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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: A CRÔNICA PARANAENSE CONTEMPORÂNEA NO ÂMBITO ESCOLAR
Autor SOLANGE VILANI CHIELLA
Escola de Atuação COLÉGIO ESTADUAL SANTO AGOSTINHO
Município da escola PALOTINA
Núcleo Regional de Educação TOLEDO
Orientador MARIA BEATRIZ ZANCHET
Instituição de Ensino Superior UNIOESTE
Disciplina/Área (entrada no PDE) PORTUGÊUS
Produção Didático-pedagógica UNIDADE DIDÁTICA
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
SOCIOLOGIA
FILOSOFIA
Público Alvo
(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)
ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Localização
(identificar nome e endereço da escola de implementação)
COLÉGIO ESTADUAL SANTO AGOSTINHO
RUA GENERAL RONDON Nº 797
Apresentação:
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Tendo em vista a necessidade de trabalhar com textos
literários que enfoquem um assunto enquanto totalidade
no seu gênero e não enquanto fragmento, favorecendo a
relação entre o autor e o leitor – entre o processo de
produção e o de recepção das mensagens -, levando o
aluno à reflexão de temas inseridos no seu contexto
vivencial, este projeto busca desenvolver estratégias
utilizando quatro cronistas contemporâneos paranaenses
que compõem o corpus deste estudo: Cristovão Tezza,
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Domingos Pellegrini, José Carlos Fernandes e Miguel
Sanches Neto. Especificamente, pretende-se confrontar
diferentes textos dos cronistas paranaenses como forma
de perceber abordagens e estilos diferenciados na
escritura de determinados temas; refletir com os alunos a
função social do gênero crônica bem como seu contexto
de produção; desenvolver e aprofundar a capacidade
reflexiva e argumentativa em relação à produção textual
dos alunos da 1º série do Ensino Médio; possibilitar o
interesse dos alunos pelas crônicas veiculadas no jornal
a partir da interação textual, via internet, com seus
autores. Considerando o corpus desse trabalho, a
fundamentação teórica terá por base uma perspectiva
sociologia e comparativa: abordagens de temas
semelhantes segundo autores/cronistas diferenciados.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Crônica contemporânea paranaense; leitura; análise; produção
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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
MATERIAL DIDÁTICO
UNIDADE DIDÁTICA
1 IDENTIFICAÇÃO
1.1 Professor PDE: Solange Vilani Chiella 1.2 Área PDE: Língua Portuguesa 1.3 NRE: Toledo 1.4 Professor Orientador IES: Maria Beatriz Zanchet 1.5 IES vinculada: UNIOESTE 1.6 Escola de Implementação: Colégio Estadual "Santo Agostinho" 1.7 Público objeto da interação: Alunos da 1º série do Ensino Médio
1.8 Título: A crônica paranaense contemporânea no âmbito escolar
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2 PRODUÇÃO: CONSIDERAÇÕES GERAIS E PROCEDIMENTOS
As propostas das Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná
(PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, 2008 p. 19) propõem o trabalho com
a linguagem como prática conscientizadora das ações por ela desencadeadas,
possibilitando ao aluno uma inserção social mais produtiva no sentido de poder
formular seu próprio discurso e de interferir na sociedade em que está inserido.
Na concepção interacionista de linguagem, a leitura é entendida como um
processo de produção de sentido que se dá a partir de interações sociais ou de
relações dialógicas que acontecem entre dois sujeitos – o autor do texto e o leitor.
Kleiman (2000), destaca a importância, na leitura, das experiências, dos
conhecimentos prévios do leitor, que lhe permitem fazer previsões e inferências
sobre o texto. Considera a autora que o leitor constrói (e não apenas recebe) um
significado global para o texto: ele procura pistas formais, formula e reformula
hipóteses, aceita ou rejeita conclusões, utilizando estratégias baseadas no seu
conhecimento linguístico e na sua vivência sociocultural.
Um dos papéis da escola é propor condições para o aluno perceber a
importância de interagir com os conhecimentos de forma crítica. O trabalho com o
texto literário em sala de aula apresenta oportunidades significativas de construção
de aprendizagem e estas devem remeter à vivência e à realidade do aluno para, a
partir daí, abrir caminhos para a independência da leitura e para uma interação
significativa.
Um gênero textual atrativo para ser trabalhado em sala de aula e interessante
devido à praticidade, à linguagem simples e à temática próxima da realidade é a
crônica. A crônica, por sua simplicidade e praticidade, transforma-se em algo
próximo do aluno que a lê, afinal, ocorre uma identificação de cenas vivenciadas
pelos personagens com situações da vida de cada um.
Por suas características, a crônica possui um caráter diário, o que a coloca na
interação entre o texto jornalístico e o literário, permitindo ao professor aproveitá-la
como um gênero acessível ao trabalho de leitura, de discussão e de produção
textual.
As considerações acima justificam a escolha da “crônica” como gênero de
abordagem para esta Unidade Didática. De forma mais específica, a escolha se
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justifica com o intuito de estimular a leitura, a discussão e a produção textual e
perante a necessidade de discussão de textos literários que enfocassem um assunto
enquanto totalidade no seu gênero e não enquanto parcela textual fragmentada.
Justifica-se ainda porque as crônicas permitem a análise de situações mais
presentes no cotidiano dos alunos, situações que favorecessem a relação entre o
autor e o leitor, ou seja, entre o processo de produção e o de recepção das
mensagens, que levassem o aluno à reflexão de matérias inseridas no seu contexto
vivencial (temas abordados por autores do seu Estado, em veículos de comunicação
mais acessíveis como o jornal e a internet).
Quatro cronistas contemporâneos paranaenses compõem o corpus deste
estudo: Cristovão Tezza, Domingos Pellegrini, José Carlos Fernandes e Miguel
Sanches Neto. São conhecidos como contistas e romancistas, com atuação
destacada nesses gêneros e reconhecidos nacionalmente. A razão da inclusão
desses autores como integrantes do presente estudo se deu em virtude da extrema
disponibilidade e gentileza dos cronistas quando questionados a respeito da
possibilidade de participarem de um trabalho, no âmbito escolar, com alunos do
Ensino Médio.
A organização desta Unidade Didática observa, do ponto de vista estratégico
e de seu desenvolvimento, a sequência de seis etapas, assim denominadas e
explicitadas operacionalmente:
O lugar da crônica no jornal
Conhecendo cronistas
Interação texto x autor x leitor
Interação texto x leitor x conteúdo
Produção de crônicas: avaliação
Publicação de crônicas.
