou pinhao, e um

c!eles. Outro exemplo e a pipa, que c!anc:;:anos ceus c!e varias regi6es c!o Brasil e

recebe c!iversos nomes, como papagaio, raia, panc!orga, arraia, maranhao e

quac!rado. Ja 0 ioio pode ser comprac!o pronlo ou ser feilo com barbante,

serragem e papel de embrulho. Os jogos com bolinhas de que tambem sao

divers6es garantidas.

Voce sabe 0 que sao parlenc!as? Sao versos infdnlis com rimas, criac!os

para as mais diferentes finalidades, enlre elas divertir, acalmar, ajuc!ar a decorar

numeros ou escolher quem cleve iniciar uma brincadeira.

Enfim 0 Folclore e cultura e atraves c!ele poc!emos ampliar nossos

conhecimentos, conhece-Io permite a valorizac:;:ao c!aquilo que e uma das

principais marcas deum pais: a sua cultura.

o folclore e 0 ponto de partida para revelaliao de uma visao original da

realidade e da cultura, contribuindo para um aprendizado eficiente.

o mundo em que as crianlias vivem se constitui em um conjunto de

fen6menos naturais e socia is, indissociaveis, diante do qual se mostram curiosas

e investigativas. Desde muito pequenas, pela interaliao com 0 meio onde vivem

elas aprendem sobre 0 mundo, fazendo perguntas e procurando respostas as

indagalioes e curiosidades. Como integrantes de grupos socioculturais vivenciam

experiencias e se integram num contexto de conceitos, valores e ideias, objetos

de representalioes sobre os mais diversos temas existentes na vida cotidiana,

construindo um conjunto de conhecimento sobre 0 mundo que os cerca.

Segundo Coelho (1982), " .. e atraves de sua vivencia cultural que os seres

humanos se desenvolvem e se realizam de maneira integral, e facil

compreendermos a importancia do papel que a literatura pode desempenhar para

os seres em formaliao. Eo ela, dentre as diferentes manifestalioes da arte, a que

atua de maneira mais profunda e duradoura, no sentido de dar forma e de

divulgar os valores culturais que dinamizam a sociedade".

Dai a importancia do folclore nestes tempos de crise cultural cumprindo sua

larefa de alegrar, divertir ou emocionar 0 espirito das pessoas, levando-as de

maneira ludica, facil, a perce be rem e a interrogarem a si Illesmos e ao Illundo que

os rodeia, or,ientando seus interesses, suas aspiralioes, suas necessidades de

auto-afirllla9ao ou de seguran9a, aos Ihes propor objetivos, ideias ou formas

possiveis de participa9ao social.

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1.2. OBJETIVOS

1.2.1. GERAL

Identificar a rela<;:aodo Folclore com as Tribos Urbanas, como fala presente

entre os alunos das 5a Series do Ensino Publico de Curitiba.

1.2.2. ESPECiFICOS

Analisar 0 nivel do conhecimento dos alunos da 5a Serie sobre 0 lema

folclore.

Avaliar no aluno 0 que ele entende sobre 0 Folclore.

Identificar 0 significado de Tribos Urbanas.

Constatar 0 que leva os alunos a optarem pelos Tribos Urbanas

1.3 PROBLEMA

Qual a rela<;:aodo Folclore com as Tribos Urbanas, em rela<;:aoas 5a Series

do Ensino Publico de Curitiba.

II

2. REVISAO DE LlTERATURA

2.1 REFERENCIAL TEO RICO

Em 1965 0 Diario Oficial da Uniao, n°. 157, de 18 de agosto, publica 0

Decreto n°. 56.747 instituindo 0 dia do Folclore no Brasil.

o Presidente da RepLlblica, usando das atribui<;:6es que Ihe confere a

Constitui<;:ao e considerando:

a importancia crescente dos estudos e pesquisas do Folclore, em seus

aspectos antropologicos, social e artistico, inclusive, como fator legitimo para

maior conhecimento e mais amplo divulga<;:aoda cultura popular brasileira.

que a data de 22 de agosto, recordando 0 lan~'amento pela primeira vez,

em 1946, da palavra Folklore, e considerada a celebrar esse evento.

que 0 Governo deseja assegurar a mais ampla prote<;:aoas manifesta<;:6es

da cria<;:aopopular nao so estimulando sua investiga<;:ao e estuda-se a promo<;:6es

de iniciativa oficial ou privada, estimulando ainda, como ainda defendendo a

sobrevivencia dos seus folguedos e artes como elo valioso da continuidade

tradicional brasileira, Decreta.

- Artigo 1° Sera celebrado arwalmente, a 22 de agosto, em todo 0 territorio

nacional, 0 Dia do Folclore.

- Artigo 2° A campanha de Defesa do Folclore Brasileiro do Mec e a

Comissao Nacional do Folclore, Instituto Brasileiro de Educa<;:ao e Cultura

respectivas entidades estaduais, deverao comemorar 0 Dia do Folclore e

associarem, nos estabelecimentos do curso primario, medio e superior, as

celebra<;:6es que realcem a importancia do Folclore na forma<;:ao cultural do pais.

- Artigo 3° Revoga-se as disposi<;:6es em contra rio.

Brasilia, 17 de agosto de 1965, 114° da Independencia e 77° da Republica.

a) Humberto Castelo Branco

b) Flavio Suplicy de Lacerda

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Como se ve 0 folclore como expressao do povo faz parte de sua riqueza

cultural e assim esta inserido no patrimonio cultural. Como tal esta inserido em

nosso direito como um bem protegido, po is vejamos.

Diz 0 art. 215, de nossa Constituic;:ao Federal que: "0 Estado garantira a

todos os plenos exercicio dos direitos culturais e acesso as Fontes da cultura

nacional, e apoiara e incentivara a valorizac;:ao e a difusao das manifestac;:6es

culturais" .

Por sua vez 0 art. 216, reza que: "Constituem patrimonio cultural brasileiro

os bens materiais e imateriais, tomados individualmente ou em conjunto,

portadores de referencia a identidade, a ac;:ao,a memoria dos diferentes grupos

formadores da sociedade brasileira nos quais se inciuem":

I - as formas de expressao;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criac;:6es cientificas, artisticas e tecnologicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edificac;:6es e demais espac;:os

destin ados as manifestac;:6es artistico-culturais;

"V - os conjuntos lIrbanos e sitios de valor historico, paisagistico, artistico,

arqueologico, paleontologico, ecologico e cientifico".

Dessa forma, as manifestac;:6es folcloricas sao bens imateriais, que

comp6em 0 patrimonio cultural, e estao protegidos juridicamente pelo tex10

constitucional citado. Tratam-se assim de bens imateriais difusos de uso comum

do povo que podem e devem ser protegidos principalmente pela ac;:aocivil publica

(Lei 4.3/85).

A palavra folclore surgiu no dia 22 de agosto de 1846, em Londres, foi

criado pelo arqueologo ingles, William John Thoms que a propos a revista ' The

Atheneum, para designar os registros dos cantos, das narrativas, dos costumes e

usos dos tempos antigos. Thoms escolheu duas velhas raizes saxonicas: Folk,

que significa povo, e Lore, saber formando assim Folk-Lore, sabedoria do povo.

Com 0 decorrer do tempo, as duas palavras grafadas sem 0 hifen,

formando uma so, Folklore, como foi usada no Brasil, ate a reforma ortograFica

suprimiu a letra K, substituida, no caso, pela letra C, derivando a forma Folclore.

