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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: A Recepção do Leitor e o Verbo Tecer

Autor Sônia Maria Ramos Fachini

Escola de Atuação Colégio Estadual “Vera Cruz”

Município da escola Mandaguari

Núcleo Regional de Educação Maringá

Orientador Evely Vânia Libanori

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá

Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica A Recepção do Leitor e o Verbo Tecer

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentesdisciplinas compreendidas notrabalho)

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual oprofessor PDE desenvolveu otrabalho: professores, alunos,comunidade...)

Alunos do Colégio Estadual “Vera Cruz”

Localização

(identificar nome e endereço daescola de implementação)

Colégio Estadual “Vera Cruz”

Rua Gumercindo Bortolanza, 779

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivose metodologia utilizada. Ainformação deverá conter no

É flagrante a quantas anda mal a educação no Brasil. A

máximo 1300 caracteres, ou 200palavras, fonte Arial ou TimesNew Roman, tamanho 12 eespaçamento simples)

mídia tem deflagrado claramente, tanto em fatos como em

estatísticas, os resultados alarmantes de uma deficiência que só vem

aumentando nos últimos anos. Agora, somos protagonistas nas

listas dos países mais deficitários no quesito educação tanto em

jornais, revistas e até programas televisivos transmitidos em rede

nacional.

Despertar nos educandos o gosto pela leitura é tarefa

sine qua non para desenvolver o senso crítico e a criatividade dos

mesmos. Esse desafio dos educadores deste século, em consonância

com as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa e Literatura,

propõe buscar um repertório de leitura cada vez mais diversificado,

visando o amadurecimento dos leitores a partir de experiências já

vivenciadas por eles até, paulatinamente adentrá-los em leituras

mais sofisticadas.

Partindo de contos de fadas e literatura infantojuvenil,

tendo como princípio a temática do verbo “tecer”, o aluno, ao final

do projeto, fará leituras mais elaboradas de autores consagrados,

seguindo a temática inicial.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Método Recepcional; polissemia; tecer; esfera da Arte

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Superintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais

Programa de Desenvolvimento Educacional

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Professora PDE: Sônia Maria Ramos Fachini

Professora Orientadora: Evely Libanori

Área: Língua Portuguesa

IES vinculada: UEM – Universidade Estadual de Maringá

A RECEPÇÃO DO LEITOR E O VERBOTECER

GÊNEROS TEXTUAIS ABORDADOS: Conto de fadas, romance infanto-juvenil,poema, conto e filme

SÉRIE: Ensino Fundamental

DURAÇÃO: 32 aulas

MANDAGUARI

2011

INTRODUÇÃO

É flagrante a quantas anda mal a educação no Brasil. A mídia temdeflagrado claramente, tanto em fatos como em estatísticas, os resultados alarmantes deuma deficiência que só vem aumentando nos últimos anos. Agora, somos protagonistasnas listas dos países mais deficitários no quesito educação tanto em jornais, revistas eaté programas televisivos transmitidos em rede nacional.

. Como se já não bastasse tudo isso, agora até os concursos apontamestudantes totalmente despreparados para ingressar nas carreiras que escolheram. Aúltima e mais bombástica veio da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, que todos osanos oferece aos futuros advogados um exame que os qualificará para o desempenho desua função. Acontece que, a cada ano, a reprovação nessa prova vem aumentando,culminando este ano com a aprovação de menos de 10% dos candidatos. Para celebraresse número, o Presidente da Ordem, no Paraná, José Lúcio Glomb, coloca que estãorecebendo para o teste, formandos e acadêmicos do curso de Direito sem noções deLíngua Portuguesa, Matemática e Redação, o que os torna desqualificados para umaprofissão cujas ferramentas são exatamente a leitura, interpretação e escrita. Atribuiainda essas deficiências a possíveis falhas já no Ensino Regular, que se prolongam eperpetuam pelo Ensino Superior.

“E agora José?” diria nosso querido Carlos Drummond de Andrade, quedificuldade com a Língua nunca teve.

Uma sinergia entre escola e família, com o intuito de melhorar a situaçãocom certeza seria bem-vinda e provavelmente traria resultados mais certeiros. Contudo,esta última não tem ainda dado sinais muito vitais de sua real participação no mundoeducacional dos filhos, como se essa fosse uma parte estanque de suas funções, cabendoapenas à escola oferecer aos alunos todo o aparato necessário para transformá-lo numcidadão ético e qualificado.

