flávio felix ferreira. análise da gestão de resíduos sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3...

110
Universidade de Pernambuco Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco FCAP Mestrado em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável. Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes na Região Metropolitana do Recife: Uma perspectiva Empreendedora. Recife 2015

Upload: others

Post on 01-Sep-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

Universidade de Pernambuco

Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco – FCAP

Mestrado em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável.

Flávio Felix Ferreira.

Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados

Independentes na Região Metropolitana do Recife:

Uma perspectiva Empreendedora.

Recife

2015

Page 2: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

2

Flávio Felix Ferreira.

Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados

Independentes na Região Metropolitana do Recife:

Uma perspectiva Empreendedora.

Dissertação apresentada ao Programa de

Mestrado Profissional em Gestão do

Desenvolvimento Local Sustentável da

Faculdade de Ciências da Administração de

Pernambuco-FCAP/UPE, como requisito para

obtenção do grau de Mestre.

Orientador: Profº Drº Múcio Luiz Banja Fernandes

Recife

2015

Page 3: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

3

Flávio Felix Ferreira.

Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados

Independentes na Região Metropolitana do Recife:

Uma perspectiva Empreendedora.

DEFESA PÚBLICA em:

Recife, 12 de março 2015.

BANCA EXAMINADORA

1º. Examinador: Profº Drº Emanuel Ferreira Leite.

______________________________________________

2º Examinador: Profº Drº Fábio José de Araújo Pedrosa

_________________________________________________

3º. Examinador: Profª Drº Julierme Gomes Correia de Oliveira

__________________________________________________

Page 4: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

4

À minha amada esposa Sílvia Felix, pelo

amor sempre presente, em todos os

momentos, por tantas orientações, pela

incansável determinação por estar de mãos

dadas comigo por esta jornada chamada

vida e aos meus filhos Flavio Filho e Felipe

Felix, pela felicidade e aprendizado que

trouxeram para minha vida. A Deus por ter

me presenteado com seres tão

maravilhosos.

Page 5: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

5

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Profº Drº Múcio Luiz Banja Fernandes, por ter desde os primeiros dias

do Mestrado, demonstrado atenção ao meu projeto, se desdobrando no sentido de me

orientar, além disso ele de fato demonstrou o que é ser interdisciplinar, agradeço muito por

tudo, pela paciência para suportar até as fases difíceis que passei para a efetivação do

projeto, um orientador, um professor e um grande amigo que a vida me presenteou.

Ao Profº Drº Fábio Pedrosa, um dos mais brilhantes profissionais que conhecí, um

verdadeiro Mestre, no sentido de compreender e guiar pessoas para o desenvolvimento, ao

qual tenho uma eterna gratidão, pois sem suas contribuições este trabalho não se tornaria

possível, um grande amigo que dignifica a condição humana.

Ao Profº Drº Emanuel Leite, um guia de imenso valor, durante todo o caminhar deste

mestrado, sempre preciso e objetivo em suas considerações, sem dúvida um grande nome

do estudo do fenômeno empreendedor, motivado e determinado para gerar

desenvolvimento a partir de projetos práticos.

À minha esposa Sílvia Felix, pelo amor eterno, pelo apoio em todos os momentos desta

jornada chamada vida, à minha mãe Marlene Felix, pelo amor, por todos os esforços em

me conduzir em meus primeiros passos para a escola, determinada e consciente que o

conhecimento é nosso grande caminho e a todos os meus professores que em muitos

momento jogaram luz, para iluminar o caminho.

Page 6: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

6

Somos o que fazemos, mas somos,

principalmente o que fazemos para mudar

o que somos.

(anônimo)

Page 7: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

7

RESUMO

Todos nós temos de alguma forma contato com um supermercado, uma loja de

conveniência ou um supermercado, como são chamados os médios e pequenos

supermercados, um equipamento que atende às nossas necessidades diárias, na compra de

alimentos e na oferta de tantos outros serviços, estes supermercados estão inseridos em

nossos bairros, desta forma, também, produzem alguns impactos. Neste trabalho pudemos

conviver no dia-a-dia das operações de retaguarda destes empreendimentos, com a atenção

voltada para a produção, separação, coleta e gestão dos resíduos sólidos, associando os

entendimentos sobre Desenvolvimento Sustentável. Para desenvolver esta pesquisa,

convivemos no local onde os supermercados recebem as mercadorias, gerenciam e

destinam os resíduos que produzem em suas diversas operações. Com foco nos objetivos

de nossa pesquisa, questionamos, pesamos, medimos e tabulamos informações. Desta

forma, sob a proposta do Mestrado em Gestão Para o Desenvolvimento Local e

Sustentável, surgiu uma grande oportunidade de estudar o que ocorre e quais os possíveis

desdobramentos, desta operação, seus impactos e oportunidades em relação com o Plano

Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), destacadamente com a relevância para os

municípios brasileiros que arcam com a maior parte do ônus da coleta pública de resíduos.

Neste contexto, o método utilizado consistiu em uma pesquisa área de recebimento e

descarte de mercadorias, durante 30 avaliamos: o descarte e as destinações que os

resíduos sólidos sofrem, pudemos também no convívio no ambiente, perceber como os

empreendedores deste setor, entendem as questões voltadas para o desenvolvimento

sustentável, particularmente, relacionando ao trato dos resíduos sólidos produzidos por

estes empreendimentos comparando com as necessidades descritas no PNRS e nas práticas

sustentáveis nas empresas, ambientalmente corretas, este resultados foram traduzidos em

10 elementos que foram avaliados na pesquisa e estão descritos na análise do dados.

Palavras-chave: Resíduos Sólidos, Gestão de Supermercados ,Empreendedorismo.

Page 8: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

8

ABSTRACT

We all have some form of contact with a supermarket, a convenience store or a

supermarket, as they are called medium and small supermarkets, a device that meets our

daily needs, the purchase of food and offering many other services, these Supermarkets are

inserted in our neighborhoods, this will also produce some impacts. In this paper we live

on a day-to-day rearguard operations of these enterprises, with attention focused on the

production, separation, collection and solid waste management, associating the

understandings on Sustainable Development. To develop this search, where we live in

supermarkets receive the goods intended manage and produce waste which in its various

operations. Focusing on the goals of our research, we question, weigh, measure and

tabulate information. Thus, under the proposal of the Master in Management for Local

Development and Sustainable came a great opportunity to study what is happening and

what the possible consequences, of this operation, their impacts and opportunities in

relation to the National Solid Waste Plan (PNRS ), notably with relevance to the

municipalities who bear most of the burden of public waste collection. In this context, the

method used consisted of a research area of receipt and disposal of goods for 30 evaluated:

the disposal and destinations that solid waste suffering, could also living in the

environment, notice how the entrepreneurs of this sector, understand the issues focused on

sustainable development, particularly relating to the treatment of solid waste produced by

these projects compared to the needs described in PNRS and in sustainable practices in

business, environmentally friendly, this results have been translated into 10 elements that

were evaluated in the research and are described the analysis of the data.

Keywords: Solid Waste, Supermarkets Management, Entrepreneurship.

Page 9: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

9

Lista de Figuras

Figura 1 – Supermercado PEGORER............................................................................ 38

Figura 2 – Supermercado CISCO................................................................................... 40

Figura 3 – Caixa eletrônico de Banco em Supermercado............................................. 41

Figura 4 – Supermercado JUNIOR................................................................................ 43

Figura 5 – Região Metropolitana do Recife.................................................................. 75

Figura 6 – Coletores para Resíduos Sólidos e código de cores................................... 84

Figura 7 – Modelo ilustrativo Selo Varejo Sustentável................................................. 103

Page 10: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

10

Lista de Gráficos

Gráfico 1 – Participação da Produção Industrial.......................................................... 47

Gráfico 2 – Constituição do Segmento Varejista no Brasil........................................... 49

Gráfico 3 – Consumo das Famílias ............................................................................... 51

Gráfico 4 –Top 10 em faturamento............................................................................... 53

Gráfico 5 – Resumo dos volumes de R.S. produzidos pelos supermercados................ 81

Gráfico 6 – Tipo de separação....................................................................................... 82

Gráfico 7 – Forma de separação do RS.......................................................................... 83

Gráfico 8 –Existência de coletores para resíduos ......................................................... 84

Gráfico 9 – Método de Contabilização do RS ............................................................. 85

Gráfico 10 – Locais de descarte dos RS......................................................................... 86

Gráfico 11 –Acompanhamento da destinação do RS.................................................... 87

Gráfico 12 – Registro dos RS produzidos..................................................................... 88

Gráfico 13 – Comercialização do RS ............................................................................ 89

Gráfico 14 – Qual é o retorno Financeiro sobre o RS................................................... 90

Gráfico 14 – Percentuais por local de destinação do RS.............................................. 91

Page 11: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

11

Lista de Quadros

Quadro 1 – Cenário econômico do setor supermercadista............................................. 45

Quadro 2 – PIB em milhões de dólares.......................................................................... 46

Quadro 3 – Ranking do PIB MUNDIAL 2013.............................................................. 51

Quadro 4 – PIB dos municípios do Estado de Pernambuco.......................................... 56

Quadro 5 –Construção Mundial de Estradas de Ferro.................................................. 59

Quadro 6 –Quantidade de Resíduos Sólidos para disposição....................................... 69

Page 12: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

12

Lista de Tabelas

Tabela 1 – Formato das lojas de supermercado................................................................... 22

Tabela 2 – Ranking dos 10 maiores supermercados do Mundo.......................................... 54

Tabela 3 – Produto Interno Bruto (Três períodos )............................................................... 57

Page 13: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

13

Lista de Abreviaturas e Siglas

ABRAS Associação Brasileira de Supermercados

CBD Central Brasileira de Distribuição

CI Comitê Internacional

CMMAB Comissão Mundial do Meio Ambiente

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

FCAP Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco

GDLS Gestão pra o Desenvolvimento Local Sustentável

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

MMA Ministério do Meio Ambiente

NGA Núcleo de Gestão Ambiental da FCAP

OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

OMC Organização Mundial do Comércio

ONG Organização Não Governamental

ONU Organização das Nações Unidas

PCS Produção e consumo Sustentáveis

PIB Produto Interno Bruto

PLO Projeto de Lei Orçamentária

PNRS Plano Nacional de Resíduos Sólidos

PNSB Pesquisa Nacional de Saneamento Básico

RMR Região Metropolitana do Recife

SCN Sistema de Contas Nacionais

SEMAS Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade

UPE Universidade de Pernambuco

Page 14: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

14

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................. ........................................................ 16

2 OBJETIVOS.................................................................................................................... ...................... 19

3 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................................ 20

3.1 O SEGMENTO SUPERMERCADISTA E SUA HISTÓRIA......................................................... 20

3.2 O SIGNIFICADO DO SEGMENTO SUPERMERCADISTA........................................................ 26

3.3 O SEGMENTO SUPERMERCADISTA E SEU FORMATO EMPREENDEDOR..................... 23

3.4 AS POLITICAS PÚBLICAS E O EMPREENDEDORISMO......................................................... 26

3.5 COMO O SUPERMERCADO SURGIU NO MUNDO.................................................................... 28

3.6 A MODERNIZAÇÃO DO VAREJO SUPERMERCADISTA........................................................ 31

3.6.1 A MODERNIZAÇÃO DO VAREJO NO BRASIL....................................... 34

3.6.2 OS SUPERMERCADOS E A ERA DA SUSTENTABILIDADE................................................ 35

3.7 A EVOLUÇÃO DO SEGMENTO DAS ÚLTIMAS 3 DÉCADAS........................................................ 36

3.7.1 ELEMENTOS DA ESTRUTURA DO SETOR...................................................................... 36

3.7.2 DESAFIOS DO SEGMENTO SUPERMERCADISTA........................................................... 37

3.7.3 LANÇAMENTOS DE NOVOS PRODUTOS....................................................................... 37

3.7.4 AS REDES E LOJAS LOCAIS E O SETOR NO BRASIL........................................................ 38

3.7.5 AS QUESTÕES DO ENTORNO E O AMBIENTE PARA OS SUPERMERCADOS.............. 39

3.7.6 VOLUME DE VENDAS E SEU IMPACTO NO VOLUME DE RESÍDUOS.. ......................... 44

3.7.7 OS DADOS DA ABRAS.................................................................................................... ......... 47

3.7.8 CONSTITUIÇÃO DO SEGMENTO VAREJISTA NO BRASIL.............................................. 50

3.8 O APRENDIZADO EMPREENDEDOR............................................................................................... 59

3.9 OS INDICADORES DA ECONMIA E A SUSTENTABILIDADE..................................................... 61

3.10 MÉTODOS DE PESQUISAS – SUAS PRÁTICAS E RESULTADOS............................................... 62

3.11 GERIR O DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL............................................................ 62

3.12 FUNDAMENTOS DA SUSTENTABILIDADE.................................................................................. 64

3.13 CONCEITOS FUNDAMENAIS DE ECOLOGIA................................................................................ 65

3.14 A POLUIÇÃO POR MEIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS....................................................................... 67

3.15 PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS............................................................ .................... 67

3.16 PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDO E SEU ESCOPO FUNDAMENTAL...................... 69

3.17 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCENTIVO.......................................................................................... 72

3.18 A TEORIA ECONÔMICA E A MAXIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO................................................ 73

4 METOLOGIA.................................................................................................................... ......... 75

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCUS DA PESQUISA.................................................................... 76

4.2 OPERACIONALIDADE DA PESQUISA..................................................................................... 77

4.2.1 – PESSOAS (QUALITATIVA )............................................................................................... 77

4.2.2 – MEDIÇÃO (COLETA QUANTITATIVA)........................................................................... 78

4.3 TÉCNICAS UTILIZADAS PARA A COLETA DE DADOS............................................................ 78

4.3.1 – ATIVIDADES PRÁTICAS DA COLETA – COMO FOI REALIZADA.............................. 79

4.3.1.1 – IDENTIFICAÇÃO DAS 10 LOJAS ........................................................................ 95

4.3.1.2 – PROCESSO DE COLETA DOS DADOS ............................................................... 79

4.3.1.3 DOCUMENTAÇÃO INDIRETA PARA COLETA DE INFORMAÇÕES........ 79

4.3.1.4 OBSERVAÇÃO DIRETA INTENSA PARA COLETA DE INFORMAÇÕES........ 79

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................................... ... 81

5.1 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS NOS SUPERMERCADOS......................................... 81

5.1.1 SOBRE A SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS 84

Page 15: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

15

5.1.2 COMO FAZEM A SEPARAÇÃO............................ 84

5.1.3 REGISTRO DA EXISTÊNCIA DE COLETORES ................................................................. 86

5.1.4 OS MÉTODOS UTILIZADOS PARA A CONTAGEM DO R.S AÇÃO............................. 87

5.1.5 QUAIS OS LOCAIS DE DESCARTE DE RS UTILIZADOS PELOS SUPERMERCADOS.. 88

5.1.6 ACOMPANHAMENTO DA DESTINAÇÃO DADA AOS RESÍDUOS SÓLIDOS.............. 89

5.1.7 O REGISTRO QUANTITATIVO DAS OPERAÇÕES......................................................... 89

5.1.8 A COMERCIALIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS...................................................... 91

5.1.9 O RETORNO FINANCEIRO DA COMERCIALIZAÇÃO DE R.S...................................... 92

5.1.10 LOCAL DE DESTINAÇÃO DE R.S. UTILIZADOS PELOS SUPERMERCADOS.......... 93

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ ..................... 94

7 REFERÊNCIAS.................................................................................................................. ....................

Page 16: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

16

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho é um resultado do estudo do tema sustentabilidade e educação

ambiental, aplicados a gestão e descarte de resíduos sólido, dentro do segmento

supermercadista, representado pelas redes locais e lojas independentes que representam

54% deste mercado, segundo dados do relatório da Associação Brasileira de

Supermercados (YAMADA 2014).

A necessidade de racionalizar recursos, vem se tornando, cada vez mais

importantes nas sociedades organizadas, no mundo contemporâneo, a escassez cada vez

mais acentuada e os problemas climáticos e ambientais que afetam todas as pessoas no

planeta, a exaustão dos recursos naturais, vem de fato acelerando o processo de entender e

se relacionar com a situação atual. O consumo consciente vem sendo um grande desafio e

também de oportunidades, assim como, o pós-consumo recebe especial atenção.

Com uma legislação cada vez mais restritiva à

geração de externalidades, vem aumentando a

preocupação com o pós-consumo dos produtos, isto é

quando os mesmos não têm mais vida útil ou se

tornaram obsoletos. Todos estes novos conceitos

levam hoje o setor produtivo mais progressista ou

mais competitivo a falar de ciclo completo dos

produtos, ampliando significativamente os níveis de

intervenção que busca maior sustentabilidade na

produção de bens e serviços.

(Relatório Cidades Sustentáveis – MME , 2014)

O debate constante sobre a necessidade de racionalizar recursos, da reutilização de

alguns, são constantes em todas as sociedades, nos dias de hoje, no entanto houve um

grande trajeto até chegarmos ao que vivemos hoje,.

A partir da conferência realizada em Estocolmo na Suécia em 1972 (UN – Conference

on the Human Enviroment), pudemos entender o grande primeiro passo na percepção da

necessidade de reaprender a conviver com os recursos naturais e com o próprio planeta, no

entanto durante a Rio-92, quando foi fortemente ampliando, o que havia ocorrido 5 anos

atrás, em 1987, com um relatório que trouxe um importante conceito, foram firmados

compromissos e metas para o Desenvolvimento Sustentável.

Page 17: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

17

Desenvolvimento sustentável é aquele que busca as

necessidades presentes sem comprometer a

capacidade das gerações futuras de atender suas

próprias necessidades.”

Desde aquela época esta definição ganhou inúmeras

citações na literatura. Porém, mais tarde ela passou a

ser interpretada em um sentido excessivamente amplo.

Em conseqüência disso, o termo “sustentabilidade” foi

muitas vezes utilizado para justificar qualquer

atividade, desde que ela reservasse recursos para as

gerações futuras. Mas num sentido mais rigoroso,

significa que todas as atividades realizadas devem

sofrer uma avaliação mais aprofundada para

determinar todos os seus efeitos sobre meio ambiente.

Se isso fosse feito, a maioria delas não passaria num

simples teste da sustentabilidade, pelo menos no longo

prazo.

(Revista Economia e Desenvolvimento, 2010)

Os mais diversos meios de comunicação, as instituições de ensino e as legislações

estatais, apresentam cenários em profunda mudança, tanto no aspecto da economia, quando

falamos do modelo produtivo global, assim como no consumo das pessoas no seu dia-a-

dia.

A discussão sobre as mudanças climáticas e a escassez de recursos tem ocupado

considerável espaço nos temas centrais em todo o mundo, assim como o adensamento

populacional nos centros urbanos, tudo isto, obriga o ser humano a repensar formas de

viver e de sobreviver dentro de um meio, cada vez mais escasso, onde os modelos de

relação com o meio ambiente são comprovadamente não aceitáveis. A preocupação em

estabelecer uma relação mais saudável e compatível, passa por muitas vias, este trabalho se

destina a cumprir uma parte desta discussão e contribuir na busca de viver cidades

sustentáveis com empresas sustentáveis.

Atualmente, metade da população mundial vive

em regiões urbanas. Segundo dados da organização

das Nações Unidas (ONU), esse índice será de 60%

em 2030 e chegará perto de 70% em 2050. No Brasil,

85% da população vivem em cidades. Na medida em

que as cidades vão crescendo em tamanho e

população, aumentam também as dificuldades em se

manter o equilíbrio espacial, social e ambiental em

seus territórios.

( Programa Cidades Sustentáveis – MMA , 2014)

Page 18: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

18

Neste contexto as indústrias e toda a sua cadeia produtiva e de consumo, recebem

especial atenção, pois são os principais atores neste processo, de distribuição de bens e

consecutivamente, do descarte dos resíduos decorrentes, um que ocorre em todos os nossos

domicílios e outro que ocorre no processo de funcionamento dos aparelhos industriais, os

setores da economia, em nosso caso o setor supermercadista, responsável por movimentar

imenso volume de produtos comercializados em suas milhares de lojas, para termos uma

ideia, quando observamos os números do PIB de 2013, de R$ 4,84 bilhões de Reais (IBGE,

2013), deste montante 5,5% é gerado pelo setor supermercadista no Brasil, o que equivale

a R$ 266 bilhões, gerando uma distribuição de produtos incrivelmente ampla, para termos

uma ideia ao iniciarmos este estudo, 87% de toda produção de alimentos, produzida pelas

industrias, é distribuído pelos supermercados (Yamada,2014), gerando com isto um

volume muito grande de embalagens que são descartadas em todos os domicílios

brasileiros, todos os dias, inclusive do seu e do meu.

Page 19: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

19

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

a. Analisar a produção e descarte de resíduos sólidos decorrente das atividades de

Redes locais de supermercados e lojas independentes na RMR

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

i. Qualificar o volume de Resíduos sólidos e orgânicos produzidos

pelas redes de supermercados investigadas.

ii. Quantificar o volume de resíduos sólidos e orgânicos produzidos

pelas redes de supermercados investigadas.

iii. Investigar o destino dado aos resíduos sólidos produzidos pelos

supermercados estudados na própria loja.

iv. Conhecer o destino dado aos resíduos produzidos pelos

supermercados através dos fornecedores.

v. Investigar a existência práticas de educação ambiental voltada para

os colaboradores da instituição quanto à gestão de resíduos sólidos.

Page 20: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

20

3 REFERENCIAL TEÓRICO

HISTÓRIA DOS SUPERMERCADOS

3.1 O SEGMENTO DE SUPERMERCADOS – SUA HISTÓRIA.

O comércio, como outros setores da economia brasileira, enfrenta a crescente

competição internacional com a entrada de concorrentes estrangeiros no país. O

crescimento da competição entre as empresas do ramo, favorece o processo de

concentração de capitais, a exemplo do que já ocorre nos Estados Unidos, onde três

empresas detêm 75% do segmento de lojas de departamento para Diniz (2012), o mundo

vive a era dos supermercados, um instrumento que cada vez mais cresce em importância

no cenário econômico, que por sua vez, Diniz enfatiza:

E de fato, creio que não há outra expressão

para definir o momento que estamos vivendo no setor

de abastecimento. Hoje o número de supermercados

está se multiplicando em todo o País. Já existem

grandes redes e um grande número de comerciantes,

estão abrindo supermercados ou transformando seus

estabelecimentos em lojas de autoserviço.

(Diniz,2012)

A criação de estratégias de competição é uma exigência para o comércio. No

caso do segmento supermercadista, a opção tem sido oferecer um leque maior de serviços

e, principalmente, entrar no mercado das refeições prontas para competir com os bares e

restaurantes. O segmento das grandes lojas investe na focalização e na especialização,

substituindo as antigas lojas de departamentos que vendiam todo tipo de mercadoria (full

line), por lojas voltadas para linhas de produtos específicos.

Destaque-se que as formas encontradas no mesmo ramo para manter-se

competitivo são diversificadas e variam de acordo com as características da empresa, como

tipo e porte do estabelecimento. Este fato vai ao encontro da argumentação de Siqueira

(2000) de que os caminhos trilhados pelas empresas na busca de competitividade não só,

são heterogêneos, como podem articular estratégias virtuosas e preconizadoras.

O varejo brasileiro é totalmente diferente daquele de dez anos atrás. A

tendência de concentração do comércio em grandes redes é irreversível, e, além disso,

grupos internacionais estão adquirindo ou fundindo-se com varejistas brasileiros, fazendo

Page 21: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

21

com que as empresas desses setores, tenham que adotar novas posturas mercadológicas,

visando seu crescimento/manutenção; nessa situação de alta competitividade, fato este

muitas vezes não bem compreendido pelo pessoal da área comercial dos fornecedores.

O segmento de supermercados no Brasil, emprega mais de 2 milhões de pessoas,

segundo levantamento da ABRAS (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

SUPERMERCADOS). Este segmento movimentou R$ 266 bilhões no ano de 2013 , é um

segmento com grande capacidade de gerar emprego, um grande empregador e está

inserido diretamente no plano estrutural de nossos bairros, interferem diretamente no fluxo

de ruas e avenidas, descartam seus resíduos em seus locais de atuação, este segmento é

formado por muitos EMPREENDEDORES, interagem com a sociedade, são prestadoras

de serviço, no sentido de trazer para a comercialização, produtos da alimentação diária e

consumo de uma forma geral, são contribuintes importantes na cadeia produtiva mundial,

ainda estão ligados diretamente a questões de saúde publica, quando falamos da qualidade

da conservação dos produtos que comercializam, o segmento supermercadista no Brasil,

tem sua data de inicio no ano de 1953, um modelo trazido dos Estados Unidos,

revolucionou no seu formato de autoatendimento, daí uma derivação de sua nomenclatura

“ autosserviço”. Por estes fatores, este segmento merece ser estudando e compreendido, no

sentido de promovermos e difundirmos práticas de geração de empregos com

sustentabilidade, de cidadania, contribuindo para uma vida mais harmoniosa, tanto com

sua cadeia de suprimento e fornecedores, assim como com a comunidade com a quais estão

envolvidas

Este segmento, como APLS ( Arranjos Produtivos Locais ), das lojas de até 4 check

outs ( 4 caixas de atendimento), sofre diretamente a forte pressão da força das grandes

redes internacionais, como CARREFOUR, COSINO-CBD e WAL-MART , esta ultima

dona de um faturamento na ordem de 600 bilhões de dólares por ano, cerca de 20% do no

PIB Brasileiro de 2011, mas ao mesmo tempo proporcionam um importante elo para a

indústria local, vender seus produtos, gerando outra reação em termos econômicos.

