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CRISINFORMA | 1 Informativo do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz PÁG.5 PÁG. 6 novembro/ 17 Projeto do CDTS/Fiocruz recebe financiamento do Wellcome Trust Entrevista: A Casa de Oswaldo Cruz e a formação internacional em saúde Parceria vai construir redes de colaboração em transferência de tecnologia PÁG. 15 FOTO PETER ILICCIEV/CCS Fiocruz promove seminário sobre enfrentamento à epidemia de Evento discutiu modelos de combate à enfermidade e culminou em um plano estratégico para o enfrentamento de doenças emergentes EBOLA PÁG. 2 dezembro 2014

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Informativo do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz

PÁG.5 PÁG. 6

novembro/

Nº17

Projeto doCDTS/Fiocruz recebe

financiamento doWellcome Trust

Entrevista:A Casa de OswaldoCruz e a formação

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Parceria vai construirredes de colaboraçãoem transferência de

tecnologia

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Ana Carolina Landi – INI, DanielleMonteiro – CCS e Priscila Sarmento - INI

Rede de Institutos Nacionais deSaúde (Rins) e o Grupo Técni-co de Vigilância e Resposta daUnião de Nações Sul-America-

nas (GTVR-Unasul), em parceria com oCentro de Relações Internacionais emSaúde (Cris/Fiocruz), promoveu, entreos dias 25 e 27 de novembro, o semi-nário Unasul sobre o Enfrentamento daEpidemia de Ebola. O evento, que reu-niu profissionais do Ministério da Saú-de e do Instituto Nacional de Saúde(INS) de países da Unasul, teve comoobjetivo a troca de experiências para ofortalecimento das capacidades nacio-nais para o enfrentamento da doençana América do Sul, por meio da identi-ficação de decisões estratégicas para avigilância, diagnóstico de laboratório,atenção clínica e comunicação.

O evento culminou em uma de-claração da Unasul para o enfrenta-mento do ebola e outras enfermida-des emergentes. O relatório propõe di-versas ações e reitera o compromissodos países em fortalecer suas capaci-dades básicas para a implantação doRegulamento Sanitário Internacional,documento que estabelece procedi-mentos para a proteção contra a dis-seminação internacional de doenças,aprovado pela Organização Mundial daSaúde, em 2005. Entre as ações pro-postas, está o desenvolvimento de umplano estratégico para o desenvolvi-mento das capacidades nacionais eregionais, que tenha como eixos a vi-

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gilância epidemiológica, o diagnósti-co laboratorial, o tratamento clínico ea comunicação, para a prevenção dedoenças emergentes. O documentotambém defende a cooperação e a so-lidariedade aos países da África oci-dental e o incentivo a estruturas debiossegurança para hospitais e labo-ratórios de referência para o enfrenta-mento da introdução de enfermidadesde risco sanitário.

Antecedentese objetivos doseminário

Presente à abertura do evento, ocoordenador geral do Cris/Fiocruz, Pau-lo Buss, reforçou a importância da dis-cussão sobre o ebola, a fim de se evi-tar o ingresso de casos na América doSul. Ele lembrou que o seminário é fru-to de uma conferência que discutiu oenfrentamento à doença, realizada emoutubro, em Cuba, da qual participa-ram 280 especialistas e dirigentes de34 países. “É importante essa discus-são para contarmos com as capacida-des nacionais para a detecção e notifi-cação de possíveis casos, o diagnósticolaboratorial e a atenção clínica, assimcomo para uma comunicação apropri-ada para a prevenção da transmissãodo ebola”, disse. Já foram registradas5.500 mortes este ano em decorrênciada doença, todas concentradas empaíses do oeste da África.

O presidente da Fiocruz, Paulo

O representante da Opas/OMS no Brasil, Enrique Vazquez, o diretor do Departamentode Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch,o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, a representante do Conselho de Saúde daUnasul, Beatrix Jubithana, o diretor do INI/Fiocruz, Alejandro Hasslocher, e ocoordenador geral do Cris/Fiocruz, Paulo Buss (Foto: Peter Ilicciev/CCS)

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Gadelha, destacou que o enfrentamen-to e a forma de lidar com ameaçasgeram uma série de efeitos que vãoalém do processo mais pontual da ten-tativa de combate à doença. “Nestareunião, não vamos apenas encontrare discutir determinantes sociais e bio-lógicos deste quadro de saúde, mastambém buscar formas permanentes esolidárias de trabalhar em conjunto na-cional e internacionalmente”, disse. Odiretor do Instituto Nacional de Infecto-logia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Ale-jandro Hasslocher, ressaltou que a uni-dade, que há cem anos desenvolveestudos voltados a doenças tropicais,tem desenvolvido um trabalho intensode organização para atendimento a pa-cientes com suspeita de ebola. “Há doismeses, tivemos a oportunidade de co-locar em prática o treinamento que ví-nhamos fazendo e confirmar que nos-sos procedimentos funcionam muitobem”, afirmou. Já o diretor do Depar-tamento de Doenças Transmissíveis doMinistério da Saúde, Claudio Maiero-vitch, disse que esse período tem sidorico para a identificação de oportuni-dades de construção e aperfeiçoamen-to no combate à doença. “Nossa preo-cupação não é somente encontrar for-mas de proteger nossa população, mastambém identificar ações conjuntaspara superarmos desafios e pensarmosem melhores formas de apoio ao con-tinente africano”, afirmou.

Segundo o representante da Or-ganização Pan-Americana da Saúde daOrganização Mundial da Saúde (Opas/OMS) no Brasil, Enrique Vazquez, ape-sar de a possibilidade de receber casosde ebola nos países da América serbaixa, é preciso trabalhar em conjuntopara desenvolver um sistema de vigi-

lância sensível e de qualidade. “Todacrise pode fazer surgir boas oportuni-dades. Essa pode gerar a possibilidadede atualização de nossas ferramentasclínicas e laboratoriais”, afirmou. A re-presentante do Conselho de Saúde daUnasul, Beatrix Jubithana, reforçou queo Suriname, país que preside o Conse-lho, tem focado na cooperação para ocontrole do ebola, trabalhando em par-cerias para o intercâmbio de informa-ção. “Essa reunião será muito exitosae vai ajudar os países a se preparar deforma colaborativa para o enfrentamen-to da doença”, concluiu. Ainda nomesmo dia, foi apresentado o Plano deContingência do Ministério da Saúdeaplicado durante o caso suspeito deebola, ocorrido em outubro, no Brasil.

Contextualizaçãoda epidemia

A primeira sessão plenária doevento começou com a palestra docoordenador da Rins/Unasul, Felix Ro-senberg, que na ocasião explicou so-bre a origem da enfermidade e da atu-al epidemia. O primeiro diagnóstico dovírus ebola foi feito em 1976, na Repú-blica Democrática do Gongo. O vírusfoi descoberto em 1967, em Marburg,na Alemanha. Porém, segundo Rosen-berg, o ebola existe muito antes da suamanifestação. “Os primeiros casos ocor-reram com caçadores, trabalhadoresrurais e mineradores que se alimenta-vam de chipanzés mortos contamina-dos pelo vírus na África. A princípio,achava-se que era malária e tratadocomo tal”, contou. O ciclo de contami-nação envolve não apenas a ingestãode carne de macacos ou morcegos,

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mas também de restos de frutas en-contradas nas fezes, que podem ser in-geridas por outros animais. O homemé considerado o reservatório final.

