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FAMÍLIA EM MUTAÇÃO (IV) Segismundo Gontijo Justifiquei para os leitores a atual série como motivada pela monografia A Repersonalização das Relações de Família , do prof. Paulo Luiz Neto Lobo, extraída do livro O Direito de Família e a Constituição de 1.988, da Editora Saraiva - trabalho que enfoca a família brasileira e a necessidade da adequação da respectiva legislação com um posicionamento doutrinário que coincide com o meu, mas que se finca em dados estatísticos impressionantes e comprovadores da sua tese que continuo a transmitir nesta coluna. Hoje veremos o que é a repersonalização e a afetividade como elemento nuclear das relações de família, impondo a despatrimonialização do seu direito (lembro que, fazendo o levantamento de todos os 290 artigos que com põem o Livro I, Parte Especial, que trata do Direito de Família no Código Civil, 151 cuidam das relações patrimoniais e só 139 de relações pessoais, apesar de apenas 2% da população brasileira economicamente ativa perceber mais de 20 salários mínimos). A excessiva preocupação com os interesses patrimoniais, características do direito de família de corte liberal, não encontra eco na família atual, vincada por outros interesses de cunho pessoal ou humano, tipificados por um elemento aglutinador, e nuclear distinto: a afetividade. Esse elemento nuclear define o suporte fático da família tutelada na nova Constituição, conduzindo ao fenômeno que denominamos repersonalização. Não se está propugnando um retorno ao individualismo liberal, a um vago humanismo. O liberalismo tinha, como valor necessário da realização da pessoa, a propriedade, em torno da qual gravitavam os de mais interesses privados, juridicamente tuteláveis. A família, nessa concepção de vida, deveria ser' referencial necessário para a perpetuação das relações de produção

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FAMLIA EM MUTAO (IV)

Segismundo GontijoJustifiquei para os leitores a atual srie como motivada pela monografia A Repersonalizao das Relaes de Famlia , do prof. Paulo Luiz Neto Lobo, extrada do livro O Direito de Famlia e a Constituio de 1.988, da Editora Saraiva - trabalho que enfoca a famlia brasileira e a necessidade da adequao da respectiva legislao com um posicionamento doutrinrio que coincide com o meu, mas que se finca em dados estatsticos impressionantes e comprovadores da sua tese que continuo a transmitir nesta coluna. Hoje veremos o que a repersonalizao e a afetividade como elemento nuclear das relaes de famlia, impondo a despatrimonializao do seu direito (lembro que, fazendo o levantamento de todos os 290 artigos que com pem o Livro I, Parte Especial, que trata do Direito de Famlia no Cdigo Civil, 151 cuidam das relaes patrimoniais e s 139 de relaes pessoais, apesar de apenas 2% da populao brasileira economicamente ativa perceber mais de 20 salrios mnimos).

A excessiva preocupao com os interesses patrimoniais, caractersticas do direito de famlia de corte liberal, no encontra eco na famlia atual, vincada por outros interesses de cunho pessoal ou humano, tipificados por um elemento aglutinador, e nuclear distinto: a afetividade.

Esse elemento nuclear define o suporte ftico da famlia tutelada na nova Constituio, conduzindo ao fenmeno que denominamos repersonalizao.

No se est propugnando um retorno ao individualismo liberal, a um vago humanismo. O liberalismo tinha, como valor necessrio da realizao da pessoa, a propriedade, em torno da qual gravitavam os de mais interesses privados, juridicamente tutelveis.

A famlia, nessa concepo de vida, deveria ser' referencial necessrio para a perpetuao das relaes de produo existentes, inclusive e sobretudo atravs de regras formais de sucesso de bens, de unidade em torno do chefe, de filiao certa.

O desafio que se coloca ao jurista e legislao a capacidade de ver as pessoas em toda sua dimenso ontolgica e no como simples e abstratos plos de relaes jurdicas. A pessoa humana deve ser recolocada como centro das cogitaes jurdicas, valorando-se o ser e no o ter, isto , no sendo medida pela propriedade, que passa a ter uma funo complementar.

Orlando de Carvalho A teoria geral da relao jurdica, Coimbra, Ed. Centelha, 1981, p. 90-2 julga oportuna a repersonalizao de todo o direito civil - seja qual for o invlucro em que esse direito se contenha - isto , a acentuao de sua raiz antropocntrica, da sua ligao visceral com a pessoa e os seus direitos. esta valorizao do poder jurisgnico do homem comum inclusive no mbito do direito de famlia, quando sua afetividade se estrutura esta centralizao em torno do homem e dos interesses imediatos que faz o direito civil, para o Autor, o foyer da pessoa, do cidado mediano, do cidado puro e simples.

A restaurao da primazia da pessoa, nas relaes de famlia, na garantia da expresso da afetividade, a condio primeira de adequao do direito realidade.

Essa mudana de rumos incontornvel.

A Declarao dos Direitos da Criana, da qual o Brasil signatrio, proclamada pela Assemblia Geral das Naes Unidas, em 1.959, preconiza a proteo especial criana, assegurando-lhe direito sade, educao e ao lazer, a proteo contra discriminao por motivo de raa, cor, sexo, lngua, religio, poltica ou de outra natureza, de origem nacional ou familiar. Esse direitos voltam-se pessoa da criana, e no s relaes econmicas em que se envolva.

A doutrina, s vezes perplexa diante das transformaes que esto ocorrendo - afinal, o direito de famlia sempre foi o ramo do direito privado mais resistente a mudanas - aponta gradativamente nessa direo, embora o peso da monumental construo jurdica liberal-patrimonializante continue presente.

Pontes de Miranda Tratado, t. 7, pg. 181-2 diz que a meta histrica perceptvel hoje, para o casamento, a unio entre o homem e a mulher nas condies mais favorveis possveis, no momento e no lugar, liberdade, igualdade, felicidade e ordem social. Quanto ao poder marital ou patriarcal, constitui evoluo subsumida na diminuio progressiva do elemento desptico a atenuao dos poderes do marido, no sentido de perfeita simetrizao entre direitos e deveres maritais e uxrios, dos poderes do pai, alis tambm da me, no tocante aos filhos.

Carlos Alberto Bittar, O divrcio no direito brasileiro, RT, So Paulo, 511:30-46, maio 1978 diz que, desde os tempos primitivos, o casamento funda-se na affectio maritalis. A ausncia ou a quebra da afeio acarreta a inexistncia ou o desfazimento do matrimnio, pela impossibilidade da vida em comum.

Caio Mrio da Silva Pereira Instituies, cit., v. 5, pg. 26 refere-se substituio, no direito moderno, da organizao autocrtica da famlia por uma orientao democrtico-afetiva. O centro de sua constituio deslocou-se do principio da autoridade para o da compreenso e do amor.

lvaro Villaa Azevedo Do concubinato ao casamento de fato, Belm, Cejup, 1987, p. 255 vai mais longe: o que se deve fortalecer a famlia, no importando de que natureza seja.

O personalismo das relaes entre cnjuges, diz Srgio S. da Cunha Direito de famlia, cit., p. 167, mesmo um dos distintivos do direito de famlia, pelos quais este se dissociados remdios comuns no comrcio jurdico.

