fichamento - karl marx e suas contribuições (teoria)
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KARL MARX E SUA TEORIA
As perspectivas teóricas que objetivam esclarecer pontos de vista acerca
do homem e diversos âmbitos que lhe dizem respeito não podem ser julgadas
como “desnecessárias ou incorretas”, mas observáveis e questionáveis, de modo
que produzam consciência crítica e também política.
O mesmo se aplica à teoria de Karl Marx, nascido na cidade Treves,
Alemanha. Junto a Engels escreveu O Manifesto do Partido Comunista, obra
conhecida por marcar a fundação do Marxismo. Em 1883 Marx faleceu após
intensa e nítida atuação política.
O materialismo histórico surgiu para revolucionar o pensamento social bem
como as práticas sociais a que se propõe fazer repensar. Além de ser bastante
complexa esta teoria propõe uma ampla transformação política, social e também
econômica, uma vez que problematizou as contradições básicas da sociedade
capitalista. Marx foi o teórico que de fato reprovava as propostas utópicas de
transformação social e seu método dialético foi enfaticamente influenciado por
Hegel e suas contribuições filosóficas.
Marx defende que o capitalismo alienou trabalhador dos seus meios de
produção, e a alienação econômica do homem sob o capital produz a perda de
controle pelo trabalho. Assim, a obra de Karl Marx se torna completamente atual,
uma vez que descrevia não apenas a dinâmica daquela época, mas de algo que
ainda se presentifica na sociedade e as relações de trabalho, por exemplo.
A ideia de liberdade total também passou a ser questionada por Marx, pois
para ele o liberalismo enxergava os homens como átomos, livres das
desigualdades sociais. De modo semelhante é possível trazer à tona o capitalismo
que é pautado pelo acúmulo de riquezas nas mãos de uma minoria, sempre
interessada em extrair mais e mais lucros e consecutivamente, é impossível não
mencionar a força de trabalho enquanto mercadoria.
As considerações de Karl Marx permitem que seja possível pensar criticamente
e repensar as relações vigentes, sob uma ótima mais firme e embasada em
concepções que consideram o homem na condição de trabalhador e por vezes, na
condição de maioria oprimida pela minoria abastada.
O salário de um trabalhador, por exemplo, inclui não apenas o trabalho em si,
mas o valor da força de trabalho, que não é uma “coisa”, mas uma capacidade
indissociável do que diz respeito ao corpo do trabalhador. Depende ainda da
destreza e habilidades deste, de tal forma que o salário de um operário qualificado
deve computar o tempo gasto com educação e treinamento para desenvolver tais
habilidades. Tal consideração mais uma vez confronta os padrões trivializados
relacionados ao que tange o mundo do trabalho, e não sob pouca relutância se
questiona quando um produto ou mesmo a força de trabalho regada pelas
habilidades de quem o realiza, corresponde ao que se investe para produzi-lo. É
exatamente aí que Marx ressalta o fato de que a valorização da mercadoria deve
dar-se no âmbito de sua produção.
O capitalismo como se sabe, tem tecido ao longo dos tempos severas relações
de aprisionamento, uma vez que molda a relação do trabalhador com o trabalho de
modo conveniente ao empregador/capitalista, que pode obter o mais-valia com o
simples prolongamento da jornada de trabalho do operário, por exemplo.
As relações de produção, por sua vez, são as formas por meio das quais o
homem se articula para gerir e/ou executar a atividade produtiva. Dessa forma, as
relações de produção podem ser facilmente visualizadas como servis (Europa
Feudal) ou capitalistas (vigentes na indústria moderna, até então).
Karl Marx ao trazer à tona uma teoria pautada no valor humano, de modo a
convocar a sociedade a atentar-se à justiça e à igualdade real entre os homens,
Marx conseguiu como nenhum outro esclarecer realidades e quebrar paradigmas
em diversos âmbitos: filosofia, ciência, sociedade, etc.
A amplitude da teoria deste autor perpassa diversas camadas e âmbitos,
inclusive o da saúde. Por meio de sua teoria e contribuições é possível repensar as
relações de trabalho no contexto da saúde, bem como a maneira como a força de
trabalho do profissional da saúde tem sido acorrentada a condições subalternas e
por vezes até desvalorizadas. Considerar que o fazer profissional vale não apenas
o momento do seu feito, mas tudo que lhe foi investido até então de modo a
alcançar a eficácia e a eficiência de sua realização, requerem ainda mais
problematização por parte das camadas profissionais e dos empregadores, sejam
quem forem. Um trabalho bem desempenhado pode ter um custo mais oneroso
porém eficiente por exemplo, não só pela instrumentação necessária ou espaço
físico para sua realização, mas também pela formação do profissional que com
destreza vem a desempenhar tal trabalho. No entanto, a disseminação da ambição
capitalista tem transformado tais coisas em meros detalhes; em algo que pode ser
substituído segundo lhe convém.
Assim, a obra de Karl Marx consegue se fazer atual e conclamar
reconsiderações em diversos âmbitos, isso inclui também o da saúde em suas
diversas esferas e lacunas.
Referência Bibliográfica – Texto Base
COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia: introdução à ciência da
sociedade/Maria Cristina Castilho Costa. São Paulo: Moderna, 1987.