figuras de linguagem

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DA OBSERVAÇÃO (Mário Quintana) Não te irrites, por mais que te fizerem... Estuda, a frio, o coração alheio. Farás, assim, do mal que eles te querem, Teu mais amável e sutil recreio... Teu mais amável e sutil recreio... www.literapiaui.com.br

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Bons Estudo.

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Page 1: Figuras de linguagem

DA OBSERVAÇÃO (Mário Quintana)

Não te irrites, por mais que te fizerem...Estuda, a frio, o coração alheio.Farás, assim, do mal que eles te querem,Teu mais amável e sutil recreio... Teu mais amável e sutil recreio...

www.literapiaui.com.br

Page 2: Figuras de linguagem

1. Assonância: repetição de sons vocálicos.

Ex.: “Sou Ana, da cama / da cana, fulana, bacana / Sou Ana de

Amsterdam” (Chico Buarque)

2. Aliteração: repetição de sons consonantais.

Ex.: “Brancas Bacantes bêbadas o beijam” (Cruz e Sousa)

Ex.:”Três tigres tristes para três pratos de trigo /

Três pratos de trigo para três tigres tristes”.

Balalaica CajuínaBalalaica

Balalaica[como um balido abalaa balada do bailede gala]com um balido abalaabala com balido[a gala do baile]louca a balalaica.

Cajuína

Existirmos, a que será que se destina?Pois quando tu me deste a rosa pequeninavi que és um homem lindo e que se acaso a sinado menino infeliz não se nos iluminaTampouco turva-se a lágrima nordestinaApenas a matéria-vida era tão finae éramos olharmo-nos intacta a retinaA Cajuína, cristalina em Teresina.

Page 3: Figuras de linguagem

3. Anáfora: repetição de um termo ou palavra no início dafrase ou verso.

Ex.: “Se você gritasseSe você sentisseSe você tocasse o meu coração.”

4. Epístrofe: repetição de um termo ou palavra no final dafrase ou verso.

Ex.: “Não sou nada.Nunca serei nada.Nunca serei nada.Não posso querer ser nada.” (Álvaro de Campos – Fernando Pessoa)

5. Diácope: consiste no emprego repetido de uma ou maispalavras, intercaladas por outras.

Ex.: “Tu, só tu, puro Amor com força crua” – (Camões)

Ex.: “Amor, meu grande Amor...”

Ex.: “há entretanto um verbo, um verbo sempre,” (Mário Faustino)

Page 4: Figuras de linguagem

6. Epizeuxe: consiste na duplicação de uma palavra(repetição em seguida).

Ex.: “Seus olhos verdes, verdes.”Ex.: “talvez interjetivo, verso, verso,” (Mário Faustino)

7. Quiasmo: inversão de termos iguais nos versos emforma de X.

Ex.: “Ele corava e tremiaEx.: “Ele corava e tremia

Tremia e corava eu.

Ex.: No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho”(Carlos Drummond de Andrade)

Page 5: Figuras de linguagem

8. Antítese: aproximação de palavras que se opõem pelo sentido(oposição).

9. Oxímoro: contraste de palavras numa frase ou verso.

Ex.: “Desculpem-me por ter sido longo porque não tive tempo de ser breve”.

Ex.: “De repente do riso fez-se o pranto.” (Vinícius de Moraes)

Ex.: “Depois da luz se segue a noite escura” (Gregório de Matos)

Ex.: “Velha infância”/Ex.: “Suave veneno”/ Ex.: “Mentiras Sinceras”.

Ex.: “Crimes suaves, que ajudam a viver” (Drummond)

10. Paradoxo: uma contradição – opinião contrária ao sensocomum. Consiste numa afirmação seguida de uma negação.

Ex.: “Crimes suaves, que ajudam a viver” (Drummond)

Ex.: “Com seu povo feliz, que ri das próprias mágoas,” (Da Costa e Silva)

Ex.: “Tenho tudo nas mãos (1) , mas não tenho nada (2)”Ex.: “O mito é o nada (1) que é tudo (2)”. (Fernando Pessoa)

Ex.: “E cada vez que eu fujo (1) eu me aproximo mais (2)” (Ana Carolina)