Joo Batista Vilela Liberdade e famlia, cit., pg. 35-9, comentando a obrigatoriedade, prevista no Cdigo Civil, do regime de separao dos bens para os maiores de sessenta e as maiores de cinquenta anos, pergunta que critrio esse da lei, que abandona a pessoa, mas defende-lhe ciosamente os bens, como se estes excedessem aquela em importncia? A proibio, na verdade, bem um reflexo da postura patrimonialista do Cdigo Civil e constitui mais um dos ultrajes gratuitos que nossa cultura inflige terceira idade. E arremata: a afetividade enquanto tal no um atributo da idade jovem. Em outra obra ressalta que o casamento, como uma aventura a dois, uma tentativa de amor vivido, foi de uma certa maneira reinventado. "La contrainte comme forme de violence dans 1'organisation juridique de la famille, Belo Horizonte, ed. do Autor, 1977, p. 3.Engels A origem da familia, cit., p. 94 e 101, aps analisar em profundidade pesquisas antropolgicas sobre a origem da famlia, conclui que o carter particular da predominncia do homem sobre a mulher na famlia moderna, e a necessidade e maneira de se estabelecer entre ambos uma igualdade social, real, somente sero realizados plenamente quando os dois sexos conseguirem de fato ter direitos jurdicos absolutamente iguais. Para Engels a libertao da mulher tem por condio primeira a reentrada de todo ser feminino na indstria pblica e que esta condio, por sua vez, exige a supresso da famlia individual como unidade econmica da sociedade. E sobre a questo bsica da afetividade, entende que se o casamento fundado no amor o nico moral, s o ser enquanto o amor persistir.

Toda essa longa exposio de opinies doutrinrias necessria para demonstrar que a inadequao de nosso direito realidade da famlia.

Tratando do Cdigo Civil francs, antes das mais recentes leis sobre famlia em Frana, Edmond Bertrand diz que, naquele Cdigo, a famlia aparecia atravs do direito patrimonial e pela multiplicidade de laos individuais, entre membros de uma famlia. Hoje, tudo mtuo, reciproco, coordenado. Os deveres no so mais de obedincia. Os membros da famlia se obrigam mutuamente a uma comunidade de vida. E. Bertrand, L'esprit nouveau des lois civiles, Paris, Economica, 1984, p. 53-5.

A famlia no presente, muito mais do que antes, o espao de realizao pessoal afetiva despatrimonializada.

A repersonalizao de suas relaes revitaliza a unio familiar, em todas as suas manifestaes sociais e no apenas a oficial, que renasce com outros fundamentos.

O interesse a ser tutelado no mais o do grupo organizado como esteio do Estado, e das relaes de produo existentes ,mas de condies que permitam pessoa humana realizar-se intima e afetivamente, nesse pequeno grupo social.

A subsuno da famlia no Estado, uma condicionando o outro, estava pacificamente assente na doutrina jurdica de formao liberal. F. C. Savigny, Sistema del diritto romano attuale, trad. Vittorio Scialoja, Torino, UTET, 1886, v. 1, pg. 345 afirmava que na famlia se tem o germe do Estado, e o Estado, uma vez formado, tem por elemento imediato a famlia, e no os indivduos

Rentes realidade social, as propostas populares e de entidades representativas da sociedade civil partiram da famlia concreta, e no da famlia sacralizada ou mtica ou patriarcal. Visaram, sobretudo, a garantia das condies reais de igualdade e liberdade, como pressupostos da realizao afetiva.

As relaes de consanguinidade, na prtica social, so menos importantes que as oriundas da afetividade. Difunde-se no Brasil a convico de que pais so os que criam e no os que procriam.

A adoo tem sido repensada e facilitada, sob o signo da total igualdade, principio este adotado na nova Constituio.

O crime nobre da falsificao do registro de nascimento (a chamada adoo brasileira) um f ato social amplamente tolerado, por sua finalidade humanista. Antnio Chaves Falsidade ideolgica decorrente do registro de filhos alheios como prprios: pode a sociedade punir um ato cuja nobreza exala? intitulou um trabalho sobre o assunto com a instigante indagao: pode a sociedade punir um ato cuja nobreza exala?

As experincias cientificas em torno da vida humana, envolvendo formas alternativas de concepo, inclusive in vitro, abalam profundamente as concepes assentes na legislao, sobre famlia consangunea. A liberdade de dissoluo do casamento, paradoxalmente, conduz valorizao do mais importante elemento de preservao da unidade familiar: a afetividade.

Noutro artigo veremos como essa matria est enfocada na nova Constituio.

A SOBREVIVNCIA DA PERSONALIDADE

Os planetas evolucionrios so as esferas da origem humana, os mundos iniciais da carreira mortal ascendente. Urntia o vosso ponto de partida; aqui vs e o vosso Ajustador do Pensamento divino estais juntos numa unio temporal. Vs recebestes a ddiva de um guia perfeito; portanto, se correrdes a corrida do tempo com sinceridade e ganhardes a meta final da f, a recompensa das idades ser vossa; vs estareis eternamente unidos ao vosso Ajustador residente. E ento comear a vossa vida real, a vida ascendente para a qual o vosso presente estado no seno o vestbulo. Logo comear a vossa elevada e progressiva misso, como finalitores, na eternidade que se descortina diante de vs. E atravs de todas essas sucessivas idades e estgios de crescimento evolucionrio, h uma parte de vs que permanece absolutamente inalterada; e essa a personalidade a permanncia, na presena da mudana.

Ainda que seja presunoso ensaiar uma definio de personalidade, pode ser til enunciar algumas entre as coisas que so conhecidas sobre a personalidade:

1. A personalidade aquela qualidade da realidade que outorgada pelo Pai Universal, Ele prprio, ou pelo Agente Conjunto, atuando em nome do Pai.

2. Ela pode ser conferida a qualquer sistema vivo de energia que inclua mente ou esprito.

3. Ela no est totalmente sujeita s algemas da causao anterior. Ela relativamente criadora ou co-criadora.

4. Quando conferida a criaturas materiais evolucionrias, ela leva o esprito a esforar-se pela mestria sobre a matria-energia, por meio da mediao da mente.

5. A personalidade, enquanto desprovida de identidade, pode unificar a identidade de qualquer sistema vivo de energia.

6. Ela tem apenas respostas qualitativas ao circuito da personalidade, em contraste com as trs energias que demonstram sensibilidade, tanto qualitativa quanto quantitativa, gravitao.

7. A personalidade imutvel na presena da mudana.

8. Ela pode proporcionar uma ddiva a Deus a dedicao, por livre escolha, de fazer a vontade de Deus.

9. Ela caracterizada pela moralidade a conscincia da relatividade no relacionamento com outras pessoas. Ela discerne nveis de conduta e opta discriminadamente entre eles.

10. A personalidade nica, absolutamente nica: Ela nica no tempo e no espao; nica na eternidade e no Paraso; nica quando outorgada no h

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duplicatas ; nica durante cada momento da existncia; nica em relao a Deus Ele no faz acepo de pessoas e tambm Ele no as soma entre si, pois elas no so somveis so associveis, mas no totalizveis.

11. A personalidade diretamente sensvel presena de uma outra personalidade.

12. Ela algo que pode ser acrescentado ao esprito, ilustrando, assim, a primazia do Pai em relao ao Filho. (No h necessidade de adicionar-se mente ao esprito.)

13. A personalidade pode sobreviver depois do fim mortal, com a identidade da alma sobrevivente. O Ajustador e a personalidade so imutveis; a relao entre eles (na alma) no nada seno a mudana, a continuada evoluo; e se essa mudana (o crescimento) cessasse, a alma cessaria.

14. A personalidade tem uma conscincia singular do tempo, que um tanto diferente da percepo que a mente ou o esprito tm do tempo.

1.A PERSONALIDADE E A REALIDADEA personalidade outorgada pelo Pai Universal s Suas criaturas como um dom potencialmente eterno. Essa ddiva divina destina-se a funcionar em inmeros nveis e em situaes sucessivas no universo, que variam do finito mais baixo ao mais alto absonito, indo mesmo aos limites do absoluto. A personalidade, assim, atua em trs planos csmicos, ou em trs fases do universo:

1. Estado de posio. A personalidade funciona com igual eficincia, seja no universo local, seja no superuniverso, seja no universo central.

2. Estado de significao. A personalidade atua efetivamente nos nveis do finito e do absonito, impingindo-se mesmo sobre o absoluto.

3. Estado de valor. A personalidade pode realizar-se experiencialmente nos reinos progressivos do material, do moroncial e do espiritual.

