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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: PRECONCEITO NA ESCOLA: O Brasil dos oprimidos e dos marginalizados.
Autor Fátima Alzira da Silva
Disciplina/Área História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual Ludovica Safraider Ensino Fundamental, Médio e EJA. Rua XV de novembro 889
Município da escola Rio Bonito do Iguaçu
Núcleo Regional de Educação Laranjeiras do Sul
Professor Orientador Prof. Dr. Clayton Luiz da Silva
Instituição de Ensino Superior Unicentro
Relação Interdisciplinar Geografia, Língua Portuguesa, Educação Física, Arte.
Resumo
A presente Unidade Didática apresenta como tema: Implementação crítica das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que trata das relações étnico raciais, tem como objetivo: destacar a importância da história e da cultura africana e indígena para a cultura brasileira, identificando pontos críticos, avanços e desafios na implementação das Leis. As atividades foram planejadas visando o envolvimento e a participação de cada um dos sujeitos envolvidos no processo educativo. Para que os objetivos sejam alcançados este trabalho está organizado em duas partes: a primeira parte está composta de subsídios teóricos que irão fundamentar o trabalho de professor sobre o tema, a segunda parte contempla sugestões metodológicas sobre a temática, Implementação crítica das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que trata das relações
étnico raciais, por meio de leitura de textos, vídeos, pesquisas, discussões, produção de textos, danças e oficinas. Contempla ainda atividades metodológicas relacionadas ao tema, bem como sugestões de avaliação.
Palavras-chave Lei 10.639/03; Lei 11.645/08; Preconceito; Discriminação;
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo
Alunos da 3ª Série do Ensino Médio.
INTRODUÇÃO
A escola é um espaço aberto para a produção do saber histórico, é um
grande propagador de valores e conhecimentos, um local apropriado para
reflexão, pesquisa e conscientização. Nesse sentido busca-se despertar nos
alunos o gosto pelo conhecimento histórico através da pesquisa e informação
sobre a participação dos povos afrodescendentes e indígenas na construção da
História do Brasil. Neste contexto, os encaminhamentos metodológicos a serem
propostos nesta produção didático-pedagógica, visam levar o professor a
desenvolver um trabalho voltado para uma aprendizagem significativa, onde os
alunos serão motivados a buscar novos saberes, estimulando de forma
progressiva a diferenciação de seus conhecimentos prévios, reformulando
conceitos, organizando-os em tópicos ou unidades e consolidando o processo
ensino-aprendizagem.
Essa produção didático-pedagógica foi idealizada pela Professora PDE,
Fátima Alzira da Silva e coordenada pelo Professor Orientador da UNICENTRO,
Clayton Luiz da Silva. Será implementada durante uma intervenção pedagógica
junto aos alunos da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Estadual Ludovica
Safraider, Município de Rio Bonito do Iguaçu – Paraná, no primeiro semestre de
2013. Tendo como objetivo destacar a importância da história e da cultura
africana e indígena para a cultura brasileira, identificando pontos críticos, avanços
e desafios na implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08.
A efetivação das discussões e difusão das informações propostas sobre o
tema visa ilustrar e enriquecer as aulas de História do ensino médio, buscando
ainda despertar o interesse dos alunos ao trabalhar com a problemática citada
estimulando-os com sugestões de atividades, que desenvolvam o seu
pensamento, ou seja, a capacidade de questionar o senso comum e de pensar por
conta própria, formando cidadãos democráticos, que respeitem os direitos
universais e saibam reivindicá-los. Todas as atividades foram planejadas visando
o envolvimento e a participação de cada um dos sujeitos envolvidos no processo
educativo.
As avaliações do desenvolvimento das atividades junto aos alunos
ocorrerão de forma contínua, será avaliada suas atitudes, a sua participação, o
seu interesse, a sua comunicação oral e escrita, o confronto e a defesa de ideias
de cada um. Ou seja, em todas as etapas e momentos durante a implementação e
também pela produção de anotações pessoais num diário de acompanhamento de
acordo com os critérios estabelecidos com ênfase na aquisição de conhecimentos
em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais.
Seu objetivo é propiciar um conjunto de atividades metodológicas que
possam contribuir para elevar a aprendizagem de História dos alunos do Colégio
Estadual Ludovica Safraider do Rio Bonito do Iguaçu.
A Unidade Didática prescreve também formas possíveis e caminhos
recomendáveis para docentes sobre como utilizar filmes e músicas em sala de
aula sem, contudo, limitar a liberdade e a criatividade o professor, ao contrário,
estimulando-o com sugestões de atividades, que desenvolvam o pensamento
crítico dos alunos, ou seja, sua capacidade de questionar o senso comum e de
pensar os direitos universais e saibam reivindica-los.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As desigualdades raciais no Brasil configuram-se como um fenômeno
complexo, constituindo-se em um enorme desafio para governos e para a
sociedade em geral no que diz respeito às políticas públicas e universais no
combate às desigualdades raciais.
Como forma de destacar a importância histórica e a contribuição de
indígenas e africanos na história do Brasil a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional) determina que nos estabelecimentos de ensino fundamental e
médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-
brasileira e indígena resgatando as suas contribuições nas áreas social,
econômica e política, pertinentes à história do Brasil, visto que esses dois grupos
étnicos caracterizam a formação da população brasileira.
Para os indígenas o Brasil era visto como uma terra sem males, a morada
dos deuses. Em 1500 os portugueses para fins legais, declararam oficialmente o
descobrimento do Brasil, mas, nós de fato sabemos que ele há muito tempo já
existia e que era habitado pelos povos indígenas. Povos esses que eram
chamados de brasis e que foram classificados de acordo com sua língua.
Conheciam a natureza, as plantas e os animais, viviam em aldeias e eram
autossuficientes, se bastavam a si mesmos. Sabiam fazer a sua casa, sua roça,
seus instrumentos de trabalho. O mais importante sabiam identificar as espécies
de plantas, as que serviam de alimentos e as que serviam até mesmo como
medicamentos. A aprendizagem da convivência e da experiência era feita a partir
do modelo dos mais velhos. Sua cultura era muito rica e da natureza retiravam
tudo o que era necessário para sua sobrevivência. Em síntese, a herança cultural
deixada pala matriz indígena foi e é de fundamental importância para a
constituição da sociedade brasileira.
