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Fisioterapia nas Lesões Medulares Prof.º Michel Belmonte Fisioterapia na Saúde do Adulto I

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Fisioterapia nasLesões MedularesProf.º Michel BelmonteFisioterapia na Saúde do Adulto I

Missão

2

Melhorar a vida das pessoas por meio da educação responsável e de qualidade, formando cidadãos e preparando profissionais para o mercado, contribuindo para o desenvolvimento

de seus projetos de vida.

Visão Ser referência em educação, atuando de forma inovadora e sustentável, e a melhor escolha para estudar, trabalhar e investir, líder nos mercados onde atua.

Valores Paixão por Educar

Somos educadores movidos pela paixão em formar e desenvolver pessoas Respeito às Pessoas

Promovemos o respeito à diversidade e aos compromissos assumidos, cultivando relacionamentos

Honestidade e Responsabilidade Agimos com integridade, transparência e assumimos os impactos de nossas ações

Fazer Acontecer Somos ágeis em transformar ideias e desafios em realizações

Foco em Geração de Valor Sustentável Trabalhamos para gerar impactos positivos e sustentáveis para a sociedade

Trabalhar e Aprender Juntos Unimos esforços para o mesmo propósito

TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR – TRM

Lesão traumática da coluna e medula espinhal

resultando algum grau de comprometimento

temporário ou permanente das funções

neurológicas.

LESÕES NÃO-TRAUMÁTICAS

Infecciosa

Vascular

Tumoral

Degenerativa

CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS

CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS

CÉREBRO

RESTANTE DO CORPO

CÉREBRO (SNC)

MEDULA ESPINHAL

NERVOS

GÂNGLIOS

CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS

MEDULA ESPINHAL

45 cm (adultos)

Inicia em C1 (Atlas)

Termina em L1-L2

L3: Cauda Equina

FIBRAS SENSITIVAS

FIBRAS

MOTORAS

CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS

31 pares de nervos espinhais

Raiz Nervosa:

Informações sensitivas de cada área da pele:DERMÁTOMOS

Inervação de grupo muscular: MIÓTOMOS

CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS

Trato Espinotalâmico Anterior:

Tato protopático e pressão

Trato Espinotalâmico Lateral:

Temperatura e dor (contralateral)

Tratos Espinocerebelares:

Propriocepção (tônus e postura)

Fascículos Grácil e Cuneiforme:

Propriocepção, tato epicrítico, sensibilidade vibratória

Tratos Corticoespinhais:

Controle da motricidade voluntária

CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS

TRM

TRM – EPIDEMIOLOGIA

Adultos jovens (15 a 40 anos)

Maior no sexo masculino

Gradiente clínico topográfico – quanto mais alta a

lesão mais grave o quadro clínico

10-20% das fraturas de coluna apresentam lesão

medular

TRM – CAUSAS PRINCIPAIS

Acidentes Automobilísticos

Quedas de Altura

Mergulho em Águas Rasas

Acidentes Esportivos

Atos de Violência (FAF e FAB)

Outros

MECANISMOS DE TRAUMA

Os traumas fechados geralmente são uma combinação de

forças de contusão, compressão, rotação e tração

Locais mais comuns são: C5-C7 e T11-L1

TRM com fratura:

Achatamento

Fratura cominutiva

Fratura com luxação

AVALIAÇÃO CLÍNICA

Avaliação inicial

Reconhecer e prevenir lesões

Transporte adequado

Manutenção da imobilização até descartar a lesão

Exame neurológico

Exame radiológico

AVALIAÇÃO CLÍNICA

Nos pacientes com lesão medular podem ser observadas:

Respiração diafragmática

Perda da resposta ao estímulo doloroso

Incapacidade de realizar movimentos voluntários nos

membros

Alterações do controle esfincteriano

Presença de reflexo patológicos

Choque neurogênico

CHOQUE NEUROGÊNICO

HIPOTENSÃO

BRADICARDIA

Causado pela interrupção das vias eferentes do SNS, com consequente vasodilatação e perda do tônus simpático do

coração

EXAME NEUROLÓGICO

Avaliação da Sensibilidade

Avaliação da Função Motora

Avaliação dos Reflexos

SENSIBILIDADE

Sentido craniocaudal

Temperatura, dor, tato e vibração

Alguns dermátomos possuem relação com algumas regiõesanatômicas, facilitando a avaliação

FUNÇÃO MOTORA

Miótomos

Avalia o grau de movimento que a pessoa possui (0 a 5pontos)