Rosenberg explicou que as trans-missões secundárias ocorriam devido àfalta de segurança e equipamento notratamento com o paciente contamina-do. “Médicos e enfermeiros não usa-vam equipamentos de proteção indivi-dual e, nos funerais, familiares tinhamcontato com o corpo”, disse. Uma dasgrandes preocupações relativas à trans-missão da doença, segundo Felix, é aimigração ilegal e o trabalho em hidre-létricas, que atrai trabalhadores de ou-tros lugares, que podem estar conta-minados.

Plano deContingênciaNacional

“É uma crise humanitária, mais doque de saúde”, disse a representanteda Organização Pan-americana de Saú-de da Organização Mundial da Saúde(Opas/OMS), Pilar Ramón, ao abrir suaexposição sobre o Plano de Contingên-cia Continental da OMS. O documentoapresenta um checklist de ações para aregião das Américas no controle detransmissão do ebola. Segundo a repre-sentante, o risco de epidemia internaci-onal é baixo, mas existe. “Casos impor-tados da doença são nossa maior preo-cupação atualmente”, disse.

De acordo com Pilar, a fórmula“detectar, isolar e busca de contatos”é a principal recomendação, além dofortalecimento do controle nas frontei-ras. Visitas técnicas, reuniões virtuais e

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a criação de um Grupo de Trabalho ede um fundo emergencial foram algu-mas das ações destacadas no plano.Outra recomendação, segundo ela, éreforçar alianças e planos de prepara-ção já existentes, “não reinventar aroda”. “É possível adaptá-las à reali-dade das Américas e a necessidadesespecíficas”, concluiu. Acesse o docu-mento (em espanhol) aqui.

A representante da Opas/OMSainda falou sobre as resoluções daReunião Técnica de Havana, realiza-da em outubro. Ela ressaltou pontoschave da reunião, entre eles, o forta-lecimento das fronteiras e a necessi-dade de informações mais completassobre a tripulação e seu destino. Paraela, é preciso garantir que será cum-prido o protocolo estabelecido pelaOpas/OMS sobre os diagnósticos vi-rológicos comprovados em laborató-rios com nível de segurança biológicotrês. “Definir e estabilizar os critériospara a utilização dos equipamentosde proteção individual de acordo comas recomendações da OMS e Opas éprimordial”, disse Pilar, que tambémdefendeu a elaboração de propostas

de capacitação para o enfrentamen-to da doença.

Ela alertou que é preciso fortale-cer as questões da comunicação comrelação ao ebola nos países, com a tro-ca de práticas e experiências para o de-senvolvimento da comunicação efeti-va e a orientação à população comcuidados na saúde. Pilar ainda ressal-tou que é de suma importância garan-tir o cumprimento dos requerimentosde biossegurança estabelecidos nosdocumentos emitidos pela OMS e Opaspara a execução dos componentes doPlano de Ação Nacional.

Reforço dascapacitaçõesregionais

A sexta sessão plenária, queocorreu no último dia do seminário,teve como tema Os reforços das ca-pacitações regionais: plano estraté-gico de capacitação para enfrentara epidemia de ebola no âmbito na-

cional. A sessão foi debatida entreos participantes e o coordenador daRins, Felix Rosenberg, e o coordena-dor geral do Cris/Fiocruz, Paulo Buss.O ponto focal foi a elaboração de umcurso de capacitação para os profis-sionais de saúde para o enfrentamen-to da epidemia de ebola. Os partici-pantes comentaram sobre as estru-turas dos laboratórios da Fiocruz,como qualidade e organização. Bussexplicou sobre os Institutos Nacionaisde Saúde e suas responsabilidades.“Atualmente o ebola tem sido o focodos institutos e, por isso, acredito naimportância de agregarmos outrasinstituições para a questão da capa-citação para um fortalecimento. Acapacitação é uma missão direta dasinstituições com a colaboração daOMS”, afirmou.

Logo em seguida, foi discutida aelaboração do curso de capacitação queserá realizado em maio, no Palácio deItaboraí, em Petrópolis, no Rio de Ja-neiro, com duração de quatro dias. Ocurso será dividido em presencial e adistância, e terá como tema a biosse-gurança e o transporte de amostras.

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Da esquerda para a direita,no sentido horário: o repre-sentante do Ministério daSaúde, Claudio Maierovitch,o coordenador geral do Cris/Fiocruz, Paulo Buss, a repre-sentante do Conselho deSaúde da Unasul, BeatrixJubithana, o diretor do INI/Fiocruz, Alejandro Hasslo-cher, e o coordenador daRins/Unasul, Felix Rosenberg

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Projeto de combate à doença negligenciadarecebe financiamento do Wellcome TrustA iniciativa, que busca novos tratamentos para meningite que afeta pacientes imunodeprimidos,foi aprovada para receber recursos de 100 mil libras da agência de financiamento britânica

Danielle Monteiro - CCS

Centro de DesenvolvimentoTecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) obteve recentementeuma conquista para o traba-

lho que realiza em inovação no cam-po de doenças negligenciadas: o pro-jeto Uso de inibidores de secreçãocomo novos medicamentos antifúngi-cos, desenvolvido pela unidade emparceria com o Instituto de Tecnologiaem Fármacos (Farmanguinhos/Fio-cruz), foi aprovado para receber recur-sos do programa Pathfinder Award, daagência britânica de financiamentoWellcome Trust. O grupo é o primeirodo país a receber apoio do programa,que acaba de conceder o valor de 100mil libras para a iniciativa.

O projeto tem como objetivoidentificar novos medicamentos capa-zes de controlar a criptococose, umamicose provocada pelo Cryptococcus,fungo que causa pneumonia e menin-gite em pessoas com problemas imu-nológicos, como pacientes com Aids.Segundo o coordenador da iniciativa,Marcio Rodrigues, a criptococose éuma das micoses que mais afeta indi-víduos com Aids no Brasil. “Os paci-entes que adquirem essa meningiteestão sujeitos a um risco de mortemuito alto. Mais de 500 mil pessoasmorrem por ano em função dessa do-ença no mundo, sendo que o maiornúmero de óbitos é observado no con-tinente africano”, destaca.

Rodrigues conta que o atual tra-tamento contra a doença é pouco efi-ciente e causa efeitos colaterais ex-pressivos. Daí a necessidade de buscapor métodos alternativos de combateà enfermidade. “Como se trata deuma doença negligenciada, nossaabordagem inicial é investigar se dro-gas já aprovadas para o tratamento deoutras enfermidades têm atividadecontra o Cryptococcus. Caso isso ocor-ra, etapas complexas e de alto custodo processo de desenvolvimento denovos medicamentos seriam evitadas”,conta Rodrigues.

A ideia é identificar fármacos ca-

pazes de impedir que o Cryptococcusproduza substâncias que prejudiquema saúde humana. O fungo produzgrande quantidade de biomoléculascompostas de várias unidades de açú-cares, chamadas de polissacarídeos.Esses carboidratos são transferidos parao tecido do hospedeiro e, consequen-temente, provocam danos. Em 2007,a equipe liderada por Rodrigues des-creveu pela primeira vez na literaturao mecanismo pelo qual essas biomo-léculas são exportadas. “Demonstra-mos que o fungo produz estruturaschamadas de vesículas, que são en-carregadas da exportação desses po-lissacarídeos. Com base na descriçãodesse mecanismo, procuramos por dro-

gas capazes de controlar esse proces-so”, explica o pesquisador.

