filosofia2

18
Boaventura de Sousa Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO DEPARAMENTO DE ESTUDOS BÁSICOS FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO II: PROBLEMAS FILOSÓFICOS Ana Cláudia Fonseca, Beatris Moraes, Bruna Sauer, Graziela Balbinoti, Jéssica Bischoff Porto Alegre 1º semestre 2013

Upload: jessica-pellegrini-meinerz

Post on 11-Jul-2015

94 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Filosofia2

Boaventura de Sousa Santos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DEPARAMENTO DE ESTUDOS BÁSICOS

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO II: PROBLEMAS FILOSÓFICOS

Ana Cláudia Fonseca, Beatris Moraes, Bruna Sauer, Graziela Balbinoti, Jéssica Bischoff

Porto Alegre

1º semestre 2013

Page 2: Filosofia2

O autorBoaventura de Souza Santos

15 de novembro de 1940

Doutor em sociologia

Coordenador da obra "Reinventar a Emancipação

Social: Para novos manifestos“

Pesquisa a Sociologia das Emergências

Page 3: Filosofia2

Uma nova cultura política e emancipatória

Materialismo

Unidade de saber

Page 4: Filosofia2

Não há ignorância geral

A ------------------------ B

Ignorância Saber

Page 5: Filosofia2

Conhecimento de regulação (CR)

A Bcaos ordem

Conhecimento de emancipação (CE)

A BColonialismo -> economia solidária

Economia solidária <- Colonialismo

Page 6: Filosofia2

Uma nova cultura emancipatória

1º Desafio: Reinventar as possibilidades

emancipatórias que haviam nesse conhecimento

emancipador: uma utopia crítica.

De uma utopia conservadora para uma utopia

crítica.

Sobretudo, porque a hegemonia mudou.

“ A hegemonia é uma tentativa de criar consenso

baseada na ideia de que o que ela produz é bom

para todos.”

Page 7: Filosofia2

Há dois problemas teóricos: o do silêncio e o dadiferença.

O silêncio é resultado do silenciamento: a culturaocidental e a modernidade têm uma amplaexperiência histórica de contato com outras culturas,mas foi um contato colonial, um contato de desprezoe por isso silenciaram muitas dessas culturas,algumas das quais destruíram.

Grande desafio: como fazer o silêncio falar de umamaneira que produza autonomia e não a reproduçãodo silenciamento.

Page 8: Filosofia2

2º Desafio: A diferença.

No diálogo intercultural, temos de produzir uma

luta contra duas frentes. Uma é a política de

hegemonia: não há outras culturas críveis. A outra é

a política de identidade absoluta: há outras culturas,

mas são incomensuráveis.

Page 9: Filosofia2

Debate Sobre a Possibilidade de Uma Filosofia Africana

Tradicionalistas: Pensam que há uma filosofia africana conectada com sua cultura e como tal não é uma filosofia que pode dialogar com a filosofia ocidental.

Modernistas: Dizem que não há uma filosofia africana, há uma filosofia universal, o fato de ter começado no ocidente ( o que é um erro; como sabemos; como sabemos, começou na África é só uma questão de tempo, amanhã os africanos estarão com Aristóteles, Platão.

Temos de nos acostumar a ser interdisciplinares;

É preciso conversar muito mais, dialogar muito mais, buscar outra metodologia de saber, ensinar, aprender.

Page 10: Filosofia2

3º desafio: distinção entre objetividade e

neutralidade

4º desafio: como desenvolver subjetividades

rebeldes e não apenas subjetividades conformistas

Corrente fria e corrente quente

Page 11: Filosofia2

Epistemologia do Sul, o quinto desafio.

Colonialismo social

Page 12: Filosofia2

Fórum Social Mundial(FSM)

Ajuda-nos a renovar a teoria social e política em

diferentes níveis

Um nível é uma concepção mais ampla de poder e de

opressão

Page 13: Filosofia2

Seis espaços estruturais, nos quais se geram seis formasdistintas de poder:

O espaço-tempo doméstico

˜O espaço-tempo da produção

˜O espaço-tempo da comunidade

O espaço estrutural do mercado

O espaço-tempo da cidadania

O espaço-tempo mundial

Page 14: Filosofia2

A segunda inovação teórica: necessitamos construir a emancipação a partir de uma nova relação entre o respeito da igualdade e o princípio do reconhecimento da diferença.

O terceiro avanço teórico: entre a legalidade e a ilegalidade.

Page 15: Filosofia2
Page 16: Filosofia2

Para uma democracia de alta intensidade

Nos anos 60 havia uma grande variedade de modelos democráticos. Nos últimos 20 anos o único modelo que permaneceu foi o da democracia liberal

representativa.

A naturalização da corrupção é um aspecto fundamental para uma democracia de baixa intensidade porque mantém os cidadãos afastados das questões políticas.

Uma cidadania que se baseia na ideia de participação mas não garante suas condições materiais:

Nossa sobrevivência garantida Um mínimo de liberdade para que não haja uma ameaça quando vamos votar Acesso à informação

Banalizando a opinião do cidadão, que participa cada vez menos de decisões relevantes para a produção de poder.

Democracia de baixa intensidade

Page 17: Filosofia2

CRIANDO UMA DEMOCRACIA CONTRA HEGEMONIA:

Reinventar a demodiversidade, relacionando ademocracia representativa e a democracia participativa: Na democracia representativa elegemos os que tomam decisões

políticas; na democracia participativa, os cidadãos decidem, tomam as decisões.

A democracia precisa ser vista como parte do problema, precisa ser repensada

Obstáculos:

Se não há uma articulação política entre movimentos sociais e os partidos políticos, não é possível uma articulação entre democracia representativa e participativa. É preciso vencer esses dois fundamentalismos.

Criminalização dos protestos Falta de compreensão e união entre os movimentos sociais.

Page 18: Filosofia2

Referências

Santos, Boaventura de Sousa. Renovar a teoria

critica e reinventar a emancipação social/

Boaventura de Sousa Santos; tradução Mouzar

Benedito. SãoPaulo: Boitempo, 2007.