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CRISINFORMA | 1 Informativo do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz PÁG.3 PÁG. 4 janeiro/ 18 PÁG. 12 PÁG. 2 fevereiro 2015 Cris vai implantar sistema de cadastro de estrangeiros na Fiocruz Fiocruz África tem nova direção (Foto Ministério das Relações Exteriores) Entrevista: Estudo analisa projeto de instalação da fábrica de antirretrovirais em Moçambique (Foto Ascom Farmanguinhos/Fiocruz) Mobilidade estudantil ganha reforço com Grupo de Acolhimento a Estudantes A iniciativa, que tem participação do Cris, ajuda alunos brasileiros e estrangeiros em trâmites legais e no processo adaptativo à instituição e ao país

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CRISINFORMA | 1

Informativo do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz

PÁG.3 PÁG. 4

janeiro/

Nº18

PÁG. 12

PÁG. 2

fevereiro

2015

Cris vai implantarsistema de cadastro deestrangeiros na Fiocruz

Fiocruz Áfricatem nova direção

(Foto Ministério das RelaçõesExteriores)

Entrevista: Estudo analisa projetode instalação da fábrica de

antirretrovirais em Moçambique(Foto Ascom Farmanguinhos/Fiocruz)

Mobilidade estudantilganha reforço com Grupo de

Acolhimento a Estudantes

A iniciativa, que tem participaçãodo Cris, ajuda alunos brasileiros eestrangeiros em trâmites legais eno processo adaptativo àinstituição e ao país

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Danielle Monteiro - CCS

crescente mobilidade estudan-til, o aumento na oferta demestrados internacionais e anecessidade de disseminação

de informações relevantes à recepçãode alunos levou a Fiocruz a criar o Gru-po de Acolhimento a Estudantes. Co-ordenado pela Vice-presidência de En-sino, Informação e Comunicação, comapoio do Cris, do Instituto OswaldoCruz (IOC/Fiocruz) e da Escola Nacio-nal de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), oGrupo de Trabalho é um canal de es-cuta e encaminhamento das questõesrelativas ao ensino internacional, visan-do aprimorar a recepção aos alunosbrasileiros e estrangeiros que chegamà Fundação e facilitar o processo adap-tativo durante sua estadia no país.

“A chegada ao novo cenário, queinclui diferenças de ambiente físico esocial, choque de culturas, estilos devida, barreiras linguísticas e sistemaslegais distintos exige uma adaptaçãonem sempre fácil”, conta a responsá-vel pelo ensino internacional na Vice-Presidência de Ensino, Informação e Co-municação, Marcia Silveira. O trabalhodo GT, criado em 2012, inclui ativida-des como o auxílio na abertura de con-tas bancárias e na localização de mo-radias na cidade, e apoio e orientaçãoquanto aos demais trâmites que envol-vem a mudança do aluno para o país.“A iniciativa representa o reconheci-mento e a valorização do papel da ins-tituição na oferta de suporte social frenteaos desafios da imigração temporária”,destaca Marcia. Ao todo são cerca de100 estudantes estrangeiros que che-gam anualmente à Fiocruz. “Sabíamosque este tipo de trabalho precisaria serfeito em conjunto com o Cris, uma vezque essa área congrega tanto aspectosda diplomacia, das políticas de saúde ede relações exteriores, em especial adiplomacia da saúde, quanto da políti-ca de educação”, afirma.

Marcia conta que, inicialmente, ofoco do trabalho do Grupo estava cen-trado em questões legais, como legis-lações, diplomas e dúvidas sobre comoproceder em dada situação. Porém, gra-dualmente, a iniciativa foi ampliada.“O trabalho do acolhimento passou aser no sentido de receber bem, de co-nhecer as dificuldades, os desafios eos fatores que favorecem ou desfavo-recem a adaptação de alunos estran-geiros para que eles sejam realmentebem acolhidos”, explica. A represen-

tante do Cris no GT, Liliane Menezes,reitera a necessária atuação do Cen-tro de Relações Internacionais em Saú-de na iniciativa, por ser a instância res-ponsável por apoiar e coordenar ocrescente intercâmbio internacional daFiocruz. “Ao integrar o GT, o Cris vê aoportunidade de reunir esforços e re-cursos institucionais para adequaçãodas estruturas da Fundação, com oobjetivo de melhor qualificar o recebi-mento destes estudantes”, afirma.

Apesar de pouco tempo de exis-tência, o trabalho do Grupo de Acolhi-mento a Estudantes já alcançou algunsresultados. Entre eles, a maior disse-minação das informações e integraçãoentre as unidades da Fundação, a me-lhor interlocução com bancos para aber-tura de contas e a elaboração de umaminuta de Portaria com o objetivo dedar fundamento e orientação para arecepção de alunos estrangeiros. “Alémdisso, conseguimos um espaço, no Guiado Estudante da Fiocruz, para um tópi-co específico dedicado ao aluno estran-geiro, além da ampliação do uso doalojamento do Centro de ReferênciaProfessor Hélio Fraga”, conta Marcia.Outra conquista, segundo ela, é a cria-ção do Fiocruz Acolhe, evento anualde boas-vindas aos estudantes brasilei-ros e estrangeiros, que tem por objeti-vo apoiar sua inserção e integração naFundação e na cidade do Rio de Janei-ro. Esse ano o evento foi realizado nodia 12 de março.

Apesar de alguns objetivos já te-rem sido alcançados, o GT de Acolhi-mento ainda tem que percorrer um lon-go caminho para enfrentar asdificuldades enfrentadas pelos estudan-tes no Brasil, principalmente no que dizrespeito à moradia. Questões como afalta de um fiador para a locação doimóvel, o alto preço do seguro-fiança,que ultrapassa o valor do próprio alu-guel, a ausência de mobília nos locaisde moradia e as dificuldades de per-manência em pensionatos ou repúbli-cas integram a lista de desafios queainda precisam ser superados. “Alémdisso, precisamos enfrentar outros pro-blemas, como a necessidade de atua-lização de normas e legislação relati-vas ao estudante estrangeiro, o altocusto de vida na cidade e a ausênciade um espaço físico destinado especi-ficamente ao acolhimento de alunos”,complementa Marcia. Como represen-tantes do IOC e Ensp, respectivamen-te, participam da iniciativa PatriciaCuervo e Luis Collazos.

Quais foram as principaisdificuldades enfrentadas porvocê no Brasil?

Cortés: A legalização da mi-nha residência, a documentaçãode convalidação de estudos e amoradia, pelo fato de não termosa documentação nem pessoas quenos deem um respaldo na hora defazer a contratação. Outra dificul-dade foi o alto custo do transpor-te e da alimentação, somando-sea isso o valor da bolsa, que não ésuficiente para os gastos das des-pesas no Rio de Janeiro.