A equipe do CDTS já testou emlaboratório centenas de fármacos deefeitos biológicos diversos e, até omomento, identificou cerca de 20compostos que poderão ser usadosem testes em modelo animal. “Seapresentarem o efeito inibidor sobrea exportação de polissacarídeos, te-remos nas mãos compostos que játêm seu uso e efeitos sobre huma-nos bem conhecidos. A certeza deque a droga causa danos para oagente infeccioso, mas não para ascélulas humanas, é essencial no tra-tamento de uma doença infecciosa”,ressalta Rodrigues.

A criptococose é uma das micoses que mais afeta indivíduos com Aids noBrasil e leva à morte mais de 500 mil pessoas por ano no mundo

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vice-presidência de Produçãoe Inovação em Saúde da Fio-cruz assinou, em 7 de outu-bro, acordo de cooperação

internacional com a Universidade Ho-chschule Furtwangen, da Alemanha,para receber um profissional para in-tercâmbio no campo de transferên-cia de tecnologia. A iniciativa, pro-movida pela Coordenação de GestãoTecnológica da Fiocruz (Gestec/VP-PIS), integra o programa Entente TTOExchange (Intercâmbio TTO Entente),que concede a profissionais que atu-am em Escritórios de Transferência deTecnologia (TTOs, na sigla em inglês)a oportunidade de trabalhar por perí-odo determinado em outras organi-zações envolvidas na área.

A Fiocruz participa do EntenteTTO Exchange desde março desse ano.É a primeira vez em que a instituiçãorecebe um profissional do programa.Responsável pelo TTO da universidadealemã, Luigi de Gaudenzi chegou à Fi-ocruz em novembro, está lotado naGestec e permanecerá até dezembrona Fundação. Ele está envolvido em umprojeto, financiado pelo Ministério da

Economia e Energia da Alemanha, quevisa a busca por novas estratégias deestabelecimento de processos de trans-ferência de tecnologia. Sua principaltarefa na Fiocruz será gerar redes decomunicação com instituições e empre-sas alemãs com vistas ao desenvolvi-mento de cooperações em transferên-cia de tecnologia. “A investigação denovos modelos que possam ser usadospara melhores práticas nesta área é umatarefa muito interessante. Neste senti-do, o intercâmbio com a Fiocruz seencaixa perfeitamente”, diz.

O primeiro passo, segundo Gau-denzi, será conhecer os projetos daFundação para, em seguida, identificaras possibilidades de parcerias. Para isso,ele tem se encontrado com gestores evisitado as diversas unidades da insti-tuição. Gaudenzi contou que o encon-tro que recentemente teve com o vice-presidente de Produção e Inovação emSaúde, Jorge Bermudez, foi uma opor-tunidade única de troca de pontos devista não somente relacionados aos pro-cessos de transferência de tecnologiaem si, mas também a sua incorpora-ção aos sistemas de saúde dos doispaíses. “A visita que fiz ao IFF (InstitutoNacional de Saúde da Mulher, da Cri-

Cooperação vai construir redesde transferência de tecnologiaAcordo firmado com a Universidade Hochschule Furtwangen, da Alemanha, traz à Fiocruzprofissional que vai gerar redes de comunicação com instituições e empresas alemãs

O responsável pelo TTO da universidade Hochschule Furtwangen, Luigi de Gaudenzi, com parte da equipe daGestec/VPPIS (Foto Karla Montenegro/Gestec)

ança e do Adolescente Fernandes Fi-gueira) e ao Centro de Pesquisas ReneRachou (CPqRR/Fiocruz Minas), porexemplo, já mostraram os primeirosresultados tangíveis no que diz respei-to às oportunidades de cooperação comnossa universidade. A lista de possíveisparcerias será longa e, provavelmente,por conta disso, teremos dificuldade emselecionar os projetos mais importan-tes e sustentáveis”, afirmou.

Segundo a coordenadora deGestão Tecnológica da Fiocruz, Ma-ria Celeste Emerick, iniciativas comoessas podem ajudar a superar dificul-dades de interação entre instituiçõescientíficas e empresas, atualmente umdos principais desafios no campo datransferência de tecnologia no Brasil.“Com apenas uma semana na Fio-cruz, Luigi olhou para o Portfolio deInovação da instituição e já promo-veu o contato com quatro empresasalemães, potenciais parceiras paratecnologias desenvolvidas aqui. O di-namismo demonstrado e a forma deenxergar as oportunidades de parce-ria já estão trazendo um excelenteaprendizado para a equipe do Siste-ma de Gestão Tecnológica e Inova-ção”, afirma a coordenadora.

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Centro de Estudos Estratégicos(CEE/Fiocruz), em parceriacom o Centro de Relações In-ternacionais em Saúde (Cris/

Fiocruz), promoveu, em 14 de novem-bro, a conferência Brics: Inovação pararedução de desigualdades em saúde,o caso da Índia, ministrada pelo pro-fessor da Universidade de Nova Delhi,Venkat Raman.

Raman deu início à palestra apre-sentando o atual panorama social eeconômico do país. A Índia ocupa a 11°posição entre as maiores economias domundo. Possui mais de 1.2 bilhão dehabitantes e tem 14 línguas oficiais,além de diversos dialetos. Um dos prin-cipais problemas enfrentados pelo paísna área da saúde, segundo Raman,está relacionado ao setor privado, quecobre a maior parte da população. For-mado por um grupo diversificado - queinclui profissionais qualificados e nãoqualificados, pequenas instituições e

grandes hospitais, e ainda diversas es-pecialidades, com atendimento a dife-rentes grupos econômicos - o setor temcrescido nos últimos anos de forma rá-pida, desorganizada e com carência deregulação pelo Estado. “O governo nãoquantifica o número de profissionais, oque eles fazem, que tipo de medica-mento prescrevem, entre outros fato-res importantes. Ou seja, o setor faz oque quer”, alertou.

Outro agravante da situação, se-gundo Raman, são os altos preços co-brados pelo setor privado, o que trazgastos não somente para o país, mastambém para a população, cuja par-cela significativa tem renda diária deapenas 1,6 dólares. “O paciente podevir a pagar 20 vezes mais por umacirurgia no setor privado do que nopúblico”, disse.

Raman explicou que o crescimen-to do setor privado se dá em decorrên-cia da falta de infraestrutura e de fi-nanciamento em recursos humanos nosetor público de saúde. “Quando os

Inovação para redução das desigualdadesem saúde na Índia é tema de palestraDurante o encontro, o professor da Universidade de Nova Delhi, Venkat Raman, apontou os problemas dossetores público e privado de saúde da Índia e defendeu as parcerias público-privadas como possíveis soluções

Opacientes vão ao hospital público e sedão conta de que não há médicos, elessão obrigados a recorrer ao setor priva-do”, disse. “Se mantivermos os médi-cos no sistema público, de forma quenão partam para o privado, consegui-remos uma boa solução para a situa-ção”, complementou.

Como solução para os problemasenfrentados pelos dois setores, Ramanpropõe o desenvolvimento de parceri-as público-privadas (PPPs). Segundo oprofessor, elas poderiam melhorar aqualidade, a eficiência e o investimen-to nos serviços de saúde, fortalecer acapacidade de entrega de serviços pelosistema público, promover a equida-de e o acesso à saúde e ainda abrirportas para a regulação tão necessá-ria ao setor privado. “É preciso, noentanto, que os contratos das PPPssejam robustos, detalhados e que te-nham como foco principal os benefíci-os que possam trazer aos pacientes ecomo eles podem pagar menos pelosserviços”, defendeu.