A palavra povo, que lIsamos a toda hora, precisa ser bem compreendida,

pois diversos sentidos, de que salientaremos os principais:

Povo e a genIe que, embora, de varias rac;:as,posslIi lim modo de vida

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comum e habita um mesmo territorio. Confunde-se com a ideia de na9ao. Assim

nos falamos do povo brasileiro, do povo frances au do povo alemao. Assim

dizemos que os deputados sao representantes do povo. Povo pode ser tambem

uma aglomera9ao de gente, quando se diz que havia muito povo numa Festa ou

numa manifesta9ao.

E, por fim, povo e a gente que pertence as camadas menos favorecidas,

economica, social e culturalmente, da sociedade, por exemplo, quando se diz que

o povo fala errado. Neste Ciltimo sentido, e que entendemos povo (em ingles folk)

na conceP9ao do folc1ore, a sabedoria do povo.

E a expressao se usa tambem para indicar os grupos em estado mais

simples e natural, de vida rudimentar. Os nossos indios, Poe exemplo. Tambem

estes nos interessam, pois muitos autores os fazem portadores de Folclore.

Esta e se desenvolve entre 0 povo e nas socieciades natura is, como entre

indios, esquimos, pigmeus, aborigines. Mas nao permanece nesses meios, so be

tambem. A sociedade infiui nas camadas eruditas e ainda se projeta como

inspira9ao, nas letras e nas artes.

Como influencia do Folclore nas camadas eruditas, podemos citar, dentre

outras manifesta90es, as supersti((oes(pessoais ou de classes, como as dos

jogadores - futebol e de carta - motoristas, aviadores, etc.), ora praticadas

publicamente, ora me reserva. Entre as que nao impoem qualquer pejo ao

portador, destacamos 0 horror ao nLlmero 13, as sex\as feiras, ao gato preto, a

coruja, 0 bater em madeira quando nomeadas certas pessoas que acredita deem

azar, Fizer figa contra mau olhado, entrar com 0 pe direito na sala de aula em dia

de exame, em aviao, etc. Afora as supersti((oes, que sao incontaveis, vicejam

francamente na sociedade praticas religiosas de cunho fetichista (homenagens a

lemanja, doces de Sao Cosme e Damiao e uso intensive de talismas e amuletos).

Segundo Cascudo (2000), "Como as arvores protegem 0 solo, a tradi((ao

protege a alma do povo, evitando que as reservas do passado se dissolvam ao

em bate das transforma((oes cotidianas da existencia, sendo assim, a

aproveitamento do Folclore na educa((ao apresenta-se como problema capital".

Essa e a oportunidade de oferecermos as crian((as a reflexao de valores

morais e eticos. E ainda possibilitar 0 desenvolvimento do pensamento critico.

Nossa preocupa((ao basica consiste em resgatar manifesta((oes de sabedoria do

nosso povo, que podem estar caindo no esquecimento.

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Como fonte inspiradora, tem 0 Folciore vivificado obras literarias e

artisticas. 0 movimento da revalorizac;ao da cultura popular teve inicio no comec;o

do seculo passado, com 0 romantismo, e, assim, velhos temas musicais

motivaram sinfonias e concertos, e as est6rias, ou usos e costumes, incorporados

a romances e ensaios. Alem do emprego desses contos e melodias na literatura e

na musica, os estudiosos pesquisaram as suas raiZ(~s, os caminhos e meios de

transmissao, chegando, por vezes, a marcar como seus antepassados rac;as

muito antigas e ja hoje extintas.

No Brasil, 0 aproveitamento do Folclore comec;ou no seculo passado em

obras de Jose de Alencar e Gonc;alves Dias, na musica de Alexandre Levy e

Alberto Napomuceno, que brilhantes nomes do seculo xx iriam continuar.

Tambem as artes plasticas, 0 teatro e cinema se voltam para essa beleza

inesgotavel.

2.2 Caracteristicas proprias:

A primeira e 0 anonimato, isto e, nao tem autor conhecido. Naturalmente

tudo tem um autor, foi feito por alguem, pela primeira vez, mas 0 nome desse

alguem, desse autor, se perdeu atraves dos tempos, despersonalizando-se,

assim, a autoria. A est6ria de Dona Baratinha que se considerou muito rica ao

encontrar um vintem e, por isso, saiu a procura de quem com ela desejasse

casarem-se nos aparece, pelos seus elementos, essencialmente brasileira, pois 0

noivo e 0 nosso conhecido Joao Ratao, que no dia do casorio, por gula, morre

num caldeirao que continha nossa feijoada. Mas ja havia sido registrada em uma

colec;ao de estorias da india, ha quase dois mil anos. Quem foi esse autor?

Ninguem sabe. E quem inventou os brinquedos de roda com suas cantigas, as

danc;as, as adivinhas, as trovas, os ditados? Quem disse, pela primeira vez: quem

quer vai quem nao quer nao manda?

A segunda caracteristica e aceitac;ao coletiva, e aceitac;ao do fato pelo

povo e e essa aceitac;ao que despersonaliza 0 autor. 0 povo, aceitando 0 fato,

toma-o para si, considerando-o como seu, e 0 modifica e 0 transforma, dando

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origem a inumeras variantes. Assim, uma estoria e contada de varias maneiras,

uma cantiga tem trechos diferentes na melodia, os acontecimentos sao alterados

e 0 proprio povo diz: Quem conta um conto acrescenta um ponto. A mesma coisa

acontece com as danyas, os teatros, a tecnica. Tudo pode ser modifica, porque 0

povo danya, mas suas danyas nao tem regulamento, nao sao codificadas, tanto

pode ser rica e colorida como simples e dar tres voltas como apenas uma, a

indumentaria tanto pode ser rica e colorida como simples e ingenua. Ha, contudo,

certa estrutura que determina aquela danya aquela estoria, aquela indumentaria,

aquela ceramica e as modificayoes nao invalidam 0 modelo.

A terceira caracteristica e a transmissao oral, isto e, a que se faz de boca

em boca, pois os antigos nao dispunham de outros meios de comunicayao. Nao

havia imprensa, nao havia, portanto, nem livros, nem jornais, todos os

conhecimentos erarn transmitidos oralmente. Essa forma de transmissao, a oral,

ainda persiste em meios primitiv~s e no interior de nosso pais, nos povoados

distantes, nas vilazinhas esquecidas, nos bairros longinquos. So se aprende,

nesses circunstancias, por ouvir dizer e, no que se refere a tecnica, feitura de

aparelhos rudimentares, de rendas, de tranyados, se aprende tambem por

imitayao, dispensado, muitas vezes, 0 erisinamento oral.

Na transmissao oral vive toda a historia daquele grupo, daquele povo, e,

em qualquer das modalidades particulares (Iendas, contos com preceitos morais e

normas de procedimento, narrativas imaginosas sobre a natureza e 0

sobrenatural, cantos, proverbios, parlendas, adivinhas, brinquedos, poesia, etc.)

em conexao com 0 objetivo, facilita a apreensao e a conservayao. A aquisiyao do

conhecimento da a cad a qual a possibilidade de difundi-Io, de propaga-Io,

cabendo, evidentemente, aos bem dotados, a responsabilidade maior nas

cantorias, nas danyas tecnicas, que se fixem pela pratica freqOente, comunicayao

do exemplo e imitayao espontanea.

A quarta caracteristica e a tradicional idade, nao no sentido de um

tradicional acabado, perimido, coisa passada, sem vida, mas de uma forya de

coesao interna que define 0 modele do conglomerado, da religiao, do povo, e Ihe

da uma unidade. Sem se poder valer de outros expedientes, como professores,

escolas, imprensa, as pessoas do povo se valem da tradiyao, veiculada pela

transmissao oral, a fim de resolver suas situayoes, buscando na liyao vinda do

passado 0 que precisam saber no presente, ja que suas possibilidades as

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enderec;;am mais. A sabedoria constituida que a incentiva. A lradic;;ao, que e a

modo vivo e atual pelo qual se lransmitem as conhecimentos, nao ensinados na

escola, rege uma atitude ante qualquer agente que exija definic;;ao de

comportamento.