Como o Grupo de Acolhi-mento a Estudantes te ajudoua enfrentar essas dificuldades?

Cortés: Acho que o mais im-portante foi o fato de saber queexiste uma instância onde pode-mos solucionar ou nos informar dostrâmites, benefícios e garantias nainstituição, no Estado e no Brasil,com respaldo institucional, maisainda em nossa qualidade de es-tudantes estrangeiros ou não resi-dentes no Rio.

De que forma você achaque o GT de Acolhimento podeajudar outros estudantes es-trangeiros que vêm à Fiocruz?

Cortés: Pode ajudar muito,uma vez que formaliza e faz aponte entre nossa antiga e novarealidade. Além do mais, porquenos trata como se fossemos estu-dantes brasileiros, apesar de ser-mos de outro país.

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José Joaquín Cortés, aluno dodoutorado em Medicina Tropical doInstituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)

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Danielle Monteiro - CCS

cada ano cresce o número deestudantes e pesquisadoresestrangeiros que chegam àFiocruz e, com isso, aumenta

também a necessidade de um registroonline que reúna dados sobre esses vi-sitantes. É diante dessa realidade queo Centro de Relações Internacionais emSaúde (Cris/Fiocruz), em parceria coma Coordenação de Gestão de Tecnolo-gia da Informação (CGTI/VPGDI/Fio-cruz), vai criar um sistema web de ges-tão de estrangeiros, denominadoCadestrang.

Este novo recurso vai reunir diver-sas informações sobre alunos, pesqui-sadores, profissionais e visitantes. En-tre elas, o objetivo de sua viagem aoBrasil, seu vínculo a cursos, projetos,unidades ou atividades internas de co-operação, suas condições de subsis-tência no país, os motivos de sua es-colha pela Fundação e o legadodeixado à instituição. O sistema, queserá bilíngue, prevê um módulo espe-cífico para registro de atividades in-ternacionais, que vai guardar atas ecompromissos frutos da visita de mis-sões, delegações e palestrantes a to-das as unidades da Fundação.

A responsável pela criação da fer-ramenta e assessora do Cris, HelenaDistelfeld, explica que a intenção é,mais adiante, interconectar a ferramen-ta aos demais sistemas da Fiocruz quereúnem informação de cooperação eprojetos internacionais, como o Siste-ma de Apoio à Gestão Estratégica(SAGE) e o de Afastamentos do País.

Helena conta que, além de apoiaro desenvolvimento da área de gestãode intercâmbios, o Cadestrang vai ge-rar relatórios com dados essenciais so-bre os estrangeiros. “O sistema vai reu-nir informações importantes, como, porexemplo, se o aluno possui bolsa e alo-jamento no país. Isso vai ajudar no pre-enchimento de lacunas existentes no

destaques

Cris vai implantar sistema decadastro de estrangeiros na FiocruzFerramenta vai ajudar na gestão de intercâmbio e no acompanhamento e acolhimento de alunos e pesquisadores

A

acompanhamento e acolhimento dealunos”, explica.

Uma parte do sistema será preen-chida pelo próprio visitante. A outra seráfeita com auxílio do administrador daFiocruz responsável pelo aluno ou pes-quisador. No caso de um estudante dedoutorado, por exemplo, o preenchi-mento será acompanhado pela unida-de onde ele faz o curso. Já o registro

Organograma do Sistema de Cadastro de Estrangeiros

de atividades internacionais será pre-enchido pelos organizadores das visi-tas e eventos, e complementado poruma ata do relator dessas atividades.“O desafio será implantar, validar, sen-sibilizar e buscar a adesão das unida-des de forma gradativa”, conclui He-lena. Pela CGTI/VPGDI/Fiocruz,participam do projeto Pedro Erthal, Es-ter Morsoletto e Janaina Almeida.

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Fiocruz África ganha nova direçãodestaques

Danielle Monteiro - CCS

escritório da Fiocruz na Áfricaestá com nova direção. Em 11de fevereiro, a ex-diretora ad-junta da unidade, Lícia Olivei-

ra, assumiu o cargo, anteriormente ocu-pado por José Luiz Telles. Fruto de umacordo assinado entre Brasil e Moçam-bique, a Fiocruz África foi criada em2008, com o objetivo de estimular acooperação na área da saúde, por meiodo apoio técnico e de formação depessoal e da transferência de tecnolo-gia. A principal atividade do escritório,que está localizado em Maputo, con-siste em coordenar, acompanhar e ava-liar programas de cooperação entre aFundação e os países africanos. Alémdas parcerias com países do continen-te, as quais contam com apoio e en-volvimento do Cris, o escritório FiocruzÁfrica apoia missões de serviço e se-minários, e ainda participa de fórunscom o objetivo de difundir o conheci-mento e a experiência da Fundação emsistemas e ações de saúde.

Lícia conta que, entre as metaspara sua gestão, está o desenvolvimen-

Regularização da unidade e obtenção de novas linhas de financiamento paracooperações com países africanos estão entre os principais desafios da nova gestão

to de ações para o acompanhamentodas questões de saúde global no conti-nente, além da identificação de opor-tunidades de cooperação para o forta-lecimento dos sistemas nacionais desaúde e o monitoramento de possibili-dades de financiamento. “Pretendemosainda criar fóruns para a difusão do co-nhecimento adquirido e a ampliaçãode parcerias com países africanos”,revela.

O Escritório ainda precisa ser regu-larizado pelo Executivo. O processo estáem reanálise pelo Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Gestão (MPOG)e constitui um dos principais desafiosque a instância enfrenta atualmente.A continuidade das ações da FiocruzÁfrica ainda depende dos rumos dapolítica brasileira de cooperação inter-nacional.

O primeiro passo para superar essedesafio, de acordo com Lícia, será oacompanhamento, o apoio e a avalia-ção da pertinência da continuidade doEscritório, liderado pela Presidência daFiocruz, junto aos Ministérios. “Em se-guida, ciente das dificuldades postas,serão realizados esforços para atuar na

Ocriação ou manutenção das condiçõesnecessárias para a finalização dos pro-jetos da Fiocruz com diversos países afri-canos”, revela Lícia.

Ela conta que, mais adiante, o em-penho será no sentido de alcançar no-vas linhas de financiamento, principal-mente para projetos trilaterais. “AFiocruz tem sido bem avaliada por suascompetências na realização de coope-ração técnica internacional, o que temdespertado o interesse de organismos,como a Comunidade Europeia, emcelebrar acordos trilaterais tendo nos-sa instituição como executora”, diz.

