fichamento do texto - aspectos historicos da evoluçao e do reconhecimento dos refugiados

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Fichamento do texto: “Aspectos históricos da evolução e do reconhecimento internacional do status de refugiado” 1- Introdução: Definição de refugiado (conforme Convenção de Genebra, 1951): “aquelas pessoas que são obrigadas a abandonar sua terra natal e procurar a proteção de outros Estados por terem sido ameaçados de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade ou filiação a algum grupo político ou social.” Tema vem recebendo inventivos para pesquisas nos últimos anos, dada sua importância cada vez mais crescente: maior participação do Brasil na conjuntura internacional; Plano de Ação do México (??? Pesquisar depois); Incentivos à pesquisa, como a Cátedra Sérgio Vieira de Mello do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Objetivo do texto: compreender a constituição institucional da categoria “refugiado”e sua consolidação sob a perspectiva coletiva (jurídico- social, por meio da Convenção de 1951 e do Protocolo de 1967). 2- A Consolidação do Instituo do Refúgio: Liga das nações: primeira instituição a lidar com o problema. 3 fases: i) 1920-1935: abordagem jurídica. O indivíduo é reconhecido como membro de um grupo que necessita de proteção especial. Ocorre no pós-1ª Guerra Mundial: queda dos Impérios Russo, Austro- Húngaro, Otomano; criação de uma nova ordem mundial no tratado de Versalhes (1919) Inflação, guerras e desemprego estimulam a migração de densos contingentes humanos, raramente bem-vindos em outros lugares, sem direitos e apátridas. Alguns números dos deslocamentos: 1500000 russos brancos (contrarrevolucionários); 700000 armênios; 500000 búlgaros; 1000000 gregos; milhares de alemães, húngaros e romenos. O problema: assegurar direitos para as minorias dentro dos estados criados em 1919, no Tratado de Versalhes. Cultura de nacionalismo/chauvinismo estimulou muitas minorias a se naturalizar, mas muitas não tiveram tal privilégio. 1921: Liga das Nações + Comitê Internacional da Cruz Vermelha configuram o Alto Comissariado para Refugiados Russos, com o objetivo de auxiliar 2 milhões de russos que foram obrigados a deixar seu país após a Revolução. Elaboração de um status jurídico para os exilados (carteira de identidade), garantindo livre-circulação pelos territórios onde se distribuíram. Reconhecido por 52 países europeus. 1924: Ampliação do Mandato do Alto Comissariado para os Armênios.

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Fichamento sobre refugiados

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Page 1: Fichamento Do Texto - Aspectos Historicos Da Evoluçao e Do Reconhecimento Dos Refugiados

Fichamento do texto: “Aspectos históricos da evolução e do reconhecimento internacional do status de refugiado”

1- Introdução: Definição de refugiado (conforme Convenção de Genebra, 1951): “aquelas pessoas que são obrigadas a

abandonar sua terra natal e procurar a proteção de outros Estados por terem sido ameaçados de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade ou filiação a algum grupo político ou social.”

Tema vem recebendo inventivos para pesquisas nos últimos anos, dada sua importância cada vez mais crescente: maior participação do Brasil na conjuntura internacional; Plano de Ação do México (??? Pesquisar depois); Incentivos à pesquisa, como a Cátedra Sérgio Vieira de Mello do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.

Objetivo do texto: compreender a constituição institucional da categoria “refugiado”e sua consolidação sob a perspectiva coletiva (jurídico-social, por meio da Convenção de 1951 e do Protocolo de 1967).

2- A Consolidação do Instituo do Refúgio: Liga das nações: primeira instituição a lidar com o problema. 3 fases:

i) 1920-1935: abordagem jurídica. O indivíduo é reconhecido como membro de um grupo que necessita de proteção especial.

Ocorre no pós-1ª Guerra Mundial: queda dos Impérios Russo, Austro- Húngaro, Otomano; criação de uma nova ordem mundial no tratado de Versalhes (1919)

Inflação, guerras e desemprego estimulam a migração de densos contingentes humanos, raramente bem-vindos em outros lugares, sem direitos e apátridas.

Alguns números dos deslocamentos: 1500000 russos brancos (contrarrevolucionários); 700000 armênios; 500000 búlgaros; 1000000 gregos; milhares de alemães, húngaros e romenos.

O problema: assegurar direitos para as minorias dentro dos estados criados em 1919, no Tratado de Versalhes.

Cultura de nacionalismo/chauvinismo estimulou muitas minorias a se naturalizar, mas muitas não tiveram tal privilégio.

1921: Liga das Nações + Comitê Internacional da Cruz Vermelha configuram o Alto Comissariado para Refugiados Russos, com o objetivo de auxiliar 2 milhões de russos que foram obrigados a deixar seu país após a Revolução. Elaboração de um status jurídico para os exilados (carteira de identidade), garantindo livre-circulação pelos territórios onde se distribuíram. Reconhecido por 52 países europeus.

1924: Ampliação do Mandato do Alto Comissariado para os Armênios. 1928: Liga das nações constitui em âmbito internacional o princípio do “non-refoulment” (não-

devolução) do refugiado para o país de origem, caso ele não tenha condições de viver na área para onde foi mandado.

1933: Convenção relativa ao Estatuto Internacional do Refugiado. Ampliação das práticas de repatriação e concessão de direitos aos refugiados (no caso, russos e armênios) nos países onde se exilaram.

Legado da Convenção: 1- continuidade dada à essência de proteção aos refugiados, devido a utilização da expressão “assimilados”; 2- ampliação e solidificação do princípio de non-refoulement (não devolução) dos refugiados presente no artigo 3º.

ii) 1935-1939: Promoção de assistência internacional para determinados grupos em decorrência de acontecimentos políticos ou sociais (Ex.: Nazismo).

Contexto: ascensão do regimes nazista na Alemanha, gerando desnaturalizações e migrações em massa, devido às políticas antissemitas de Hitler.

Page 2: Fichamento Do Texto - Aspectos Historicos Da Evoluçao e Do Reconhecimento Dos Refugiados

4 de julho de 1936: criação do Alto Comissariado para Refugiados da Alemanha. Direcionado para judeus, ciganos, homossexuais, etc. Reiteração do princípio de “non-refoulement” dos refugiados do território alemão.

1938: Promulgação pela Liga das Nações. 1939: Protocolo adicional aos fugitivos da Áustria.

Nenhuma Convenção recebeu mais de 8 reconhecimentos nacionais. Apesar disso, foram passos importantes para os tratados que se seguiriam nos anos

seguintes. 1938: a Noruega propõe a Unificação dos organismos que tratavam da questão dos refugiados,

extinguindo o Escritório Nansen e o Alto Comissariado para os refugiados da Alemanha, gerando a criação e regulamentação do ALTO COMISSARIADO PARA REFUGIADOS (em vigor a partir de 1º de janeiro de 1939).

iii) 1938-1950: exame dos méritos de cada solicitante do asilo.