Essa forc;;a,que age no sentido de garantir a permanencia dos valores de

uma cultura, nao segue seu destino nem se cumpre sua missao sem lulas e

empecilhos. Elementos de outras culturas a submetem a pressao, e isto provem

de ser absolutamente fechado a campo da cultura, antes, e um campo aberto

onde se agitam as influencias do proprio meio e as externas. Somente a inercia

podera retardar essas modificac;;6es, mas a cultura viva e dinamica, e sofre

evidentemente, impacto ern todos os setores.

A quinta caracteristica e a funcionalidade. Tudo ~uanto 0 povo faz tem uma

razao, um destino, uma func;;ao. 0 povo nada realiza sem motivo, sem

detenminante estritamente ligada a um comportamento, a uma norma psico-

religioso-sociall, cujas origens talvez se perdessem nos tempos. As danc;;as, par

exemplo, nao e apenas uma repetic;;aode gestos com feic;;aoharmoniosa.

Inicialmente teria tido um destino, seja decorrente de rito religioso, seja de

cerim6nia do grupo, e, assim, deve ser vista como pane de um todo, da cultura do

povo, e uma expressao a ser analisada como integrante de um contexto.

Todos os povos, desde os mais poderosos aos mais humildes, possuem

sua Ciencia, sua Arte, sua Literatura, sua Religiao. Os elementos humanos, de

qualquer sociedade, tem ideias e doutrinas elementares sobre as coisas. Todos

as homens, mesmo inconscientemente, possuem uma alma coleliva, na qual se

misturam superstic;;6es, crendices, formas elementares de Arte e Ciencia.

Em toda sociedade exalta-se a medico e suas mesinhas; a juiz e suas

sentenc;;as; a engenheiro e sua mecanica 'rudimentar; a padre e seus milagres.

Esses intelectualismos incultos, formados de pensamentos elementares, de

emoc;;6ese de certa inteligencia e que constitui a alma popular. E estas crenc;;as,

tradic;;6es,superstic;;6es, estorias, proverbios, literatura popular, tudo recolhido pela

tradic;;aooral, e que consiste 0 Folciore.

Fato folciorico e aquele adquirido informalmente, atraves da tradic;;ao

popular, sendo pressuposta sua aceitac;;aocoletiva no meio onde circula. Para se

caracterizar um fato folclorico, verdadeiramente, tem-se que atender a certas

caracteristicas, que sao:

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- Anonimato: Isto e, na~ ter autores determin2dos, ficando este, perdido

atraves do tempo, despersonalizando-se.

- Aceitayao coletiva: adoyao geral do fato pelo povo, que 0 toma para si,

considerando-o como seu, modificando-o, criando novas variantes.

- Transmissao oral: a propagayao e feita de boca em boca. 0 fato se

transfere para a esfera do ouvi dizer, quando se trata de uma ideia ou ponto de

vista, ou pela imitayao, quando se trata de algo manufaturado.

- Tradicionalidade: e 0 que caracteriza a sabedoria constituida atraves da

qual, os fatos vaG passando de gerayao em gerayao. E isto que garante a

permanencia e sobrevivencia dos valores de uma cultura.

- Funcionalidade: e a razao, 0 motivo, a determinante que caracteriza 0

aparecimento do fato.

Como fato de cultura, nele ocorre mudanyas, por isto, e dinamico,

enquanto funcional. Estas mudanyas operam-se atraves da invenyao de novos

instrumentos e tecnicas em prol da melhoria de qualidade de vida do povo.

2.3Valor educacional do folclore e sua contribuiyao

o Folclore fertiliza 0 sentimento civico, dirige a instruyao, oferece

perspectiva ao pensamento criador e sua emoyao, inspira feitos generosos,

ensinam, com os exemplos e suas.lendas, tradiyoes, fabulas, liga com firmeza, 0

passado e 0 presente, estimula 0 cultivo das artes e das ciencias e um incentivo

permanente e patriotico, por isso tem um objetivo didatico na consciencia popular

e significado na cultura geral. Trem carater funcional que associa as atividades

concretas.

o folclore contribui fertilizando sentimentos de amor, fe, trabalho, amizade,

compreensao, responsabilidade e solidariedade humana.

Atraves do folclore, a crianya tem inumeras oportunidades de conhecer 0

mundo que as cerca.

o folclore ensina coisas, atraves das lendas, mitos, fabulas, musicas, que

muitas vezes passam despercebidas. Por ser uma tradiyao, conserva as imagens

antigas, ligando-as ao presente, tomando aquilo, que nem se lembra mais em

atual e pratico, em uma necessidade real.

18

Muitas vezes e uma fantasia que e criada, mas, mesmo assim, a imagem

boa e que fica. A mensagem positiva permite entender 0 povo, a terra e os

costumes.

o folclore estimula oferece os todos os pesquisador a oportunidade de

conhecer a cultura espontanea de determinada coletividade, a sua psicologia, 0

seu comportamento. As manifesta((oes dessa cultura nos vem atraves da

linguagem, da cria((ao, da expressao do povo.

Muitos jog os infantis fazem parte do folclore, que Cascudo (1979), definiu

como a: "cultura popular, tornada normativa pela tradi((ao". Os jogos populares,

ao lado dos acalantos, parlendas, adivinhas e cantigas de roda, estao reunidos

sob 0 titulo de "Folclore Infantil". Os jogos tradicionais, como amarelinha, 0

esconde-esconde, a queimada, a cabra-cega entre outros, sao encontrados, nas

diferentes regioes do mundo: Portugal, Espanha, Franc;;a,Italia e outros.

o que trouxeram os tres grupos elnicos que participaram da nossa

forma((ao populacional formou 0 nosso folclore. Foi 0 conjunto das diferenles

contribui((oes culturais de cada grupo, com as suas caracteristicas proprias, seu

maneirismo e necessidades de alimenta((ao e trabalho no contato com 0 meio

fisico e geografico que fez com que cada regiao Fosse adquirindo cores especiais.

o folclore une os povos na comunica((ao e expressao.

Historicamente, nosso folclore possui aculturac;;oes europeias, asiaticas,

african as, indigenas, norte-american as, judia e ciganas.

2.3.1 Portugueses

A eles devemos a lingua e suas formas de linguagem, de poesia e de

prosa,na poesia destacamos a trova ou quadrinha e na prosa os lengalengas ou

contos cumulativos, as historias de Trancoso, os mitos da Alamoa, Pisadera,

Porca dos sete leitOes, Cabra Cabriola, Cuca, Mula sem cabe((a e Lobisomem.

Na indumentaria 0 tamanco de pau, a roupa de couro do vaqueiro e a

carro((a, a capa de chuva de fibras de vegetais, usada pelo sertanejo goiano.

A com ida, os pratos de porco, a galinha de cabidela e 0 molho vinho d'alho

e muito de nossa doceria.

Na religiao, 0 Culto ao divino e Sao Gon((alo de Amarante.

Nas festas, as cavalhadas, touradas. Os gigantoes OUmascaras gigantes.

19

Na dan<;:a,a cana verde, ciranda, cimarrita, pezinho.

Na roda, a marchinha, viuvinha, etc ..

Na musica a viola, urn dos rnais importantes instrumentos musicais.

2.3.2 Espanhois

Larga contribui<;:ao no jeito de falar gaucho e na indumentaria.

Difusao do violao ou guitarra.