1ª Etapa: O lugar da crônica no jornal
O jornal é um material de fácil acesso. Também é enriquecedor porque é
texto, é palavra, é comunicação e, diariamente, nos mostra inúmeras matérias,
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divididas em diversas seções. Levar o jornal para a sala de aula é levar a realidade e
permitir que os alunos tomem ciência dos fatos, falem sobre eles, opinem e até
mesmo produzam textos a partir do jornal. O jornal Gazeta do Povo possui uma
seção chamada “Ponto de Vista”, onde escritores publicam seus textos enfocando
temas do cotidiano.
Muitas são as atividades que podem ser realizadas com o jornal em sala de
aula, além de ler e interagir com os cronistas, interpretar, reescrever notícias. O
jornal oferece aos alunos a possibilidade de entrar em contato com diferentes
gêneros textuais, dada a sua diversidade textual, e pode servir como recurso
didático em todos os níveis escolares.
Nesta primeira etapa, os alunos serão familiarizados a respeito do gênero
textual “crônica” e do lugar que esse gênero ocupa no jornal. Serão destacadas as
especificidades inerentes a cada seção (crônica esportiva, econômica, etc.), bem
como a fragilidade de fronteiras específicas e limítrofes entre esse gênero e outros,
como é o caso do conto ou, às vezes, do artigo de opinião.
A escolha do jornal Gazeta do Povo deu-se em virtude de que os quatro
cronistas, que gentilmente se dispuseram a participar do projeto, escrevem
semanalmente para esse jornal, o qual é de circulação estadual. Esse dado justifica
o acesso dos educandos paranaenses a tal veículo de comunicação, pois a
biblioteca do colégio, a biblioteca pública e mesmo alguns alunos, embora em menor
número, costumam dispor da assinatura.
2ª Etapa: Conhecendo os cronistas
Após o primeiro contato com o gênero textual objeto deste trabalho, os alunos
serão familiarizados com os autores cujas crônicas constituem o principal foco de
estudo. Serão levados a conhecer outros trabalhos desses autores, bem como
atividades a que se dedicam fora do âmbito literário. Vários romances e novelas dos
respectivos cronistas serão trazidos à sala de aula como forma de fomentar o
conhecimento e o interesse por outras leituras dos autores. Em relação a Cristovão
Tezza, os alunos serão informados que o autor nasceu na cidade de Lajes, em
Santa Catarina, em 1952. Aos sete anos ele perdeu o pai, e, aos dez, sua família se
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transferiu para Curitiba. A capital paranaense se tornou uma paisagem dileta de
suas obras, nas quais os protagonistas caminham pelas ruas de Curitiba. Aos 13
anos já teve passagens significativas pelo teatro. Conquistou o Prêmio Petrobrás de
Literatura com a obra Aventuras Provisórias; em 1998, com o romance Breve
Espaço entre Cor e Sombra, recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Biblioteca
Nacional; em 2004, com a obra O Fotógrafo, ele obtém o Prêmio da Academia
Brasileira de Letras de melhor romance do ano e o Prêmio Bravo!; seu romance
mais recente, O Filho Eterno, conquistou, em 2007, o Prêmio da APCA (Associação
Paulista dos Críticos de Arte), de melhor obra de ficção do ano. Em 2008, ele obtém,
por essa obra, os prêmios de melhor romance, Bravo!, de melhor obra, Portugal-
Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, e Prêmio São Paulo de Literatura
como melhor livro do ano.
O seu romance O Filho Eterno, publicado pela Record, recebeu, na França, o
Prêmio Charles Brisset, concedido pela Associação Francesa de Psiquiatria, cuja
tradução foi intitulada de Le Fils du Printemps, isto é, O Filho da Primavera.
Quanto a Domingos Pellegrini, os alunos serão informados de que ele é
escritor e jornalista paranaense, nasceu em Londrina, em 1949, onde passou sua
infância e adolescência. Começou a escrever aos 14 anos, quando ganhou uma
máquina de escrever de presente do pai. Foi secretário de Cultura em Londrina, de
1989 a 1992. Escreve colunas para um jornal de Londrina e para a revista Globo
Rural. É destacado colunista da Gazeta do Povo e bastante conhecido como
contista. Entre suas obras destacam-se Terra Vermelha, O Caso da Chácara Chão e
O Homem Vermelho, tendo, por estas duas últimas obras, ganho duas vezes o
Prêmio Jabuti.
O cronista José Carlos Fernandes é natural de Curitiba. É jornalista da
Gazeta do Povo desde 1989. É professor da UFPR e da PUCPR. Publica editoriais e
crônicas. Publicou recentemente um livro sobre os 90 anos do jornal Gazeta do
Povo.
Miguel Sanches Neto nasceu em Bela Vista do Paraíso, em 1965, mas foi
criado em Peabiru, pequena cidade do interior do Paraná. Escritor, atualmente
reside em Ponta Grossa, onde também é professor universitário e Pró-Reitor de
Extensão da UEPG. Como crítico literário paranaense, tem assegurado seu nome no
âmbito literário. Com o lançamento do livro Chove sobre Minha Infância, o escritor
começa a ser reconhecido. Essa obra foi traduzida para a língua espanhola, bem
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como Um Amor Anarquista. Desde então, é um dos nomes mais representativos da
nova literatura paranaense. O escritor recebeu o Prêmio Nacional Luis Delfino por
Inscrições a Giz; o Prêmio Cruz e Souza, por Hóspede Secreto; e Medalha do Mérito
Fernando Amaro, da Câmara Municipal de Curitiba. Destaca-se, também, no âmbito
da literatura infantil com a publicação de O Rinoceronte que Ri (2006) e A Cobra que
não Sabia Cobrar (2006).
3ª Etapa: Interação Texto X Autor X Leitor
Nesta etapa, após o estudo e a interpretação das crônicas são objeto de
estudo desta Unidade Didática, os alunos serão levados a interagir com os autores,
via e-mail, através da internet.
As crônicas selecionadas para o estudo constituem análise própria, em
capítulo específico, intitulado "Crônicas paranaenses: leitura interpretativa" e são,
respectivamente:
a) Vaga (tecnológica) para idosos, de Cristovão Tezza;
b) Piratas e chapéus, de Domingos Pellegrini;
c) Iolando e Margarida, a camélia e os cupins, de José Carlos Fernandes;
d) O que fazer com essas mãos, de Miguel Sanches Neto.
