figuras de linguagem
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Figuras de Linguagem
O que são figuras de linguagem? São recursos que tornam a mensagem emitida mais
expressiva. A literatura utiliza MUITO as figuras de linguagem. As figuras de
linguagem são divididas em figuras de som, figuras de palavras, figuras de pensamento
e figuras de construção.
Figura de palavra: Substituição de uma palavra por outra.
Figura de pensamento: Recurso que se refere ao aspecto semântico das palavras.
Figura de som: Efeito produzido pela repetição de palavras ou imitação do som de
outros seres.
Figura de Construção: Também chamadas de figuras de sintaxe, são desvios,
inversões, na busca de maior expressividade.
FIGURAS DE PALAVRA
• Metáfora: Usa uma palavra ou expressão no lugar de outra. A metáfora tem um
caráter subjetivo.
Ex.: Você é luz, é raio, estrela e luar…
• Comparação: A comparação é parecida com a metáfora, porém utiliza conectivo
comparativo (como).
Ex.: Amou daquela vez como se fosse máquina(…)
• Metonímia: Substituição da parte pelo todo ou empregar um termo no lugar do outro,
havendo uma proximidade entre ambos os termos.
Ex.: Devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu.
PS: A Sinédoque é a substituição de um termo por outro, ampliando ou reduzindo o
sentido da palavra. A Metonímia prevalece por ser mais abrangente.
• Catacrese: Catacrese é uma “metáfora desgastada”, são palavras utilizadas por falta
de termo específico.
Ex.: Batata da perna, maçã do rosto, pé da mesa, braço da poltrona, cabeça de alho
• Sinestesia: Sensações diferentes em uma mesma expressão. Mistura de sentidos.
Ex.: Ele escutou sua doce voz.
• Antonomásia: Definir algo por sua qualidade ou característica especial. Apelidos
também podem ser uma antonomásia. Antonomásia é usada para pessoas.
Ex.: O poeta dos escravos morreu jovem .
• Perífrase: Segue o mesmo conceito da antonomásia, mas é utilizada para animais e
lugares.
Ex.: Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil.
FIGURAS DE PENSAMENTO
• Antítese: Aproximação de palavras com sentidos opostos.
Ex.: Meu corpo é quente e estou sentindo frio.
• Apóstrofe: Invocação de algo.
Ex.: Deus! Oh Deus! Onde está que não responde?
• Paradoxo: Não é apenas uma aproximação de palavras com sentidos opostos, mas
ideias contraditórias que se referem a um mesmo termo.
Ex.: Dor que desatina sem doer.
• Eufemismo: Emprega uma palavra para atenuar a verdade.
Ex.: Você faltou com a verdade.
Ele entregou a alma a Deus.
• Gradação: Sequência de palavras que intensificam a mesma ideia.
Ex.: O trigo… nasceu, cresceu, espinhou, amadureceu,colheu-se…
• Hipérbole: Exagero de uma idéia.
Ex.: Eu nunca mais vou respirar/ se você não me notar
• Ironia: Quando pela entonação, contexto, sugere-se que o que se pretende dizer é ao
contrário do que foi dito.
Ex.: Que alunos inteligentes, não sabem escrever o próprio nome.
• Prosopopéia (Personificação): Quando se dá características humanas a seres
inanimados.
Ex.: O vento beija os meus cabelos/ as ondas lambem as minhas pernas/ o sol abraça o
meu corpo/ meu coração canta feliz.
FIGURAS DE SOM
• Aliteração: Repetição da mesma consoante (ou consoantes similares), em geral, na
posição inicial da palavra.
Ex.: A tontinha tenta tirar a tinta.
• Assonância: Repetição da mesma vogal ao longo dos versos.
Ex.: Sou Ana, da cama/ da cana, fulana, bacana.
• Paronomásia: Reprodução de sons semelhantes em palavras de significados
diferentes.
Ex.: Quero que você ganhe/ que você me apanhe.
FIGURAS DE CONSTRUÇÃO
Por omissão
• Assíndeto: Orações que deveriam vir ligadas por conjunções, mas são separadas por
vírgula.
Ex.: Li o jornal, queria sair.
• Elipse: supressão se uma palavra que fica subentendida.