2.3.3 Italianos

Contribui<;:ao com muitos vocabulos. 0 gosto pelo vinho, pelo macarrao,

pizza, risoto, minestrone e brachola.

Mostram como construir a casa de tabua, pintado-a de varias cores. Jogos

de bocha e de palito de f6sforo. Instrumentos musicais como arcodeon, sanfona

ou gaita. A banda de musica que pode apresentar caracteristicas folcl6ricas.

2.3.4 Franceses

No carnaval temos os mascarados, a pintura de rosto com graxa, fuligem

ou farinha, as mascaras de cavalo e bois.

Na dan<;:abrasileira tern enorme importancia a quadrilha francesa que alem

de influenciar nossas dan<;:asdo cicio joanino, infiuenciou tambem outras dan<;:as.

Nas rodas temos la na ponte da vinha<;:a,girofle, girofia, Margarida esta no

castelo.

2.3.5 Alemaes

Na comida e na bebida difundiram 0 usa da batatinha, da salsicha, chopp e

cerveja.

A substitui<;:ao do burro a carro<;:apelo cavalo. Jogos como tiro ao alvo.

20

2.3.6 Ingleses

Contribuiram com 0 futebol, com a Iinguagem, literatura, superstiyoes e

crendices. Contribuiram tambem na manifestayao de tealro folclorico, conhecido

como fandango.

2.3.7 Poloneses

Foram os madeireiros do Parana, integrando a c'asa de tabua ao panorama

da regiao.

2.3.8 Arabes

Sao responsaveis por uma peya de indumentaria, 0 turbante, que se inclui

na veste da baiana.

o vermelho da indumenlaria dos participantes de cavalhadas, congadas e

pastoris se devem a eles. Comidas como Kibe e carne de espetinho.

2.3.9 Japoneses

Na com ida intraduziram 0 feijao de soja, 0 bralo de bambu e tambem

moslraram que a cobertura de uma casa pode ser feila com palha de arraz.

2.3.1.0 Judeus

Na indumentaria a mortalha nos cadaveres e larnbem a mortalha das

promessas.

21

2.3.1.1 Norte-Americanos

Na musica a introdu<;:aodo banjo.

2.3.1.2 Indigenas

Segundo (MELO, 2003) Os mitos de Anhanga (fantasma) de tatu, pirarucu,

tartaruga e ate cachorro: 0 caipora-homem coberto de pelos e montado em um

porco do mato que pede fumo para 0 seu cachimbo. Curupira-com os pes

voltados para tras. Boitata-cobra de fogo que se i1umina com os olhos que come

ou boi que solta fogo pela boca. Saci Perere: Matinta Pereira-Coruja que se

transforma em gente para brincar e ralhar com meninos vadios: Mapinguari-

gigante do mato de pelos negros, maos compridas, boca rasgada do nariz ao

estomago, com os pes em forma de cascos.

Acess6rios caseiros como rede, teares verticais, 0 jirau-estrado de varas

sobre forquilhas para 0 leito, guarda de utensilios domesticos e mantimentos,

mosquiteiro.

Na com ida e na bebida, a mandioca e seus produtos: pirao, tapioca, beiju,

farinha, refresco jacuba, milho cozido, canjica, pamonha, pipoca, farinha de milho,

guarana e mate.

Na ca<;:a, 0 la<;:o ou ju<;:ana para passarinhos, arapuca para aves, a

utiliza<;:aode armas como bodoque, usa de linha de tucun, 0 pu<;:a,na forma de

pequena rede atada a uma vara, 0 arpao, 0 arco, a f1echa, na pesca.

Na navega<;:ao0 usa de canoa. No nome de dan<;:ascomo 0 Caterete ou

Catira. Nos instrumentos musicais como f1autas, zumbidor.

2.3.1.3Africanos

Orixas ou santos, Oxalas, Xnago, Yansa, Oxum, Ogun, Ox6sse, Exu.

Instrumentos· musicais como atabaques, ClgOgO, chocalho afoche,

tambores, cuica, marimba, caxixi.

Mitos como Quibungo-cachorrao, Chibamba- assombra<;:ao que aparece

dan<;:andona sua indumentaria de folha de bananeira as Tutus- bichos pap6es de

crian<;:as (Tutu Maramba), 0 Zumbi.Danc;:as e jogos como capoeira, 0 jongo, 0

22

lundu, 0 samba e festas como congadas, Mor;:ambique, quilombo, maracatu,

maculele, nasceram no Brasil em consequencia de sua aculturar;:ao.

2.4 0 folclore infantil

Segundo BETTENCOURT (1953) 0 folclore infantil ajuda no

desenvolvimento das crianr;:as, em todas as suas areas, sendo elas:

-, Valor Fisico: melilora as funr;:6es organicas do corpo; ilumano

aperfeir;:oamento 0 sistema muscular e nervoso, proporcionando um crescimento

normal, atraves da danr;:a, dos brinquedos, das cirandas.

- Valor moral: as historias, musicas, lendas, fabulas, proverbios,

incentivam, 0 amor ao trabalilo, a responsabilidade, a disciplina.

- Valor mental: as historias, trovas, as adivinhar;:6es, os jogos e as danr;:as,

desenvolvem a atenr;:ao, a imaginar;:ao e a memoria.

- Valor Social: enquanto brincam de roda ou danr;:am, as pessoas estao

num estado de unificar;:ao social, caminhando juntas.

- Valor cultural: as tradir;:6es transmitem ideias, costumes de uma gerar;:ao

para outra.

- Valor recreativo: 0 Folclore oferece momentos de verdadeira recrear;:ao,

atendendo aos interesses infantis, juvenis e de adultos. Sua pratica pode inclusive

aliviar tens6es e fazer esquecer aborrecimentos.

- Valor Terapeutico: auxiliam a eliminar a tensao nervosa atraves das artes

plasticas, danr;:as, historias, musicas.

- Valor civico: a crianr;:a passa a conhecer e a compreender seus irmaos

brasileiros.

- Valor evangelico: atraves de lendas e historias poderemos explicar as

mensagens religiosas.

- Valor criativo: nos autos, nas artes plasticas, na dramatizar;:ao de

narrativas, na organizar;:ao de festas, 0 jovem buscara traduzir 0 seu estado de

alma.

23

2.4.1 Brinquedos de Contagem

As crianyas, para a escolha dos personagens principais dos jogos motores,

usam os brinquedos de contagem.

Ex: Uni, duni, te, boca de forno, pique, cao e gato, lenyo atras, amarelinha.

Para NEGRINE (1994), "Quando a crianya chega a escola, traz consigo

toda uma pre-historia, construida a partir de suas vivencias, grande parte delas

atraves da atividade ludica".

Podemos dizer que no brincar, tanto 0 adulto quanto a crianya estao

plenamente libertos para a criayao. E e atraves da criatividade, que 0 individuo

torna-se pleno e sincronizado com a vida, dando 0 valor a esta, percebendo suas

potencialidades, alem da importancia das lrocas inter individuais.

Atraves do jogo, a crianya consegue ter acesso a realidade social,

compreender como as regras sao necessarias e como elas sao conslruidas. Por

outro lado, exatamente por esse "entendimento" do social que vai sendo

construido, ela tem no jogo de regras um momenta proprio de elaborayao das

suas proprias regras.

Atraves dos gestos realizados pelas crianyas durante os jogos, se

expressam suas intenyoes, extensoes, contrayoes; todas as tensoes que se

coordenam e I ou se descoordenam-se tornarn visiveis e perceptiveis para 0

individuo, para 0 grupo e para 0 pr~fessor.

