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FICHA TÉCNICA

Governador do Estado de Minas GeraisFernando Damata PimentelVice-GovernadorAntônio Eustáquio Andrade FerreiraSecretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento SustentávelJairo José IsaacSecretário Adjunto de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento SustentávelGermano Luiz Gomes VieiraSubsecretário de Regularização AmbientalAnderson Silva de AguilarSuperintendente de Apoio à Regularização AmbientalAntônio Melo Augusto MalardDiretora de Apoio à Gestão MunicipalCibele de Araujo Magalhães

Equipe Técnica Alexandra Figueira MonteiroAna Carolina Andrino de MeloAntônio Augusto Melo MalardAntônio Guilherme Rodrigues PereiraCelso Constantino MarquesCibele de Araujo MagalhãesFelipe Costa NahurLeonardo Fantini de AlmeidaLuana de Oliveira BarrosMaria Aparecida Marcelino LemaMaria Goretti HaussmannSônia Maria Farace Braga Chaves

E-mail: [email protected]

M663g Minas Gerais. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvi-mento Sustentável.

Gestão ambiental municipal: orientações ao Município / Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. --- Belo Horizonte, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, 2017. 48 p.; il.

1. Licenciamento ambiental. 2. Fiscalização. 3. Controle ambiental. I. Título.

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ÍNDICE

Conceitos 4

Apresentação 7

Licenciamento Ambiental 8

Atuação Supletiva e Subsidiária 8

Competência Municipal quanto ao Licenciamento, Fiscalização e Controle Ambiental 9Quais Atividades e/ou Empreendimentos podem ser Licenciados pelo Município? 9O Que Não será Licenciado pelo Município? 9Responsabilidades do Município 11

Órgão Ambiental Capacitado 12

Conselho de Meio Ambiente 13

Consórcios Municipais 14

Convênios 16

Procedimentos que o Município deve Realizar junto à SEMAD para Licenciar 17

SIMMA 18

Outorga 19Solicitação de Outorga 20Quais Usos e/ou Intervenções são Sujeitos à Outorga? 20Usos e/ou Intervenções considerados Insignificantes 22

Intervenções Ambientais 23Supressão de Vegetação Nativa nos Biomas Cerrado e Caatinga, em Área Comum 23Supressão de Maciço Florestal de Vegetação Nativa no Bioma Mata Atlântica 24Intervenção Ambiental em Área de Preservação Permanente com ou sem Supressão de Vegetação 25Competência e Requisitos para Autorização da Intervenção Ambiental 26

Compensação Ambiental 28

Taxa Florestal 28

Fiscalização Ambiental 29

Organização do Licenciamento Ambiental Estadual 30Das Licenças Concomitantes 33

Perguntas e Respostas 34

Referências Bibliográficas 45

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CONCEITOS

I - Área diretamente afetada (ADA): área onde ocorrerão as inter-venções do empreendimento;

II - área de influência direta (AID): área sujeita aos impactos am-bientais diretos da implantação e operação da atividade e em-preendimento;

III - impacto ambiental de âmbito local: aquele causado por em-preendimento cuja ADA e AID estejam localizadas em espaço territorial pertencente a apenas um Município e cujas caracte-rísticas, considerados o porte, potencial poluidor e a natureza da atividade, o enquadre nas classes 1 a 4, conforme especi-ficação das tipologias listadas no Anexo Único da Deliberação Normativa COPAM nº 213/2017;

IV - Sistema Municipal de Meio Ambiente de Minas Gerais (SIMMA): cadastro estadual que se destina a manter atualizadas as in-formações originadas nos Municípios para fins de aplicação da atuação supletiva do Estado no licenciamento de tipologias de competência originária dos entes municipais.

FONTE: DN COPAM Nº 213/2017, ART. 2º.

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APRESENTAÇÃO

Com fundamento na Constituição Federal de 1988 e diante da deter-minação de competências e reafirmação da responsabilidade pelo licenciamento, controle e fiscalização imposta pela Lei Complemen-tar (LC) nº 140, de 8 de dezembro de 2011, torna-se cada vez mais im-portante que os Municípios se estruturem para a gestão ambiental, assumindo o seu papel na proteção ambiental e no desenvolvimento sustentável das atividades localizadas em seu território.

Com o intuito de estabelecer diretrizes técnicas e administrativas para o exercício da competência municipal, foi publicada a Delibera-ção Normativa (DN) COPAM n° 213, de 22 de fevereiro de 2017, que regulamenta o disposto na LC nº 140/2011. Esta LC fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Es-tados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à prote-ção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preserva-ção das florestas, da fauna e da flora. Determina, entre outras, que os Municípios têm como atribuição promover o licenciamento am-biental de atividades ou empreendimentos que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local ou localizados em unida-des de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs). Nesse sentido, a DN COPAM nº 213/2017 estabelece as tipologias de empreendimentos e atividades cujo li-cenciamento ambiental será de atribuição dos Municípios.

Esta cartilha traz informações básicas para a gestão ambiental mu-nicipal e apresenta um conjunto de orientações para os gestores municipais.

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As tipologias de empreendimentos e atividades listadas no Anexo Único da DN COPAM nº 213/2017 devem ser autorizadas ou licenciadas pelo Município que assumir a atribuição para o licenciamento.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O licenciamento ambiental é um importante instrumento de gestão da Política Nacional de Meio Ambiente, e seu caráter é preventivo, ou seja, ele deve anteceder a localização, implantação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambien-tais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou daque-las que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. O licenciamento tem como objetivo garantir à administração pública o controle sobre as atividades humanas que interferem nas condi-ções ambientais.

Vale a pena saber:

ATUAÇÃO SUPLETIVA E SUBSIDIÁRIA

Ação supletiva é a ação do ente federativo que substitui o ente origi-nariamente detentor das atribuições licenciatórias. Ou seja, quando o Município não preencher os requisitos da LC n° 140/11 e da DN COPAM n° 213/17, a competência para licenciamento será supleti-vamente exercida pelo Estado, até a estruturação dos entes muni-cipais.