Segundo Lícia, o Escritório podedesempenhar papel fundamental paraa melhoria da saúde no continente e oalcance de um novo patamar para asaúde global. “Certamente a FiocruzÁfrica poderá servir como um observa-tório permanente de acompanhamen-to das necessidades dos povos africa-nos, na monitoria de potenciaisfinanciamentos e no apoio às equipesde cooperação para realizarem suasatividades de forma a fortalecer a saú-de, o desenvolvimento e o combate àpobreza naquele continente”, conclui.

Da direita para a esquerda na foto: a nova diretora da Fiocruz África, LíciaOliveira, o ex-diretor da unidade, José Luiz Telles, e a embaixadora do Brasilem Maputo, Ligia Scherer, durante cerimônia de homenagem ao ex-diretor.

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Filipe Leonel – Enspe Danielle Monteiro - CCS

urante o seminário Relaçõesinternacionais e saúde: polí-tica externa e cooperação in-ternacional em saúde, ocor-

rido nos dias 12 e 13 de janeiro, aEscola Nacional de Saúde Pública(Ensp/Fiocruz) recebeu o embaixadore ex-ministro das Relações Exteriorese da Defesa, Celso Amorim, para umapalestra a respeito das ações de coo-peração internacional do governo bra-sileiro na área da saúde e da políticaexterna, que inclui a luta contra afome e a pobreza. O palestrante tam-bém abordou o quadro político geralque levou à intensificação da coope-ração sul-sul e os bastidores dos acor-dos sobre tabaco do Fórum Índia, Bra-

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Ex-ministro das Relações Exterioresfala sobre saúde global na FiocruzAções de cooperaçãointernacional do governobrasileiro na área da saúdeforam alguns dos temasabordados no seminárioRelações internacionais e saúde:política externa e cooperaçãointernacional em saúde

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sil e África do Sul (Ibas) e dos merca-dos emergentes Brasil, Rússia, Índia eChina (Brics). No evento, Celso refe-riu-se à Fiocruz como uma instituiçãode “orgulho para o país” e ao Brasilcomo uma nação solidária. “Não há,necessariamente, uma contradiçãoentre solidariedade e interesse nacio-nal. O programa de combate à fomeé um exemplo disso”, afirmou.

O seminário integrou as atividadesdo mestrado profissional em SaúdeGlobal e Diplomacia da Saúde da Ensp,criado com o objetivo de promover dis-cussões a respeito da dinâmica do sis-tema mundial e seu impacto sobre asaúde das populações. “Este mestra-do é um reflexo das atitudes tomadaspelos últimos governos no sentido deaumentar a cooperação internacionalem vários setores. Instituições de ex-celência como a Fiocruz permitem aopaís ajudar parceiros mais pobres enecessitados com base em uma expe-riência mais fácil de ser absorvida”,comentou o ex-ministro.

Amorim revelou que os primeirosgrandes acordos de cooperação sul-sul do Brasil ocorreram no final dadécada de 1980. No entanto, muitosdeles não saíram do papel por faltade meios práticos para efetivá-los ou

vontade política. Sobre o período an-terior ao de seu primeiro cargo deministro no governo Lula (2003), oembaixador destacou que o Brasil pos-suía um papel ativo não só na coope-ração sul-sul, mas atuava de maneiramais ampla no que chamou de pontode interseção da política externa desaúde. Celso citou seu envolvimentoem dois temas que, segundo ele, sãoexemplos da diplomacia aplicada a umproblema de saúde: as negociaçõesda Convenção sobre Controle do Ta-baco e a questão da propriedade in-telectual da saúde.

”A experiência na presidência dacomissão que discutiu a Convençãopara o Controle do Tabaco foi extre-mamente complexa, pois era neces-sário lidar não só com governos, mascom organizações não governamen-tais interessadas na limitação do ta-baco, países que tinham no impostosobre o cigarro uma importante fontede receita, produtores e pequenos pro-dutores, cuja atividade econômica nãopoderia ser desconsiderada”, desta-cou. “Esse caso, na minha opinião,pode ser um grande objeto de estudopor se tratar de um exemplo da diplo-macia multilateral, já que as discus-sões eram muito complexas”.

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Brasil: umpaís solidário

Outro exemplo da diplomacia mul-tilateral citado foi a questão da propri-edade intelectual de saúde. “O tematem muito a ver não só com a coope-ração sul-sul, mas também com as li-mitações e alertas que devemos ter emrelação à cooperação norte-sul, que éindispensável aos países, mas em al-guns casos vem empurrada por gran-des interesses”, apontou Amorim aomencionar as discussões na Organiza-ção Mundial do Comércio sobre a li-cença compulsória de medicamentos.

Sobre outras experiências à frentedo Itamaraty, o ex-ministro comentoua opção da política externa brasileiraem defender e avançar os interesses evalores do país no mundo sem se fur-tar a prestar solidariedade aos mais ne-cessitados. “Em diplomacia e políticaexterna sempre surge, em primeiro lu-gar, o interesse nacional. Ninguémnega isso e são classificados como in-gênuos aqueles que colocam outrostemas na frente dos interesses do país.Não enxergo necessariamente umacontradição entre o interesse e a soli-dariedade, a percepção pelo interessedo outro. Um grande exemplo é quepaíses africanos se sentiam represen-tados por nós nas grandes reuniões daOMC. O desenvolvimento da coopera-ção sul-sul nos habilitou a saber pedire exigir uma cooperação adequadapara as outras nações”, admitiu.

O diplomata revelou ser importan-te que a área da saúde dê ênfase aoFórum Ibas, principalmente pelas seme-

lhanças entres os países-membros. “Sãopaíses em desenvolvimento, democrá-ticos, multiculturais, multiétnicos e comproblemas sociais. Houve uma políticaativa durante o governo Lula no senti-do de mudar a geografia econômicamundial e mexer na estrutura de relaci-onamento de países que não conversa-vam. O Brics tem hoje uma proeminên-cia maior, mas o conjunto de afinidadesno Ibas favorecem os acordos”.

Combate à fomeSegundo o palestrante, um tema

que se fixou na agenda internacionalnos últimos anos e reforça a ideia desolidariedade do país diz respeito àsações de combate à fome e à pobre-za. “A ação deu muita visibilidade auma política internacional voltada paraas questões sociais. O tema entrou naagenda internacional pela iniciativa doex-presidente, Luiz Inácio Lula da Sil-va, e do ex-presidente da França, Jac-ques Chirac. Foi a expressão mais for-te do que se chama de poder brando erepresenta esse perfil solidário”.