4ª Etapa: Interação Texto X Leitor X Conteúdo
Nesta etapa, os alunos, após análise do tema referente às respectivas
crônicas, elencarão determinados assuntos estudados em sala de aula ou conforme
o interesse do grupo, como motivos para elaboração de entrevistas com a
comunidade e conversa com a turma de idosos que está sendo atendida no
laboratório de informática, pelos alunos do Curso de Informática do colégio, para
saber se eles também sentem saudades desses momentos, lembrados pelo autor da
crônica “Temas em fuga”; se enfrentam ou enfrentaram certas dificuldades em
relação às informações e o que pensam sobre o país ser governado por uma
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mulher. Deverão registrar os resultados das entrevistas e trazê-los para a sala de
aula, para compartilhar com seus colegas.
Como os jornais noticiam, todos os dias há inúmeras ocorrências e situações
que merecem destaque ou que marcam a população de uma ou de outra maneira.
Então podemos questionar: O que nós podemos observar no cotidiano das
pessoas e da nossa cidade? As notícias veiculadas procedem? O que, em sua
opinião, mereceria destaque? Os alunos deverão esquematizar, com seu grupo,
uma entrevista junto a pessoas da comunidade para levantar as informações que
julgam importantes.
5ª Etapa: Produção de crônicas: avaliação
De posse das entrevistas, é a vez de os alunos colocarem suas ideias no
papel. Para escreverem uma crônica é necessário observar as características desse
gênero textual. Para escrever é preciso pensar nos objetivos e no leitor, e perguntar
se queremos levar o leitor a refletir, se queremos fazer uma crítica ou se queremos
divertir o leitor.
A crônica poderá apresentar a opinião do autor ou a de uma das personagens
envolvidas na história. A linguagem poderá ser direta e objetiva, buscando
proximidade com o leitor.
Quando os alunos terminarem, deverão fazer uma revisão cautelosa.
6ª Etapa: Publicação das crônicas
As crônicas selecionadas a partir da produção textual serão publicadas no
jornal da cidade, ou seja, Folha de Palotina. O jornal possui uma coluna chamada
“Fazendo Escola”, onde, semanalmente, são publicados textos, trabalhos e ou
atividades elaboradas pelos alunos dos educandários dos municípios de Francisco
Alves, Maripá e Palotina, juntamente com as propostas de trabalho solicitadas pelos
professores em sala de aula.
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O projeto, de iniciativa do próprio jornal Folha de Palotina, tem por objetivo
incentivar o educando e seus professores a trabalharem com o jornal em sala de
aula e, para tanto, a empresa distribui, gratuitamente, exemplares para todas as
escolas dos municípios envolvidos no projeto. O número de exemplares para cada
escola corresponde ao número de alunos de uma turma, ou seja, em torno de 35 a
40 exemplares. Essa atividade torna possível o trabalho com o jornal e serve de
incentivo para os alunos lerem e fazerem suas produções, para que sejam
publicadas no jornal.
Ao término do ano letivo, o jornal Folha de Palotina convida todos os alunos
que tiveram seus trabalhos publicados para uma cerimônia pública e faz a entrega
do certificado de “Repórter Mirim”. Além dos alunos, os professores que solicitaram a
atividade publicada, diretores e autoridades, também são convidados a participarem
do evento.
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3 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
Muitos escritores se dedicam ao gênero crônica dando-lhe diversas
características. Afrânio Coutinho, no estudo que dedica à crônica, acentua a
especificidade que este gênero adquire no Brasil. A singularidade se exerce no fato
de que há autores, de superior categoria, que entram para a história da literatura
com o gênero.
Antonio Candido (1989, p. 5-6), ao refletir na crônica enquanto gênero, chama
atenção para o fato de que, por estar tão próxima do dia a dia, foge ao estilo
grandiloquente, pomposo e monumental. Afirma que ela é “amiga da verdade e da
poesia nas suas formas mais diretas”, mas, igualmente, “nas suas formas mais
fantásticas”. Enfatiza ainda que, por seu caráter original transitório – “é filha do
jornal” –. Assim, a perspectiva da crônica “não é a dos que escrevem do alto da
montanha, mas do simples rés-do-chão”, embora sua durabilidade possa
surpreender quando passa do jornal ao livro.
De origem grega, a palavra crônica está presa à ideia de tempo. Ela está
relacionada aos acontecimentos diários que são registrados e remonta à mitologia
greco-romana: Cronos (Saturno), filho de Urano (céu) e Gaia (terra), depois de matar
o pai, usurpa-lhe o trono e casa-se com sua irmã Reia. Sabedores do futuro, os pais
profetizaram que ele seria destronado por um dos filhos resultantes dessa união.
Para que tal não acontecesse, Cronos devorava todos os filhos de sua união com
Reia. Esta consegue enganá-lo e Zeus (Júpiter) sobrevive. Este dá a Cronos uma
droga que o faz vomitar os filhos que havia devorado, lidera uma guerra contra o pai
e acaba derrotando-o, cumprindo assim a profecia. Para Commelin (1980, p. 26),
“[...] em grego, Saturno é designado pelo nome de Cronos. A alegoria é transparente
nesta fábula de Saturno; este deus que devora os filhos é, diz Cícero, o Tempo, o
Tempo que se não sacia dos anos e que consome todos aqueles que passam”.
De linguagem direta, espontânea, jornalística, de imediata compreensão, a
crônica é um texto que permite acompanhar os fatos cotidianamente através do
jornal. O cronista se aproveita de acontecimentos do cotidiano como um estímulo
para a sua produção e utiliza a linguagem com naturalidade, o que faz da crônica um
gênero textual atrativo e interessante para a prática escolar, visto que, por meio de
uma linguagem simples, trata dos fatos cotidianos, auxiliando no estabelecimento da
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dimensão das coisas e das pessoas, algumas vezes de forma humorística, outras
vezes de forma crítica, sarcástica ou irônica, conforme o estilo do escritor.
É possível perceber a noção de crônica a partir do mito enquanto um gênero
textual enraizado na ideia de momento e de atualidade dos fatos que o escritor
procura registrar.
De acordo com Massaud Moisés (1979), a palavra crônica, do grego
choronikos, significa tempo; no latim, Chronica designa uma lista ou relação de
acontecimentos ordenados cronologicamente. Na Antiguidade, a crônica estava
vinculada ao relato de fatos e acontecimentos históricos. Na atualidade, a crônica
passou a ser captura de fatos circunstanciais da vida comum, escrita em linguagem
próxima da realidade do leitor e é um dos gêneros mais ricos da literatura brasileira,
atingindo um grau de excelência a ponto de transformar-se na principal porta de
entrada da literatura para boa parte do público leitor.