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Ação subsidiária é a ação do ente federativo que visa auxiliar no de-sempenho das atribuições decorrentes das competências comuns, por meio de apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação, quando solicitado pelo ente originariamente detentor das atribuições licenciatórias.

COMPETÊNCIA MUNICIPAL QUANTO AO LICENCIAMENTO, FISCALIZAÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL

QUAIS ATIVIDADES E/OU EMPREENDIMENTOS PODEM SER LICENCIADOS PELO MUNICÍPIO? As atividades ou empreendimentos que causam ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, atendendo cumulativamente aos seguintes critérios:

estejam enquadradas nas tipologias listadas no Anexo Único da DN COPAM n° 213/2017;

possuam sua ADA e AID localizadas em espaço territorial perten-cente a apenas um Município;

sejam enquadradas nas classes 1 a 4 da DN COPAM nº 74/2004.

O QUE NÃO SERÁ LICENCIADO PELO MUNICÍPIO? Não serão licenciados pelos Municípios, ainda que constantes do Anexo Único da DN COPAM nº 213/2017, os empreendimentos e ati-vidades:

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I - cujo licenciamento ambiental seja de competência da União, de acordo com a Lei Complementar nº 140/2011 e seus respectivos regulamentos;

II - cuja ADA ou AID ultrapasse os limites territoriais do Município, salvo quando houver delegação de execução da atribuição li-cenciatória;

III - localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação ins-tituídas pela União ou pelo Estado, exceto em APAs;

IV - acessórios ao empreendimento principal, assim considerados aqueles exercidos pelo mesmo empreendedor e cuja operação é necessária à consecução da atividade ou empreendimento principal, nas hipóteses em que este for licenciável pela União ou pelo Estado;

V - cuja atribuição para o licenciamento tenha sido delegada pela União aos Estados;

VI - enquadrados nas hipóteses definidas pelo Decreto nº 45.097/2009, ou seja, empreendimentos ou atividades aos quais se aplica o regime jurídico especial de proteção ambiental de áreas integrantes do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte;

VII - localizados no entorno da Estação Ecológica do Cercadinho ou na área limítrofe entre os Municípios de Belo Horizonte e Nova Lima, compreendendo o bairro Belvedere III, no Município de Belo Horizonte, e os bairros Vale do Sereno e Vila da Serra, no Município de Nova Lima, e enquadrados nos casos definidos como de competência estadual pela DN COPAM nº 169/2011.

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RESPONSABILIDADES DO MUNICÍPIO Para o exercício da atribuição de regularização ambiental, prevista na DN COPAM n° 213/2017, os Municípios deverão:

I - cumprir os procedimentos gerais de licenciamento ambiental do Estado, em especial, os relativos a modalidades de licenciamen-to, tipos de estudos exigíveis, consulta pública, custos e isenções aplicáveis;

II - respeitar as normas editadas para proteção de biomas espe-cialmente protegidos que obedeçam a regime jurídico específico para corte, supressão e exploração de vegetação;

III - respeitar a competência da União e do Estado para cadastrar e outorgar o direito de uso dos recursos hídricos;

IV - respeitar as normas relativas ao Sistema Nacional de Unida-des de Conservação da Natureza, conforme previsões da Lei nº 9.985/2000, inclusive quanto à incidência da compensação am-biental, em consonância com as diretrizes e normas estaduais;

V - respeitar as normas relativas à gestão florestal, nos termos da legislação concorrente;

VI - facultar a manifestação dos demais entes da federação e dos demais órgãos e entidades intervenientes, no prazo do proces-so administrativo;

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VII - possuir órgão ambiental capacitado, entendido como aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das fun-ções administrativas de licenciamento e fiscalização ambiental de competência do Município;

VIII - possuir Conselho Municipal de Meio Ambiente, entendido como aquele que possui caráter deliberativo, com paridade entre governo e sociedade civil, com regimento interno consti-tuído, com definição de suas atribuições, previsão de reuniões ordinárias e mecanismos de eleição de componentes, além de livre acesso à informação sobre suas atividades;

IX - garantir duplo grau de jurisdição às decisões relativas a licen-ciamento e fiscalização ambiental;

X - dotar o órgão ambiental com equipamentos e os meios necessá-rios para o exercício de suas funções.

FONTE: DN COPAM 213/2017, ART. 1º.

ÓRGÃO AMBIENTAL CAPACITADO

O órgão técnico administrativo deve ser formado por técnicos pró-prios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número com-patível com a demanda das ações administrativas. O sistema de fiscalização deve estar formalmente organizado e precisa ter es-trutura adequada para agir como órgão de controle. O número de técnicos e sua formação poderão variar entre os Municípios, pois dependerá da vocação econômica local e das classes e tipologias que declararem que irão licenciar originariamente.

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CONSELHO DE MEIO AMBIENTE

O Conselho de Meio Ambiente Municipal (CODEMA) é um órgão co-legiado com função deliberativa, normativa e consultiva. O CODEMA deve ser paritário, isto é, formado por um número igual de represen-tantes dos entes públicos e da sociedade civil, eleitos autonoma-mente, em processo coordenado pelo Município.

As atribuições do CODEMA serão aquelas definidas em Lei Munici-pal. Como exemplo, podem-se citar algumas:

propor diretrizes para a Política Municipal de Meio Ambiente;

propor normas técnicas e legais, procedimentos e ações visando à defesa, conservação, recuperação e melhoria da qualidade am-biental do Município, observadas as legislações federal, estadual e municipal pertinentes;

decidir sobre a concessão de licenças ambientais de sua compe-tência e sobre a aplicação de penalidades, respeitadas as legis-lações federal, estadual e municipal pertinentes;

atuar no sentido de promover a conscientização pública para o desenvolvimento ambiental, promovendo a educação ambiental formal e informal, com ênfase nos problemas do Município;

realizar e coordenar as Audiências Públicas, quando for o caso, visando à participação da sociedade civil nos processos de insta-lação de atividades potencialmente poluidoras.