Para Darci Ribeiro (DVD O Povo brasileiro) a população brasileira se
formou da conjunção de matrizes étnicas diferentes, das quais fizeram parte o
invasor português, indígenas e negros africanos. Dando origem a um corpo de
novas etnias distintas de todas elas, mas, que ao mesmo tempo se comporta
como uma só gente.
As fazendas e as minas escravocratas, pondo em presença os europeus como senhores, e os africanos e índios, como escravos, criaram condições para o advento maciço de mestiços gerados por europeus e índios, e de mulatos, gerados por europeus e negros, fazendo surgir simultaneamente, um estrato sócio racial intermediário, igualmente distanciado das matrizes originais. Este operaria como um novo agente de caldeamento racial e de entrecruzamento cultural para produzir novos mestiços e a todos incorporar na etnia nascente (RIBEIRO, 1981, p.71).
Desde o início da nossa história, indígenas e africanos foram explorados
como mão-de-obra. O Brasil se fez à custa da opressão e da marginalização de
indígenas e escravos africanos em todas as frentes de trabalho. Os primeiros
instrumentos de exploração surgiram com as feitorias de escambo, nas quais os
indígenas trabalhavam em troca de objetos que eles não conheciam e que para os
europeus não possuíam valor algum ou muito pouco. Caracteristicamente pode-se
dizer que escravidão indígena foi de certa forma um pouco diferente da escravidão
africana devido ao fato do indígena ter conhecimento da região onde estava e com
isso as fugas do trabalho forçado era facilitada, dado ao seu conhecimento do
espaço. Outro sistema de exploração muito presente contra os indígenas era a
prática do cunhadismo, onde, os brancos casavam com indígenas porque em
troca tinham vários cunhados e estes eram explorados como mão-de-obra. A
escravidão africana também foi um instrumento que inseriu a mão de milhões de
escravos na exploração do ouro e de matérias primas exportáveis. Para Celso
Furtado (1980):
O primeiro senso demográfico, realizado em 1872, indica que nesse ano existia no Brasil aproximadamente 1,5 milhão de escravos. Tendo em conta que o número de escravos, no começo do século era de algo mais de um milhão, e que nos primeiros cinquenta anos do século XIX se importou muito provavelmente mais de meio milhão [...]. (Furtado, 1980, p117).
Na condição de escravo, africanos e indígenas representavam apenas
mão-de-obra não sendo considerado como seres humanos capaz de sentir dor, de
ter sentimentos. É importante relembrar que o estereótipo é uma base importante
do preconceito e que sua reprodução é um circulo vicioso: pessoas
preconceituosas podem praticar no dia-a-dia atos racistas, que alimentam uma
sociedade preconceituosa e racista, sem muitas vezes nem perceber e que desta
forma estimulam o aparecimento de novas pessoas racistas o que contribui para
uma violência muito grande. Entretanto o preconceito só tem esse efeito quando
acompanhado por práticas discriminatórias realizadas por um grande número de
pessoas, ao longo do tempo dentro de uma sociedade baseada no racismo.
O racismo nasce no Brasil associado à escravidão ele estava baseado na
tese da inferioridade biológica dos negros, que marca ainda presença no Brasil do
século XX onde se destacam os projetos ligados à teoria do branqueamento da
sociedade brasileira. Desta forma podemos dizer que o racismo é amplamente
reconhecido como principio ativo do processo de colonização, imprimindo marcas
nos períodos posteriores.
Ao longo de nossa história, indígenas e africanos sustentaram nossa
economia. No início da colonização houve a escravidão indígena como mão-de-
obra. Para Furtado (1980) estes eram considerados de segunda classe, mas, de
fundamental importância para a economia já que os brancos europeus não se
sujeitavam ao trabalho forçado.
A escravidão demonstrou ser, desde o primeiro momento, uma condição de sobrevivência para o colono europeu na nova terra. Como observa um cronista da época João Lúcio de Azevedo: sem escravos os colonos não se podem sustentar na terra... o fato de que desde o começo da colonização algumas comunidades se hajam especializado na captura de escravos indígenas põe em evidência a importância da mão-de-obra nativa na etapa inicial de instalação da colônia [...] A mão-de-obra africana chegou para a expansão da empresa, que já estava instalada. (FURTADO, 1980 p.41-42)
O negro começou a ser introduzido no Brasil já no final do século XVI pelos
portugueses que colonizavam estas terras, com o objetivo de substituir a mão-de-
obra indígena. Trazido para fortalecer a economia, o negro foi inserido nas mais
diversas áreas de trabalho, como na área agrícola, artesanato, construções e até
nos trabalhos domésticos. O negro escravo atuava em todos os níveis da divisão
do trabalho, não apenas plantando e/ou colhendo cana, mas participando das
técnicas e profissões exigidas para a prosperidade e o dinamismo econômico.
De todo modo, a maior parcela da mão-de-obra na cidade, na primeira
metade do século XIX, era composta de cativos que, além das tarefas domésticas,
apresentavam-se no mercado para venda de serviços sob diversas formas. Estes
eram conhecidos como negros de ganho e atuavam em diferentes profissões,
como artesãos, cozinheiros, carregadores, vendedores, prostitutas e até mesmo
como pedintes. Assim o negro passou a fazer parte da construção do país, pode-
se dizer seguramente que sem o trabalho dele o Brasil não seria como é hoje,
devemos muito ao trabalho escravo. Assim afirma Caio Prado Junior:
É que realmente a escravidão constituía ainda a mola mestra da vida do país. Nela repousam todas as suas atividades econômicas; e não havia aparentemente substituto possível. Efetivamente, é preciso reconhecer que as condições da época ainda não estavam maduras para a abolição imediata do trabalho servil. (CAIO, P. J. 1971 p.143).
Ao chegarem aqui eram proibidos de praticar sua religião ou de realizar
suas festas e rituais. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores
de engenho e adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as
imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos,
realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações
artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira. A preservação de
manifestações religiosas, certos traços da culinária africana, a capoeira, o suicídio
e o aborto eram outras vias de luta contra a escravidão. Segundo Furtado (1980),
quando este trata da Economia açucareira:
“o que mais singulariza a economia escravista é, seguramente, a forma como ela opera o processo de formação de capital. O empresário teve no Brasil, desde o começo, que operar em escala relativamente grande [...]. O trabalho indígena deve ter sido utilizado, para alimentar a nova comunidade e nas tarefas não especializadas das obras de instalação. Nas primeiras fases de operação, muito provavelmente coube ao trabalho indígena um papel igualmente importante [...]. A introdução do trabalhador africano não constitui modificação fundamental, pois, apenas veio substituir outro escravo menos eficiente e de recrutamento mais incerto”. (FURTADO, 1980, p.47).