Com um setor privado de saúde predominante, o sistema de saúde indiano carece de regulação do Estado e definanciamento em recursos humanos

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Danielle Monteiro – CCS

Fiocruz e o Instituto de Pes-quisa para o Desenvolvimen-to (IRD), da França, vão uniresforços para a construção de

um sítio sentinela para a caracteriza-ção e o monitoramento do impactodos processos ambientais, climáticose sócio-demográficos sobre a maláriana fronteira Guiana Francesa–Ama-pá. O sítio sentinela funcionará comoum amplo sistema de informaçõesque vai reunir dados sobre espéciesde vetores presentes, o nível da águados rios, desmatamento, urbanização,migrações, mudanças no uso do solo,entre outros fatores que influenciamna transmissão da malária na região.As informações serão obtidas pormeio de pesquisas de campo e méto-

dos de geoprocessamento e de sen-soriamento remoto.

Inicialmente os dados obtidosserão incorporados a um Portal Web,que será alimentado em tempo reale, posteriormente, transformado emum sistema de informações mais com-plexo. A previsão é de que a ferra-menta esteja pronta no início de2015. A ideia é incentivar a realiza-ção de pesquisas na região e auxiliarpesquisadores e secretarias municipaise estaduais no combate à doença.“Observamos que, após um verãoquente e chuvoso, com alto nível deágua dos rios, chega um inverno comalto índice de malária. A partir do sí-tio sentinela, podemos, por exemplo,criar um sistema de alerta, usando al-guns modelos matemáticos, paraatentar para eventuais problemas

Parceria vai construir sistemade informações sobre maláriaFerramenta vai reunir dados sobre os principais fatores que influenciamna transmissão da doença na fronteira Amapá-Guiana Francesa

que possam acontecer na região”,explica o coordenador do projeto noBrasil, Cristovam Barcellos, do Insti-tuto de Comunicação e InformaçãoCientífica e Tecnológica em Saúde(Icict/Fiocruz). Barcellos destaca queo sítio sentinela vai atuar como umreforço ao sistema de vigilância sani-tária em malária na área, com o usode novas tecnologias de informação.

A assessora do Cris para coope-ração internacional com a França, Cris-tiane Quental, destacou que a relaçãodo IRD com a Fiocruz vem de muitosanos e que é papel do Cris fazer a in-termediação entre os pesquisadores dasduas instituições. “O sistema de infor-mações sobre a malária é só um dosprojetos comuns desenvolvidos. Esta-mos planejando o aprofundamentodessa parceria”, afirmou.

O município do Oiapoque, no Amapá, soma cerca de 4 mil casos de malária por ano, configurando uma daszonas de maior transmissão da doença nas Américas

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Patrícia Ribeiro - IBM

ntender as semelhançasgenéticas de diferentes for-mas de vida pode permitir aoscientistas produzir compostos

para novos medicamentos, materiaisecológicos, plantações mais resistentes,além de ar, água e energia mais lim-pos. Diante deste contexto, compararos genes de uma variedade de formasde vida é o objetivo do DesvendandoMistérios de Genomas, um novo proje-to hospedado no World CommunityGrid da IBM.

Administrado pela Fiocruz e pelaUniversity of New South Wales, daAustrália, a iniciativa fará cerca de 20quatrilhões de comparações de 200milhões de genes subjacentes a umagrande diversidade de organismos. Esseesforço normalmente exigiria que umPC dispendesse 40 mil anos para a re-alização de cálculos contínuos, mas opoder computacional do World Com-munity Grid reduzirá a tarefa para me-ses de trabalho.

Criado e gerenciado pela IBM háquase uma década, o World Commu-nity Grid fornece a capacidade de pro-cessamento ociosa dos computadorese dispositivos móveis de voluntários domundo todo, durante o período em queos aparelhos não estão sendo utiliza-dos. Esse poder computacional criou umdos mais rápidos computadores virtu-ais do planeta. O software recebe, com-pleta e retorna pequenas tarefas paraos cientistas, acelerando o trabalho emcentenas de anos e proporcionando uma

capacidade quase ilimitadapara trabalhar grande quanti-dade de dados, sem qualquercusto. “Somente neste ano, ti-vemos no Brasil mais 25 adesõesde empresas e organizações que se jun-taram ao programa para doar a capa-cidade de processamento de seus dis-positivos quando estão ociosos”, contaAlcely Barroso, diretora de CidadaniaCorporativa da IBM Brasil.

O projeto processará sequênciasde proteína das mais diversas formasde vida, em especial microrganismos,devido à sua onipresença e importân-cia. Eles controlam uma enorme varie-dade de processos naturais envolvidoscom a saúde humana e a produção dealimentos na agricultura e aquicultura.Além disso, têm sido usados para lim-par a água nas estações de tratamentode esgoto e até mesmo ajudar a con-ter vazamentos de petróleo. Em plan-tas tropicais exóticas, eles são promes-sas de fontes eficientes de combustí-veis sustentáveis.

De acordo com o coordenadordo projeto na Fiocruz, o pesquisadorWim Degrave, a Fundação reunirádados de referência das proteínas da

Projeto vai decifrarmistérios do

A iniciativa vaiprocessar sequênciasde proteína das maisdiversas formas devida em busca daprodução de novosmedicamentos.

biodiversidade que foram formatadaspara o projeto. E também vai contri-buir com dados de metagenômica.“As páginas da internet ficarão visí-veis e acessíveis na instituição. E dis-ponibilizaremos um banco de dadoscom todas as informações”, lembra.Os pesquisadores podem apresentarpropostas de projetos de pesquisa àIBM para receberem esse recurso semcusto e a companhia convida o públi-co a doar seu poder de computaçãoocioso para fazer parte desses esfor-ços no worldcommunitygrid.

no Brasilgenoma

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Danielle Monteiro - CCS

Nos dias 22 e 23 de outubro, foirealizada em Madri, Espanha, a 6ª Ofi-cina de Saúde do EU-LAC Health, pro-jeto da União Europeia (UE), AméricaLatina e Caribe. O programa, financia-do pela UE, propõe a definição deta-lhada de um roteiro (roadmap) comações de apoio a cooperações em pes-quisa em saúde entre os países daque-las regiões. O evento teve o objetivode discutir com stakeholders da UniãoEuropeia e da Comunidade dos Esta-dos Latino-americanos e Caribenhos(Celac) o atual rascunho do roadmappara o Programa de Iniciativa Conjun-

Os integrantes do EU-LAC Health na 6ª Oficina de Saúde realizada na Espanha (Foto Instituto de Saúde Carlos III)

ta UE-Celac para a Pesquisa e Inova-ção em Saúde (EU-CELAC JIHRI, na si-gla em inglês).

Durante a oficina, os participan-tes acordaram que o EU-CELAC JIHRIdeve ter uma abordagem mais ampla,incluindo, entre suas iniciativas, a co-bertura e promoção de ações que seestendam ao campo de pesquisas,como a realização de workshops vol-tados, por exemplo, a capacity buil-ding. Na ocasião, a coordenadora doCris para cooperação internacionalcom a França, Cristiane Quental, apre-sentou a consulta realizada pelo Crisjunto aos financiadores e formulado-res de políticas de pesquisa em saúde

Oficina de Saúde do EU-LAC Healthem relação às propostas que constamno rascunho do roadmap do EU-LACHealth. Segundo ela, os entrevistadosforam positivos com relação às suges-tões apresentadas no roteiro. A próxi-ma reunião do EU-LAC Health serárealiza em junho de 2015, na Bélgica.