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FONTE: http://www.mma.gov.br/port/conama/conselhos/conselhos.cfm.

A Prefeitura deve fornecer todas as condições para o funcionamento do Conselho Municipal de Meio Ambiente. Para tanto, é importante que seja instalado o órgão executivo ambiental municipal antes do início do funcionamento do Conselho. O órgão municipal deverá ter capacidade técnica suficiente para dar apoio técnico e administrativo para o adequado funcionamento do Conselho. Cabe ainda ao exe-cutivo municipal colocar em prática as decisões do Conselho, para que este se torne um efetivo instrumento de promoção de qualidade ambiental no Município.

CONSÓRCIOS MUNICIPAIS

Fica permitida a criação de consórcios municipais, nos termos da Lei Federal nº 11.107/2005 e seu regulamento, o Decreto nº 6.017/2007.

Considera-se consórcio público: pessoa jurídica formada exclusiva-mente por entes da federação, para estabelecer relações de coo-peração federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos.

Os Municípios interessados em formar um consórcio público de meio ambiente devem se manifestar por meio do protocolo de in-tenções. Após, o legislativo de cada consorciado precisa ratificar o protocolo por meio de lei, e, por fim, ocorre a primeira Assembleia Geral do Consórcio, onde este é criado oficialmente.

Vale a pena saber:

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CONVÊNIOS

Os acordos de cooperação técnica e administrativa já celebrados entre o Estado e os Municípios, tendo por objeto a delegação de competência para o licenciamento ambiental e a respectiva fiscali-zação, permanecem válidos pelo prazo neles fixado, sem prejuízo à revisão de seus termos à luz do disposto na DN COPAM nº 213/2017.

Os Municípios que já possuem Convênio de Cooperação Administra-tiva e Técnica, visando ao exercício do licenciamento, fiscalização e controle das atividades de impacto ambiental restritas ao território municipal, firmado com o Estado são os seguintes:

Belo Horizonte;

Betim;

Brumadinho;

Contagem;

Ibirité;

Juiz de Fora;

Uberaba.

Novos convênios são firmados com base no Decreto Estadual nº 46.937/2016 e abrangem os empreendimentos e atividades não contemplados no escopo da DN COPAM nº 213/2017. Ou seja, para o exercício da DN COPAM nº 213/17 não precisa do instrumento

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convênio. Este é apenas necessário quando o interesse do Municí-pio extrapola o já estabelecido na normativa do COPAM.

As informações referentes aos Municípios que possuem convênio de cooperação administrativa e técnica com a SEMAD estão dis-ponibilizadas no site desta: www.meioambiente.mg.gov.br/compo-nent/content/article/13-informativo/2568-municipios-conveniados.

Além disso, podem ser celebrados convênios ou termos de coope-ração técnica entre Estado e Municípios, visando regulamentar o apoio e auxílio previsto na competência subsidiária. É o que ocorre, por exemplo, na parceria de cessão de pessoal entre os entes, vi-sando à cooperação e otimização da análise de processos de licen-ciamento ambiental. Neste caso, não se estará tratando da compe-tência para licenciar, mas apenas no apoio de um ente a outro.

PROCEDIMENTOS QUE O MUNICÍPIO DEVE REALIZAR JUNTO À SEMAD PARA LICENCIAR

Todos os Municípios do Estado de Minas Gerais receberam o OF.CIRC.SURAM.SEMAD nº 30/2017 com a solicitação de ma-nifestação formal, referente à adesão ou não ao licenciamento ambiental, nos termos da DN COPAM nº 213/2017, sendo neces-sário, portanto, que a prefeitura envie a resposta de adesão e respectivos anexos preenchidos via correios, assim como deve enviar uma cópia digitalizada destes documentos para o e-mail: [email protected].

Após essa manifestação formal e posterior reunião entre o Chefe do Executivo Municipal e o Senhor Secretário Estadual de Meio

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Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, bem como após trei-namento necessário na SUPRAM de sua região, o ente municipal assumirá o licenciamento, fiscalização e controle ambiental das atividades e respectivas classes informadas por ele, que serão, então, registradas no SIMMA.

Após registro do Município no SIMMA, não será mais possível formalizar processo de licenciamento nas SUPRAMs/SEMAD.

Na ausência de manifestação formal do Município, o Estado perma-necerá exercendo a competência de licenciamento, fiscalização e monitoramento das atividades e empreendimentos listados no Anexo Único da DN COPAM nº 213/2017, em caráter supletivo.

SIMMA

O SIMMA é o Cadastro do Sistema Municipal de Meio Ambiente de Minas Gerais, tendo como objetivo manter atualizadas as informa-ções dos Municípios que aderiram ao licenciamento e fiscalização ambiental nos termos da DN COPAM nº 213/2017.

Ele também se destina a manter atualizadas as informações refe-rentes à atuação supletiva do Estado no licenciamento de tipologias de competência originária dos Municípios.

As informações referentes aos Municípios no SIMMA estão dispo-nibilizadas no site da SEMAD:

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meioambiente.mg.gov.br/component/content/art ic le/13--informativo/3058-clique-aqui-para-consultar-a-manifestacao-dos--municipios-com-competencia-originaria.

OUTORGA

É um instrumento legal que garante ao usuário o direito de utilizar os recursos hídricos. Com esse instrumento, o Estado ou a União po-dem assegurar o controle quantitativo e qualitativo do uso da água, monitorando desde a captação até o lançamento de efluentes, bem como quaisquer intervenções em rios, ribeirões e córregos.