A resistência do índio à imposição do homem branco não foi suficiente para
garantir sua plena liberdade, até então desfrutada, pois os portugueses
escravizaram milhares durante o período colonial. As atividades a que eles eram
forçados a trabalhar eram a lavoura canavieira, a coleta de cacau, baunilha,
guaraná, pimenta, cravo, castanha-do-pará e madeiras, entre outras atividades.
Foram escravizados e espoliados, já naquela época embora muitos deles
fugissem da escravidão.
Trazido como escravo, o negro africano e os seus descendentes
contribuíram com o seu trabalho para dinamizar a economia do Brasil durante
quase quatro séculos de escravidão. Em todas as áreas do território brasileiro eles
construíram a nossa economia, mas, por outro lado, foram sumariamente
excluídos da divisão dessa riqueza. Esta história se da a partir de quando o
governo brasileiro concede autorização para que os colonos importassem
africanos para as suas propriedades. Embora não tenhamos possibilidades de
estabelecer o número exato de africanos importados pelo tráfico, podemos fazer
várias estimativas. Elas variam muito e há sempre uma tendência de se diminuir
esse número, em parte por falta de estatísticas e também porque muitos
historiadores procuram branquear a nossa população. O certo é que o negro foi o
grande povoador do território brasileiro.
A escravidão, porém, foi contestada por um grande número de pessoas,
que historicamente foram conhecidos por abolicionistas, pessoas essas que
lutaram contra ela com todas as forças. Dessas lutas surgiram várias leis sendo
que a Lei Áurea foi a que tinha a intenção de acabar de vez com a escravidão.
Porém nós sabemos que a escravidão de fato nunca acabou o que ela fez foi
amenizar um pouco o sofrimento dos escravos. Ela foi sendo abolida à medida
que essa prática já não era vantajosa para a elite econômica, nesse contexto pode
ser observado no século XIX com a Revolução Industrial que a prática da
escravidão passa a ser vista de forma negativa, não por se tratar de uma prática
desumana, mas, porque o escravo nada recebia de salário e desta forma não
poderia participar do processo econômico da indústria manufatureira não sendo
vantajoso para a economia da época. Portanto seria então muito mais viável o
trabalho do imigrante do que do escravo africano. Assim expõe Caio Prado Junior:
Outra circunstância que pele mesma época acentua e precisa os caracteres negativos da escravidão, é o início da indústria manufatureira no país. Nela não se empregarão trabalhadores servis, a não ser para tarefas secundárias e acessórias; a sua ineficiência para os serviços mais delicados e complexos de manufaturas será logo percebida; sem contar a vantagem financeira maior que representa na indústria o pagamento de salários em vez de preço de escravos. Testemunho contemporâneo desta opinião encontra-se no relatório da seção de artes liberais e mecânicas da primeira Exposição Nacional realizada em 1861, onde o atraso das manufaturas no Brasil é expressamente atribuído ao emprego do escravo no país. (Caio P. J., 1971 p. 175)
Apesar de conceder a liberdade para milhares a Lei Áurea não tratou de
pensar ou garantir a inserção dos negros na sociedade brasileira. Deste modo,
pode-se dizer que, a abolição não trouxe transformações significativas na vida
dessa parcela da população. A discriminação racial e a exclusão econômica
persistiram ao longo do século XX. Apesar de várias ações governamentais que
atualmente querem atenuar o peso desta “dívida histórica”, ainda falta muito para
que o negro supere tudo o que a escravidão trouxe de prejuízo à sua vida.
A liberdade, que é uma conquista, e não uma doação exige uma permanente busca. Busca permanente que só existe no ato responsável de quem a faz. Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem. (FREIRE, 1994 p, 18)
Apesar de os estudos sobre esses temas terem avançados de forma
significativa, limites ainda são enfrentados. De um lado, existem dificuldades de se
medir o fenômeno da discriminação, seja porque suas manifestações e efeitos são
múltiplos, seja porque é difícil isolar seus efeitos nos indicadores de desigualdade.
De outro lado, a discriminação não atua isoladamente, mas em conjunto com
outros mecanismos, no processo de produção e reprodução da pobreza e da
restrição de oportunidades para os negros e índios no país. Assim coloca o
problema Luciana Jaccoud:
“Como mostram Rosembalg e Silva (1992), há um processo de competição social que se desenvolve em etapas, acumulando desvantagens que impedem a igualdade de chances. A cor, como critério de seleção no mercado do trabalho, também varia segundo o perfil da ocupação. Aquelas ocupações mais voltadas ao contato direto com o público estão mais suscetíveis à exclusão dos negros, ao contrário de posições manuais. Também é forte a hipótese de que quanto mais alta a ocupação está na hierarquia ocupacional, mas refratária à absorção de negros. E de quanto mais alto for o nível educacional exigido, maior será discriminação observada no mercado de trabalho”. (Jaccoud, 2008).
O trabalho escravo vai sendo gradativamente substituído pelo trabalho livre.
Essa substituição, no entanto, dá-se de uma forma particularmente excludente.
Mecanismos legais, como a Lei de Terras, de 1850, a Lei da Abolição, de 1888, e
até mesmo o processo de estímulo à imigração, forjaram um cenário no qual a
mão-de-obra negra passa a uma condição de força de trabalho excedente,
sobrevivendo, em sua maioria, dos pequenos serviços ou da agricultura de
subsistência. Medidas governamentais como o “Branqueamento” findaram por
desenhar a exclusão, a desigualdade e a pobreza que se reproduzem no país até
a atualidade.
A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM
A música é um elemento presente na vida de praticamente todas as
pessoas, principalmente entre a juventude, e grande parte dela está nos bancos
escolares, sendo assim, o uso dela como instrumento didático auxiliando o
trabalho pedagógico é de fundamental importância, pois contribui para o
aprendizado de uma forma mais prazerosa e descontraída. Ela se mostra como
um valoroso instrumento a ser utilizado na prática escolar, contribuindo na
transformação do fazer pedagógico. Ela é uma linguagem universal, que
ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço. É capaz de fascinar, encantar e
nos envolver.
Desde pequeno temos contato com a música, é comum às mães cantarem
as cantigas de ninar para fazer seus filhos dormirem. É na infância, o momento em
que a criança mais desenvolve a criatividade e descobre o prazer existente nas
diversas sonoridades. Não se pode imaginar a infância sem sons, sem as alegrias
da música. Elas tratam de temas tão complexos e belos, falam de amor, de
disputa, de trabalho, de tristezas e de tudo que a criança enfrentará no futuro,
queiram seus pais ou não. São experiências que vão levar para uma vida inteira.