Cognitivamente, podemos evidenciar a importancia do brincar e do jogo,

como 0 desenvolvimento da operatividade, a elaborayao do pensamento logico. 0

ato de separar materia is segundo criterios estabelecidos, corno por exernplo, atextura, tamanho ou cor, propiciam as crianyas trabalharem brincando com a

classificayao e seriayao.

o brinquedo-sucata trata-se de um objeto const'ruido artesanalmente, com

diversos materiais. Surge da junyao destes diversos materiais diversificados e

uma vez extraidos do seu contexto original, lransforma-se.

Para KAMII (1999), "Os valores dos conteudos dos jog os em grupo devem

ser considerados em relayao ao estagio de desenvolvimento em que se encontra

a crianya, este estagio aqui se refere a rnaneira como a crianya obtem

conhecimento e raciocina".

24

Um bom jogo nao e aquele que necessariamente a crianya pode dominar

"corretamente". 0 importante e que a crianya possa jogar de maneira 16gica e

desafiadora para si mesma e seu grupo.

2.5 Algumas lendas e mitos do folclore brasileiro:

Boitala:

Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os anima is e

tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a

natureza. Acredita-se que este mito e de origem indigena e que seja um dos

primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitata em

cartas do padre jesuita Jose de Anchieta, em 1560. Na regiao nordeste, 0

boitata e conhecido como fogo que corre.

Boto

Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na regiao amazonica. Ele e

representado por um homem jovem, bonito e charmcso que encanta

mulheres em bailes e festas. Ap6s a conquista, leva as jovens para a beira

de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas

aguas do rio para transformar-se em um boto.

Curupira

Assim como 0 boitata, 0 curupira·tambem e um protetor das matas e dos

animais silvestres. Representado por um anao de cabelos compridos e com

os pes virados para tras. Persegue e mata todos que desrespeitam a

natureza. Quando alguem desaparece nas matas, muitos habitantes do

interior acreditam que e obra do curupira.

Lobisomem

Este mito aparece em varias regioes do mundo. Diz 0 mito que um homem

foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e nao morreu, porem

desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua

cheia. Nestas noites, 0 lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela

frente. Somente um tiro de bala de prata em seu corClyao seria capaz de

mata-Io.

Mae-D'agua

Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a

mae-d'agua : a sereia. Este personagem tem 0 corpo meta de de mulher e

metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e

leva-los para 0 fundo das aguas.

Corpo-seco

Eo uma especie de assombrayao que fica assustando as pessoas nas

estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e so pensava em

fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a propria mae. Apos

sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.

Pisadeira

Eo uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga

das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer

quando as pessoas vaG donnir de estomago mllito cheio.

Mula-sem-cabeya

Surgido na regiao interior, conta que lima mulher teve um romance com um

padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira e

transformada num animal quadrupede que galopa e salta sem parar,

enquanto solta fogo pelas narinas.

Mae-de-ouro

Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra

jazidas de ouro. Tambem aparece em alguns mitos como sendo uma mulher

luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de

uma mulher bonita que habita cavern as e apos atrair hornens casados, os

faz largar suas familias.

Saci-Perere

o sad e representado por um menino negro que tem apenas uma perna.

Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que Ihe da poderes

magicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora

espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.

25

26

2.6 Parlendas

Segundo (AZEVEDO, 2000) As Parlendas sao formas literarias tradicionais,

rimadas com carater infantil, de ritmo facil e de forma rapida. Nao sao cantadas e

sim declamadas em forma de texto, estabelecendo-se como base a acentuac;:ao

verbal. Sao versos de 5 ou 6 silabas recitadas para entender, acalmar, divertir as

crianc;:as, ou mesmo em brincadeiras para escolher quem inicia a brincadeira ou 0

jogo,ou mesmo aqueles que podem brincar.O motivo de uma Parlenda e apenas

o ritmo como ela se desenvolve, 0 texto verbal e uma serie de imagens

associadas e obedecendo apenas 0 senso ludico,ela pode ser destinada a fixac;:ao

de numeros ou ideias primarias, dias da semana,cores,dentre outros

assuntos. Veja alguns exemplos:

- Dedo Mindinho Seu vizinho, Maior de todos os Fura-bolos Cata-piolhos.

- Amanha e domingo, Pe de cachimbo, Galo monteiro, Pisou na areia.

Areia e fina.Que da no sino.O sino e de ouro.Que da no besouro.O besouro e de

prata.

Que da na barata.A barata e valente.Que da no tenente.O tenente e mofino.

Que da no menino.O menino e danado.Que da no Soldado.O Soldado e Valente.

Que da na gente ...

2.7 DITADOS E FRASES POPULARES

Segundo (NOVAES, 1966) Frases Populares, ou Expressoes Populares

Sao palavras, e frases que na sua grande maioria tem a func;:aocomparativa com

diversos assuntos, como anima is, modo de agir, modo de pensar. 0 que difere 0

Ditado da Frase popular e que este serve de alerta ao futuro, e nao apenas julga

na ocasiao do acontecimento como faz a frase.

Memoria de Elefante': 0 elefante lembra de tudo 0 que aprende, motivo por que e

uma das principais atrac;:oesdo circo. Por isso, dizem que as pessoas que

lembram de tudo (ate mesmo as magrinhas!) tem a memoria de elefante.

Dormir com as galinhas : A expressao significa deitar-se cedo, logo ao anoitecer,

27

como fazem as galinhas ..

Acordar com as galinhas : A expressao significa acordar cedo, como fazem as

galinhas.

Estomago de avestruz : Aquele que come qualquer coisa. 0 estomago do

avestruz e dotado de um poderoso suco gastrico que e capaz de dissolver ate

metais.

Lagrimas de crocodilo: E uma expressao bastante usada para se referir a choro

fingido. 0 crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressao contra 0 ceu da

boca, comprimindo as glandulas lacrimais. Assim, ele "c:hora" enquanto devora

uma vitima.

o canto do cisne: Sao as ultimas realizayoes de alguem. Antigamente dizia-se

que 0 cisne emitia um linda canto quando estava prestes a morrer.

Abrayo de tamandua : Sinonimo de traiyao ou deslealdade. 0 tamandua se deita

de barriga para cima e abre seus brayos. 0 inimigo, ao se aproximar, e

surpreendido por um forte abrayo, que 0 esmaga.

Olhos de lince: Os filhotes s6 abreni os olhos com dez dias de vida. Em

compensayao, quando crescem, os linces tem ullla visao apurada. Os povos mais

antigos acreditam que esses animais conseguiam enxergar atraves das paredes.

Ter olhos de lince significa enxergar longe.

Osso duro de roer : Coisa dificil de resolver

Dar n6 em pingo d'agua: Ser capaz de se sair de todas as dificuldades.

Remar contra a Mare ou Remar contra a Correnteza: Tentar fazer uma coisa e

tudo der errado.

Dar a mao a Palmatoria: aceitar que errou.

Pintar 0 7: fazer bagunc;:a.

Dar com os Burros n'agua: Fazer muito esforc;:o para conseguir algo e acabar

perdendo tudo de forma banal.

Colocar a Carroc;:a na frente dos Bois: Significa fazer alguma coisa da forma

err<lda.

Crianc;:a Traquina : Bulic;:osa; travessa.

Amigo da Onc;:a: Diz da pessoa,ou amigo,que e falsa.

Ficar Chupando dedo: Ficar somente com a vontade de fazer alguma coisa.

Cabec;:a Martelando: Quando a pessoa esta com muitos problemas, ou com dor

de cabec;:a.

Ditados : Servem de advertencia e as vezes apresenta um sentido construtivo.

Antes s6 do que mal acompanhado: antes a pessoa ficar sozinha do que

acompanhada de uma pessoa ruim.