A emissão da outorga é de competência dos Estados e da União, conforme o domínio do manancial ou curso d’água. Se o rio ou corpo d´água é de domínio da União, a concessão da outorga compete à Agência Nacional das Águas (ANA). Por outro lado, se a outorga for solicitada em rio ou corpo d´água de domínio do Estado de Mi-nas Gerais, a análise e decisão desta solicitação estará a cargo do Estado. Cabe informar que as outorgas de águas subterrâneas são também de competência estadual.

Vale a pena saber:

Se o empreendimento for utilizar recursos hídricos, o empreendedor deverá solicitar a outorga junto ao estado ou União, ainda que a atividade seja de impacto local.

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SOLICITAÇÃO DE OUTORGA Quando:

Antes da implantação de qualquer atividade que cause intervenção em recursos hídricos (superficiais ou subterrâneos).

Como:

Para solicitação de outorga no Estado, é necessário o preen-chimento do Formulário de Caracterização de Empreendimento (FCE), disponível no site www.semad.mg.gov.br/outorga/formula-rios. Em seguida, deve ser protocolado o FCE, sendo gerado um Formulário de Orientação Básica (FOB), emitido pelo Sistema In-tegrado de Informação Ambiental (SIAM), após análise do FCE. De posse do FOB, o requerente deve apresentar a documentação nele listada, ao órgão estadual competente, para formalização do processo. Devem ser seguidos os procedimentos gerais estabe-lecidos pela Portaria IGAM nº 4, de 1º de julho de 2010, ou norma que venha substituí-la.

Para solicitação de outorga de competência da União, o reque-rente deve seguir os passos descritos no site da Agência Nacio-nal de Águas (ANA), disponíveis no link www2.ana.gov.br/Pagi-nas/servicos/outorgaefiscalizacao/agilize.aspx.

QUAIS USOS E/OU INTERVENÇÕES SÃO SUJEITOS À OUTORGA?

Captação ou derivação em um corpo d’água;

exploração de água subterrânea;

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construção de barramento ou açude em corpo d’água;

construção de dique ou desvio em corpo de água;

rebaixamento de nível de água;

construção de estrutura de transposição de nível;

dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso d’água (depen-de de outorga apenas em rios de domínio estadual);

construção de travessia rodoferroviária (depende de outorga apenas em rios de domínio estadual);

retificação, canalização ou obras de drenagem;

transposição de bacias;

sistema de remediação para águas subterrâneas contaminadas;

dragagem em cava aluvionar;

dragagem em corpo d’água para fins de extração mineral;

aproveitamento do potencial hidrelétrico;

lançamento de efluentes em corpo d’água*;

outras intervenções que alterem regime, quantidade ou qualidade dos corpos d’água.

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*No Estado de Minas Gerais, o órgão gestor de recursos hídricos, por meio

de portaria específica, convocará os empreendimentos já licenciados para

obtenção de outorga de lançamento de efluentes, ou, na ausência de con-

vocação, a outorga será requerida quando da revalidação da licença. Até o

momento, foram publicadas a Portaria IGAM nº 29/2009 e a Portaria IGAM

nº 31/2009, referentes à subbacia do Ribeirão da Mata.

USOS E/OU INTERVENÇÕES CONSIDERADOS INSIGNIFICANTES Independem de outorga pelo poder público o uso de recursos hí-dricos para satisfação das necessidades de pequenos núcleos po-pulacionais distribuídos no meio rural, bem como as acumulações, as derivações, as captações e os lançamentos considerados insig-nificantes. Tais usos são dispensados de outorga, mas sujeitos ao cadastramento obrigatório no órgão competente.

Para os cursos d’água de domínio do Estado e captações subter-râneas, os usos insignificantes são estabelecidos na Deliberação Normativa CERH nº 9, de 16 de junho de 2004, e na Deliberação Nor-mativa CERH nº 34, de 16 de agosto de 2010, observando-se também a definição de pequenos núcleos populacionais rurais – definida na Resolução Conjunta SEMAD/IGAM nº 1913, de 4 de setembro de 2013. A solicitação de Cadastro de Uso Insignificante no Estado deve ser feita por meio do sistema on-line do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), disponível no seguinte link usoinsignifi-cante.igam.mg.gov.br.

Já para os cursos d’água de domínio da União, os usos insignifican-tes são estabelecidos na Resolução ANA nº 1.175, de 16 de setem-bro de 2013, e fazem jus à obtenção de Declaração de Regularidade de Usos da Água que independem de outorga da ANA. Os procedi-mentos para obtenção desta declaração são também descritos na Resolução ANA nº 1.175/2013.

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INTERVENÇÕES AMBIENTAIS

SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA NOS BIOMAS CERRADO E CAATINGA, EM ÁREA COMUM Conceitos

Cobertura vegetal nativa são tipos ou formas de vegetação de origem natural ou plantada que recobrem uma determinada área ou terreno.

Áreas comuns são aquelas não inseridas em Área de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal ou outras áreas protegidas.

Competência e requisitos para autorização da intervenção ambiental

Em áreas urbanas ou de expansão urbana é competência do órgão ambiental municipal, quando houver, autorizar a supressão de ve-getação em imóveis urbanos, não vinculada a processo de licencia-mento, sem a necessidade de anuência de outro ente federativo, de acordo com a Lei Complementar nº 140/2011.

Essa regra não se aplica à supressão de vegetação do Bioma Mata Atlântica, regida por lei específica (Lei Federal nº 11.428/2006).

São ações administrativas dos Municípios, observadas as atribui-ções dos demais entes federativos, aprovar:

a) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas municipais e unidades de con-servação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Prote-ção Ambiental (APAs);

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b) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em empreendimentos licenciados ou autorizados am-bientalmente, pelo Município, em área urbana ou rural.

O previsto nos itens “a” e “b” não se aplica às supressões de vege-tação nativa do bioma Mata Atlântica, regido por norma específica.