Com esse fascinante elemento é possível que as crianças viagem em sua
imaginação e desenvolvam inúmeras habilidades.
Compreende-se assim que a música faz parte do desenvolvimento global
do ser humano, cabendo ao educador o papel fundamental de oferecer estímulos
sonoros para que o aluno, comparando e refletindo, perceba que com ela, a
possibilidade de aproveitamento e de aprendizagem é muito maior.
Entre os jovens e adolescentes a música é um importante meio de
comunicação e informação, podendo muitas vezes determinar comportamentos e
atitudes. Nessa fase da vida é muito natural observarmos jovens quase que o
tempo todo e praticamente em todos os lugares com fones de ouvidos, nessa fase
a música faz parte da sua vida.
O USO DE FILMES E DOCUMENTÁRIOS NO PROCESSO
EDUCACIONAL
A imagem é hoje um dos mais importantes meios de comunicação e é
inegável que a tecnologia vem provocando alterações nas formas de pensamento
e de expressão, tudo o que está ao nosso redor é formado por imagens e sons, e
disso precisamos tirar proveito. É fato que a tecnologia é uma realidade, grande
parte das escolas já contam com televisão, aparelhos de DVD, núcleos e
laboratórios de informática, entre outros, faz-se necessário por parte do educador
o uso desses equipamentos como meio de contribuir para a melhoria da qualidade
de ensino. Os filmes são potentes recursos audiovisuais, que por meio do enredo,
da trama podem promover excelentes experiências de aprendizagem. Eles
trabalham com nossas experiências e emoções, abordando diferentes linguagens:
falada, visual, musical e escrita.
O uso de filmes na aula de História é uma importante ferramenta
metodológica que pode ser utilizada pelo professor. É uma maneira de transformar
uma aula excessivamente palestrante em uma aula voltada para a interação e
socialização do conteúdo em sala de aula. Assim, ao propor a exibição de um
filme como discussão do conteúdo perante aos alunos, o professor abrirá
possibilidades para que eles se insiram na construção do conhecimento,
contribuindo assim para o enriquecimento do cotidiano escolar.
O filme é uma arte, e o professor como mediador, deve utilizá-lo com
critérios e habilidades para que ele se torne eficaz. O grande desafio é a busca de
uma forma metodológica que consiga transformar o filme numa contribuição
cultural, científica e social para melhorar as condições de aprendizagem
especialmente em sala de aula. Entre todos os meios de comunicação, o cinema é
o meio que mais desperta entre professores e alunos como recurso didático, para
uma melhor compreensão dos conteúdos. É um recurso que permite um grande
enriquecimento para as aulas de História, é uma fonte de cultura e informação.
Um importante instrumento de comunicação e o professor, ao tentar ignorá-lo
como meio didático-pedagógico, se omite no processo educativo de um
conhecimento diversificado e multicultural.
Conforme as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica
do Estado do Paraná: (História, p.52).
As imagens, livros, jornais, história em quadrinhos, fotografias, pinturas,
gravuras, museus, filmes, músicas são documentos que podem ser transformados em material didático de grande valia na constituição do conhecimento histórico. Podem ser aproveitados de diferentes maneiras em sala de aula.
A utilização de filmes em sala de aula, não substitui as explicações do
professor, ele é sempre uma complementação, nunca deve ser usado sem a
adequada introdução e arremate apropriado.
A QUE VEIO ESSA PROPOSTA
A presente Produção Didática foi pensada de forma que viesse atender o
uma necessidade da escola no que diz respeito à obrigatoriedade de serem
trabalhadas as Leis 10.639/03 e 11.645/08, as leis vieram determinar a
obrigatoriedade das escolas em trabalhar o ensino de história e cultura afro-
brasileiras, africana e indígena. Muito mais do que leis que incentivem o combate
ao preconceito racial, é fundamental que as mudanças na forma de ensinar
partam do engajamento, do aprendizado e do comprometimento pessoal daqueles
que de uma forma ou de outra estejam envolvidos com a Educação.
Para se trabalhar a Produção Didática com os alunos foram pensadas
atividades que valorizassem a população negra e indígena nos seus aspectos de
afirmação de identidades e valorização de suas expressões cultural e artística,
formas que venham a orientá-los para uma educação antirracista. Atividades que
levem o aluno a entender que as contribuições das culturas indígena e africana
são fundamentais à formação da identidade brasileira, visto que esses povos
foram importantes no passado e ainda o são no presente.
Também será desenvolvido um pré-teste que norteará esse meu trabalho,
pois o seu resultado mostrará o caminho que devo seguir para desenvolver minha
proposta de trabalho e atingir o objetivo esperado.
SEGUNDA PARTE
PROPOSTAS DE ATIVIDADES PARA A PRODUÇÃO DIDÁTICA
Atividade - I
Modalidade: questionamento (Pré-teste)
Local: Sala de aula
Tempo: 3 aulas
Áreas de conhecimento envolvidas: História
Objetivo
Diagnosticar o grau de conhecimento inicial que os alunos da 3ª série
apresentam em relação ao tema a ser trabalhado.
Justificativa
Sabemos que desde o mais remoto dos tempos, o convívio humano é
claramente marcado por conflitos e desigualdades. O preconceito é um dos
problemas vivenciados com mais frequência, sendo passado de geração a
geração, gerando assim, a hostilidade e o sentimento de exclusão, levando a
humanidade se dividir em grupos, onde muitos se conceituam como “superiores”
ou “melhores”.
Trabalhar a cultura afro-brasileira e indígena permitirá a nós enquanto
Escola estar promovendo um resgate dos seus costumes e tradições, procurando
estar sensibilizando a população local da influência e da importância que a cultura
africana e indígena teve ao longo dos tempos em diversos setores da nossa
sociedade.
A História oficial relegou negros e índios a um papel secundário, dificultando
o caminho em direção à inclusão social e criando um estado de desigualdade
difícil de ser alterado. Difícil, mas não impossível.
Metodologia
Para a abordagem pedagógica inicial, o professor deverá elaborar um
questionário para ser aplicado aos educandos. Este será constituído de questões
objetivas e subjetivas, tendo por objetivo diagnosticar o conhecimento prévio dos
alunos com relação à temática citada. Após o diagnóstico será feita a tabulação
dos dados recolhidos juntamente com os alunos e apresentação dos resultados
obtidos.