Ex.: Me espera amor/ eu tô chegando/ depois do inverno,/ a vida em cores.
• Zeugma: Quando há a supressão de um termo já referido anteriormente.
Ex.: Hoje eu acordei com uma vontade danada/ de mandar flores ao delegado/ de bater
na porta do vizinho e desejar bom dia/ de beijar o português da padaria.
Por repetição
• Anáfora: Repetição intencional de palavras no início de um período.
Ex.: Será só imaginação?/ Será que nada vai acontecer?/ Será que é tudo isso em vão?
• Pleonasmo: Repetição da mesma idéia, redundância.
Ex.: Eu nasci, há dez mil anos atrás.
• Polissíndeto: Repetição enfática de uma conjunção.
Ex.: Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge.
Por inversão:
• Anástrofe: Inversão de palavras vizinhas.
Ex.: E dou risada pro grande amor.
• Hiperbáto: Inversão completa de partes da frase.
Ex.: Bate outra vez/ com esperança o meu coração.
• Sínquise: Hiperbáto exagerado. Uma inversão violenta de termos da frase.
Ex.: A gritas e alevanta ao Céu.
• Hipálage: Inversão da posição do adjetivo. Uma qualidade que pertence a um adjetivo
é atribuído a outro.
Ex.: Faziam meias sonolentas
Por ruptura
• Anacoluto: Interrupção do plano sintático.
Ex.: Maria creio que saiu hoje.
Por concordância ideológica
• Silepse: Concordância é feita com a idéia e não com as palavras.
– Silepse de gênero: Discordância entre gêneros.
Ex.: Porto Alegre é linda.
– Silepse de número: Discordância envolvendo singular e plural.
Ex.: Corria gente de todos lados, e gritavam.
– Silepse de pessoa: Discordância entre sujeito e pessoa verbal.
Ex.: Todos desse bairro somos contra a violência.
QUESTÕES SOBRE FIGURAS DE LINGUAGEM
RETIRADAS DE PROVAS ANTERIORES DA UERJ
1. (UERJ 2007)
“Não tardaria muito que saíssem formados e prontos, um para defender o direito e o
torto
da gente, outro para ajudá-la a viver e a morrer.” (l. 3 – 6)
Na passagem destacada, foram explorados diferentes recursos retóricos. Dois desses
recursos podem ser identificados como:
(A) metonímia e metáfora
(B) antítese e pleonasmo
(C) paradoxo e ironia
(D) anáfora e alusão
Leia o texto para responder as próximas questões.
Qualquer Canção
Qualquer canção de amor
É uma canção de amor
Não faz brotar amor
E amantes
Porém, se essa canção
Nos toca o coração
O amor brota melhor
E antes
Qualquer canção de dor
Não basta a um sofredor
Nem cerze um coração
Rasgado
Porém, inda é melhor
Sofrer em dó menor
Do que você sofrer
Calado
Qualquer canção de bem
Algum mistério tem
É o grão, é o germe, é o gen
Da chama
E essa canção também
Corrói como convém
O coração de quem
Não ama
(CHICO BUARQUE)
2. (UERJ 2008) A pluralidade de sentidos, característica da linguagem poética, pode ser
obtida por meio de vários mecanismos, como, por exemplo, a elipse de termos. Esse
mecanismo está presente, de modo mais marcante, no seguinte verso:
(A) “E amantes” (v. 4)
(B) “E antes” (v. 8)
(C) “Rasgado” (v. 12)
(D) “Calado” (v. 16)
3. (UERJ 2008) Na última estrofe do texto, o mistério a que se refere o eu lírico indica
uma construção paradoxal.Os elementos que compõem esse paradoxo são:
(A) início e fim
(B) alegria e dor
(C) música e silêncio
(D) criação e destruição
4. (UERJ 208) O processo de personificação é um recurso utilizado no texto para
humanizar a narrativa e cativar o leitor. Um exemplo de personificação aparece no
seguinte fragmento:
(A) “Passar cinqüenta anos sem poder falar sua língua com alguém é um exílio agudo
dentro do silêncio.”