Na concepção de Moisés (1979), a crônica constitui um lugar geográfico entre
a poesia e o conto: apresentando sempre a visão pessoal, subjetiva ante um fato
qualquer do cotidiano, a crônica estimula a veia poética do prosador; ou dá margem
a que ele revele seu talento de contador de histórias.
Ainda segundo Moisés, a crônica sobrevive à transitoriedade e à leveza do
jornalismo quando busca na notícia-base a essência dos acontecimentos graças à
linguagem utilizada pelo cronista. A notícia, por ser passageira, faz com que a
crônica também se afaste e vá envelhecendo à medida que outros fatos vão
acontecendo e outras crônicas vão surgindo. Daí a sensação de, por vezes, ser
considerado um gênero menor, de ser um produto literário inferior a outros gêneros
como a poesia, o conto, a novela, o romance e o teatro.
Em ensaio significativo sobre a crônica, Antonio Candido discute a inserção
do gênero no âmbito da literatura:
A crônica não é um “gênero maior” [...] ”Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica perto de nós. E para muitos pode servir de caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas para a literatura [...] Por meio dos assuntos, da composição aparentemente solta, do ar de coisa sem necessidade que costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo dia, principalmente porque elabora uma linguagem que fala de perto ao nosso modo de ser mais natural (CANDIDO, 1980, p. 5).
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É esse traço de naturalidade com a linguagem que faz da crônica, nos dias
atuais, um gênero textual atrativo. Graças a essa simplicidade e despretensão, a
crônica consegue ser insinuante e reveladora. Assim, acaba como que
transformando, segundo Antonio Candido, “[...] a literatura em algo íntimo com
relação à vida de cada um, e quando passa do jornal ao livro, nós verificamos meio
espantados que a sua durabilidade pode ser maior que ela própria pensava” (p. 6).
Sá (1987) destaca igualmente que a crônica, assim como o jornal, nasce,
cresce, envelhece e morre em vinte e quatro horas. Essa veia jornalística imprimiu-
lhe fugacidade e um traço popular que se contrapõe ao caráter eterno e elitista do
gênero literário. Talvez, por essas características, a crítica, em geral, a considere um
gênero menor.
Percebe-se, assim, a noção teórica de crônica enquanto um gênero preso à
ideia de momento, de oportunidade, de atualidade dos fatos que procura registrar.
Bender e Laurito (1993) acentuam que, no Brasil, a crônica começa a ganhar
espaço como gênero jornalístico no século XIX. A crônica diferenciava-se do
folhetim-romance porque apresentava fatos variados da vida cotidiana presa ao
momento, ao registro da circunstância.
No decorrer do século XX, a organização do jornal fica bem diferente. Com a
evolução da imprensa, o abrangente folhetim de variedades do século XlX foi
desaparecendo, para dar lugar a seções especializadas de articulistas,
comentaristas, analistas e críticos especializados em determinadas matérias. Entre
eles, o cronista, o escritor-jornalista ou jornalista-escritor que prende e solta sua
imaginação criadora num espaço específico da imprensa diária.
Segundo Amaral (2008), com a implantação da imprensa em todas as partes
do mundo, a crônica contemporânea é um gênero que se consolidou por volta do fim
do século XIX. A partir dessa época, os cronistas, além de fazerem o relato em
ordem cronológica dos grandes acontecimentos históricos, começam a usar a
crônica para registrar de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os
acontecimentos sociais, políticos e o cotidiano de sua época, publicando-as em
veículos de grande circulação.
Os cronistas passam a escrever crônicas como gênero literário, recriando os
fatos que relatam e escrevem de um ponto de vista pessoal, buscando atingir a
sensibilidade de seus leitores. Por relatar o cotidiano de modo conciso e serem
publicadas em jornais, as crônicas têm existência breve, isto é, interessam aos
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leitores que podem partilhar esses fatos com os autores por terem vivido
experiências semelhantes num determinado tempo.
Assim, uma forte característica do gênero é ter uma linguagem que mescla
aspectos da escrita com outros da oralidade, por conta do uso de linguagem
coloquial e da proximidade com os fatos cotidianos. Por serem breves, leves, de fácil
acesso, envolventes, elas possibilitam momentos de fruição a muitos leitores que
nem sempre têm acesso aos romances.
Afrânio Coutinho (1966), no estudo que dedica à crônica, acentua a
especificidade que esse gênero adquire no Brasil, em contraste, por exemplo, com
Portugal. A singularidade se exerce no fato de que há autores – como é o caso de
Rubem Braga – que entram para a história da literatura exclusivamente como
cronistas.
A crônica é um gênero literário que tem assumido no Brasil, mormente no século
presente, além da personalidade de gênero, um desenvolvimento e uma categoria que
fazem dela uma forma literária de requintado valor estético, um gênero específico e
autônomo, a ponto de ter induzido Tristão de Ataíde a criar o termo “cronismo” para a sua
designação geral. [...] Como fato muito significativo é a posição da crônica, sua importância,
o grau de perfeição a que
atingiu, depois de longa evolução através da qual se especializou, se desenvolveu uma forma literária específica, inclusive com um estilo próprio, uma maneira peculiaríssima (COUTINHO, 1966, p. 304-305).
Considerando o caso brasileiro, é mister ressaltar, ainda conforme Coutinho,
a natureza literária da crônica. Por ser publicada no jornal, isso não implica a
desvalia do gênero. Enquanto que o jornalismo tem no fato o seu objetivo, para a
crônica o fato é, quando utilizado, um meio ou um pretexto do qual o cronista retira
o máximo, com estilo, com graça e com sua inventividade. A crônica é um gênero
altamente pessoal, apresenta uma reação individual e íntima, dotada de lirismo, e é,
na essência, uma forma de arte da palavra. O cronista é solidário e comunica-se
com proficiência, através desse meio vivo, insinuante e ágil que é a crônica. A
literatura, através da palavra, apresenta uma imaginação criadora, dando ênfase a
despertar o prazer estético – nada mais literário que a crônica – que não tem
pretensão de informar, nem ensinar e nem mesmo de orientar. Ligado ao jornal ou
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ao livro, o prazer de leitura é o mesmo e isso se deve ao trabalho de alguns artistas
de superior categoria.
A natureza ensaística da crônica é outra característica que Afrânio Coutinho
enfatiza. Para compreendê-la é necessário distinguir o ensaio formal, crítico,
biográfico, histórico, filosófico, discursivo sinônimo de estudo e o ensaio informal,
familiar, coloquial em que são exímios os ingleses. Esse último ensaio confunde-se
com a nossa crônica pelas suas características de natureza livre, em estilo coloquial,
provocada pela observação do cotidiano refletida através de um temperamento
artístico.