PRÉ – TESTE
TEMA: Implementação crítica das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que trata das relações
étnico raciais.
PARTE I
Questões objetivas
01. Responda a esta questão com o primeiro sentimento que lhe ocorrer;
Não baseie sua escolha simplesmente no melhor ou pior indivíduo que você
conheça, mas na sua visão do grupo como um todo;
Marque com um X a resposta que melhor expressar sua opinião:
Quais dos grupos a seguir, você consideraria
fazer parte de sua vida nas seguintes situações?
Brancos Negros Índios
Como irmão (ã) adotivo.
No meu grupo de amizades.
Como doadores de sangue ou de órgãos, caso
você ou alguém da sua família venha precisar
um dia.
Como vizinhos, morando na mesma rua ou
prédio.
Como colegas.
Como turistas no meu país.
Como cidadãos do meu país.
Afastaria do meu país.
Como empregados na minha casa.
Como governantes do meu país.
Como namorado ou namorada.
Como parceiros de estudo.
02. Você identifica algum preconceito de ordem étnica na sociedade brasileira?
(Coloque um X em quantas alternativas você julgue necessário)
( ) Não.
( ) Sim, contra brancos.
( ) Sim, contra negros.
( ) Sim, contra índios
( ) Sim, contra afrodescendentes de um modo geral (negros, pardos,
mulatos e cafuzos)
03. Você acredita que as formas de preconceito (por cor da pele ou Estado de
origem) no Brasil...
( ) Ainda são muito fortes e não vão mudar.
( ) Ainda são muito fortes, mas estão diminuindo.
( ) Não são mais tão prevalentes, o preconceito tem diminuído
consideravelmente.
( ) Não são mais tão prevalentes, mas ainda vai demorar muito tempo para
diminuir.
( ) Quase não há mais preconceito.
( ) Não há preconceito.
04. Qual a sua opinião a respeito dos programas de cotas para afro-descendentes
e indígenas nas universidades?
( ) Eu concordo totalmente
( ) Eu concordo em partes
( ) Para mim é indiferente
( ) Eu discordo em partes
( ) Eu discordo totalmente
( ) Não tenho uma opinião formada
05. Você já foi vítima de algum tipo preconceito de ordem étnica (por causa da cor
da sua pele ou do seu Estado de origem)?
( ) Sim
( ) Não
Em caso afirmativo, caso queira, descreva o tipo de preconceito sofrido.
06- Faça um relato do que temos em nossa cultura e que você considera herança
dos povos indígenas.
07- O que aprendemos com os negros africanos?
08- Você tem algum conhecimento referente às Leis 10.639/03 e 11.645/08, que
trata da “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”? Se sim, faça um breve
texto do que você sabe.
Atividade II
Tema: Estudo das Leis 10.639/03 e 11.645/08.
Local: Sala de aula.
Tempo: 2 aulas.
Áreas de Conhecimentos envolvidas: História, Português, Arte e Geografia.
Objetivos: Ampliar e discutir as leis referente à questão indígena e africana no
currículo escolar.
Justificativa:
Embora essa problemática esteja presente no currículo escolar, percebe-se
que nem sempre se dá a devida atenção, a problemática na maioria das vezes é
trabalhada em determinadas datas ou em momento oportuno deixando de lado a
real importância que ela tem no currículo escolar. Deste modo, destaca-se a
importância de ser trabalhado ao longo do ano letivo.
Objetiva-se fazer uma discussão com os alunos acerca das leis 10.639/03 e
11.645/08, referentes ao Tema do projeto, levando-os a entender que a
implementação delas foi uma correção do Estado brasileiro pela dívida histórica
em relação às políticas públicas, em especial para com a população negra e
indígena.
Encaminhamento metodológico:
Num primeiro momento o aluno sem o estudo das leis fará um registro num
diário previamente recebido com o intuito de registrar todo o conhecimento prévio
acerca do tema. Depois então terá contato com os documentos que determinam o
cumprimento da temática em todas as escolas. Será feita uma leitura dos mesmos
em pequenos grupos para que possam discutir com mais liberdade à temática
proposta para o estudo. Após será feita então uma discussão no grande grupo do
conhecimento discutido pelos alunos no pequeno grupo.
Professores, as leis referem-se a diversas temáticas para serem aplicadas nas
disciplinas de Arte, Português, Literatura, Geografia e História, dentre outras.
Portanto, dessas temáticas podem ser destacadas, a História da África e dos
Africanos, a luta dos negros e dos índios no Brasil, a culinária, as datas
comemorativas do calendário afro-brasileiro, a dança, a capoeira dentre outros
aspectos. Considero aconselhável a discussão em pequenos grupos porque
geralmente o aluno tem mais intimidade com seus membros e desta forma a
contribuição para a discussão pode ser mais proveitosa.
Atividade III
Tema: O racismo na atualidade.
Modalidade: A Música como ferramenta do processo ensino aprendizagem.
Local: Sala de aula.
Tempo: 4 aulas.
Áreas de Conhecimentos envolvidas: História, Português, Geografia e Arte.
Objetivo: Refletir as questões relacionadas ao racismo na atualidade e o mito da
democracia racial.
Justificativa
Sabemos que a música facilita o ensino da História, ajudando na
compreensão dos conteúdos trabalhados, sendo assim ela é considerada um
referencial de memória para os alunos. A música de forma muito forte marca a
vidas das pessoas, através dela, sentimentos e emoções são aflorados e isso faz
com que a aprendizagem aconteça de uma forma muito mais prazerosa.
Neste trabalho, utilizaremos a música como ferramenta do ensino que
objetiva contribuir para uma educação contextualizada com o cotidiano. A
utilização da música, como recurso didático pedagógico em sala de aula, visa
promover maior interação entre alunos e o conhecimento, despertando maior
interesse pelo conteúdo a ser trabalhado e seu aprendizado.
De acordo com Martins Ferreira (2002), o uso da música nas aulas melhora
a qualidade de ensino e de aprendizado, uma vez que estimula e motiva
professores e alunos.