(B) “E como as folhas não falavam, punha-se a ler em voz alta, fingindo ouvir na própria
voz a voz do outro,”
(C) “Cinqüenta anos olhando as planuras dos pampas, acostumado já às carnes
generosas dos churrascos
conversados em espanhol”
(D) “Era agora um homem inteiro. Tinha, enfim, nos lábios toda a canção.”
5. (UERJ 2008) Figuras de linguagem – por meio dos mais diferentes mecanismos –
ampliam o significado de palavras e expressões, conferindo novos sentidos ao texto em
que são usadas. A alternativa que apresenta uma figura de linguagem construída a
partir da equivalência entre um todo e uma de suas partes é:
(A) “que um homem e uma mulher ali estejam, pálidos, se movendo na penumbra como
dentro de um sonho?”
(B) “Entretanto a cidade, que durante uns dois ou três dias parecia nos haver
esquecido, voltava subitamente a atacar.”
(C) “batia com os nós dos dedos, cada vez mais forte, como se tivesse certeza de que
havia alguém lá dentro.”
(D) “Mas naquela manhã ela se sentiu tonta, e senti também minha fraqueza;”
6. (UERJ 2010) “Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se
no ar constelado de problemas.”
O estranhamento provocado no verso sublinhado constitui um caso de:
(A) pleonasmo
(B) metonímia
(C) hipérbole
(D) metáfora
7. (UERJ 2004) A construção poética do discurso baseia-se freqüentemente na
utilização de figuras de linguagem,como a metonímia. O poeta recorreu a esta figura
em:
(A) “Ah, os rostos sentados”
(B) “Os retratos em cor, na parede,”
(C) “que exerceram (…) o manso ofício”
(D) “de fazer esperar com esperança.”
Leia o texto para responder a próxima questão.
Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…
(MÁRIO QUINTANA)
8. (UERJ 2011) O texto é todo construído por meio do emprego de uma figura de estilo.
Essa figura denominada de:
(A) elipse
(B) metáfora
(C) metonímia
(D) personificação
9. (UERJ 2011) “Desde então procuro descascar fatos, aqui sentado à mesa da sala de
jantar”
Na sentença acima, o processo metafórico se concentra no verbo “descascar”. No
contexto, a metáfora expressa em “descascar” tem o seguinte significado:
(A) reduzir
(B) denunciar
(C) argumentar
(D) compreender
Leia o texto para responder a questão a seguir.
Silogismo
Um salário-mínimo maior do que o que vão dar desarrumaria as contas públicas,
comprometeria o programa de estabilização do Governo, quebraria a Previdência,
inviabilizaria o país e provavelmente desmancharia o penteado do Malan. Quem prega
um salário-mínimo maior o faz por demagogia, oportunismo político ou desinformação.
Sérios, sensatos, adultos e responsáveis são os que defendem o reajuste possível, nas
circunstâncias, mesmo reconhecendo que é pouco.
Como boa parte da população brasileira vive de um mínimo que não dá para viver e as
circunstâncias que o impedem de ser maior não vão mudar tão cedo, eis-nos num
silogismo bárbaro: se o país só sobrevive com mais da metade da sua população
condenada a uma subvida perpétua, estamos todos condenados a uma lógica do
absurdo. Aqui o sério é temerário, o sensato é insensato, o adulto é irreal e o
responsável é criminoso. A nossa estabilidade e o nosso
prestígio com a comunidade financeira internacional se devem à tenacidade com que
homens honrados e capazes, resistindo a apelos emocionais, mantêm uma política
econômica solidamente fundeada na miséria alheia e uma admirável coerência baseada
na fome dos outros. O país só é viável se metade da sua população não for. (…)
(LUÍS FERNANDO VERISSÍMO)
10. (UERJ 2001) O texto apresenta um ponto de vista crítico, construído, dentre outros,
pelo recurso da ironia. A qualidade que constitui uma ironia, no texto, é:
(A) “político” (linha 03)
(B) “perpétua” (linha 08)
(C) “emocionais” (linha 11)
(D) “admirável” (linha 12)
11. (UERJ 2001) A linguagem figurada, conhecida característica de textos literários,
encontra-se também em outros tipos de texto. Verifica-se um exemplo de metonímia no
seguinte fragmento da reportagem:
(A) “… apresenta danças e ritos, mostra arcos, flechas…”
(B) “… expõem a cultura indígena, mas de maneira muito romântica…”
(C) “… uma programação alternativa está deixando de lado a caravela…”
(D) “…e deixar uma semente para que o contato com a cultura indígena continue…”
12. (UERJ 2006)As comparações, ao destacarem semelhanças e diferenças entre
elementos colocados lado a lado, funcionam como estratégias por meio das quais se
ressaltam determinados pontos de vista. Uma comparação está indicada no seguinte
fragmento:
(A) “Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41.”