Já no final de sua apresentação,o convidado falou sobre a inserção doBrasil nos programas de combate àAids, sobre as parcerias com o conti-nente africano e o espírito de solidari-edade dos brasileiros. “A disposiçãodo Brasil para cooperar é muito forte,mas deve haver o mínimo para darpartida ao projeto. Países como Haitie Guiné-Bissau possuem um grandevolume de cooperações técnicas, oque proporciona que entidades comoa Fiocruz possam participar de umesforço colaborativo”.

O panorama dasaúde na políticaexterna brasileira

O segundo dia do evento contoucom a palestra sobre o panorama e osdesafios da saúde na política externabrasileira, ministrada pelo coordenadordo Cris para cooperação com África,Luiz Eduardo Fonseca. Fonseca refor-çou que a cooperação internacional emsaúde é um imperativo ético e impres-cindível para o desenvolvimento e a saú-de nos países de renda média baixa.Ele também destacou que o modelode cooperação brasileira tem buscadorespeitar as realidades nacionais e osdesafios específicos dos países, e nãoapenas reproduzir em solo estrangeiropráticas nacionais bem sucedidas. Alémde atuar como uma via de mão dupla,o modelo de cooperação brasileira,segundo Fonseca, beneficia os paísesparceiros com boas práticas, tecnolo-gia e conhecimento e aprende com asexperiências, o que obriga um cons-tante aperfeiçoamento de programas,ações e instituições.

Segundo Fonseca, apesar de a saú-de ser prioridade da política externabrasileira, ainda há desafios a seremenfrentados no campo. Entre eles, apobreza e exclusão social, a crescenteurbanização, o envelhecimento da po-pulação, a situação de saúde declinan-te em diversos países de renda baixa emédia no mundo, assim como as ini-quidades entre países e no interior dosmesmos. E a resposta a esses desafi-os, segundo ele, ainda não tem sidoeficiente. “O modelo dominante nacooperação internacional em saúdeainda é marcado por uma cooperaçãovertical, focada em enfermidades es-pecíficas ou problemas de saúde, e nãopor uma cooperação horizontal, comenfoque no desenvolvimento dos sis-temas de saúde. Além disso, os doa-dores as vezes predefinem objetivos,programas e prioridades que não es-tão necessariamente adequados àsnecessidades dos países receptores”,alertou. Como alternativas ao modelodominante de cooperação internacio-nal, Fonseca propôs a adoção do mo-delo de cooperação Sul-Sul e a coope-ração triangular Norte-Sul-Sul, além domodelo de cooperação estruturante emsaúde adotado pelo Brasil.

O embaixador e ex-ministro das RelaçõesExteriores e da Defesa,Celso Amorim(Foto: Min. da Defesa)

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Ascom Ensp

projeto Paleoparasitologia e oADN antigo foi aprovado noPrograma Capes/Cofecub, quepromove a realização do in-

tercâmbio científico entre instituiçõesde ensino superior do Brasil e da Fran-ça e a formação de recursos humanosde alto nível nos dois países. O estudoé liderado pelo pesquisador da Escolade Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Adau-to Araújo, e trata da origem e evolu-ção das parasitoses ao longo do tem-po, por meio das análises de amostrasarqueológicas e paleontológicas, data-das desde o período jurássico até opassado recente, em busca de vestígi-os de parasitos. Ao todo, o edital sele-cionou 44 projetos conjuntos de pes-quisa e parcerias universitárias.

Sobre a parceria com a institui-ção francesa, Araújo conta que há

Projeto analisa origem e evolução das doenças provocadaspor parasitos desde o período jurássico até o passado recente

Brasil e França promovemestudo sobre parasitoses

alguns anos o Laboratório de Paleo-parasitologia da Ensp participou deprojeto semelhante com a Universi-dade de Reims com resultados bas-tante exitosos. Naquela ocasião, em2003, ambas instituições editaram umvolume especial da revista Memóri-as do Instituto Oswaldo Cruz sobrepaleoparasitologia, fato que marcoua internacionalização e ampliação deinteresses deste novo ramo da ciên-cia. “Foi a primeira publicação quereuniu especialistas de diversas par-tes do mundo dedicados a esta ciên-cia”, recordou.

Desta vez, com a visita do Dr.Matthieu Le Bailly, professor da Uni-versidade de Franche-Comté e ex-alu-no de doutorado da Universidade deReims, à Fiocruz, durante o Congres-so Mundial de Estudos sobre Múmi-as em 2013, estruturou-se o novo pro-jeto aprovado pela Capes/Cofecub.

OO pesquisador emérito do Museu deHistória Natural de Paris, Jean-PierreHugot, também foi convidado.

“O fenômeno parasitismo surgiudesde o início da vida na Terra. Nãohá organismo que não seja parasita-do. Há, portanto, uma grande diver-sidade de parasitos que influenciaramas mudanças evolutivas que resulta-ram nas espécies de hospedeiros atu-ais. Trata-se de estudo sobre a ori-gem e evolução das parasitoses aolongo do tempo. Para isso, serão ana-lisadas amostras arqueológicas e pa-leontológicas em busca de vestígiosde parasitos. Estas amostras são da-tadas desde o período jurássico até opassado recente. Um exemplo foi oencontro de parasitos em coprólitosde uma espécie de dinossauro, data-dos de 240 milhões de anos, publica-do recentemente na revista Parasitesand Vectors”, resumiu.

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curtas

Portal da ListaEquidade e Redede Conhecimento

No marco da colaboração firma-da entre a Organização Pan-Ameri-cana da Saúde (Opas/OMS) e a Fun-dação Rockefeller, e com o intuito deseguir aprimorando os serviços de dis-seminação seletiva da informação, foilançado o novo Portal da Lista Equi-dade e Rede de Conhecimento.

O novo espaço virtual, de acessolivre e equitativo, atuará como a prin-cipal fonte de informação da Lista epermitirá a geração de debates mo-derados sobre os temas postados, as-sim como facilitará a recuperação derecursos temáticos indexados na Bi-blioteca Virtual em Saúde (coordena-do pela Bireme) e também na cole-ção temática da literatura publicadapela Opas/OMS.

“Além disso, incorporamos novasferramentas para facilitar a aplicaçãode estudos bibliométricos que nos per-mitirá conhecer mais sobre os inte-resses de nossos membros e monito-rar o bom funcionamento de nossaRede. Convidamos a todos para par-ticipar ativamente de mais uma eta-pa deste projeto”, afirmou MarceloD’Agostino, diretor da Gestão de co-nhecimento, bioética e pesquisa.

