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FILOGENIA HUMANA O PADRÃO ANATÔMICO DOS HOMINÍDEOS E SUA EVOLUÇÃO

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FILOGENIA HUMANA

O PADRÃO ANATÔMICO DOS

HOMINÍDEOS E SUA

EVOLUÇÃO

ANATOMIA COMPARADA

# Fundamental para o estudo da evolução humana.

# Procura as semelhanças e as diferenças entre dois ou mais grupos orgânicos

→ Permite a correta interpretação das relações de parentesco biológico entre organismos fósseis conhecidos pelos seus restos esquelatais.

♦ A moderna anatomia nasceu dos trabalhos de Andries Van Wesel (Andréas Vesalius).

→ anatomista belga (1514 – 1564)

→ Sobre a Estrutura do Corpo Humano

ANATOMIA COMPARADA

# A moderna anatomia comparada surgiu com os notáveis trabalhos de Georges Cuvier (1769 – 1832).

→ Lições Sobre a Anatomia Comparada

→ Reino Animal

♦ Cuvier desenvolveu o valioso conceito anatômico de “Tipo”.

→ Padrão de estrutura anatômica que ocorre em um grande grupo orgânico e por meio do qual podem ser reconhecidos seus componentes, os quais são, por sua vez, variações em torno do padrão básico.

CRÂNIO

# Formado por três regiões

crânio → parte superior

rosto → parte anterior

mandíbula → parte móvel

♦ Sofreu a tendência evolutiva de arredondar-se em diversos graus.

♦ Evoluiu de espesso para delgado e mais leve.

♦ Espessura, tamanho e configuração mudaram, mas o padrão se manteve perfeitamente reconhecível.

CRÂNIO

CRÂNIO

♦ O arredondamento do crânio atingiu a forma da “caixa craniana” (endocrânio) provocando o arredondamento do encéfalo.

→ crescimento equilibrado das áreas formadoras do cérebro.

→ o arredondamento do crânio determinou o deslocamento do encéfalo de trás para cima da região rostral.

→ O arredondamento do crânio facilitou o equilíbrio da cabeça sobre o extremo da coluna vertebral e a locomoção ereta perfeita e constante.

CRÂNIO

CRÂNIO

♦ Testa

→ evoluiu de baixa e fugidia para sempre mais alta e vertical.

♦ Abóbada Craniana

→ tornou-se mais abaulada (crescimento dos lóbulos parietal e temporal do encéfalo).

♦ Região Occipital

→ evoluiu da forma alongada (crânio longo antero-posteriormente) para mais curta (crânio mais arredondado)

→ seu mais forte alongamento servia para inserção de poderosos músculos na região da “nuca”.

♦ Base crânio

→ comporta o forâmen magnum (articulação crânio/coluna vertebral).

→ avançou de trás para baixo do base crânio.

→ evoluiu de alto e plano para baixo e abaulado

CRÂNIO

♦ Região Rostral

ossos rostrais (nasais, malares e maxilares).

→ recuaram no processo evolutivo provocando o desaparecimento do focinho (diminuição da capacidade olfativa).

→ o rostro tornou-se progressivamente menor que o crânio (os humanos tem as menores dimensões do rostro comparativamente ao crânio).

♦ Arcadas Supra ciliares

bossas ósseas sobre as órbitas oculares.

tendência evolutiva → suavização (até ficarem praticamente ausentes nos humanos modernos).

CRÂNIO

CRÂNIO

♦ Mandíbula

formada por um único osso (mandibular → esquerdo e direito, unidos na frente pela sínfise mandibular).

tendência evolutiva → redução de volume e de espessura (com a redução do focinho).

→ os humanos modernos apresentam forte redução da mandíbula com um arranjo ósseo produzindo uma “ponta” (eminência mentoniana).

→ a redução do focinho determinou o recuo dos ossos maxilar e mandibular.

conseqüência → modificação na morfologia dos ramos horizontais da mandíbula e da maxila.

CRÂNIO

CRÂNIO

♦ Dentadura

→ os dentes são portadores de inúmeros caracteres diagnósticos.

regiões:

raiz → implantada no alvéolo dentário.

coroa → porção exposta (fora da gengiva).

# Antropomorfos → animais heterodontes (incisivos, caninos, pré-molares e molares).

# Dentição adulta → 32 dentes.

# Fórmula dentária → (2.1.2.3) X 4

# Dentição em série contínua (sem a presença de diastema).

Tendência evolutiva → os dentes tornaram-se mais aproximados entre si.

CRÂNIO

BRAÇOS

♦ Formado por um só osso → úmero

ante-braço → ulna e rádio

# o úmero se articula com a cintura escapular (“ombro”) e com a ulna e o rádio (“cotovelo”).

# a ulna e o rádio se articulam com a mão (“pulso”).

Tendência evolutiva → adoção da vida terrícola determinou a diminuição do tamanho relativo dos braços e pernas.