SUPRESSÃO DE MACIÇO FLORESTAL DE VEGETAÇÃO NATIVA NO BIOMA MATA ATLÂNTICA Conceito

A Mata Atlântica é constituída por um conjunto de formações flo-restais (florestas: Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional Se-midecidual, Estacional Decidual e Ombrófila Aberta) e ecossistemas associados (como as restingas, manguezais e campos de altitude) que se estendiam originalmente por aproximadamente 1.300.000 km², em 17 Estados do território brasileiro. Hoje, no Brasil, existe cerca de 8,5% da área original coberta por Mata Atlântica, por isso, a autorização para supressão de maciços florestais neste bioma é extremamente restrita.

Competência e requisitos para autorização da intervenção ambiental

A Lei Federal nº 11.428/2006 (Lei da Mata Atlântica) e o Decreto n° 6.660/2008, que a regulamenta, definem as competências para auto-rização de supressão nesse bioma, bem como os critérios e requisi-tos necessários para tal.

Na maioria dos casos, a competência para autorizar supressão de maciço florestal no bioma Mata Atlântica é do órgão ambiental es-tadual competente.

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Compete aos Municípios que possuem CODEMA em caráter delibe-rativo e Plano Diretor autorizar a supressão de vegetação somente em área urbana, quando o maciço florestal se encontrar em estágio médio de regeneração, apenas para atividades de utilidade pública e interesse social, assim definidas pelos incisos VII e VIII do art. 3º da Lei n° 11.428/2006.

A autorização do Município nestes casos só poderá ser emitida após anuência do órgão ambiental estadual competente, conforme procedimentos por ele estabelecidos.

O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em estágio inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica serão au-torizados pelo órgão estadual competente (art. 25 da Lei Federal nº 11.428/2006).

A supressão de vegetação para fins de loteamentos ou edificação em regiões metropolitanas e áreas urbanas e empreendimentos mi-nerários, independentemente do estágio sucessional da vegetação, é de competência exclusiva do órgão ambiental estadual.

INTERVENÇÃO AMBIENTAL EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) COM OU SEM SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO Conceito

Área de Preservação Permanente (APP): área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodi-versidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Todas as inter-venções em APP, em área urbana ou rural, independentemente de

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haver ou não supressão de vegetação, devem ser autorizadas pelo órgão ambiental competente.

COMPETÊNCIA E REQUISITOS PARA AUTORIZAÇÃO DA INTERVENÇÃO AMBIENTAL Em áreas urbanas ou de expansão urbana é competência do órgão ambiental municipal, quando houver, autorizar a supressão de vege-tação e intervenção em APP não vinculada a processo de licencia-mento, sem a necessidade de anuência de outro ente federativo, de acordo com a Lei Complementar nº 140/2011.

Essa regra não se aplica às intervenções em APP em que houver supressão de vegetação do bioma Mata Atlântica, regida por lei es-pecífica (Lei Federal nº 11.428/2006).

Em áreas rurais, a autorização para supressão de vegetação e in-tervenção em APP não vinculada a processo de licenciamento é atribuição do órgão ambiental estadual competente.

A competência para autorizar, em área urbana ou rural, a supressão de vegetação nativa em APP vinculada a processo de licenciamento ambiental é do órgão ambiental licenciador, ressalvadas as limita-ções para autorização municipal no caso do bioma Mata Atlântica. Vale a pena saber:

A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Pre-servação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental, conforme o art. 3º da Lei Estadual nº 20.922/2013. Cabe lembrar que os casos considerados como utilidade pública e interesse social para fins de supressão de vegetação nativa do bioma Mata Atlântica são específi-cos, conforme previsto na Lei n° 11.428/2006.

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COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Ressalta-se que devem ser observadas todas as medidas com-pensatórias previstas nas normas vigentes, em decorrência das intervenções e dos impactos ambientais causados pelas atividades licenciadas.

TAXA FLORESTAL

Em todo produto e subproduto florestal a ser extraído incide a taxa florestal, tendo por base de cálculo a quantidade (volume) de pro-duto ou subproduto cuja exploração foi autorizada. É o tributo que tem como base de cálculo o custo estimado da atividade. Calculada sobre o rendimento de produtos e subprodutos florestais.

É recolhida em qualquer agência bancária autorizada e empre-sas conveniadas, através do Documento de Arrecadação Estadu-al (DAE). Foi estabelecida pela Lei Estadual n° 4.747, de 9 de maio de 1968, modificada pela Lei n° 7.163, de 19 de dezembro de 1977, e regulamentada pelo Decreto nº 36.110, de 4 de outubro de 1994. As autorizações para intervenção ambiental emitidas pelo IBAMA e pelos Municípios deverão ser cadastradas no sistema Controle de Atividades Florestais (CAF), para fins de regularização do trans-porte, armazenamento, consumo e uso de produtos e subprodutos florestais, no Estado de Minas Gerais. O empreendedor autorizado a realizar a intervenção deverá procurar a SUPRAM mais próxima e protocolar requerimento de emissão de taxa florestal, contendo os seguintes dados:

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Pessoa Física: nome, CPF, data de nascimento, identidade, órgão expedidor, endereço completo.

Pessoa Jurídica: razão social, CNPJ, data da constituição, altera-ção contratual (se houver), nome fantasia, inscrição estadual, nome do responsável e CPF.

FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL

Para fins de controle e fiscalização das atividades e empreendi-mentos, a LC nº 140/2011 definiu a competência do órgão respon-sável pelo licenciamento ambiental de lavrar o auto de infração e instaurar o processo administrativo necessário, atribuindo ao ente federativo que tiver conhecimento de fato iminente de degradação da qualidade ambiental a responsabilidade de efetuar ações para evitá-la, fazer cessar ou mitigar o dano, comunicando imediatamen-te ao órgão competente, para as providências cabíveis.

A referida lei ressalta, ainda, que a competência fiscalizadora do órgão responsável pelo licenciamento ambiental não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de fiscaliza-ção, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere.