A revista SuperHiper(2014), trouxe o ranking de participação de mercados das 15

principais redes de supermercados que atuam no Brasil, que somam juntas

aproximadamente 92 bilhões de Reais em faturamento, ficando quase esta mesma soma,

para as demais redes locais e lojas independentes (com 6 ou menos lojas por bandeira),

Page 22: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

22

faturando juntas aproximadamente 90 bilhões de Reais por ano e empregando mais de 1,6

milhões de pessoas de forma direta.

Este segmento está inserido no seio da sociedade, gerando muitas outras ações,

como uso do espaço urbano, despejo de resíduos em seu entorno, derivado de diversos

tipos diferentes de fornecedores, utilizando água em seu processo de manuseio de produtos

alimentícios e limpeza, entre outros fatores.

3.2 O SIGNIFICADO DO SEGMENTO SUPERMERCADISTA.

A definição abrangente de segmento supermercadista é o local onde são feitas

compras através do processo de alto-serviço, onde o consumidor se abastece de diversos

itens de consumo geral, as lojas são dispostas de forma a propiciar o abastecimento de

todos os itens necessários ao consumo diário de uma família; de forma geral as pessoas

trafegam por corredores, onde estão dispostos os produtos de forma a serem facilmente

pegos pelos consumidores que os colocam em seus carrinhos ou cestinhas e em seguida

passam nos caixas de pagamento. Os modelos de lojas de altoserviço, forma como também

é chamada a loja do segmento supermercadista, estão dispostas nas mais diversas formas, o

princípio é que o consumidor tenha ao seu alcance o maior número de itens, atendendo não

só às suas necessidades, como também gerando a compra por impulso, necessária para

fazer crescer o faturamento destas lojas e dar vazão a enorme quantidade de novos

produtos que são lançados sistematicamente por todas as indústrias, que tem seu principal

canal de vendas no segmento supermercadista, sendo desta forma o mais importante canal

para chegar no consumidor e conquistar a cobiçada participação de mercado. A tabela

abaixo, apresenta a classificação por tamanho de supermercados, os 3 tipos primeiros

descritos, foram os elementos constitutivos desta dissertação para o mestrado de GDLS.

Page 23: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

23

Tabela 1: FORMATO DAS LOJAS DE SUPERMERCADOS NO BRASIL.

Formato de loja Área de

vendas (m2)

No. Médio

de itens

% de vendas

não alimentos

Número de

caixas Seções

Loja de

Conveniência 50 - 250 1000 3 1 a 2

Mercearia, frios e laticínios, bazar,

snacks.

Loja de

Sortimento

limitado

200-400 700 3 2 a 4 Mercearia, hortifruti, frios e laticínios,

bazar.

Supermercado

compacto 300 - 700 4.000 3 2 a 6

Mercearia, hortifruti, carnes e

aves,frios e laticínios,bazar.

Supermercado

convencional 700-2500 9.000 6 7 a 20

Mercearia, hortifruti, bazar, carnes e

aves, peixaria, padaria, frios e

laticínios

Superloja 3.000 -

5.000 14.000 12 25 a 36

Mercearia, hortifruti, bazar, carnes e

aves, peixaria, padaria, frios e

laticínios, têxtil e eletrônicos.

Hipermercado 7.000 -

16.000 45.000 30 55 a 90

Mercearia, hortifruti, carnes e aves,

peixaria, padaria, frios e laticínios,

bazar, peixaria, têxtil, eletrônicos

Loja de

depósito

4.000 -

7.000 7.000 8 30 a 50

Mercearia, hotifruti, carnes e aves,

têxtil, frios e laticínios, bazar e

eletrônicos.

Clube

atacadista

5.000 -

12.000 5.000 35 25 a 35

Mercearia, bazar, carnes e aves, têxtil,

frios e laticínios, e eletrônicos.

Fonte: ABRAS 2013

3.3 O SEGMENTO SUPERMERCADISTA E SEU FORMATO EMPREENDEDOR.

Para a compreensão deste cenário, iremos situar a economia de uma forma geral e

como este segmento se comporta dentro do aspecto geral, representando um elemento

estratégico na distribuição de produtos ao redor do mundo, m

m nos apoiamos na visão de Schumpeter, que relata a economia da seguinte forma:

Page 24: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

24

O processo social, na realidade, é um todo

indivisível. De seu grande curso, a mão classificadora

do investigador extrai artificialmente os fatos

econômicos. A designação de um fato como

econômico já envolve uma abstração, a primeira entre

muitas que nos são impostas pelas condições técnicas

da cópia mental da realidade. Um fato nunca é pura ou

exclusivamente econômico; sempre existem outros

aspectos em geral mais importantes. Não obstante,

falamos de fatos econômicos na ciência exatamente

como na vida comum e com o mesmo direito; com o

mesmo direito também com que podemos escrever

uma história da literatura, mesmo apesar da literatura

de um povo estar inseparavelmente ligada a todos os

outros elementos de sua existência.

(Schumpeter, 1997)

Schumpeter (1997), em sua apresentação do fenômeno econômico, destaca que há

uma profunda interligação social, que não deve ser vista separadamente, das atividades

comuns da vida; economia é parte de um todo indivisível social.

O segmento supermercadista, foi formado a partir de diversas visões

EMPREEENDEDORAS, criação de um novo negócio, na alteração do formato de

mercearia com balcão, passando para o modelo de autoserviço, na forma de se relacionar

com a indústria, como fonte principal de escoamento e lançamento de novos produtos, na

inovação, que torna cada empreendimento com características distinta, a condição dos

supermercados como um clássico exemplo de EMPREENDEDORIMSO é um fato, mas

para contextualizar este setor dentro das características de um negócio empreendedor,

vamos destacar alguns pontos sobre as características de um segmento empreendedor.

Retomamos mais uma vez com Schumpeter (1997), que trabalhava 84 horas

semanais, dedicadas ao estudo da economia e ciências sociais, ele achava que não estava

produzindo o bastante, pois parte de seu tempo era dedicado a preparar aulas e orientar

alunos, contribuições estas que iriam de fato revolucionar o pensamento econômico, no

conjunto de seus trabalhos se destaca o seu trabalho sobre Ciclos Econômicos, ele afirma

que: “a função do empreendedor é reformar ou revolucionar o padrão de produção

explorando uma inovação ou, mais genericamente, uma possibilidade tecnológica não

tentada anteriormente para produzir uma nova commodity ou produzir uma commodity

velha de um jeito novo, abrindo uma nova fonte de materiais ou uma novo meio de venda

de produtos, reorganizando a indústria e outras coisas” (SCHUMPETER, J. A. Capitalism,

Socialism, and Democracy, Harper Publishers: 1947, USA, pp. 132-133, tradução livre do

blogueiro).

Page 25: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

25

Em outra passagem da obra, Schumpeter (1997), destaca a figura do empreendedor:

“...na vida econômica, deve-se agir sem resolver todos os detalhes do que deve ser feito”.

Quando avaliamos o processo de criação de valor, de oferta de produtos dos

supermercados, percebemos que ele está ligado diretamente ao ato de criar novos

interesses, motivar consumos, sendo assim, as indústrias de uma forma geral não podem

pensar suas estratégias, sem pensar nos supermercados, como diz Schumpeter (1997): a

relação entre a inovação, a criação de novos mercados e a ação de empreendedor está

claramente descrita: “É, contudo, o produtor que, via de regra, inicia a mudança

econômica, e os consumidores, se necessário, são por ele ‘educados’; eles são, por assim

dizer, ensinados a desejar novas coisas, ou coisas que diferem de alguma forma daquelas

que têm o hábito de consumir”. Daí a prescrever a “destruição criadora”, ou seja, a

substituição de antigos produtos e hábitos de consumir por novos, foi um passo que

Schumpeter rapidamente deu ao descrever o processo do desenvolvimento econômico.

Se o segmento supermercadista não estivesse caracterizado pelo pensamento

Shupeteriano como Empreendedor, seria fácil aceitar esta denominação, pelas colocações

de nada menos que o Pai da Administração Moderna, Peter Drucker (2010): “A idéia

empreendedora básica pode ser uma mera imitação de algo que funciona bem em outro

país ou em outro setor”, com esta simplicidade avassaladora o Professro Drucker, em sua

definição de Empreendedorismo, coloca o Segmento de Supermercados como um

fenômeno Empreendedor, pela sua disseminação, a partir do já falado modelo Norte-

americano.

Ainda sobre a concepção de uma atividade empreendedora, tomemos a definição

feita por Julien apud Cole (1942), um dos mais antigos pesquisadores sobre o assunto

empreendedorismo, que o define da seguinte forma: “uma atividade que permite criar,

manter e fazer crescer uma empresa”, que é exatamente o que temos quando olhamos para

o segmento supermercadista, especialmente para os novos empreendimentos, para as redes

locais ou lojas independentes, que são foco de nossa pesquisa.

Outros autores também destacam, assim como Shcumpeter, a inovação, como fator

determinante para uma empresa empreendedora, mas também ampliam ainda mais este

conceito, como Gartner (1990), que diz: “o empreendedor está relacionado ao

comportamento que leva à criação de uma nova empresa”.

O segmento supermercadista, como vimos, reformulou práticas e também

processos, conforme define a OCDE ( ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E

Page 26: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

26

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO), afirmando: “O empreendedorismo é uma

maneira de ver as coisas e um processo para criar e desenvolver atividades econômicas

com base em risco, criatividade e inovação de gestão, no interior de uma organização nova

ou já existente”.

A definição da OCDE não deixa dúvidas quanto a condição de

EMPREENDEDORISMO que caracteriza os segmento supermercadista, desta forma tem a

grande importância econômica pelas suas atividades mas também pelo importante papel

que presta na distribuição de alimentos e dos mais diversos itens de consumo humano.

O empreendedor é a pessoa que consegue fazer as

coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade

para os negócios, tino financeiro e capacidade de

identificar oportunidades. Com esse arsenal,

transforma idéias em realidade, para benefício próprio

e para benefício da comunidade. Por ter criatividade e

um alto nível de energia, o empreendedor demonstra

imaginação e perseverança, aspectos que, combinados

adequadamente, o habilitam a transformar uma idéia

simples e mal-estruturada em algo concreto e bem-

sucedido no mercado.

( Chiavenato, 2010)

3.4 AS POLITICAS PÚBLICAS E O EMPREENDEDORIMSO NO SEGMENTO

DE SUPERMERCADOS

Para contextualizar a importância das políticas públicas no cenário de nosso estudo,

o segmento de supermercados, vamos discutir um pouco sobre o fenômeno empreendedor,

formulado por Schumpeter (1997), a partir da visão econômica do fluxo circular, onde o

economista Austríaco, associa ao rio que sempre corre no mesmo sentido, ou ao sistema

circulatório humano, no entanto , para uma análise de causas e efeitos , abandona esta linha

de pensar, pois estes canais e fluxos modificam-se ao longo do tempo, esta pertinente

observação é o momento de refletir como isto ocorre, como acontecem tais mudanças e

principalmente quais os fenômenos econômicos que impactam para estas mudanças, de

onde eles surgem, há uma ordem fixa ? Estas reflexões nos levam a perceber que é dentro

das organizações que muitas das necessárias mudanças ocorrem, o papel do gestor, a

cultura desenvolvida e as decorrentes práticas, revelam movimentos empreendedores no

sentido do desenvolvimento, Schumpeter (1997),”desenvolvimento apresentam-se com

mudanças, que ocorrem dentro das organizações, de suas atividades econômicas, pelas

Page 27: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

27

movimentações que a organização faz”, esta revelação nos leva a estabelecer a importância

da formação, dos insumos, das pessoas, do tipo de educação que estas organizações estão

obtendo, sendo imediato o sentido de que as instituições publicas tem um imenso peso na

equação que resulta nas competências para que este fenômeno “desenvolvimento” se faça

realidade, ainda completamos que os papéis das políticas publicas são de vital importância,

para o desenvolvimento social, aqui tomado como um contexto integrado, empresa, meio

ambiente e Estado, sendo este último não apenas o poder coercitivo, como geralmente se

associa, e de fato, este braço da gestão publica é apenas um entre muitos. Abaixo

descrevemos as 5 condições que Schumpeter enumera, para as novas combinações

produtivas ou empreendedoras, que são :

a) Introdução de um novo bem ou de uma nova qualidade de um bem

b) Introdução de um novo método de produção que ainda não tenha sido testado

c) Abertura de um novo mercado em que o ramo particular da indústria ainda não

tenha entrado

d) Conquista de uma nova fonte de oferta de matéria prima ou de bens

semimanufatorados

e) Estabelecimento de uma nova organização de qualquer industria como a criação de

uma posição de monopólio ou a fragmentação de uma posição de monopólio.

No próximo capitulo, será feita uma revisão sobre o que vem acontecendo nos últimos

anos, sobre as questões da Sustentabilidade, de forma a estabelecer a linha que conduzirá

esta pesquisa para contribuir, tanto na educação ambiental assim como no entendimento

das práticas de sustentabilidade, aplicadas com relação aos resíduos sólidos, por parte dos

supermercados.

3.5 - COMO O SUPERMERCADO SURGIU NO MUNDO.

O Supermercado surge nos Estados Unidos, de forma diferente como veremos

no Brasil, nos EUA. Ele surge como uma resposta à crise econômica em uma tentativa de

diminuir custos, no entanto três fatores são importantes para a consolidação deste

segmento, estes fatores ocorreram a partir da década de 1920: O Primeiro foi à

implementação de um imposto com alíquota crescente de acordo com o numero de lojas da

empresa (SESSO, 2003), fator que prejudicou as grandes cadeias de mercearias que

Page 28: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

28

praticavam margens de comercialização baixas por loja; O Segundo foi a diminuição da

vantagem de obter economias pecuniárias das cadeias, pois lojas independentes se uniram

em associações para obter maior volume de compras e maior poder de barganha junto aos

Fornecedores (SESSO 2003), Em 1912 surge a expressão autoserviço (self-service),

sistema no qual o cliente escolhe os produtos sem a ajuda de funcionários, foi utilizado

pela primeira vez na Califórnia no ano de 1912, esta expressão foi utilizada por

comerciantes, para definir o modelo de suas lojas (Abras, 1993). A origem do

supermercado modernos, no estilo autoserviço, data de 1915-1916, quando foram

inauguradas nos Estados Unidos, as primeiras lojas ALPHA BETA MARKETS e PIGGLY

WIGGLY, nos estados da Califórnia e Tenessee nos Estados Unidos (CONNOR, 1977), na

verdade, as lojas pioneiras no formato supermercado foram a King Kuller e a Big Bear,

inauguradas na década de 1930, também nos Estados Unidos. A denominação

supermercado (supermarket) surgiu da influência do cinema, no qual a palavra “super”

grandemente empregada (ABRAS, 1993).

Este modelo permitiu a redução de custos com mão-de-obra, eliminava os

pedidos por telefone e entregas em domicílio. A idéia era diminuir as margens de

comercialização e aumentar o giro das mercadorias. A implementação das novas idéias

promoveu a queda dos preços e a luta pelos clientes (CYRILLO,1987).

Inicialmente, os armazéns eram adaptados para funcionar com autoserviço,

assim, eram oferecidos aos clientes carrinhos e cestas para que os mesmos escolhessem e

comprassem os produtos, dentro da área de estoques das antigas lojas tradicionais e

pagassem na saída. Após constatar o sucesso da nova forma de comercialização, os

empresários abriram lojas semelhantes aos supermercados existentes hoje, com área de

venda relativamente menor que os armazéns anteriormente adaptados (CONNOR ,1997).

A partir da década de 1920, alguns fatores contribuíram para a expansão do

autoserviço. Inicialmente, foi implementado um imposto com alíquota crescente de acordo

com o número de lojas da empresa, fator que prejudicou as grandes cadeias de mercearias

que praticavam margens de comercialização baixas por loja. Outro fator importante foi a

diminuição da vantagem de obter economias pecuniárias das cadeias, pois lojas

independentes se uniram em associações para obter maior volume de compras e maior

poder de barganha junto aos fornecedores. Em seguida, o Patman Act determinou a

eliminação das diferenças de preços de comercialização dos fornecedores, extinguindo as

economias pecuniárias (CYRILLO, 1987), que traz uma grande mudança:

Page 29: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

29

A lei federal aprovada nos Estados Unidos em

1936 para proibir a discriminação de preços. A Lei

Robinson-Patman é uma emenda à Lei Antitruste

Clayton 1914 e é suposto para impedir a concorrência

"desleal". O ato exige um negócio para vender seus

produtos com o mesmo preço, independentemente de

quem é o comprador e destinava-se a evitar que os

compradores de grande volume de ganhar uma

vantagem sobre os compradores de pequeno volume.

O ato só se aplica às vendas de bens tangíveis que são

concluídos dentro de um prazo razoavelmente perto e

onde as mercadorias vendidas são semelhantes em

qualidade. O ato não se aplica à prestação de serviços,

tais como serviço de telefonia celular, TV a cabo e

contratos de locação imobiliária.

(INVESTOPEDIA, 2014)

O Terceiro e decisivo fator para a expansão do setor supermercadista foi a

diminuição do poder aquisitivo da população Americana durante a Grande depressão (final

da década de 1920 e início da de 1930), obrigando os varejistas a implementar inovações

(CYRILLO, 1987). Durante este período, o supermercado surgiu como uma alternativa às

lojas convencionais do período com atendimento personalizado em balcão, pois o novo

formato de loja oferecia produtos a preços menores, tornando-se um grande atrativo para a

população que sofria forte diminuição do poder aquisitivo no período (CONNOR, 1997).

O novo equipamento atraiu principalmente clientes das grandes cadeias, os

quais possuíam menor poder aquisitivo. Os clientes de alta renda permaneceram em sua

maioria leais aos serviços personalizados das lojas independentes, como os pedidos por

telefone e as entregas a domicílio. Portanto rapidamente muitas lojas de grandes redes

foram transformadas em supermercado. Na década de 1930, a cadeia A&P substituiu 933

lojas de atendimento em balcão por 204 supermercados, a Kroger e a Safeway eliminaram

juntas 600 lojas substituindo-as por 61 supermercados (CYRILLO, 1987).

Devido ao fato do consumidor não ser assistido em suas escolhas como no

atendimento pessoal, o sistema de autoserviço deixava a decisão de compra totalmente

para o cliente, o qual passava a ser influenciado pelas embalagens, estimulando os gastos

com propaganda por parte da indústria (CONNOR, 1997).

No período da Segunda Guerra Mundial, apesar da dificuldade impostas a todas

as atividades, escassez de alimentos e mão-de-obra, o novo equipamento (como ficou

sendo chamado o modelo de supermercado), se consolidou como importante meio de

distribuição de alimentos e outros produtos (SESSO, 2003). Nesta fase, com a falta de

alimentos, as prateleiras vazias foram preenchidas com mercadorias não alimentícias para

Page 30: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

30

melhorar a aparência do interior das lojas. Após a Guerra, os consumidores já haviam se

acostumado a adquirir os produtos não-alimentícios nos supermercados e as compras

esporádicas se tornaram habituais, logo as vendas destes produtos passou a representar

parte importante do faturamento dos supermercados (CYRILLO,1987).

Durante o período do pós-guerra, o aumento do poder aquisitivo da população

norte americana estimulou a indústria a aumentar o serviço e conveniências de seus

produtos. A existência de inúmeras possibilidades de combinações produto/serviço levou

as empresas a realizar um grande número de lançamentos de novos itens, passando a

enfrentar uma limitação inicial para a introdução do bem no mercado, que era o menor

espaço na prateleira dos supermercados, pois estes possuíam área de vendas, em média,

relativamente pequenas. As empresas varejistas reagiram ao problema aumentando o

tamanho das lojas, assim como oferecendo um número maior de itens, marcas e serviços

como estacionamento próprio, brinquedos para as crianças e carrinhos mais modernos

(CONNOR , 1997).

Na década de 1940-50, surgiram caixas registradoras mais rápidas e lojas ainda

maiores e mais modernas, oferecendo produtos de maior conveniência como carnes

embaladas. Posteriormente, nas décadas de 1960-70 fatores importantes como urbanização,

aumento da população e da renda per capita influenciou o aumento do tamanho das lojas e

motivaram as empresas a instalar lojas nos subúrbios, atingindo mercados ainda não

explorados (CONNOR, 1997). Os novos conceitos estabelecidos pelo autoserviço se

difundiram pelo mundo durante este período, divulgados principalmente pelos

fornecedores de equipamentos e mercadorias. Em 1955, o sistema era empregado em lojas

de 52 países (ABRAS, 1993).

No final da década de 1960, as inovações realizadas nas lojas, tais como

grandes estacionamentos, ar condicionado e venda de bens duráveis, causando o aumento

dos custos operacionais, levando muitas empresas ao prejuízo e levando à necessidade de

aumentar as margens de comercialização (CYRILLO, 1987).

A partir da década de 1970, a economia americana passou por controle de

preços, aumento das taxas de inflação e produtividade decrescente. As modificações

citadas provocaram a diminuição das margens praticadas pelas empresas, as lojas

independentes diminuíram seu número e participação nas vendas enquanto as redes

buscaram novos mercados e adotaram a estratégia de diminuição de custos. Terminava a

revolução dos Supermercados na economia norte americana e iniciava-se o período de

Page 31: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

31

adoção de novas tecnologias, tais como caixas eletrônicos e transferência eletrônica de

informação (EDI), objetivando-se diminuição de custos operacionais. A competição entre

as maiores empresas se tornou mais forte, pois com a estagnação do consumo e menores

margens de comercialização o crescimento é possível apenas por meio da diminuição da

participação no mercado do concorrente (CONNOR & SCHICK, 1997).

Nas décadas de 1980/90, os supermercados passaram a enfrentar a concorrência

das lojas de conveniência, as quais são menores, de mais fácil acesso e com menor número

de itens, além de outros pontos de venda de alimentos que se tornaram importantes, como

postos de gasolina (CONNOR ,1997)

3.6 COMO O SUPERMERCADO SURGIU NO BRASIL.

A constituição do modelo de autoserviço, as lojas de supermercados como

conhecemos, ocorreu nos anos 50, as primeiras lojas foram montadas no Sudeste do Brasil,

passando logo em seguida se tornar um modelo abrangente como

Pode-se afirmar que o Varejo Brasileiro surgiu

apenas na segunda metade do século XIX. Até então,

as vendas eram exercidas por mascates que

percorriam os povoados e vilas negociando artigos

diferenciados. Isso porque os núcleos populacionais

de maior porte, como Rio de Janeiro ou Salvador, não

reuniam mais do que umas dezenas de milhares de

habitantes, muitos dos quais eram escravos. No

interior predominavam os complexos rurais, cuja

economia auto-sustentada lembrava o sistema

econômico feudal vigente na Europa medieval.

(DINIZ, 2014)

A casa Mason se institui no Brasil por volta de 1871 no Rio de Janeiro, um

estilo de varejo luxuoso, para a alta sociedade, não podemos falar ainda do varejo como o

conhecemos (Souza , 2010), mas não podemos falar ainda de um modelo de supermercado

que viria a surgir aqui depois que foi criado nos Estados Unidos 1930 conforme relata

Diniz (2014), no entanto destaque-se outros importantes varejos que surgiram em no início

do século 20, como as Casas Pernambucanas, em 1906 e a Établissements Mestre et

Blatgé (Mesbla), em 1912, no Rio de Janeiro; assim como o Mappin Store, em 1913, em

São Paulo.

Page 32: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

32

O primeiro supermercado que se tem registrado em Recife foi do Bompreço nos

anos 60, uma loja inaugurada em Casa Amarela, até então o modelo dominante de

comercialização de produtos eram as mercearias tradicionais, o modelo resistiu, mudando

seu perfil, no passado era o local das compras diárias de uma família, hoje são alguns

pontos nostálgico de um modelo que deu lugar aos supermercados.

A cena de um vendedor anotando os cálculos

na caderneta parece não fazer parte do cenário do

comércio atual, gerido por softwares. Chamar o

cliente pelo nome, então, é raro em uma época

dominada pelas relações impessoais no varejo. Mas

ainda há algumas mercearias espalhadas pela Região

Metropolitana do Recife que resistem à chegada das

grandes redes de supermercado. Os locais, também

chamados de vendas ou bodegas, continuam expondo

uma variedade de produtos que vão desde sabão a

iguarias da culinária popular.