O principal objetivo do EU-LACHealth é proporcionar aos formulado-res de políticas e entidades financiado-ras de pesquisa e desenvolvimento no-vos insights sobre a melhor forma decoordenar e financiar a pesquisa coo-perativa em saúde entre a União Euro-peia, a América Latina e o Caribe. Leiaa íntegra da matéria sobre o evento nosite do EU LAC Health.

Danielle Monteiro - CCS

A Fiocruz e a Universidade deYork, do Reino Unido, devem reali-zar, entre 23 e 27 de março de 2015,um seminário para discutir um planode trabalho conjunto nas áreas de do-enças infecciosas e neurociências. Aideia foi discutida em reunião reali-zada entre o presidente da Fiocruz,Paulo Gadelha, o assessor de Rela-ções Internacionais de York, KarlWard, e o coordenador técnico doCris, José Roberto Ferreira, no dia 24

Seminário Fiocruz – Universidade de York

de outubro. O seminário é fruto deum termo de cooperação, com vigên-cia de cinco anos, assinado em 2012entre as duas instituições.

Segundo Ferreira, as perspecti-vas são positivas em relação às futu-ras cooperações entre a Fiocruz e York.“Para o desenvolvimento desse planode trabalho, tentaremos incluir o Ci-ência Sem Fronteiras e o programaNewton International Fellowships, queseleciona candidatos não britânicosinteressados em fazer pesquisa noReino Unido”, adiantou.

O campus da Universidade de York,no Reino Unido

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Determinantessociais e equidadeem pauta

O Cris, como Centro Colabora-dor da Organização Mundial da Saú-de para Saúde Global e CooperaçãoSul-Sul, tem entre suas atribuições oseguimento da implantação das polí-ticas voltadas à determinação social

Curso internacionalde Modelos paraAvaliação em Saúde

Danielle Monteiro - CCS

Teve início, no dia 17 de novem-bro, o curso internacional de ModelosAnalíticos de Decisão para AvaliaçãoEconômica em Saúde, promovido peloCentro de Desenvolvimento Tecnológi-co em Saúde (CDTS/Fiocruz), em par-ceria com a vice-presidência de Produ-ção e Inovação em Saúde da Funda-ção e a Universidade de York, do Rei-no Unido. A iniciativa, que ocorreu até19 de novembro, tem como objetivoaprimorar a capacidade de elaboraçãode modelos consistentes para a avalia-ção econômica em saúde.

O curso foi direcionado a 30 pro-fissionais brasileiros que atuam no cam-po da economia da saúde com conhe-cimento básico em metodologias demodelagem. É a primeira vez em quesua versão completa ocorre na Améri-

Os integrantes da Rede Pan-Amazônica de Ciência, Tecnologia eInovação em Saúde se reuniram, em7 de novembro, na sede do Cris, paradefinir estratégias e iniciar a elabo-ração do Plano de Trabalho para2015. Entre as ações que vão inte-grar o novo plano, estão dois cursosde capacitação em controle de veto-res na região: um dirigido a labora-toristas, biólogos, bioquímicos; e ou-tro direcionado a agentes de saúdecomunitária. As iniciativas são des-dobramento da experiência bem su-cedida relativa ao curso de malária,promovido esse ano pelo Grupo de

Novo Plano de Trabalho da Rede Pan-AmazônicaTrabalho de Doenças Negligenciadas,da Rede. Na reunião, foram aindadebatidos e reiterados os objetivos elinhas gerais do acordo de coopera-ção assinado em outubro entre a Fi-ocruz e a OTCA.

A Rede Pan-Amazônica de Ci-ência, Tecnologia e Inovação emSaúde foi criada para incentivar econtribuir para a implementação depolíticas de integração regional, vol-tadas para o desenvolvimento e autilização de pesquisas científicas,tecnológicas e produtos e proces-sos inovadores que visem à equi-dade em saúde e à geração de com-

ca do Sul. Por meio de experiênciaspráticas e teóricas, é ensinado aos par-ticipantes o processo de construção demodelos de avaliação. A iniciativa éfruto de convênio assinado entre a Fio-cruz e a Universidade de York em 2012.A parceria, firmada para os próximoscinco anos, tem como objetivo promo-ver atividades de investigação conjun-ta, conferências, seminários, intercâm-bio de professores e alunos, cursos, as-sim como tradução e disseminação depublicações acadêmicas sobre saúde ecuidados de saúde.

petências técnicas. Além da Fio-cruz, por meio do Cris e da vice-presidência de Ambiente, Atençãoe Promoção da Saúde, integram aRede a Assessoria de Assuntos In-ternacionais em Saúde do Ministé-rio da Saúde (Aisa), a OrganizaçãoPan-Americana da Saúde (Opas/OMS), a Organização do Tratado deCooperação Amazônica (OTCA), aAssociação de Universidades Ama-zônicas (Unamaz), o OrganismoAndino de Saúde (ORAS), os minis-térios da Saúde dos oito países ama-zônicos e instituições de pesquisaem saúde da região.

da saúde no Brasil e na América doSul. Foi essa nova atuação do Centroque motivou a visita à Fiocruz do coor-denador de Determinantes Sociais daSaúde do Departamento de SaúdePública da OMS, Eugenio Villar Mon-tesinos. Ele esteve na instituição, nosdias 20 e 21 de outubro, para conhe-cer o trabalho da Fundação na área,através do Centro de Estudos em Polí-tica e Informação em DeterminantesSociais da Saúde (CEPI-DSS/Fiocruz),da Escola Nacional de Saúde Pública(Ensp/Fiocruz). Durante a reunião, fo-ram discutidos pontos importantes paraa agenda do Centro Colaborador parao ano de 2015 e do apoio da OMS aestas atividades.

Montesinos também veio conhe-cer a iniciativa do Instituto Sul-Ameri-cano de Governo em Saúde (Isags), jun-to à Rede de Institutos Nacionais deSaúde Pública da União das Nações Sul-Americanas (Rinsp/Unasul), de protago-nizar uma formação em determinan-tes da saúde e equidade junto aos Ins-titutos Nacionais de Saúde e ministéri-os da Saúde da América do Sul.

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Destaque parainternacionalizaçãoda ciência

A internacionalização da ciênciafoi tema do editorial dos Cadernos deSaúde Pública, da Escola Nacional deSaúde Pública (Ensp/Fiocruz). A publi-cação, que tem ampliado sua políticade internacionalização, aceita artigosem três idiomas. Em 2013, publicou 33artigos de autores latino-americanos e,em 2014, até o fascículo 6 (junho), 44artigos. Nos últimos 12 meses, recebeu97 submissões de dez diferentes paíseslatino-americanos, entre os quais 37estão em avaliação ou já aprovados.Leia mais aqui.

Fonte: Informe Ensp

Desafios dos siste-mas universais desaúde no século XXI

Em 12 de novembro, o professoremérito da Universidade de Yale e de-fensor dos sistemas universais de saúde,Theodore Marmor, apresentou na sededo Instituto Sul-Americano de Governoem Saúde (Isags), no Rio de Janeiro, aconferência Os desafios dos sistemas uni-versais de saúde no século XXI. Atravésdas experiências do Canadá e de paísesda Europa Ocidental como Alemanha,Inglaterra e Holanda, o conferencistaabordou os desafios inerentes às refor-mas, ao financiamento público e à regu-lação do mercado privado de saúde.