E é aí que entramos nós, professores, estrategistas, pois vivemos lutandopara, de uma forma ou de outra, conseguir conquistar a chance de ao menos ser umcondutor do aluno em sua jornada educativa, tentando fazê-lo interessar-se mesmo quemomentaneamente pelo conteúdo e, quem sabe até assimilá-lo para a vida toda.

Despertar nos educandos o gosto pela leitura é tarefa sine qua non paradesenvolver o senso crítico e a criatividade dos mesmos. Esse desafio dos educadoresdeste século, em consonância com as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa eLiteratura, propõe buscar um repertório de leitura cada vez mais diversificado, visandoo amadurecimento dos leitores a partir de experiências já vivenciadas por eles,conforme segue,

Para realizar a seleção de textos e das obras a serem trabalhadas naescola, é necessário que o docente seja um leitor contínuo, visto que é

papel da escola instrumentalizar o aluno para que ele amadureça suasopiniões a respeito do que lê. É importante considerar o contexto dasala de aula, as experiências de leitura dos alunos, os horizontes deexpectativas deles e as sugestões sobre textos que gostariam de ler,para, então, oferecer textos cada vez mais complexos, que possibilitemampliar as leituras dos educandos (PARANÁ, 2008, p.26).

Buscando um tempero equilibrado e sugestivo, lançando mão de váriosgêneros, pode-se provocar uma fruição mais intensa a um maior número de alunosleitores, visto a diversidade de desejos e angústias que carregam nessa fase, e oprofessor deve apresenta o maior número possível de possibilidades para ganhar oleitor, otimizando assim sua nova atividade e um possível deslumbramento.

E aí, é como se uma paisagem esmaecida de repente adquirisse novaroupagem, e o romper de um leitor promissor fosse anunciado.

Essa expectativa e preocupação em relação ao leitor também foiexperimentada e estudada por Hans Robert Jauss, da Escola de Konstanz, idealizador daEstética da Recepção, na década de 60. Visto sob esse prisma, a teoria da Estética daRecepção vem bem ao encontro do que afirma Eagleton, sendo a pioneira em considerara tríade obra/autor/leitor, já que este último nem sempre teve seu papel respeitadodentro da leitura.

Nas últimas décadas, assistiu-se à morte do “autor” que foi substituído pelo

“leitor”. Essa morte se deu em relação ao(s) sentido(s) que o autor detinha em suas

obras, interpretações que agora são formuladas pelos leitores através de suas

experiências de leitura. O texto, após escrito e divulgado pelo autor, deixa de pertencer

a este e passa a ser objeto de análise do novo dono, o leitor.

Tendo como base a Fenomenologia, que via a realidade como puros fenômenos

que, no campo da Literatura só se faria acontecer se se apreendesse sua essência através

da experiência de um sujeito (o leitor), criando então o texto, a Estética da Recepção

seria uma espécie de fenomenologia direcionada para o leitor, já que somente o ato de

ler e interpretar conforme seu conhecimento de mundo dá significado à leitura, antes

dominada apenas pelo autor.

Hans Robert Jauss, um dos autores mais exponenciais que colocou o leitor e a

leitura como elementos privilegiados na Literatura, propõe uma articulação entre

aspectos sincrônicos, diacrônicos e ainda a relação da leitura com o processo de

construção da experiência de vida do leitor.

O estudioso então, empenhado em sua teoria, elaborou e apresentou sete teses,

que reescreveriam a história da literatura. Na primeira tese aborda a relação entre leitor

e texto; na segunda destaca o saber prévio do leitor; a terceira enfatiza o horizonte de

expectativas; a quarta aponta a relação dialógica do texto; na quinta tese discute o

enfoque diacrônico; na sexta o corte sincrônico e na sétima e última tese, relaciona a

experiência estética com a atuação do homem em sociedade. Essas sete teses serão

retomadas para aplicação do conteúdo literário porque consistirão nas etapas de

aplicação prática dos textos selecionados.

Bordini e Aguiar, compactuando com os estudos de Jauss e Iser, apontam as

distinções entre os textos literários e não literários, enfatizando a importância dos

primeiros na formação do leitor, já que,

A riqueza polissêmica da literatura é um campo de plena liberdadepara o leitor, o que não ocorre em outros textos. Daí provém o próprioprazer da leitura, uma vez que ela mobiliza mais intensa einteiramente a consciência do leitor, sem obrigá-lo a manter-se nasamarras do cotidiano. (BORDINI; AGUIAR, 1988, p. 15)

A partir dessa teoria, as professoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de

Aguiar elaboraram o Método Recepcional.