Quem mistura-se com porcos ,farelo come. :Quem acompanha pessoa de indole

ruim,acaba se tomando igual a ela.

Cada macaco no seu galho: Cada pessoa no seu devido lugar .

De grao em grao,a galinha enche 0 papo: Aos poucos se consegue atingir um

objetivo.

Deus escreve certo por linhas tortas: Deus consegue estabelecer a verdade por

mais dificil que parec;:a ser.

28

29

Cavalo dado,nao se olha os dentes: um objeto dado nao se olha 0 valor.

Quem fala de mais, da bom dia a Cavalo: Algumas pessoas conversam tudo da

propria vida se arrependendo depois.

Um dia da caga,o outro e do cagador: Num dia as pessoas tem sorle,no outro

nao.

Quem casa, quer casa: A pessoa quando se casar, ela quer uma casa propria.

Quando um Burro fala, 0 outro murcha a orelha: quando uma pessoa fala a outra

se cala.

Uma Andorinha so ,nao faz Verao:Em cerlas ocasi5es uma pessoa sozinha nao

resolve 0 problema.

2.8 CANC;;:OES INFANTIL

o CRAVO BRIGOU COM A ROSA

o cravo brigou com a rosa

Debaixo de uma sacada;

o cravo saiu ferido

E a rosa despedagada.

o cravo ficou doente,

A rosa foi visitar;

o cravo teve um desmaio,

A rosa p6s-se a chorar.

A CANOA VIROU

3D

A canoa virou,

Por deixa-Ia virar,

Foi por causa dotal (nome de pessoa)

Que nao soube remar.

Se eu Fosse um peixinho

E soubesse nadar,

Tirava o(a) (nome da pessoa)

Do fundo do mar.

Como brincar: As crianyas giram na roda cantando a primeira quadra, na qual e

mencionado 0 nome de uma delas. Esta, deixando as maos das colegas, faz meia

volta, da-Ihes as maos e, de costas para 0 centro da roda, continua a caminhar.

Novamente e cantada a primeira quadra, sendo escolhida a crianya que estiver a

esquerda daquela que virou. Quando todas estiverem de costas para 0 centro da

roda, passa a ser cantada a quadra seguinte e, uma a uma, as crianyas voltam a

posi<;:aoinicial.

2.9 0 FENOMEN'O DAS TRIBOS URBANAS

Segundo Bakker (2003), ja se foi 0 tempo do roqueiro que s6 se vestia de

preto e do g6tico que nao ouvia reggae. As tribos urbanas ainda estao ai, mas os

jovens transitam sem problemas entre elas. "Eo como se surfassem umas nas

outras", diz a psic610ga e pesquisadora de moda Cristiane Mesquita. "Eles se

apropriam de elementos esteticos de algumas tribos, mas sao raros os que

seguem seus c6digos a fundo." Uma tribo urbana e uma especie de pacote de

gosto musical, idolos, roupas e acess6rios. Eo uma forma de sinalizar aos outros

os que se e - ou nao e nada disso. Pode ser simplesmente a expressao sem

compromisso da preferencia momentiinea por uma moda ou por um artista pop.

Quando saem para a balada, muitos jovens se vestem de acordo com a ocasiao.

A roqueira que usa roupa de couro durante seis dias da semana pode renascer

31

clubber para uma Festaa car<3terno sabado

A nova ordem da pos-modernidade e carac!erizada pelas mudanvas culturais e

socias, resultantes do triunfo do capitalismo sobre 0 socialismo real e do declinio

de um individualismo hegemonico da modernidade fundada na maxima da razao

enos principios iluministas. Essa reconstituivao social alterou suas praticas e a

passar por diferentes experiencias socias e mudarwas comportamentais.

Considerando essas questoes, os objetivos principais deste trabalho sao de

explicar 0 fenomeno das tribos urbanas e realizar urn" analise comparativa das

conseqOencias comportamentais dos atores socias, pertencentes a estas tribos,

com a Teoria do Inconsciente apresentada por Sigmund Freud, no final do seculo

XIX. Essa comparavao e necessaria porque se percebe que os sujeitos

conternporaneos fazem parte de uma sociedade definida por urn inconsciente

coletivo governante, encamado atraves do poder da midia da sociedade de

consumo, pela etica da estetica corporal e pela autonomia da identificavao com 0

outro apenas por meio de suas atitudes. Entre os principais autores utilizados

podem citar-se Michael Maffesolli, Mike Featherstone, Alain Touraine, Anthony

Giddens e Sigmund Freud. A pesquisa demonstra que 0 sujeito contemporaneo e

movido pela condivao de desamparo e, para garantir uma sobrevivencia social

busca a participavao ern uma tribo, abdicando de seu proprio ego em prol do ego

de um grupo, caracterizando 0 fenomeno do tribalismo pos-moderno. Notando-se

uma necessidade de compartilhar emovoes e fantasias. Desta forma, conclui-se,

que as mudanvas que ocorrem na subjetividade dos individuos pos-moderno sao

em funvao da redefinivao dos papeis das instituivoes pos -modernos sao em

func;:aoda redefinic;:aodos papeis das instituic;:oesfamiliares.

Portanto as tribos exercem um papel cultural na sociedade, formando uma

cultura jovem, onde esses jovens andam por toda a cidade e se apropriam dela

para deixar uma marca. As tribos abordadas nesse projeto sao as seguintes:

Torcedores de futebol: A maior parte e mais influente das tribos, na

verdade um amontoado de cia, e na qual vez por outra estoura um conflito, as

vezes ate com mortes. Seus membros ostentam 0 simbolo de seu cia com

orgulho, e adoram exibir-se berrando ou agitando bandeiras. Eo conhecida pela

lealdade de suas fileiras, a dedicac;:aoe ate devoc;:aopelos dirigentes de cada cia,

que periodicamente confrontam-se em grandes templos gramados. 0 seu simbolo

comum e uma boa bola de futebol, mas cada cia tem sua mascote.

32

Pagodeiros: A tribo da malandragem, da roda no bar, da cervejinha e do

cavaco. Talvez tao numerosa quanto a primeira, costuma concentrar-se nas

esquinas, em botecos. Adoram musica, embora outros povos nao admirem muito

essa expressao cultural. Seus trajes normalmente sao oculos escuros, correntes

de ouro e roupas despojadas e informais.

Skatistas: Seu territorio sao pra!(as e ruas, assim como corrimaos e

rampas. Vivem andando com suas montarias, os skates, seja debaixo do pe ou do

bra!(o, e com elas tentam fazer manobras em todos os lugares. Vestem -se com

camisetas folgadas, bermudas largas e caidas, e tambem gostam de bones, de

prefen'lncia cheios de enfeites, virados para tras. Atendem por manos.

Surfistas: Costumam ser loiro de cabelo comprido, morenos e sarados,

embora nao seja regra. A maior parte das pessoas que usam camisetas ostentam

simbolos e valores de surfistas, embora nao 0 sejam, sabe-se la por que.

Surfistas normalmente andam somente com shorts, sem camisetas, ou roupas de

banho, e adoram tatuagens tribais de hena e pulseiras e cola res artesanais. Seu

grito de guerra, de sauda!(ao e de despedida e:"lssa".

Punks e Roqueiros: Essas duas tribos sao muito parecidas entre si, as

vezes e impossivel diferencia-Ias. Os punks gostam de camisetas de bandas,

como os metaleiros, mas tambem gostam de roupas estrac;:alhadas, mochilas

maltratadas e cheias de enfeites tambem estra!(alhadas, ou de naturezas mais

ingenuas. Os punks gostam de correntes, cabelos moicanos ou pintados,

coturnos. 0 mesmo vale para a maioria dos roqueiros, com a diferen!(a de que

estes poem roupas bem cuidadas e preferem AIiStar a botas militares, e nao

costumam cortar os cabelos de maneira tao exotica quanto os punks. Ambas as

tribos adoram bater cabe!(as, shows e ouvir musica alto. Os punks tambem

tendem ao vandalismo e a atua!(aO politica, principalmente em manifesta!(oes anti

EUA.