Para tanto, selecionamos a música de autoria de Gabriel, o Pensador
Racismo é Burrice. Tal escolha baseou-se no fato deste estilo musical abranger o
gosto de grande parte do público jovem no espaço escolar. Assim, será
apresentado um vídeo clip da música “Racismo é Burrice” Criação Arnaldo Reis,
interpretada por Gabriel O Pensador- disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=qYoLN9j4ZSQ e CD: MTV Ao Vivo (2003)
Encaminhamento metodológico:
Objetiva-se com a letra da música, trabalhar o “mito da democracia racial”,
a maneira como esta concepção ideológica vem sendo transmitida à sociedade,
bem como a ideologia do branqueamento. Abordar também aspectos ligados às
práticas discriminatórias (desde xingamentos e piadas preconceituosas até a
violência física contra a população negra e indígena).
Outro encaminhamento possível é o levantamento de como os preconceitos
se edificam na sociedade, de que forma se articulam e atuam para a manutenção
de benefícios e privilégios de determinados grupos sobre outros.
Após ouvir a música a professora propõe a leitura refletida de alguns
trechos da mesma e os alunos poderão responder primeiro de forma oral e depois
fazendo um registro em seu diário os seguintes questionamentos.
1- Ao ouvir a música “Racismo é burrice” o que você pensa?
2- Sobre o que trata a música?
3- Por que a música diz que racismo é burrice?
4- Quando a cultura negra e estudada na escola?
5- Você considera o Brasil um país racista? Justifique sua resposta.
6- Fazer um estudo para descobrir pessoas negras que se destacaram na
sociedade, nas artes, na política, na música, na poesia e na literatura.
Professores ao trabalhar música com os alunos é importante que eles também
tenham contato com a letra para que possam ler enquanto ouvem. Isso facilita
ainda mais a compreensão da mensagem musical. Para isso pode-se utilizar
vários tipos de ferramentas como: retroprojetor, texto impresso, Datashow etc. A
música trabalhada deve possibilitar ao aluno uma interpretação coerente ao tema
proposto no trabalho.
Atividade IV
Tema: Discriminação, racismo e preconceito em sala de aula e na sociedade em
geral.
Modalidade: O vídeo como motivador da aprendizagem.
Local: Sala de aula.
Tempo: 3 aulas
Áreas de Conhecimentos envolvidas: História, Português, Arte e Geografia.
Objetivos: Levar o aluno a uma discussão crítica em relação ao papel social do
negro e do branco na sociedade
Justificativa:
O preconceito e o racismo ainda estão presentes em nossa sociedade,
sendo assim a escola exerce uma função social que é trabalhar com documentos
que possam levar o aluno a pensar criticamente assuntos relacionados a ele. Uma
educação antirracista prima pelo respeito à diferença, à diversidade. Ela não pode
isentar-se do compromisso com os mais necessitados e fragilizados por um
sistema desumano e preconceituoso. Vista disso optei em trabalhar o vídeo “Vista
Minha Pele”, porque ele serve de material básico para discussão sobre
discriminação, racismo e preconceito em sala de aula e na sociedade em geral.
No ambiente escolar, que sempre foi marcado por uma grande variedade
de sujeitos envolvidos, as relações sociais visam mudanças de valores em favor
da construção de uma sociedade livre de toda e qualquer discriminação. Após
assistir ao vídeo, em pequenos grupos os alunos farão uma discussão das
perguntas a seguir de forma que todos possam expressar suas opiniões e
conhecimentos, só depois será feito uma discussão no grande grupo.
1-Qual o assunto que o vídeo aborda?
2- Você acha que o preconceito e o racismo só acontecem no Brasil? Justifique
sua resposta.
3- O que você acha que poderia ser feito para combater o preconceito e o
racismo?
4- Após a discussão elabore uma história em quadrinho que contemple o assunto
abordado pelo vídeo.
Encaminhamento metodológico:
Sabemos que é compromisso de todos, não só da escola é banir da
sociedade as atitudes e comportamentos que promovam relações hierárquicas
entre os seres humanos, para isso é importante que nós professores realizemos
uma educação antirracista, rompendo com a história oficial que em muitos
momentos disseminaram conhecimentos estereotipados e preconceituosos em
relação aos grupos socialmente discriminados. Sendo assim para trabalhar
assuntos relacionados ao tema o professor deverá dar suportes aos alunos de
variadas fontes para que possam ter uma maturidade maior e assim participarem
de uma discussão que venha a contribuir na sua formação enquanto seres
humanos.
Professores, sendo o cinema um elemento cultural, e um forte elemento aliado do
conhecimento, devemos fazer uso sempre que necessário em nossas aulas. Os
alunos que temos fazem parte de uma geração visual e tecnológica, sendo assim,
o filme é um grande aliado nosso em sala de aula. Quanto mais utilizamos
recursos provenientes da produção artística e cultural, mais reforçamos as
possibilidades de aprendizagem.
Após passar o vídeo, “Vista Minha Pele” motivar ainda para que os/as
alunos (as) respondam livremente aos questionamentos referentes a ele,
aproveitando a oportunidade para conhecer a maturidade e conhecimento sobre o
assunto.
Vista Minha Pele, é uma história invertida que se passa com adolescentes
na faixa etária de 12 a 16 anos, os negros pertencem a grupos sociais e culturais
dominantes e os brancos foram escravizados e são estereotipados. O vídeo está
disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM&feature=related
Atividade V
Tema: Diversidade cultural brasileira.
Modalidade: A utilização da música no processo de aprendizagem.
Local: Sala de aula.
Tempo: 3 aulas
Áreas de Conhecimentos envolvidas: História, Português, Arte e Geografia.
Objetivos: Proporcionar aos educandos momentos e possibilidades de discutir o
preconceito e a discriminação em nossa sociedade
Justificativa: A escola é o espaço social com grande potencial para produzir as
resistências ao racismo, sendo assim faz-se necessário trabalhar com os alunos
assuntos que os leve a refletir e discutir assuntos que venham contribuir para uma
formação mais crítica e de respeito as diferenças.
Encaminhamento metodológico:
A função do ensino de história é desenvolver o senso crítico rompendo com
a valorização do saber enciclopédico, socializando a produção da ciência histórica,
passando da reprodução do conhecimento à compreensão das formas de como
este se produz, formando um homem político capaz de compreender a estrutura
do mundo da produção onde ele se insere. Para essa aula será utilizada a música
“Olhos Coloridos de Macau interpretada por Sandra de Sá”. Para desenvolvimento
da atividade em grupo os alunos produzirão painéis com diversas imagens de
pessoas, percebendo assim que diferenças existem, mas, que devem ser
respeitadas. Para oportunizar a socialização do conhecimento serão
confeccionados pelos alunos painéis que represente o que foi aprendido por parte
deles, após será fita a exposição desses painéis para que os outros alunos da
escola tomem conhecimento do que foi trabalhado.