(Jornal do Comércio – 17/08/2014)

Mesmo tendo sido modelos inovadores, estas lojas representavam um modelo já

existente na Europa e nos Estados Unidos, onde existiam há várias décadas diferente do

modelo de autoserviço que viria para revolucionar a forma de fazer negócios no varejo,

principalmente alimentar.

Em 1950 se instalou-se no Brasil o primeiro supermercado foi o Sirva-se, que

se instalou em São Paulo em 1953 e pertencia a Souza Cruz. Este empreendimento segue o

modelo de autoserviço, que fora inciado nos Estados Unidos na década de 1930:

Nos Estados Unidos os supermercados são a

forma absolutamente dominante de vendas a varejo há

muito. O primeiro verdadeiro supermercado norte-

americano data de 1930. Chamava-se “King Cullen

Supermarket” e foi fundado por Michael Cullen.

Gosto sempre de contar a historia da fundação desse

supermercado porque creio que ela define muito bem

qual deva ser a verdadeira filosofia dos

supermercados, porque nessa história está contido o

conceito de supermercado no qual acredito.

(Diniz, 2014)

Em São José dos Campos, São Paulo, iniciou-se também uma experiência

inovadora com a instalação de um supermercado sob patrocínio da Tecelagem Parahyba.

No Rio Grande do Sul, também em 1953, instalou-se o Supermercado Real, de Joaquim

Oliveira, em Porto Alegre. No Rio de Janeiro, o ano de 1955 marcou o surgimento das

Page 33: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

33

primeiras lojas. Grandes Investimentos foram feitos: os Supermercados SISCO, por

exemplo, instalaram-se com a supervisão de um técnico americano vindo especialmente ao

Brasil para isso, este modelo vem a tomar realmente uma posição de maior destaque nos

anos 60; quando começa a ser o mais importante canal para o segmento de alimentos e no

decorrer das próximas décadas passaria a aumentar cada vez mais, o mix de produtos que

comercializaria.

Os Supermercados apresentavam um conceito novo para o brasileiro, que ao

mesmo tempo começava a entrar em contato com a modernidade da classe média e pelo

“American way of life”. O Brasil entrava na era desenvolvimentista, deixando para trás os

seus resquícios rurais e provincianos. Com o país jovem e confiante nas suas

potencialidades, o novo formato caiu no gosto do consumidor, que se adaptou rapidamente

às inovações trazidas pelo supermercado. Todavia, do ponto de vista institucional, foi

necessário aguardar por mais de uma década, para que o supermercado vivesse o seu

período de expansão ( Yamada, 2014).

Somente em 1968 os supermercados foram reconhecidos oficialmente como

uma categoria diferenciada de varejo de alimentos e com uma incidência tributária à parte.

Em 1968 surge a Lei Federal n. 7.208, que regulamentava a atividade de supermercados e

autoserviço. Da mesma forma, a carga tributária começava a ser aliviada com as mudanças

fiscais que eliminaram o IVC e introduziram o ICM, cuja incidência sobre o valor

adicionado era mais conveniente para os supermercados. Ao eliminar os impostos sobre a

transferência de mercadorias entre lojas, o ICM incentivou a indústria com multiplantas e o

comércio com diversas lojas.

Vieram também os incentivos creditícios à expansão das redes de

supermercados. Em 1971, o BNDES lançou o Programa de Modernização e Reorganização

da Comercialização (PMRC), que recebia recursos oficiais a taxas de juros muito reduzidas

e longos prazos de pagamento. Entretanto, somente os grandes empresários podiam ter

acesso a esses créditos. O elevado valor patrimonial exigido como garantia fazia com que

operadores com menos de seis lojas e baixo faturamento não possuíssem capacidade de

pagamento. Cyrillo acredita que somente as empresas com mais de cem empregados

estariam em condições de operar essas linhas (CYRILLO, 1987).

Hoje, os supermercados se apresentam, como o principal canal de distribuição

para as indústrias e o local onde os consumidores compram alimentos, os acessórios para

casa e para o carro. No Brasil o segmento também sofreu seus períodos de crise que

Page 34: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

34

acompanharam as crises sofridas pelo Brasil, como nos anos 1980, também experimentou a

excepcional fase nos anos 1990, onde as grandes aquisições ocorreram, dando um grande

impulso a este segmento. Desde a implantação da primeira loja de autoserviço, a expansão

do setor supermercadista foi afetada pelas variáveis macroeconômicas das fases pelas quais

passou a sociedade brasileira, tais como inflação, mudanças de impostos, desenvolvimento

da indústria de alimentos, urbanização e planos de estabilização. Podemos então baseado

na literatura, dividir o histórico desenvolvimento dos supermercados no Brasil em 5 fases:

1953-65 Introdução dos Supermercados no Brasil;

1965-74 Rápida expansão do setor Supermercadista;

1975-85 Desaceleração do crescimento;

1986-94 Adaptação à crise econômica;

1995 - Modernização do Setor Supermercadista;

2000 – Multivarejo – uma nova configuração do segmento.

A partir do ano 2000, o setor passa por diversas redefinições, Serrantino (2000),

promovidas principalmente, pelo entendimento de seu formato, refletida pela grande onda

de aquisições que ocorreram no Brasil, as grandes redes internacionais, comprando as

redes locais, como Wal-Mart, Carrefour e Royal Ahold, que não imprimem seus modelos

de gestão para as suas novas aquisições.

3.6.1 A MODERNIZAÇÃO DO VAREJO NO BRASIL.

Tirando o seu paletó – e assim uniformizado –

começa o balconista o seu dia de trabalho. Sua

primeira tarefa é limpar e arrumar em seu setor de

balcão as mercadorias expostas à venda nas estantes,

vitrinas e mostruários; verificar as faltas existentes em

conseqüência das vendas do dia anterior e

providenciar o suprimento no estoque.

(Pinto, 1954)

Esse pequeno trecho inicial do livro de Costa Pinto oferece um retrato fiel da

rotina de um balconista em um estabelecimento do varejo na década de cinquenta. Embora,

em certos estabelecimentos comerciais brasileiros, a rotina permanece a mesma hoje, muita

coisa mudou desde aquela época, principalmente quanto falamos do segmento

supermercadista, no Brasil só nos anos cinqüenta, alguns elementos do varejo já

disseminados nas empresas americanas como, por exemplo:

Estrutura departamentalizada;

Page 35: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

35

Autoserviço

Organização e gestão de Recursos Humanos;

Baixa margem e alta rotação de estoques.

As vendas de varejo em massa começaram a se tornar fatos comuns no Brasil

na virada da década de cinqüenta, com várias décadas de atraso em relação ao que se

observou nos Estadas Unidos. Na realidade, já havia estabelecimentos com um certo grau

de modernidade em relação ao varejo tradicional.

A estrutura e adequação ao modelo de alta performance, em custos, que leva o

Wal-Mart a ser a maior empresa do Mundo Revista Fortune (2013), toda modernização

trazida, foca em excelência operacional, utilizando toda tecnologia para gerar mais lucro e

otimizar as operações, a pauta ainda não aponta para questões ambientais, ou de

sustentabilidade, afinal de contas, mesmo porque este termo é utilizado a pouco tempo para

tratar as relações entre empresa e seus ambiente.

3.6.2 OS SUPERMERCADOS E A ERA DA SUSTENTABILIDADE.

Foi na década de 1970 que temos delineado o conceito de Sustentabilidade,

quando o clube de Roma publica em 1972, “ Os limites do crescimento”(Limits do grow),

que traz simulações matemáticas, do crescimento populacional, poluição e consequente

esgotamento dos recursos naturais da terra (Seiffert,2011), de uma forma geral o relatório

alerta sobre as situações complicadas com relação a escassez de recursos naturais. No

mesmo ano ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em

Estocolmo, Suécia, como relata Seiffert, 113 países e 250 organizações não

governamentais, passa a focar suas preocupações com os caminhos que a economia nos

levara, neste evento têm-se delineado o conceito de Sustentabilidade, afinal, quando

lançamos um breve olhar na história recente, vemos que os países em desenvolvimento

apresentavam alto nível de miséria, situações relativas a moradia, saneamento básico,

enfermidades infecciosas e a necessidade de desenvolvimento também econômico, no

entanto era preciso rever o formato.

Page 36: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

36

3.7 – A EVOLUÇÃO DO SEGMENTO DAS ÚLTIMAS 3 DÉCADAS

3.7.1 ELEMENTOS DA ESTRUTURA DO SETOR

Estudos baseados nos acontecimentos que nortearam o Varejo e o segmento

Supermercadista nos últimos trinta anos, Marcos e Serrantino (2003), descrevem 7 (sete),

elementos fundamentais que compõem a estrutura do varejo, indispensáveis para

entendermos o varejo que hoje se apresenta no Brasil e no Mundo:

Multiexperiência

Multiunicidade

Multiparcerias

Multicanal

Multimobilidade

Multivarejo Nação

Multitalento

O Setor Supermercadista é formado por um conjunto de elementos, exigindo

múltiplas formações, por parte de seus profissionais, diversos níveis de capacitação e

formação profissional em diversas áreas, das funções de repositores de produtos até os

executivos que negociam com as grandes industrias, enfrentam também uma grande

rivalidade no setor em que atuam (SOUZA & SERRENTINO, 2003).

Segundo “Geofrey Covey, editor da revista Fortune, conhecimento, talento

humano e criatividade são definidos, como as únicas competências capazes de gerar

diferenciais competitivos sustentáveis em longo prazo. Segundo sua visão, a inovação

contínua e a reinvenção dos negócios só se desenvolvem em empresas com forte cultura

corporativa, liderança e processos voltados à atração, retenção e motivação de talentos que

se estimulam pela criatividade. A questão envolvendo gestão de talentos no varejo é

polêmica em todo o Mundo e tornou-se nos últimos anos em assunto merecedor de

constante atenção e aprofundados estudos, a principal razão para essa crescente

preocupação está associada à consciência da importância das pessoas na geração de

vantagens competitivas sustentáveis no varejo.

Page 37: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

37

3.7.2 DESAFIOS DO SEGMENTO SUPERMERCADISTA

Um dos desafios para as empresas supermercadista no final dos anos 1990 foi

adequar o mix de produtos das lojas, principalmente para redes que atuam em diferentes

regiões, com populações de gostos e preferências heterogêneas. Além disso, formatar as

lojas de acordo com cada localidade, adaptando-se rapidamente ao mercado é um grande

desafio para estas empresas, a cultura, o clima organizacional relativo a aquisição de outras

empresas, com todo seu pessoal, sua cultura própria e quando falamos em cultura não se

pode deixar de falar na cultura da região na qual o supermercado está inserido, mesmo com

a Globalização com uma forte aliada a aproximar os costumes de consumo, por isto as

empresas multinacionais, grandes fornecedoras, tem se utilizado da padronização das

marcas e seu conhecimento Mundial para facilitar suas operações, isto está claramente

exemplificado na mudança de marca do absorvente feminino Sempre Livre, que tinha um

excelente posicionamento de mercado no Brasil, adquirido pela Procter & Gamble, foi

mudado para Always, que é uma marca Mundial da empresa.

3.7.3 LANÇAMENTOS DE NOVOS PRODUTOS.

A indústria de alimentos rapidamente reagiu às variações no consumo

analisadas anteriormente, tornando-se preocupada em atender aos anseios dos

consumidores sem perder atenção sobre as vendas e margens de comercialização, esta

passou a intensificar os lançamentos de novos produtos.

Os dados descritos por Deloitte (2014), quanto ao lançamento de produtos por

fabricantes de bens de consumo, apresentam um aumento de 26% do número de

lançamentos apenas no acumulado de janeiro a julho, os dados apresentados , foram

pesquisados pela ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING ( ESPM),

que enfatiza a estratégia das empresas em lançar produtos para atender à necessidade de

aumento de faturamento e conquista de clientes.

No período deste estudo, temos o registro de 2.352 novos produtos lançados e

postos á vendas nos supermercados e hipermercados, o que equivale a um aumento no

número de itens novos de 26%, foram 1.866 produtos novos lançados no mesmo período

do ano anterior. O estudo da ESPM , foi desenvolvido pela consultoria britânica Mintel,

Page 38: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

38

revelando também uma expressiva redução no tamanho das áreas de vendas, com a

abertura de supermercados mais compactos, houve uma perda em termos de área, alguns

anos atrás as lojas mediam em média 10 m2 e atualmente medem entre 6 a 7 m2, o grande

desafio para toda a cadeia produtiva, de uma lado os fabricantes tentando vende mais, do

outro lado, os supermercados que precisam trabalhar seus espaços para poder atender a

novas demandas, no entanto como as gôndolas do supermercados, ou sejam, suas

prateleiras ficam cada vez menores, fica difícil administrar este aspecto. Os especialistas

sugerem um modelo gerencial de estoque que adote um processo de reposição mais rápido,

destaca Deloitte (2014), um Mix de produtos deve atender aos interesses dos clientes,

manter estoques reguladores que possa atender ás necessidades dos clientes mas ao mesmo

tempo, não gere grandes estoques, o que pode gerar produtos vencidos e danificados,

gerando resíduos que são indesejáveis.

3.7.4 AS REDES E LOJAS LOCAIS E O SETOR NO BRASIL.

As baixas barreiras à entrada em conjunto com um ambiente favorável

ocasionaram entre os anos 1996 e 2000 um aumento do número de lojas do setor

supermercadista de cerca de 40%. Os novos agentes participantes do mercado constituíam-

se notadamente de pequenas empresas nacionais e grandes redes varejistas multinacionais.

No período 1996/2000 foram abertos 17.496 novos pontos de venda, dos quais 78%

pertenciam a pequenas empresas BNDES (2000). Concomitantemente à entrada de

pequenas empresas, outras desapareceram devido à consolidação das maiores redes de

supermercados, levando à concentração do setor quando se analisam as participações do

faturamento bruto total. A legislação brasileira não impõe problemas à entrada de grandes

grupos varejistas estrangeiros no mercado. Porém, existem algumas barreiras de entrada

específicas da própria atividade e que são enfrentadas por todos os entrantes:

1. Fidelidade do consumidor

2. Menor conhecimento do mercado por parte da empresa entrante em relação

às estão no mercado.

3. Realização de contratos com fornecedores, devido ao desconhecimento das

peculiaridades do mercado.

4. Escolha correta da localização da loja, fator importante na escolha da loja

pelo consumidor.

Page 39: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

39

5. Economias de escala, obtidas, entre outras formas, pela centralização do

abastecimento das lojas em um único centro de distribuição ou depósito, o

que somente pode ser obtida com um número de lojas que viabilizem a

manutenção,

6. Retaliação por parte dos competidores instalados, que podem praticar

preços inferiores ao praticados antes da entrada do novo competidor, ou

ainda realização de promoções.

Nos anos 1990 grandes empresas varejistas se instalaram no Brasil e no final da década

constituíram os maiores grupos do setor no país, este fato está ligado diretamente ao

momento em que todas as indústrias romperam paradigmas vigentes e aceitos, sobre as

atribuições do profissional de vendas, seguindo a onda dos anos 1980, onde vivemos o

estouro da era da qualidade, a busca das industrias está concentrada fortemente, na

capacidade de serem mais produtivas, em vender mais, com foco em resultados financeiros

(EXAMES – Maiores e Melhores 2005).

Desde o início de suas atividades, podemos dizer que os supermercados buscavam a

vantagem competitiva, como conceito de segmento, nas perspectiva bem apresentada por

Porter (2010) a diferenciação, ou algumas, como fator para se destacar.

Figura 1: Supermercado Pegorer São Paulo 1978.

Fonte: ABRAS (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS)

Page 40: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

40

As redes e lojas de supermercados locais, possuem uma grande participação na história

deste segmento, no Brasil deram origem a grandes redes nacionais, mas as redes que

sempre tiveram atuação local, exercem até hoje suas influências, como a Rede Pegorer do

Rio de Janeiro, outras tiveram grande capilaridade atuando na periferias de grandes

cidades, enfim em todos os municípios Brasileiros. Em nossa região a rede Bompreço

começou como uma rede local que se expandiu a ponto de ser comprado pelo Wal-Mart, a

maior empresa do setor e do mundo em faturamento. De uma forma geral estes

empreendimentos exercem suas influencias em seu entorno.

3.7.5 AS QUESTÕES DO ENTORNO E O AMBIENTE PARA OS

SUPERMERCADOS

Neste início, contextualizar o que vem ocorrendo no planeta, como esforços dos

desdobramentos de grandes nomes, oriundos de séculos posteriores ao século 20, se faz

necessário, como manifestação de respeito ao trabalho de ecologistas e ambientalistas, que

se doaram, abraçando diversas causas de defesa da vida humana, no entanto a partir de

Estocolmo 1972, inicia-se uma nova fase no pensamento e nos movimentos globais, que

irão buscar conformidade para o uso racional do meio ambiente, para reparar danos

ambientais, sociais e econômicos, o saldo que fora deixado por décadas de abandono, são

repensados e o mais importante, emerge não um novo pensamento, mas inúmeras

motivações multidisciplinares que irão caminhando para um entendimento global,

atravessar a barreira apenas do ecologicamente correto, para a necessidade de repensar

modelos econômicos, isto afeta o órgão mais sensível do ser humano capitalista, o bolso,

as empresa precisam repensar a contabilidade, baseada no modelo Smithisoniano, que

segundo Goleman (2007), obedece a uma conceituação sobre a Lei do Trabalho, que diz o

seguinte : “Smith julgava que a lei natural incluía a lei do trabalho”. Consequentemente, o

ambiente externo podia suprir às pessoas os produtos necessários á sua subsistência em

troca de trabalho e, nessas condições, todos deveriam ter o direito de desempenhar

atividades para preservar a existência. O único papel do governo deveria ser promover a

existência da lei natural e possibilitar o seu livre funcionamento”.

A visão que toma consistência e que domina o funcionamento do capitalismo, reforça

uma verdadeira luta, o meio , as próprias pessoas, são recursos a serem usados, na verdade

Page 41: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

41

o modelo é fundamentado na exaustão, na troca sem pormenores, para Smith: “ A

propensão ao comércio, ao escambo e à troca...é comum a todos os homens e não pode ser

encontrada em outra raça de animais“, este pensamento não é diferente das relações que

serão estabelecidas ao longo da história da humanidade posterior à publicação de “ A

Riqueza das Nações”, de Adam Smith em 1776, que levou 10 anos para ser escrito, afinal

Smith amigo de John Locke e David Hume, bebe fortemente do empirismos escocês e

amplia esta perspectiva para além das fronteiras da filosofia, querendo ou não, ele lança as

bases de um sistema capitalista que irá acompanhar a humanidade, ditando as regras como

as organizações lidam com as pessoas e com o meio ambiente.

Fig 2 : Os supermercados de periferia fazem parte da história do Brasil

Fonte: ABRAS ( ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS)

No contexto doa ambientes urbanos, temos a forte presença dos supermercados, como:

a Distribuidora de comestíveis Disco, foi o primeiro supermercado no Brasil, fundado em

1952, na cidade do Rio de Janeiro, figurou como a maior rede de supermercados no Brasil,

até os anos 1980 (ABRAS, 2010). Nos anos 1950 muitas empresas neste setor, foram

criadas, surge neste período, o BNDES, CASAS BAHIA, está ultima fundada por um

imigrante Holandês, afinal de contas o pós-guerra trouxe uma grande e necessária onde de

crescimento para uns e reconstrução para outros países.

Prestação de serviços para a comunidade em que se insere na localidade, o papel social

e dinâmico das pequenas lojas de supermercado, com serviços.

Os supermercados, ou supermercados chamados lojas independentes, conseguem trazer

uma gama de serviços para a sociedade, desta forma, se tornam um elemento de

Page 42: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

42

diferenciação, agregar serviços se torna uma estratégia de competição, frente às grandes

redes, o entendimento das questões sociais, de dificuldade de mobilidade ou mesmo de

falta de recursos da população de baixa renda, para se deslocarem constantemente, faz

desta loja um atrativo para efetivar diversos serviços.

Fig 3 : Caixa Eletrônico de Bancos em supermercado.

Fonte: ABRAS (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS)

O Banco do Brasil, como muitos outros bancos criam parceria com os supermercados,

trazendo seus serviços para facilitar a vidas das pessoas, esta união de setores, de

atividades, gera facilidades, impacto na oferta de serviço gera mais qualidade de vida,

afinal de contas o dispêndio para ter acesso a banco é minimizado. Outras empresas

também se somaram ao contingente de serviços agregados, como agencias de correios,

lotéricas e outros.

Cortar o cabelo, fazer uma cópia de chave,

imprimir fotos digitais ou consertar um aparelho

eletrônico, efetuar um pagamento no caixa eletrônico.

Pode parecer pouco usual, mas são esses tipos de

serviços que os consumidores buscam cada vez mais

encontrar em supermercados. Uma pesquisa da

consultoria Gouvêa de Souza & MD mostra que 90%

dos consumidores vêem vantagens em encontrar nas

grandes redes de varejo serviços como os citados

acima, ainda que o preço seja mais elevado.

Exame (2014 – Edição 1079 – 10/12/14)

Page 43: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

43

Mas não podemos dizer da prática de elementos sociais, como determinante na

concepção de que ali, se faz o desenvolvimento sustentável de que falamos, que se

contextualiza a partir de muitas observações, como abaixo relatado.

Mesmo atendendo a premissa da

sustentabilidade social, muitos destes supermercados,

não estão comprometidos ainda com as questões

ambientais, com a educação ambiental como a

conhecemos, com o conceito de desenvolvimento

sustentável.

Basta digitar em qualquer “buscador” na

Internet o temo “desenvolvimento sustentável” para

ver surgirem na nossa frente centenas de páginas.

Numa busca recente observou-se 756.000 endereços

relacionados a desenvolvimento sustentável em

poucos segundos.

(Scotto;Carvalho;Guimarães,2010).

Cumprimos etapas de um longo processo histórico, nos anos 1980, podemos perceber

que entra em cena o conceito de desenvolvimento sustentável, quando a Comissão

Mundial de Meio Ambiente (CMMAD), formula um documento institulado “Our Common

Future”, (“Nosso Futuro Comum”), um esforço de muitos países e representações de

comunidades científicas de diversos países, esta comissão contextualiza anseios que foram

partilhados em 1972 na Conferência Mundial sobre Meio Ambiente Humano, um processo

que vai se consolidando aos poucos, no sentido de entender , de compreende a nossa

situação e as tendências para o futuro. Apenas em 1987, isto 15 anos após a Conferência

Mundial sobre Meio Ambiente Humano, um trabalho presidido pela então primeira

ministra da Noruega, Gro Harlen Brundtland, que cede seu nome para a comissão

Brundtland, o importante documento “Our Common Furute”, é publicado nos Estados

Unidos e na Inglaterra, neste ano e no anos seguinte, ou sejam em 1988 é publicado no

Brasil pela Fundação Getúlio Vargas, este documento traz a seguinte definição de

Desenvolvimento Sustentável: “ o desenvolvimento que é capaz de garantir as necessidade

do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras atenderem também às

suas” (CMMAD, 1988:P.9)

Page 44: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

44

Fig 4: Esperantina – PI ( em loja de supermercado )

Fonte: Jonalesp.com

Como já destacamos, a prestação de serviços que os supermercados oferecem, vêm

facilitando muito a vida das pessoas, acesso ao caixas eletrônico, por exemplo, pode

facilitar e muito todas as atividades do dia-a-dia, não há hoje um local, onde não se

encontre algum serviço sendo oferecido, em lojas de periferia, as lojas se tornaram em

algumas ocasiões locais para pagar contar, sacar dinheiro, fazer um serviço adicional, a

ideia é criar mais facilidades para as pessoas de uma forma geral, isto também ocorre nas

cidades mais afastadas do centro, muitas vezes os supermercados, também chamados de

“supermercados”, são as únicas opções de abastecimento que as pessoas têm, pois as

grandes redes não fazem um trabalho para atender pequenas cidades, como por exemplo

ESPERANTINA – PI, no entanto o supermercado Junior, assim como outros

estabelecimentos espalhados nos mais de 5.500 municípios brasileiros fazem.

3.7.6 O VOLUME DE VENDAS E SEU IMPACTO NO VOLUME DE RESÍDUOS

PRODUZIDOS

A sociedade do consumo construída por uma história econômica que sempre

incentivou este formato de vida, uma economia aquecida faz com que o dinheiro circule,

gerando uma infinidade de atividades.

Page 45: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

45

A economia de escala, vai apresentar um aparente interesse em alcançar uma maneira

sustentável, para os modelos econômicos dominantes, no entanto esta abordagem que

surge como uma reação ao interesse de se obter mais lucro com menor aplicação de

recursos, desta forma, o que fortalece a ideia primitiva de acumulação de capital

Em O Capital, Marx mostra como se processa, numa

economia capitalista, a acumulação de capital como o

dinheiro, o capitalista compra meios de produção e

força de trabalho. Por meio do processo de produção

obtém uma mercadoria cujo valor é superior à soma

dos valores dos meios de produção e da força de

trabalho utilizados nesse processo. Esse acréscimo de

valor é chamado de mais-valia, que, apropriada

parcial ou integralmente pelo capitalista, alimenta a

acumulação de capital. Em suma, a acumulação

capitalista se realiza pela compra, no mercado de

meios de produção e de força de trabalho e a venda,

também no mercado, da mercadoria que resultou do

processo de produção.