A personalidade tem um campo perfeccionado de atuao csmica dimensional. As dimenses da personalidade finita so trs e, grosso modo, funcionam como colocado a seguir:

1. O comprimento representa a direo e a natureza da progresso o movimento no espao e de acordo com o tempo , a evoluo.

2. A profundidade vertical abrange os impulsos e atitudes do organismo, os vrios nveis de auto-realizao e o fenmeno geral de reao ao meio ambiente.

3. A largura abrange o domnio da coordenao, da associao e da organizao do eu.

O tipo de personalidade conferido aos mortais de Urntia tem uma potencialidade de sete dimenses de auto-expresso ou de realizao pessoal. Desses fenmenos dimensionais, trs so compreensveis-realizveis no nvel finito, trs no nvel absonito e um no nvel absoluto. Em nveis subabsolutos, essa stima dimenso, ou a da totalidade, experiencivel como o fato da personalidade. Essa suprema dimenso um absoluto associvel e, ainda que no infinito, dimensionalmente um potencial que permite uma penetrao subinfinita do absoluto.

As dimenses finitas da personalidade tm a ver com as dimenses csmicas do comprimento, da profundidade e da largura. O comprimento corresponde ao significado; a profundidade significa valor; a largura abrange o discernimento interior a capacidade de experimentar uma conscincia indubitvel da realidade csmica.

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No nvel moroncial, todas essas dimenses finitas do nvel material ficam muito ampliadas, e certos valores dimensionais novos so integrados. Todas essas experincias dimensionais ampliadas do nvel moroncial esto maravilhosamente articuladas com a dimenso suprema, ou a dimenso da personalidade, por meio da influncia da mota e tambm por causa da contribuio das matemticas moronciais.

Muitos dos problemas experienciados pelos mortais no seu estudo da personalidade humana poderiam ser evitados, se a criatura finita se lembrasse de que os nveis dimensionais e os nveis espirituais no esto coordenados na compreenso-realizao experiencial da personalidade.

A vida realmente um processo que ocorre entre o organismo (a individualidade) e o seu meio ambiente. A personalidade atribui valor de identidade e significados de continuidade a essa associao organismo-ambiente. Assim, ser reconhecido que o fenmeno de estmulo-resposta no um mero processo mecnico, pois a personalidade funciona como um fator na situao total. sempre verdade que os mecanismos so inatamente passivos; e os organismos, inerentemente ativos.

A vida fsica um processo que tem lugar, no tanto dentro do organismo, mas antes entre o organismo e o ambiente. Cada um desses processos tende a criar e estabelecer modelos de reao do organismo a esse ambiente. E todos esses modelos diretivos so altamente influenciadores na seleo de metas.

por meio da intermediao da mente que o eu e o ambiente estabelecem um contato significativo. A habilidade e a disposio do organismo de fazer esses contatos significantes com o ambiente (a resposta a um estmulo) representam a atitude de toda a personalidade.

A personalidade no pode atuar bem em isolamento. O homem inatamente uma criatura social; ele dominado pela aspirao de pertencer. E literalmente verdade que nenhum homem vive para si prprio.

Contudo, o conceito da personalidade, com o sentido do todo da criatura viva e em funcionamento, significa muito mais do que a integrao das relaes; significa a unificao de todos os fatores de realidade, bem como a coordenao das relaes. As relaes existem entre dois objetos, mas trs ou mais objetos formam e explicitam um sistema; e esse sistema muito mais do que apenas uma relao ampliada, ou tornada complexa. Essa diferenciao vital, porque, num sistema csmico, os membros individuais no esto conectados uns com os outros, mas esto numa relao com o todo, e mediante a individualidade do todo.

No organismo humano, a soma das suas partes constitui o eu a individualidade , mas esse processo no tem nada a ver com a personalidade, que a unificadora de todos esses fatores relacionados s realidades csmicas.

Nas agregaes, as partes so adicionadas; nos sistemas, as partes so arranjadas. Os sistemas so significativos por causa da organizao os valores posicionais. Num bom sistema, todos os fatores esto em posio csmica. Em um mau sistema, algo ou est faltando ou est fora do lugar em desarranjo. No sistema humano, a personalidade que unifica todas as atividades e que, por sua vez, lhes confere as qualidades de identidade e de criatividade.

No estudo do eu, seria til lembrar:

1. Que os sistemas fsicos so subordinados.

2. Que os sistemas intelectuais so coordenantes.

3. Que a personalidade supra-ordenante.

4. Que a fora espiritual residente potencialmente diretiva.

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Em todos os conceitos da individualidade do eu, deveria ser reconhecido que a realidade da vida vem primeiro, a sua avaliao ou interpretao, depois. O filho humano primeiro vive e depois pensa sobre o seu viver. Na economia csmica, o discernimento interior precede previso.

O fato universal de Deus tornando-se homem mudou para sempre todos os significados e alterou todos os valores da personalidade humana. Pelo verdadeiro significado da palavra, o amor denota respeito mtuo de personalidades inteiras, sejam humanas ou divinas, ou humanas e divinas. Partes do eu podem funcionar de inmeros modos pensando, sentindo, desejando , mas apenas os atributos coordenados da personalidade total ficam focalizados na ao inteligente; e todos esses poderes esto associados ao dom espiritual da mente mortal, quando, sincera e altruisticamente, um ser humano ama um outro ser humano ou divino.

Todos os conceitos mortais de realidade baseiam-se na suposio da existncia real da personalidade humana; todos os conceitos de realidades supra-humanas so baseados na experincia da personalidade humana com e nas realidades csmicas de certas entidades espirituais e de personalidades divinas interligadas. Tudo o que no espiritual na experincia humana, exceo da personalidade, um meio para um fim. Toda relao verdadeira do homem mortal com outras pessoas humanas ou divinas um fim em si mesma. E um tal companheirismo com a personalidade da Deidade a meta eterna da ascenso no universo.

A posse de personalidade identifica o homem como um ser espiritual, posto que a unidade do eu e a autoconscincia da personalidade so dons do mundo supramaterial. O fato mesmo de que um mortal materialista pode negar a existncia de realidades supramateriais, em si e por si, demonstra e indica a presena e o trabalho da sntese do esprito e da conscincia csmica na sua mente humana.

Existe um grande abismo csmico entre a matria e o pensamento, e esse abismo incomensuravelmente maior entre a mente material e o amor espiritual. A conscincia no pode ser explicada, e a conscincia de si, menos ainda, por qualquer teoria de associao eletrnica mecanicista ou por fenmenos materialistas de energia.

Enquanto a mente persegue a realidade at a sua anlise ltima, a matria escapa aos sentidos materiais, mas pode ainda permanecer real para a mente. Quando o discernimento espiritual persegue essa realidade que permanece depois do desaparecimento da matria, e a persegue at uma ltima anlise, ela desaparece para a mente, mas o discernimento do esprito pode ainda perceber as realidades csmicas e os valores supremos da natureza espiritual. Da mesma forma, a cincia d lugar filosofia, enquanto a filosofia deve render-se s concluses inerentes genuna experincia espiritual. O pensar rende-se sabedoria, e a sabedoria dissolve-se na adorao iluminada e reflexiva.

Na cincia, o eu humano observa o mundo material; a filosofia a observao dessa observao do mundo material; a religio, a verdadeira experincia espiritual, a compreenso experiencial da realidade csmica dessa observao da observao de toda essa sntese relativa dos materiais energticos do tempo e do espao. Construir uma filosofia do universo na base exclusiva do materialismo ignorar o fato de que todas as coisas materiais so inicialmente concebidas como reais na experincia da conscincia humana. O observador no pode ser a coisa observada; a avaliao demanda algum grau de transcendncia em relao coisa que est sendo avaliada.

No tempo, o pensar conduz sabedoria, e a sabedoria leva adorao; na eternidade, a adorao conduz sabedoria, e a sabedoria manifesta-se na finalidade do pensamento.

