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FILOSOFAR COM TEXTOS: TEMAS E HISTÓRIA DA FILOSOFIA Concepções políticas Capítulo 21 – Concepções políticas FILOSOFAR COM TEXTOS: TEMAS E HISTÓRIA DA FILOSOFIA Capítul o 21

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FILOSOFAR COM TEXTOS:TEMAS E HISTÓRIA DA FILOSOFIA

Concepções políticas

Capítulo 21 – Concepções políticas

FILOSOFAR COM TEXTOS:TEMAS E HISTÓRIA DA FILOSOFIA

Capítulo21

FILOSOFAR COM TEXTOS:TEMAS E HISTÓRIA DA FILOSOFIA

Contratualismo e divisão de poderes O conceito de direito natural (jusnaturalismo) consiste na

defesa de uma lei universal ditada pela razão humana.

Apesar de antigo, foi na Idade Moderna que o conceito de direito natural tornou-se laico, desvinculado da religião.

Na direção do jusnaturalismo surgiu a vertente teórica do contrato social, elaborada pelos filósofos Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau.

No estado de natureza, o indivíduo viveria como dono exclusivo de si e dos seus poderes: que motivo o teria levado a se submeter a um Estado?

A pergunta é sobre a legitimidade do Estado. Aqueles filósofos respondem que o poder deve se fundar na representatividade e no consenso.

Capítulo 21 – Concepções políticas

FILOSOFAR COM TEXTOS:TEMAS E HISTÓRIA DA FILOSOFIA

Thomas Hobbes Em troca da segurança e da preservação da própria vida, ameaçadas no estado de natureza, os indivíduos realizam o contrato social: um pacto pelo qual abrem mão de sua liberdade e transferem o governo para um soberano.

O soberano possui um poder absoluto, total e ilimitado. Para atemorizar os indivíduos, exerce seu poder pela força, pela ameaça e pelo castigo. Esse poder é incontestável pelo súdito.

Retrato de Thomas Hobbes, pintura de John Michael Wright, século XVII

Capítulo 21 – Concepções políticas

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John Locke Para Locke, no estado de natureza os indivíduos não se

encontram em guerra uns contra os outros. O contrato social, no entanto, é necessário para garantir a preservação da propriedade dos indivíduos (vida, liberdade, bens).

Ao contrário do que ocorre em Hobbes, os homens têm direito à insurreição caso o soberano traia a confiança nele depositada.

Capítulo 21 – Concepções políticas

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John Locke Um aspecto progressista é a concepção parlamentar do

poder político: o legislativo é o poder supremo.

Como representante dos ideais burgueses, Locke enfatizou a necessidade de preservação da propriedade. E propriedade, para ele, significa ser dono do próprio corpo, o que condena a servidão e a escravidão.

No entanto, a concepção de liberdade de Locke é abstrata e elitista, porque apenas os que têm fortuna podem usufruir da plena cidadania, para votar ou ser votado.

Capítulo 21 – Concepções políticas

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Jean-Jacques Rousseau O indivíduo encontra-se livre e feliz

no estado de natureza (o “bom selvagem”).

A propriedade, contudo, é a responsável pela desigualdade entre os homens.

O verdadeiro contrato social, ao contrário do falso contrato, não retira do povo sua soberania.

Com esse pressuposto, Rousseau recupera a noção de democracia direta ou participativa, mantida por meio de assembleias de todos os cidadãos.

Capítulo 21 – Concepções políticas

Retrato de Jean-Jacques Rousseau, pintura de Maurice Quentin de La Tour, 1753

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Jean-Jacques Rousseau A vontade geral: é a disposição de

legislar não como pessoa privada, mas como pessoa pública.

A vontade geral não se confunde com a vontade da maioria, porque a somatória dos interesses particulares pode ser egoísta e não atender ao bem comum.

Capítulo 21 – Concepções políticas

Retrato de Jean-Jacques Rousseau, pintura de Maurice Quentin de La Tour, 1753

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FILOSOFAR COM TEXTOS:TEMAS E HISTÓRIA DA FILOSOFIA

Montesquieu

Retrato do filósofo francês Charles de Montesquieu, 1728

A teoria da separação e da autonomia dos três poderes surgiu como forma de combate à tirania.

A independência entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário garante o equilíbrio desses três poderes entre si.

Refletindo sobre o abuso do poder real, Montesquieu concluiu que “só o poder freia o poder”, daí a necessidade de cada poder manter-se autônomo e constituído por pessoas diferentes.

Capítulo 21 – Concepções políticas

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O liberalismo clássico O liberalismo clássico é constituído por um conjunto de

ideias éticas, políticas e econômicas da burguesia, em oposição à visão de mundo da nobreza feudal.

São três os seus aspectos principais: liberalismo político, liberalismo ético e liberalismo econômico.

Liberalismo político: teorias políticas que se contrapunham ao absolutismo monárquico e ao direito divino do poder real. Baseavam-se no contratualismo e no consentimento dos cidadãos.

Liberalismo ético: defesa da tolerância religiosa e da liberdade de expressão, combatendo o uso arbitrário do poder com a instituição de um Estado de direito.

Capítulo 21 – Concepções políticas

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Liberalismo econômico: opõe-se à intervenção estatal sobre as atividades econômicas. Defende a livre iniciativa e a competitividade no mercado.

Na modernidade foram esboçadas as novas linhas que orientaram daí em diante as ideias liberais e os primeiros passos em direção à conquista de cidadania e democracia.

Capítulo 21 – Concepções políticas

O liberalismo clássico

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ANOTAÇÕES EM AULACoordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Cláudia FernandesElaboração: Maria Lúcia de Arruda Aranha e Renato dos Santos BeloEdição de texto: Samir ThomazPreparação de texto: José Carlos de CastroCoordenação de produção: Maria José TanbelliniIconografia: Camila D'Angelo, Marcia Mendonça, Angelita Cardoso e Denise Durand Kremer 

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