Referência internacional nos es-tudos de políticas de saúde, Marmorlecionou durante 30 anos na Yale, temmais de 200 artigos e 13 livros publica-dos. Em suas exposições, posiciona-sede forma crítica ao sistema de saúdenorte-americano, fundamentado noseguro privado de saúde.

Leia a íntegra da matéria no sitedo Isags.

Pesquisador daFiocruz é eleitomembro da TWAS

Letícia Peixoto – Fiocruz Minas

O ex-diretor e pesquisador doCentro de Pesquisas René Rachou(CPqRR/Fiocruz Minas), Rodrigo Corrêa-Oliveira, é um dos cinco brasileiros elei-tos para integrar a Academia de Ciên-cias para o Mundo em Desenvolvimen-to (TWAS, na sigla em inglês).

Os 46 novos integrantes foram

O campus da Johns Hopkins University,em Baltimore, Estados Unidos

Cooperação à vistacom AssociaçãoChinesa de Ciênciae Tecnologia

Glauber Gonçalves - COC

O Museu da Vida recebeu, em 24de outubro, uma comitiva da ChinaAssociation for Science and Technolo-gy (Cast). O grupo veio conhecer asatividades e pesquisas empreendidaspelo museu na área da divulgação ci-entífica e também apresentou os pro-jetos que desenvolve no país asiático.A comitiva, liderada pelo diretor geraldo Departamento de Popularização daCiência da entidade, Yang Wenzhi, epelo secretário executivo, Xu Yanhao,foi recebida pelo chefe do Museu daVida, Diego Bevilaqua, e pela pesqui-sadora Luisa Massarani.

No encontro, Diego Bevilaqua eLuisa Massarani apresentaram aos visi-tantes o trabalho desenvolvido pela Fi-ocruz e pelo Museu da Vida. “É a mai-or instituição desse perfil que já conhe-cemos”, afirmou Wenzhi, referindo-seà Fiocruz e sua atuação no campo dasaúde. O grupo se comprometeu emestabelecer uma interlocução entre aequipe do Museu da Vida e o órgão dogoverno chinês que promove ações naárea da saúde. Também participaramdo encontro, pela Fiocruz, a assistentetécnica de cooperação da COC, Fabia-ne Gaspar, e Lúcia Marques, do Cris.

anunciados durante a 25ª AssembleiaGeral da TWAS, realizada em Masca-te, capital do Sultanato de Omã, de 26a 29 de outubro. Eles serão empossa-dos durante a 26ª Assembleia Geral,em 2015. Os integrantes da TWAS têma responsabilidade de atuar fortemen-te no desenvolvimento da ciência empaíses em desenvolvimento e promo-ver a cooperação científica, fazendo,assim, cumprir a missão da instituição.

Corrêa tem atuado no desenvolvi-mento de uma abordagem integradaem estudos sobre doenças humanas in-fecciosas e identificado os principaismecanismos imunológicos envolvidos empatologias graves e em respostas dosindivíduos com infecções por Schistoso-ma mansoni e Trypanosoma cruzi (do-ença de Chagas). Também trabalhoupara o desenvolvimento de vacinas con-tra a ancilostomíase humana e leishma-niose visceral canina. É membro titularda Academia Brasileira de Ciências.

Parceria com JohnsHopkins University

Considerada a melhor Escola deSaúde Pública do mundo, a BloombergSchool of Public Health, da Johns Ho-pkins University, em Baltimore, EUA,recebeu em visita oficial o vice-diretorda Escola de Governo da Escola Nacio-nal de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Fre-derico Peres. À convite da universidadeamericana, Peres se reuniu com chefesde diversos departamentos da Bloom-berg School of Public Health e tambémcom o vice-diretor da Escola, Stephen J.Gange. Na ocasião foram discutidas áre-as de interesse comum de cooperaçãoentre as Escolas, em especial a colabo-ração em pesquisas, na qual as duaspossuem um longo histórico de parce-ria; e o intercâmbio docente e discenteque inclui a vinda de pesquisadores paradesenvolver trabalhos junto aos gruposde pesquisa da Ensp e a ida de alunosde doutorado dos programas de pós-gra-duação da Escola para realização dedoutorado sanduíche. Foi mencionadaainda a oferta conjunta de cursos decurta duração, enfatizando aqueles ofe-recidos pela Bloomberg School of PublicHealth durante o verão americano, alémda realização de seminários.

Fonte: Ensp/Fiocruz

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Homenagem à ex-ministra da Saúdede El Salvador

Em solenidade realizada na Ensp/Fiocruz, no dia 17 de outubro, a Fun-dação outorgou o título de DoutoraHonoris Causa à ex-ministra da Saúdede El Salvador, María Isabel Rodríguez.A médica salvadorenha Maria Isabel foia primeira reitora da Universidade deEl Salvador, aos 88 anos. Nessa opor-tunidade, presidiu a Assembleia Mun-dial da Saúde, com direito a todas ashonras que os 190 países lhe concede-ram. Foi ainda presidente da Assem-bleia do Conselho da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). É autorade mais de 100 trabalhos na área desaúde pública, educação médica, uni-versalidade em saúde e recursos huma-nos em saúde.

Na ocasião, estiveram presentes,entre outros, o presidente da Fiocruz,Paulo Gadelha, o coordenador geral doCris, Paulo Buss, e o coordenador téc-nico do Cris, José Roberto Ferreira.

Fonte: Informe Ensp

A saúde na agendada política externa

Por que os governos dos presi-dentes Fernando Henrique Cardosoe Luiz Inácio Lula da Silva considera-ram importante formalizar o trata-mento do tema da saúde na agendada política externa brasileira? Essaquestão conduziu a pesquisa da alu-na de mestrado profissional em Saú-de Pública da Escola Nacional deSaúde Pública (Ensp/Fiocruz), TaynáBarboza. De acordo com os dados doestudo, o país, nesse espaço, apre-sentou sua experiência no tratamen-to do HIV/Aids, contribuiu para a re-gulação internacional do tabaco,defendeu o acesso a medicamentos,apoiou melhorias nos sistemas desaúde dos países em desenvolvimen-to e confirmou os esforços referen-tes aos Objetivos de Desenvolvimen-to do Milênio, aumentando sua in-fluência no cenário internacional.Leia mais no site da Ensp.

Ações para acessouniversal à saúde

Representantes dos ministériosda Saúde dos países das Américasdefiniram uma série de ações paraavançar na garantia do acesso e dacobertura universal à saúde. A estra-tégia foi aprovada no 53º ConselhoDiretor da Organização Pan-Ameri-cana da Saúde (Opas/OMS), realiza-do em outubro, em Washington, nosEstados Unidos. As medidas abran-gem temas como: prioridade paragrupos em situação vulnerável, me-lhoria da atenção primária e da or-ganização e gestão e eficiência dosserviços de saúde.

Os gestores de saúde dos paísesdas Américas aprovaram também oPlano de Ação para o Acesso Univer-sal ao Sangue Seguro 2014-2019, como objetivo de garantir o acesso univer-sal às transfusões de sangue e hemo-componentes seguros. O objetivo éque os países utilizem o documentocomo referência na elaboração de seusplanos e estratégias nacionais, adap-tando-o às suas necessidades.