Essa proposta de trabalho, de acordo com Bordini e Aguiar (1993), temcomo objetivos: efetuar leituras compreensivas e críticas; ser receptivo a novos textos eà leitura de outrem; questionar as leituras efetuadas em relação ao seu próprio horizontecultural; transformar os próprios horizontes de expectativas, bem como os do professor,da escola, da comunidade familiar e social. Alcançar esses objetivos é essencial para osucesso das atividades. Esse trabalho divide-se em cinco etapas, sendo elas:determinação do horizonte de expectativas do aluno/leitor; o atendimento ao horizontede expectativas; a ruptura do horizonte de expectativas; questionamento do horizonte deexpectativas e, por fim, a ampliação do horizonte de expectativas.Visando exatamenteessa variedade polissêmica, é que o projeto foi pensado, possibilitando ao aluno,mediante o embasamento dos teóricos da Estética da Recepção, uma pluralidade dealternativas para suas leituras no referente a como cada leitor recebe e interpreta sualeitura, sem contudo matá-la, por assim dizer, como arte.

As atividades propostas visarão um crescimento no repertório literário dosalunos, bem como poderão experimentar a sensação de diversidade tanto de gêneroscomo na linguagem e interpretação dos textos trabalhados.

MÓDULO�I

Determinação do Horizonte de

Expectativas (uma semana)

Para Platão & Fiorin (2003), “Numa língua qualquer, é muito comum ocorrer queum plano de expressão (um significante) seja suporte para mais de um plano deconteúdo (significado), ou seja, que um mesmo termo tenha vários significados.”

Entretanto, segundo os autores, mesmo ocorrendo a polissemia (um únicosignificante remetendo a vários significados), não haverá problema na clareza eobjetividade do enunciado, que se fará entender pelo contexto. Nos textos literários,explorar as múltiplas possibilidades de um significado é bastante comum.

É importante também ressaltar que, toda palavra, além de seu inerente significadodenotativo, acolhe em seu significante um novo plano de conteúdo investido no signocomo um todo, o significado conotativo.

ATIVIDADES

Recortar de revistas uma ilustração e, partindo de seu significado denotativo, criarum pequeno texto, usando a imagem em sentido conotativo para descrever planos para oano corrente. Ex:

No trabalho que desenvolveremos nesta unidade, nosso foco principal será sondar osconhecimentos prévios do aluno em relação à semântica (polissemia, conotação edenotação), já que esse conteúdo será de suma importância no decorrer do projeto.Também será primordial abordá-lo em relação à importância da leitura em suas vidas,seus hábitos de leitura (se houver) e expectativas em relação a mesma.

Imagem disponível em: http://www.4freephotos.com/pt/a águia-images.html

Este ano, quero ser como uma águia e alçar altos voos. Não temer o desconhecido elutar com garra visando meus objetivos. “Olhos de águia” para enxergar longe queroter e, ao mesmo tempo não perder a elegância e altivez que são peculiares a essa avede rapina.

Apresentar aos alunos o tema do projeto e, sem muitas explicações, abordá-losacerca de seus conhecimentos sobre a temática.

Sugestões de perguntas:

Questioná-los sobre a importância da leitura em suas vidas.

Sugestões de perguntas:

− O que é tecer?

− Qual a origem da palavra?

− Quais são suas palavras derivadas?

MÓDULO�II

ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS (duas

semanas)

A atividade mimética se organiza em torno do fingimento ficcional,que simultaneamente evoca e apaga as cenas do mundo "real" atravésdas imagens do texto. Neste sentido, o produto mimético escapa datematização perceptual pelo fingimento ficcional, e supõe o plenodesapego a qualquer compromisso com os critérios estabelecidos paraa oposição mentira/verdade.1 As imagens do texto evocam o mundoapenas para retirá-lo de sua "realidade" e precipitá-lo nas brumasnebulosas do imaginário, que rasura os contornos, apaga a nitidez eretira o foco da verdade. (FERNANDES, Isabela. A ficçãoliterária como imagem e máscara). Disponível em:<http://www.rubedo.psc.br/Artigos/mascara.htm> Acesso em 22 dejulho de 2011.

1- Qual a importância da leitura em sua vida?