Eduardo Portela (apud COUTINHO, 1966, p. 306) diz que as dificuldades em
classificar a crônica resultam do fato de que tem a caracterizá-la não a ordem ou a
coerência, mas exatamente a ambiguidade, que, não raro, a conduz ao conto, ao
ensaio por vezes e, frequentemente, ao poema em prosa. A crônica vive presa ao
dilema da transcendência e do circunstante. As suas condições jornalísticas e sua
base urbana devem ser superadas para que a transcendência vá além da notícia,
seja enriquecendo-a com humor, com elementos de tipo psicológico, metafísico, com
subjetivismo, entre outros.
Os cronistas costumam ter seus leitores fiéis. Hoje, há os cronistas que vêm
do meio jornalístico ou de outras mídias como rádio e TV. Por isso, a publicação do
gênero também ocorre em outros meios, como programas de TV ou rádio e outros,
que publicam os textos em sites na internet. Independente do espaço que a crônica
recebe, a sua função é a de levar o leitor a ver mais longe, a posicionar-se diante de
determinadas situações sendo um agente da própria história.
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4 CRÔNICAS PARANAENSES: LEITURA INTERPRETATIVA
4.1 A CRÔNICA DE CRISTOVÃO TEZZA
Cristovão Tezza, em seus textos como colunista da Gazeta do Povo, vale-se
de um procedimento que investe, quase sempre, no âmbito do terreno reflexivo. Tal
é o conteúdo da crônica “Vaga (tecnológica) para idosos”.
A crônica, apelando para um processo associativo, discute e reflete a
dificuldade que as pessoas mais velhas, a chamada 3ª idade, têm de se inserirem na
modernidade tecnológica do mundo virtual.
A crônica pode ser dividida em três partes:
1ª parte: Cristovão Tezza busca suporte na literatura, terreno em que
encontra domínio seguro, pois é romancista e, como autor de várias publicações,
tem um repertório significativo para, em suas obras, fazer menções a outras obras
publicadas que venham a enriquecer o seu trabalho, como é o caso da crônica
acima citada que menciona a obra Admirável Mundo Novo publicada em 1932, do
escritor inglês Aldous Huxley, autor de uma linhagem de reconhecidos intelectuais.
Na obra, Huxley denuncia os aspectos desumanizadores do “progresso” científico e
material e apresenta uma antevisão de um futuro no qual o domínio quase integral
das técnicas e do saber científico produz uma sociedade desumana e totalitária.
Essa ficção científica surpreende pela apresentação clara do texto, pela lucidez do
autor e pela atualidade das questões levantadas já no começo do século passado.
2ª parte: O autor faz uma relação entre o texto de Huxley (fantasia delirante)
escrito em 1932 e o mundo contemporâneo no que diz respeito ao horror ao
envelhecimento físico - “até mesmo no nosso horror ao envelhecimento físico, à
própria ideia de velhice” - e a tudo estar voltado para o culto da juventude. Além
dessa relação, ele busca refletir sobre essa corrida incessante ao culto da juventude:
“Mas talvez seja o momento de se repensar esse quadro mental”.
No trecho a seguir se percebe que o autor de Admirável Mundo Novo
levantava a discussão, já naquela época, do envelhecimento do ser humano:
“Quando se tornam adultos, os habitantes deste mundo fantástico 'estacionam'
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fisicamente no tempo – aos 20, 40 ou 60 anos terão sempre a mesma aparência
jovem”.1
Hoje há uma corrida incessante no sentido de buscar auxílio em técnicas de
rejuvenescimento, não somente por parte das pessoas que querem se manter
jovens, mas também da indústria do ramo que quer atender à demanda e lucrar,
acima de tudo. Na crônica, Tezza diz que: “Tudo na civilização contemporânea está
voltado ao culto da juventude. Mas talvez seja o momento de se repensar esse
quadro mental”.
Quando o autor diz que seria o momento de repensar esse quadro,
certamente ele se refere aos extremismos a que o ser humano é capaz de chegar,
principalmente a mulher, em prol da beleza e da juventude. As pessoas buscam o
bem-estar de várias maneiras, o que é saudável, e para tanto buscam ajuda na
ciência, mas o bom senso e a saúde deveriam ser prioridade.
3ª parte: O mundo evolui rapidamente em vários setores: a tecnologia é um
deles. A cada instante há um produto novo ou um aparato tecnológico sendo
lançado no mercado. Os manuais que acompanham esses produtos tecnológicos
são tão técnicos que é preciso muito esforço e capacidade de compreensão para
entender o que dizem. O Capitalismo está a serviço de um mercado com interesses
bem definidos e se expande para todos os setores e atinge toda a população. Como
um idoso ou uma pessoa sem formação vai dar conta de interpretar um manual com
uma linguagem técnica, e muitas vezes com letra minúscula que mal dá para ler?
Na crônica, o autor lembra que
o próprio capitalismo e sua fantástica capacidade de se transformar [...] nosso mundo será cada vez mais um mundo de velhos. E velhos aposentados, com dinheiro e tempo de sobra [...]. Mas a indústria de entretenimento eletrônico ainda não percebeu que, depois dos 65, [...] exigem um curso do usuário para chegar ao play. E assim vai: parece que, na tecnologia de ponta, não há vaga para a terceira idade.
Cristovão Tezza, como escritor e romancista, vale-se da própria literatura
(romance de Huxley) para mostrar que, passados quase 80 anos, aquilo que parecia
futurismo, fantasia delirante e doideiras, para o leitor do século XXI são expressões
de um mundo bastante real.
1 Todas as citações referentes à crônica foram extraídas de: TEZZA, Cristovão. Uma vaga (tecnológica) para idosos. Gazeta do Povo, Curitiba, p. 3, 30 nov. 2010, e, nesta análise, serão referidas em itálico.
18
4.2 A CRÔNICA DE DOMINGOS PELLEGRINI
Na crônica Piratas e chapéus, Domingos Pellegrini, faz algumas reflexões e
chama atenção para um fato corriqueiro presente no dia a dia dos consumidores.
Inicia o texto afirmando que não comprava filmes piratas, mas hoje mudou de atitude
e, agora, passou a só comprar filmes piratas.