(B) “caso contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano.”
(C) “e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho à custa do suor alheio.”
(D) “deixei-lhe um troco generoso.”
13. (UERJ 2006)A crônica de Carlos Heitor Cony é uma crítica à hierarquia econômico-
social que prevalece em nossa sociedade. O ponto de vista do narrador sobre essa
hierarquia está exemplificado por meio de metáfora em:
(A) “Elogiou meus sapatos, cromo italiano, fabricante ilustre, os Rosseti.”
(B) “Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos e com ele enxugou o próprio
suor,”
(C) “Saí daquela cadeira com um baita sentimento de culpa.
(D) “por míseros tostões, fizera um filho do povo suar para ganhar seu pão.”
Gabarito: 1-c 2-b 3-d 4-c 5-b 6-d 7-a 8-b 9-d 10-d 11-c 12-c 13-a
1- (Uerj) Leia o texto de Carlos Drummond de Andrade e, a seguir, responda à questão.
O marciano encontrou-me na rua
e teve medo de minha impossibilidade humana.
Como pode existir, pensou consigo, um ser
que no existir põe tamanha anulação de existência?
Afastou-se o marciano, e persegui-o.
Precisava dele como de um testemunho.
Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se
no ar constelado de problemas.
E fiquei só em mim, de mim ausente.
Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se
no ar constelado de problemas. (v. 7-8)
O estranhamento provocado no verso sublinhado constitui um caso de:
(A) pleonasmo
(B) metonímia
(C) hipérbole
(D) metáfora
2- (UEL)
Ambiciosa
Para aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O voo dum gesto para os alcançar ...
Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar ...
– Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar!
Minha alma é como a pedra funerária
Erguida na montanha solitária
Interrogando a vibração dos céus!
O amor dum homem? – Terra tão pisada,
Gota de chuva ao vento baloiçada ...
Um homem? – Quando eu sonho o amor de um Deus! ...
(Adaptado de: ESPANCA, F. Sonetos. São Paulo: Martin Claret, 2007. p.78.)
No verso “minha alma é como a pedra funerária” (verso 9), temos um recurso poético denominado:
(A) Antítese.
(B) Metáfora.
(C) Símile.
(D) Sinestesia.
(E) Anáfora.
3- (UFRRJ/Adaptado) Paradoxo é um recurso semântico por meio do qual se relacionam expressões antônimas com a finalidade de conciliar conceitos contraditórios. Dentre as passagens abaixo, constitui um paradoxo
(A) "para pensar um belo pensamento"
(B) "para se ver chorando, e gostar de chorar"
(C)"e adormecer de lágrimas e luar"
(D)"Quem tivesse um amor sem dúvida nem mácula"
(E) "sem antes nem depois: verdade e alegoria..."
4- (FUVEST/USP) Leia a música abaixo e, a seguir, responda às questões a e b.
Uma palavra
Palavra prima
Uma palavra só, a crua palavra
Que quer dizer
Tudo
Anterior ao entendimento, palavra
Palavra viva
Palavra com temperatura, palavra
Que se produz
Muda
Feita de luz mais que de vento, palavra
Palavra dócil
Palavra d’água pra qualquer moldura
Que se acomoda em balde, em verso,
em mágoa
Qualquer feição de se manter palavra
Palavra minha
Matéria, minha criatura, palavra
Que me conduz
Mudo
E me escreve desatento, palavra
Talvez, à noite
Quase-palavra que um de nós murmura
Que ela mistura letras, que eu invento
Outras pronúncias do prazer, palavra
Palavra boa
Não de fazer literatura, palavra
Mas de habitar
Fundo
O coração do pensamento, palavra
Chico Buarque, Uma palavra. BMG/Ariola, 1995.