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A possibilidade de unificao do eu em evoluo inerente s qualidades dos seus fatores constitutivos: as energias bsicas, as contexturas mestras, o supracontrole qumico bsico, as idias supremas, os motivos supremos, as metas supremas e a outorga do esprito divino do Paraso o segredo da autoconscincia da natureza espiritual do homem.

O propsito da evoluo csmica conseguir a unidade da personalidade, por meio da predominncia crescente do esprito, que a resposta da vontade ao ensinamento e ao guiamento do Ajustador do Pensamento. A personalidade, tanto a humana quanto a supra-humana, caracterizada por uma qualidade csmica inerente, que pode ser chamada "a evoluo da predominncia", que a expanso do controle tanto de si mesma quanto do seu ambiente.

Uma personalidade ascendente, de origem humana, passa por duas grandes fases de predominncia volitiva sobre o eu, e no universo:

1. A experincia pr-finalitora, ou buscadora de Deus, que a experincia de compreenso e de aumento da auto-realizao, por meio de uma tcnica de expanso da identidade e da sua factualizao, juntamente com a soluo do problema csmico e a conseqente mestria sobre o universo.

2. A experincia ps-finalitora, ou reveladora de Deus, que a experincia da expanso criadora da compreenso-realizao de si prprio por meio da revelao do Ser Supremo experiencial, para as inteligncias buscadoras de Deus e que ainda no atingiram os nveis divinos de semelhana a Deus.

As personalidades descendentes atingem experincias anlogas por meio das suas vrias aventuras no universo, na medida em que elas buscam o aumento da capacidade de determinar com certeza e de executar as vontades divinas das Deidades Suprema, ltima e Absoluta.

O eu material, a entidade-ego da identidade humana, durante a vida fsica, depende da funo continuada do veculo da vida material, da existncia contnua do equilbrio instvel entre as energias e o intelecto, que, em Urntia, recebeu o nome de vida. Contudo, o eu de valor para a sobrevivncia, o eu que pode transcender experincia da morte s desenvolvido pelo estabelecimento de um transferidor potencial da sede da identidade da personalidade em evoluo, que transfira do veculo transitrio da vida o corpo material para a natureza mais duradoura e imortal da alma moroncial e, ainda mais adiante, que transfira a identidade para aqueles nveis em que a alma se torne infusa da realidade do esprito, e finalmente atinja o status de uma realidade espiritual. Essa transferncia das ligaes materiais para a identificao moroncial efetuada, de fato, pela sinceridade, pela persistncia e pela firmeza na deciso, tomada pela criatura humana, de buscar a Deus.

3. O FENMENO DA MORTEEm geral, os urantianos reconhecem apenas uma espcie de morte: a cessao fsica das energias da vida. No entanto, no que concerne sobrevivncia da personalidade, h realmente trs tipos de morte:

1. A morte espiritual (da alma). Se e quando o homem mortal finalmente rejeitar a sobrevivncia, quando ele houver sido pronunciado espiritualmente insolvente, moroncialmente em bancarrota, na opinio conjunta do Ajustador e do serafim sobrevivente, quando esse conselho coordenado houver sido registrado em Uversa e aps os Censores e os seus colaboradores de reflexo haverem verificado essas concluses, ento os governantes de Orvonton ordenam a imediata liberao do Monitor residente. Todavia, essa liberao do Ajustador de nenhum modo afeta os deveres do serafim pessoal,

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ou grupal, ligado quele indivduo abandonado pelo Ajustador. Essa espcie de morte final no seu significado, a despeito de uma temporria continuao das energias de vida dos mecanismos fsicos e mentais. Do ponto de vista csmico, o mortal j est morto; a vida em continuao indica meramente a persistncia do impulso material das energias csmicas.

2. A morte intelectual (da mente). Quando os circuitos vitais do ministrio ajudante mais elevado so interrompidos, por meio de aberraes do intelecto ou por causa de uma destruio parcial do mecanismo do crebro; e, se essas condies ultrapassarem certo ponto crtico de irreparabilidade, o Ajustador residente imediatamente liberado e pode partir para Divinington. Nos registros do universo, uma personalidade mortal considerada como tendo encontrado a morte quando os circuitos mentais essenciais da vontade-ao humana tiverem sido destrudos. E, novamente, isso morte, a despeito da continuao de funes do mecanismo vivo do corpo fsico. O corpo, sem a mente volitiva, no mais humano; no entanto, de acordo com a escolha anterior dessa vontade humana, a alma de tal indivduo pode sobreviver.

3. A morte fsica (do corpo e da mente). Quando a morte colhe um ser humano, o Ajustador permanece na cidadela da mente at que cesse a sua funo como mecanismo inteligente; mais ou menos no momento em que as energias mensurveis do crebro cessam as suas pulsaes vitais rtmicas. Em seguida a essa dissoluo, o Ajustador deixa a mente em desvanecimento, de um modo to pouco cerimonioso quanto, anos antes, dera entrada nela; seguindo logo para Divinington por via de Uversa.

Aps a morte, o corpo material retorna ao mundo elemental do qual ele proveio, mas persistem dois fatores no materiais da personalidade sobrevivente: o Ajustador do Pensamento, preexistente, com a transcrio da memria da carreira mortal, e que se dirige para Divinington; e, permanece, tambm, sob a custdia do guardio do destino, a alma imortal moroncial do humano falecido. Esses componentes, fases e formas da alma, esses que foram frmulas cinticas e que agora so frmulas estticas da identidade, so essenciais repersonalizao nos mundos moronciais. E a reunio do Ajustador e da alma o que reconstitui a personalidade sobrevivente; e que vos reconscientiza no momento do despertar moroncial.

Para aqueles que no tm guardies serficos pessoais, os custdios grupais fazem, fiel e eficazmente, o mesmo servio de salvaguarda da identidade e de ressurreio da personalidade. Os serafins so indispensveis reconstituio da personalidade.

Com a morte, o Ajustador do Pensamento perde temporariamente a personalidade, mas no a identidade; o sujeito humano temporariamente perde a identidade, mas no a personalidade; nos mundos das manses, ambos renem-se em uma manifestao eterna. Um Ajustador que tenha partido da Terra nunca retorna como o ser de sua residncia anterior; nunca a personalidade se manifesta sem a vontade humana; e nunca um ser humano, separado do seu Ajustador, depois da morte, manifesta identidade ativa ou de qualquer maneira estabelece comunicao com os seres vivos da Terra. Essas almas, separadas dos seus Ajustadores, permanecem, total e absolutamente inconscientes durante o longo ou curto sono da morte. No pode haver nenhuma exibio, de nenhuma espcie de personalidade, nem existir nenhuma capacidade para entrar em comunicao com outras personalidades, at depois de se completar a sobrevivncia. queles que vo para os mundos das manses no lhes permitido enviar mensagens de volta aos seus seres queridos. A poltica de todos os universos proibir tal comunicao durante o perodo de uma dispensao corrente.

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4. OS AJUSTADORES APS A MORTEQuando ocorre a morte de uma natureza material, intelectual ou espiritual, o Ajustador despede-se do hospedeiro mortal e dirige-se para Divinington. Das sedes centrais do universo local e do superuniverso, um contato refletivo feito com os supervisores de ambos os governos, e o Monitor registrado pelo mesmo nmero com que deu entrada nos domnios do tempo.

De algum modo, ainda no inteiramente entendido, os Censores Universais so capazes de ter a posse de um eptome da vida humana, tal qual est incorporado na transcrio duplicada do Ajustador dos valores espirituais e dos significados moronciais da mente residida. Os Censores so capazes de se apropriar da verso que o Ajustador tem, do carter sobrevivente e das qualidades espirituais do humano falecido, e, todos esses dados, junto com os registros serficos, esto disponveis para apresentao, no momento do julgamento do indivduo em questo. Essa informao tambm utilizada para confirmar aqueles mandatos do superuniverso que tornam possvel a certos seres ascendentes comear imediatamente as suas carreiras moronciais, e esses seres ascendentes, aps acontecer a sua dissoluo mortal, prosseguem at os mundos das manses antes do trmino formal de uma dispensao planetria.