2- Sabe dizer quantos e quais livros já leu?

3- Vê a leitura como prazer ou apenas como imposição?

4- Quem influi mais em suas escolhas literárias? Familiares, amigos ouprofessores?

5- Quais são suas leituras preferidas: romances, jornais, revistas, poemas,histórias em quadrinhos, contos, crônicas, outros?

6- E os estilos? Suspense, amor, terror, policial, comédia, outros?

7- O que o atrai em princípio na escolha de um livro? Título, tema, capa,sinopse, número de páginas, tamanho de letra?

8- Você realiza as leituras propostas pelos professores ou cola resumos dainternet?

Neste momento, a fantasia tomará conta. Não existe idade para sonhar eacreditar, mesmo quando temos certeza da mais pura ficção. É aí que entra averossimilhança, que deve ser analisada nos textos literários com cuidado especial e,para isso, vale mais a sensibilidade do que a teoria, que também deve ser exposta aoseducandos. Agora a temática do “tecer” começará a ser exposta e esmiuçada a partirdos conceitos já estabelecidos.

Em sentido genérico e comum, verossimilhança é a qualidade ou ocaráter do que é verossímil ou verossimilhante; e verossímil, o que ésemelhante à verdade, que tem a aparência de verdadeiro, que nãorepugna à verdade provável. Como se sabe, o entendimento do queseja verossimilhança é fundamental para o estudo da literatura e dasartes em geral desde a Poética de Aristóteles, que entendia que "pelasprecedentes considerações se manifesta que não é ofício do poetanarrar o que aconteceu; é, sim, o de representar o que poderiaacontecer, quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e anecessidade” (Aristóteles, Poética, Abril Cultural, 1984).

A verossimilhança, cujo grau maior exigido pela ação é a necessidade,tem por função principal a coesão e a unidade entre as partes danarrativa que assim não precisa ser historicamente “verdadeira”,bastando que seja verossímil dado que o poeta, o artista tem liberdadese obrigações no que diz respeito à ação e seus desdobramentos. É poressa razão que o maravilhoso, comentado por Aristóteles em suaPoética, não apresenta nenhuma contradição frente às possibilidadesda produção da mímese e sua competência como possível everossímil. (ALONSO, Aristides Ledesma. Verossimilhança).Disponível em:<http://www.fcsh.unl.pt/invest/edtl/verbetes/V/verossimilhanca.htm>Acesso em 22 de julho de 2011.

ATIVIDADES

1- Apresentar aos alunos o livro “O bordado encantado” de Edmir Perrotti.A história é um conto de fadas encantador e sua dedicatória já nos remete ao tema doprojeto.

“À memória de minha mãe cujos bordados teceram minha imaginação.”

Em que sentido (denotativo ou conotativo) foi usado o verbo tecer? O que oautor quis dizer com sua dedicatória?

O conto trata da história de uma mãe bordadeira e seus três filhos, sendoque apenas um deles era bondoso para com ela e os outros dois, tremendamenteegoístas, visavam apenas o que bem lhes aprouvesse.

Foi quando a mãe teceu um bordado extraordinário, mas que lhe foi levadopelo vento, fazendo-a cair em prantos.

Os filhos, um a um, saíram para resgatar o bordado, encontrando pela frentemuitos obstáculos e, para vencê-los, seria necessário um coração puro e valente.

O final, inusitado, carrega de importância o tal bordado da mãe, responsávelpelo feliz desfecho.

2- Após a leitura do conto, na íntegra, algumas passagens podem serobservadas de maneira mais cuidadosa quanto à polissemia e verossimilhança, como porexemplo:

“Como nada as estancasse, a viúva teve uma ideia: reteria as lágrimasno lago da paisagem que estava bordando.”

“A irritação, todavia, foi piorando cada vez mais e chegou a um pontotal que tingiu de sangue as lágrimas da obstinada mulher.”

“Sem dar por vencida, ela continuou, usando agora as lágrimas paracobrir de vermelho as flores dos prados e os raios de sol no horizonte.”

A próxima tarefa consiste na leitura

do livro “A fábrica de fazer pano” de Sersi

Bardari.

Agora, o aluno adentrará numa história com uma verossimilhançadiferente da anterior, já que seus acontecimentos são passíveis de ocorrer na vida real,salvo alguns detalhes que remetem à mais pura ficção, como os nomes daspersonagens.