Através de linguagem oralizada, apresenta e discute o fato e, no decorrer da
crônica, justifica os motivos que o levaram a agir dessa maneira. De forma
expressiva, o escritor lembra que a indústria tem uma boa parcela de contribuição na
propagação da pirataria, evidenciada no exagero do preço dos produtos: “Mas
também notei que, morrendo, não abriam mão dos preços, decerto porque a
indústria do cinema e as distribuidoras também não”.2
Na sequência da narrativa, o cronista discute a pirataria e, em contrapartida,
aponta justificativas para o seu endosso. Talvez, a principal delas seja o preço que a
indústria coloca nos produtos até chegarem ao consumidor. “Então, com as
locadoras do bairro fechadas, eu tinha de rodar 15 quilômetros até a cidade, para
locar fitas que teria de devolver dias depois, com multa por atraso”.
Pellegrini, com seu jeito tranquilo e observador, dialoga com seus leitores e
revela que: “Mas, por acreditar que isso era o certo, continuava a evitar a pirataria”.
Nesse momento o cronista toca num ponto delicado e lança um olhar crítico para a
sociedade que, muitas vezes, é vencida por apelos incondicionalmente.
Quando se deparou com um vendedor astuto e cheio de argumentos,
anunciando um filme que ainda ia estrear nos cinemas, como muitos, não resistiu. O
uso do diálogo enfatiza aquilo que o autor narra ao longo do texto, a linguagem
coloquial do vendedor e a presença do discurso direto dão ao texto uma visão mais
verossímil dos fatos.
As marcas do discurso do vendedor enfatizam e mostram que ele é mestre ou
doutor naquilo que faz. Vem do cotidiano o tema abordado. Como enfatiza Afrânio
Coutinho (1966), a crônica traz uma natureza ensaística, pelas suas características
2 Todas as citações referentes à crônica foram extraídas de: PELLEGRINI, Domingos. Piratas e chapéus. Gazeta do Povo, Curitiba, p. 3, 31 out. 2010, e, nesta análise, serão referenciadas em itálico.
19
de natureza livre, em estilo coloquial, provocada pela observação do cotidiano
refletida através de um temperamento artístico.
No decorrer do texto, é possível identificar outras críticas e justificativas em
torno da pirataria. Muitos são os motivos para esse tipo de comércio ilegal. Seria um
território sem leis, ou “culturas” diferentes?
Nem mesmo um discurso do tipo: quem compra pirataria leva aquilo que
paga, “o barato sai caro”, convence os compradores. O principal motivo é o preço,
mas as pessoas não levam em conta os direitos autorais e nem respeitam a
propriedade intelectual.
Entende-se por pirataria a reprodução, venda e distribuição de produtos sem
a devida autorização e o pagamento dos direitos autorais. A pirataria é crime e prevê
pena de reclusão de até quatro anos, de acordo com a Lei 9.609, do software, de 12
de fevereiro de 1998, mas isto não intimida os contraventores.
O encontro do “freguês” com o vendedor comprova o que se vê e o que se
pode comprar não somente nas ruas, mas em muitos lugares. “O Oscar da geração
de renda, freguês, devia ser pra piratagem!” O neologismo piratagem: pirataria +
vantagem, confirma o objetivo desse tipo de comércio.
O vendedor apresenta argumentos, dignos de reflexão: os impostos são
altíssimos e nem sempre são aplicados aqui; a burocracia é lenta demais; empregos
são gerados, embora informais, se a “qualidade” não é boa , ainda troca o produto.
Onde estão aqueles que deveriam ver esse tipo de situação? Impostos são
necessários, mas por que outros países podem estabelecer taxas menores para
seus produtos? E a crítica que o “pirateiro” faz em relação ao SEBRAE? Livros,
revistas e outros materiais, que preço possuem? No décimo quarto parágrafo o
vendedor “detona” e com a maior simplicidade revela o que grande parte da
população pensa a respeito das “vantagens” da pirataria.
4.3 A CRÔNICA DE JOSÉ CARLOS FERNANDES
A singularidade do cronista se revela nos temas e na forma de expressá-los,
ou seja, nos recursos da linguagem com que manipula o discurso. José Carlos
Fernandes é o verdadeiro cronista de Curitiba. O assunto de seus textos é um
20
registro divertido do mundo curitibano: ora são tipos característicos, pessoas que se
individualizam no pitoresco humano da cidade; ora são cenários que investem na cor
local; ora são locais públicos – a exemplo de “A travessa dos incontinentes” – que,
para a ironia da cidade ecológica, se presta “[...] a aliviar a bexiga e intestinos dos
corpos desesperados, cujos imperativos costumam ser implacáveis” (FERNANDES,
Gazeta do Povo, 9 abr. 2010). É como prosador desse cotidiano pitoresco que José
Carlos Fernandes resgata gente, tempo, lugares e coisas. Nesse resgate, porém, a
presença do olhar arguto e crítico se faz viva e consciente. É assim a crônica
“Iolando e Margarida, a camélia e os cupins”, publicada em 19 de março de 2010 no
jornal Gazeta do Povo.
O assunto da crônica, espécie de personagem principal, gira ao redor da
casinha de madeira de Iolando e Margarida, situada na Rua Alexandre Gutierrez, n.
766, que sobrevive ao boom imobiliário na Praça do Japão, em Curitiba.
O cronista, em 1ª pessoa, inicia dizendo que “Depois de um ano e três meses
de namoro [...] fui assaltado pela imagem de uma casinha”.3 Após situar a
localização da casa – rua e bairro –, o autor apela para o recurso que estrutura,
figurativamente, a sua crônica, ou seja, a oposição. Essa oposição encaminha o real
e o poético, o velho e o novo, o natural e o artificial, a estética passadista e a
arquitetura moderna, o mundo masculino e o mundo feminino, o interior e o exterior;
o jardim e o asfalto.
Como exemplos, podem ser observados:
a) Quanto ao tipo de construção: “[...] espetaculares condomínios verticais que
custam R$ 1 milhão a unidade” X “[...] a meia água de madeira não se compra. Tem
estilo [...] uma vista privilegiada [...] legítimo pinheiro – do – paraná dispensa
artifícios da estética moderna”.
b) Quanto à convivência do natural e artificial: “Há beijinhos a esmo, orquídeas
no xaxim” X “[...] uma árvore apinhada de coloridíssimas aves artesanais”.
c) Mundo do passado e do presente: “[...] meu objeto de desejo foi erguido por
volta de 1910 e pertencia a uma mulher [...] descendente de escravos, X [...] Iolando,
aquele que me abriu o portão”.
3 Todas as citações referentes à crônica foram extraídas de: FERNANDES, José Carlos. Iolando e Margarida, a camélia e os cupins. Gazeta do Povo, Curitiba, p. 3, 19 de mar. 2010, e, nesta análise, serão referenciadas em itálico.