(Saes e Saes , 2014)

Pouca ou nenhuma preocupação com aspectos de sustentabilidade, as organizações, em

seus mais diversos setores econômicos, buscam as vantagens competitivas através de

vetores de maximização do lucro, do acumulo de capital. Perceber este aspecto nos faz

entender, quanto as empresas sempre estiveram determinadas a promover o seu

crescimento, o crescimento das economias nacionais, sem uma via de desdobramento que

pensasse em um equilíbrio entre a ecologia. Ainda não há uma diferença na máxima do

capitalismo, mas há muitos esforços para transformar alguns processos, em entender como

conviver melhor com a relação com a escassez de recursos.

A existência de economias de escala é a razão

que justifica a grande dimensão das empresas

pertencentes aos sectores de atividades com elevados

custos fixos. Por exemplo, uma refinaria de petróleo

necessita de equipamentos de grande dimensão e

complexidade tornando os custos fixos muito elevados

Page 46: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

46

obrigados as empresas a produzir elevadas

quantidades de forma a diluírem esses custos fixos por

um número elevado de unidades, baixando assim o

custo médio de produção.

(Nunes, 2014)

Para falamos sobre resíduos sólidos vamos primeiramente entender o que é o resíduo

sólido, o RS, é o elemento principal do estudo desta pesquisa e sua relação dentro de um

segmento específico, o setor supermercadista, representado neste estudo pelas lojas

independentes e redes locais, que concorrem com as grandes redes de supermercados

globais. Esta realidade deu ênfase a muitos empreendedores no Brasil, no início das

atividades deste segmento, o grupo Bompreço, G barbosa e o Pão de Açucar são reflexos

deste processo, desta época, no entanto, nenhum deles conseguiu se manter como uma

empresa nacional, todos foram absorvidos pelos grandes gigantes do setor, o Wal-mart, o

grupo Royal Ahold e o grupo Casino, respectivamente dos Estados Unidos, Holanda e

França. Estes grandes conglomerados foram chegando ao Brasil e adquirindo diversas

empresas, médias e grandes, a resistência que se apresenta ao setor, são as empresas que

fazem parte de nosso estudo, pequenas redes locais e lojas independentes, que enfrentam a

agressividade do setor, o poder de barganha que estas grandes empresas têm com

fornecedores, este tópico não é parte de nosso estudo, mas é necessário que façamos uma

breve leitura do segmento, para perceber sua força.

O termo resíduo sólido, como entendemos no Brasil,

significa lixo, refugo e de outras descargas de

materiais sólidos, incluindo resíduos sólidos de

materiais provenientes de operações industriais,

comerciais e agrícolas e de atividades da comunidade.

(Souza, 2010)

Todos nós, de uma forma ou de outra, produzimos resíduos sólidos e orgânicos em

nossas atividades diárias, no entanto, a atividade comercial varejista, como os

supermercados, são também formadores de resíduos sólidos, derivados de suas operações

diárias. Este setor tem uma expressiva participação em nossa economia, com uma

participação de mais de 5% do PIB do Brasil (Yamada, 2014), desta forma o setor

Page 47: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

47

supermercadista serve para a alocação de inúmeros produtos que são consumidos

diariamente, em todos os ambientes urbanos, desta forma este setor, se difere pela sua

abrangência , o comercio praticado pelos supermercados, envolve uma infinidade de itens

de consumo diário das famílias, das pessoas de um forma geral e vem apresentando

crescimento a cada ano.

Quadro 1 : Cenário econômico do setor supermercadista - ABRAS.

2012 2013 Variação

Faturamento R$ 242,9 bilhões R$ 264,8 bilhões 9%

Número de Lojas 83,6 mil lojas 85,2 mil lojas 1,90%

Número de check-outs 210,2 mil funcionários 215,9 mil chec-outs 2,70%

Número de funcionários 986,1 mil funcionários 1.008,0 mil funcionários 2.2%

Área de vends em m2 21,0 milhões 21,2 milhões 1,00%

Fonte : ABRAS - Depto. De Economia e Pesquisa Abras 2014.

Os números apresentados na Quadro 1, dizem respeito ao setor de supermercadista no

Brasil, quando avaliamos o faturamento de 264 bilhões de Reais, concluímos a importância

econômica, o setor representa cerca de 5% do PIB do país, um setor que vem apresentado

crescimento constantes, a importância deste setor, esta caracterizado no dia-a-dia de todas

as pessoa, ainda avaliando estes números, com base nos dados fornecidos pela ABRAS, o

setor que estudamos representa 54% do volumes comercializados neste setor

Quadro 2 : IBGE 2013-PIB em Milhões de USD.

1 Estados Unidos 15.653.366

2 China 8.250.241

3 Japão 5.984.390

4 Alemanha 3.336.651

5 França 2.875.000

6 Brasil 2.673.580

7 Reino Unido 2.585.779

8 Itália 1.980.448

9 Rússia 1.953.555

10 Índia 1.946.765 Fonte: IBGE 2013

Page 48: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

48

3.7.7 OS DADOS DA ABRAS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

SUPERMERCADOS E SUAS PERSPECTIVAS SETORIAIS

Ao cruzarmos os dados econômicos acima colocados, relembrando uma cifra de R$

264,8 bilhões de receita gerada em 2013, pelo setor supermercadista, indica um agressivo

volume posto na sociedade de produtos acabados, onde ¾ dos produtos industrializados

são vendidos no auto-serviço, ou seja, nos supermercados, percentualmente segundo o

relatório PLATAFORMA ABRAS (ABRAS 2013-2014), este volume é de 74,8%. O

infográfico a seguir descreve o detalhamento dos segmentos separadamente, no entanto,

para nossa análise este dado revela um alto grau de concentração de Resíduos Sólidos

decorrente das embalagens para acondicionamento no transporte e dentro do

estabelecimento, materiais estes que são descartados quando o produto é exposto na loja,

para venda, por conseguinte, ele é levado por todos nós consumidores para suas residências

ou estabelecimentos comerciais, onde são consumidos e mais uma vez os resíduos de suas

embalagens são descartadas, lembro que este descarte, pessoal ou por parte de empresas,

não esta presente na análise de nossa pesquisa, no entanto, o leitor irá perceber que os

dados coletados, nos revelarão um ligação direta com estes volumes, que são tratados no

âmbito dos programas de Gestão de Resíduos Sólidos, particularmente no seu

desdobramento final, na relação das pessoas e de seus municípios, o que extremiza em

importância, particularmente na época em que este trabalho chega a sua formatação final,

pois o ano de 2014, é limite para que os municípios aliem suas práticas de coleta e

destinação de Resíduos sólidos, conforme destaca a Lei 10.305/2010, que respalda o PNRS

(Plano Nacional de Resíduos Sólidos).

Page 49: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

49

Gráfico 1 – Abras 2013

Fonte: Abras 2013

O volume colocado nos mercados, diariamente pela indústria representa 74% de tudo

que é comercializado dentro dos supermercados, neste aspecto, temos uma quantidade

enorme de embalagens que são colocadas para serem consumidas, no entanto é importante

perceber que as embalagens de entrega, também chamadas embalagens de embarque, que

levam os produtos da indústria até os pontos de vendas, o produto em si, tem sua

embalagem individual, de retenção, que contém o produto, por exemplo, uma garrafa de

refrigerante de 2l, é descartada pelo consumidor, no entanto, o invólucro plástico, que

envolve o palet, para ser transportado, com alguns pacotes de 6 unidades de refrigerantes é

descartado no supermercado, assim como o plástico que envolve as 6 garrafas, são um bom

exemplo do que é descartado no supermercado, pois o cliente em sua maioria leva apenas

algumas unidades, o supermercado tem que gerenciar este descarte, falamos apenas de um

item, um SKU (Stocking Unit), a unidade de venda, que todos nós conhecemos como

consumidores. Conhecemos os problemas que decorrem da coleta urbana em um país com

mais de 5,5 mil municípios, que estão submetidos á lei de resíduos sólidos, que estabelece

um prazo para uma grande mudança na gestão do trato dos resíduos produzidos, no

entanto, não está na temática deste trabalho, pesquisar sobre este imenso aspecto, o nosso

objetivo esta relacionado aos RS, no entanto na perspectiva do que é produzido no

supermercado, o que de uma forma direta também irá impactar no que os municípios

Page 50: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

50

precisam fazer, pois nós temos cerca de 84 mil lojas de supermercados no Brasil, logo em

todos os 5.500 municípios brasileiros, temos um tipo de atividade supermercadista,

principalmente as redes locais, que estamos estudando neste projeto, pois as grandes redes

não chegam aos pequenos municípios do Brasil, cabe aos pequenos empreendedores

levarem os essências serviços para estas localidades.

Os municípios brasileiros, estão atrasados no cumprimento das diretrizes de

implantação do PNRS (Plano Nacional de Resíduos Sólidos), que regular a coleta e a

adequada destinação dos resíduos sólidos, neste sentido cada setor do comércio varejista,

tem uma participação na produção de resíduos, desta forma sendo co-autores deste

processo, podem contribuir para auxiliar em um trabalho conjunto para poder atender não

apenas às exigências do PNRS, mas principalmente contribuir para que as grandes

mudanças devem ocorrer.

No gráfico abaixo, podemos ver que os Hiper e supermercados ocupam 19,4% da

representatividade do segmento varejista, no entanto quanto tratamos de resíduos sólidos e

orgânicos, podemos destacar uma importância ainda maior, pois além de serem, comprados

com o líder desta pesquisa, o segmento de Veículos, motos e autopeças, um segmento de

menor valor agregado por unidade de venda, ou seja, alimentos e todos os utensílios

vendidos em supermercados têm menor valor agregado, gerando um imenso volume de

venda, o que decorre a utilização em maior escala de embalagens, que como a pesquisa

nos destacou ser o maior responsável por produzir resíduos, por descartar elementos pela

sua comercialização, quando em um supermercado se coloca para venda uma caixa de

leite, uma ou duas embalagens de transporte foram descartadas, normalmente plástico e

papelão.

Page 51: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

51

3.7.8 CONSTITUIÇÃO DO SEGMENTO VAREJISTA NO BRASIL –

PRINCIPAIS SETORES.

Gráfico 2 – IBGE – PESQUISA ANUAL DE COMÉRCIO 2013

Fonte: IBGE –2013

Há uma quantidade enorme de produtos que são colocados no mercado diariamente,

estamos falando de uma capilaridade muito grande, pois os dados da ABRAS, registram

em 2013, um numero de 1,7 trilhão de Reais do consumo das famílias, o que está

relacionado de uma forma direta a produção de Resíduos sólidos, na verdade, como a

ABRAS vem experimentando um período de crescimento do consumo e das vendas, o

presidente da ABRAS, Fernando Yamada, também fundador e líder de uma das maiores

redes de supermercado do país, destaca que este crescimento não é para sempre, mas ainda

há muitas oportunidades do mercado.

O gráfico 2 , apresenta uma participação de 19,4% do segmento de Hiper e

Supermercados no comércio global do ano, ficando atrás apenas do segmento da indústria

automobilística e motos, que movimentam vendas de alto valor agregado, logo em temos

de volume podemos ter uma clara percepção do tamanho do segmento de nosso estudo.

Page 52: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

52

A pesquisa do segmento supermercadista 20013, traz

uma novidade em relação às dos anos anteriores: além

do dado geral dos supermercados (perdas a preço de

custo divididas pelo faturamento líquido),

tradicionalmente apresentado, foram levantados

também as perdas nas principais seções dos

supermercados. “Com isso, foi possível observar que

a área mais crítica em termos de perdas é a de FLV

(frutas, legumes e verduras), que em 2012 registrou

perdas de 4,22%. Outra seção com índice de perdas

alto foi a de padaria, com 2,37% e açougue, com

2,24%”, “Há ainda áreas menos importantes em

termos de faturamento do setor, mas que apresentaram

resultados expressivos de perdas, como as de

perfumaria (1,49%) e bazar (1,42%)”, complementou.

(YAMADA , 2014 ).

Os dados fornecidos pela ABRAS, são importantes para apresentar os números do setor

e com isto, podemos também entender o que ocorre em algumas áreas, por exemplo, as

pequenas lojas de supermercados, que representam 54% da quantidade de lojas do

mercado, segundo a ABRAS, adotam uma politica de reduzir seus custos, reduzindo suas

perdas, que é uma forma de custo, bastante danosa para as contabilidades de muitas

empresa, a perda não oferece nenhuma possiblidade de retorno, sendo altamente

indesejável, neste sentido as redes locais e as lojas independentes de supermercados, que

representam 54% do total de lojas. Como pode ser visto nos dados fornecidos pela

ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), veremos que os principais vilões

geradores de perdas, são FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS, com perdas de 4,22%,

no entanto nas lojas avaliadas, nesta pesquisa, isto não ocorre, estas lojas , por serem

menor, possuem cozinhas, onde as refeições do funcionários são feitas, eles utilizam os

alimentos antes de se tornarem perdas, há na verdade uma verificação diária que retira as

verduras mais maduras, ocorre a mesma coisa com as lojas que têm padaria ou açougue, o

que gera uma pequena produção de resíduos orgânicos, todas as 10 lojas que foram

avaliadas, adotam esta conduta, logo seus resíduos orgânicos, saem do estabelecimento

com o resíduos da cozinha, não fazendo parte da operação de vendas de produtos, o que

poderá ser verificado na tabela resumo da pesquisa que foi realizada em 10 lojas na Região

Metropolitana do Recife.

Page 53: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

53

Gráfico 3 – IBGE – Consumo da Famílias

Fonte: IBGE

Já o gráfico 3, traz claramente o crescimento do poder aquisitivo das famílias, após o

ano 2000, o país passa por uma mudança em seu panorama econômico, há o crescimento

também do setor supermercadista, isto traz algumas oportunidades e ameaças que foram

estudadas durante nossa pesquisa, nas perspectivas a que ela se destinou. À medida que o

PIB cresce, temos diretamente proporcional o crescimento do consumo das familias e

também diretamente proporcional a quantidade de resíduos produzidos, tanto no ambiente

de compra e venda, os supermercados, quanto também nos domicílios, o primeiro é nosso

locus da pesquisa, mas é necessário destacar que o ambiente domiciliar precisa ser

repensado.

Ao avaliar os números do setor supermercadista no BRASIL, percebemos que 54% do

volume negociado, estão concentrados em lojas independes ou supermercados locais,

denominados pela ABRAS, como “DEMAIS”, como pode ser visto no gráfico abaixo, logo

temos a percepção de um imenso volume de resíduos que são produzidos, criando uma

grande necessidade de aprendizado para gerir melhor os resíduos que são descartados, os

supermercados aqui caracterizados que são objeto de nossa pesquisa, podem influir

diretamente no plano municipal de resíduos sólidos, os municípios são formados de

domicílios, de atividades comerciais e industriais, cada uma tem sua parcela de

participação na formação de resíduos sólidos.

Page 54: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

54

As questões de produção de resíduos tem uma relação direta com o aumento do

consumo das famílias, no entanto há imensos esforços no sentido de fazer com que as

pessoas consumam de forma mais adequada, fazer um consumo consciente, tem sido uma

bandeira intensa de todas as entidades que estão envolvidas com as práticas sustentáveis,

cada dia há esforços em torno da consciência do consumo, assim como o a produção

consciente, afinal de contas, as empresas impõem seus modelos de embalagem, motivadas

por aspectos ligados ao marketing e economia de escala, claro que quando se fala de

embalagem, falamos de algo necessário para os mais diversos produtos que fazem parte, do

consumo diário das famílias, mas há um esforço constante e global de se buscar forma de

lidar com esta realidade de forma mais amena, o Ministério do Meio Ambiente, tem

investindo em várias ações e programas para desenvolver estes hábitos.

Ao longo da última década, o conceito de PL

(Produção Limpa), foi ampliado devido às pressões de

organizações não governamentais (ONGs), dos

consumidores, da competição de mercado e de novos

instrumentos de políticas públicas. Passou a

incorporar novas variáveis, critérios e princípios

incluindo as questões sociais que estavam relegadas

em relação às ambientais. A evolução do conceito de

PL levou à idéia de "Produção e Consumo

Sustentáveis" (PCS), que reúne as duas pontas do

processo produtivo com impacto direto na

sustentabilidade.

(Ministério do Meio Ambiente – 2014)

Esta nova concepção de “Produção e Consumo Sustentável”, vem diretamente

fomentar a necessidade de aprendizado, tanto das pessoas, quanto das empresas, o desafio

das industrias, tem sido exigido por novas legislações, mas ao passo que se tornam

exigência dos consumidores, há um processo de mudança mais rápida, um exemplo é com

relação ás sacolas que são utilizados em supermercados, atualmente esta discussão foi um

pouco silenciada, alguns municípios não adotaram a exclusão de uso de sacolas plásticas

nos supermercados, para serem fornecidas aos clientes, mas este assunto ficou paralisado,

por exemplo a cidade de Jaboatão dos Guararapes implementou esta medida, mais com

pouca efetividade prática, este exemplo é apenas para ilustrar que os esforços devem ser

amplos, logo o consumo sustentável deve se tornar fundamental para mudanças mais

consistentes. O MMA ( Ministério do Meio Ambiente ), destaca a importância das duas

pontas que relacionam o processo produtivo, no nosso âmbito de pesquisa, o processo

Page 55: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

55

produto, no caso dos supermercados é a geração de resíduos, sua gestão e destinação, o

setor supermercadista se encaixa nas proposta de modelos que o MMA , vem buscando,

com sue programas desenvolver e apoiar.

Os dados do gráfico abaixo apresenta o que já destacamos a importância quantitativa

do setor supermercadista, merecendo nosso destaque novamente ao numero de 54% no

volume de faturamento, que as lojas denominadas “Demais” ocupam.

Gráfico 4 : Ranking Fundação ABRAS/NIELSEN 2013.

Fonte: Fundação ABRAS/NIELSEN 2013.

O setor supermercadista tem uma grandes importância no dia-a-dia em nossas vidas,

tanto no Brasil quanto no Mundo, as 10 maiores redes, representam 1,2 trilhão de dólares,

sendo economicamente importantes, são o principal canal para as industrias colocarem

seus produtos para o consumo mundial de todas as pessoas, no entanto trazem também

consigo a produção de resíduos, o que foi destacado pela pesquisa que completa esta

dissertação em termos de importância e relevância do setor.

Para este entendimento vemos os ambientes de formação educacional, escolas,

faculdades e universidades corroboram para este disseminar de ideias e propostas, sendo

este trabalho busca ser resultado também deste diálogo. O entendimento aqui procurado,

com os objetivos traçados, não busca culpado ou inocente, mas busca o entendimento, que

cadeias produtivas não podem mais adotar, mera e simplesmente o conceito de

VANTAGEM COMPETITIVA, como modelo de diferenciação.

Page 56: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

56

Encontrar ações e programas de gestão e utilização dos Resíduos Sólidos, em grandes

redes, como as maiores é muito comum, fazem parte de indústria bilionárias, com imensa

visualização, têm uma imensa responsabilidade neste papel, no entanto entender como as

médias e pequenas, empresas conseguem dar conta deste assunto, é fundamental, pois

apesar de serem empresas menores, a soma de suas atividades representa 54% do volume

das atividades, logo tornam-se bastante significativas para esta mudança.

No sentido de ajudar na compreensão deste setor, a tabela abaixo destaca o faturamento

dos 10 maiores do Mundo, os maiores varejistas, dos quais destacamos o Walmart e

Carrefour, por suas amplas participações no mercado brasileiro, estas redes não são

objetivo de nossa pesquisa, pois não se caracterizam como redes locais ou lojas

independentes, no entanto entender a dimensão destas grandes corporações reforça ainda

mais a força econômica deste setor, para ilustrar o Walmart sozinho tem um faturamento

que representa 17,5% do PIB Brasileiro.

Tabela 1 : Ranking 10 maiores supermercados do Mundo – ABRAS/NIELSEN.

Fonte: ABRAS/NIELSEN.

O segmento supermercadista tem uma grande representatividade mundial, pela sua

distribuição e um modelo de negócios que existe em todos os países, a tabela 3 mostra o

ranking mundial e as grandes redes que dominam este setor. Tratamos um segmento e

importantes desdobramentos de sua atuação como ente econômico e social, acompanhados

por outros organismos, da iniciativa privada que também fomentam a discussão e trazem

ao seu da sociedade através de seu papel midiático, indicadores apresentados por

Page 57: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

57

reconhecidas instituições de Pesquisa e ensino superior do nosso país; refiro-me

especificamente ao 14º relatório apresentado como guia Exame de Sustentabilidade

(Dezembro,2013) , que apresenta as 61 empresas mais sustentáveis do país e traz o ranking

das 20 empresas mais sustentáveis, esta cuja metodologia foi elaborada pelo Centro de

Estudos em Sustentabilidade (GVces), da Fundação Getúlio Vargas.

Esta pesquisa vem sendo desenvolvida a 7 anos, mostra a tendência em

parametrizarmos condutas, estabelecermos padrões, para que as empresas interajam com

o meio ambiente, com a sociedade na qual estão inseridas. Logo este trabalho tem esta

atuação, perceber dentro de um segmento tão empreendedor quanto os as redes de

supermercados e lojas independentes, como são tratados os resíduos sólidos, sua geração,

direcionamento e/ou tratamento.

Abaixo temos o PIB dos principais municípios do Estado de Pernambuco, por

faturamento, classificando assim por potencial de geração de demanda.

Quadro 4: PIB dos Municípios.

1 Recife 36 821 898

2 Ipojuca 11 595 851

3 Jaboatão dos Guararapes 9 480 125

4 Cabo de Santo Agostinho 6 006 252

5 Caruaru 3 872 947

6 Petrolina 3 786 065

7 Olinda 3 687 724

8 Paulista 2 805 476

9 Vitória de Santo Antão 1 950 780

10 Igarassu 1 470 899

11 Garanhuns 1 389 009

12 Abreu e Lima 1 025 853

13 Belo Jardim 974 696

14 Camaragibe 931 590

15 Serra Talhada 921 058

16 Goiana 872 238

17 Petrolândia 816 787

18 Santa Cruz do Capibaribe 766 084

19 Carpina 760 686

20 Itapissuma 739 543

Fonte: IBGE, 2014.

Page 58: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

58

O PIB dos principais municípios do Estado de Pernambuco, não apresenta

desenvolvimento, não podemos dizer que houve um processo real de desenvolvimento, o

Estado aspirou um leve crescimento, motivado por obras Federais, ações pontuais do

GOVERNO DO ESTADO, concentrada em algumas regiões, o avanço é restrito como

mostra o PIB, há uma necessidade de ações consistentes.

Um país em desenvolvimento que

simplesmente se abre ao mundo exterior não

colhe necessariamente os frutos da

globalização. Mesmo que seu PIB cresça, o

crescimento pode não ser sustentável, ou

sustentado. E, mesmo que o crescimento seja

sustentado, a maioria de seus habitantes pode

piorar de vida.

(Stiglitz,2010 )

Entre os muito bons pensadores contemporâneos, cabe um destaque ao Prêmio nobel

de economia Joseph Stiglitz, quando revela de forma direta, este panorama, ele

contextualiza e relembra as grandes corporações e suas ações devastadoras em busca da

soberania do crescimento das metas. Ao bebermos de tantos dialogadores neste tabuleiro

global, do aprendizado da sustentabilidade, vamos convergindo pensamentos, aqui se faz a

fusão com o pensamento de Fritjof Capra, em a teia da vida, o texto abaixo parece que fora

escrito sob a mesma escrivaninha que Stiglitz tece sua profunda critica ao sistema.

Quanto mais estudamos os principais problemas

de nossa época, mais somos levados a perceber que

eles não podem ser entendidos isoladamente. São

problemas sistêmicos, o que significa que estão

interligados e são interdependentes. Por exemplo,

somente será possível estabilizar a população quando

a pobreza for reduzida em âmbito mundial. A extinção

de espécies animais e vegetais numa escala massiva

continuará enquanto o Hemisfério Meridional estiver

sob o fardo de enormes dívidas. A escassez dos

recursos e a degradação do meio ambiente combinam-

se com populações em rápida expansão, o que leva ao

colapso das comunidades locais e à violência étnica e

tribal que se tornou a característica mais importante da

era pós-guerra fria. ( Capra, 2007)

Page 59: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

59

Este texto do Capra,veio parar neste trabalho, como consequência de toda a

caminhada que foi sendo desenvolvida no Mestrado, a cabeça de cada um membro da

turma vinha de um processo polarizado, estudávamos Administração, Biologia, Direito,

Agronomia, Geografia ou Psicologia, enfim, a pluralidade é a primeira quebra de sentidos,

e dentro deste contexto não poderia deixar de falar de Capra, sobre o texto acima, que

revela, o que Bertalanfy nos anos 40 traz como um diálogo sistêmico, o médico alemão,

questiona a forma de vermos e vivermos as relações com o Mundo ao nosso redor,

ampliando o raio, nos faz ver além de nossas fronteiras, ele é igual na desigualdade.