Braços mais longos do que as pernas → vida arborícola

Braços mais curtos do que as pernas → vida terrícola

BRAÇOS

MÃOS

♦ Esboçou-se entre os componentes da Família Plesiadapidae há 60 milhões de anos.

♦ Tendência evolutiva → melhoria da capacidade de “agarrar” (galhos, alimentos, objetos variados da vida cotidiana).

♦ Evolução da pata dos insectívoros para a vida arborícola (grandes reflexos na anatomia).

# Apenas os humanos liberaram totalmente as mãos da locomoção (após a 1ª infância).

Mão humana → extrema dualidade de uso (força e delicadeza)

MÃOS

MÃOS

♦ Regiões:

Metacarpal → Tomou configuração côncava quando em repouso (nos antropóides fica reta).

Região Falangeal → Tornou-se mais longa do que a região metacarpal.

Falanges → Tornaram-se retas (enquanto nos pongídeos são um pouco curvas).

# O dedo 1 (polegar) tornou-se mais longo quando comparado com os outros dedos (e com o polegar dos demais antropóides).

# O aumento do comprimento e da rotação do polegar tornou possível a ele tocar a ponta do dedo 2 (indicador).

# Exclusividade humana e o motor de toda a tecnologia desenvolvida (firmeza e precisão de uso da mão).

MÃOS

PERNAS

♦ Formada pela coxa com um osso (Fêmur) e pela perna com dois ossos (Tíbia e Fíbula).

# O Fêmur se articula no acetábulo do ílio pelo seu côndilo femural (cintura pélvica) e com a tíbia e a fíbula (joelho).

# Tíbia e Fíbula → se articulam com o pé (tornozelo).

♦ As pernas evoluíram no sentido da progressão do posicionamento bípede (e ereto) no caminhar sobre o solo.

→ as pernas tornaram-se mais longas e mais fortes que os braços.

→ o fêmur tornou-se o osso mais longo do esqueleto.

♦ O côndilo femural evoluiu com modificações bem visíveis:

→ nos macacos arborícolas era pequeno com a forma de uma bola

→ nos humanos terrícolas tornou-se grande com a forma de “meia bola”

PERNAS

PÉS

♦ Aparato anatômico que mais se modificou na evolução humana.

♦ Conjunto anatômico mais exigido para a marcha ereta e bípede.

PÉS

♦ Regiões

■ Tarso

→ Forma a articulação do tornozelo (com a Tíbia e a Fíbula).

→ Seu osso mais importante é o calcâneo.

# Na evolução, o calcâneo (que tem posição acima do solo), vai aproximando-se do solo até tocá-lo firmemente como acontece nos humanos.

# Este posicionamento aumentou a área de contato do pé com o solo (bem como a firmeza do posicionamento bípede ereto).

PÉS

♦ Regiões

■ Metatarso

→ Forma o “peito do pé” (quando visto de cima), ou a “sola do pé” (quando visto de baixo).

→ O pé aumentou sua área de contato com o solo (passando de uma posição digitígrada para uma posição plantígrada).

→ Deslocamento na disposição muscular (“arco plantar”).

PÉS

♦ Regiões

■ Falanges

→ O processo evolutivo fez-se com a redução drástica dos artelhos (que nos humanos apresentam-se de forma vestigial)

# Reflexo de Babinski → Tentativa dos recém-nascidos humanos tem de tentar agarrar objetos com os pés.

# Apenas o hallux (dedo 1) manteve-se longo e, nos humanos, ganhou força para permitir o caminhar bípede e ereto.

# O hallux, na evolução para o caminhar ereto sobre o solo, foi se deslocando para uma posição paralela aos demais artelhos.

PÉS

♦ Durante o desenvolvimento embrionário humano o feto

apresenta o hallux em posição muito aberta, simulando uma

oponibilidade típica dos macacos para somente posicionar-se

alinhadamente aos outros artelhos muito próximo do

nascimento.

COLUNA VERTEBRAL

♦ Formada por 33 vértebras

→ 7 cervicais (pescoço)

→ 12 dorsais (dorso)

→ 5 lombares (lombo)

→ 5 sacrais (osso sacro)

→ 4 coccigeanas (cóccix)

# A coluna vertebral evoluiu dos antropóides, com configuração levemente curvada, para uma configuração com 2 torções:

Torção cervical → Deslocou a cabeça para cima da coluna vertebral.

Torção lombar → Deslocou o peso do tronco para cima do centro de equilíbrio corporal.

COLUNA VERTEBRAL

CINTURA PÉLVICA

♦ Complexo formado pelos ossos ílio, ísquio, púbis e sacro

# Os ossos pares formam duas “asas arqueadas” unidas pela “sínfise pubiana”.

Processo evolutivo:

Ílio → encurtou e alargou-se, aumentando a área de inserção dos músculos glúteos.

Ísquio → encurtou.

# O processo evolutivo levou de uma estrutura estreita e comprida (quadrúpede) para uma larga e curta (bípede).

# O encurtamento da cintura deixou de pressionar o tórax para a frente, facilitando a manutenção permanente do corpo em posição ereta.

CINTURA PÉLVICA