GRAU 0: sem tônus muscular

GRAU 1: tônus presente

GRAU 2: não vence gravidade

GRAU 3: vence a gravidade, mas não a resistência

GRAU 4: vence resistência leve

GRAU 5: normal

FUNÇÃO MOTORA

MIÓTOMOS ÚTEIS

C5 Deltóide (abdução do ombro) e Bíceps Braquial (flexão do cotovelo

C6 Extensão do punho

C7 Tríceps braquial (extensão do cotovelo) e flexão do punho

C8 Flexão do dedos

T1 Adução e abdução dos dedos

L2 Iliopsoas (flexão do quadril)

L3 Quadríceps (extensão do joelho)

L4, L5 Dorsiflexão, extensão do hálux

S1 Flexão plantar

FUNÇÃO MOTORA

AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS

REFLEXO BICIPITAL – C5

REFLEXO ESTILORADIAL – C6

REFLEXO TRICIPITAL – C7

REFLEXO PATELAR – L4

REFLEXO AQUILEU – S1

NÍVEL DE LESÃO

Nível de Lesão Neurológica:

Segmento mais caudal da ME que apresenta asfunções sensitivas e motoras normais de ambos oslados

Nível Sensitivo:

Nível mais caudal da ME que apresenta sensibilidadenormal

Nível Motor:

Nível mais caudal da ME que apresenta funçãomotora normal

Nível da Lesão

em L1

Nível da Lesão

em T10

Nível da Lesão

em L1

Nível da Lesão

em T10

LESÃO COMPLETA OU INCOMPLETA

Lesão Completa:

Quando existe ausência de sensibilidade e funçãomotora nos segmentos sacrais baixos da ME

Lesão Incompleta:

Quando existe preservação parcial das funçõesmotoras abaixo do nível neurológico e inclui ossegmentos sacrais baixos da ME

CLASSIFICAÇÃO ASIA

A – LESÃO COMPLETA: não existe função motora ou sensitiva nos segmentossacrais S4-S5.

B – LESÃO INCOMPLETA: preservação da sensibilidade e perda da força motoraabaixo do nível neurológico, estendendo-se até os segmentos sacrais S4-S5.

C – LESÃO INCOMPLETA: função motora é preservada abaixo do nívelneurológico, e a maioria dos músculos chaves abaixo do nível neurológicopossui grau menor ou igual a 3.

D – LESÃO INCOMPLETA: função motora é preservada abaixo do nívelneurológico e a maioria dos músculos chaves abaixo do nível neurológicopossui grau maior ou igual a 3.

E – NORMAL: sensibilidade e força motora normais.

CONCEITOS IMPORTANTES

Paraplegia – paralisia do tronco e MMII

Tetraplegia – paralisia dos MMSS, do troncoe dos MMII

Hemiplegia – paralisia do braço e perna domesmo lado

TRM – FISIOPATOLOGIA

Lesões Primárias:

Causada pela transferência de energia cinética no

momento do trauma (contusão, compressão,

estiramento ou laceração)

Rompimento de axônios, lesão de células nervosas e

vasos sanguíneos, causando edema e hemorragia

Lesões

Secundárias

TRM (contusão,

compressão,

estiramento )

Edema e

Hemorragia

IsquemiaHipóxia,

Hipotensão,

Inflamação

Perda

DEFINITIVA da

Função Medular

Perda

TRANSITÓRIA

da Função

Medular

TRM – FISIOPATOLOGIA

Lesões Secundárias:

Redução do fluxo sanguíneo para a região lesada

(isquemia)

Hemorragia

Edema

Hipotensão sistêmica

Inflamação

TRM –AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA

1. Processos Espinhosos

2. Lâminas Vertebrais

3. Face Posterior do CorpoVertebral

4. Face Anterior do CorpoVertebral

TRM –AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA

TRM – TOMOGRAFIA

TRM – TOMOGRAFIA

TRM –AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA

TRM –RNM

TRM C4-C5

TRM T8-T9

SÍNDROMES MEDULARES

Síndrome de Brown-Séquard

Síndrome Medular Central

Síndrome Medular Posterior

Síndrome Medular Anterior

Síndrome do Cone Medular

Lesão de Cauda Equina

SÍNDROME DE BROWN-SÉQUARD

Hemissecção da medula

Ocasiona perda da função motora e proprioceptivado lado da lesão e perda da sensibilidade à dor etemperatura do lado oposto.

SÍNDROME MEDULAR CENTRAL

Ocorre principalmente na coluna cervical

Comprometimento maior de MMSS

SÍNDROME MEDULAR ANTERIOR

Lesões por hiperflexão

Perda motora completa e perda da discriminação à dor etemperatura abaixo do nível de lesão

SÍNDROME MEDULAR POSTERIOR

Lesões por hiperextensão

Perda da propriocepção e sensibilidade vibratória

Função motora e sensibilidade à dor e ao tatopreservadas

SÍNDROME DO CONE MEDULAR

Incontinência fecal, vesical e alteração da função sexual

LESÃO DE CAUDA EQUINA

Paresia de MMII, arreflexia,

alterações de sensibilidade e

incontinência fecal e vesical.