Ao assumir o licenciamento ambiental, o Município também passa a ter a responsabilidade de fiscalizar os empreendimentos. As ações de fiscalização exercem o papel da verificação do cumprimento das legislações aplicáveis e de condicionantes e medidas de controle estabelecidas no licenciamento.

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ORGANIZAÇÃO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ESTADUAL

A título de conhecimento, apresenta-se uma breve caracterização da forma como é conduzido o licenciamento ambiental no âmbito do Estado de Minas Gerais.

O licenciamento ambiental estadual, bem como as intervenções ambientais e outorgas de direito de uso de recursos hídricos de competência do Estado de Minas Gerais, é autorizado no âmbito do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA), regido pela Lei Estadual nº 21.972, de 21 de janeiro de 2016, que tem como finalidade conservar, preservar e recuperar os recursos am-bientais e promover o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade ambiental do Estado.

O licenciamento ambiental é analisado pelas Superintendências Re-gionais de Meio Ambiente (SUPRAMs) e pela Superintendência de Projetos Prioritários (SUPPRI). As SUPRAMs estão distribuídas no território do Estado, em um total de nove unidades, conforme mapa da Figura 1, abaixo. Já o Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) tem atribuição de decidir sobre alguns casos de licencia-mento analisados pelas SUPRAMs ou pela SUPPRI.

O licenciamento ambiental é composto por fases, para as quais são exigidos estudos. As fases, respectivos estudos e prazos de valida-de adotados no Estado são os seguintes:

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Figura 1: Limites das SUPRAMs no Estado de Minas Gerais

Figura 2: Fases do licenciamento ambiental e prazos das licenças no Estado

LP – Licença Prévia:

• Análise da viabilidade locacional e ambiental

• Principais estudos: EIA/RIMA ou RCA

Prazo: 5 anos

REVLO – Revalidação de Licença de Operação:

• Análise da eficiência de operação e do cumprimento das condicionantes

• Principais estudos: RADA

O empreendedor deverá requerer a renovação da licença ambiental com antecedência mínima de cento e vinte dias da expiração do seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente

prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.

LI – Licença de Instalação:

• Análise dos projetos executivos (eficiência), dos impactos ambientais e das medidas de controle ambiental

• Principais estudos: PCA e PRAD

Prazo: 6 anos

LO – Licença de Operação:

• Empreendimento instalado conforme projeto aprovado

• Cumprimento das condicionantes da LI• Principais estudos: Relatório de

Cumprimento de Condicionantes

Prazo máximo: 10 anos

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Cada uma das fases do licenciamento inicia-se com a formalização, pelo empreendedor, na unidade responsável pela análise. O primei-ro passo é o preenchimento do Formulário de Caracterização do Em-preendimento (FCE) e seu protocolo na SUPRAM. Em seguida, o em-preendedor recebe o Formulário de Orientação Básica (FOB) com a listagem de estudos e documentos que devem ser entregues para a formalização do processo. Após a formalização, que se dá com o protocolo de todos os documentos e estudos indicados no FOB e o pagamento da taxa respectiva, o processo segue seu fluxo de análi-se, julgamento e acompanhamento, conforme detalhado abaixo:

Figura 3: Fluxo do licenciamento ambiental estadual

É necessário lembrar que o processo de licenciamento ambiental não se encerra após a obtenção da licença, devendo os órgãos li-cenciadores estar preparados também para realizar o acompanha-mento do cumprimento das obrigações estabelecidas na licença do empreendimento.

FORMALIZAÇÃO ANÁLISE JULGAMENTO ACOMPANHAMENTO

• FCE FOB• Estudos

Ambientais• Documentação• Comprovante

de Inscrição ou Certificado de Regularidade no CTF

• Técnica e Jurídica

• Vistoria

• Informações Complementares

• Parecer

• Condicionantes

COPAM ou SUPRAM/

SURAM

Verificação do cumprimento

de condicionantes e compensações

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Figura 4: Possibilidades de licenciamento concomitante no Estado

DAS LICENÇAS CONCOMITANTES Outro ponto importante a ressaltar refere-se ao licenciamento con-comitante, pelo qual duas ou mais fases do licenciamento podem, a pedido do empreendedor, ser concedidas em um único processo. O licenciamento concomitante está sendo implantado no novo mode-lo de licenciamento do Estado de Minas Gerais e está previsto no Decreto Estadual nº 47.137, de 24 de janeiro de 2017, que altera o Decreto Estadual nº 44.844/2008. Segundo o novo Decreto:

LP+LI+LO

Classes 3 e 4

LP+LI

Classes 5 e 6

(LI+LO) (LIC+LO)

Classe 5 e 6

Quando a instalação implicar na operação do empreendimento

A SEMAD, quando o critério técnico assim o exigir, poderá determinar que o licenciamento se proceda no modelo trifásico, ou outra modalidade de concomitância, para

empreendimentos enquadrados em qualquer classe.

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PERGUNTAS E RESPOSTAS

APOIO TÉCNICO E FINANCEIRO 1 – O Município poderá contar com apoio técnico e financeiro?

Sim. O Município poderá contar com apoio técnico e financeiro de en-tes públicos no cumprimento das disposições da Lei Complementar nº 140/2011, nos termos da legislação.

CODEMA 1 – Para assumir o licenciamento ambiental, o Município precisa ter um CODEMA?

O Município deve possuir Conselho Municipal de Meio Ambiente, entendido como aquele que possui caráter deliberativo, com parida-de entre governo e sociedade civil, com regimento interno constituí-do, com definição de suas atribuições, previsão de reuniões ordiná-rias e mecanismos de eleição de componentes, além de livre acesso à informação sobre suas atividades.

2 – Como deve ser a composição do CODEMA?

A composição do CODEMA pode ser bipartite – poder público (muni-cipal, estadual e federal) e outros segmentos (empresarial, sindical, acadêmico, entidades ambientalistas etc.) – ou tripartite – (1) poder público; (2) setor produtivo (empresarial e sindical); e (3) entidades sociais e ambientalistas.