Depois da morte fsica, exceto nos casos de indivduos transladados de entre os vivos, o Ajustador liberado vai imediatamente para a esfera do seu lar em Divinington. Os detalhes do que se passa em Divinington, durante o tempo de espera pelo reaparecimento do mortal sobrevivente, dependem principalmente de se aquele ser humano ascender aos mundos das manses por seu prprio direito individual, ou se deve esperar por um chamado dispensacional dos sobreviventes adormecidos de uma idade planetria.

Se tal mortal pertence a um grupo que ser repersonalizado no fim de uma dispensao, o seu Ajustador solidrio no retornar imediatamente ao mundo das manses do sistema prvio de servio, mas, de acordo com a escolha, entrar numa das seguintes atribuies temporrias:

1. Incorpora-se s fileiras dos Monitores desaparecidos, para servio no revelado.

2. designado, por um perodo, para observao do regime do Paraso.

3. incorporado a uma das muitas escolas de aperfeioamento de Divinington.

4. Permanece, por um perodo, como estudante observador em uma das outras seis esferas sagradas que constituem o circuito do Pai, nos mundos do Paraso.

5. designado para o servio de mensageiros dos Ajustadores Personalizados.

6. Torna-se um instrutor, vinculado s escolas de Divinington dedicadas ao aperfeioamento de Monitores pertencentes ao grupo virgem.

7. Encarrega-se de selecionar um grupo de mundos possveis, nos quais poder servir, no caso de haver causa razovel para acreditar que o seu parceiro humano possa haver rejeitado a sobrevivncia.

Se vs, quando a morte vos colher, houverdes atingido o terceiro crculo ou um domnio mais elevado, e se, portanto, tiverdes, j designado para vs, um guardio pessoal de destino, e se a transcrio final do sumrio do carter sobrevivente, submetida pelo Ajustador, for incondicionalmente certificada pelo guardio do destino se ambos, o serafim e o Ajustador, essencialmente, concordarem em todos os itens dos seus registros de vida e recomendaes , se os Censores Universais e os seus colaboradores de reflexo,

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em Uversa, confirmarem esses dados e se o fizerem sem equvoco ou reservas, nesse caso, os Ancies dos Dias enviam um mandato de posio avanada, pelos circuitos de comunicao de Salvington, e, uma vez assim autorizados, os tribunais do Soberano de Nebadon podero decretar a passagem imediata da alma sobrevivente para as salas de ressurreio dos mundos das manses.

Se o indivduo humano tem sobrevivncia imediata, assim eu fui instrudo, o Ajustador registra-se em Divinington, continua at a presena do Pai Universal no Paraso, retorna imediatamente e abraado pelos Ajustadores Personalizados do superuniverso e do universo local da sua atribuio, recebe o reconhecimento do Monitor Personalizado Dirigente de Divinington e ento, imediatamente, passa realizao da transio de identidade, sendo convocado ao terceiro perodo para o mundo das manses, na forma real da sua personalidade, assim preparada para receber a alma sobrevivente do mortal terrestre, do modo como essa forma foi projetada pelo guardio do destino.

5. A SOBREVIVNCIA DO EU HUMANOO eu uma realidade csmica, seja ele material, moroncial ou espiritual. A realidade do pessoal um dom do Pai Universal, que atua por Si prprio ou por intermdio das Suas agncias mltiplas no universo. Dizer que um ser pessoal reconhecer a relativa individualizao de tal ser dentro da organizao csmica. O cosmo vivo uma agregao de unidades reais, nada mais do que total e infinitamente integradas, todas as quais esto relativamente sujeitas ao destino do todo. Contudo, as que so pessoais foram dotadas com a escolha factual de uma aceitao do destino, ou de uma rejeio do destino.

O que provm do Pai eterno como o Pai, e isso tambm certo para a personalidade que Deus d, por escolha do Seu prprio livre-arbtrio, como o caso do Ajustador do Pensamento divino, que um fragmento real de Deus. A personalidade do homem eterna, mas, com respeito identidade, ela uma realidade eterna condicionada. Tendo surgido em resposta vontade do Pai, a personalidade atingir o seu destino at a Deidade, mas o homem deve escolher se ele estar ou no presente realizao desse destino. Na falta de tal escolha, a personalidade alcana a Deidade experiencial diretamente, tornando-se uma parte do Ser Supremo. O ciclo est predeterminado, mas a participao do homem nele opcional, pessoal e experiencial.

A identidade do mortal uma condio de vida-tempo transitria no universo; ela real apenas na medida em que a personalidade escolheu tornar-se um fenmeno de continuidade no universo. A diferena essencial entre o homem e um sistema de energia esta: o sistema de energia deve continuar, no tem escolha; mas o homem tem tudo a ver com a determinao do seu prprio destino. O Ajustador verdadeiramente o caminho ao Paraso, mas o homem deve, por si mesmo, seguir esse caminho, por deciso prpria, por escolha do seu livre-arbtrio.

Os seres humanos possuem identidade apenas no sentido material. Essas qualidades do eu so expressas pela mente material, enquanto ela funciona no sistema de energia do intelecto. Quando se diz que o homem tem identidade, reconhece-se que ele est de posse de um circuito da mente que foi colocado em subordinao aos atos e escolha da vontade da personalidade humana. No entanto, essa uma manifestao material e puramente temporria, exatamente como o embrio humano um estgio parasitrio transitrio da vida humana. Os seres humanos, dentro de uma perspectiva csmica, nascem, vivem e morrem num instante relativo de tempo; eles no perduram. Contudo, a personalidade mortal, por sua prpria escolha, possui o

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poder de transferir o seu assento de identidade, passando-o do sistema temporrio, do intelecto-material, para o sistema mais elevado da alma moroncial, que, em associao com o Ajustador do Pensamento, criado como um veculo novo para a manifestao da personalidade.

E esse mesmo poder de escolha a insgnia universal de que o homem uma criatura com livre-arbtrio, o que constitui a grande oportunidade do homem e a sua responsabilidade csmica suprema. O destino eterno do futuro finalitor depende da integridade da vontade humana; o Ajustador divino depende da sinceridade do livre-arbtrio, do mortal, para ter personalidade eterna; da fidelidade da escolha do mortal, o Pai Universal depende, para a realizao-concretizao de um novo filho ascendente; da firmeza e da sabedoria dessas decises-aes, o Ser Supremo depende para transformar a experincia da evoluo em um fato real.

Conquanto os crculos csmicos do crescimento da personalidade devam finalmente ser atingidos, caso os acidentes do tempo e os obstculos da existncia material impeam, no por vossa falta, que alcanceis a mestria sobre esses nveis no vosso planeta nativo, se as vossas intenes e desejos forem de valor para a sobrevivncia, emitir-se- a decretao de uma extenso do perodo de prova. Ser-vos- dado um tempo adicional no qual vs vos comprovareis.

Quando houver dvida quanto aconselhabilidade do avano de uma identidade humana at os mundos das manses, os governos do universo determinam, invariavelmente, de acordo com os interesses pessoais daquele indivduo, e, sem hesitao, fazem avanar tal alma at um status de transio do ser, enquanto eles continuam com as suas observaes do intento moroncial nascente e do propsito espiritual. Desse modo, a justia divina assegura-se de estar sendo cumprida, e misericrdia divina conferida uma oportunidade a mais de estender o seu ministrio.