O romance narra a aventura de um garoto dentro de uma tecelagem.Em meio a teares e tecidos de diferentes composições, acaba por mexer nos pentesde uma das máquinas que, desajustada, acaba por tecer uma trama totalmentediferente da original, causando um furdunço na fábrica. O inverossímil, que mostraa criatividade do autor, são as personagens apresentarem nomes de tecidos (Filó,Seda, Gorgurão, etc) e trazer na família do protagonista o nome Fazenda (ManuelFazenda, José Maria Fazenda) que também corrobora com a temática.

Imagem disponível em:

http://4.bp.blogspot.com/_ns6Eq-yoRXQ/SvQWPLsNbWI/AAAAAAAAAfQ/bii10UynsZY/s320/Bordado_encantado.jpg

SUGESTÃO DE ATIVIDADES:

1- Os alunos, após uma leitura descompromissada, podem listar todas aspalavras do livro que remetem ao tema, como tecelagem, tecelão, tecelã e outras. Alémdessas derivadas, podem agrupar as de outros radicais, mas que apresentem mesmocampo semântico. Ex: fiação, pente, fazenda, etc.

2a- Outra atividade seriam aulas passeio. Uma visitando uma criação debicho da seda, se houver uma de fácil acesso, onde os discentes teriam a oportunidadede verificar o quão magnífica é a origem dos fios citados no livro.

2b- Além dessa, outra visita interessante seria a uma Fiação. Assim, osestudantes teriam um cenário semelhante ao da história, porém provavelmente com maistecnologia que os teares manuais citados lá.

3- Para culminar, a confecção de um álbum de tecidos. O professor podeorientar os alunos a elencarem os personagens do romance e procurarem no dicionário osignificado dos mesmos, visto que a maioria não atentará para o fato de todos seremnomes de tecidos.

Após essa averiguação, devem recolher o máximo de retalhos de tecido, nãosó os citados na história, mas todos que conseguirem amostras, montando com eles umálbum, nomeando-os.

O professor pode orientá-los a apresentar os tecidos em formatosgeométricos, de roupas, desenhos variados, conforme a criatividade do aluno que deveráexplorar então as texturas de cada um.

MÓDULO�III

RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS E

QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

( 4 semanas)

Agora que o horizonte de expectativas do aluno já foi ampliado atravésdas atividades propostas pelo módulo anterior, é hora de aprofundar as leituras dentroda temática que já foi delineada e inferida desde o início do projeto, inserindo oseducandos na esfera da arte.

Para Platão & Fiorin (2003),

A recorrência de traços semânticos estabelece a leitura que deve serfeita do texto. Essa leitura não provém dos delírios interpretativos doleitor, mas está inscrita virtualidade (possibilidade) no texto.

Isto posto, já limita as várias possibilidades de interpretação de um texto,visto o arsenal de elementos que devem ser analisados no mesmo, tais como areiteração, redundância, a repetição, a recorrência de traços semânticos ao longo dodiscurso e que dará coerência, impedindo assim que o leitor viaje em suas conotações.Para isso, deve-se ler agrupando os elementos significativos, que são as figuras outemas, que se somam ou se confirmam num mesmo plano do significado, ou, quando foro caso, interpretados segundo mais um plano de leitura.

ATIVIDADES

Neste módulo, utilizaremos dois clássicos da literatura brasileira, um poemae um conto.

O poema “Tecendo a manhã” de João Cabral de Melo Neto, apresenta atemática “tecer” com conotação diferente da dos textos anteriores. Temas agoraprevalecem às figuras, e a sensibilidade do leitor deve aflorar a fim de identificar essanova roupagem e inferir sobre seus efeitos.

1- O professor, após propiciar uma leitura silenciosa do poema por parte dosalunos, poderá passar um breve filme imagético e declamado do texto.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=kgpCDfKCTsg

Texto disponível em: http://www.consciencia.net/2006/0117-melo-neto.html

2- A atividade pode principiar pelo título, articulando-o com os doisprimeiros versos.

“Um galo sozinho não tece uma manhã:

Imagem disponível em:

http://www.jordelia.com.br/wp-content/uploads/2010/05/galo.jpg

ele precisará sempre de outros galos.”

Abordar os alunos sobre o significado do título, bem como dos dois versosacima. Eles terão de ser capazes de substituir adequadamente o verbo “tecer” por outrosque permitam a permanência de significado. Tentar também fazê-los reconhecer aparáfrase do primeiro verso com o provérbio “Uma só andorinha não faz verão”.