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CONSÓRCIOS 1 – Os Municípios poderão criar consórcios?

Sim. É permitida a criação de consórcios municipais, conforme pre-visto no art. 4º, inciso I, da Lei Complementar nº 140/2011. (Ver tópico Consórcios.)

No caso de consórcio, cada Município deve manifestar sua adesão ao licenciamento ambiental municipal individualmente.

Não há previsão legal permitindo a criação de consórcio de conse-lhos de meio ambiente.

CONVÊNIOS 1 – Com a publicação da DN COPAM nº 213/2017, os convênios con-tinuarão válidos?

Os acordos de cooperação técnica e administrativa firmados entre o Estado e os Municípios, tendo por objeto a delegação de compe-tência para o licenciamento ambiental e as respectivas fiscaliza-ções, permanecem válidos pelo prazo neles fixado, sem prejuízo à revisão de seus termos à luz do disposto na DN COPAM nº 213/2017.

CUSTOS DE ANÁLISE DOS PROCESSOS E MULTAS APLICADAS 1 – O Município precisa observar o valor estabelecido pelo Estado?

Os custos de análise dos processos de licenciamento caberão aos Municípios, bem como as multas aplicadas em decorrência de

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infração à legislação ambiental. O Estado adota os valores institu-ídos pela Resolução Conjunta SEMAD/IEF/FEAM nº 2.125/2014, os quais poderão ser utilizados como referência para os Municípios. Já o Decreto Estadual nº 44.844/2008 prevê as penalidades e as multas por descumprimento da legislação ambiental.

DUPLO GRAU ADMINISTRATIVO 1 – O Município deve observar o duplo grau administrativo?

Sim. O Município deve garantir duplo grau administrativo às deci-sões relativas a licenciamento e fiscalização ambiental, assegu-rando a ampla defesa e o contraditório nos termos da Constituição, podendo se valer do Conselho Municipal de Meio Ambiente.

FISCALIZAÇÃO 1 – O Município pode fiscalizar empreendimentos licenciados pelo Estado?

A competência fiscalizadora do órgão responsável pelo licencia-mento ambiental não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de fiscalização, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de licencia-mento ou autorização a que se refere.

FORMALIZAÇÃO DOS PROCESSOS 1 – É possível protocolar requerimento de licenciamento de compe-tência do Município no Estado?

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Não. Os requerimentos de licenciamento de competência do Muni-cípio devem ser protocolados no órgão ambiental municipal.

2 – O que ocorre se o processo for formalizado no ente federativo que não detém a competência?

Caso o processo de licenciamento seja formalizado em ente fede-rativo que não seja competente para tal procedimento, o Município ou o Estado o arquivará, dando ciência imediata ao empreendedor, orientando-o a buscar o licenciamento junto ao órgão competente.

3 – E os processos que já estão em tramitação no Estado?

Os processos de licenciamento ambiental de atividades ou empre-endimentos alcançados pelo art. 1º da DN COPAM nº 213/2017 que, na data de sua entrada em vigor, estejam em tramitação junto ao órgão ambiental estadual serão concluídos por este até a decisão final do requerimento e, em caso de deferimento, até o término do prazo de vigência da licença ambiental expedida. Entretanto, o em-preendedor, se tiver interesse, poderá solicitar o arquivamento do processo junto ao órgão ambiental estadual e requerer sua abertura no órgão competente, nos termos da DN COPAM nº 213/2017.

4 – O empreendimento que já possui licença ambiental concedida pelo Estado deve requerer as licenças subsequentes e as renova-ções também no Estado?

O requerimento relativo às fases subsequentes do licenciamento ambiental – quando for o caso – ou à renovação da licença ambien-tal deverá ser formalizado no órgão municipal competente, nos ca-sos em que o Município tenha assumido sua competência originária de licenciar a atividade e classe do empreendimento informadas no SIMMA.

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5 – Qual o prazo para renovação da licença?

Nos casos de renovação de licenças ambientais, a formalização do processo junto ao órgão competente deverá ocorrer com antece-dência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração do prazo de validade fixado na respectiva licença.

6 - Haverá uma ampliação em empreendimento licenciado pelo Estado, entretanto essa ampliação é decorrente de uma atividade classe 3. Qual o ente competente para executar o licenciamento dessa ampliação?

Empreendimentos licenciados pelo Estado e não considerados como de impacto local, segundo os critérios da DN COPAM nº 213/2017, deve-rão ter todas as ampliações licenciadas pelo órgão ambiental estadual.

Para os empreendimentos de classes 1 a 4 licenciados originalmen-te pelo Estado, mas considerados como de impacto local segundo os critérios da DN COPAM nº 213/2017, aplica-se o art. 9º, §1º da mesma Deliberação, sendo que os requerimentos relativos às fases subsequentes do licenciamento ambiental, incluída a ampliação, ou à renovação da licença ambiental deverão ser formalizados no ór-gão ambiental municipal.

Ressalvam-se os casos em que a ampliação do empreendimento resulte em modificação de classe/atividade/área de influência não caracterizados como impacto local pela DN COPAM nº 213/2017, em que o processo será formalizado no órgão ambiental estadual.

7 – Caso o empreendedor tenha processo de licenciamento forma-lizado no órgão ambiental estadual, ele pode requerer sua transfe-rência para o Município, após este ter assumido sua competência para licenciar?

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O empreendedor poderá solicitar o arquivamento do processo junto ao órgão ambiental estadual e requerer sua abertura no órgão mu-nicipal competente, nos termos da DN COPAM nº 213/2017.

INTERVENÇÃO AMBIENTAL 1 - Quais as competências do Município para autorização de inter-venção ambiental?

De maneira geral, o Município tem competência para autorizar in-tervenções em área rural – quando estas estiverem vinculadas a processos de licenciamento ambiental – e em área urbana. De-vem, contudo, ser observadas as especificidades da Lei Federal n° 11.428/2006 para os casos de intervenção no bioma Mata Atlântica.