5(a). A palavra apresenta-se personificada, nos versos dessa letra de canção, transcritos em
(A) “Anterior ao entendimento, palavra”.
(B) “Palavra d´água pra qualquer moldura”.
(C) “E me escreve desatento, palavra”.
(D) “Quase-palavra que um de nós murmura”.
(E) “Outras pronúncias do prazer, palavra”.
5(b). Uma expressão usada pelo compositor para atribuir à palavra um sentido próprio, não figurado, é:
(A) “crua palavra”.
(B) “palavra com temperatura”.
(C) “feita de luz”.
(D) “palavra dócil”.
(E) “palavra minha”.
6- (Enem) Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da atualidade, é autor de "Bicho urbano", poema sobre a sua relação com as pequenas e grandes cidades.
Bicho urbano
Se disser que prefiro morar em Pirapemasou em outra qualquer pequena cidade do paísestou mentindoainda que lá se possa de manhãlavar o rosto no orvalhoe o pão preserve aquele brancosabor de alvorada......................................................................A natureza me assusta.Com seus matos sombrios suas águas
suas aves que são como apariçõesme assusta quase tanto quantoesse abismode gases e de estrelasaberto sob minha cabeça.
(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1991)
Embora não opte por viver numa pequena cidade, o poeta reconhece elementos de valor no cotidiano das pequenas comunidades. Para expressar a relação do homem com alguns desses elementos, ele recorre à sinestesia, construção de linguagem em que se mesclam impressões sensoriais diversas. Assinale a opção em que se observa esse recurso.
(A) "e o pão preserve aquele branco / sabor de alvorada."(B) "ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no orvalho"(C) "A natureza me assusta. / Com seus matos sombrios suas águas"(D) "suas aves que são como aparições / me assusta quase tanto quanto"(E) "me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de gases e de estrelas"
7– (UFSCAR-SP) Para responder a esta questão, leia os versos:
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
Mudaram as estações
Nada mudou.
É notória a oposição de ideias nos versos, o que significa que neles se encontra como principal figura de linguagem a:
(A) metáfora
(B) antítese
(C) sinestesia
(D) metonímia
(E) catacrese
8- (UFPE) Observando as figuras de linguagem empregadas nos enunciados abaixo, podemos afirmar que a metáfora só NÃO apareceu em:
(A) Delegacia se afoga num mar de inquéritos.
(B) Fantasma do desemprego tecnológico assombra trabalhadores que vivem das atividades de calcinadoras a lenha.
(C) Dirigir falando no telefone celular aumenta quatro vezes o risco de colisões.
(D)De volta à moda e aos pés femininos, o elegante e famigerado salto alto reacende a fogueira da inquisição ortopédica.
(E) É grande o nó burocrático de museus e orquestras para liberar obras e instrumentos na alfândega.
1) (Santa Casa) - Elipse é uma das figuras de sintaxe mais usadas e pode ser definida
como sendo "a omissão, espontânea ou voluntária, de termos que o contexto ou a
situação permitem facilmente suprir".
De acordo com a definição, há um bom exemplo de elipse em:
a) "Entre cá dentro, berrou o guarda."
b) "O balão desceu cá para baixo."
c) "Lá fora, umidade; tinha garoado muito."
d) "Eu, parece-me que tenho uma fome danada."
e) "Do bar lançou-me para a sarjeta."
2) (7594 Fei) - Assinalar a alternativa que contém as figuras de linguagem
correspondentes aos períodos a seguir:
I. "Está provado, quem espera nunca alcança".
II. "Onde queres o lobo sou o irmão".
III. Ele foi discriminado por sofrer de uma doença contagiosa muito falada atualmente.
IV. Ela quase morreu de tanto estudar para o vestibular.
a) ironia - antítese - eufemismo - hipérbole
b) eufemismo - ironia - hipérbole - antítese
c) antítese - hipérbole - ironia - eufemismo
d) hipérbole - eufemismo - antítese - ironia
e) ironia - hipérbole - eufemismo - antítese
3) (15826 Fuvest) - A CATACRESE, figura que se observa na frase "Montou a cavalo no
burro bravo", ocorre em:
a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo.
b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura.
c) Apressadamente, todos embarcaram no trem.
d) Ó mar salgado, quanto do teu sal
são lágrimas de Portugal.
e) Amanheceu, a luz tem cheiro.