QUADRO CLÍNICOFASE DE CHOQUE MEDULAR

Anestesia superficial e profunda

Paralisia completa flácida

Arreflexia superficial e profunda

Arreflexia vesical

Atonia intestinal

Ausência de ereção e ejaculação

Amenorréia

FASE DE RETORNO DAATIVIDADE MEDULAR REFLEXA

NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR

Paralisia espástica

Hipertonia

Hiperreflexia

Automatismos

Anestesia

NEURÔNIO MOTOR INFERIOR

Paralisia

Flacidez

Arreflexia

Atrofia muscular

Anestesia

FASE DE RETORNO DAATIVIDADE MEDULAR REFLEXA

COMPLICAÇÕES OSTEO-ARTICULARES

Osteoporose

Calcificação Heterotópica

Fraturas

ÚLCERAS DE PRESSÃO

Imobilidade

Falta de sensibilidade

Distúrbios esfincterianos

Deformidades

Estado nutricional

LOCAIS MAIS COMUNS

PREVENÇÃO

TRATAMENTO – FASE AGUDA

Restabelecimento e conservação do equilíbrio vital

Prevenir complicações secundárias:

Aporte nutricional

Cuidados posturais

Manutenção de posições

funcionais

TRATAMENTO – FASE AGUDA

Cinesioterapia

Fisioterapia respiratória

Vigilância dos esfíncteres

Treino para aquisição deposturas mais altas

Suporte psicológico

Orientação à família

TRATAMENTO FASE CRÔNICA

AVD’s

Transferências

Locomoção

Indicação de órteses, suportes para marcha, cadeira de

rodas, adaptações...

Treino esfincteriano

Readaptação escolar/profissional

Reinserção social, esportes, lazer

POTENCIAL DE FUNCIONALIDADE

NÍVEL NEUROLÓGICO POTENCIAL DE FUNCIONALIDADE

C1 a C3• Dependente de VM• Mobilidade com cadeira de rodas, controlada por queixo,

boca ou cabeça

C4• Não dependente de VM• Mobilidade com cadeira de rodas, controlada por queixo,

boca ou cabeça

C5

• Possui inervação de Bíceps e, com uso de órteses, éindependente para se alimentar, lavar o rosto, usarcomputador e se pentear

• Consegue realizar tosse assistida• Mobilidade em cadeira de rodas motorizada com controle

manual

C6

• Consegue realizar transferência da cama para a cadeira comprancha e atingir considerável nível de independência emrelação à higiene

• É capaz de tocar cadeira de rodas manual em terreno plano

https://www.youtube.com/watch?v=Wj1_T5JavjY

POTENCIAL DE FUNCIONALIDADE

NÍVEL NEUROLÓGICO POTENCIAL DE FUNCIONALIDADE

C7

• Realiza extensão do cotovelo, faz transferências, alívio dapressão pela elevação da pelve na cadeira e é independentepara a maioria das atividades domésticas

• É capaz de dirigir e de se transferir carro adaptado• Desloca-se em cadeira de rodas manual

C8

• Realiza melhor as tarefas que exigem preensão manual, comovestir, digitar e escrever

• É independente para a realização de cateterismointermitente

• Totalmente independente para as transferências

T1 a L1

• Função normal de MMSS• Com treinamento, desloca-se em cadeiras de rodas em

superfícies desniveladas, terrenos acidentados, rampas,calçadas e realiza transferências do chão para a cadeira

• Alguns são capazes de marcha limitada utilizando órteseslongas (HKAFO)

https://www.youtube.com/watch?v=tL34DvqCVNs

POTENCIAL DE FUNCIONALIDADE

NÍVEL NEUROLÓGICO POTENCIAL DE FUNCIONALIDADE

L2• Apesar de possuir função de flexão de quadril, não adquire

vantagem funcional para marcha

L3• Primeiro nível que possui, de fato, potencial para marcha

funcional devido à ação do quadríceps, utilizando órtese emtornozelo

L4 a L5• Possui inervação em glúteo máximo• Pode adquirir marcha funcional sem órteses

S1 a S5• É capaz de andar com pouco ou nenhum dispositivo de apoio• Pode ter retorno completo das funções vesicais, intestinais e

sexuais

https://www.youtube.com/watch?v=8cez2e-_bk0

Obrigado!!!