Os governos de Orvonton e Nebadon no proclamam a absoluta perfeio de funcionamento minucioso do plano universal de repersonalizao do mortal, mas afirmam, sim, manifestar pacincia, tolerncia, compreenso e compaixo misericordiosa; e tudo isso eles realmente fazem. Seria prefervel assumir o risco de uma rebelio sistmica a arcar com o perigo de privar um mortal esforado, vindo de qualquer mundo evolucionrio, de continuar a sua luta at o eterno regozijo de perseguir a carreira ascensional.

Isso no quer absolutamente dizer que os seres humanos ho de desfrutar de uma segunda oportunidade, em face da rejeio da primeira. Significa, porm, que todas as criaturas de vontade devem experienciar uma verdadeira oportunidade de fazer a sua escolha final, que seja autoconsciente e que no deixe dvidas. Os Juzes soberanos dos universos no prejudicaro nenhum ser com o status de personalidade, que no haja final e plenamente feito a escolha eterna; alma do homem ser dada uma oportunidade ampla e plena de revelar a sua verdadeira inteno e o seu propsito real.

Quando os mortais mais avanados, espiritual e cosmicamente, morrem eles seguem diretamente para o mundo das manses; em geral, essa disposio funciona para aqueles que j tenham, designados para si, um guardio serfico pessoal. Os outros mortais podem ser detidos por um tempo tal at que se complete o julgamento dos seus assuntos, aps o que eles podem continuar no seu caminho para os mundos das manses, ou podem ser designados para as fileiras dos sobreviventes adormecidos, que sero repersonalizados em massa, ao final da dispensao planetria corrente.

H duas dificuldades que so obstculos para os meus esforos de explicar exatamente o que acontece a vs na morte, ao vs sobrevivente que distinto do Ajustador que parte. Um dos obstculos consiste na impossibilidade de passar ao vosso nvel de compreenso uma descrio adequada de uma transao que se d na fronteira entre o reino fsico e o moroncial. A outra ocorre devido s restries

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a mim colocadas, na minha misso como um revelador da verdade, pelas autoridades celestes governantes de Urntia. H muitos detalhes interessantes que poderiam ser apresentados, mas eu os omito por conselho dos vossos supervisores planetrios imediatos. Contudo, dentro dos limites da minha permisso, eu posso dizer o seguinte:

H algo real, algo da evoluo humana, algo alm do Monitor Misterioso, que sobrevive morte. Essa entidade recm-surgida a alma; e ela sobrevive tanto morte do vosso corpo fsico quanto da vossa mente material. Essa entidade a criana conjunta da vida e dos esforos combinados do vosso eu humano em ligao com o vosso eu divino, o Ajustador. Essa criana, de parentesco humano e divino, constitui o elemento de sobrevivncia de origem terrestre; o eu moroncial, a alma imortal.

Essa criana de significado permanente, e de valor de sobrevivncia, fica inteiramente inconsciente durante o perodo entre a morte e a repersonalizao; e permanece sob a custdia do guardio serfico do destino, em toda essa estao de espera. Vs no funcionareis como um ser consciente, em seguida vossa morte, at que atinjais a nova conscincia moroncial nos mundos das manses de Satnia.

Na morte, a identidade funcional associada personalidade humana interrompida pela cessao do movimento vital. A personalidade humana, ainda que transcenda s suas partes componentes, dependente delas para sua identidade funcional. A paralisao da vida destri os padres do crebro fsico que proporcionam o dom da mente; e a interrupo da mente termina com a conscincia mortal. A conscincia dessa criatura no pode surgir depois, at que se haja arranjado uma situao csmica tal que permita mesma personalidade humana funcionar de novo, num relacionamento com a energia viva.

Durante o trnsito dos mortais sobreviventes, do seu mundo de origem para os mundos das manses, quer experienciem a reconstituio da personalidade no terceiro perodo, quer ascendam na poca de uma ressurreio grupal, o registro da constituio da personalidade fielmente preservado pelos arcanjos nos seus mundos de atividades especiais. Esses seres no so os custdios da personalidade (como os serafins guardies so da alma); no entanto, bem verdade que cada fator identificvel da personalidade fica eficazmente salvaguardado na custdia desses fiis e confiveis legatrios da sobrevivncia mortal. Quanto ao paradeiro exato da personalidade mortal durante o tempo entre a morte e a sobrevivncia, no sabemos.

A situao que torna a repersonalizao possvel ocorre nas salas de ressurreio dos planetas receptores moronciais do universo local. Ali, nas cmaras de reconstituio da vida, as autoridades supervisoras providenciam as relaes de energia moroncial, mental e espiritual do universo, que tornam possvel a reconscientizao do sobrevivente adormecido. A reconstituio das partes constituintes de uma personalidade, que em outro tempo foi material, compreende:

1. A fabricao de uma forma adequada, um modelo de energia moroncial, na qual o novo sobrevivente possa efetuar contato com a realidade no espiritual, e dentro da qual a variante moroncial da mente csmica possa ser religada aos seus circuitos.

2. O retorno do Ajustador para a criatura moroncial que aguarda. O Ajustador o custdio eterno da vossa identidade ascendente; o vosso Monitor a segurana absoluta de que vs, e no outro, ocupareis a forma moroncial criada para a vossa personalidade que desperta. E o Ajustador estar presente reconstituio da vossa personalidade para, uma vez mais, assumir o papel de guia do Paraso para o vosso eu sobrevivente.

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3. Quando esses pr-requisitos de repersonalizao houverem sido reunidos, o custdio serfico das potencialidades da alma imortal adormecida, com a assistncia de numerosas personalidades csmicas, outorga entidade moroncial a forma mente-corpo moroncial que estava aguardando, enquanto confia esse filho evolucionrio do Supremo vinculao eterna com o Ajustador, que aguarda. E isso completa a repersonalizao, a reconstituio da memria, do discernimento interior e da conscincia a identidade.

A repersonalizao consiste no fato da tomada de posse, pelo humano que desperta, dessa fase moroncial recm-segregada e ligada aos circuitos da mente csmica. O fenmeno da personalidade depende da persistncia da identidade durante a reao do eu ao ambiente do universo; e esta s pode ser efetuada mediante a intermediao da mente. O eu persiste a despeito de mudanas contnuas, em todos os fatores componentes do ser; na vida fsica, a mudana gradual; na morte e na repersonalizao, a mudana instantnea. A verdadeira realidade de toda a individualidade (a personalidade) capaz de reagir adequadamente s condies do universo, graas mudana incessante das suas partes constituintes; a estagnao culmina em uma morte inevitvel. A vida humana uma mudana interminvel de fatores viventes, unificados pela estabilidade de uma personalidade imutvel.

E, quando acordardes nos mundos das manses de Jerusm, vs estareis mudados; assim, a transformao espiritual ser to grande que, no fosse pelo vosso Ajustador do Pensamento e pelo guardio do destino, que to totalmente conectam a vossa nova vida em novos mundos com a vossa velha vida no primeiro mundo, vs tereis a princpio dificuldade em ligar a nova conscincia moroncial com a memria, que se revivifica, da vossa identidade prvia. No obstante a continuidade da entidade pessoal do eu, muito da vida mortal a princpio pareceria um vago e nebuloso sonho. Todavia, o tempo ir esclarecer muitas lembranas associadas vossa vida mortal.

O Ajustador do Pensamento recordar e repetir para vs apenas as memrias e experincias que so uma parte da vossa carreira universal e que so essenciais a ela. Se o Ajustador tem sido um parceiro na evoluo de tudo na mente humana, ento as experincias vlidas sobrevivero na conscincia eterna do Ajustador. No entanto, muito da vossa vida passada e das vossas memrias, no tendo nenhum significado espiritual nem valor moroncial, ir perecer com o crebro material; muito da experincia material ir desaparecer como o fazem os andaimes que, vos havendo conduzido j aos nveis moronciais, no mantm mais nenhum propsito no universo. Contudo, a personalidade e as relaes entre as personalidades nunca so andaimes; a memria mortal das relaes das personalidades tem valor csmico e persistir. Nos mundos das manses, vs conhecereis e sereis conhecidos, e mais, lembrareis e sereis lembrados pelos que foram, uma vez, companheiros vossos na vossa vida curta, mas estimulante, em Urntia.