Professores ao trabalhar essa música. “Olhos Coloridos” – Sandra de Sá (2001)
Composição de Macau é possível debater questões relacionadas aos termos
preconceito e discriminação, refletir acerca das várias manifestações de racismo
presentes em nossa sociedade, entre ele o racismo à brasileira que se fixa em
excluir e desconsiderar sujeitos em decorrência da aparência ou características
fenótipas, também em seu conjunto traz uma reflexão sobre as piadas, apelidos e
brincadeiras sobre os afrodescendentes presentes nos vários espaços da
sociedade brasileira.
Atividade VI
Tema: Índios do Brasil – Quem são eles?
Modalidade: Vídeo como ferramenta da aprendizagem.
Local: Sala de aula.
Tempo: 3 aulas.
Áreas de Conhecimentos envolvidas: História, Arte e Geografia.
Objetivos: Abordar as diferentes visões que a sociedade de uma forma geral tem
para com os indígenas, relação da população indígena com a natureza o
sobrenatural e o não-índio.
Justificativa: Os currículos escolares sempre trabalharam a História de uma forma
eurocêntrica, tendendo a olhar a história indígena com descaso, sendo
0interpretada a partir do ponto de vista da classe dominante condenando a
ignorância, a contribuição cultural e social desses povos para a História.
Encaminhamento metodológico:
Os alunos irão assistir ao documentário “Índios do Brasil – Quem são eles”?
Disponível em: Ensino Fundamental Final: Pluralidade Cultural: Vídeos
Ensino Fundamental Inicial: Pluralidade Cultural: Vídeos
Endereço eletrônico: dominiopublico.gov.br (http://www.dominiopublico.gov.br e
também no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=HA_0X2gCfLs&feature=related Após assistir ao
documentário, cada um expõe o que pensa e tem de conhecimento com relação
aos povos indígenas. Depois das discussões farão um registro por escrito de
como era sua visão e como ficou após a discussão com os demais colegas.
Professores ao trabalhar com o vídeo “Índios do Brasil – Quem são eles”?
Precisamos buscar formas de acabar com o estereótipo criado ao longo do
tempo, as opiniões distorcidas, retrógradas e superficiais de quem não tem
contato com os costumes e crenças indígenas. Ainda hoje muitas pessoas
recorrem ao velho estereótipo do índio que usa cocar, anda nu pela floresta
dança para chamar chuva. A visão de que quando o índio resolve estudar, entrar
na universidade e usar roupas comuns, deixa de ser índio.
Compreender que os indígenas que restam ainda lutam bastante para conseguir
um pedaço de chão neste país que foi todo deles.
Atividade VII
Tema: Escravidão no Brasil.
Modalidade: Filmes como ferramenta do processo ensino aprendizagem. Local:
Sala de aula.
Tempo: 3 aulas
Áreas de Conhecimentos envolvidas: História, Português e Geografia.
Objetivos: Fazer um comparativo entre o período da escravidão com a sociedade
atual brasileira debatendo a questão da exploração e da miséria social. Também
permitir aos alunos adquirirem uma visão crítica do significado da escravidão para
os povos que foram vítimas dessa prática adotada pelos europeus ao longo de
quatro séculos.
Justificativa: No que diz respeito à forma de tratamento dos negros na época da
escravidão e à atual exploração das classes menos favorecidas. O filme alerta
para questões que parecem ter ficado no passado, mas que ainda existem, como
a luta pelos direitos democráticos, a discriminação contra negros e pobres, o
desrespeito, a lavagem de dinheiro, a corrupção, dentre outros. O que mudou foi a
roupagem, o opressor é o mesmo. Sendo assim, este é um excelente filme para
ser trabalhado em sala de aula, possibilitará o desenvolvimento crítico e reflexivo
dos alunos.
Encaminhamento metodológico:
Antes da exibição, o professor irá informar somente aspectos gerais do
filme, fazendo um rápido comentário das cenas que serão exibidas aos alunos.
Depois da exibição, voltar ao começo do filme, passar quadro a quadro as
imagens mais significativas. Depois da exibição, escolher uma cena que foi mais
marcante e perguntar: O que chama mais atenção, o que diz a cena, valores
negados na cena. Apresentar a ficha técnica do filme aos alunos. Após o debate
do filme, pedir aos alunos que registrem em seu caderno-diário o conhecimento
adquirido a partir da discussão do filme e em seguida desenvolvam uma história
em quadrinho referente à história do filme.
Professores, nessa atividade, estarei trabalhando com os alunos o filme Quanto
Vale ou é por Quilo? O filme encontra-se baseado em um conto de Machado de
Assis o qual propõe uma reflexão sobre a sociedade brasileira escravocrata do
século XVIII e a contemporânea. A história do filme retrata a escravidão e a
história do nosso cotidiano. Em diversos momentos, o filme retrata que na
escravidão, os capitães do mato eram atores de uma história escrita no passado.
Mostrando que no período escravocrata, homens-escravos foram fonte de lucro e
moeda corrente e que a exploração humana era fonte de status e riqueza. O filme
também mostra uma realidade atual dentro dessa perspectiva, que é o trabalho e
o lucro de muitas ONGs, pois, se baseiam no mesmo princípio que é a
exploração da miséria humana.
Atividade VIII
Tema: Resistência à escravidão.
Modalidade: Leitura/ Poesia.
Local: Sala de aula/laboratório de informática.
Tempo: 3 aulas
Áreas de Conhecimentos envolvidas: Português, Geografia, História e arte.
Objetivos: Exploração da história da abolição e do trabalho escravo no Brasil;
levantamento e estudo dos sujeitos históricos e suas lutas em prol do
reconhecimento do povo negro no Brasil.
Justificativa: Refletir sobre a resistência escrava e o movimento abolicionista no
Segundo Reinado. Apresentar e problematizar quem foi a Princesa Isabel, porque
ela aboliu a escravidão e como a Lei Áurea desgastou ainda mais a Monarquia.
Discutir o verdadeiro sentido do 13 de maio e a vida difícil dos recém-libertos.
Encaminhamento metodológico:
Para essa atividade será usado o poema Poemanifesto do afro-brasileiro
Hermógenes de Almeida Silva Filho retirado do livro ( REGGAE =IJÊXA, 1983
p.59). Encontra-se disponível também no yotube no endereço
http://www.cefetmg.br/galerias/arquivos_download/alunos/Neab_Sugestao_Atividades.pdf.
