filme o auto da compadecida
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O Auto da Compadecida
O filme apresenta tipos puramente populares da realidade brasileira,
mostrando a saga de João Grilo e Chicó para driblar as agruras da pobreza e
da fome. Por meio de mentiras e pequenos golpes, os dois conseguem
sobreviver no agreste. Vê-se na obra o apego que o povo nordestino têm pelo
catolicismo e o medo do diabo. O julgamento, em que se defrontam a defesa
(Nossa Senhora) e a acusação (o diabo), mostra os prós e o contras das
fraquezas e virtudes humanas. Esta é a verdadeira essência do filme e revela o
grande confronto e as justificativas das fragilidades versus as virtudes.
A composição da linguagem é a mais próxima possível da oralização, ou
seja de como as pessoas realmente falam no dia-a-dia da região, com muitas
expressões coloquiais regionais, uso incorreto do português segundo a forma
culta, além de expressões de cunho religioso, como orações, nomes de santos
e demônios e lendas locais.
O filme ainda mostra a linguagem do movimento cangaceiro que
diferente da população local, sendo mais violenta, com gírias, simples e
objetiva, sem nenhum tipo de requinte, ou preocupação mostrando de fato a
realidade da cultura popular daquela região naquela época.