21
d) Mundo feminino e mundo masculino: “[...] Planta rúcula e cebolinha. Poda
rosas e põe folhas de louro para secar. Mal larga a enxada e já pilota a vassoura.
Por dentro, tudo é um brinco. O piso feito um espelho.[...] A louça areada. Jesus no
Horto reza no quadro da sala”, X “O marido faz sesta.”
e) A camélia e os cupins: “[...] a sombra de uma camélia gigante, [...] Dá flores
brancas há oito décadas. Embaixo dela, Margarida descansa seus inacreditáveis 73
anos. X [...] Seria perfeito, não fosse o cupim [...]”.
Também, valendo-se da um tom lírico e irônico, José Carlos Fernandes, além
de apresentar fatos, dados e pessoas, faz a passagem do particular ao coletivo, uma
vez que se pode ler, subjacente à crônica, um mundo do passado curitibano que
sobrevive em seus costumes e mitos: “Planta rúcula e cebolinha. Poda rosas e põe
folhas de loro para secar. Mal larga a enxada e já pilota a vassoura. [...] A louça
areada. Jesus no Horto reza no quadro da sala. O marido faz a sesta”.
Se é através das oposições que José Carlos Fernandes constrói a sua
crônica curitibana, o final remete, num eterno retorno, à mesma estrutura que lhe
deu suporte. Se o título identifica o velho (“Iolando e Margarida, a camélia e os
cupins”), o final remete ao novo. Entretanto, é a singeleza do velho que sai
fortalecida, uma vez que, em relação ao novo, “Dá até pena dos arranha-céus sem
graça”.
4.4 A CRÔNICA DE MIGUEL SANCHES NETO
É comum Miguel Sanches Neto, nas suas obras, fazer uma retrospectiva da
sua vida, fazer um passeio pela sua infância, falar de seus sentimentos,
ressentimentos, tristezas. Ele escreve sobre as relações familiares, a figura paterna
e o mundo literário em contraponto ao não literário. Tais marcas confessionalistas,
que constituem uma constante em seus trabalhos, também se fazem sentir, de um
modo ou de outro, em suas crônicas, como é o caso de ”O que fazer com essas
mãos”, na qual ele, abertamente, fala sobre a timidez.
A timidez é um padrão de comportamento caracterizado pela inibição em
certas situações, geralmente acompanhada de sinais e sintomas que se destacam
na pessoa tímida. O tormento que a timidez traz é imenso. Na crônica, Miguel
22
Sanches Neto afirma: “Se possível, os tímidos não falariam. Também gostariam de
ser invisíveis”.4
A crônica se estrutura a partir de situações que são embasadas nas próprias
experiências do cronista. Então, pode-se dizer, o enfoque de apoio é bastante
confessionalista. O autor inicia com um ponto de vista aparentemente impessoal,
valendo-se da 3ª pessoa do singular. Esse início introdutório abrange os dois
primeiros parágrafos. Neles, o autor discorre sobre: a) o comportamento dos tímidos
frente ao mundo e o medo dos constrangimentos públicos; b) o desenvolvimento de
mecanismos de defesa: tentativas de invisibilidade; movimento sorrateiros; esquivar-
se; olhar para baixo, etc., que lhes são característicos.
Na sequência da crônica, a partir da mudança do ponto de vista (1ª pessoa), o
autor, incluído na categoria dos tímidos, discorre sobre determinadas experiências
pessoais caracterizadas como extremamente constrangedoras. O relato de tais
experiências inclui: a) tomar o elevador; b) receber elogios públicos, quando da
participação em eventos; c) falar em público.
Decorrente de tais experiências, o autor reflete sobre a forma como gostaria
de ser elogiado, pois que também é humano: „‟[...] prefiro saber deste elogio por
meio de outra pessoa. Ou identificar no silêncio de olhares de um interlocutor a sua
admiração pelo que faço. Ou mesmo ler um texto que revela a dedicação carinhosa
a algo que produzi”. A par disso, demonstra que, no perfil dos tímidos, desenvolve-
se, com o tempo, “Um senso de responsabilidade extremo”, talvez como
necessidade de compensação.
A conclusão da crônica remete ao título, apelando para a dificuldade dos
tímidos em relação à gesticulação: “os tímidos nunca sabem onde pôr as mãos”.
Ao final, deixa claro, numa frase tipo fecho de ouro, que as situações
constrangedoras por que passam os tímidos repercutem indefinidamente, como um
remoer atroz. A timidez não acaba no momento que acaba o ato que a gerou; ela
fica latejando e traz à tona as dificuldades, as inadequações, os vexames pelos
quais a pessoa passou como se eles ainda estivessem ocorrendo. É por essa razão
que o autor conclui dizendo que “um tímido sofre até na presença da própria
memória”.
4 Todas as citações referentes à crônica foram extraídas de: SANCHES NETO, Miguel. O que fazer com essas mãos. Gazeta do Povo, Curitiba, p. 3, 30 de nov. 2010, e, nesta análise, serão referenciadas em itálico.
23
Assim como o escritor se revela tímido, muitas pessoas sofrem desse mal e
por isso passam por diversas situações constrangedoras. Nas escolas, por exemplo,
muitos alunos com o mesmo problema podem sofrer bullying, uma situação que se
caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira
repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas; intensificando ainda
mais o problema.
Miguel Sanches Neto, através de uma linguagem confessional, estabelece um
diálogo entre o narrador e o leitor como se quisesse dividir suas inquietações.
Observando o estilo temático dos quatro cronistas estudados, percebe-se que
Cristóvão Tezza prepara pitadas reflexivas a partir de um enfoque literário, trazendo
outras obras como suporte; Pellegrini vai direto ao acontecimento diário, buscando a
praticidade do acontecimento e refletindo sobre ele; José Carlos Fernandes é o
típico cronista da periferia curitibana, desvendando o exótico e o inusitado da capital
paranaense; e Miguel Sanches Neto escreve em tom confessionalista, apoiado em
experiências pessoais que lhe servem de motivos. Diferentes no estilo e no enfoque,
esses cronistas propiciam quatro maneiras de ler e ver o mundo.