Ex.: “Somos suspeitos de um crime perfeito (1), mas crimes perfeitosnão deixam suspeitos (2)”. (Humberto Gessinger)

Page 6: Figuras de linguagem

11. Antonomásia: substituição do nome / personagem /personalidade por uma marca (apelido) ou característicamarcante.

Ex.: “O Poeta dos Escravos” (Castro Alves)

Ex.: “O Rei do futebol” (Pelé)

Ex.: “O patrono do Exército brasileiro” (Duque de Caxias)

12. Perífrase: trata-se de substituir o nome de umacidade/estado/país/região por uma característica marcante.

Ex.: “A capital da República está em festa” (Brasília)

Ex.: “A terra do sol nascente é cheia de boas surpresas” (Japão)

13. Catacrese: na falta de um termo específico paradesignar um conceito, usa-se outro por “empréstimo”; trata-se de uma metáfora desgastada.

Ex.: “Você quebrou o pé da mesa!”;

Ex.: “Eles votaram o teto salarial do Judiciário”

Page 7: Figuras de linguagem

14. Hipérbato: inversão da ordem direta dos termos daoração.

Ex.: “Somos do mundo a esperança”.

Ex.: “Passeiam, à tarde, as belas na Avenida”.

Ex.: “Dança, à noite, o casal de apaixonados no clube”.

15. Zeugma: trata-se de uma elipse (omissão de termos)especial, onde ocorre a omissão de um termo que já citadoanteriormente.anteriormente.

Ex.: “O galo come milho / O urubu, esterco” (Millor Fernandes) –

percebe-se a omissão do verbo come no 2º verso.

Ex.: “Nossos bosques têm mais vida / Nossa vida mais amores” (G.

Dias) – ocorreu a omissão do verbo têm no 2º verso.

Ex.: Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

Page 8: Figuras de linguagem

16. Metonímia: apresenta um termo em lugar de outro, combase numa relação de dependência de ambos; é umacomplementação de sentidos.

Ex.: “O professor Ismar Tavares já completou 55 carnavais”

Ex.: “O meu irmãozinho adora danone ”.

Ex.: “Ele adora ler Fernando Pessoa”

Ex.: “Não tinha teto em que se abrigasse ”

17. Paronomásia: é o uso de sons semelhantes empalavras próximas.

Ex.: “... do povo nas vilas, nas favelas, nas filas...”

Ex.: “Sou mulato lato no sentido lato”

Para a tropa do trapo vazo a tripa,

E mais não digo, porque a musa topa.

Em apa, epa, ipa, opa, upa.

Page 9: Figuras de linguagem

18. Prosopopéia ou Personificação: atribuição decaracterísticas humanas a plantas, animais ou seresinanimados.Ex.: “Meu cachorro me sorriu latindo” (Roberto Carlos)

Ex.: “Um frio inteligente (...) percorria o jardim...”(Clarice Lispector).

19. Sinestesia: refere-se às sensações que percebemos pormeio do cruzamento de diferentes órgãos dos sentidos.

Ex.: “O peixinho(...) silencioso e levemente melancólico”. (Mário Quintana)

meio do cruzamento de diferentes órgãos dos sentidos.

Ex.: “O grito escuro da meia – noite” / “Uma palavra branca e fria”

20. Anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase.Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinadaconstrução sintática e depois se opta por outra.

Ex.: "O delicioso aroma do amor" / “Um áspero sabor de indiferença”.

Ex.: “A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa”.

Ex.: “Ele, nada podia assustá-lo”.

Page 10: Figuras de linguagem

A vós correndo vou, braços sagrados,

Pleonasmo

Nessa cruz sacrossanta descobertos

Aliteração

A vós, divinos olhos, eclipsados

Apóstrofe Metáfora

De tanto sangue e lágrimas abertos,

Hipérbole

Page 11: Figuras de linguagem

Pois para perdoar-me, estais despertos,

E, por não condenar-me, estais fechados.Antítese

A vós, pregados pés, por não deixar-me,

A vós, sangue vertido, para ungir-me,

A vós, cabeça baixa, pra chamar-me.

EpístrofeAnáfora

A vós, cravos preciosos, quero atar-me,

Eufemismo

Para ficar unido, atado e firme.

GradaçãoZeugma

braçosolhossanguePéscabeça

Metonímia