4) (Un. Fe. Uberlândia) - Cada frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale
aquela que não está classificada corretamente:
a) O céu vai se tornando roxo e a cidade aos poucos agoniza. (prosopopéia)
b) "E ele riu frouxamente um riso sem alegria". (pleonasmo)
c) Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora)
d) "Toda vida se tece de mil mortes." (antítese)
e) Ele entregou hoje a alma a Deus. (eufemismo).
5) (Aman) - Há uma evidente onomatopéia em:
a) "Os dois bois tafulham as munhecas, com cloques sonoros."
b) "E Soronho ri, com estrépito e satisfação."
c) "... um tremembé atapeado de alvas florinhas de bem-casados e de longos botões
fusiformes de lírios."
d) "Vam'bora, lerdeza! Tu é bobo o mole; tu é boi?!..."
e) "De éis, Buscapé, e depois Namorado, acabaram."
6) (Fac.Met.Piracicaba) - Na frase: "A mocidade é um noivado" ocorre a figura chamada:
a) metáfora
b) anacoluto
c) elipse
d) silepse de gênero
e) zeugma
7) (PUC) - Na frase: "... às paixões que se calem...", ocorre a figura chamada:
a) anacoluto
b) polissíndeto
c) silepse de número
d) onomatopéia
e) prosopopéia
8) (Fuvest) - A figura resultante de uma translação de sentido pela suavização da idéia
recebe o nome de:
a) eufemismo
b) catáfora
c) ícone
d) anáfora
e) pleonasmo
9) (Aman) - "E brinquei, e dancei e fui vestido de rei..."
Na frase acima, há:
a) hipérbole
b) polissíndeto
c) zeugma
d) elipse
e) catacrese
10) (Fac.Met.Piracicaba) - "... e até o número de casa e do telefone serão esquecidos, e
toda essa gente e todas essas coisas se apagarão em lembranças remotas." Aparece
neste segmento uma figura classificada como:
a) polissíndeto
b) assonância
c) concatenação
d) aliteração
e) trocadilho
11) (Santa Casa) - Qual a figura de linguagem dos seguintes versos?
"Ignara voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas
Qual se essa voz de Anacreonte fosse."
a) comparação
b) hipérbole
c) pleonasmo
d) antonomásia
e) polissíndeto
12) (UF de Viçosa) - Assinale a figura de linguagem encontrada em:
"Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor."
a) perífrase
b) silepse
c) catacrese
d) prosopopéia
e) sinédoque
13) (Barbacena) - Em “Respondeu um silêncio cheio de surpresa” há duas figuras:
a) catacrese e sinédoque
b) metonímia e catacrese
c) antítese e animismo
d) eufemismo e epíteto
e) antonomásia e comparação
14) (Fac.Met.Piracicaba) - "Pois até nisso a pequena rua fechada o seu círculo de rotina
e burocracia em volta de mim." Que figura aparece aí?
a) prosopopéia
b) apóstrofe
c) perífrase
d) hipérbole
e) eufemismo
15) (Fau - Santos) - Nos versos:
“Bomba atômica que aterra
Pomba atômica da paz
Pomba tonta, bomba atômica...”
A repetição de determinados elementos fônicos é um recurso estilístico denominado:
a) hiperbibasmo
b) sinédoque
c) metonímia
d) aliteração
e) metáfora
16) (Fuvest) - Em “Quando a indesejada das gentes chegar”, há:
a) clímax
b) eufemismo
c) sínquise
d) catacrese
e) pleonasmo
17) (FAU-Santos) - Nos versos:
"Bomba atômica que aterra
Pomba atômica da paz
Pomba tonta, bomba atômica..."
A repetição de determinados elementos fônicos é um recurso estilístico denominado:
a) hiperbibasmo
b) sinédoque
c) metonímia
d) aliteração
e) metáfora
18) (Mackenzie) - Nos versos abaixo uma figura se ergue graças ao conflito de duas
visões antagônicas:
"Saio do hotel com quatro olhos,
- Dois do passado."