24
REFERÊNCIAS
AMARAL, Heloisa. O gênero textual crônica. Na ponta do lápis, São Paulo, AGWM, 2009, n.10, p. 12-13. BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BENDER, Flora C.; LAURITO, Ilka B. Crônica história, teoria e prática.São Paulo: Scipione, 1993. CANDIDO, Antonio. A vida ao rés-do-chão. Prefácio. In: Para gostar de ler. São Paulo: Ática, v. 1, p.4-13. COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Sul América, 1971. _______________. Introdução à literatura no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Liv. São José,1966. COMMELIN, P. Mitologia grega e romana. Trad. Thomaz Lopes. Rio de Janeiro:
Ediouro, 1980. KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 7. ed. Campinas, SP: Pontes, 2000. MOISÉS, Massaud. A criação literária. 9. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1979. _______________. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1974. PARANÁ; Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná. Curitiba: SEED, 2008.
RÖSING, Tânia; RETTENMAIER, Miguel; CAPELLARI, Caroline. Con perdón por la rima pobre: livro e leitura, fome versus fartura. In: NÚÑEZ, Eloy Martos; RÖSING, Tânia M. K. (Coords.) . Prácticas de lectura y escritura. Passo Fundo, RS: Ed. Universidade de Passo Fundo, 2009. SÁ, Jorge de. A crônica. 3. ed. São Paulo: Ática, 1987.
25
http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1072747&tit=Vaga-tecnologica-para-idosos http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1063003&tit=Piratas-e-chapeus. http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=984269&tit=Iolando-e-Margarida-a-camelia-e-os-cupins http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1072656&tit=O-que-fazer-com-essas-maos.
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simplesmente SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e
contratado, na melhor forma de direito, o seguinte:
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paranaense contemporânea no âmbito escolar, cede, a título gratuito e universal,
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educativos, técnicos e culturais.
Cláusula 3ª – Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada
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em qualquer número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas
edições.
Cláusula 4ª – Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica
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quantas se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente
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contados da data de sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual
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vencimento.
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publicações em que a obra em pauta for veiculada, bem como se compromete a
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anteriormente, a qualquer título para outro titular, e que não foi publicada ou utilizada
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Cláusula 11ª – As partes poderão renunciar ao presente contrato apenas nos casos
em que as suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização
pela parte prejudicada.
Cláusula 12ª – Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas
relativas ao cumprimento do presente contrato.
E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento
particular a CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato.
Curitiba, de de
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CEDENTE
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CESSIONÁRIA
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TESTEMUNHA 1
______________________________________
TESTEMUNHA 2
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absoluto, para utilização exclusiva da Secretaria de Estado da Educação do Paraná
o direito de uso referente ao(s) seguinte(s) material(is):
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Chiella, RG 4339.451-7 da Rede Estadual de Ensino do Paraná, nesta ocasião
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O CEDENTE fica ciente de que o material cedido pode ser publicado nas
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descrito para produção didático-pedagógica, sem fins lucrativos e com objetivos
educacionais.
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descrito para produção didático-pedagógica, sem fins lucrativos e com objetivos
educacionais.
Para efeitos, este termo vai assinado pelas partes.
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nesta ocasião denominada CESSIONÁRIO(A).
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Esta cessão afasta o CEDENTE e seus herdeiros de receberem qualquer
espécie de indenização ou compensação em virtude do uso e administração do
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O(A) CESSIONÁRIO(A), por sua vez, compromete-se a utilizar o material
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educacionais.
Para efeitos, este termo vai assinado pelas partes.
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_____________________________
CEDENTE
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CESSIONÁRIO(A)
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PARECER DO MATERIAL DIDÁTICO
PROFESSORES PDE
1. IDENTIFICAÇÃO a) INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: b) PROFESSOR ORIENTADOR IES: c) PROFESSOR PDE: d) NRE: e) ÁREA/DISCIPLINA: f) TÍTULO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: 2. CRITÉRIOS DE ANÁLISE
O professor orientador deverá emitir parecer com base nos seguintes critérios:
Pertinência do material didático com o projeto do professor PDE.
Relação do material didático com área/disciplina de atuação do Professor PDE.
Fundamentação teórica consistente.
Articulação entre a fundamentação teórica e o objeto de estudo.
Contribuição do material didático para a educação pública paranaense.
Viabilidade de implementação do material didático na escola.
Adequação do material à norma culta da Língua Portuguesa.
3. PARECER CONCLUSIVO
( ) Sou de parecer favorável quanto ao conteúdo, forma e adequação do texto à norma culta da Língua Portuguesa para fins de publicação. ( ) Sou de parecer desfavorável*. _____________________________, ____/____/_______ (Local) (Data)
_________________________ Assinatura do Professor Orientador
39
4. JUSTIFICATIVA
_____________________________, ____/____/_______ (Local) (Data)
__________________________ Assinatura do Professor Orientador
40
FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: A crônica Paranaense Contemporânea no âmbito escolar
Autor Solange Vilani Chiella
Escola de Atuação Colégio Estadual Santo Agostinho
Município da escola Palotina
Núcleo Regional de Educação Toledo
Orientador Maria Beatriz Zanchet
Instituição de Ensino Superior UNIOESTE
Disciplina/Área (entrada no PDE) Português
Produção Didático-pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Sociologia
Filosofia
Público Alvo
(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)
Alunos do 1º ano do Ensino Médio
Localização
(identificar nome e endereço da escola de implementação)
Colégio Estadual Santo Agostinho
Rua General Rondon, Nº 797
Apresentação:
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Tendo em vista a necessidade de trabalhar com textos
literários que enfoquem um assunto enquanto totalidade
no seu gênero e não enquanto fragmento, favorecendo a
relação entre o autor e o leitor – entre o processo de
produção e o de recepção das mensagens -, levando o
aluno à reflexão de temas inseridos no seu contexto
vivencial, este projeto busca desenvolver estratégias
utilizando quatro cronistas contemporâneos paranaenses
que compõem o corpus deste estudo: Cristovão Tezza,
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Domingos Pellegrini, José Carlos Fernandes e Miguel
Sanches Neto. Especificamente, pretende-se confrontar
diferentes textos dos cronistas paranaenses como forma
de perceber abordagens e estilos diferenciados na
escritura de determinados temas; refletir com os alunos a
função social do gênero crônica bem como seu contexto
de produção; desenvolver e aprofundar a capacidade
reflexiva e argumentativa em relação à produção textual
dos alunos da 1º série do Ensino Médio; possibilitar o
interesse dos alunos pelas crônicas veiculadas no jornal
a partir da interação textual, via internet, com seus
autores. Considerando o corpus desse trabalho, a
fundamentação teórica terá por base uma perspectiva
sociologia e comparativa: abordagens de temas
semelhantes segundo autores/cronistas diferenciados.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Crônica contemporânea paranaense; leitura; análise; produção