Fonte: Ministério da Saúde

Encontro de Redede Neurociências

Realizado pela primeira vez noBrasil, o encontro Neuro Sur reuniu pes-quisadores e diretores de sete institui-ções do Brasil, Argentina, Uruguai eChile para discutir possibilidades decolaborações na área de neurociência.O encerramento do evento ocorreu naFiocruz, em 7 de novembro. Entre aspropostas que devem ser implementa-das para aproximar os países estão arealização de, pelo menos, um encon-tro científico em 2015 e ações visandoa estimular o intercâmbio de estudan-tes e pesquisadores.

Fonte: IOC/Fiocruz

Financiamento paraciclo de debatessobre cooperaçãoem saúde

O Núcleo de Estudos sobre Bioéti-ca e Diplomacia em Saúde (Nethis/Fio-cruz) foi contemplado com R$ 20 milpelo edital de Apoio a Eventos Científi-cos em Saúde 2015, da Secretaria deCiência, Tecnologia e Insumos Estraté-gicos do Ministério da Saúde. A verbaserá utilizada para a realização do VICiclo de Debates sobre Bioética, Diplo-macia e Saúde Pública – Evolução Con-ceitual e Práticas da Cooperação emSaúde, no primeiro semestre de 2015.

Com o recurso, três sessões doCiclo de Debates serão realizadas emdiferentes espaços. A previsão é com-partilhar com outras instituições, inclu-sive com dois eventos fora de Brasília:com a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e com o Cris/Fiocruz, no Riode Janeiro; e com o Instituto de Rela-ções Internacionais da Universidade deSão Paulo (USP).

Fonte: Nethis/Fiocruz

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oportunidades de treinamento

Mestradointernacional emSaúde Pública

A Agência Europeia para Edu-cação e Cultura (EACEA, sigla em in-glês) está com inscrições abertas, até10 de dezembro, para o mestrado in-ternacional em Saúde Pública (Euro-pubhealth) pelo Erasmus Mundus para2015 – 2017.

Interessados podem ter benefí-cios como mínimo de contribuição glo-bal de 21,000 para duração do cur-so (23 meses) mais a contribuição re-ferente ao custo de vida de 1,000/mensal. As inscrições se estendem até15 de fevereiro de 2015, para estu-dantes que desejam receber outros fi-nanciamentos, que não seja pelo Eras-mus Mundus.

Mais informações aqui.

Prêmio JovemPesquisador daRede de Bancos deLeite Humano

A Rede de Bancos de Leite Hu-mano (rBLH) está em busca de jovenstalentos que fazem do leite humanoe da amamentação seus objetos de

pesquisa. O Prêmio Jovem Pesquisa-dor da Rede de Bancos de Leite Hu-mano está com inscrições abertas de1º de novembro de 2014 a 31 de ja-neiro de 2015. A iniciativa visa incen-tivar estudantes universitários, ou gra-duados com até 10 anos de forma-ção, a apresentarem trabalhos quepoderão contribuir, com excelência,para o fortalecimento das ações de-senvolvidas em países da AméricaLatina, Caribe, Península Ibérica eÁfrica, onde há centenas de bancosde leite humano em atuação.

O prêmio vai contemplar traba-lhos em três linhas de investigação:processamento, controle de qualida-de e utilização do leite humano; as-sistência em amamentação na rBLH;e comunicação e informação na rBLH.Os primeiros colocados de cada áreatemática – três do Brasil e três do ex-terior – serão premiados com inter-câmbio técnico, no período de setedias, em um dos Centros de Referên-cia em Banco de Leite Humano darBLH. Os ganhadores também rece-berão o financiamento de suas inscri-ções e a concessão de passagens ehospedagem para participar do VICongresso da Rede Brasileira de Ban-cos de Leite Humano e II CongressoIbero-americano de Bancos de LeiteHumano, que vão acontecer de 24 a27 de junho de 2015, em Brasília.Mais informações aqui.

Fonte: IFF/Fiocruz

Bolsas de pós-dou-torado na Alemanha

Foram divulgadas mais seis chama-das para o programa Capes/Humboldt,parceria entre a Coordenação de Aper-feiçoamento de Pessoal de Nível Superi-or (Capes) e a Fundação Alexander VonHumboldt (AvH) da Alemanha, que temcomo objetivo conceder bolsas para pes-quisadores altamente qualificados pararealizar estudos em cooperação com osanfitriões acadêmicos em instituições naAlemanha. Os candidatos escolherão otema da sua pesquisa e o seu respectivoanfitrião na Alemanha.

O programa concederá bolsas parapesquisa nas modalidades de pós-dou-torado, para pesquisador em início dacarreira acadêmica, que tenha comple-tado seu doutorado há menos de qua-tro anos, e de pesquisador experiente,para acadêmico com um perfil de pes-quisa definido, que tenha no mínimoquatro anos de doutorado e que tenhacompletado seu doutorado há menos de12 anos. É prevista a aprovação de até15 bolsistas nas duas modalidades, emqualquer área do conhecimento.

Aqueles que cumprirem os requisi-tos exigidos devem se candidatar de acor-do com o calendário disponibilizado noedital. Para a primeira chamada, o pra-zo de inscrição vai até 31 de dezembro,com atividades iniciando em julho/agos-to de 2015. Mais informações aqui.

Fonte: Capes

A Fiocruz Bahia, em parceria com a Yale University, reali-zou o 1° Fiocruz-Yale: Course on Clinical Epidemiology. O eventoteve o objetivo de capacitar estudantes e profissionais na área deepidemiologia clínica para desenvolver, projetar, analisar, discutire aplicar clinicamente projetos de pesquisa, através de umametodologia ativa.Nos dois primeiros dias do curso, os estudan-tes acompanharam aulas sobre as medidas de ocorrência dadoença e uma palestra, dividida em dois períodos, intitulada En-saios Clínicos Randomizados. A programação do curso ainda con-templou, nesse primeiro estágio, apresentações individuais dosalunos e discussões sobre projetos coletivos. O evento seguiu comatividades até o dia 24 de outubro, com os alunos apresentandotrabalhos científicos sobre o tema e projetos para a discussão.

Fonte: Fiocruz Bahia

Curso de EpidemiologiaClínica Fiocruz-Yale

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Como surgiu a ideia de criar es-ses cursos de extensão internacional?

Magali: A iniciativa de fazermosum curso de extensão em Preservaçãoe Gestão do Patrimônio Cultural dasCiências e da Saúde surgiu a partir davisita de uma pesquisadora da Univer-sidade Nova de Lisboa, como parte dasatividades previstas no acordo de coo-peração entre a COC e a universida-de. O amadurecimento das negocia-ções com o Instituto de Higiene eMedicina Tropical da UniversidadeNova de Lisboa (IHMT) levou à pro-posta de fazermos um curso de exten-são internacional reunindo as experi-ências de ambas as instituições em

um mestrado na área de patrimônio emcolaboração com a Universidade Novade Lisboa. Essas iniciativas permitemoferecer aos alunos envolvidos formasdiversificadas de atuação nos temas deconservação e gestão do patrimôniocultural da saúde.

Qual a importância dos cursospara o campo de formação interna-cional em saúde?

Magali: Este curso reforça a mis-são da COC em preservar o patrimôniocultural da saúde. Ao capacitarmos pro-fissionais voltados para esta área, con-tribuímos para a disseminação dos va-lores e da missão institucional. E, em

Casa de Oswaldo Cruzdá início a projetoinédito em formaçãointernacional em saúde

preservação e gestão do patrimôniocultural da saúde. Aos poucos, a pro-posta foi ganhando uma dimensãomaior, ao ampliar sua área de abran-gência para os países lusófonos daÁfrica, em especial Cabo Verde e Gui-né-Bissau, reforçando a participação daCOC na cooperação Sul-Sul.