Sendo assim, observa-se que 0 nosso munclo vive sob 0 signo das

comunica!(oes, com uma renOVa!(aOem todos os aspectos seja ele social politico

ou cultural.

JJ

3 . METODOlOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Para desenvolver este trabalho, optou-se por uma combina<;:ao de pesquisa

bibliografica e de campo, utilizando-se de tecnicas de pesquisas descritiva.

Segundo (SANTOS, 2002) pesquisas descritivas constituem-se num

levantamento das caracteristicas conhecidas, componentes do

fato/fenomeno/processo que e 0 objeto de estudo.

3.2 POPUlA<;:AO

A Popula<;:aoconstitui da diretora e alunos do Ensino Fundamental, (sa Serie) Da

Escola Omar Sabag.

3.3 AMOSTRA

Para desenvolver este projeto trabalhamos com 1 diretora e 25 alunos de 5a

Serie,atraves de um questionario com perguntas basicas sobre 0 assunto.

3.4 INSTRUMENTOS

Foi utilizado 0 metodo dialetico e questionarios onde r6colhemos os questionarios

para analise.

3.5 COlETAS DE DADOS

Debatemos 0 assunto em sala de aula, ap6s houve trocas de experiencias e

passamos um questionario pertinente ao assunto.

3.6 CONTROlE DE VARIAVEIS

Serie escola, publico e sexo.

3.7 LlMITA<;:6ES

Nem todos os alunos que receberam 0 questionario 0 entregaram com as devidas

respostas.

34

4. APRESENTA<:,:Ao E DISCUssAo DE RESULTADOS

4.1 QUADRO 1-Respostas para as questoes 1,2 e 3 do questionario

Em relayao as questoes (1) Para voce, 0 que e Folclore? (2)P ara voce, 0

que e uma Tribo Urbana? (3) Voce faz parte, ou se identifica com alguma Tribo

TOTAL Respollderam: NiiOPERGUNTA DE LENDASIESTORIAS FESTAS IMPORTANTE IMPORTANTE TOTALALUNOS INVENTADAS

i (11 Para voce, 0 Que e Folclore?Resposlas

25 15 5 2 3 25PERGUNTA ALUNOS Niio SOUBERAM SABEM INDIOS TOTAL

(2)P ara voce, 0 nue e uma Tribe Urbana?Resposlas

25 7 17 1 25PERGUNTA ALUNOS NiiO FAZEM FAZEM TOTAL

(3) Voce faz parte. ou se identifica corn algurna Tribo ResposlasUrbana? 25 18 7 25

Urbana?

(Quadro 1) , as respostas revelaram que os alunos da sa Serie do Ensino

Fundamental,nao possuem muito conhecimento em relayao ao tema

Folclore,eles nao veem como a sabedoria do povo, ou cultura que vem sendo

trazida ja de gerayoes passadas, pelo contra rio resumem apenas como lendas e

estorias inventadas e uma porcentagem menor como festas. Apenas 2 alunos dos

que passamos 0 questionaram deram a verdadeira definiyao do tema e acham

importante 0 seu estudo e manter vivo nas gerayoes atuais. E 0 mesmo nao

aconteceu com a pergunta sobre asTribos Urbanas a maioria responderam

corretamente, houve um indice baixo de erros.Todos os alunos se enquadraram

em alguma Tribo.

35

QUADRO 2-Respostas para as quest6es 4,5 e 6 do questionario

TOTAL

IDE HIP

PERGUNTA (4) ALUNOS ROQUEIROS OUTROS FUTEBOL HOP TOTAL

Oas Tribos Urbanas abaixo, qual delas voc~ mais

Ise identifica, au !2:articipa? 25 1 7 8 9 I~PERGUNTA (5) ALUNOS INFLUENCIA AFINIDADE N SABEM TOTAL

o que te influenciou a se enquadrar nesta Tribe?25 6 10 9 25

NPERGUNTA (6) ALUNOS RESPONDERAM SIM NAO I TOTAL

A falta de dil/ulga930 do Folclore e toda a suaCultura leva ram voc~ a optar par Qutros temas,CQmo por exemplo. Tribos Urbanas? 25 5 9 11 25

(4) Das Tribos Urbanas abaixo, qual delas voce mais se identifica, ou

participa?

Punks, Pagodeiros,Clubbers, Surfistas , Skatistas, Torcedores de Futebol,

Roqueiros ,Hip Hop, e Outros. (5)0 que te influenciou a se enquadrar nesta

Tribo? (6)A falta de divulga<;:aodo Folclore e toda a sua Cultura levaram voce a

optar por outros temas, como par exemplo, Tribos Urbanas?

Nesta questao houve, como· ja esperado, uma maior inclusao dos alunos

como torcedores de futebol, e Hip Hop, , em rela<;:aoa pergunta 5 a afinidade, ou

identidade levaram os alunos a optarem por estas Tribos.E finalizando na questao

6 houve um misto nas respostas, porem a maioria acham que a falta da

divulga<;:ao do nosso folclore e sua cultura nao tem influencia sobre as suas

identidades nas Tribos Urbanas.

E muitos nao responderam, ficaram em duvida em rela<;:aoa pergunta a eles

passado.

36

4.2 Questionario para diretora

A Diretora entrevistada respondeu que 0 tema folclore nao e trabalhado

nas aulas desta escola, a nao ser na data comemorativa do folclore, ou

semanas em que a escola inteira comemora.Atraves da semana cultural,

projetos culturais onde os alunos pesquisam sobre 0 tema para trabalhos ,

formam-se uma consciencia cultural.Na pergunta (5) Na sua opiniao a falta de

incentive a vivencia a diversas praticas culturais no cotidiano do aluno, leva a

participarem ou a se influenciarem por alguma tribo urbana? Ela respondeu

que isso depende muito do aluno, e suas origens familiares, convivencias, sao

varios os fatores que levam 0 aluno a optar pelas tribos, ou nao.

Pergunta Respostas Da Diretora(1) 0 tema folclore esta sendotrabalhado em sua escola? Nao(2)A escola desenvolve algum projetoque promova 0 folclore? 8im(3) 8e desenvolver, ha constata<;:aodaforma<;:aode uma consciencia culturalnos alunos? 8im

Atraves da semana cultural, projetosculturais onde os alunos pesquisam sobre 0

(4)De que forma e possivel constatar tema para trabalhos formam-se umaisso? consciencia cultural.(5) Na sua opiniao a falta de incentivo avivencia a diversas praticas culturais nocotidiano do aluno, leva a participaremou a se influenciarem por alguma tribourbana? Depende

respondeu que isso depende muito do aluno,suas origens familiares,e convivencias, sao

(6)8e a resposta for sim comente?varios os fatores que levam 0 aluno a optarpelas tribos, ou nao.