Fonte: Rets

VI Ciclo deDebates do Nethis

Desenvolvimento, CooperaçãoInternacional, Direitos Humanos, Po-lítica Externa, Defesa e Saúde são astemáticas gerais previstas para as pri-meiras quatro sessões do VI Ciclo deDebates do Núcleo de Estudos sobreBioética e Diplomacia em Saúde (Ne-

this/Fiocruz). A primeira sessão, mar-cada para 19 de março, será realiza-da na Fiocruz Brasília, com palestrasdo diretor do Instituto Butantan, Jor-ge Elias Kalil Filho, e do diretor deBio-Manguinhos/Fiocruz, Arthur Ro-berto Couto, sobre parcerias público-privadas na produção de imunobio-lógicos: transferências de tecnologias.

Fonte: Bio-Manguinhos/Fiocruz

Internacionalizaçãoda produção científica

A Escola Politécnica de Saúde Jo-aquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) apre-senta on-line o primeiro fascículo de2015 da Revista Trabalho, Educaçãoe Saúde. A edição entra no debatesobre a internacionalização da pro-dução científica brasileira, acenadapelo Conselho Nacional de Desenvol-vimento Científico e Tecnológico(CNPq) e Scielo.

No editorial, as autoras ponde-ram sobre os desdobramentos que aestratégia poderia ter, sobretudoquanto a investigações que dão ên-fase a questões locais. “Cabe entãopensar se, ao adotar esse formatode internacionalização, não estaría-mos reincidindo em um processo desubordinação, de benefícios incertos,que nos desviaria da construção deautonomia e do aprofundamento dosentido social da nossa produção ci-entífica”, alertam.

A edição traz ainda artigos origi-nais sobre atenção primária da Opasnos anos 2000, modelos de gestão dotrabalho no setor público de saúde,políticas educacionais em saúde, ACS,visita domiciliar como estratégia deaproximação da realidade social e po-lítica nacional de humanização emhospitais públicos. Leia a revista.

Fonte: Rets

Conferênciada SociedadeInternacional deEpidemiologiaAmbiental

Enfrentando as iniquidades ambi-entais é o tema central da 27ª Confe-rência Anual da Sociedade Internaci-onal de Epidemiologia Ambiental, queacontecerá entre os dias 30 de agos-to a 3 de setembro, em São Paulo. Oevento é promovido pela SociedadeInternacional de Epidemiologia Ambi-ental (International Society for Envi-ronmental Epidemiology – ISEE) e or-ganizado pela Abrasco e pelaFaculdade de Medicina da Universi-dade de São Paulo (FMUSP).

Organização científica internacio-nal, composta por membros de maisde 60 países e com capítulos e gruposregionais na Europa, Mediterrâneo,Ásia e América Latina, a ISEE promo-ve a conferência científica todos osanos com uma programação que in-clui sessões plenárias, simpósios, apre-sentações orais de trabalhos e sessõesde pôsteres. Estão abertas as inscriçõespara a proposição de simpósios e sub-missão de trabalhos científicos. Cliqueaqui para obter mais informações.

Fonte: Abrasco

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curtas

Nos dias 21 e 22 de janeiro, foi re-alizado, na Fiocruz Bahia, o III Seminá-rio Brasil-África de Doença Falciforme,com o objetivo debater e avaliar a coo-peração na área de pesquisa, ensino eformação profissional. O evento reúnepesquisadores e estudantes envolvidosno Programa de Pós-graduação CNPq/Benin e Nigéria para a formação demestres e doutores em Hematologia,voltada para a doença falciforme. Atu-almente, 16 estudantes destes países

Doaçãointernacional

O Instituto de Tecnologia em Fár-macos (Farmanguinhos/Fiocruz) enviouum total de 160.050 comprimidos doantimalárico artesunato + mefloquina(ASMQ) a Venezuela. Desses, 25.020foram para tratamento infantil, os de-mais para uso adulto. A doação foi re-alizada a partir de uma solicitação daOrganização Pan-Americana da Saú-de (Opas) ao Núcleo de AssistênciaFarmacêutica (NAF), a fim de apoiar opaís sul-americano no tratamento depessoas com a doença.

Totalmente desenvolvido por Far-manguinhos com o apoio da IniciativaMedicamentos para Doenças Negligen-ciadas (DNDi, na sigla em Inglês), oASMQ é um medicamento inovador con-tra a malária, capaz de curar o pacienteem até três dias. Sua formulação emdose fixa combinada de artesunato emefloquina é considerada pela Organi-zação Mundial da Saúde (OMS) como omelhor tratamento contra a doença.

Fonte: Farmanguinhos/Fiocruz

CongressoIberoamericano deMedicina Familiare Comunitária

Será realizado, entre os dias 18 e21 de março, em Montevidéu, Uruguai,o 4º Congresso Iberoamericano de Me-dicina Familiar e Comunitária. O temadesta edição será Qualidade e equida-de no cuidado da saúde. O encontroreunirá profissionais e pesquisadores daárea sobre esses dois princípios, comdebates sobre os avanços políticos, so-ciais, científicos e tecnológicos, além deprincípios e objetivos que extrapolam amedicina familiar e comunitária, masque são imprescindíveis para a mesma.Para mais informações, clique aqui.

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) participou do XII CongressoLuso Afro Brasileiro de Ciências So-ciais e Humanas (XII CONLAB), queaconteceu entre os dias 01 e 05 defevereiro, na Universidade Nova deLisboa, em Portugal. Do Laboratóriode Inovações em Terapias, Ensino eBioprodutos do IOC, Márcio Luiz Me-llo foi responsável por coordenar ogrupo de trabalho Saúde, Cultura eReligião: um diálogo a partir das prá-ticas terapêuticas culturais e religio-sas. O grupo discutiu, dentre diver-sos assuntos, a influência que asterapias, crenças e ritos possuem so-bre a vivência e a interpretação queos indivíduos têm sobre doenças e

Seminário Brasil-África de Doença Falciformeestão regularmente matriculados na pós-graduação na Fiocruz, UFBA, Unicampe Escola Paulista de Medicina, institui-ções que participam do Programa.

A ideia é expandir as atividadespara o treinamento de médicos e pro-fissionais de outras áreas da saúde,estendendo a presença da Fiocruznestes países e ampliando a coope-ração Sul-Sul.

Fonte: Fiocruz Bahia

práticas de cura que visam à promo-ção da saúde.

Uma das mais importantes reuni-ões de cientistas sociais e das humani-dades dos países de língua oficial por-tuguesa, o evento teve como temaprincipal os Desafios às Ciências Soci-ais em Língua Portuguesa. Durante areunião, os participantes acompanha-ram discussões e apresentaram traba-lhos voltados para temas clássicos econtemporâneos das Ciências Sociais.Criado há 25 anos, o CONLAB tem oobjetivo de fomentar a criação, a con-solidação e a internacionalização des-ta produção em língua portuguesa.