Participar deste limiar é trazer um pouco de investigação sobre cenários específicos, no

sentido de ampliar, mas de forma sustentável, o debate é transversal, multidisciplinar e

interdisciplinar, uma matriz que abre a comunicação dialética de forma definitiva, a

produção não tem o pertencimento de um, mas vai se ligando aos fios que Capra descreve,

nada pode ser entendido isoladamente e alguns séculos de história, intimista na forma de

revelar um modelo, que decai de forma intensa e constante, cada passo dado conscientiza,

nós como os que consomem este imenso dialógo com nossos formadores e concretizamos

com a literatura que referencia este trabalho.

3.8 O APRENDIZADO EMPREENDEDOR, A FORMAÇÃO DO ECO-

EMPREENDEDOR E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.

Estes elementos são determinantes para reformar o ambiente que levaria a explosão

capitalista que acompanharia as grandes nações capitalistas, que se firmaram ao longo do

século XX, mantendo um ritmo, que de uma forma geral acompanha com algumas

mudança de cenário, as relações econômicas ao longo do século XXI. A história que segue

o conturbado século XXI, vai reforçando concentração, grande desenvolvimento industrial

Na afirmativa de May (2010), pode ser percebido que a relação do homem, com o

seu meio, com o planeta, não poderia ter desdobramento diferente do que temos hoje, o

alto grau de complexidade social, que acorda tendo que reformular sua forma de pensar e

de agir, no entanto para mudar as situações postas ao longo dos últimos séculos, fica

difícil, principalmente quando os benefícios de alguns de seus atores são grandes, o

suficiente para lhes garantirem, sustentar a hipótese de não precisarem ter que mudar.

Imaginar economias e histórias que foram passadas de geração para geração, na formação

dominante, e logo, não é de se imaginar que não seja algo tão fácil, logo o processo de

Page 60: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

60

mudança terá que passar pelo contar de outras histórias, não para convencer, mas para

ensinar, aprender e principalmente apreender, como nos colocava de forma clara, nas aulas

do mestrado o Professor Luis Márcio, da diferença entre CRESCIMENTO e

DESENVOLVIMENTO, este último é um estado e um estágio sustentável, quando

“tiramos o envolvimento”, deixamos de envolver e há o processo de desenvolvimento, isto

requer uma postura social, a compreensão do todo, muitas vezes difícil para um

empreendedor.

A busca de um mundo possível, tem sido perseguido por todas as pessoas, que

percebem a relação caótica que o homem vem historicamente travando com o seu meio de

subsistência, as economias se sucedem e revezam sua posição de liderança, os grupos de

países que dominam a economia global, o fazem, exaurindo os recursos naturais.

Quando avaliamos a explosão demográfica, com o crescimento tanto populacional

como da agricultura e a revolução industrial, Saes & Saes (2012), ele não deixa de destacar

a importância dos avanços tecnológicos, um resultado direto da revolução industrial,

criando uma verdadeira reação em cadeia, a necessidade de atender a todos os crescentes

volumes de produção, equipamento de toda ordem, foram inventados, a busca por fontes de

energia e material prima, imprime um ritmo intenso, sem preocupações com o meio

ambiente, com o planeta.

Um parâmetro quantitativo, que mostra no período da revolução industrial, a

construção de estradas de ferro, representa o crescimento da indústria de transporte, mas ao

mesmo tempo, mostra a expansão que alguns países imprimem, em suas economias, na

verdade as estrada de ferro são um grande indicador de como outra indústrias crescem, se

utilizando deste meio de transporte para consolidar suas relações comerciais, como foi o

caso da América do Norte.

Na América Latina, as estradas de ferro também passam a ser desenvolvidas a partir

de 1860, para escolar a produção de produtos de exportação de alimentos, o trigo da

Argentina e o café do Brasil, sendo assim, Saes & Saes (2012), revela uma economia

agrícola, servindo para suprir a demanda por alimentos de países industrializados e com

poder econômico, isto pode ser visto na figura abaixo, que apresenta o crescimento em

milhas das ferrovias, uma clara concentração do crescimento das ferrovias nos Estados

Unidos e na Europa.

Page 61: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

61

Quadro 5: CONSTRUÇÃO MUNDIAL DE ESTRADAS DE FERRO.

REINO UNIDO

EUROPA

(MENOS

REINO

UNIDO)

ESTADOS

UNIDOS

RESTO DO

MUNDO

1840-1850 6.000 7.000 7.000 -

1850-1860 4.000 13.000 24.000 1.000

1860-1870 5.000 26.000 24.000 7.000

1870-1880 2.000 37.000 51.000 12.000

Fonte : Saes & Saes (2012, p.186)

3.9 OS INDICADORES DA ECONOMIA E O INÍCIO DA FORMAÇÃO DE

INDICADORES DE SUSTENTABILDIADE GLOBAL E A RELAÇÃO COM O

DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL

Entender o contexto em que estudamos a sustentabilidade é muito importante,

mesmo porque ao entender os diversos cenários em que se aplica esta palavra, podemos

perceber a sua diversidade, para efetivar caminhos é preciso saber onde estamos. Sendo

assim é importante um conjunto de indicadores para representar, da melhor forma possível

nossa realidade atual.

Estatísticas e indicadores que ajudem no

conhecimento da realidade que nos cerca desempenham

um papel muito importante sob diferentes aspectos:

orientam setores econômicos e sócias (governos,

empresas, sindicados, famílias, etc), nas suas ações, são

indispensáveis para os pesquisadores desenvolverem seus

trabalhos e, principalmente ajudam todos os cidadãos a

formar suas diferentes visões de mundo, acompanhar o

que se passa em suas sociedades e cobrar de seus

governantes e de suas elites as ações e comportamentos

que julgam necessário.

(Besserman , 2009)

Apesar de corresponder sobre a necessidade real de todas as comunidades , das

sociedades como Besserman destaca, ele neste momento não elenca algo que nos é

constitutivo, nós que ao adentramos no programa GDLS, assumimos a ação direcionada

ao estudo da LOCALIDADE, que se destaca em diferença, quando passamos a discutir e

agir na localidade.

Page 62: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

62

3.10 MÉTODO DE PESQUISA – SUAS PRÁTICAS E RESULTADOS

COLETADOS

Analisamos a produção de resíduos sólidos que são produzidos em supermercados

de periferia na cidade de Recife, durante 30 dias, foram coletados números que irão nortear

as avaliações e discussões sobre o tema.

Uma avaliação quantitativa do que é produzido e qualitativa das ações gerenciais

dos responsáveis dos estabelecimentos que foram foco da pesquisa.

Foram 10 lojas, inseridas na região Metropolitana do Recife, nas quais, durante 30

dias foram separadas, pesadas e registradas as quantidades de resíduos produzidos nas

atividades diárias dos supermercados, investigando assim como todo o processo ocorre,

onde pudemos verificar o que fora proposto nos objetivos específicos, desta forma cada

questão do questionário, foram fornecendo dados que foram analisados e estão dispostos

no capítulo 5 – Análise dos Dados.Todos supermercados mantém material para este

trabalho, com balanças que são utilizadas para recebimento de mercadoria e também

balanças exclusivas para pesar os resíduos produzidos.

3.11 GERIR O DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL E A

COMPLEXIDADE DAS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS NO

CONTEXTO AMBIENTAL E CLIMÁTICO

Viola (2000), acrescenta a este debate, a complexidade das negociações

internacionais para proteger o ambiente global, levando em conta a construção do regime

de mudanças climáticas, ele nos coloca um descurtinar de uma concepção política

institucional, que coloca cada país, como um ferrenho defensor das políticas de Gestão

adequada do meio ambiente, Viola chama de retórico este discurso, afinal ele é parte do

componente político das nações, ele destaca que todos os esforços para atenuar a condição

climática, sempre traz em seu contexto, os interesses de seus respectivos países, logo o

consenso precisa ser amplamente discutido e isto é algo que tem diversos desdobramentos,

a roda da economia como a conhecemos é composta de uma infinidade de atores, quando

Page 63: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

63

olhamos para os dados da Revista Fortune, que traz o top 100, das maiores empresas em

faturamento no Mundo, percebemos um pouco da dimensão econômica e seus

desdobramentos, não podemos ignorar esta realidade, no entanto não podemos ignorar

nenhuma outra, principalmente a nossa existência no Planeta.

Quando falamos hoje de gestão ambiental, de sustentabilidade , estamos falando de

múltiplos esforços, estudos e ações para gerar condições para que a humanidade não se

depare no decorrer das próximas gerações com o utópico e indesejável inferno de Dante,

aqui na UPE (UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO), tomando como base o ano de

término desta dissertação, são 14 anos de criação e trabalho do NGA ( Núcleo de Gestão

Ambiental ), de muita contribuição neste saber que passa a nortear de forma mais intensa a

vida das pessoas e principalmente das organizações, leia-se os governos e por conseguinte

as empresas, apenas a partir da conferência em Estocolmo em 1972 na Suécia, motivando

um enorme processo, no qual nos inserimos.

Os problemas ambientais globais emergiram

na agenda internacional com a conferência de

Estocolmo sobre o Ambiente Humano, celebrada em

1972, mas somente adquiriram densidade própria

quando foi descoberto o buraco na camada de ozônio

sobre a Antártida, que levou à assinatura da

convenção de Viena para a proteção da camada de

Ozônio em 1985 e ao Protocolo de Montreal em 1987.

(Viola, 2000)

Apesar de pouco tempo na linha da história contemporânea, estes movimentos têm

um grande significado, afinal eles vão contribuir para um início, tardio ou não, o que se

discute esta relacionado ao aqui e agora, Viola (2000), destaca, que esta mudança pois em

cheque um panorama internacional de muito complexidade, ele apresenta-a como as

quatro grandes dimensões internacionais de clivagem (linha divisória de conflito) e

alinhamento, que tecem este contexto em que a questão de todas as pessoas estão inseridas,

o direto a viver, o direito a um planeta que consiga sustentar a vida humana.

O segmento supermercadista tem grande relevância econômica e a escolha do tema

se deu, na concepção de Gil (2002), através de fatores determinantes quanto a importância

do segmento de supermercados para a economia Global e para o Brasil, sendo responsável

por 5.5% em média do PIB nacional, um dos maiores empregadores do país, os

Page 64: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

64

supermercados estão inseridos na maioria dos municípios da federação, inseridos em muito

municípios, sendo difícil imaginar um bairro, que não possua pelo menos um

estabelecimento deste segmento, executam uma atividade importante para a economia,

logo decorre de sua operação, um enorme volume de resíduos sólidos, contemplando de

forma plena um dos vieses do estudo de sustentabilidade que é fruto do programa GDLS,

fornecendo um terreno propício para estudar a produção, trato e destinação dos resíduos

sólidos, dentro das perspectivas deste mestrado, assim como do Plano Nacional de

Resíduos sólidos e seus desdobramento no Estado e na Região Metropolitana do Recife,

desta forma este trabalho pretende trazer contribuições no sentido de pesquisar, ajudar e

sugerir práticas sustentáveis de descarte de resíduos sólidos, reforçando o aspecto

econômicos destas práticas, sociais e ambientais.

3.12 FUNDAMENTOS DA SUSTENTABILIDADE

Fazer uma breve revisão das últimas décadas, sobre sustentabilidade, torna-se

necessário para conduzirmos o estudo e convergir sobre como o segmento

supermercadista, no sentido de contribuir com mudanças de comportamento gerencial com

relação às suas práticas. Afinal termos com sustentabilidade , desenvolvimento sustentável

, sustentabilidade empresarial ou responsabilidade corporativa, faz parte de diversas

literaturas, palestras e movimentos sobre o assunto, tendo as empresas uma forte

participação neste aspecto, começamos então falando do conceito de Sustentabilidade, que

são diversos, todos trazem em seu arquétipo, anseios e verdades sobre as necessidade que

este novo conceito pode e deve representar.

Sustentabilidade pode ser entendida, como um conjunto de processos que permita,

instrua e contribua para a equidade, respeito a vida, respeito ao planeta e todos os sistemas

que nele existem, criando condições para que o ser humano, partilhe da melhor forma desta

morada, baseado nos conceitos desenvolvidos a partir dos estudos da ONU, levando em

conta a trilogia: social, econômica e ecológica, para GUIMARÃES, S. ;CARPI JUNIR, M. ;

GODOY, M. ; TAVARES (2011), os conceitos de Sustentabilidade devem todos estarem

orientados desde os primeiros movimentos ocorridos em 1972, na conferencia promovida

pela Organização das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo na

Suécia, de fato todos andam em igual sentido na busca de educar e mudar a forma como o

Meio Ambiente vem sendo tratado.

Page 65: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

65

Não colocar em risco a vida, de todos os seres que habitam uma sociedade assim

como seus recursos, que planeja, que se educa constantemente, pode ser entendida como

uma sociedade sustentável, foi sempre este o intuito da conferência de 1972, que deixou

para GUIMARÃES, S. ;CARPI JUNIR, M. ; GODOY, M. ; TAVARES (2011), dois valiosos

resultados:

Uma declaração de princípios de comportamento e responsabilidade que

deveria servir de orientação para as decisões relativas às questões ambientais.

Um plano de ação que convocava os países, os organismos das Nações Unidas e

a comunidade internacional a cooperarem no sentido da busca de soluções para

os problemas ambientais.

Deste encontro muitas outras ações se tornaram evidentes e difundidas em todos os

países, surgindo diversas inquietações, questionamentos e ideias acerca de novos modelos

de crescimento econômico, que dessem conta desta nova e irreversível consciência de uma

nova forma de viver com o planeta terra, buscar então modelos que falassem de equilíbrio

entre desenvolvimento e sustentabilidade, de forma a atacar os problemas graves e

crescentes de poluição, degradação do meio ambiente e escassez de recursos naturais, sem

esquecer a criação de locais inóspitos e desertificados, por exemplo, a partir do acumulo de

resíduos sólidos.

3.13 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ECOLOGIA E EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

Para termos uma visão mais apropriada do que vem acontecendo no mundo ,

devemos fazer uma breve mais importante retrospectiva, sobre aspectos que fizeram parte

de nossa formação escolar, um estudo da ecologia por exemplo, que tanto fascinou muitas

pessoas. GUIMARÃES, S. ;CARPI JUNIOR, M. ; GODOY, M. ; TAVARES (2011), falam do

conceito de ECOSSISTEMA como unidades naturais complexas constituídas por dois

grupos de componentes: os organismos vivos (plantas, animais e microrganismos), o que

corresponde a biota, o conjunto de seres vivos e os não vivos “abióticos”, que são

indissociáveis e dependentes uns dos outros, esta inter-relação, não deixa margem para

existências paralelas, para pensamentos e principalmente ações isoladas, tratando das

situações de forma separada, já foi o tempo que esta prática era aceita, ela define um

modelo que hoje não é mais compatível com a consciência que temos da vida, da ecologia,

Page 66: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

66

dos ecossistemas, enfim da frágil relação da vida, com seu planeta e deste com os seres

vivos, afinal, quando conceituamos ecossistema, dentro do composto deste trabalho, que

está sendo vivido, dentro dos limites das organizações comerciais , que são os

supermercados, precisamos levar este conceito e seus constructos derivados, de respeito ao

meio ambiente, educação ambiental , gerenciamento, afinal temos que aceitar como prática

os aprendizados emergentes de viver nesta sociedade que hoje temos. Vivemos sempre em

uma linha tênue, de relacionamento sistêmico, onde ecologia tem um significado cada vez

mais relevante.

Por muitos anos, eu tenho apontado que a Ecologia

não é mais uma subdivisão da Biologia, mas tem

emergido de suas próprias raízes Biológicas para

tornar-se uma disciplina separada que integra

organismos, o ambiente físico e os seres humanos.

(Odun, 1976)

Desta forma Eugene Odun, um dos fundadores da ciência da ecologia, nos permite

apresentar através desta definição, podermos e devemos entender o ambiente dentro dos

contextos organizacionais, neste estudo, representado pelo segmento de supermercados,

como um ecossistema, dotado de toda a complexidade que o envolve, pois nas lojas , onde

se acumulam dezenas e centenas de pessoas, há diversos processos sistêmicos, inter-

relacionando o biótico e o abiótico, há transformação de muitos elementos por ação

sistemática, de processos de trabalho do homem, o abastecimento das lojas de

supermercados, revelam, uma intensa troca de produtos, em sua total diversidade, que

caracterizamos em nosso estudo, como os resíduos sólidos, uma relação diária de entrada e

saída , com volumes que satisfazem às múltiplas demandas, tanto as que atendem as

necessidades básicas, mas, muitas vezes impulsionadas por uma industria mercadológica

que leva o consumo a um extremo.

3.14 A POLUIÇÃO POR MEIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Para Souza (2010), a degradação por resíduos sólidos tem sido assunto merecedor

de atenção e ampla discussão, por meio de todas as pessoas, ele reforça sua colocação

destacando que o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revela que 157 mil

toneladas de lixo-domiciliar são produzidos todos os dias no Brasil ( resíduos sólido),

Page 67: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

67

sendo este dado relevante por si , este número tem um impacto direto na qualidade de vida

de todas as pessoas que compões uma comunidade, sendo desta forma previsto na

constituição Brasileira, como uma obrigação do poder publico no trato deste grave

problema, conforme determina o art. 23, inciso VI, da Constituição Federal de 1988 “ser

competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger

o Meio Ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas”; esta condição

determina uma ampla rede de operações e gerenciamento para atender a tamanho desafio.

Para o desenvolvimento de nosso trabalho, vamos qualificar bem as denominações

lixo e resíduos sólidos, o conceito de resíduo sólido é dado pelo art.1º da Resolução

CONAMA nº05/1993 – 1.

3.15 PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O Plano Nacional de Resíduos sólidos é o instrumento oficial do Estado Brasileiro,

para cumprir as metas que se fazem necessárias, indispensáveis para um pensamento e

prática econômica, alinhada com as tendências mundiais. O Plano de fato está de forma

multidisciplinar, ligado com todas as políticas do Estado, para conter o caos em que

chegamos em algumas áreas, em situações geradas pelo grande crescimento econômico,

mas também deflagrados por políticas públicas que não conseguiram sentir o efeito de

algumas das principais dimensões da Administração, formulada nos primeiros estudos da

Administração Científica, modernamente classificas como: PLANEJAMENTO,

ORGANIZAÇÃO, EXECUÇÃO e CONTROLE, sendo as empresas mercantis as

principais interessadas na economia capitalista, são também as que mais interagem com o

meio social no sentido de promover os processos da máquina social. Durantes as duas

ultimas décadas vivemos uma intensa mudança, na perspectiva de como devem as

organizações se comportar com relação ao meio ambiente.

As empresas são as principais usuárias dos recursos

naturais e responsável pelo desenvolvimento

econômico mundial, por este motivo vêm se

adequando e procurando novas alternativas para

transformar os resíduos, que na década de 80 era

tratada pela maioria delas como um custo indesejável,

em produtos nos quais se pode lucrar sendo uma

empresa ambientalmente responsável.

Maimon (1994).

Page 68: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

68

Atuar no sentido de Administrar para este novo cenário, tem sido um desafio para todos os

gestores no Mundo inteiro, a escassez de recurso tem afetado todos os segmentos, as

exigências emergentes do planeta, levam a um único entendimento, o debate que se

acentuou a partir da década de 1970, passa a ter pauta na vida diária de todos os gestores,

de todas as pessoas, para incrementarem práticas de uso coerente para que se possa criar

um novo modelo que venha substituir, o modelo vigente que tem sido aplicado tem gerado

impactos que hoje não são mais aceitáveis.

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos do Governo Federal está normatizado pela

Lei 12.305/2010, que estabelece condições e ações para estados e municípios

desenvolverem políticas focadas nesta matéria. De forma sistêmica, as ações locais

refletem os devidos desdobramentos das políticas públicas, associadas ás práticas

existentes na economia de uma forma geral. Neste sentido, o programa 2067 do Pano Mais

Brasil, vem fomentar a política pública observando as características regionais, aspecto

importante quando falamos de desenvolvimento sustentável.

Um estudo do Professor Celso Furtado revela que, até a Segunda Guerra Mundial,

a questão regional foi tratada com assunto relacionado apenas a questões agrícolas e

industriais, como ele descreve nos trabalhos de Von Thune (1816: 1966 apud Diniz, 2009),

Weber (1907: 1969 apud Diniz, 2009) e Losch (1933: 1954 apud Diniz, 2009) ou da oferta

de serviços e da consequente hierarquia das centralidades urbanas (Diniz, 2009). A questão

urbana ainda não havia emergido como um problema social e político, à exceção do que

ocorria nos Estados Unidos, uma preocupação com o Desenvolvimento Regional, como

bem retratam os trabalhos da Escola de Chicago (Park, 1926; Wirth, 1928; Munford, 1938,

apud Diniz, 2009).

A exemplo de economias globais, como a supra citada, o Brasil aponta como um

grande potencial no cenário econômico Global. O Brasil vem oscilando nas recentes

pesquisas, entre 6ª ou 7ª economia Mundial, mas sabemos que em termos de qualidade de

vida, há um hiato muito grande que nos separam de outras nações. Como exemplo, o IDH

de uma lista de 187 países, o Brasil ocupar o 85º lugar. Em uma escala que vai de 0 a 1, o

país atinge a pontuação de 0,73. Há muitas queixas por parte do Governo Brasileiro, que

alega que os dados utilizados para fazer a apuração são de 2005, não tendo sido

considerado o avanço que ocorreu nos últimos anos. No entanto, é perceptível a grande

diferença nas posições que o país ocupa, quando comparamos estes dois indicadores, o PIB

e o IDH (Jornal de Hoje, 2013).

Page 69: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

69

3.16 O PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS – SEU ESCOPO

FUNDAMENTAL.

O PNRS tem uma abrangência interministerial, concebido a partir da Lei nº

12.305/2010 e regulamentada pelo Decreto nº 7.404/2010 que instituiu o comitê

interministerial – CI, o qual é composto por 12 ministérios, todos coordenados pelo

Ministério do Meio Ambiente. O PNRS tem uma vasta área de atuação e aplicação,

propiciando um diálogo transversal e ao mesmo tempo interdisciplinar, obedecendo a uma

composição de múltiplas possibilidades, pois os problemas derivados dos RS (resíduos

sólidos) estão associados a inúmeras dinâmicas de comportamentos e práticas, aceitos por

muitas décadas e até nos últimos séculos. O esforço para perceber todas esta dinâmica é de

fato o estudo da Educação Ambiental e da busca da Sustentabilidade, conhecimentos estes

que estão intimamente relacionados.

“A problemática ambiental – a poluição e

degradação do meio ambiente, a crise de recursos

naturais, energéticos e de alimentos- surgiu nas

últimas décadas do século XX como uma crise de

civilização, questionando a racionalidade

econômica e tecnológica dominantes. Esta crise

tem sido explicada a partir de uma diversidade de

perspectivas ideológicas, por um lado é percebido

como resultado da pressão exercida pelo

crescimento da população sobre os limitados

recursos do planeta, por outro, é interpretado como

efeito do acumulo de capital e do lucro”

(Leff ,2002)

Apoiado neste pensamento descrito por Leff, o Brasil aponta no sentido amplo das

perspectivas ao enfrentamento dos problemas decorrentes do RS, no entanto a discussão é

retórica e pode levar a uma falácia, caso seja visto como um todo. Então percebê-lo de

forma amplas e tratá-lo de forma fragmentada é o que vem sendo feito. O PNRS traz dados

conclusivos, que relatam mudanças estruturais necessárias para que se possa reduzir a

produção e destinação dos RS. A tabela abaixo nos apresenta um panorama da quantidade

de RS que são descartados por dia, sendo uma das metas do PNRS a manutenção deste

número nos patamares atuais e posterior redução, mas isto só pode ser feito se houver a

transformação destes resíduos, antes que sejam destinados aos locais. No entanto, hoje

temos um roll de equipamentos usados como destaca o PNSB, a seguintes possibilidades:

Aterros sanitários, Aterros controlados, Vazadouros a céu abeto (lixões), Unidades de

Page 70: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

70

compostagem, Unidade de Triagem para reciclagem, Unidades de incineração, Vazadouros

em áreas alagáveis e Locais não fixos, estes são os ambientes catalogados no PNSB.cA

UNIDADE DE TRIAGEM PARA RECICLAGEM, recebia apenas 1,5% do total em

ton/dia de resíduos doméstico e urbanos produzidos em 2000, caindo este percentual para

1.4% em 2008. Apenas esta diferença percentual representa 18,8 tons/dia, no entanto,

estamos falando de uma produção diária de 188.814,90 tons/dia, em dados do PNSB

(Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – 2008), que revela a urgência de ações que

possam a cada dia, minimizar este impacto. Nada corre separadamente, o que vemos são

décadas de muito trabalho destinado a este assunto, de forma multi e transdisciplinar. A

tabela abaixo nos fornece dados sobre esta situação.

QUADRO 6: IBGE (2002), IBGE (2010b) - SI: sem informação.

Quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição em solo.

DESTINO FINAL 2000 2008

Quantidade % Quantidade %

(t/d) (t/d)

Aterro Sanitário 49.644,50 35,4 110.044,40 58,3

Aterro Controlado 33.854,30 24,2 36.673,20 19,4

Vazadouros a céu aberto 45.484,70 32,5 37.360,80 19,8

Unidade de compostagem 6.364,50 4,5 1519,5 0,8

Unidade de triagem para reciclagem 2.158,10 1,5 2.592,00 1,4

Unidade de incineração 483,1 0,3 64,8 <0,1

Vazadouros em áreas alagáveis 228,1 0,2 35 <0,1

Locais não fixos 877,3 0,6 SI

Outra unidade 1.015,10 0,7 525,2 0,3

Total 140.109,70 188.814,90

Sabemos do múltiplo escopo de atuação do Estado para gerir políticas que levem o

Brasil ao objetivo descrito no PNRS, que de fato pertence a todos nós, um caminho sem

volta para uma mudança na relação com o Planeta. Há muitos ministérios que estão

envolvidos, o que concebe a ideia de sua importância e amplitude, no entanto, estaremos

tratando aqui de um mecanismo proporcionado pelo Plano Mais Brasil, que visa a melhoria

Page 71: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

71

da condição de vida de todos os Brasileiros, no enfoque do Ministério do Meio Ambiente,

desdobrando-se na Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Pernambuco – SEMAS.

Entre os objetivos do Plano Nacional, destacamos o objetivo 0319 do programa

2067, registrado no PLO 2013, que estabelece a seguinte diretriz: “ampliar o acesso aos

serviços de manejo de resíduos sólidos urbanos de forma ambientalmente adequada,

induzindo a gestão consorciada dos serviços e a inclusão socioeconômica de catadores de

materiais recicláveis”. Sendo assim, este objetivo traz consigo metas que devem ser

alcançadas para que se possa efetivar o plano em questão e sendo este estudo sobre um

segmento que tem uma atividade bastante capilarizada, como foi apresentado na

demonstração de sua representatividade econômica. Estando situado em praticamente em

todos os bairros da federação, este programa é composto de metas, abaixo destacadas, que

promovem uma ferramenta inquestionável de gestão dos resíduos produzidos, como já foi

apresentado em estudo dessimétrico de resíduos produzidos, onde pudemos quantificar e

qualificar em amostra, o que este segmento produz , sendo então um cliente e fornecedor

da cadeia produtiva que se estabelece tanto no Plano Nacional de Resíduos, quanto no

programa em questão.

As metas que o programa trata são:

1 –Capacitar e fortalecer a participação da coleta seletiva de 60 mil catadores.

2 – Fomento a constituição e implementação de 120 consórcios públicos com atuação em resíduos sólidos.

3 – Fomento e fortalecimento 500 cooperativas/associações e redes de cooperação de catadores de materiais

recicláveis para atuação na coleta seletiva e nas cadeias da reciclagem.

4 –Incrementar 100 redes de comercialização de materiais recicláveis coletados pelas associações de catadores.

5 –Viabilizar infraestrutura para 280 mil catadores.

As metas acima destacadas estão alinhadas com o Plano Mais Brasil, sendo

determinante, para a aplicação das políticas públicas destinada a conter as ameaças que se

apresentam como desafio de conter os grandes problemas da emissão de resíduos sólidos,

que, hoje no Brasil, assumem grandes números. Quando avaliamos os dados podemos

perceber a necessidade de políticas e metas que minimizem estes impactos. É perceptível

que o problema da educação ambiental é transversal e complexo.

Page 72: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

72

“A questão ambiental hoje cresce de

importância na consciência dos povos e entrou

irreversivelmente na agenda pública. Isso requer todo

um sistema novo de produção de estatísticas da qual

ainda estamos bem distante”

(Besserman, 2010)

A criação de políticas públicas, assim como um forte engajamento de todos os

setores da sociedade, produzem um novo tempero para reforçar discussões e ações para as

questões de sustentabilidade.

3.17 POLÍTICAS PÚBLICAS - QUE INCENTIVAM SINERGIA ENTRE

COOPERATIVAS E OUTRAS ATIVIDADES ECONÔMICAS

Ao analisarmos a história da humanidade, estudamos diversas formas de relações

sociais humanas. Neste artigo destacamos com especial atenção as cooperativas, conhecido

como um tipo especial de empresa, podendo esta atividade equilibrar dois objetivos

principais, por sua capacidade social diferenciada. A primeira é a capacidade que tem o

regime cooperativa de criar inclusão social, recebendo atenção especial da ONU, que

determinou 2012, como o ano do cooperativismo Mundial.

Em Pernambuco temos 238 cooperativas em funcionamento. Segundo dados

fornecidos pela OCB, as ações previstas no programa 2067 contribuem para criar uma

Estratégia Epistemológica para a construção de uma racionalidade ambiental (Leff 2002),

“que reafirma que a problemática ambiental não é ideologicamente neutra, nem é alheia a

interesses econômicos e sociais”. A geração de fenômenos de transformação de cultura, de

economia e social, emerge da relação estabelecida. Podemos entender que a atividade

econômica, em particular os supermercados, que são um dos beneficiários de parcerias

com cooperativas, será meio para viabilizar a mudança, pois, a grande quantidade de

resíduos que eles produzem, virá como retorno financeiro, primeiro pelo fato de retirarem

o encargo que são gerados pelo manuseio, separação e destinação dos RS, do

inconveniente provocado, do acumulo e problemas decorrente deste, passam a ser

transferidos na forma de insumo para as cooperativas de catadores. O lixo para um

determinado processo, passa a ser insumo, como o caso dos RS que decorrem das

operações diárias dos supermercados. Para os coletores, separadores e recicladores passam

a ser uma fonte de matéria prima, criando uma cadeia de produtividade, que também cria,

de uma forma prática, “a racionalidade ambiental”. Para Leff, a racionalidade ambiental,

Page 73: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

73

neste sentido, serve de caminho inverso, ao passo que um novo processo se insere na

atividades econômicas, tendo claros objetivos de maximizar a produção e o lucro, mas de

forma ambientalmente sustentada. Há uma aplicação do que diz Leff, e um exemplo de

como uma política publica, um programa, uma meta pode e deve exercer influencias que

somem na grande mudança do contexto geral.

Como administrador, deve-se sempre retomar os princípios definidos no início do

século XX por Henry Fayol, que formulou os pilares da administração, que até hoje

conhecemos: PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, EXECUÇÃO e CONTROLE

(Maximiniano, 2010). As instituições públicas têm dificuldade em dar conta, de seus dois

últimos elementos: EXECUÇÃO e CONTROLE, o que pode ser minimizado pela

cooperação entre os setores privado e público. Deve-se destacar a cooperação, conforme

previsão contida no capítulo III da SUBEMENDA SUBSTITUTIVA GLOBAL DE

PLENÁRIO AO PROJETO DE LEI Nº 203, DE 1991, E SEUS APENSOS, que Institui a

Política Nacional de Resíduos Sólidos e dá outras providências. O esforço de reverter os

números apresentados na tabela 1, onde, por exemplo, apenas 8% dos municípios

brasileiros dispõem de coleta organizada através de cooperativas e associações. A

transcrição do CAPITULO III – dos INSTRUMENTOS, deixa clara a percepção e

orientação do PNRS, no sentido de criar diversas frentes para atingir as suas metas globais,

como podemos ler abaixo:

3.18 A TEORIA ECONÔMICA E MAXIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO.

A base econômica utilizada na construção deste trabalho, inicia-se pela visão,

chamada por historiadores como utilitarista de Jeremy Benthan. Na análise de Oliveira e

Gennari (2009), que destaca algumas ideias do economista Jeremy Bentham (1748-1832),

como por exemplo: o investimento público em obras para dirimir os malefícios do

desemprego em épocas de crise; no entanto há uma linha de pensamento destacada por

Oliveira e Gennari, que discorre sobre o hedoísmo que este citado economista defende. O

hedoísmo tem como ideia fundamental a de que o homem está sempre em busca do prazer

e evitando tudo que provoque a dor ou o sofrimento. Isto se revela na teoria econômica

com as teses de que os indivíduos estão sempre buscando maximizar o prazer e minimizar

Page 74: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

74

a dor, sendo a elevação do consumo associado com a maximização do prazer, ficando desta

forma a privação a este consumo como o sofrimento.

Esta corrente econômica logo defende a ideia, incluindo-se Behthan, que exerce

uma grande influencia no século XIX, “a natureza colocou a humanidade sob o domínio de

dois mestres soberanos, a dor e o prazer. Segundo este escola, na concepção de Oliveira e

Genari (2009, p.89),” Só eles (a dor ou o prazer), podem mostrar o que devemos fazer. “O

princípio da utilidade reconhece esta sujeição e o aceita como fundamento de sua teoria

social”.

Para os precursores da Escola Clássica da

Economia, o valor de uma mercadoria se baseia em

sua utilidade e geralmente coincide com seu preço

de mercado, já que os consumidores estão sempre

em busca da maior satisfação possível, e tal

satisfação pode ser realizada com o consumo".

(Gennari, 2009).

A economia clássica dissemina a ideia da maximização da satisfação, em uma

economia global, que aponta seus holofotes para o crescimento mundial e o

desenvolvimento de uma indústria que se revela após a revolução industrial. Ainda, no

contexto das teorias que reforçaram a escola clássica, falamos um pouco sobre John Stuart

Mill (1806-1873). Ele certamente defende os princípios capitalistas, no entanto traz uma

concepção a respeito do trabalho que difere de seus pares. Mill acreditava que os

trabalhadores poderiam melhorar sua condição de vida pela criação de cooperativas de

produtores, o que dizem Oliveira e Gennari, no entanto os autores destacam que Mill,

considerado um reformista para sua época, defende a participação ativa do estado na

economia, em setores da economia, nos quais os indivíduos poderiam não ter interesse

específico quanto a empreendimentos, como a construção de estradas, hospitais, escolas,

portos, etc.

Um destaque do pensamento de Mill procurou contornar algumas contradições

sociais da sociedade de livre mercado, com o argumento de que “a imensa maioria está

condenada, desde o nascimento, a uma vida de trabalho duro, ininterrupto e interminável,

em troca de uma simples e, em geral, precária subsistência". Mill reforça na nossa

compreensão tanto a ideia de cooperativismo com a mão do Estado em áreas essenciais a

qualquer sociedade humana.

Page 75: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

75

4 - METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada com sujeitos participantes do segmento supermercadista na

cidade do Recife, adotando uma metodologia de abordagem quali-quantitativa. Segundo

Minayo e Sanches (1993), a pesquisa qualitativa procura aprofundar a complexidade dos

fenômenos, trabalhando com valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões.

No aspecto qualitativo vamos investigar especificamente se o supermercado tem processos

de tratamento do resíduo que é produzido diariamente em suas atividades, se causa

despesas ou lucro, se há parceria ou projeto gerencial implantado e, finalmente, saber se

não tendo um projeto, tem interesse de implementar uma rotina gerencial para inserir sua

atividade de manuseio e descarte de resíduos sólidos sustentável e quem sabe gerando

algum lucro para sua operação.

Quanto a pesquisa quantitativa, segundo Malhotra (2011), busca quantificar os

dados, aplicando alguma forma de análise estatística, neste caso ocorrerá o seguinte

procedimento, durante uma semana, a primeira semana do mês, durante todo o expediente

do supermercado, foram coletados, os números de volumes produzidos em kg de resíduos

sólidos, acompanhar a coleta e saber onde será destinado os volumes, responde se há

despesa ou lucro, identificando se o local de destinação representa o que propõe o PNRS,

fornecendo uma tabela percentual de volumes destinados e seus respectivos destinos,

podendo em seu desenvolvimento esta pesquisa apontar parcerias dentro do entorno do

supermercado para destinação sustentável destes resíduos.

Para Minayo e Sanches (1993) as duas abordagens são necessárias , no entanto em

muitas ocasiões são insuficientes para a compreensão total da realidade estudada, mas isto

depende dos aspectos que a pesquisa aborda. No contexto deste trabalho a abordagem

quali-quantitativa possibilitará ao pesquisador levantar dados quantitativos sobre a

produção de resíduos sólidos dentro dos supermercados e ao mesmo tempo, através da

análise qualitativa, percebemos a visão e entendimento dos gestores juridicamente

responsáveis pelos empreendimentos e destinação adequada do RS, podendo criar uma

fonte de matéria prima para diversos setores produtivos e evitando os aspectos que

decorrem do resíduos descartados de forma direta no meio ambiente. Logo a análise

qualitativa pretende investigar apenas como estes empreendedores estão envolvidos com os

programas de reciclagem e sustentabilidade, podendo ao seu final, produzir informações

Page 76: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

76

que sejam uteis ao segmento de supermercados assim como para os grupos de interesse

nestes, como fonte de matéria prima para suas atividades.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCUS DA PESQUISA

O locus da pesquisa foram 10 lojas de supermercado de médio porte localizados na

Região Metropolitana do Reicfe, com fronteira limite com esta, correspondendo cada loja

ao perfil determinado pela ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), lojas

independentes, que não pertencem a grandes redes, atendendo ao perfil de ter até 7

checkouts o que caracteriza este tipo de empreendimento, conforme demostrado e por fim

foram escolhidos lojas nas seguintes cidades que formam a Região Metropolitana do

Recife, definida pela LEI COMPLEMENTAR N° 14, sancionada pelo Presidente da

República em 08/06/73, que estão numeradas e destacadas no mapa abaixo, sendo esta

região formada por : Recife, Cabo, Igarassu, Abreu e Lima, Araçoiaba, Camaragibe,

Ipojuca, Itapessuma, Itamaracá, Jaboatão, Moreno, Olinda, Paulista e São Lourenço da

Mata, estas cidades foram as primeiras a constituírem a relação de região metropolitana,

sendo assim escolhidas para nosso estudo em função de acesso e disponibilidade para

viabilizar esta pesquisa.

Estão pontuados a quantidade de supermercados em cada cidade, que participaram

da pesquisa, totalizam 8 municípios para um total de 10 lojas, distribuídos da seguinte

forma: Abreu e Lima 1 loja, Camaragibe 1 loja, Igarassu 1 loja, Jaboatão 1 loja, Olinda 2

lojas, Paulista 1 loja e Recife 3 lojas.

Page 77: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

77

4.2 OPERACIONALIDADE DA PESQUISA

4.2.1 – PESSOAS (QUALITATIVA)

Os entrevistados não foram identificados, foram responsáveis por fornecer informações

sobre tratamento e destinação de resíduos sólidos e orgânicos, decorrente da operação do

supermercado, conforme questionário estruturado em anexo, a pesagem e coleta dos dados

foram realizadas em cada unidade pesquisada, utilizando os mecanismos, que diariamente

são utilizados pelo estabelecimento, pesagem ou anotação por amostra, mesmo nestes

casos, todos os volumes foram pesados e colocados na tabela que se encontra no apêndice

deste trabalho. O responsável também informou o que a empresa vem praticando ou não

com relação a gestão e educação ambiental, também conforme o questionário estruturado

em anexo.

As informações foram coletadas diretamente nas lojas, através do formulário de pesquisa ,

fornecendo dados quantitativos.

Page 78: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

78

a – Existe a separação dos resíduos sólidos em plástico, papel, vidro, metal e madeira ?

b – Para onde é destinado o resíduos?

c – Existe despesa com este descarte, a empresa tem algum lucro na comercialização destes

resíduos?

d – A empresa tem um processo de destinação em parceria com outra entidade para reciclar

ou destinar de forma adequada o resíduo, ou se não tem , há interesse de adotar um projeto

semelhante?

4.2.2 – MEDIÇÃO

PESAGEM – foi utilizada balança de precisão, atestada pelo INMETRO, balde para

pesagem e sacos apropriados, no entanto nas pré-visitas, foi percebido que os

supermercados possuíam balança para pesar os resíduos sólidos.

O mesmo procedimento foi utilizado para pesagem do resíduo orgânico, desta forma foram

realizadas as coletas de todos os números referentes ao resíduos que os estabelecimentos

produzem.

LOCAL – o trabalho de coleta se concentrou na área de recebimento e descarte dos

supermercados, todo resíduo produzido no estabelecimento foi então pesado e anotado em

planilha impressa, que a posteriori foram lançados em planilha eletrônica, produzindo os

gráficos e informações para este trabalho.

PERÍODO – Em todas as lojas, foram coletados os resíduos no período de 30 dias, tendo a

primeira coleta iniciado em 01 de junho 2014 e a última finalizada em 30 de julho de 2014.

As lojas acumulam o material e no final do dia é feita a destinação, neste momento o

pesquisador, não apenas acompanhava mas checava os dados, sendo a destinação e outros

aspectos decorrentes da operação, lançados no questionário, que podem ser vistos como

resultados da pesquisa no capítulo de CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Durante 30 dias foram feitas as coleta de dados diários de resíduos, lançados na

planilha. Os dados foram compilados em gráficos para apresentar os tipos de resíduos

descartados e suas quantidades, por dia da semana e as suas respectivas destinações, com o

objetivo de servir como um espelho deste segmento, identificando oportunidades para a

nossa busca como profissionais envolvidos com sustentabilidade, assim como, sugerir ser

Page 79: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

79

possível alternativas para os empreendedores do segmento de supermercados,

particularmente redes locais e lojas independentes, inseridas nos bairros das cidades

brasileiras, como no caso deste estudo.

4.3 TÉCNICAS UTILIZADAS PARA A COLETA DE DADOS.

Podemos entender a coleta de dados na concepção de Lakatos e Marconi (2001),

como as habilidades de por os processos em prática, com objetivos de obter os propósitos

da pesquisa. As técnicas de coleta de dados disponíveis são: documentação indireta,

documentação direta, observação direta intensiva e observação direta extensiva

(LAKATOS E MARCONI, 2001). A observação direta e intensiva foi o que foi utilizado

pelo pesquisado no locus da pesquisa.

4.3.1 – ATIVIDADES PRÁTICAS DA COLETA – COMO FORAM REALIZADAS

As etapas da pesquisa foram divididas da seguinte forma:

4.3.1.1 – IDENTIFICAÇÃO DAS 10 LOJAS

O principio de escolha foi ter uma distribuição em bairros de diferentes cidades da RMR –

região metropolitana do Recife, como foi definido no item 4.1, tentando contemplar da

melhor forma possível esta amostra, contando com a conveniência e permissão para

permanência na área de descarte de resíduos, operacionalizando a pesagem e fazer as

anotações dos resíduos produzidos, geridos e descartados, através do formulário em anexo,

a escolha das lojas se deu pela disponibilidade e viabilidade material para ser realizada a

coleta de dados, conforme descrito em item anterior.

4.3.1.2 – PROCESSO DE COLETA DOS DADOS

Utilizando as balanças das próprias lojas, colocadas na área de recebimento e descarte de

mercadorias e resíduos, pois nas visitas que antecederam aos dias da pesquisa, foi

detectado que as lojas já faziam a pesagem de alguns dos resíduos, o que foi confirmado e

anotado pela pesquisa.

Page 80: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

80

4.3.1.3 DOCUMENTAÇÃO INDIRETA PARA COLETA DE INFORMAÇÕES

Teve como finalidade, reunir todas informações relevantes ao tema estudado, ocorrendo

através de pesquisa bibliográfica , tendo como meta o aprofundamento da fundamentação

teórica que respaldam a pesquisa.

4.3.1.4 OBSERVAÇÃO DIRETA INTENSIVA PARA COLETA DE

INFORMAÇÕES

A observação direta intensiva foi desenvolvida através de questionário semiestruturado,

para permitir a adequação que o pesquisador julgar necessária, entretanto, focalizada no

problema, guiada por um roteiro de tópicos relativos a educação ambiental,

desenvolvimento sustentável e responsabilidade social empresarial. Esta ferramenta

também está descrita como modelo a ser utilizado, quando anteriormente falamos sobre o

questionário objetivo que o gestor do supermercado responderá sobre processos de

manuseio e destinação de resíduos, que ocorrem em seu estabelecimento, ao mesmo tempo

o questionário poderá apontar quem não tem um plano neste sentido e também quem tem

interesse de implementar um plano para o tratamento de seus resíduos sólidos.

Page 81: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

81

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.

5.1 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS NOS SUPERMERCADOS NA REGIÃO

METROPOLITANA DO RECIFE.

Os dados decorrentes da pesquisa que foi realizada em lojas de supermercados

independetes, que são supermercados que possuem apenas uma loja e redes locais, situados

na região metropolitana do recife, coletados através de relatório em anexo, foi realizada a

partir de coleta direta dentro das lojas, com dados que são computados pelos gerentes ou

proprietários destes estabelecimentos, a maioria dos supermercados pesquisados

mantinham de alguma forma um tipo de controle, avaliamos estes números e comentamos

seus desdobramentos.

Cada item do questionário, forneceu um parâmetro classificatório, no entanto,

iremos iniciar pelos dados gerais da coleta, que foram obticos durante 30 dias corridos, na

área de descarte de mercadoria dos 10 supermercados pesquisados.

Tab 4 - RESUMO DE MASSA em Kg PRODUZIDOS NOS 10 SUPERMERMERCADOS – produzidos durante os 30 dias de coleta.

( 30 dias de atividades )

PLÁSTICO PAPEL E PAPELÃO VIDRO METAL ORGÂNICO

1 22 69 30 18 74

2 45 70 2 4 40

3 60 145 4 3 16

4 139 219 2 9 10

5 195 147 0 0 88

6 53 126 0 0 77

7 28 45 0 0 26

8 21 67 0 0 31

9 64 83 0 0 26

10 80 95 3 0 42

TOTAIS 685 997 11 16 356

A tabela 4, representa o trabalho de 30 dias, dentro de 10 lojas de supermercados,

separando, pesando e transcrevendo os dados para a pesquisa, os dados registram a massa

em Kg, que foi descartada nas operações destes estabelecimentos, destacando-se que a

parte que os supermercados destacam, são as embalagens de embarque e de transporte dos

produtos, por exemplo, uma caixa de recipientes com óleo de soja, tem como descarte

Page 82: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

82

papelão e plástico, sendo o primeiro da embalagem de transporte, o papelão e a segunda o

plástico, refere-se a separação por dúzia, quando o fabricante opta por esta duas

embalagens, o que deve ficar evidente é que a embalagem de contenção, que entra em

contato com o produto, no caso do nosso exemplo, com o óleo de soja, não é descartada no

supermercado e sim, no local de seu consumo, as residências ou cozinhas de empresas

como restaurantes, hotéis, etc. Desta pesquisa, pudemos perceber uma grande concentração

de 48% de volume descartado de resíduos, isto em função das embalagens de embarque

produzida para o transporte da maioria dos produtos, ficando 33% para o volume de

plástico, produzido, principalmente da dupla embalagem que alguns produtos possuem,

uma caixa de creme dental, por exemplo, tem 144 unidades, são 12 dúzias, envolvidas por

plásticos, logo além da caixa de papelão, as embalagens de dúzias são desfeitas nos

supermercados, gerando mais resíduos, o terceiro colocado em termos de volume é o

resíduo orgânico, que decorre das operações com orti-fruti e alimentos perecíveis, como

carne, os resíduos orgânicos ocupam 17% do volume total, ficando apenas 0,5% para

vidro, que é uma embalagem não descartada nos supermercados, este número decorre

quebras de alguns itens, pelo manuseio dentro dos estabelecimentos ou mesmo no

recebimento e seu devido armazenamento, enfim, os dados colocam um quantitativo que

deve ser obervado e direcionado de forma adequada, se consideramso apenas para uma

projeção simples, quando falamos de 1.000 lojas de supermercados, podemos pensar em

um número 2 mil toneladas de resíduos descartados mensalmente, dos quais uma parte

significativa tem sua destinação para as coletas municipais, não deveria ser, pois o

empresário do setor, tem os benefícios econômicos dos produtos vendidos, sendo as

embalagens refugo das operações, comparando com a industria, que tem obrigação de

tratar este refuto, caberia aos supermercados a obrigação de tratar estes resíduos com

recursos próprios, passaremos a avaliar os desdobramentos da pesquisa a partir das outras

análises.

Page 83: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

83

GRÁFICO 5 – VOLUME DE RESÍDUOS PRODUZIDOS EM 10 SUPERMERCADOS PESQUISADOS

Podemos perceber que os supermercados desta amostra, produzem algo em torno de 1

tonelada de papelão por mês, são 685 Kg de plástico, estes dois itens concentram

exatamente 81,45% do total de resíduos produzidos, são 1682 Kg de um total de 2065 Kg

de resíduos, apresentando uma concentração em dois tipos de resíduos, quanto a vidro e

metal que ocupam 0,53% e 0,77% isto chama a atenção pois é um número muito pequeno

com relação ao total de resíduos produzidos, que só se explica quando fazemos a análise

presencial das atividades destes supermercados, apesar de sabermos que há muito vidro e

metal, que são utilizados nas embalagens de inúmeros produtos, estes não são descartados

no supermercado, isto ocorre nas residências, onde os consumidores em seus domicílios

fazem uso dos produtos e descartam suas embalagens. O resíduo orgânico representa

17,24% do total, mas diz respeito ás atividades diárias do supermercado, sendo fruto da

operação interna de manuseio de alimentos na cozinha, não passando pela área de descarte

de resíduos do supermercado, afinal a maior parte destes supermercados tem cozinha que

prepara alimentos e faz o seu descarte diário de resíduos, não fazendo a separação de

embalagens de produtos consumidos, todo este volume é direcionado para a coleta pública

municipal, não passa pela análise de resíduos produzidos da atividade fim destes

empreendimentos, a exposição e comercialização de produtos, desta operação apenas o

plástico, papelão e papel são diretamente relacionados com o processo de descarte que

685 Kg

997 Kg

11 Kg 16 Kg

356 Kg

TOTAL COLETADO 2065 Kg

Page 84: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

84

segue uma movimentação e direcionamento como constatam os outros elementos desta

pesquisa, que passaremos a avaliar agora.

5.1.1 SOBRE A SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E ORGÂNICOS.

GRÁFICO 6 : TIPOS DE SEPARAÇÃO QUE SÃO FEITAS.

A primeira pergunta do questionário, avalia se o supermecado faz a coleta seletiva

de resíduos, como todas as atividades foram presenciaIs, pode-se perceber o tipo, mesmo a

informação sendo dada que sim, o supermercado faz a coleta seletiva, a investigação in

locus revelou o tipo de separação que era feito, tanto dos resíduos orgânicos, quanto dos

sólidos, neste aspecto, podemos afirmar de acordo com os números e a obsevação durante

30 dias: 10% dos estabelecimentos pesquisados não faz nenhum tipo de separação,

colocam todos os resíduos em recipientes plásticos ou tonéis, que são destinados em sua

totalidade para a coleta pública, por se tratarem de estrutura pequenas, este recipientes

ficam localizados nos fundos dos estabelecimentos, para facilitar o acesso aos profissionais

dos serviços de coletas das respectivas Prefeituras, que efetuam as coletas, no entanto

catadores de rua, muitas vezes se antecipam a esta coleta regular e retiram aquilo que os

interessa, papelão e plástico, particularmente, deixando os demais abertos e expostos,

muitas vezes espalhados em via pública, gerando entupimento de galerias e odores

desagradáveis, que são comuns nas áreas de trás dos supermercados; neste universo de

10% das lojas pesquisadas, pode ser percebido que não há nenhuma orientação ou

preocupação para a educação ambiental, para a separação gravimética, ou qualquer

compromisso social, como poderá ser visto em alguns outros casos, onde associações de

catadores têm pelo menos um conhecimento por parte dos empreendedores. Quanto à

sepáração gravimétirica, que levantamos em nossa contextualização, que leva em conta

como princípio básico, a separação de resíduos orgânicos dos sólidos e este ultimo,

Page 85: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

85

separado de acordo com a cor respectiva, com seu recipientes adequado, não foi verificado

em nenhum

5.1.2 COMO FAZEM A SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS

GRÁFICO 7 : FORMAS DE SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NOS

SUPERMERCADOS PESQUISADOS.

A forma de separação que observamos, diz respeito a separação gravimétrica, que

classifica os produtos por escala conforme demostra a figura abaixo, cada recipiente tem

uma cor que se destina a um tipo de resíduo, o gráfico apresentado, indica os meios que

são hoje utilizados pelas lojas pesquisadas, onde foi apontado que nenhum dos

supermercados que foram objeto da pesquisa, faz a separação completa, sendo os tipos

encontrados : CONTAINER – um recipiente grande destinado aos resíduos de uma forma

geral, algumas vezes um tonel, outro meio o SACO PLÁSTICO, que é utilizado para

entrega direta para a coleta municipal convencional ou COLETORES DE LIXO, sendo

que este último não contemplam a escala gravimétrica. Durante o período que estivemos

acompanhando as operações de gestão dos resíduos, fica evidenciado que a forma de

separação atende na verdade a condição que o coletador necessita, no caso da coleta

publica, não há exigencia de uma separação gravimétrica, logo isto não é feito.

Fig 6 - Coletores para Resíduos Sólidos e código de cores.

Page 86: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

86

Fonte: http://preservesim.blogspot.com.br/2011/12/destinacao-de-residuos.html

5.1.3 REGISTRO DA EXISTÊNCIA DE COLETORES PARA

SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E ORGÃNICOS.

O terceiro questionamento, revela de fato os formatos que estas empresas, utilizam para a

separação de seus resíduos,

GRÁFICO 8 : EXISTÊNCIA DE COLETORES PARA SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E ORGÂNICOS.

A unica separação encontrada nos supermerdados é para resíduos orgânicos e

sólidos, não há uma separação gravimétrica completa, isto se dá pela natureza da

operação, os supermercados recebem as mercadorias em embalagens de transporte, o

trabalho do supermercado é desfazer estas embalagens e separar os produtos na undades de

contenção ou venda, logo decorre que plástico e principalmente papelão são descartados e

geram os resíduos que são decorrentes da operação diária dos supermercados.

Page 87: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

87

5.1.4 OS MÉTODOS UTILIZADOS PARA A CONTAGEM E PESAGEM

DOS RESÍDUOS.

O quarto elemento da pesquisa destaca o método utilizado para contagem dos

resíduos sólidos e orgânicos nos supermercados.

GRÁFICO 9 : MÉTODO USADO USUALMENTE PELO SUPERMERCADO PARA CONTAR OS RESÍDUOS.

A pesagem é o modelo mais utilizado pelos supermercados, no entanto, como esta

atividade não apresenta muito retorno financeiro, os supermercados passa a acumular e

vender fardos de papelão, por exemplo, com peso pré determinado pelo volume, de forma

a agilizar o descarte dos resíduos, pois estes supermercados, de uma forma geral, não

possuem muito espaço para acumular os resíduos sólidos, sendo o descarte feito

praticamente todos os dias.

Page 88: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

88

5.1.5 QUAIS OS LOCAIS DE DESCARTE UTILIZADOS PELOS

SUPERMERCADOS

O quinto elemento pesquisado diz respeito ao LOCAL DE DESCARTE dos

resíduos sólidos produzidos no supermercado.

GRÁFICO 10 : LOCAIS DE DESCARTE DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E ORGÃNICOS.

Há uma grande concentração de destinação dos resíduos sólidos, produzidos nos

supermercados para catadores, pois estes se colocam a disposição dos estabelecimentos a

qualquer hora, para retirarem os resíduos, normalmente esta relação não traz retorno

financeiro para o estabelecimento, no entanto existem empresas que compram estes

resíduos. Apesar de termos um número bastante significativo, quanto ao supermercados

que destinam aos catadores, seus resíduos, é importante salientar que esta demanda ocorre

mais pela presença dos catadores, na áreas de descarte de material e não de uma orientação

gerencial para trabalhar com os catadores, mesmo não sendo um ponto de nossa análise,

pudemos ver que os catadores, são em geral pessoas à margem da sociedade, sem muitas

condições de trabalho, um trabalho que reflete a ausência de qualquer organização, pelo

menos não há evidências nos pontos de descarte de um trabalho organizado e orientado,

como é feito em algumas prefeituras no Brasil, com destaque ao trabalho desenvolvido em

Belo Horizonte, cujas ações de tratamento de resíduos e limpreza urbana encontram-se

descritas no Portal da Prefeitua de Belo Horizonte.

Page 89: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

89

5.1.6 ACOMPANHAMENTO DA DESTINAÇÃO DADA AOS RESÍDUOS.

O sexto ítem da pesquisa revelou se há um acompanhamento do CICLO DE SAÍDA E

DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS .

GRÁFICO 11 : O SUPERMERCADO ACOMPANHA A DESTINAÇÃO DOS RESIDUOS QUE ELE GERA

Quando a pesquisa foi se desenvolvendo, ficou evidente que o perfil dos estabelecimentos

que estávamos visitando ainda tem muitas deformidades com relação á gestão, muitas

vezes estes empreendimentos são fundados por negociantes, na essência da palavra, que

não aplicam modelos gerenciais, assim, com todas as dificuldade que passamos a perceber,

a falta de tempo, recursos e muitas vezes interesses apenas comerciais, eram elementos que

motivam o resultado acima, ou seja, não há acompanhamento da destinação dos resíduos,

afinal, apenas uma das 10 lojas pesquisadas, indicou que fazia o acompanhamento da

destinação do resíduos, pois ela é a única, que está situada no raio de ação de uma estação

de tratamento de resíduos, implantadas pela Prefeitura, mas principalmente nesta região,

por estar situado próximo a um dos maiores mercados públicos da RMR, o mercado de

Afogados, logo o empreendedor, proprietário deste supermercado, sabe a destinação que é

dada aos resíduos, todos os demais, não têm idéia da destinação que os resíduos têm.

5.1.7 O REGISTRO QUANTITATIVO DAS OPERAÇÕES

O sétimo ítem da pesquisa revelou OS REGISTROS QUANTITATIVOS DAS

OPERAÇÕES.

GRÁFICO 12 : O SUPERMERCADO FAZ UM REGISTRO DOS

VOLUMES DE RESÍDUOS QUE PRODUZ EM SUA OPERAÇÃO?

Page 90: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

90

Em um segmento de alta competitividade, como é o setor supermercadista que

movimentou em 2013, R$272,2 bilhões, um crescimento nominal em relação ao ano

anterior na ordem de 8,3% ( ABRAS/2013), traz também alta competivividade, neste

cenário os pequenos e médios empreendimentos, procuram se posicionar em termos de

custos, para suportarem a força das grandes redes que exercem forte pressão sobre os

empreendimentos menores. Neste cenário as pequenas e médias empresas não conseguem

executar algumas atividades de gerenciamento, sendo os registros de uma forma geral,

atividades muito negligenciadas, o que se evidenciou na pesquisa foi que as empresas

normalmente não mantêm um controle dos resíduos produzidos. Registrar é uma processo

que faz parte da função CONTROLE da Administração, a partir de anotações , podemos

sempre projetar melhorias, correções, sem o registro fica difícil fazer qualquer análise.

Page 91: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

91

5.1.8 A COMERCIALIZAÇÃO DOS RESÍDUOS PELOS

SUPERMERCADOS.

O oitavo item da pesquisa SE HÁ A COMERCIALIZAÇÃO DOS RESÍDUOS por parte

do supermercado, com algum canal de destinação ou similar.

GRÁFICO 13: O SUPERMERCADO COMERCIALIZA O RESÍDUOS SÓLIDOS QUE

PRODUZ EM SUA OPERAÇÃO.

Como pode ser visto no gráfico, de uma forma geral todos os estabeleciemntos

pesquisados, comercializam algum tipo de resíduos, no entanto, o que fo percebido que

pela falta de sistematização dos processos, nem todos conseguem fazer isto com

frequência, em 1 dos estabelecimentos, o proprietário comentou que manteve por alguns

anos, uma unidade para prensar os resíduos sólidos, o interesse era gerar receita com a

venda deste resíduo, mas a operação se tornou complexa e fora do foco do

estabelecimento, esta percepção abriu a oportunidade de terceirizar este serviço, hoje as

cooperativas de catadores já fazem este tabalho, há na verdade a transferência do processo

que não é , como dissemos foco do supermercado de pequeno e médio porte.

A comercialização do resíduos é o fator que determina que esta operação seja feita, não há

neste estabelecimentos um programa claro que defina metas, em termos de questões

ambientais.

Page 92: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

92

5.1.9 O RETORNO FINANCEIRO DERIVADO DA

COMERCIALIZAÇÃO DOS RESÍDUOS PRODUZIDOS NO

SUPERMERCADO.

GRÁFICO 14 : QUANTO CONSEGUE EM MÉDIA DE RETORNO FINANCEIRO

PELA COMERCIALIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS.

Apenas 30% do total de supermercados pesquisados, obtem algum retorno sobre as

operaçõe de descarte de resíduos, na prática, pudemos perceber que este fato ocorre, mais

pela visão de seus gestores diretos, encarregados de lojas, que reforçam o interesse de

otimizar a operação financeira, captando algum recurso, pela venda , principalmente de

plástico e papelão, este dinheiro cobre algumas pequenas atividades operacionais do

supermercado, percebe-se uma grande oportunidade para criar um cadeia produtiva, que

busque o lucro e ao mesmo tempo faça parte de um programa de melhoria, na forma de

descarte dos resíduos.

Page 93: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

93

5.1.10 LOCAL DE DESTINAÇÃO UTILIZADO PELOS

SUPERMERCADOS.

O décimo questionamento nos traz respostas para a pergunta: Qual a destinação em

percentual dos resíduos sólidos e orgânicos produzidos e descartados por estes

supermercados pesquisados.

Este relato quantitativo era comprovado pelos gerentes e as pessoas que fazem a

operação dos resíduos. De fato, não há nenhuma preocupação especial com o que eles

chamam de lixo, na verdade o Município é o grande depositário dele, como podemos

perceber analisando os dados, de uma amostra de 10 supermercados, 50% destinam os

resíduos sólidos para a coleta do Município, 30% é destinada a catadores, muito mais pela

iniciativa dos mesmos, afinal para os catadores o papelão, principalmente é fonte de

material prima, para serem vendidos para reciclagem, não há destinação ao CTR (Centro

de tratamento de resíduos sólidos), ainda deste total 30% desconhecia a destinação.

GRÁFICO 15 : EM TERMOS PERCENTUAIS QUAL A DESTINAÇÃO QUE É

DADA AOS RESÍDUOS SÓLIDOS E ORGÂNICOS PRODUZIDOS NESTES

SUPERMERCADOS.

Uma constatação dos dados coletados na pesquisa, destaca que ainda é a coleta municipal

que recebe a maior carga, descartada pelos comerciantes, dos supermercados de médio e

pequeno porte, apesar de 30% dos supermercados pesquisados destinarem seus resíduos

sólidos para os catadores, 50% ainda fica sob encargo da coleta municipal, podemos

perceber uma grande oportunidade que pode gerar emprego e uma forma mais adequada

que desonera o Estado de atribuições com tratamento de resíduos.

Page 94: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

94

6 –CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cabe fazer uma breve avaliação da jornada, que foi seguida desde agosto de 2012,

até chegarmos ao momento de ousar tecer as considerações finais, não poderia deixar de

ser com uma revisita, na verdade um exercício delicioso de rememorar, o sol que entrava

pela sala, a ansiedade misturada a felicidade de estar ali, sentado, diante de tantos seres

maravilhosos e até então conhecidos pelas suas referências, pelas suas publicações e

titulações, mas ali começara uma jornada ainda mais intensa, sob a luz daquele dia

ensolarado, fomos percebendo a sutileza e o grande saber que estavam a partilhar, uma a

um, fomos construindo manhãs de descobertas, talvez seja desta parte que mais sinto falta,

o que mais nos constitui, parece não ser a jornada, mas cada instante que partilhamos,

quando pensamos que chegamos “lá”, percebemo o porvir, sei que este texto parce muito

com um agradicimento, mas não é , trata-se de reconhecimento, de relato, importante ,

principalmente no que fomos descobrindo ao longo dos estudos, o descortinar de teorias,

de estudos, de infindáveis discussões, resumidamente definido nas palavras do Professor

Fábio Pedrosa: “ Sejamos sempre observadores da natureza e principalmente da natureza

humana”, e assim fomos, estamos, caminhando, mas a presentça do Professor Fábio

Pedrosa, foi uma das mais presentes contribuições que tive, um verdadeiro Mentor e

dedicado Professor, tendo feito inúmeras leituras desta dissertação, corrigindo e indicando

caminhos, para a correta discussão do tema a concepção de descobertas, a revelação de um

Orientador, o Professor Múcio Banja, que sabia cada ponto que precisava ser definido,

mesmo percebendo uma pesquisa com uma visão muito quantitativa, ele não apenas

entendia, como cicunscreveu de forma brilhante , o que tomarámos como os objetivos, os

norteadores, de nossas perguntas, de nossa pesquisa, a clareza que foi trazida para esta

pesquisa tornou um pensamento de uma visão de minha vivência para uma visão ampla,

pela primeira vez podia começar a falar de um projeto que teria uma contribuição

profissional dentro da temática DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.

As aulas começaram , grande mesa redonda, uma tábula, digna das histórias do Rei

Arthur, é desta forma que inicio esta considerações, este formato então me permite não ser

injusto,neste momento comtemplo os rostos, os gestos , as leituras, a ênfase e os

fragmentos que me forma dados, como notas das mais brilhantes e perspectivas avaliações,

agora a mética acadêmica, cederá espaço para um diálogo, transdiciplinar, como vocês me

ensinaram, como vocês meus professores e professoras me fizeram entender.

Page 95: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

95

A escolha de cada nome , na ordem de meus escritos, não será por valor, pois não

posso comparar aqueles que construiram comigo todo um conjunto de e saberes, adotarei a

ordem cronológica, então vou trazer o primeiro nome para mais uma vez me ajudar na

discussão de nossas considerações, minha professora Berenice Campelo, no ano de 1975 ,

me proporcionou a oportunidade de percorrer as ruas dos bairros do entorno da escola, com

um cartão perfurando, uma escala de poluição, avaliei duas indústria, avaliando a cor da

fumaça que saria pelas suas chaminés, se seguiram mais 8 panificadoras, uma delas ainda

presente no contexto de um deste bairros, aquele momento despertou a necessidade do

entendimento da ecologia, da educação ambiental, eu que até o ano anterior, só estava

ligado a estudar a fontossíntese, passei a ver a interação homem e sociedade, as indústrias e

o todas as atividades humanas, e quem diriam que 37 anos após esta dose de ecologia, eu

poderia vivenciar uma experiência de entendimento de um setor, o setor supermercadista e

de tantas indústrias que estão inseridas neste contexto, ao observas as chaminés, talvez

tenha se revelado o meu desejo de investigar as atividades de uma forma mais intensa.

Trouxe comigo o fragmento deste tempo, ao adentrar nos Mestrado a minha visão

era muito deterministica, dos anos como profissional na área de administração, estava

muito mais envolvido nas questões do “verde”, como marketing do que como “ a vida

humana no planeta terra”, a jornada se inciara com o Professor Luis Márcio Assunção, os

estudos sobre como as sociedades se arruman, as diversas influências.

Quando começamos os estudos de Educação ambiental, com a Professora Andréa

Karla, ai se consolidava de vez por todos os textos e atividades trazidas, praticando a

interdisciplinaridade, ela traz Bertalanfy e Capra, uma inter-relação onde de fato a

fundamentação da teoria sistêmica, se faz ampla e determinante, até então havia trabalhado

como Adminstrador de formação com os conceitos propostos na teoria sistêmica, mas a

disciplina faz o exercício prático de nos dizer que se não for sistêmico, não será

sustentável, é prova que as disciplinas que se isolaram, não trouxeram a contribuição para

os trabalhos.

Fritof Capra (2006), em sua contribuição para o pensamento sistêmico “vê o todo

como indisssociável; o estudo das parte não permite conhecer o funciomanento do

organísmo”, revela a necessidade de relacionamentos, da integração, ai começa a formigar

o sentimento que nortearia minha pesquisa, a definição passa pelo pente fino do Profer

Múcio Banja, com sua visão sistêmica, desde o primeiro momento ainda no processo

seletivo, busquei a orientação por sua visão ampla, o biólogo, com uma visão da vida

Page 96: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

96

empresarial que me chama a atenção; chegamos na definição dos objetivos que revelou de

uma forma mais clara a pesquisa e que contribuição queria dar:

i. Qualificar o volume de Resíduos sólidos e orgânicos produzidos pelas redes

de supermercados investigadas.

ii. Quantificar o volume de resíduos sólidos e orgânicos produzidos pelas redes

de supermercados investigadas.

iii. Investigar o destino dado aos resíduos sólidos produzidos pelos

supermercados estudados na própria loja.

Ficou evidente o caráter objetivo de entender um grande aspecto do segmento que

estava sendo estudado, o segmento de supermerdados locais, sua interação , de forma

direta, a participação do setor, o que é feito , o que poderia ser entendido dos motivos e

este entendimento nos levaria a perceber algo, este momento que se seguiram a muitos

outros, delineava a marca de um trabalho que iria entender práticas, para só então delinear

sugestões, a discussão em educação ambiental, na disciplina , assim como em todos os

momentos do mestrado, foi crescendo o foco em educação ambiental, que na verdade ser

sustentável é um imenso conjunto de fatores, o que vamos fazendo ao longo de toda a

trajetória é aprendermos a viver e conviver melhor com o meio ambiente, assim acredito,

inspirado por todas as orientações de meus professores , mestres e mentores, que para esta

conversa, baseado na pesquisa e no contexto que vivemos, precisamos enxergar como

contribuir. Neste desejo, iniciei no primeiro dia de aula, no primeiro dia de convivência,

fui descobrindo que a pesquisa não era minha, mas ela vem se desenvolvendo a muitas

décadas, a cada texto, a cada evolução, tomava a consciencia que não iria mudar um setor,

nem entender o seu todo, mas a parte que mais pode contribuir para um mundo melhor;

logo descobri que deveria caminhar para saber o que pode ser mudando, naquele pedaço de

atividade economica e social.

Os dados e sua interpretação vieram de anos de vivência que tive dentro de grandes

indústria, passei 20 anos convivendo dentro de supermerdados, fechando negócios,

assinando contratos, fazendo os primeiros acordos de logística reversa, em industrias como

COLGATE , KOLYNOS E FABER-CASTELL. Agora quando pude conviver dentro deste

segmento como outra perspectiva,levei comigo saberes de diversos mentores, desta forma

a vivência que me revelou um outro lado, cada pesquisa vai revelando a necessidade de

aprendizado, o tanto que foi discutido de educação ambiental, nos torna promotores desta

necesidade, no entanto como revelaram os dados, não há na figura do empreeendedor deste

Page 97: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

97

segmento, que ao mesmo tempo gera emprego, movimento mercadorias, gerando tributos

ao estado, a postura delineada em atos, em ações gerenciais, para as atividades de educação

ambiental, a amostra de 10 supermercados, sublinha um setor, que se destaca pela

permanente luta para sobreviver ao gigantismo do segmento, como fora pontuado no

transcorrer de toda constextualização, tendo o Wal-Mart como a maior empresa do Mundo

em faturamento. O empreendedor deste segmento, pode ter uma grande importancia

contábil, mas ainda não pratica o que ser pretende em termos de sustentabilidade, no

entanto, podemos destacar como consequencia deste trabalho um conjunto de

possibilidades, ao mesmo tempo que produzem uma quantidade de resíduos considerável,

se inserem dentro de contextos urbanos e podem fazer uso de práticas de gestão ambiental

para gerar economia e ampliar relacionamentos com seu entorno, afinal uma das

nomeclaturas que este pequeno estabelecimento, classificado pela ABRAS, como pequenas

redes locais ou lojas independentes recebe é: lojas de conveniência ou de vizinhança, na

minha percepção uma grande oportunidade para projetos de educação ambiental, uma porta

aberta, onde muitas pessoas, de uma forma ou de outra trafegam, dentro de seus bairros.

O relato dos dados quantitativos, foram descritos na análise destes elementos, mas

há muito mais que podemos aproveitar, abre-se uma grande oportunidade em termos de -

parceira público-privada, principalente para as Prefeituras, se acreditam que este canal, tem

uma força imensa para disseminar práticas sustentáveis, particularmente com relação ao

correto descarta de resíduos sólidos, com ênfase para vidros, plásticos e metal. Pois os

dados coletados e avaliados apresentaram uma grande oportunidade para criar uma cadeia

de relacionamentos, que pode gerar negócios fundamentados em desenvolvimento

sustentável, contribuindo para o Plano nacional de Resíduos sólidos, no que tange a

destinação de resíduos.

AS CONCLUSÕES E O ENTENDIMENTO DOS OBJETIVOS TRAÇADOS

No período que estivemos, dentro das atividades, houve a atenção concentrada no

foco de nossa pesquisa, no entanto, perceber as pessoas, seu ambiente de trabalho, suas

adversidades, foi necessário e digo fundamental para entender como os comportamentos se

moldam, mesmo que este não fosse um item direto de nossa análise, pudemos ainda mais

compreender ambientes que trabalham com limite de recursos e de pessoas, com um

volume de atividades muito grande, mas nem por isso deixamos de ter a atenção e

Page 98: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

98

principalmente o desejo em aprender sobre sustentabilidade e particularmente gestão de

resíduos, no entanto não era parte de nossos objetivos, partilhar conhecimentos, mas

investigar a situação atual e após este período, temos destacado nestas conclusões de fatos

os objetivos que nortearam nossa pesquisa.

A primeira parte de nossa analise, durante a pesquisa, era qualificar o volume de

Resíduos sólidos que os supermercados pesquisados produziam, e isto, nos trouxe para a

primeira grande experiência prática, a convivência, não nos corredores iluminados e com

ar-condicionado que as lojas proporcionam, um ambiente colorido e que promove o bem

estar e a permanência, para gerar compras, convivemos com os fundos das lojas, o local

das operações, a doca de recebimento e saída de mercadorias, onde de uma forma geral,

não há muito luxo, mas de fato muito lixo, alguns com um grau de cuidado e dedicação

maior que o outro, mas de uma forma geral, um local de odores fortes, pela movimentação

de mercadorias, principalmente produtos estragados e resíduos das operações de limpeza

dos utensílios destes estabelecimentos, mas nosso foco, devia ser sempre lembrado,

medimos, pesamos e quantificamos o volume de resíduos sólidos por 30 dias em cada

estabelecimento, um objetivo que foi coberto, pudemos ver os tipos de resíduos produzidos

e os dados são relevantes destacando os principais itens deste nossa pesquisa, como visto

na análise dos itens, foi percebido que o vidro ocupa uma pequena participação dos itens

que são descartados na operação dos supermercados, este item, o vidro é um elemento de

descarte doméstico, que merece atenção em um estudo avançado da questão dos resíduos

sólidos descartados pelos domicílios, pelos usuários finais, os consumidores. Dentro desta

análise o papelão é o grande elemento junto com o plástico, pois compõem as embalagens

de transporte de todos os produtos comercializados.

O Segundo objetivo, após conhecermos a estratificação dos itens produzidos na

operação diária dos supermercados, seria a quantificação, sendo assim, um trabalho

cuidadoso de separar e pesar os resíduos fez parte de nossa rotina durante a pesquisa, na

verdade á medida que qualificamos já começamos o trabalho de quantificação dos

resíduos, tanto os orgânicos quanto os inorgânicos, esta fase se caracterizou um grande

desafio, era a fase mais operacional de nosso trabalho, afinal, o tratamento dado por alguns

locais pesquisados, como foi observado na pesquisa que 90% dos pesquisados faziam

apenas a separação dos resíduos sólidos dos orgânicos, isto criou uma imensa dificuldade

para o processo de separação que era preciso ser feito, para qualificar os resíduos, afinal de

Page 99: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

99

contas, não poderíamos quantificar de forma adequada se não tivéssemos a separação feita.

Para atingir este objetivo traçado, tivemos que superar as dificuldade que o setor apresenta

e uma característica que também seria descoberta no transcorrer da pesquisa, quanto ao

ambiente de trabalho, onde ocorre o recebimento de mercadoria e o descarte de resíduos,

os mesmos apresentam poucas condições de trabalho saudável, o odor forte de produtos

estragados é uma constante, o que não conseguimos perceber enquanto usuários dos

supermercados, mas experimente, ao passar por um supermercado procurar o local de

descarte, mesmo quem trafegar pela parte de fora, irá perceber que este ambiente é bastante

diferente do que encontramos no interior das lojas, e isto não diz respeito apenas, das

pequenas e médias lojas, que foram nosso foco da pesquisa, mas também as grandes lojas

de grandes redes, como Wal-Mart, Carrefour e CBD.

O terceiro objetivo traçado era Investigar o destino dado aos resíduos sólidos

produzidos pelos supermercados, esta análise nos fez além dos próprios dados, foram

revelados os dados, que tivemos oportunidade de avaliar e estão tabulados nos Resultados

e Discussão, números que indicam problemas, mas ao mesmo tempo apontam

oportunidades, práticas que podem ser desenvolvidas, sobre o que estamos querendo agora

pontuar, as pessoas, que formam estes estabelecimentos estudados, entendem a

importância da correta destinação, do uso correto de recursos, de uma forma geral, os

dados não revelam esta preocupação, quando observamos que 50% dos supermercados

destinam seus resíduos sólidos para a coleta pública municipal e 20% para locais

desconhecidos, o primeiro dado mostra uma boa oportunidade para catadores e

cooperativas que têm o resíduo sólido, como sua matéria prima, os dados também

revelaram que 30% é retirado por catadores, mas não há nenhuma atividade organizada

para isto, os catadores apenas chegam e recolhem, sem definição de critérios, na verdade

quem chegar primeiro leva, o que ocasiona uma grande desorganização na área de

descarte.

Após observamos os 3 objetivos específicos de nossa pesquisa, foi possível avaliar

o setor como um todo, os problemas atuais quanto à Gestão de Resíduos Sólidos em

Supermercados Independentes na Região Metropolitana do Recife, através dos dados sobre

esta Gestão ou a falta dela, mas também foi possível perceber oportunidades, diante das

ameaças, dos problemas derivados dos resíduos sólidos, em todo o território nacional,

afinal de contas o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, surgiu a mais de 10 anos, para

nortear as ações públicas e privadas no sentido de equacionar os problemas que existem,

Page 100: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

100

como lixões, vazadouros a céu aberto, poluição de afluentes, etc. Nossa leitura, orientada

pelos objetivos destacados, nos possibilitou entender um pouco mais, tanto as ameaças

como as oportunidades, este setor pode contribuir com operações mais limpas:

qualificando os seus volumes de resíduos, quantificando os mesmos e promovendo

políticas mais adequadas de destinação, desta forma, a iniciativa privada, passa a ter um

papel importante no cumprimento de políticas públicas, neste caso do PNRS. Nossa

pesquisa contribui, compreendendo melhor o setor e sugerindo um processo de avaliação

continua que faça parte da dinâmica destes supermercados, não como uma fórmula, mas

como promotores da discussão que leva a melhoria continua, cada indicador que

estudamos, pode e deve ser adotado como medida de melhoria, através do NGA, propomos

a implantação do SELO SUPERMERCADO SUSTENTÁVEL, para medir ações que

gerem impactos positivos no trato dos resíduos sólidos que foram estudados neste setor.

Ao chegar a este momento da jornada, desenvolvida durante todo mestrado,

particularmente durante o desenvolvimento da pesquisa, podemos perceber o quanto temos

para caminhar, em muitos aspectos, mas falando particularmente de nossa capacidade de

promover uma sociedade mais adequada a todas as mudanças que nos são impostas e as

que nós mesmos nos impusemos. Vivemos durante a pesquisa um contato direto, com a

realidade, que costumamos chamar de “mercado”, onde as empresas operacionalizam a

economia capitalista, de consumo, de volumes, de descarte, de lucro, de geração de

empregos, são inúmeros os fatores que se desdobram das ações das empresas, neste

chamado mercado, no entanto, estar neste momento das operações de um segmento, como

o setor supermercadista, foi importante tanto para levantar os dados que trouxeram

respostas quantitativas para nossa dissertação, mas, foi imensamente importante para

entender que as empresas têm papéis muito importantes, na conjuntura econômica em que

vivemos.

O setor supermercadista foi destacado, em tamanho e importância, por geração de

receita e com isto de tributos, para o Estado, assim como na geração de empregos, direta e

indiretamente, afinal as empresas que produzem a mais variada gama de produtos, não

conseguiriam sobreviver, sem a presença deste modelo, o supermercado, como também

vimos, chamado de autosserviço, que é a grande vitrine de exposição de milhares de itens,

ou sku (stocking units), as unidades de venda, desde legumes, passando, por cereais,

carnes, leite, cereais, produtos de higiene e limpeza, entre outras categorias, este canal é o

maior meio de distribuição pra todos estes produtos. O setor também tem uma grande

Page 101: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

101

importância, para nós, consumidores, pois representam o canal de compra que mais atende

ás necessidades diárias das pessoas, de uma forma ampla, podemos perceber a presença de

um ou mais, estabelecimentos deste, em nossas vidas, seja na compra do final do mês, ou

nas reposições do dia-a-dia, enfim entender um pouco desta dinâmica, reforçou em nossa

visão, enquanto pesquisador, um olhar mais concentrado para o setor de autosserviço,

destaco que estivemos apenas no formato de supermercado, mas a economia mundial

possui diversos outros setores, que ser posicionam como autosserviço e também estão

inseridos no contexto diário da vida de milhões de pessoas, no mundo inteiro, trazendo

todas as relações que tratamos e particularmente destacando, operando e transferindo uma

enorme quantidade de resíduos sólidos, que passam por processos e são descartados e

como no setor supermercadista transferido para as residências dos compradores, na forma

de embalagens, tais embalagens, normalmente de contenção dos produtos não foi motivo

de estudo de nosso mestrado, mas merece uma atenção muito particular em um

desdobramento.

Foi imensamente curioso, ao final, da concepção do referencial teórico, havíamos

percebido, ou melhor, reafirmado a importância e emergência, das questões ambientais,

destacando a educação ambiental, a correta destinação dos resíduos, o entendimento de

como a educação ambiental pode contribuir para que esta destinação melhore cada vez

mais.

Um aspecto sobre o varejo é a presença de pessoas, que se movimentam e se

relacionam para poderem ter acesso aos produtos, o supermercado é um bom exemplo

disto, esta atividade gera diversos relacionamentos, as pessoas são cercadas de cores, de

luzes, de formas e de pessoas, isto se acentua nos supermercados menores, que recebem o

nome de loja de vizinhança, onde as pessoas, normalmente são residentes do entorno.

Como nos shoppings centers que se dedicam a criar diversos ambientes, onde as pessoas

possam permanecer o maior tempo possível e gerem o maior consumo possível, criam

diferentes locais de convivência, o autosserviço também se utiliza da formação de um

espaço que crie atrações para as pessoas, com objetivos de gerar mais consumo, mais

negócios, geram consumo e colocam em movimento atitudes, hábitos de consumo, muitas

vezes motivadas por campanhas de grandes marcas, não esteve dentro das competências de

nossa pesquisa, analisar esta formação de consumo, no entanto é um fato, que a

composição do ambiente das lojas de supermercados, também podem, além de informar

promoções de marcas, intervir como ambientes de orientação de boas práticas de Educação

Page 102: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

102

Ambiental e Sustentabilidade, práticas de higiene doméstica, não apenas pelas “possíveis”

virtudes de um novo detergente desengordurante, mas também da capacidade, talvez, deste

mesmo produto de ser completamente biodegradável, por fazer parte de uma empresa que

investe sistematicamente para atividades ambientais.

Durante a realização da pesquisa, pudemos perceber que o segmento

supermercadista, pode ser um ambiente de promoção de educação ambiental, sobretudo no

que diz respeito a campanhas educativas quanto ao correto descarte de resíduos sólidos,

assim também como outros fatores que levam a uma vida mais sustentável.

Há um longo caminho para ampliar a consciência social, quanto ao que devemos

fazer para ter um mundo melhor, a frase comum que todos nós devemos fazer nossa parte,

precisa dar lugar a um entendimento mais claro, sobre o que devemos fazer, como

sabemos, educar requer tempo, consistência e meios para que ela ocorra. O supermercado

pode ser um local que facilite campanhas de conscientização e aprendizado, como ocorre

nas campanhas promocionais e de marketing, que muitas empresas e o próprio

estabelecimento faz, com o objetivo que as pessoas comprem mais determinados produtos

e gerando maior volume de vendas, estes estabelecimentos podem vender ideias, promover

comportamentos, afinal é uma prática diária dos supermercados, na melhor das hipóteses,

informar ao cliente, direcionar, para marcas, podendo, a partir desta perspectiva, servir

como promotor de práticas, técnicas e comportamentos diários sobre Educação Ambiental,

desta avaliação surgiu a ideia do selo VAREJO SUSTENTÁVEL, que propusemos para

dar continuidade deste olhar que tivemos sobre 10 aspectos ligados à gestão do Resíduo

Sólido, mas agora, não com caráter investigativo, como uma prática de melhoria contínua,

desta forma retornar aos supermercados e propor um mecanismo de aferição da gestão

voltada para a sustentabilidade.

Agradecer aos que se dispuseram a conversar, que nos deixaram entrar em seus

estabelecimentos, principalmente no ano de 2014, quando tantos destes segmentos estavam

sendo altuados por problemas de refrigeração e conservação de alimentos, destaco a

sobriedade e o profissionalismo, destes 10 estabelecimentos que abrirem suas portas nos

disponibilizando tempo, informações e acesso a áreas muitas vezes críticas, cheias de

problemas e oportunidades e foi esta palavra oportunidade, no caso de melhoria de

processos, de entendimento de partilhamento que convenceu estes empreendedores a

parciparem da pesquisa, agora, agradeço não apenas com palavras, mas após me debruçar

Page 103: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

103

dois anos dentro do mestrado da UPE concentrado no projeto de Gestão para o

Desenvolvimento Local Sustentável, que elenco algumas sugestões de contribuições que

serão levadas a estes estabelecimentos no sentido de incentivar e desenvolver práticas

sustentáveis.

A primeira sugestão deste trabalho é a criação de um GUIA ANUAL DE

MEDIÇÃO DA SUSTENTABILIDADE para o varejo alimentar, tomando como base um

conjunto de indicadores que são calculados anualmente, com apoio da Universidade de São

Paulo e publicado pela revista EXAME, intitulado “ GUIA EXAME DE

SUSTENTABILIDADE” que destaca as 61 empresas mais sustentáveis do Brasil, nossa

idéia é uma união de duas instituições uma pública a UPE-FCAP o Mestrado GDLS com

apois do NGA ( Núcleo de Gestão Ambiental) e o NIPE ( Núcleo de Inovação e Projetos

Empreendedores), desenvolver e aplicar anualmente uma pesquisa chamada: PRÊMIO

VAREJO SUSTENTÁVEL de reconhecimento ambiental, um selo, que avaliará quatro

categorias :

1 – DIMENSÃO GERAL DA SUSTENTABILDADE – como estas empresas estão

desenvolvendo práticas gerais de sustentabilidade.

2 – DIMENSÃO AMBIENTAL – especificamente como cada empresa vem

aplicando práticas que estão promovendo ações ambientais.

3 – DIMENSÃO SOCIAL – o que a empresa vem fazendo em termos sociais .

4 – DIMENSÃO ECONÔMICA – também é importante saber como a empresa vem

criando condições para crescer,mas de forma sustentável.

O mais importante é que a ideia do PRÊMIO VAREJO SUSTENTÁVEL é gerar

sinergia de idéias e projetos, conhecimentos que sejam partilhados para a melhoria

continua, criar um canal de experiências entre as organizações fomentadoras e as empresas

inscritas para a a seleção, onde o verdadeiro prêmio será a promoção do desenvolvimento

sustentável.

Para isto, se formará um grupo multidisciplinar, composto por profissionais de

áreas diferentes, que anualmente julgaram este trabalho e publicarão o guia, meu objetivos

é convidar incialmente os membros desta banca, para comporem este projeto.

Para coletarmos informações, as empesas se inscreverão via site, apresentando suas

práticas de sustentabilidade, os membros irão conferir uma nota para cada item que

comporá, desta forma teremos sempre ganhadores por categoria, cujas idéias serão

Page 104: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

104

partilhadas ao final no GUIA DO ANO, podendo ser replicadas para todos os

estabelecimenos.

Além de criar uma sinergia de conhecimentos, para auxiliar na implementação de

práticas sustentáveis, tambem será conferindo um selo para as 10 empresas mais

sustentáveis, que na verdade apresentaram alterações , praticas e ações que ajudam a

difundir sustentabilidade e auxiliar no nosso grande desafio da Gestão para o

Desenvolvimento Local Sustentável, particularmente naquilo que se destinou este

trabalho, investigar os aspectos do resíduo sólido, mas também ampliando sua avaliação

para o correto uso de nosso excasso bem “a água”, avaliarmos também práticas

comunitárias e ambientais que estes estabelecimenos praticam na cidade do Recife e sua

Região Metroplotitana, quem sabe até no Estado de Permambuco, em nosso Região e no

Brasil.

Há muito conhecimento sendo produzido no ambiente acadêmico, que podem ser

repassados para as empresas, utilizarem e de fato desenvolverem práticas para o real

desenvolvimento local sustentável, acredito que possamos contribuir para isto com este

GUIA ANUAL DE MEDIÇÃO DA SUSTENTABILIDADE.

Aproveitar o acesso , o que foi feito nesta pesquisa e continuar com os

supermercados uma pesquisa anual que possa orientar e incentivar os supermercados a

implantarem práticas sustentáveis, inovadores e eco-empreendedoras.

Page 105: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

105

Figura 5: Modelo ilustrativo para o Selo Supermercado Sustentável do ano.

Page 106: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

106

7 REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico:

elaboração de trabalhos na graduação. 10 ed. - São Paulo: Atlas, 2010.

ANDRADE, R.O.B.; TACHIZAWA, T.; CARVALHO, A. B. Gestão Ambiental:

enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. 2ª. ed. São Paulo:

Makron Books, 2000.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 1977.

BESSERMAN, Sérgio. Meio ambiente; Indicadores. In TRIGUEIRO, André. Meio

ambiente no século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas de

conhecimento. Campinas, SP: Armazém do Ipê,2008.

CAPRA, Fritjof. Alfabetização Ecológica. São Paulo: Cultrix, 2006.

CYRILLO, D. C. O Papel dos Supermercados no Varejo de Alimentos. São Paulo: FIPE-

USP. (Série Ensaios Econômicos, nº 68), 1987. Farina, Elizabeth M.M.Q.

CARVALHO, I.C.M. Educação Ambiental Crítica: Nomes e Endereçamentos da

Educação. In: Phillipe Pomier Layrargues(coord). Identidades da Educação Ambiental

Brasileira/Ministério do Meio Ambiente. Diretoria de Educação Ambiental; Brasília:

Ministério do Meio Ambiente, 2004.156 p;

CAVALCANTI, Clóvis. Sustentabilidade da economia: paradigmas alternativos de

realização econômica. In CAVALCANTI, Clovis (org.) Desenvolvimento e natureza:

estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo: Cortez; Recife – PE:

DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São

Paulo: Atlas, 2009.

Page 107: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

107

DINIZ, A. A HISTÓRIA DOS SUPERMERCADOS . São Paulo : Portal UOL, 2012 –

disponível em : http://abiliodiniz.uol.com.br/eu-abilio/opiniao/o-brasil-na-era-dos-

supermercados.htm - 02 julho 2014.

ENCICLOPÉDIA TEMÁTICA – PAULO NUNES.

http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/economias_de_escala.htm - 19/07/14

17:22

GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. São Paulo: Petrópolis, 2000.

GARTNER, W.B. Who is an entrepreneur? Is the wrong question. American Journal of

Small Business, 2001.

GENNARI, A. ; OLIVEIRA, R. História do pensamento econômico. São Paulo. Saraiva,

2011.

GOLEMAN, Daniel. Os Mestres da Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

Ele é organizaro- como lançar ?

GUIMARÃES, S. ;CARPI JUNIR, M. ; GODOY, M. ; TAVARES. A. Gestão de áreas de riscos e

desastres ambientais. Rio Claro: IGCE/UNESP/RIO, 2011.

GUTIÉRREZ, Francisco e PRADO, Cruz. Ecopedagogia e cidadania planetária. Guia da

Escola Cidadã vol. 3. São Paulo: Instituto Paulo Freire/Cortez Editora, 2000.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estratística -

http://censo2010.ibge.gov.br/noticias Consulta realizada em 10 de maio de 2014 às 10:00h

INVESTOPEDIA: http://www.investopedia.com/terms/r/robinson-patman-act.asp.

Consulta realizada em 10 de setembro de 2014 às 18:35.

IRINA MIKHAILOVA: http://w3.ufsm.br/depcie/arquivos/artigo/ii_sustentabilidade.pdf -

conculstado em : 04JAN2015 - 21:45

JACOBI, Pedro Roberto. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cad.

Pesqui., Mar. 2003, no.118, p.189-206.

Page 108: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

108

JORNAL DO COMÉRCIO – Disponível em :

http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades - consultado em 17/08/10 - 14:54

JULIEN, Pierre-A. Empreendedorísmo Regional – A economia do conhecimento. São

Paulo: Saraiva, 2010.

LANKFORD, William M., Benchmarking: Understanding the Basics, 2000. The Coastal

Business Journal. v.1, n.1.

LAVORATO, M. L. A. As vantagens do benchmarking ambiental. Revista Científica

Eletrônica da Engenharia de Produção, v. 4, n. 2, 2003.

LEFF, Enrique. Epistemologia Ambiental. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2002.

MAIMON,D. Passaporte Verde: Gestão ambiental e competitividade. Rio de Janeiro: Qualimark,

1996.

MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. .ed. Porto

Alegre: Bookman, 2011.

MAREK, Michael. A indústria Alemã e a Segunda Guerra Mundial – disponível em :

http://www.dw.de/a-ind%C3%BAstria-alem%C3%A3-e-a-segunda-guerra-mundial/a-

1471271 - 10jun14 - 19:26.

MINAYO, M. C. S. & SANCHES, O. Quantitativo-Qualitativo: Oposição ou

Complementaridade. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 9 (3): 239-262, jul/set, 1993.

Ministério do Meio Ambiente – Relatório Cidades Sustentáveis- Resíduos Sólidos,

disponível em : http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos (03/01/2015

- 23:47).

MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 13. ed.

Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

Page 109: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

109

NUNES, Paulo. ECONOMIA DE ESCALA . Disponível em :

http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/economias_de_escala.htm - acesso em

12/12/2014 - 18:25h

O JORNAL DE HOJE – Disponível em: http://jornaldehoje.com.br/economia/ - consultado

em 22/10/14 – 15:00

ODUM, E.P. Fundamentos da ecologia. (Fundamentals of ecology, 1953). C.M.Baeta

Neves (Trad.). 2 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1976. 595 p

PELIZZOLI, M.L. Correntes da ética ambiental. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

PINTO, LUÍS A. COSTA. O Balconista. Rio de Janeiro: Ed Senace, 1954.

Revista Economia e Desenvolvimento, n° 16, 2004.SUSTENTABILIDADE: EVOLUÇÃO

DOS CONCEITOS TEÓRICOS E OS PROBLEMAS DA MENSURAÇÃO PRÁTICA

SAEZ, Flávio ; SAEZ, Alexandre. História Econômica Geral. 1ª ed. – São Paulo: Ed.

Saraiva, 2013.

SCHUMPETER, J A. Teoria do Desenvolvimento Econômico. São Paulo:Círculo do

Livro, 1997.

SCOTTO, Gabriela; CARVALHO, Isabel C. de Moura; GUIMARÃES, Leandro Belinaso.

Desenvolvimento Sustentável. Conceitos fundamentais. 5 ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2010.

SEIFFERT, Mari. Gestão Ambiental – Instrumentos , Esferas de ação e Educação

Ambiental. 2ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2011.

SILVA, Maria de Fátima Gomes. Uma reflexão sobre a necessária indissociabilidade entre

sustentabilidade e interdisciplinaridade. In: MACIEL, Adalberto; PEDROSA, Ivo V.;

ASSUNÇÃO, Luiz Márcio (orgs.). Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável.

Recife: EDUPE (Editora da Universidade de Pernambuco), 2007.

SOUZA, Demétrius Coelho. O Meio Ambiente das Cidades. São Paulo: Atlas, 2010

STIGLITZ, Joseph. Globalização – A grande desilusão. São Paulo: Ed Terramar, 2010.

Page 110: Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em … · 2015. 8. 21. · 3 Flávio Felix Ferreira. Análise da Gestão de Resíduos Sólidos em Supermercados Independentes

110

TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Educação ambiental: natureza razão e

historia. Campinas, SP: Autores associados, 2004.

RELATÓRIO : OS PODEROSOS DO VAREJO 2014 – publicado pela : “Deloitte

Touche Tohmatsu Limited” – Disponível em : www.deloitte.com/about - 12/11/14 -

17:23.

REVISTA ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO. Disponível em :

http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/economia . - Acesso em 17/08/2014 – 17:58

REVISTA EXAME (2014 – Edição 1079 – 10/12/14) – disponível em :

http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/ - Acesso em 12/01/2014 – 22:45.

REVISTA FORTUNE – AS 500 MAIORES EMPRESAS DO MUNDO – Disponível e :

http://fortune.com/fortune500/ - consultado em 17/12/14 – 17:28.

SESSO, Humberto. O Setor Supermercadista no Brasil nos anos 1990. São Paulo: USP,

2003.

TRIGUEIRO, André. Meio Ambiente no Século 21. Rio de Janeiro: Ed. Autores

Associados, 2010.

VEIGA, José Elida. Desenvolvimento Sustentável: o desafio do século XXI. 2a ed. Rio

de Janeiro: Garamond, 2006.

YAMADA, F. Plano Abras Maior – Gestão Abras (Associação Brasileira de

Supermercados). São Paulo: Ed. Fundação Abrasl, 2014.