6. O EU MORONCIALDo mesmo modo que uma borboleta emerge do estgio de lagarta, assim iro emergir as verdadeiras personalidades dos seres humanos nos mundos das manses, pela primeira vez reveladas livres das suas vestes de carne material. A carreira moroncial no universo local tem a ver com a elevao contnua do mecanismo da personalidade, do nvel moroncial inicial de existncia da alma at o nvel moroncial final da espiritualidade progressiva.

difcil instruir-vos a respeito das formas da vossa personalidade moroncial que serviro vossa carreira no universo local. Vs sereis dotados com os modelos moronciais de

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manifestabilidade da personalidade, e estes so vestimentas que, em ltima anlise, esto alm da vossa compreenso. Tais formas, embora totalmente reais, no so os padres de energia da ordem material, como vs entendereis agora. Contudo, elas vos servem, nos mundos do universo local, com o mesmo propsito que vos servem os vossos corpos materiais nos planetas do vosso nascimento humano.

At um certo ponto, o surgimento da forma-corpo material uma resposta ao carter da identidade da personalidade; o corpo fsico reflete, num determinado grau, algo da natureza inerente da personalidade. E, assim, mais ainda o faz a forma moroncial. Na vida fsica, os mortais podem ser belos por fora, ainda que sejam pouco amveis por dentro; na vida moroncial, e de forma crescente, nos seus nveis mais elevados, a forma da personalidade variar diretamente de acordo com a natureza da pessoa interior. No nvel espiritual, a forma externa e a natureza interna comeam a aproximar-se de uma completa identificao, e isso se d de forma cada vez mais perfeita nos nveis espirituais mais e mais elevados.

No estado moroncial, o mortal ascendente dotado com a modificao do tipo nebadnico de dom da mente csmica, do Esprito Mestre de Orvonton. O intelecto mortal, enquanto tal, ter perecido, ter cessado de existir como uma entidade focalizada do universo, parte dos circuitos mentais indiferenciados do Esprito Criador. Todavia, os significados e valores da mente mortal no tero perecido. Certas fases da mente tm continuidade na alma sobrevivente; certos valores experienciais da mente humana anterior so mantidos pelo Ajustador; e os registros da vida humana, como foi vivida na carne, persistem no universo local, junto com certos registros vivos, nos inmeros seres que se relacionam com a avaliao final do mortal ascendente, seres que, em alcance e status, se estendem desde o nvel de serafim aos dos Censores Universais e, provavelmente, mais para alm, at o Supremo.

A volio da criatura no pode existir sem mente, mas ela perdura, a despeito da perda do intelecto material. Durante os tempos imediatamente seguintes sobrevivncia, a personalidade ascendente , em grande medida, guiada pelos padres de carter herdados da vida humana, e pela ao da mota moroncial que comea a surgir. E esses guias para a conduta em mansnia funcionam aceitavelmente nos estgios iniciais da vida moroncial e at que a vontade moroncial emerja como uma expresso volitiva plenamente desenvolvida da personalidade ascendente.

Na carreira do universo local, no h influncias comparveis s dos sete espritos ajudantes da mente, para a existncia humana. A mente moroncial deve evoluir pelo contato direto com a mente csmica, assim como essa mente csmica foi modificada e transladada para o universo local, pela fonte criativa do intelecto a Ministra Divina do universo local.

A mente mortal, antes da morte, autoconscientemente independente da presena do Ajustador; a mente ajudante necessita apenas do padro de energia-material co-responsvel para estar capacitada a funcionar. No entanto, a alma moroncial, sendo supra-ajudante, no retm a autoconscientizao sem o Ajustador, quando privada do mecanismo da mente-material. Essa alma em evoluo, contudo, possui um carter contnuo, derivado das decises da sua mente ajudante solidria anterior, e esse carter transforma-se em memria ativa quando os seus padres so energizados com o retorno do Ajustador.

A permanncia da memria prova da reteno da identidade do eu original; essencial completar a autoconscientizao da continuidade e da expanso da personalidade. Aqueles mortais que ascendem sem o Ajustador dependem da instruo dos ajudantes serficos para a reconstruo da memria humana; fora desse aspecto, as almas moronciais dos mortais fusionados ao Esprito no esto limitadas.

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O padro de memria persiste na alma, mas esse padro requer a presena do Ajustador anterior para se tornar imediatamente auto-realizvel enquanto memria em continuidade. Sem o Ajustador, o mortal sobrevivente requer um tempo considervel para reexplorar e reaprender, para recuperar a conscincia da memria dos significados e dos valores de uma existncia anterior.

A alma com valor de sobrevivncia reflete fielmente tanto as aes e as motivaes qualitativas, quanto as quantitativas do intelecto material, que foi o assento anterior da identidade do eu. Na escolha da verdade, da beleza e da bondade, a mente mortal entra na sua carreira pr-moroncial, no universo, sob a tutela dos sete espritos ajudantes da mente, unificados sob a direo do esprito da sabedoria. Subseqentemente, ao completar os sete crculos da realizao pr-moroncial, a superimposio do dom da mente moroncial sobre a mente ajudante inicia a carreira pr-espiritual ou moroncial da progresso no universo local.

Quando uma criatura deixa o seu planeta nativo, ela deixa o ministrio ajudante para trs e torna-se dependente somente do intelecto moroncial. Quando um ser ascendente deixa o universo local, ele ter atingido o nvel espiritual de existncia, tendo ultrapassado o nvel moroncial. Essa entidade espiritual recm-surgida torna-se, ento, sintonizada diretamente com o ministrio da mente csmica de Orvonton.

7. A FUSO COM O AJUSTADORA fuso com o Ajustador do Pensamento confere personalidade factualidades eternas que previamente eram apenas potenciais. Entre esses novos dons, podem ser mencionados: a fixao da qualidade da divindade, a experincia e a memria da eternidade passada, a imortalidade; e uma fase especfica de absolutez potencial.

Quando o vosso curso terreno, na forma temporria, houver decorrido, vs estareis para acordar nas margens de um mundo melhor, at que, finalmente, estareis unidos ao vosso fiel Ajustador num amplexo eterno. E essa fuso constitui o mistrio de fazer um, de Deus e do homem, o mistrio da evoluo da criatura finita, mistrio que eternamente verdadeiro. A fuso um segredo da esfera sagrada de Ascendington; e nenhuma criatura, salvo aquelas que experienciaram a fuso com o esprito da Deidade, pode compreender o verdadeiro significado dos valores reais que se somam identidade quando uma criatura do tempo se torna eternamente una com o esprito da Deidade do Paraso.

A fuso com o Ajustador efetivada, de modo geral, enquanto o ser ascendente residente no seu sistema local. Pode ocorrer no planeta do seu nascimento, como uma transcendncia da morte natural; pode ter lugar num dos mundos das manses ou na sede central do sistema; pode at mesmo ser retardada at o momento final da estada na constelao; ou, em casos especiais, pode no ser consumada seno quando o ser ascendente estiver na capital do universo local.

Quando a fuso com o Ajustador houver sido efetivada, no mais poder haver perigo futuro para a carreira eterna de tal personalidade. Os seres celestes so testados por uma longa experincia, mas os mortais passam por uma carreira relativamente curta e por testes intensivos nos mundos evolucionrios e nos mundos moronciais.

A fuso com o Ajustador nunca ocorre at que os mandatos do superuniverso tenham pronunciado que a natureza humana haja, de fato, feito uma escolha final e irrevogvel pela carreira eterna. Essa a autorizao da unicidade, a qual, quando emitida, constitui a permisso para que a personalidade fusionada finalmente abandone os confins do universo local, para prosseguir, em algum momento, at a sede central

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do superuniverso, ponto do qual o peregrino do tempo, num futuro distante, ir enseconafinar-se para o longo vo at o universo central de Havona e para a aventura na Deidade.