37

4.3 GRAFICO 10 OBJETIVO ESPECIFICO: NIVEL DO CONHECIMENTO SOBRE

o TEMA FOLCLORE

Nao AssirnilaramConhecem apenas Assimilaram

ALUNOS Conhecem 0 como lendas como festas TOTAL0 significado e fabulassignificado dodo folclore Folclore

25 2 3 15 5 25

Este gr8fico mostra 0 nivel em porcentagem do conhecimento dos alunos

da 5a serie sobre 0 tema Folclore.Em azul mostra que 60% dos alunos

assimilaram 0 tema com lendas e fabulas,20% dos alunos assimilaram com

festas.

o Conhecem0 significadodofolclore

o NaoConhecem0 significadodo Folclore

70%

II assirrilaramapenascomolendase fabulas

60%

50%

40%

30%

20%

0% D o assirrilaramcOlm festas

10%

E 11% deles nao conhecem 0 significado do folclore, em verde apenas 8%

conhecem 0 que e Folclore Brasileiro.

38

4.4 GRAFICO 2° OBJETIVO ESPECIFICO: NIVEL DO CONHECIMENTO SOBRE

o TEMA TRIBOS URBANAS

ALUNOS Assimilaram como TOTALTribo de indios

Conhecem 0 Nao Conhecem 0

significado Das significado dasTribos Urbanas Tribos Urbanas

25 68% 28% 4% 100%

Este grafico mostra 0 nivel em porcentagem do conhecimento dos alunos

da 5a serie sobre 0 tema Tribos Urbanas, 68 % dos alunos acertaram a defini<;:ao

de Tribos Urbanas, 28% Nao souberam responder porem se enquadraram em

grupos das Tribos, e leve ate quem respondesse que Tribo Urbana sao lribos de

indios.

0%

Io Conhecem0 significadoDas II

TribosUrbanas II!] NaoConhecem0 significado Idas TnbosUrbanas !

I!

80%

,_ assirnlaramapenascomoTribode Indios

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10% --

39

5. CONCLUsAo E SUGESTOES

De acordo com 0 objetivo geral, que era identificar se 0 desconhecimento

do folclore como atividade leva os alunos optarem pelas tribos urbanas, 0 trabalho

permitiu concluir que a falta do conhecimento do folclore como sin6nimo da

sabedoria popular brasileira e cultural,fez com que os jovens buscassem nas

tribos urbanas a sua historia, e fazer sua propria cultura.

Entre os alunos da 5° serie do ensino publico de Curitiba apenas 8% dos

que responderam 0 questionario acham importanle 0 esludo do folclore, e mesmo

assim estes se enquadraram nas tribos urbanas que esta crescendo muito a do

Hip Hop.Em rela9ao ao objetivo especifico- Analisar 0 nivel dos alunos sobre 0

tema folclore as respostas mostraram que 0 real sentido do folclore, nao e

conhecido, os alunos sabem apenas 0 que Ihes sao passado de uma forma

mastigada pelos professores.

Em analogia ao segundo objetivo especifico-Identificar 0 significado das

tribos urbanas - As respostas mostraram que como 0 folclore, eles nao possuem

muito conhecimento deste fen6meno, entre as respostas tiveram acertos e erros,

e tambem a compara9ao das tribos urbanas com tribos de indios.

Em rela9ao ao 3° objetivo especifico- Constatar 0 que levam os alunos a

optarem pelas Tribos Urbanas, a maior parte responderam que atraves de

influencia de pais e amigos, se vestem ou andam caracterizados como roqueiros

por exemplo.

A medida que 0 trabalho foi sendo executado, tornou-se evidente a falta de

conhecimento da cultura brasileira em rela9ao aos nossos jovens,e cada dia que

passa sua cultura fica mais americanizada.

40

6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

AZEVEDO, R. Armazem do Folclore. Sao Paulo: Atica, 2000.

BAKKER, M. 0 jeito de cada tribo. Revista Veja Edi9ao Especial de Julho 2003.

BETTENCOURT, G. 0 Folclore no Brasil. Salvador: Livraria Progresso, 1953.

CASCUDO, L. C. Lendas Brasileiras Sao Paulo: EdiDUro, 2000.

HORTA, C. F. M. M. 0 grande do Folclore. Bela Horizonte: Leitura, 2004.

KAMII, C. A crianl(a e 0 numero. 26. ed. Sao Paulo: Papirus, 1999.

LANE, S. T. M. 0 que e psicologia social. Sao Paulo: Brasiliense, 1983.

Lei 4.3/85

MELO, V .. Folclore infantil. Vol. 20. Bela Horizonte: PINTO, Ci9a Alves. Livro

dos proverbios, ditados, ditos populares e anexins. 4" ed. Sao Paulo: Editora

Senac, 2003.

NEGRINE, A. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Prodil,

1994.

NOVAES, N. C. 0 ensino da literatura 1966 Sao Paulo

SANTOS, A.R. Metodologia Cientifica - a construl(ao do conhecimento.

Quinta Edi9ao. DP&A Editora, 2002-168p.

ANEXOS

APENDICE - QUESTIONARIO AI'L1CADO AOS ALUNOS

1- Para voce, 0 que e Folclore?

2- Para voce, 0 que e uma Tribo Urbana?

3- Voce faz palte, ou se identifica com alguma Tribo Urbana?

4- Das Tribos Urbanas abaixo, qual delas voce mais se identifica, ou

participa?Punks, Pagodeiros, Clubbers, Surfislas , Skatistas, Torcedores

de Futebol, Roqueiros ,Hip Hop, e Qutros.

5- Q que te influenciou a se enquadrar nesla Tribo?

6- A falla de divulga<;ao do Folclore e loda a sua Cullura leva ram voce a

optar por outros temas, como por exemplo, Tribos Urbanas?

APENDICE - QUESTIONARIO APLICADO A DIRETOIU\

1- 0 tema folclore esta sendo trabalhado em sua escola?

2- A escola desenvolve algum projeto que promova 0 folclore?

3- Se desenvolver, hi! constatavao da formavao de uma consciE'mcia cultural eDe que forma e possivel constatar isso?

5- Na sua opiniao a falta de incentivo a vivencia a diversas praticas culluraisno cotidiano do aluno, leva a participarem ou a se influenciarem por algumatribo urbana?

6-Se a resposta for sim comente?

APENDICE 1 - 'vALlDA<;Ao DLJINSTRUMEN-IO

UnivcJrsidade Tuiuti uo Parana

Faculdades de Ciencias Biologicas e da Saude

Curso de Educ. ;;ao Fisica

Solicito a V. S. a a valida('ao deste instrun,ento que sera !lor meio desta

entrevista, do TCe, cujo tema e Folciore: Das Tradir;:oes ao Fenomeno Das

Tribos Urbanas , apresenlado como objelivo gera, idenlificar diferenles

cultu, dS, levando 0 /dLino a valorizai ~ua propria His vi'ia, Costume, uenr;:as e

Tradi<;:oes nas Aulas de Educa<;:ao Fisica.

Agrade<;:o antec,Jadamenle.

Prof8ssor(a):

CC9CJC(Observa<;:oes:

Co b Si ole )-(," c-.:)"7s? hie") 'vo 2/d(\

"-pOP C(VC'{I/C()~

/J) S)h -SC \-

7

Sugestoes:

Curitiba, /b de /t/(JI-~)r) In-r}de 2005.--l

.~

APENDICE 1 - VALlDA<;.ii.O DO INSTRUMENTO

Universidade Tuiuti do Parana

Faculdades de Ciencias Biologicas e da Saude

Curso de EducalYao Fisica

Solicito a V S a a validalYao deste instrurnenlo que sera por rneio desta

entrevista, do TCe, cujo terna e Folclore: Das TradilYoes ao Fenorneno Das

Tribos Urbanas , apresentado corno objetivo gera, identificar diferentes

culturas, levando 0 Aluno a valorizar sua propria Historia, Costurne, CrenlYas e

TradilYoes nas Aulas de EducalYao Fisica.

Agradec;:o antecipadarnente

ObservalYoes:

/i;> u~.s<-;(,(//<,;"J

Sugestoes: