fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

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BRUNO MATHEUS MASCHIO SILVEIRA DIOGO PEREIRA DE ARAUJO GRASIELE APARECIDA ZAGO JULIANA BALBINO MARQUES FITOTERAPIA: Um confronto entre conhecimento popular e cientifico Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis como parte das exigências para conclusão do curso de graduação em Farmácia. Orientador Ms. Ocimar Antônio de Castro FUNDAÇÃO EDUCACIONA DE FERNANDÓPOLIS FERNANDÓPOLIS SP 2011

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Page 1: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

BRUNO MATHEUS MASCHIO SILVEIRA DIOGO PEREIRA DE ARAUJO GRASIELE APARECIDA ZAGO JULIANA BALBINO MARQUES

FITOTERAPIA:

Um confronto entre conhecimento popular e cientifico

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Curso de Farmácia da

Fundação Educacional de Fernandópolis

como parte das exigências para

conclusão do curso de graduação em

Farmácia.

Orientador Ms. Ocimar Antônio de Castro

FUNDAÇÃO EDUCACIONA DE FERNANDÓPOLIS FERNANDÓPOLIS – SP

2011

Page 2: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

BRUNO MATHEUS MASCHIO SILVEIRA DIOGO PEREIRA DE ARAUJO GRASIELE APARECIDA ZAGO JULIANA BALBINO MARQUES

FITOTERAPIA:

Um confronto entre conhecimento popular e cientifico

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

Curso de Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como parte das exigências para

conclusão do curso de graduação em Farmácia.

Examinadores Assinatura Conceito

Prof. Ms. Ocimar Antônio de Castro

Prof. Ms. Reges Evandro Teruel Barreto

Prof. Ms. Roney Eduardo Zaparoli

Aprovada em de de 2011

Professor Ms. Ocimar Antônio de Castro

Presidente da Banca Examinadora

Page 3: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

Agradeço primeiramente a Deus por ter me guiado

nesta caminhada, à minha mãe Sandra, meu pai

Everton e meu irmão Rafael por terem me dado

forças e terem acreditado em meu sucesso, e

também a todos que diretamente ou indiretamente

me deram forças pra continuar.

(Bruno Matheus Maschio Silveira)

Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais José

e Edna e também ao meu irmão Diego, por ser à

base de tudo, de todo conhecimento, de todo

carinho, de toda compreensão, de toda esperança

e principalmente, de todo amor. Por terem

sonhado comigo, e tornado este sonho possível,

essa vitória não é só minha, essa vitória é nossa.

(Diogo Pereira de Araujo)

Dedico aos meus pais José e Benedita pelo

incentivo e pelos ensinamentos. Agradeço a Deus

por me iluminar e proteger em todos os momentos

da minha vida, e ofereço este trabalho às minhas

irmãs Bruna e Fabiane pela dedicação e

compreensão.

(Grasiele Aparecida Zago)

Agradeço em primeiro lugar a Deus que me

manteve sempre firme até hoje para que eu

conseguisse essa vitória, à minha mãe Janete e o

meu pai Jorge que estiveram sempre presente em

minha vida nas horas boas e ruins, aos meus

amigos (as) em que sempre pude confiar por

todos esses anos, e em todos que confiaram em

minha capacidade.

(Juliana Balbino Marques)

Page 4: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

AGRADECIMENTOS

Ao nosso grandioso Deus, que nos deu forças e saúde para superar as

dificuldades e alcançar nossos objetivos.

A Fundação Educacional de Fernandópolis, pelo acolhimento e pelas

condições de aprendizado oferecido ao longo do curso.

Aos nossos pais, por acreditarem em nós e por ter nos dado todo apoio

necessário para alcançar mais esta vitória.

Ao Professor Ms. Ocimar Antônio de Castro, pela orientação deste trabalho, e a

todos os professores que de alguma forma nos ajudaram com muito profissionalismo

e amizade. Em especial aos Professores Ms. Reges e Ms. Roney que nos

acompanharam desde o 1º semestre e aceitaram fazer parte da banca.

Aos nossos amigos de sala pelas horas de estudo e pela amizade.

Enfim, agradecemos a todos que nos ajudaram que nos proporcionaram

momentos felizes e que nos auxiliaram no nosso desenvolvimento pessoal.

Page 5: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

“Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la."

Cícero

Page 6: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo confrontar o conhecimento popular

sobre os medicamentos fitoterápicos através de uma análise de um questionário

teste nos municípios de Fernandópolis-SP, Santa Rita D' Oeste - SP, Santana da

Ponte Pensa - SP e Paranapuã – SP. Os resultados apresentados indicam que 68%

dos entrevistados responderam conhecer a fitoterapia, 63% disseram que fazem ou

fizeram uso de medicamentos fitoterápicos, 6% dos entrevistados indicaram

medicamentos alopáticos como sendo fitoterápicos. Dentre os medicamentos

fitoterápicos mais utilizados estão a Passiflora Alata, Ginkgo Biloba e Guaco com

27%, 24% e 19% respectivamente. A indicação destes medicamentos por médicos

ou farmacêuticos perfazem um total de 44% dos pacientes que utilizam essa

terapêutica. A eficácia dos medicamentos fitoterápicos foi indicada por 92% dos

pacientes e 78% disseram não terem tido nenhum efeito colateral. A orientação

farmacêutica foi descrita por 56% dos pacientes. Dentre os aspectos analisados

pode-se concluir que a população ainda carece de mais informações sobre a

fitoterapia, embora dois fatores positivos possam ser enaltecidos, as crescentes

indicações dos fitoterápicos por médicos e farmacêuticos, e a orientação do

farmacêutico quanto ao uso de tais medicamentos.

Page 7: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

ABSTRACT

This study aimed to confront the folk knowledge of herbal medicines through an

analysis of a questionnaire testing in the municipalities of Fernandópolis-SP, Santa

Rita D' Oeste - SP, Santana da Ponte Pensa - SP e Paranapuã – SP. The

results presented indicate that 68% of respondents know the phytotherapy,

63% reported that they or made use of herbal medicines, 6% of respondents

indicated allopathic medicines as herbal medicines. Among the most widely

used herbal medicines are Passiflora Alata, Ginkgo Biloba and Guaco 27%, 24%

and 19% respectively. The indication of these drugs by doctors or pharmacists for a

total of 44% of patients using this therapy. The efficacy of herbal medicines was

indicated by 92% and 78%of patients said they did not have any side effects.

The pharmaceutical guidance was described by 56% of patients. Among

the issues discussed can be concluded that the population still needs more

information on herbal medicine, although two positive factors can be uplifted the

growing indications of herbal medicines by doctors and

pharmacists, and pharmacist's guidance on the use of such drugs.

Page 8: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Resultado do sexo dos entrevistados. 17

Figura 2: Resultados da faixa etária dos entrevistados. 18

Figura 3: Resultados do grau de escolaridade dos entrevistados. 19

Figura 4: Resultados dos entrevistados que sabem ou não o que é fitoterapia. 20

Figura 5: Porcentagem de medicamentos que foram reconhecidos como

fitoterápicos, em porcentagem, entre os medicamentos que listamos. 20

Figura 6: Resultados dos entrevistados que fizeram uso de fitoterápicos. 21

Figura 7: Resultados dos medicamentos fitoterápicos mais utilizados pelos

entrevistados. 22

Figura 8: Apresentam os motivos pelo qual os entrevistados fizeram uso de

medicamentos fitoterápicos. 23

Figura 9: Mostram os resultados positivos quanto ao uso de fitoterápico. 24

Figura 10: Resultados dos entrevistados que obtiveram efeitos indesejados. 25

Figura 11: Porcentagem formas farmacêuticas utilizadas pelos entrevistados nos

medicamentos fitoterápicos. 26

Figura 12: Resultados dos entrevistados que obtiveram orientação farmacêutica na

aquisição de medicamentos fitoterápicos. 27

Page 9: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 10

1.1. IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO FARMACÊUTICA 11

1.2. REAÇÕES INDESEJÁVEIS E TOXICIDADE 13

1.3. INTERAÇÕES COM FÁRMACOS SINTÉTICOS 14

2. OBJETIVO 15

3. MÉTODO 16

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 17

5. CONCLUSÃO 28

6. REFERÊNCIAS 29

7. APÊNDICES 31

7.1. APÊNDICE I 31

8. ANEXO 33

8.1. GINKGO BILOBA 33

8.2. GUACO 34

8.3. PASSIFLORA ALATA 35

Page 10: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

10

1. INTRODUÇÃO

A palavra Fitoterapia deriva dos termos “Phyton” = vegetal e “Therapeia” =

terapia e, a qual significa “Tratamento de doença mediante o uso de plantas”.

Caracterizando-se assim pela utilização de plantas medicinais em formas

farmacêuticas. (FERREIRA, 1993).

Antes de 1800 a fitoterapia era a base inquestionável da medicina. Só com o

advento da chamada “ciência médica” é que a fitoterapia foi relegada ao plano de

uma modalidade alternativa. A partir de uma perspectiva histórica, entretanto, é

incorreto classificar a fitoterapia como um ramo especial ou alternativo da medicina,

pois quando consideramos que a historia da fitoterapia clássica atravessa mais de

2000 anos, dos tempos antigos aos modernos, é razoável assumir que muitas das

plantas medicinais usadas durante aquele período não apenas têm ações

específicas como também possuem poucos efeitos colaterais perigosos. (ALVIN et

al., 2006)

O uso de plantas medicinais para a cura de males em civilizações antigas era

frequente. Esta prática foi rodeada de sucessos e fracassos, pois enquanto algumas

conseguiam resultados excelentes ou até a cura, outros obtinham muitos efeitos

colaterais, muitas vezes levando o indivíduo a morte. O uso de plantas medicinais

como terapêutica individual ou associada vem sendo aprimorada e transmitida de

geração para geração (ALVIN et al., 2006).

Recentemente, o interesse pela terapia natural tem crescido significativamente.

Esse crescimento dá-se em razão: (i) do alto custo dos medicamentos

industrializados, (ii) dos efeitos colaterais que eles causam, (iii) a facilidade de

obtenção de plantas medicinais, e (iiii) principalmente, a falsa ideia de que produtos

oriundos da natureza não fazem mal. Tais razões fazendo com que o consumo de

drogas vegetais e medicamentos fitoterápicos aumentassem gradativamente

(SIMÕES et al., 1998).

As drogas vegetais com frequência são confundidas com os medicamentos

fitoterápicos, por serem também oriundos de plantas medicinais. Porém, as drogas

vegetais e os medicamentos fitoterápicos são elaborados de forma distintos. As

drogas vegetais são obtidas da planta seca, inteiras ou rasuradas, utilizadas para a

preparação de “chás”, já os medicamentos fitoterápicos são tecnicamente

Page 11: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

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elaborados com nível de complexidade maior, e podem ser apresentados com

diversas formas farmacêuticas. (ARAÚJO, 2002).

O medicamento fitoterápico é obtido através de processos e técnicas

farmacêuticas adequadas, tais como coleta, moagem, secagem, trituração e

armazenamento empregando-se exclusivamente matérias primas vegetais. Como

todo medicamento, possui finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de

diagnóstico. Cabendo ressaltar que medicamentos fitoterápicos não são oriundos de

isolamento farmacológico, melhoramento químico bem como obtidos por extração,

purificação da planta original. Os medicamentos fitoterápicos podem ser tão

eficientes quanto os produzidos pela síntese química, porém a transformação de

uma planta em um medicamento deve objetivar a preservação da integridade

química e farmacológica do vegetal, garantindo a constância de sua ação biológica e

a sua segurança de utilização, além de valorizar seu potencial terapêutico. (STASI,

1996).

1.1 IMPORTÂNCIAS DA ORIENTAÇÃO FARMACÊUTICA NA TERAPIA

COM FITOTERÁPICOS

Os medicamentos fitoterápicos podem ser vendidos livremente nas farmácias

brasileiras sem a necessidade de prescrição médica. A falta da regulamentação da

prescrição médica ou indicação farmacêutica facilita que estes medicamentos sejam

foco na automedicação, trazendo uma série de riscos ao usuário/paciente (SCHULZ;

HÄNSEL; TYLER, 2002).

As contraindicações, apresentadas pelos medicamentos fitoterápicos, mesmo

que em menor grau de intensidade quando comparado aos medicamentos

alopáticos, não os tornam isentos de contraindicação, o que requer orientação

médica ou farmacêutica. (STASI, 1996).

A fitoterapia é reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como

ciência, e vem sendo estudada, aperfeiçoada e aplicada ao longo dos anos, assim,

não podendo ser considerada apenas um conhecimento passado de pais para filhos

(SCHULZ; HÄNSEL; TYLER, 2002).

Page 12: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

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“Por mais que algumas plantas sejam tradicionalmente usadas, todas

podem apresentar contraindicação, seja quanto à quantidade, forma de

utilização ou interação com outro tipo de medicamento, e o farmacêutico é o

profissional com conhecimento sobre as propriedades terapêuticas das

plantas” Jaldo de Souza Santos (BRASIL, 2010).

Os cuidados e atenção na produção de medicamentos fitoterápicos devem

objetivar a preservação da qualidade físico-química e microbiológica, em toda a linha

de produção, desde a matéria-prima ativa, os produtos intermediários e os

medicamentos finais. A transformação do material vegetal para um produto

tecnicamente elaborado é complexa, e o número de operações envolvidas depende

do produto requerido, que pode ser mínimo, como é o caso de pós e drogas

rasuradas destinadas à preparação de chás; ou bem maior, quando o objetivo é

obter frações purificadas ou fórmulas sólidas revestidas (SIMÕES, 1998).

Além do teor de substância ativa, intensidade das atividades farmacológicas e

toxicológicas, outros aspectos de qualidade devem ser avaliados, como a carga

microbiana, contaminação química por metais pesados, pesticidas, presença de

terra, areia, insetos ou de produtos oriundos destes. A garantia de qualidade do

material vegetal a ser processado é fundamental na preparação de fitoterápicos,

devendo ser considerado aspectos tais como, botânicos, químicos, farmacológicos e

pureza (ALVIN et al., 2006).

A escolha da forma farmacêutica, apresentada pelo medicamento fitoterápico,

deve adequar à via de administração à efetiva e adequada biodisponibilidade. As

principais formas farmacêuticas apresentadas pelos medicamentos fitoterápicos

compreendem os extratos secos, os granulados, as cápsulas (que representam 60%

das formulações comercializadas), os comprimidos, os comprimidos revestidos

(drágeas), os extratos espessos, as pomadas ou cremes, as emulsões líquidas, os

supositórios, as suspensões, resinas, óleos e o sumo das partes frescas do vegetal,

extratos podem apresentar-se líquidos, moles, espessos ou secos, as alcoolaturas,

as tinturas, os extratos fluidos, os elixires e os xaropes. (SACRAMENTO, 2000).

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1.2 REAÇÕES INDESEJÁVEIS E TOXICIDADE DOS MEDICAMENTOS

FITOTERÁPICOS

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 80% da população mundial faz uso

de plantas medicinais. Diversos autores têm demonstrado que as plantas medicinais

possuem efeitos indesejáveis e muitas vezes tóxicos (BRASIL, 2010).

Pesquisas científicas com plantas medicinais surgiram com a idéia de

comprovar composição química e suas ações farmacológicas. Esses estudos

possibilitaram a proposição de maior atividade terapêutica, junto aos requisitos de

qualidade e ausência de toxicidade (ALVIN et al., 2006).

As plantas medicinais, apesar de possuírem potencial curativo, possuem

também substâncias que, dependendo da dose, pode ser tóxica ao organismo,

causando assim reações indesejáveis podendo levar o indivíduo a morte.

(ALZUGARAY, 1983).

Como acontece nas espécies do gênero Senecio, que podem causar irritações

gastrointestinais, como a jurubeba (Solanum paniculatum L.), ipeca (Cephaelis

ipecacuanha) e arnica (Arnica montana L.). Outros podem lesar o SNC (Sistema

Nervoso Central), que ó o caso do mastruço (Chenopodium ambrosioides L.) e a

trombeteira (Datura suaveolens) (SNITF, 2010).

Já o cambará (Lantana camara L.), é conhecido por sua hepatotoxicidade; a

cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC), pelos distúrbios gastro-intestinais e a

arruda (Ruta graveolens), que pode provocar aborto, fortes hemorragias, irritação da

mucosa bucal e inflamações epidérmicas. Em doses elevadas, até mesmo o jatobá

(Hymenaea courbail L.), conhecido como expectorante e fortificante, pode

desencadear reações alérgicas (MARTINS, et al., 2000).

Algumas plantas medicinais podem causar riscos para mulheres grávidas, pois

estimulam a motilidade uterina podendo provocar aborto. Como por emxemplo: alho

(Allium sativum), angélica (Angelica archangelica), arnica (Arnica montana), cânfora

(Cinnamomum canphora), eucalipto (Eucaliptus globulus), alecrim (Rosmarinus

officinalis), gengibre (Zengiber officinalis) e sene (Cassia angustifolia e Cassia

acutifolia) (ALMEIDA, 1993).

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1.3 INTERAÇÕES COM FÁRMACOS SINTÉTICOS

Um dos fármacos mais empregados como anticoagulante é a warfarina e a sua

ação pode ser antagonizada pelo uso concomitante com agrimonia (Agrimonia

eupatoria), que possui propriedades coagulantes, e a angélica (Angelica

archangelica) pode potencializar o efeito da warfarina, pois possui propriedades

anticoagulantes. O uso de dente-de-leão (Taraxacum officinales) concomitante com

diuréticos sintéticos pode ter a ação destes potencializada, principalmente em

pacientes idosos hipertensos. Qualquer planta com propriedades cardiotônicas e/ou

hipertensivas, como a dedaleira (Digitalis purpúrea L.) pode agir sinergicamente com

fármacos vasodilatadores das coronárias à base de nitratos (como o dinitrato de

isosorbida) e com bloqueadores dos canais de cálcio (como a nifedipina). Plantas

sedativas que atuam no sistema nervoso central, como o maracujá (Passiflora

officinalis) e a valeriana (Valeriana officinalis), podem interagir com hipnóticos e

ansiolíticos. Ervas antidepressivas, como a erva-de-São-João (Hypericum

perforatum), pode interferir na atividade antidepressiva de fármacos sintéticos

(ROMMEL; DAVID, 2006).

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2. OBJETIVO

O objetivo desse trabalho é esclarecer mesmo que de forma sucinta a

fitoterapia e confrontar o conhecimento popular com conhecimento científico, por

meio de um questionário/teste piloto, e por orientações embasadas no conhecimento

farmacêutico, como assistência e atenção do mesmo, buscando assim avaliar o

conhecimento e a prática do uso de medicamentos fitoterápicos feito com uma

amostra da população, e ainda conhecer os reais motivos que levaram o uso destes

medicamentos, ressaltando que, o farmacêutico é o profissional capacitado a

realizar estes com eficácia, evidenciando a importância da atenção farmacêutica na

dispensação de fitoterápicos.

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3. MÉTODO

Este trabalho compreende no levantamento de informações bibliográficas

especializadas, utilizando-se materiais de fontes secundárias, disponíveis nas

Bibliotecas da Fundação Educacional de Fernandópolis (FEF), e no programa de

comutação bibliográfica (COMUT), bem como nos bancos de dados Scielo

(Scientific Eletronic Library Online) e Pubmed (mantido pela National Library of

Medicine).

Foram selecionados trabalhos que abordam direta ou indiretamente os

principais aspectos envolvidos neste trabalho, e também foram analisados trabalhos

desenvolvidos no Brasil nos quais tiveram grande importância para o

desenvolvimento deste trabalho.

A pesquisa bibliográfica incluiu artigos originais, artigos de revisão, livros, teses

e dissertações, escritos na língua inglesa e portuguesa. Os seguintes termos de

pesquisa (palavras-chaves e delimitadores) foram utilizados em várias combinações:

1) Fitoterapia; 2) Fitoterapia popular; 3) Medicamentos fitoterápicos;

4) Origem da fitoterapia.

Ainda obteve-se como método a aplicação de uma entrevista estruturada a

partir de um teste piloto (Apêndice I), nas cidades de Fernandópolis - SP, Santa Rita

D' Oeste - SP, Santana da Ponte Pensa - SP e Paranapuã – SP, com 25

entrevistados aleatoriamente em cada cidade, para diversificar a amostra da

população e obter melhor aproveitamento em relação ao conhecimento popular dos

fitoterápicos.

O levantamento de dados foi realizado no período do dia 2 a 12 de setembro

de 2011, contendo 12 questões relacionadas ao “conhecimento da fitoterapia”,

efeitos causados e orientação farmacêutica, totalizando 100 entrevistados.

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17

4. RESULTADO E DISCUSSÃO

As Figuras a seguir representam as 12 questões utilizadas nos 100 testes

piloto respondidas pela população de Fernandópolis, Santa Rita D' Oeste, Santana

da Ponte Pensa e Paranapuã - SP.

Figura 1: Resultado do sexo dos entrevistados (n=100).

Os resultados demonstrados aqui referem-se à porcentagem de homens e

mulheres entrevistados, sendo que para a realização das entrevistas, fora feita de

maneira aleatória com o cuidado de manter uma proporção de igualdade entre os

sexos, ainda que 63% dos entrevistados foram do sexo feminino.

Page 18: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

18

Figura 2: Resultados da faixa etária dos entrevistados (n=100).

Foram entrevistadas pessoas de faixa etária variada, tendo uma maior

porcentagem na faixa de 15 a 35 anos com aproximadamente 65% dos

entrevistados, levando-se em consideração que à entrevista foi feita principalmente

nos períodos matutinos e vespertinos, nos centros das cidades, em locais onde o

fluxo de estudantes e universitários é grande, ressaltando que estas cidades são

próximas a Fundação Educacional de Fernandópolis e outros polos universitários.

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19

Figura 3: Resultados do grau de escolaridade dos entrevistados (n=100).

Os dados demonstrados pelo teste piloto apontam que mais de 60% dos

entrevistados possuem no mínimo ensino médio completo, considerando assim

entrevistados com grau de conhecimento satisfatório, e que é minoria pessoas com

pouco estudo ou nenhum.

Facilitando assim o desenvolvimento do trabalho, e ainda nas respostas da

enquete.

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20

Figura 4: Resultados dos entrevistados que sabem ou não o que é fitoterapia (n=100).

Os dados demonstram que 68% das pessoas dizem saber o que é fitoterapia.

Figura 5: Mostra os medicamentos que foram reconhecidos como fitoterápicos, em porcentagem,

entre os medicamentos que listamos (n=100).

Mesmo com 68% dos entrevistados respondendo afirmativamente que sabiam

sobre fitoterapia, aproximadamente 40% destes assinalaram medicamentos

sintéticos e homeopáticos como sendo fitoterápicos, havendo assim, uma

significativa divergência com o resultado da Figura 4.

Page 21: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

21

Os resultados apresentados na Figura 5 podem ser discutidos sob dois

aspectos: (i) um grupo superior a no mínimo 8% dos entrevistados que disseram

conhecer os medicamentos fitoterápicos os desconhecem ou (ii) O uso de

determinados medicamentos está sendo de forma mascarada ou justificada ao

“apelo” de medicamentos fitoterápicos que possuem mínimos efeitos colaterais ou

ausência de tais efeitos.

Vale a pena ressaltar a presença de 6% de respostas indicando medicamentos

alopáticos (2% dipirona, 3% cetoprofeno e 1% sinvastatina) de uso disseminado

pela população e indicados como medicamentos fitoterápicos.

Uma análise de acompanhamento ou até mesmo de variação do conhecimento

indicados na Figura 4 e 5 é apresentado na Figura 6.

Figura 6: Resultados dos entrevistados que fizeram uso de fitoterápicos (n=100).

Os dados apresentados indicam que 63% dos entrevistados disseram ter feito

ou que ainda fazem o uso de fitoterápicos.

Vale ressaltar que o percentil de diferença entre quem já fez uso de

medicamentos fitoterápicos e que conhecem a fitoterapia é de 5%, muito semelhante

aos 6% de medicamentos alopáticos indicados pelos entrevistados como sendo

Page 22: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

22

fitoterápicos. Esta indicação pode colaborar com o aspecto colocado em discussão

no confronto aos resultados das Figuras 4 e 5.

Dentre os entrevistados que já fizeram uso de medicamentos fitoterápicos

observados na Figura 6, foi solicitado que o entrevistado indicasse alguns

medicamentos que já fez uso, e os resultados estão indicados na Figura 7.

Figura 7: Resultados dos medicamentos fitoterápicos mais utilizados pelos entrevistados (n=63).

Os dados apontam a Passiflora Alata, o ginkgo biloba e o guaco como sendo

os medicamentos fitoterápicos mais utilizados pelos entrevistados, somando 70% do

total de respostas.

Page 23: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

23

A análise dos motivos que levaram os entrevistados a fazer o uso dos

medicamentos fitoterápicos está apresentada na Figura 8.

Figura 8: Apresentam os motivos pelo qual os entrevistados fizeram uso de medicamentos

fitoterápicos (n=63).

Os resultados diversificados indicam que não existe uma predominância de um

motivo ao outro, porém a maioria utilizou a fitoterapia por indicação de conhecidos,

vizinhos, e outros. A contribuição de 44% das indicações feitas por médicos e

farmacêuticos, é maior que fatores isolados que contribuem com a automedicação,

destacando assim que este público ao menos obteve orientação no uso de tais

medicamentos.

Page 24: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

24

Os efeitos desejados e indesejados foram analisados também e seus

resultados estão apresentados nas Figuras 9 e 10.

Figura 9: Mostram os resultados positivos quanto ao uso de fitoterápico (n=63).

Dos 63% entrevistados que afirmaram que fizeram uso de medicamentos

fitoterápicos, 92% obtiverem o efeito desejado, mostrando assim positividade e

funcionalidade do tratamento fitoterápico.

Page 25: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

25

Figura 10: Resultados dos entrevistados que obtiveram efeitos indesejados (n=63).

Os dados apontam que 22% dos entrevistados os quais fizeram o uso de

medicamentos fitoterápicos tiveram efeitos indesejados, mostrando assim a

capacidade que os fitoterápicos como qualquer outro medicamento têm a ocasionar

efeitos indesejados, trazendo a nós profissionais farmacêuticos a real importância da

atenção e orientação médica e farmacêutica, já que na Figura 8 as indicações de

fitoterápicos por médicos e farmacêuticos somam 44% das indicações, porém no

decorrer do trabalho fica claro que principalmente o farmacêutico tem o dever de

orientar sobre a posologia o usuário dessa terapia para o benefício clínico do

mesmo, pelo fato dos farmacêuticos obterem um conhecimento específico sobre as

propriedades terapêuticas dos medicamentos fitoterápicos.

A comparação dos resultados apresentados nos dados quanto aos efeitos

desejados e indesejados indicam que os indesejados foram associados pelos

entrevistados como sendo RAM (reação adversa de medicamentos), já que 8%

retrataram não terem obtido êxito com o tratamento, e 22%, ou seja, um número

bem superior de respostas, devem então estar associando a tais reações adversas.

Page 26: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

26

Figura 11: Mostra as formas farmacêuticas utilizadas pelos entrevistados nos medicamentos

fitoterápicos (n=63).

Como o esperado, a maioria dos fitoterápicos é utilizada na forma de cápsulas,

dando atenção também à utilização de xaropes e comprimidos que somam 40 % de

todas as formas farmacêuticas. A facilidade de obtenção de cápsulas e, a

preferência do uso de cápsulas e comprimidos pelos usuários de medicamentos, é

visível na Figura a cima.

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Figura 12: Resultados dos entrevistados que obtiveram orientação farmacêutica na aquisição de

medicamentos fitoterápicos (n=63).

Os dados apresentam que 56% dos entrevistados que fizeram uso de

medicamentos fitoterápicos tiveram orientação farmacêutica, podemos analisar

então que, dos 44% dos usuários que não tiveram orientação farmacêutica 32% são

usuários que utilizaram medicamentos fitoterápicos pela indicação de vizinhos,

amigos e parentes, como apresentado na Figura 8.

Assim, apenas 12% dos que não obtiveram orientação farmacêutica foram pelo

fato da negligência de alguns profissionais, falta de capacitação, não cumprimento

de seus deveres profissionais entre outros motivos, quando estes pela ética

profissional devem prestar a devida atenção e assistência farmacêutica.

Porém todo medicamento sendo ele fitoterápico, alopático ou homeopático

todos eles são adquiridos em estabelecimentos farmacêuticos, estes que por sua

vez devem por lei terem a presença de um profissional farmacêutico durante seu

horário de funcionamento, com tudo, mesmo com mais de 50% dos entrevistados

terem recebido orientação sobre o uso, riscos e demais informações necessárias

para um tratamento eficaz com menos chances de ocasionar algum efeito adverso,

proporcionando um benefício clínico ao usuário, ainda assim de longe seria um

resultado satisfatório visto que todos sem exceção deveria receber tais orientações.

Page 28: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

28

5. CONCLUSÃO

Quando, por meio de um teste piloto, confrontamos conhecimento popular com

científico, observamos que mesmo com 68% dos entrevistados respondendo

afirmativamente que sabia sobre fitoterapia, a pesquisa mostrou que 40% destes

responderam de forma equivocada.

Observou-se ainda que, mesmo com 40% dos entrevistados que fazem ou já

fizeram uso de medicamentos fitoterápicos, utilizam estes com prescrição médica ou

indicação farmacêutica, porém, ainda existe um número significativo que utilizaram

estes medicamentos por vontade própria e/ou indicação de amigos, vizinhos e

outros (50%), que pode ter sido a causa do aparecimento de efeitos indesejáveis,

por utilizarem estes medicamentos sem orientação, de forma inadequada, quanto à

indicação, posologia, interações e outros, nos mostrando também a falta de atenção

e assistência farmacêutica.

Dos 63% entrevistados que afirmaram que fizeram uso de medicamentos

fitoterápicos, 92% obtiverem o efeito desejado, mostrando assim positividade e

funcionalidade do tratamento fitoterápico.

Os dados apontam a Passiflora Alata, o ginkgo biloba e o guaco sendo

respectivamente os medicamentos fitoterápicos mais utilizados pela amostra.

Pode-se observar a importância e a responsabilidade que cabe aos

profissionais farmacêuticos pela informação dos riscos que os medicamentos

fitoterápicos, como qualquer outro medicamento podem causar, pois estes não são

isentos de contraindicação e devem ser utilizados segundo orientação médica ou

farmacêutica.

Por mais que algumas plantas medicinais sejam utilizadas há tempos

tradicionalmente, podem apresentar sintomas não desejáveis, por serem utilizadas

incorretamente, tendo assim o farmacêutico papel essencial nessa prática, pois a

produção de fitoterápicos, desde o cultivo até a dispensação com orientação é

responsabilidade do mesmo.

Page 29: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

29

6. REFERÊNCIAS

ALMEIDA, E. R. Plantas medicinais Brasileiras: conhecimentos populares e

científico. São Paulo, 1993.

ALVIM, N. A. T.; et al., O uso de plantas medicinais como recurso terapêutico:

das influências da formação profissional às implicações éticas e legais de sua

aplicabilidade como extensão da prática de cuidar realizado pela enfermeira.

Ver. Latino-Am Enfermagem [online]. Ribeirão Preto, v.14, n.3, p. 316-323, 2006.

ALZUGARAY, C. (Ed). Plantas que curam: a natureza a serviço da sua saúde. V.1

São Paulo: Três livros e fascículos, 1983.

ARAÚJO, M. Das Ervas Medicinais à Fitoterapia. São Paulo: Ed. Ateliê Editorial,

2002.

BRASIL - ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária Bulário eletrônico:

<http://www4.anvisa.gov.br/BularioEletronico/default.asp?txtPrincipioAtivo=&txtMedic

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BRASIL - ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária:

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14/10/2010.

BRASIL - CRF-SP Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo:

<http://www.crfsp.org.br/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=104

7:fitoterapicos-e-plantas-medicinais-cada-vez-mais populares&catid=40:

noticias&Itemid=87> acessado em 14/10/2010.

FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa - Século XXI. Rio de

Janeiro: Nova Fronteira, 2º ed., 1993, ISBN 85-209-0411-4.

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30

MARTINS, E. R.; et al. Plantas Medicinas no Brasil: NATIVAS E EXÓTICAS. São

Paulo: Ed. UFV, 2000.

ROMMEL G. T., DAVID G. T. Herbal product-drug interactions mediated by

induction. British Journal of Clinical Pharmacology, v. 61:6, p. 677-681, 2006.

<http://www.essenciasvitae.com.br/sap_2008/julho/artigo/fitoterapia.pdf> acessado

em 08/11/2010.

SACRAMENTO, H. T. Fitoterapia nos Serviços Públicos do Brasil. Coordenação

Nacional de Plantas Medicinais em Serviços Públicos – Brasil, 2000.

SCHULZ, V., HÄNSEL, R., TYLER, V. E. Fitoterapia Racional – 4ª Edição, São

Paulo: Ed. Manole, 2002.

SIMÕES, C. M. O. et al. Plantas da Medicina Popular do Rio Grande do Sul. 5.

Ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1998.

SNITF Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas:

<http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=313> acessado

em 10/11/2010.

STASI, L. C. D. Plantas Medicinais: Arte e Ciência, São Paulo: Ed. UNESP, 1996.

Page 31: Fitoterapia um confronto entre conhecimento popular e ciêntífico

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7. APÊNDICES

7.1. APÊNDICE I

Questionário

1. Indique o seu sexo.

( ) Masculino ( ) Feminino 2. Qual é a sua idade (anos)? ( ) 15 a 25 ( ) 26 a 35 ( ) 36 a 45 ( ) 46 a 55 ( ) acima de 56 3. Qual é o seu nível de instrução (Escolaridade)?

( ) Ensino fundamental incompleto. ( ) Ensino fundamental completo. ( ) Ensino médio incompleto. ( ) Ensino médio completo. ( ) Ensino superior incompleto. ( ) Ensino superior completo. ( ) Nenhuma escolaridade. 4. Você sabe o que é medicamento fitoterápico?

( ) Sim ( ) Não 5. Indique 3 (três) opções, na lista de medicamentos abaixo, que

você sabe ou que você julga ser um medicamento fitoterápico. ( ) pasalix ( ) dipirona sódica ( ) belladonna ( ) complexo 46 ( ) melagrião ( ) sinvastatina ( ) cetoprofeno ( ) valeriana ( ) allium cepa 6DH 6. Você já fez uso de medicamentos fitoterápicos? ( ) Sim ( ) Não

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(CASO SUA RESPOSTA SEJA SIM NO ITEM 6 RESPONDA AS DEMAIS QUESTÕES DESSE QUESTIONÁRIO).

7. Você já fez uso de algum(ns) dos medicamentos indicados

abaixo?

( ) ginkgo biloba ( ) castanha da índia ( ) Passiflora Alata ( ) guaco ( ) calêndula ( ) babosa 8. Assinale, dentre os itens abaixo, aquele que indica o principal

motivo por você ter feito o uso de medicamentos fitoterápicos?

( ) Prescrição médica. ( ) Indicação farmacêutica. ( ) Foi indicado por vizinhos, amigos, parentes e etc.... ( ) Mais barato. ( ) Vontade própria. 9. Você obteve o efeito desejado?

( ) Sim ( ) Não 10. Obteve algum efeito indesejável?

( ) Sim ( ) Não 11. Qual a forma farmacêutica apresentada pelo medicamento

fitoterápico que você fez uso?

( ) Tinturas. ( ) Xaropes. ( ) Comprimidos. ( ) Cápsulas. ( ) Outros. 12. Você recebeu alguma orientação farmacêutica ao adquirir o

medicamento fitoterápico?

( ) Sim ( ) Não

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8. ANEXO

8.1 GINKGO BILOBA

Nomenclatura botânica oficial: Ginkgo biloba L.

Nomenclatura popular: ginco, ginkgo

Família: Ginkgoaceae

Parte da planta utilizada: folhas

CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

O extrato de Ginkgo biloba é constituído principalmente por ginkgoflavonóides

(derivados da quercetina, kaempferol, e isorhamnetina) e terpenolactonas

(ginkgolídeos e bilobalídeos). Após a administração oral, os ginkgolídeos A, B e

bilobalídeos possuem uma alta biodisponibilidade (98-100%; 79-93%; 70%,

respectivamente). As suas meias-vidas de eliminação duram respectivamente 4,5h;

10,6h e 3,2h. Esses compostos são excretados inalterados na urina em 70% de

ginkgolídeo A, 50% ginkgolídeo B e 30% bilobalídeos.

O Ginkgo biloba promove o incremento do suprimento sanguíneo cerebral

através da vasodilatação e redução da viscosidade sanguínea, além de reduzir a

densidade dos radicais livres de oxigênio nos tecidos nervosos. Os ginkgolídeos,

especialmente o ginkgolídeo B, inibem o Fator de Ativação Plaquetária (PAF),

potencializando os parâmetros hemodinâmicos como o aumento do fluxo sanguíneo,

por meio da diminuição da viscosidade sanguínea e da agregação eritrocitária.

Ginkgo biloba reduz a progressão da demência, provavelmente por reduzir a

infiltração de neutrófilos e a peroxidação lipídica, aumentando o fluxo sanguíneo

antagonizando o PAF e modificando o metabolismo neuronal.

A fração de flavonóides é responsável pelo aumento da inibição da

recaptação de serotonina, facilita a transmissão colinérgica e alfa-adrenérgica e

estimula a recaptação de colina no hipocampo. A ação neuroprotetora está

relacionada com a inibição da síntese do óxido nítrico.

INDICAÇÕES

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Distúrbios das funções do Sistema Nervoso Central: Insuficiência cérebro-

vascular e suas manifestações funcionais: tonturas, zumbidos (tinidos) resultantes

de distúrbios circulatórios; cefaléias, fadiga, déficit de memória, dificuldade de

concentração e atenção; tratamento sintomático dos distúrbios do desempenho

cerebral causados por síndromes demenciais.

Distúrbio vascular periférico: Insuficiência vascular periférica e suas

manifestações: Claudicação intermitente, cãibras noturnas e edemas idiopáticos

ortostáticos. Distúrbios neurosensoriais: Distúrbios do equilíbrio e suas

manifestações: Vertigens, tonturas, zumbido (tinido); degeneração e isquemia

retiniana (oclusão venosa da retina).

8.2 GUACO

Nomenclatura Botânica Oficial: Mikania glomerata Sprengel, Nomenclatura popular:

Guaco

Família: Asteraceae.

Parte utilizada da planta: Folhas.

Xarope de Guaco tem como principal componente a cumarina, à qual é

atribuído o efeito de dilatação dos brônquios e de auxiliar na eliminação das

secreções respiratórias, através da tosse.

CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Sabe-se que receptores da acetilcolina estão presentes no sistema

respiratório e sua estimulação, pela acetilcolina, produz broncoconstrição e aumento

da secreção. Assim, o bloqueio destes receptores pelo princípio ativo do guaco

provoca a diminuição da secreção brônquica e relaxamento da musculatura lisa

respiratória, fazendo do guaco um auxiliar no tratamento de tosses persistentes,

tosses com expectoração e rouquidão.

INDICAÇÕES

Auxiliar no tratamento de afecções do trato respiratório, como tosses

persistentes, tosses com expectoração e rouquidão. Em casos de afecções

respiratórias agudas, recomenda-se o uso por 7 dias e, em casos crônicos, por 2

semanas.

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CONTRAINDICAÇÕES

Gravidez, lactação e crianças menores de 2 anos.Este produto não deve ser

ingerido por pacientes diabéticos, devido ao alto teor de açúcar presente no xarope.

8.3 PASSIFLORA ALATA

Extrato Seco de Passiflora alata, Ailt.

Nomenclatura Botânica Oficial: Passiflora alata, A.

Família: Passifloraceae

Nomenclatura Popular: Maracujá, Grenadille, Passiflora, Passion Flower, Pasionari.

Parte da planta utilizada: partes aéreas.

Extrato Seco de Erythrina mulungu, M.

Nomenclatura Botânica Oficial: Erythrina mulungu, M.

Família: Leguminosae

Nomenclatura Popular: Mulungu, Murungu

Parte da planta utilizada: casca

Extrato Seco de Crataegus oxyacantha, L.

Nomenclatura Botânica Oficial: Crataegus oxyacantha, L.

Família: Rosaceae

Nomenclatura Popular: Cratego, Hawthorn, English Hawthorn, Haw Apple, Aubépine,

Biancospino, Pirliteiro.

Parte da planta utilizada: frutos, folhas e flores

CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Insônia é definida como dificuldade para adormecer que causa incômodo ou

desconforto e muitas vezes estão relacionadas à ansiedade. Causas de ansiedade e

insônia além do estresse da vida moderna podem ser fatores eventuais como a

morte de um ente querido, separação, perda de emprego, dificuldades financeiras,

sobrecarga de trabalho, acidentes etc. Para um grau leve de insônia e ansiedade,

medicamentos fitoterápicos podem ser indicados como tratamento. Dentre eles está

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a Passiflora Alata, composta por princípios ativo vegetal tais como a Passiflora alata

Ait. que apresenta ação ansiolítica e sedativa, além de diminuir a pressão arterial e

ativar a respiração; Crataegus oxycantha L. e Erythrina mulungu, que apresentam

ação sedativa leve.

INDICAÇÕES

A Passiflora Alata é um medicamento de ação sedativa, para uso oral,

composto de princípios ativos vegetais, reconhecidamente neurossedativos. O uso

prolongado de preparações destinadas ao tratamento da excitabilidade aumentada

do sistema nervoso vegetativo encontra, na maioria das vezes, sérios obstáculos

apresentados pelos próprios medicamentos que compõem as várias fórmulas

existentes no comércio, tais como barbitúricos, derivados halogenados, etc. Esses

obstáculos são representados principalmente pelo hábito a essas drogas e pela

depressão orgânica por elas provocada.

Passiflora Alata sendo isenta de tais substâncias, apresenta vantagem de não

criar o hábito nem provocar depressão, mesmo após uso prolongado.