Nos mundos evolucionrios, a individualidade do eu material; uma coisa no universo e, como tal, est sujeita s leis da existncia material. um fato no tempo, e sensvel s vicissitudes dele. As decises de sobrevivncia devem ser formuladas nesse momento. No estado moroncial, o eu torna-se uma nova realidade do universo, mais duradoura; e o seu crescimento contnuo est baseado na sua crescente sintonia com os circuitos mentais e espirituais dos universos. As decises de sobrevivncia esto agora sendo confirmadas. Quando o eu atinge o nvel espiritual, ter-se- tornado um valor seguro no universo; e esse novo valor funda-se no fato de que as decises de sobrevivncia foram tomadas, fato este que foi confirmado pela fuso eterna com o Ajustador do Pensamento. E, tendo chegado ao status do valor verdadeiro no universo, a criatura torna-se liberada, em potencial, para a busca do valor mais elevado do universo Deus.

Esses seres fusionados so duais nas suas reaes no universo: so indivduos moronciais separados, discretos, limitados espacialmente, no muito diferentes dos serafins; e so tambm, em potencial, seres da ordem dos finalitores do Paraso.

Contudo, o indivduo fusionado realmente uma personalidade una, um ser cuja unidade desafia todas as tentativas de anlise de qualquer inteligncia dos universos. E assim, tendo passado pelos tribunais do universo local, do mais baixo ao mais alto, nenhum dos quais tendo sido capaz de identificar homem ou Ajustador, de distinguir uma parte da outra, vs sereis finalmente levados perante o soberano de Nebadon, o vosso Pai do universo local. E ento, das mos daquele mesmo ser cuja paternidade criadora, nesse universo do tempo, tornou possvel a existncia da vossa vida, ser-vos- concedida a credencial que vos dar o direito de prosseguir para sempre na vossa carreira no superuniverso, ao encontro do Pai Universal.

O Ajustador triunfante ter ganho personalidade pelo magnfico servio humanidade, ou haver o valente ser humano adquirido a imortalidade por esforos sinceros de realizar a semelhana ao Ajustador? Nenhuma das duas coisas; juntos, entretanto, eles tero feito evoluir um membro de uma das ordens nicas de personalidades ascendentes do Supremo, um ser que estar sempre a servio, que sempre se mostrar fiel e eficiente, um candidato ao crescimento e ao desenvolvimento ulteriores, sempre dirigido para cima e nunca cessando a sua superna ascenso, at que os sete circuitos de Havona hajam sido atravessados e at que aquela que uma vez foi uma alma de origem terrena esteja em atitude adoradora de reconhecimento personalidade real do Pai no Paraso.

Ao longo dessa magnfica ascenso, o Ajustador do Pensamento a garantia divina da futura estabilizao espiritual plena do mortal ascendente. Ao mesmo tempo, a presena do livre-arbtrio mortal d ao Ajustador um canal para a libertao da sua natureza infinita e divina. E agora que essas duas identidades transformaram-se numa nica, nenhum evento no tempo ou na eternidade pode jamais separar o homem e o Ajustador; eles so inseparveis, eternamente fusionados.

Nos mundos de fuso com o Ajustador, o destino do Monitor Misterioso idntico ao do mortal ascendente o Corpo da Finalidade do Paraso. E nenhum deles, nem o Ajustador, nem o ser mortal, pode atingir essa meta nica sem a plena cooperao e a fiel ajuda do outro. Essa extraordinria unio constitui um dos mais assombrosos e fascinantes fenmenos desta idade do universo.

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Desde o momento da fuso com o Ajustador, o status do ser ascendente o da criatura evolucionria. O membro humano foi o primeiro a desfrutar de personalidade e, por conseguinte, est acima do Ajustador em todas as questes que concernem ao reconhecimento da personalidade. A sede central no Paraso desse ser fusionado Ascendington, no Divinington; e essa combinao, nica, de Deus e homem, tem a categoria de um mortal ascendente em todo o seu caminho de elevao at o Corpo da Finalidade.

Uma vez que um Ajustador se haja fundido com um mortal ascendente, o nmero desse Ajustador retirado dos registros do superuniverso. O que acontece nos registros de Divinington eu no sei, no entanto fao a conjectura de que o registro desse Ajustador seja removido para os crculos secretos das cortes internas de Grandfanda, o reitor atual do Corpo da Finalidade.

Com a fuso ao Ajustador, o Pai Universal completou a Sua promessa da ddiva de Si mesmo s Suas criaturas materiais; Ele haver cumprido a promessa, e consumado o plano de outorga eterna da divindade humanidade. Agora, inicia-se o intento humano de realizar e de tornar factuais as ilimitadas possibilidades que so inerentes superna unio com Deus, que assim se realizou.

O destino conhecido, no presente, dos mortais sobreviventes o Corpo da Finalidade do Paraso; essa tambm a meta de destino para todos os Ajustadores do Pensamento que se tornam vinculados, em unio eterna, aos seus companheiros mortais. No presente, os finalitores do Paraso esto trabalhando por todo o grande universo, em muitas obras, mas todos ns conjecturamos que eles tero outras tarefas ainda mais supernas a cumprir no futuro distante, aps os sete superuniversos haverem sido estabelecidos em luz e vida, e quando o Deus finito houver emergido finalmente do mistrio que agora envolve essa Suprema Deidade.

Vs tendes sido instrudos, at uma certa medida, sobre a organizao e o pessoal do universo central, dos superuniversos e dos universos locais; foi-vos dito algo sobre o carter e a origem de algumas das vrias personalidades que agora regem essas mltiplas criaes. Vs fostes tambm informados de que, em processo de organizao, existem vastas galxias de universos, muito alm da periferia do grande universo, no primeiro nvel do espao exterior. E foi sugerido, no curso destas narrativas, que o Ser Supremo est para proclamar a sua funo terciria no revelada nessas regies ainda inexploradas do espao exterior; e a vs tambm foi dito que os finalitores do corpo do Paraso so as crianas experienciais do Supremo.

Acreditamos que os mortais fusionados com os Ajustadores, junto com os seus companheiros finalitores, esto destinados a funcionar de alguma maneira na administrao dos universos do primeiro nvel do espao exterior. No temos a menor dvida de que, no tempo devido, essas enormes galxias transformar-se-o em universos habitados. E estamos igualmente convencidos de que, entre os administradores daqueles universos, estaro os finalitores do Paraso, cujas naturezas so uma conseqncia csmica da combinao de criatura e Criador.

Que aventura! Que epopia romanesca! Uma criao gigantesca a ser administrada pelos filhos do Supremo, esses Ajustadores personalizados e humanizados, esses mortais Ajustadorizados e eternizados, essas misteriosas combinaes e essas eternas associaes entre a mais alta manifestao conhecida da essncia da Primeira Fonte e Centro e a mais baixa forma de vida inteligente, capaz de compreender e alcanar o Pai Universal. Ns acreditamos que tais seres amalgamados, tais unies entre Criador e criatura tornar-se-o governantes extraordinrios, administradores incomparveis, diretores compassivos e compreensivos

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de toda e qualquer forma de vida inteligente que possa vir a existir, espalhada por esses futuros universos do primeiro nvel do espao exterior.

Verdade , sim, que vs, mortais, sois de origem terrena animal; a vossa estrutura realmente p. Contudo, se realmente desejardes, e se o quiserdes realmente, certamente a herana das idades ser vossa e ireis, algum dia, servir aos universos no vosso verdadeiro carter de filhos do Deus Supremo da experincia: filhos divinos do Pai no Paraso, Pai de todas as personalidades.

[Apresentado por um Mensageiro Solitrio de Orvonton.]