Fonte: IOC/Fiocruz

Congresso Luso Afro Brasileiro deCiências Sociais e Humanas

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curtas

A Escola Nacional de Saúde Públi-ca (Ensp/Fiocruz) foi reconduzida àSecretaria Executiva da Rede de Esco-las de Saúde Pública da Unasul (Resp/Unasul) para o período 2015-2016. Adecisão foi tomada na 3ª reunião daRede. No encontro, também foi acor-dada a produção conjunta de um do-cumento técnico sobre o panorama daformação de saúde pública na região,atividade que será conduzida pelos re-presentantes de Uruguai e Chile, alémda aprovação da proposta de oficinapara discutir e avaliar a educação pro-fissional e superior.

Com ativa participação de repre-sentantes de 9 dos 12 países membrosda Unasul, discutiu-se, ao longo doencontro, alguns do principais desafios

A revista Public Understan-ding of Science (PUS) de janeirode 2015 traz o especial Voicesfrom other lands (Vozes de outrasterras), que reúne artigos e refle-xões sobre a divulgação científi-ca fora do eixo Europa e EstadosUnidos. Uma das principais revis-tas do mundo na área de comu-nicação da ciência e divulgaçãocientífica, a PUS inclui neste nú-mero, editado pela pesquisadorado Museu da Vida (COC/Fiocruz)Luisa Massarani, seis artigos queabordam facetas distintas da di-vulgação científica de países daAmérica Latina, África e Ásia.Entre os temas abordados, estãomuseus de ciência, mídia e rela-ção dos cientistas com os meiosde comunicação de massa.

A concepção do número es-pecial partiu da constatação deque a circulação de pesquisas emcomunicação da ciência e divulgaçãocientífica é dominada por países comoEstados Unidos, Inglaterra, Austrália eNova Zelândia, não por acaso paísesque têm o inglês como língua-mãe.Com o objetivo de se fazer ouvir as“vozes inauditas” de diversas partes domundo, foram selecionados para estaedição seis artigos escritos por pesqui-

Parcerias comUniversidadesde Montreal eNova Lisboa

Para apresentar as inciativas depesquisas aplicadas e intervencionaisno âmbito global, fruto de parceria daFiocruz com as Universidades de Mon-treal e de Nova Lisboa, a Rede SaúdeManguinhos realizou um ciclo de ofi-cinas de trabalho. O encontro contoucom a participação da doutora emSaúde da Comunidade e docente doDepartamento de Medicina Preventi-va e Social da Universidade de Mon-treal, Louise Potvin, que também éeditora do Canadian Journal of PublicHealth. Assista ao vídeo Translação doConhecimento em Saúde Pública: ini-ciativas da Fiocruz, produzido peloPrograma de Desenvolvimento e Ino-vação Tecnológica em Saúde Públicada Vice-Presidência de Pesquisa e La-boratórios de Referência (PDTSP/VP-PLR). Além de Louise Potvin, o vídeotraz ainda a exposição da coordena-dora do PDTSP e pesquisadora da EnspIsabela Soares Santos.

A Fiocruz vem construindo um Pla-no Institucional de Indução à Ciên-cia, Tecnologia e Inovação em Saú-de. Um dos objetivos da VPPLR para2015 é fomentar a pesquisa aplicadae intervencional no eixo temáticoPoliticas Públicas, Modelos de aten-ção e gestão a saúde, com induçãoàs pesquisas cujos resultados sãoapropriados e utilizados pelo seu pú-blico-alvo na solução de problemasconcretos que fomentem melhoriaspara o SUS e nas condições e quali-dade de vida da população.

Fonte: Ensp/Fiocruz

sadores de Gana, Argentina, México,Suriname, Taiwan e Tailândia. A leitu-ra dos artigos é livre para quem temacesso ao Portal Capes. Para os de-mais usuários, o acesso à maior partedos artigos é pago, mas os resumospodem ser lidos gratuitamente.

Fonte: COC/Fiocruz

da formação em saúde pública na re-gião sul-americana, entre os quais anecessidade de qualificar gestores eprocessos de serviços, programas e sis-temas de saúde, a dificuldade de qua-lificação, provisão e retenção de pro-fissionais de saúde em áreas remotas,a importância de se estabelecer crité-rios comuns de qualidade para a for-mação e a qualificação em saúde pú-blica e a necessidade de harmonizaras ofertas educacionais às prioridadesdos serviços, programas e sistemas desaúde na região. Os países participan-tes foram Bolívia, Brasil, Chile, Colôm-bia, Equador, Paraguai, Suriname, Uru-guai e Venezuela.

Leia mais no site da Ensp/Fiocruz.

Divulgação científica além doeixo Europa e Estados Unidos

Reunião da Rede deEscolas de Saúde Pública

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Programa de bolsasde estágio doInstituto Pasteur

A direção internacional do Institu-to Pasteur lança chamada de candida-tura para bolsas de estágio do Progra-ma Calmette e Yersin. As bolsas,financiadas pela Direção Internacional,tem por objetivo facilitar a mobilidadedentro da Rede Internacional dos Insti-tutos Pasteur (RIIP) e de promover efacilitar a realização de estágios cien-tíficos (estudantes, pesquisadores e téc-nicos) do Instituto Pasteur e da RIIP noInstituto Pasteur, em Paris e dentro deum instituto da RIIP.

A data limite de inscrição é31 de março. As inscrições

devem ser efetuadas pelo site:bourses.pasteur-international.org

E X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T E

CRISINFORMA

#18JANEIRO / FEVEREIRO

DE 2015

Coordenadoria de ComunicaçãoSocial (CCS)

Edição e redação

Danielle Monteiro com apoio daCoordenação de Informação eComunicação do Cris/Fiocruz

Projeto gráficoe edição de arte

Guto Mesquita

Fotografia

Peter Ilicciev e Arquivo CCS

Contato

Danielle Monteiro - Tel: (21) 3885-1065 - E-mail:

[email protected]

oportunidades de treinamento

Programa Geralde CooperaçãoInternacional

A Coordenação de Aperfeiçoa-mento de Pessoal de Nível Superior(Capes) divulgou o edital do Progra-ma Geral de Cooperação Internacio-nal (PGCI), que selecionará projetosconjuntos de pesquisa, parcerias uni-

Curso de cooperaçãointernacional para odesenvolvimento

Os coordenadores de disciplinas ea equipe de educação a distância sereuniram, em 3 de fevereiro, para de-talhar a nova iniciativa educacional doNúcleo de Estudos sobre Bioética e Di-plomacia em Saúde (Nethis/Fiocruz), ocurso Cooperação internacional para odesenvolvimento: especificidades daárea da saúde. A previsão é de queesteja disponível para o público no se-gundo semestre de 2015.