Num primeiro momento será trabalhado o contexto histórico que antecedeu a
abolição da escravatura, em 1888, explicando o processo de como se deu o fim da
escravidão no século XIX, ressaltando a resistência escrava (formação dos
quilombos, fugas arriscadas, uso da força, violência, desobediência, etc.) e o
movimento abolicionista. Estudar e entender que a abolição da escravatura é um
processo gradativo, discutir as pressões internacionais para o fim da escravidão e
enfatizar as duas leis que antecederam o dia 13 de maio: A Lei do Ventre Livre ,
em 1871, que assegurou a liberdade dos filhos de escravas que nascessem após
a sua entrada em vigor, e a Lei dos Sexagenários, de 1885, que dava liberdade a
todos os escravos com idade de sessenta anos ou mais.
Questionar o que propunham essas leis, quem foi beneficiado por elas, quais as
reações que provocaram na sociedade e o que elas representaram de fato para os
escravizados?
Depois de trabalhar os conteúdos citados acima, dividir os alunos em grupos e
pedir que eles pesquisem informações sobre os abolicionistas, pessoas de
diferentes grupos sociais inconformadas com a escravidão, dentre elas José do
Patrocínio, André Rebouças, Paula Brito, Joaquim Nabuco e Luiz Gama. Cada
grupo deve criar um painel com as informações coletadas e fazer uma
apresentação oral para os colegas. Após fazer exposição dos trabalhos dos
alunos, dando visibilidade às discussões feitas em sala de aula.
Professores, ao trabalhar com os alunos o Poemanifesto do movimento negro, de
Hermógenes de Almeida silva filho, poderá ser explorado uma infinidade de
assuntos, no meu caso estarei dando mais atenção ao que diz respeito a
exploração africana, as leis que aboliram a escravidão e o que elas de fato
representaram para a sociedade e a população escrava. Estarei trabalhando
também a formação dos Quilombos e a importância deles nas fugas e
resistências dos escravos à escravidão. O poema pode ser encontrado no
endereço eletrônico:
http://www.cefetmg.br/galerias/arquivos_download/alunos/Neab_Sugestao_Atividades.pdf
Atividade IX
Com essa atividade pretendo encerrar minha proposta Didática. Ela será
desenvolvida em forma de oficinas. Serão três oficinas que trabalharão três
capítulos do documentário de Darci Ribeiro - Povo Brasileiro, sendo eles:
Capítulo 1 – Matriz Tupi.
Capítulo 2 – Matriz Lusa.
Capítulo 3 – Matriz Afro.
Tema: DVD O Povo Brasileiro de Daci Ribeiro
Modalidade: Vídeo – documentário.
Local: Sala de aula
Tempo: 8 aulas
Áreas de Conhecimentos envolvidas: História, Geografia, Arte e Português.
Objetivos: Trabalhar as três matrizes que formaram o povo brasileiro.
Justificativa: Sabemos que a miscigenação do povo brasileiro é herança do seu
passado histórico, que se formou de uma fusão de matizes diferenciada.
Encaminhamento metodológico:
Essa atividade terá um diferencial das demais já trabalhadas, pois serão
trabalhados três capítulos do documentário de Darci Ribeiro, a Matriz Tupi, a
Matriz Afro e a Matriz Lusa. Para esse trabalho primeiramente os alunos serão
informados que será feita uma divisão da sala em três grupos, e por meio de uma
conversa cada aluno poderá fazer a escolha de qual matriz irá trabalhar. Após a
escolha cada grupo irá assistir a matriz que fez a escolha, pontuando o que
considerou de maior relevância, para posteriormente decidirem de que forma
trabalhar cada matriz. Para trabalhar esse documentário os alunos organizarão
oficinas de danças, teatro, poesia, charges, história em quadrinho, tudo pensado e
elaborado por eles.
No documentário, a Matriz Tupi reconstrói o universo dos povos Tupis antes
da chegada dos portugueses, através de imagem de povos indígenas brasileiros.
Matriz Tupi (de Isa Grinspum Ferraz - Brasil, 2000, doc, cor, 26 min.).
Na Matriz Lusa Darcy Ribeiro fala das caravelas que permitiram aos
portugueses dar início à globalização do planeta. Esse documentário reconstrói o
sofisticado universo dos portugueses às vésperas das viagens de exploração das
fronteiras do Desconhecido. Matriz Lusa (de Isa Grinspum Ferraz - Brasil, 2000,
doc, cor, 26 min.).
Na Matriz Afro Darcy Ribeiro fala do conjunto das culturas negro-africanas
que estão na base de nossa formação. O documentário nos faz conhecer o maior
movimento de migração compulsória de que se tem notícia. Matriz Afro (de Isa
Grinspum Ferraz - Brasil, 2000, doc, cor, 26 min.).
Professores, em grupo os alunos irão assistir o capítulo ao qual fizeram a
escolha, num primeiro momento assistirão com o objetivo de tomar conhecimento
do conteúdo do documento. Após, assistirão novamente aos vídeos pontuando o
que for de maior relevância e que servirá para uma discussão posterior. Ao
término das discussões os grupos irão usar o material que tiveram conhecimento
para desenvolver oficinas de dança, teatro, música e poesia. Essas oficinas serão
apresentadas para toda escola oportunizando aos demais alunos tomarem
conhecimento das oficinas trabalhadas pela turma e da proposta apresentada
pelo projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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da Educação Básica de História. Curitiba, 2008.
ESTADO DO PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Cadernos Temáticos:
Educando para as relações étnico-raciais. Curitiba: SEED, 2006.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e
para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, 2004.
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS para a Educação das relações
étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana.
Brasília-DF, outubro de 2005.
LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 2010.
BENTO, Maria Aparecida Silva. Cidadania em preto e branco: Discutindo as
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afrodescendentes e educação. ed. Paulinas. São Paulo 2007.
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JUNIOR, Caio Prado. História Econômica do Brasil. 14ª edição. Editora
Brasiliense 1971.
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 17ª edição- Companhia
editora Nacional, 1980.
FREIRE, Paulo. A Pedagogia do Oprimido. 1994.
FERRAZ, Isa Grinspum; CARVALHOSA, Zita. O povo brasileiro. Produção de
Zita Carvalhosa, direção de Isa Grinspum Ferraz. Brasil, instituição 2000, DVD,
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Acesso dia 23/08/2012 às 14 horas e 30 minutos.
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do. Acesso dia
21/11/2012 às 10 horas e 15 minutos.