2 - É possível obter uma licença de instalação ou operação no Mu-nicípio, antes da concessão da autorização para intervenção am-biental?

Não. A autorização para intervenção ambiental é necessária antes da implantação de qualquer atividade que implique intervenção.

LEGISLAÇÃO 1 – O Município que assumir o licenciamento ambiental precisa adotar os procedimentos gerais de licenciamento ambiental da le-gislação estadual?

Sim. O Município deve cumprir os procedimentos gerais de licencia-mento ambiental do Estado.

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2 – O Município que assumir o licenciamento ambiental precisa adotar as mesmas modalidades e fases do licenciamento ambien-tal da legislação estadual?

Sim. O Município deve adotar as mesmas modalidades e fases do licenciamento ambiental do Estado. Ver tópico, acima, ORGANIZA-ÇÃO DO LICENCIMENTO AMBIENTAL ESTADUAL.

3 – O Município deve possuir Política Municipal de Meio Ambiente?

Embora a Política Municipal de Meio Ambiente não esteja expres-sa na Deliberação Normativa COPAM nº 213/2017, entende-se que ela (ou outro tipo de legislação semelhante) é essencial para a re-gulamentação das atividades que serão licenciadas no âmbito do Município.

MANIFESTAÇÃO DO MUNICÍPIO 1 – O que ocorre se o Município não se manifestar em relação à adesão ao licenciamento e fiscalização ambiental, nos termos da DN COPAM nº 213/2017?

Enquanto não houver manifestação expressa e formal do Município, o Estado exercerá competência plena de licenciamento das ativida-des e empreendimentos listados no Anexo Único da DN COPAM nº 213/2017.

2 – O Município deve informar quando ocorrer alguma alteração de suas atribuições para licenciar?

Sim. O Município deverá informar quaisquer alterações das infor-mações constantes no SIMMA.

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3 – Há algum prazo para o Município manifestar o interesse em aderir ao licenciamento?

Não há prazo, podendo o Município se manifestar a qualquer tempo.

4 – O Município que aderir ao licenciamento ambiental municipal está obrigado a licenciar todas as classes e tipologias de empre-endimentos e atividades listadas no Anexo Único da DN COPAM nº 213/2017?

Não. O Município pode assumir algumas classes e tipologias de empreendimentos e atividades, observando a capacidade técnica do órgão ambiental. O Município que fizer a adesão parcial pode, a qualquer momento, alterar as informações, desde que informado o órgão estadual.

5 - Os Municípios serão fiscalizados pelo Estado para verificação do cumprimento da DN COPAM n° 213/2017 e da regularidade dos processos de licenciamento?

Não. As classes de atividades e empreendimentos listados no Ane-xo Único da DN COPAM nº 213/2017 são de competência originária do ente municipal.

O papel do órgão ambiental estadual é de auxiliar o ente municipal no exercício da competência licenciatória, se solicitado, ou, em úl-timo caso, reassumir esse exercício, desde que solicitado pelo Mu-nicípio.

ÓRGÃO AMBIENTAL CAPACITADO 1 – Para assumir o licenciamento ambiental, o Município precisa ter um órgão ambiental capacitado?

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O Município deve possuir órgão ambiental capacitado, entendido como aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devi-damente habilitados e em número compatível com a demanda das funções administrativas de licenciamento e fiscalização ambiental de competência do Município.

2 – Qual número de técnicos o órgão ambiental deve possuir?

O número de técnicos deve ser compatível com a demanda das fun-ções administrativas de licenciamento e fiscalização ambiental de competência do Município. Essa análise cabe ao Município.

OUTORGA 1 – O Município que assumir o licenciamento ambiental passa a ter competência para cadastrar e outorgar o direito de uso dos recur-sos hídricos?

Não. O Município deve respeitar a competência da União e do Esta-do para cadastrar e outorgar o direito de uso dos recursos hídricos.

2 - É possível obter uma licença para instalação ou operação no Município, antes da concessão da outorga do uso de recursos hí-dricos?

Não. A outorga é necessária antes da implantação de qualquer ati-vidade que implique intervenção nos cursos d’água ou captação de água subterrânea. Algumas captações de água superficiais e/ou subterrâneas, bem como acumulações de água superficial, não estão sujeitas à outorga.

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SISTEMA MUNICIPAL 1 – O Município precisa possuir um sistema municipal?

O Município deverá organizar e manter um Sistema Municipal de Informação sobre o Meio Ambiente, acessível à população, res-peitada a legislação de regência, em especial, referente ao licen-ciamento, fiscalização e monitoramento ambiental, que deverá se integrar ao Sistema Estadual. Se o Município ainda não tiver um sistema eletrônico, é necessário criar ferramentas na internet para que todo cidadão e órgão de controle tenha acesso às informações relacionadas a trâmites de processos, bem como terem disponibili-dade de franquear acesso aos documentos físicos, ressalvadas as restrições legais de informação. O acesso à informação é princípio básico da gestão ambiental.

2 – E se o sistema municipal não tiver integração com o sistema estadual?

Enquanto não houver a integração dos sistemas, o Município deverá franquear o acesso do Estado ao Sistema Municipal de Informação sobre o Meio Ambiente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desen-volvimento Sustentável. Instituto Mineiro de Gestão das Águas. Ma-nual Técnico e Administrativo de Outorga de Direito de Usos de Re-cursos Hídricos no Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: IGAM, 2010. 227 p.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Conselho Municipal de Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/conselhos/conselhos.cfm. Acesso em: 2 jun. 2017.

PORTAL MEIO AMBIENTE MG. SEMAD. Regularização Ambiental. Disponível em: http://www.meioambiente.mg.gov.br/regularizacao--ambiental.

Todas as Leis, Deliberações Normativas, Decretos e Portarias cita-das nesta cartilha estão disponíveis no endereço www.siam.mg.gov.br > Legislação Ambiental.

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www.fiemg.com.br