O curso será de 80 horas, na mo-dalidade de educação a distância, comseguinte temário: saúde, ambiente edesenvolvimento no contexto das rela-ções internacionais; cooperação inter-nacional em saúde; paradoxos da coo-peração internacional em saúde; egestão de políticas e projetos de coo-peração internacional em saúde.Além disso, os participantes desenvol-verão exercícios de integração dessesconteúdos na elaboração de análisessobre situações concretas de suas ex-periências profissionais.

O projeto faz parte das atividadesde termo de cooperação assinado en-tre a Organização Pan-Americana daSaúde (Opas) e a Fiocruz. O acordo,com final marcado para dezembro de2015, apoia diversas iniciativas da Fun-dação nos últimos dez anos, sob coor-denação geral do Centro de RelaçõesInternacionais em Saúde (Cris/Fiocruz).“É importante ressaltar em que con-texto este projeto do EaD está inseri-do, destacando a importância do acor-do para o desenvolvimento institucionalda cooperação internacional no âmbi-to da Fiocruz, inclusive a criação doNethis”, observa o coordenador doNúcleo, José Paranaguá de Santana.

Fonte: Nethis/Fiocruz

Prêmio PríncipeAlbert II de Mônaco

O Instituto Pasteur, o Centro Cien-tífico de Mônaco e a Fundação Prínci-pe Albert II de Mônaco lançam umachamada para candidaturas ao prêmioPríncipe Albert II de Mônaco – Institu-to Pasteur 2015. O prêmio, de 40 mileuros, será concedido a um pesquisa-dor que realiza estudos no campo demudanças ambientais e climáticas comimpactos sobre a saúde humana.

A premiação é uma homenagemao pesquisador que contribui de ma-neira considerável a sua área de pes-quisa. Interessados devem enviar, eminglês: carta de uma página que des-creve a importância de sua contribui-ção à área das mudanças ambientaise climáticas com seus impactos nasaúde humana; currículo; lista dassuas publicações científicas; resumode uma página sobre seus projetosfuturos de pesquisa; e duas cartas derecomendação.

Inscrições devem ser enviadasem PDF até 31 de março, para

[email protected] ou [email protected].

Para saber mais, acesse:www.ec2h-monaco.org.

versitárias e candidaturas individuaisem qualquer área do conhecimentodurante 2015.

O programa pretende fomentar ointercâmbio entre instituições de ensi-no superior e institutos ou centros depesquisa e desenvolvimento brasileirose estrangeiros, selecionar projetos cominstituições com as quais a Capes nãopossui editais específicos de seleção eselecionar candidaturas individuais,para casos de candidatos academica-mente excepcionais que não possamser contemplados por editais específi-cos da Capes para bolsas no exterior.

O programa seguirá cronogramasde inscrição em fluxo contínuo, coma previsão de seleção de até 15 proje-tos por cronograma, totalizando até 60projetos selecionados por ano. A sele-ção de candidaturas individuais estáestimada em uma por cronograma, atéquatro por ano.

Fonte: Capes

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entrevista

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Tese de mestrado analisaprojeto de instalação defábrica de antirretroviraisem Moçambique

Por que escolheu como temapara sua dissertação o projeto deinstalação da fábrica de medica-mentos em Moçambique? E qual foio objetivo do estudo?

Rawlinson: A escolha desse temadecorreu basicamente pela inexistên-cia de material mais específico que ti-vesse por base a experiência vivencia-da pela equipe técnica envolvida como projeto. A iniciativa tem sido costu-meiramente abordada pela academiaa partir de outros “olhares” ou abor-dagens que, do meu ponto de vista,retratam apenas uma parte do conjun-to de elementos principais do projeto.

Os artigos que se referem ao pro-jeto tentam, cada um a seu modo, re-tratar alguns dos elementos caracterís-ticos dessa experiência executada porFarmanguinhos/Fiocruz, porém eu sin-to que falta algo mais voltado para asistematização das atuais informaçõesdesse processo e o próprio históricodessas ações. Tal fato me levou a con-siderar a possibilidade de elaborar umadissertação não conclusiva, mas decaráter mais explicativo e que pudesseinstigar outras análises e estudos futu-

Danielle Monteiro - CCS

instalação da fábrica de antirretrovirais e outrosmedicamentos em Maputo, fruto de parceria entre oInstituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e o governo de Moçambique, é citada entre os

casos que justificam a inserção do Brasil no cenário internacional,além de ser pauta de discussões importantes como a questãoda saúde na política externa brasileira e a efetividade dacooperação internacional brasileira em saúde.

O projeto recentemente ganhou mais um destaque, sendotema de uma das dissertações do mestrado profissionalizanteem Saúde Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). O autor da tese e representante de Farmanguinhos naCâmara Técnica de Cooperação Internacional, RawlinsonRodrigues, contou ao Crisinforma como foi realizado o estudo erevelou os principais resultados obtidos.

ros acerca dos diversos elementos quecompuseram o desenvolvimento doprojeto. Baseado nesse contexto, oobjetivo principal do estudo foi anali-sar o desenvolvimento do projeto, dan-do ênfase aos aspectos operacionais datransferência de tecnologia visando ainstalação e funcionamento da fábricadenominada Sociedade Moçambicanade Medicamentos.

Quais foram as principais con-clusões encontradas pelo estudo?

Rawlinson: Um dos elementos demaior questionamento apresentado emdiversos artigos acadêmicos e que pos-suem grande relação com o desenvol-vimento do projeto situa-se sobre a pos-sibil idade ou viabilidade para ainstalação de unidades públicas produ-toras de medicamentos em outros pa-íses em desenvolvimento, principal-mente para aqueles localizados empaíses africanos. Essa visão foi, de cer-ta forma, desconstruída ou, pelo me-nos, vista de outra forma a partir daexperiência com Moçambique. O pro-jeto viabilizou a instalação de uma in-dústria farmacêutica pública em um

país em desenvolvimento africanomediante determinadas condições téc-nicas e estruturais.

Desse modo, a presença em Mo-çambique de uma unidade produtorade medicamentos com infraestruturacompleta e que foi concebida segun-do os requisitos de Boas Práticas de Fa-bricação surge como o resultado maisexpressivo desse processo e que foi con-firmado pelo estudo. Tal verificação di-aloga, inclusive, com os resultados deoutros dois estudos de 2007 e 2012 re-alizados, respectivamente, pela UniãoAfricana e pela Organização das Na-ções Unidades para o Desenvolvimen-to Industrial (UINDO), que indicaram aexistência de algum tipo de produçãode medicamentos em aproximadamen-te 38 países africanos.