Esta figura de linguagem recebe o nome de:
a) metonímia
b) antítese
c) hipérbato
d) catacrese
e) hipérbole
19) (UFP) - Em: “... das coisas ásperas, das coisas tristes, das coisas frias...” há um
agrupamento de palavras e idéias na mesma ordem, como um recurso estilístico
chamado:
a) paralelismo
b) anáfora
c) apóstrofe
d) anástrofe
e) catacrese
20) (Belas Artes - SP) - Identifique as figuras nos versos:
"Se lá dos céus vem celeste aviso."
"Eles, o seu único desejo é exterminar-nos."
"Vozes veladas, veludosas vozes."
"O céu, um manto azulado."
a) metáfora - catacrese - elipse - zeugma
b) pleonasmo - zeugma - elipse - anacoluto
c) anacoluto - pleonasmo - elipse - zeugma
d) pleonasmo - anacoluto - aliteração - elipse
e) nenhuma das anteriores
21) (Fuvest) - Em: "Quando a indesejada das gentes chegar", há:
a) clímax
b) eufemismo
c) sínquise
d) catacrese
e) pleonasmo
22) (Barbacena) - "O Poeta dos Escravos é uma glória imorredoura da Bahia." O que
está grifado é uma figura de estilo especificamente reconhecida como:
a) metonímia
b) antonomásia
c) comparação
d) metáfora
e) catacrese
23) (9084 Mackenzie) - "Ó mar salgado, quanto do teu sal
são lágrimas de Portugal!"
Há, nesses versos, uma convergência de recursos expressivos, que se realizam por meio
de:
I - metonímia;
II - pleonasmo;
III - apóstrofe;
IV - personificação.
Quanto às especificações anteriores, diz-se que:
a) todas estão corretas.
b) nenhuma está correta.
c) apenas I , II e III estão corretas.
d) apenas III e IV estão corretas.
e) apenas I está incorreta.
24) (Colégio Naval) - "... o rapaz lhe estendeu uma folha. Era um poema," -
Reconhecemos, na frase, a figura:
a) eufemismo
b) animismo
c) metáfora
d) anástrofe
e) catacrese
25) (Univ. Taubaté) - No sintagma: "Uma palavra branca e fria", encontramos a figura
denominada:
a) sinestesia
b) eufemismo
c) onomatopéia
d) antonomásia
e) pleonasmo
26) (Mack - Engenharia) - Em: "Moça linda bem cuidada, dois séculos de família, burra
como uma porta, um amor" (M. de Andrada), há:
a) paradoxo
b) antítese
c) ironia
d) eufemismo
e) catacrese
27) (Uni. Fed. do Piauí) - Em: "... das coisas ásperas, das coisas tristes, das coisas
frias..." há um agrupamento de palavras e idéias na mesma ordem, como um recurso
estilístico chamado:
a) paralelismo
b) anáfora
c) apóstrofe
d) anástrofe
e) catacrese
28) (Marília) - Na expressão: "Eles têm poder; nós, dinheiro", a figura de construção
empregada é:
a) anástrofe
b) elipse
c) zeugma
d) anacoluto
e) hipérbole
29) (Barbacena) - Em: "Respondeu um silêncio cheio de surpresa", há duas figuras:
a) catacrese e sinédoque
b) metonímia e catacrese
c) antítese e animismo
d) eufemismo e epíteto
e) antonomásia e comparação
30) (UF de Pelotas) - "Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos os modernos."
(Machado de Assis)
A passagem encerra um exemplo de:
a) anacoluto
b) eufemismo
c) ironia
d) paradoxo
e) silepse
31) (Med - Taubaté) - Nos versos: "Deixa em paz meu coração/que ele é um pote até
aqui de mágoa" verifica-se a seguinte figura de linguagem:
a) metonímia
b) metáfora
c) perífrase
d) sinédoque
e) catacrese
32) (Mack - Engenharia) - Em: "Botam a gente comovido como o diabo", ocorre:
a) silepse de gênero
b) silepse de número
c) silepse de pessoa
d) pleonasmo
e) antítese
33) (FMU) - Em: "Ele lê Machado de Assis", há:
a) catacrese
b) perífrase
c) metonímia
d) metáfora
e) inversão
34) (OMEC - Engenharia) - Assinale a figura de linguagem da frase seguinte: "Toda a
cidade se alegrou com a sua vinda."