3- É importante atentar para a interpretação dos próximos versos que umaleitura mais superficial não permitirá coerência, já que contêm termos implícitos naoração, sendo que algumas estão reduzidas ao mínimo. Propor, então, aos alunos,tentativas de descobrir que palavras ocultas dão o devido entendimento ao poema.

(Ele precisará) de um (galo)

que apanhe esse grito

que ele (emitiu)

e o lance a outro;

(Ele precisará) de um outro galo

que apanhe o grito

que um galo antes (enviou)

e o lance a outro.

O conto “A moça tecelã”, da escritora Marina Colassanti, brindará os alunoscom mais uma literatura de alto nível e que proporcionará a eles uma reflexão tambémmais subjetiva e sofisticada da temática.

Disponível em: http://www.releituras.com/i_ana_mcolasanti.asp

1- Conversar com os alunos sobre o tecer no conto. Analisar as linguagensapresentadas no conto e no romance “A fábrica de fazer pano”.

Imagem disponível em:

http://3.bp.blogspot.com/_URadmxWHnKc/TNdWaXn7qLI/AAAAAAAALgs/yhxR8s3qucA/s1600/tecela5.jpg

2- Identificar em dois grupos o que se pode tecer denotativa econotativamente nos dois textos.

3- Conforme o minidicionário da Língua Portuguesa de Silveira Bueno,tecer é v.t. Entrelaçar os fios; fiar; fazer teias; urdir; tramar; int. exercer o ofício detecelão.

Baseando-se nesse verbete, recortar imagens de tudo que se pode tecerliteralmente e depois coisas que você gostaria de tecer em sua vida em sentido figurado.

MÓDULO�IV

AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

( 1 semana)

Os estudantes, então, tecerão uma tela coletiva enquanto fazem umaapreciação do projeto e o que ele trouxe de especial para suas vidas.

Imagem disponível em:

http://3.bp.blogspot.com/_hM_AH3NGQOw/Swv0B-girCI/AAAAAAAAAFI/btXH1Y-

gHHQ/s72-c/3064586554_2986f9180d.jpg

É o momento de reflexão. Nesta etapa, os alunos deverão analisar asetapas anteriores, compará-las e inferir acerca dos conhecimentos que obtiveram.

Para finalizar o Projeto, os alunos assistirão ao filme “Colcha de Retalhos” que

sublimará a temática com um formato de maior veracidade. O enredo fala de

mulheres de diversos padrões socioculturais, marcadas por sucessivos

acontecimentos em suas vidas e que tecem colchas, onde bordam suas angústias,

perdas, traumas, felicidades. Análogo ao texto do módulo II, esses bordados são o

clímax e desfecho de vidas sofridas que almejam finais felizes.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Glória. Literatura e Formação do

Leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

ALONSO, Aristides Ledesma. Verossimilhança. Disponível em:

<http://www.fcsh.unl.pt/invest/edtl/verbetes/V/verossimilhanca.htm> Acesso em 22 de julho

de 2011.

BARDARI, Sersi. A fábrica de fazer pano. São Paulo: FTD, 1997.

BUENO, Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: FTD, 2007.

COLASSANTI, Marina. A moça tecelã. Disponível em:<http://www.releituras.com/i_ana_mcolasanti.asp> Acesso em 12 de julho de 2011.

Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa. Governo do Paraná.

Seed. Departamento de Educação Básica. Paraná, 2008.

ECO, Umberto. Obra aberta. São Paulo: Perspectiva, 2001.

FERNANDES, Isabela. A ficção literária como imagem e máscara. Disponível em:

<http://www.rubedo.psc.br/Artigos/mascara.htm> Acesso em 22 de julho de 2011.

JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação a teoria literária .

São Paulo: Ática, 1994.

NETO, João Cabral de Melo. Tecendo a manhã. Disponível em<http://www.consciencia.net/2006/0117-melo-neto.html> Acesso em 4 de julho de 2011.

PERROTTI, Edmir. O bordado encantado. São Paulo: Paulinas, 2009.

PLATÃO, Francisco Savioli; FIORIN, José Luiz. Para entender o texto: Leitura e

Redação. São Paulo: Ática, 2003.

PLATÃO, Francisco Savioli; FIORIN, José Luiz. Lições de texto: Leitura e Redação.

São Paulo: Ática, 2004.