Uma segunda conclusão identifica-da relaciona-se ao fato de o Brasil teraprimorado seu conhecimento sobre oprocesso de transferência de tecnolo-gia entre atores públicos de países emdesenvolvimento. A experiência brasi-leira tem sido marcada por processosde transferência de tecnologia seguin-do uma lógica de absorção, porém, ocaso de Moçambique reflete um pro-

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entrevista

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cesso diferente, por ser um processode efetivo repasse e que possui diver-sos elementos complicadores que so-mente foram “desvendados” à medi-da que foi executado o projeto.

O estudo também indicou, em de-corrência da experiência vivenciada emMoçambique, grandes possibilidades deampliação de demandas estrangeiraspara o Brasil, visando a realização deoutras ações similares ao que ocorreucom Moçambique. Essas demandas, porconseguinte, podem seguir dois cami-nhos fundamentais: a maior inserçãobrasileira no cenário internacional apartir de atividades de cooperação e deiniciativas de grande representativida-de e prestígio; e a gestão de um novoquadro de desafios a serem gerencia-dos em âmbito nacional, uma vez quea execução das atividades de coopera-ção internacional demanda não apenasrecursos financeiros, mas também con-dições jurídico legais das quais o Brasilainda não dispõe.

O estudo apontou que o obje-tivo maior do projeto (ampliar oacesso universal e gratuito a medi-camentos) não foi alcançado. A queisso pode ser creditado?

Rawlinson: Um dos motivos édevido à inexistência em Moçambiquede políticas públicas em saúde maisestruturadas, coesas e fortes, principal-mente no que se refere à política demedicamentos e assistência farmacêu-tica. O país conseguiu, em decorrên-cia da própria fábrica, realizar algunsavanços significativos nesses campos,porém ainda falta desenvolver outrasáreas que possuem impacto direto coma existência da fábrica.

O país enfrenta problemas sérios re-lacionados à baixa disponibilidade e va-riedade de medicamentos, à elevadaquantidade de itens falsificados em cir-culação em decorrência da ineficiênciada área de fiscalização e frequentes rup-turas de estoque para o fornecimento demedicamentos. A cadeia da assistênciafarmacêutica ainda não está estrutura-da em Moçambique e deverá ser traba-lhada com muito afinco pelo Ministérioda Saúde de Moçambique e por outrasinstâncias moçambicanas de tal modoque possa viabilizar, pelo menos, a am-pliação do acesso aos medicamentos.

Outro ponto relevante a ser consi-derado refere-se à possibilidade de aSociedade Moçambicana de Medica-

mentos estar inserida em uma estraté-gia maior do Estado Moçambicanovoltada tanto para a área de saúdequanto para o desenvolvimento indus-trial. Tal situação, contudo, ainda nãofoi concebida ou analisada com maioratenção pelo governo de Moçambi-que, fato que, por consequência, im-pactou significativamente as própriasoperações de produção da fábrica eapoio ao sistema de saúde de Moçam-bique. Soma-se a isso o fato de o ne-gócio farmacêutico público se configu-rar como um segmento totalmentenovo em Moçambique e que deman-da certo tempo de maturação enquan-to indústria, atendimento de requisitoslegais e elevados níveis de investimen-to inicial até sua efetiva autonomia epleno funcionamento.

Quais foram os outros desafiosenfrentados pelo projeto?

Rawlinson: Um dos desafios en-frentados pelo projeto esteve relaciona-do à incipiente capacidade de atuaçãoda autoridade regulatória de Moçam-bique nas atividades diretamente liga-das à indústria farmacêutica, principal-mente em termos de análise de pedidospara registro de medicamentos e ins-peções voltadas à emissão de certifica-do de boas práticas de fabricação. Noconjunto de dez pedidos apresentadosentre 2010 e 2014 para fins de registroem Moçambique, foi verificado um tem-po médio de oito meses entre a análisee efetiva emissão de registro de um me-dicamento em Moçambique, sendo queem alguns casos verificou-se um tempoaproximado de até 20 meses. Tais situ-ações, por sua vez, estão diretamenterelacionadas à necessidade de consoli-dação e fortalecimento das instituiçõespúblicas moçambicanas, fato que ain-da demandará muito mais esforços in-ternos até que se possa chegar a ummelhor nível de atuação. No que dizrespeito ao processo de transferência detecnologia, o desafio residiu na quanti-dade de profissionais moçambicanoscom condições técnicas para o desen-volvimento de todo o conjunto de ativi-dades previstas no projeto e que sãonecessárias ao pleno funcionamento deuma indústria farmacêutica.

O Brasil também apresentou algunsdesafios que impactaram significativa-mente a sua prática da cooperaçãointernacional. É necessário ao Estadobrasileiro construir um marco legal es-

pecífico para a execução desses tiposde atividade junto a outros países. Ape-sar de a semente para esse projeto tersido plantada em 2000, foi necessárioainda mais 22 meses para que se pu-desse efetivar a liberação de recursosfinanceiros para a sua execução. Apossibilidade de existência de um mar-co legal para a prática da cooperaçãointernacional poderia, em princípio,ajudar a minimizar esse tempo e esta-belecer novos padrões de execução deatividades similares.

Sua tese de dissertação apon-tou dois momentos críticos para aexecução do projeto. Quais forameles e por que foram decisórios?

Rawlinson: O primeiro momentoesteve relacionado ao fato de Moçam-bique ter informado à parte brasileira,ainda em junho de 2010, sobre a im-possibilidade de cumprir com a sua res-ponsabilidade para a execução das obrasde adequação da Sociedade Moçam-bicana de Medicamentos, em decorrên-cia da indisponibilidade de recursos fi-nanceiros no orçamento do Estadomoçambicano. Essa situação se esten-deu por meses até que, em novembrode 2010, o então presidente Luiz InácioLula da Silva conseguiu negociar com aFundação Vale Moçambique o aportede recursos no montante de 4,5 milhõesde dólares a título de contrapartida dogoverno de Moçambique. Esse cami-nho construído foi materializado emmarço de 2011, com o efetivo início dasatividades de adequação da fábrica demedicamentos moçambicana, o qual,após 11 meses, foi concluído.

O segundo momento crítico decor-reu do próprio início das atividades deadequação da Sociedade Moçambica-na de Medicamentos, entre março de2011 e fevereiro de 2012. Havia pou-co conhecimento da empresa contra-tada para realizar o serviço quanto aosrequisitos regulatórios brasileiros e in-ternacionais para a construção de uni-dades produtoras de medicamentos eseu respectivo funcionamento. Dessemodo, a contribuição da equipe técni-ca brasileira foi fundamental em razãode também estar prestando uma as-sessoria técnica especializada para aempresa executora das obras de ade-quação de tal forma que se pudesseatender aos requisitos brasileiros e in-ternacionais colocados para indústriasfarmacêuticas.