a) perífrase
b) catacrese
c) metonímia
d) sinédoque
e) silepse
35) (Mack - Engenharia) - Assinale a figura: "Em poucos momentos avistávamos a
maravilhosa Rio de Janeiro".
a) metáfora
b) silepse de gênero
c) silepse de pessoa
d) silepse de número
e) sinédoque
36) (3621 Fuvest) - A prosopopéia, figura que se observa no verso "Sinto o canto da
noite na boca do vento", ocorre em:
a) "A vida é uma ópera e uma grande ópera."
b) "Ao cabo tão bem chamado, por Camões, de Tormentório, os portugueses
apelidaram-no de Boa Esperança."
c) "Uma talhada de melancia, com seus alegres caroços."
d) "Oh! eu quero viver, beber perfumes.
Na flor silvestre, que embalsama os ares."
e) "A felicidade é como a pluma..."
37) (7542 Fatec) - "Seus óculos eram imperiosos."
Assinale a alternativa onde aparece a mesma figura de linguagem que há na frase
acima:
a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes."
b) "Nasci na sala do terceiro ano."
c) "O bonde passa cheio de pernas."
d) "O meu amor, paralisado, pula."
e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."
38) (11569 Uelondrina) - Assinale a alternativa que encerra uma palavra empregada
CONOTATIVAMENTE.
a) Jovem hoje, viria a ter, sem dúvida, uma existência mais tranqüila.
b) Todos dançam, suam, gritam juntos, e experimentam plena satisfação.
c) Pressentimos que estamos vivendo a aurora de um grande momento da História.
d) Os bailes e reuniões sociais eram quase invariavelmente ocasião de frustrações.
e) Todos tremem e aplaudem, ritmicamente, juntos, em franca euforia.
39) (13713 - Mackenzie)
I - O vento vem vindo de longe,a noite se curva de frio.
(Cecília Meireles)
II - Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
(Alphonsus de Guimaraens)
III - A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.
(Monteiro Lobato)
IV - Nunca se afizera ao regime novo - essa indecência de negro igual a branco e
qualquer coisinha: a polícia! "Qualquer coisinha": Uma mucama assada no forno porque
se engraçou dela o senhor; uma novena de relho porque disse: "Como é ruim, a sinhá"...
(Monteiro Lobato)
Assinale a alternativa que indica corretamente o ponto comum entre os respectivos
trechos:
a) a metonímia e a prosopopéia - trechos I e II; eufemismo - trechos III e IV.
b) o assíndeto e a metonímia - trechos I e II; eufemismo - trechos III e IV.
c) o assíndeto e a prosopopéia - trechos I e II; hipérbole - trechos III e IV.
d) a inversão e a prosopopéia - trechos I e II; ironia - trechos III e IV.
e) a aliteração e a prosopopéia - trechos I e II; ironia - trechos III e IV.
40) (7574 Fei) - Assinalar a alternativa correta, correspondente às figuras de linguagem,
presentes nos fragmentos a seguir:
I. "Não te esqueças daquele amor ardente
que já nos olhos meus tão puro viste."
II. "A moral legisla para o homem; o direito, para o
cidadão."
III. "A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores, porém, discordavam."
IV. "Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, pára, ergue a mão em viseira, firma
os olhos."
a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo
e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma
GABARITO DOS EXERCÍCIOS DE FIGURAS E FUNÇÕES DA
LINGUAGEM
1-C, 2-A, 3-C, 4-C, 5-A, 6-A, 7-E, 8-A, 9-B, 10-A, 11-A,
12-D, 13-C, 14-A, 15-D, 16-B, 17-D, 18-B, 19-B, 20-D,
21-B, 22-B, 23-A, 24-E, 25-A, 26-C, 27-B, 28-C, 29-C, 30-
E, 31-B, 32-A, 33-C, 34-D, 35-B, 36-C, 37-D, 38-C, 39-E,
40-B