No processo de elaboração doprojeto deste curso internacional, foiidentificada a possibilidade de um pro-grama envolvendo a pós-graduação emHistória das Ciências e da Saúde daCOC com a oferta do curso de Históriada Medicina Tropical, em formato pre-sencial mediado por tecnologia (web-conferência). Esse programa tambémvislumbra a possibilidade de criação de

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Danielle Monteiro - CCS

omo parte de acordo assinado com a Universidade Novade Lisboa (UNL) e o Instituto de Higiene e Medicina Tro-pical da Universidade Nova de Lisboa (IHMT), a Casa deOswaldo Cruz (COC/Fiocruz) está oferecendo dois cur-

sos de extensão internacionais com atividades simultâneas noBrasil, Portugal e, em um segundo momento, Cabo Verde. Oscursos de História da Medicina Tropical e de Preservação e Ges-tão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde fazem par-te de uma iniciativa pioneira da Fiocruz, pois serão oferecidos,em tempo real, em três países de continentes diferentes. O cur-so de Preservação teve início em novembro e se estende atémarço. Já o de História da Medicina Tropical começou em outu-bro e termina em dezembro.

A representante da COC na Câmara Técnica de CooperaçãoInternacional coordenada pelo Cris e vice-diretora de Pesquisa,Educação e Divulgação Científica da unidade, Magali RomeroSá, falou sobre a iniciativa, entre outras ações em cooperaçãointernacional da COC, e também revelou as estratégias da uni-dade na formação internacional em saúde.

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CRISCRISCRISCRISCRISINFORMA#17

NOVEMBRO/DEZEMBRONOVEMBRO/DEZEMBRONOVEMBRO/DEZEMBRONOVEMBRO/DEZEMBRONOVEMBRO/DEZEMBRODE 2014DE 2014DE 2014DE 2014DE 2014

ExpedienteExpedienteExpedienteExpedienteExpediente

Coordenadoria de Comuni-cação Social (CCS)

Edição e redação: Edição e redação: Edição e redação: Edição e redação: Edição e redação: DanielleMonteiro com apoio da

Coordenação de Informaçãoe Comunicação do Cris/

Fiocruz

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Guto Mesquita

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Peter Ilicciev eArquivo CCS

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Danielle Monteiro

Tel: (21) 3885-1065

E-mail:[email protected]

entrevista

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uma esfera maior, contribuímos para aconstrução de identidades dos profissi-onais de saúde e suas instituições, seusprincipais agentes e os movimentossociais, ao reconhecerem elementos degrande relevância histórica, simbólicae material no campo de atuação e pro-moção da saúde.

O programa é uma proposta ino-vadora na atualização de profissionaispor permitir a interação entre docentese alunos, de forma simultânea e em tem-po real, de países que compartilham dosmesmos laços históricos. Isto possibilitaque os atores associem, no seu proces-so de formação profissional, tanto a di-versidade do patrimônio das instituiçõesde saúde, no caso do curso de gestãodo patrimônio, quanto os aspectos daorigem dos estudos e investigações so-bre as doenças tropicais, no curso dehistória da medicina tropical.

A importância do programa deformação e investigação, em colabora-ção com a Universidade Nova de Lis-boa, está no apoio ao desenvolvimentoe aprimoramento de quadros de profis-sionais (também em países da África,aprimorando a cooperação Sul-Sul) ca-pazes de contextualizar as áreas de pa-trimônio às de medicina tropical, comoespaço de ensino e investigação em umaperspectiva interdisciplinar global. Issopromove uma reflexão sobre a emergên-cia, consolidação e institucionalizaçãodestas áreas, entre os séculos XIX e XX,em diferentes contextos históricos, cien-tíficos, culturais e políticos.

Que perspectivas teria a COCquanto à participação na recém-ins-taurada Câmara Técnica de Coope-ração Internacional?

Magali: Temos como perspectivacolaborar na construção de diretrizespara a cooperação internacional da Fio-cruz e auxiliar na análise de documen-tos orientadores na área de saúde e ci-ência e tecnologia. Além disso, a COCtem intenção de ampliar sua integraçãocom as diferentes unidades da Fiocruznas ações internacionais, e a troca deexperiências entre diferentes áreas deatuação tais como ensino, pesquisa, in-formação e divulgação científica nasações de cooperação Sul-Sul.

Quais são as outras ações pre-vistas pela unidade no campo de co-operação internacional?

Magali: A unidade tem em pers-pectiva manter as atividades que já de-senvolve com as Universidades de Michi-gan, York, Nova de Lisboa e Coimbra nasáreas de história da medicina, saúde, pre-servação do patrimônio e de ciências hu-manas. A ampliação das atividades deensino e pesquisa com essas instituiçõesjá está prevista para o próximo biênio como intercâmbio de alunos, cursos,workshops e publicação conjunta.

Realizaremos na Fiocruz, em2015, um workshop em conjunto coma Universidade de York, como parte dasatividades do projeto Public Health Po-licies and Practice in the Caribbean andLatin America (Prática e Políticas deSaúde Pública no Caribe e AméricaLatina), financiado pela British Acade-my, envolvendo a University of TheWest Indies, de Trinidad e Tobago. Tam-bém em 2015, será realizado em Lis-boa um seminário internacional sobrea história da medicina tropical, comoparte das atividades do convênio entrea COC e a Universidade Nova de Lis-boa. Pretendemos também ampliarparcerias com instituições de ensino epesquisa, como universidades da Argen-tina e do Caribe, além de novos proje-tos de pesquisa envolvendo parceriascom a Índia e a África, por intermédioda Universidade de York.

Em relação às atividades de di-vulgação científica, a COC coordena,no Brasil, as ações da rede Ecsite -maior iniciativa europeia para discus-são e desenvolvimento de ações de di-vulgação cientifica sobre o campo dabiologia sintética- - com o projeto Sy-nenergene, que visa abordar os desafi-os do presente e futuro relacionados àcooperação entre ciência e sociedadena área de biologia sintética. A COCcoordena ainda a Rede Latino-ameri-cana e Caribe de História e PatrimônioCultural da Saúde. Cabe mencionarque a direção da Red-POP (Red de Po-pularización de la Ciencia y la Tecnolo-gía para América Latina y el Caribe) éatualmente exercida por um dos servi-dores da unidade.

Como a unidade se posicionaem relação à cooperação Norte-Sule à cooperação Sul-Sul? E qual é aestratégia da COC nos acordos decooperação internacional?

Magali: A COC busca fortaleceras cooperações Norte-Sul visando agre-

gar valor ao conhecimento já estabele-cido na unidade, objetivando aprimo-rar os projetos de ensino e pesquisa nascooperações Sul-Sul. Além disso, temcomo ação estratégia se tornar um ele-mento de ligação entre as ações de-senvolvidas pela Fiocruz com as novasperspectivas de parcerias internacionaisem suas áreas de atuação.

Quais são os maiores desafiospara a unidade na área de coopera-ção internacional?

Magali: A ampliação da atua-ção da COC em projetos de coopera-ção internacional, principalmente, nacooperação Sul-Sul; manter o padrãointernacional das atividades que estãosendo desenvolvidas diante de um ce-nário de recursos limitados; e superaras barreiras legislativas no campo edu-cacional em diferentes países, por nãoexistir uma legislação internacionalharmonizada.