ficha de trabalho - argumentaÇÃo e retÓrica-22.03

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FICHA DE TRABALHO – ARGUMENTAÇÃO E RETÓRICA 1. Estabeleça a correspondência entre os segmentos apresentados, de modo a constituir frases verdadeiras: 1. Na demonstração, as conclusões são... a) ... a adesão dos sujeitos que integram o auditório. 2. A argumentação utiliza-se para... b) ... neutralmente deduzidas. 3. Na demonstração, a verdade das conclusões deve-se... c) ... só admite dois valores: o verdadeiro e o falso. 4. A lógica que preside à demonstração é dicotómica porque... d) ... ao que o emissor diz. 5. Quando se argumenta, procura-se... e) ... diferentes valores de verdade, de intensidade variável. 6. Na demonstração, parte-se de... f) ... se estiver de acordo com os critérios de validade. 7. Na argumentação, as afirmações que sustentam as conclusões são... g) ... resolver situações em que várias alternativas se oferecem. 8. Na argumentação, nem todos os sujeitos aderem... h) ... proposições objectivamente verdadeiras. 9. Na demonstração, só se aceita uma conclusão... i) ... verdades relativas a contextos. 10. A argumentação não é indiferente... j) ... a consequência lógica de premissas anteriores verdadeiras. 11. Na demonstração, considera-se verdadeira uma proposição, se for... k) ... às preocupações, disposições físicas e psicológicas do auditório. 12. A argumentação admite... l) ... exclusivamente à sua relação necessária com as premissas. 2. Da lista de enunciados a seguir apresentada, indique aqueles com que concorda e aqueles com que discorda: a. As capacidades argumentativas são aperfeiçoáveis pela aquisição e treino de determinadas técnicas. b. Auditório é o conjunto das pessoas que nos ouvem, independentemente de as querermos influenciar ou não. c. Uma argumentação pode ser boa, ainda que o público lhe seja refractário. d. Na lógica argumentativa, a atenção deve incidir preferencialmente no público-alvo, ultrapassando o formalismo dos argumentos. e. Na escolha do tipo de linguagem e das metáforas convenientes, o orador pode ignorar o auditório porque é ele o único responsável por aquilo que diz. f. A natureza do auditório determina as técnicas argumentativas a usar. g. Entre os factores condicionantes do discurso argumentativo conta-se o significado que o auditório confere ao que é dito. h. O máximo que o orador pretende é fazer aderir à sua tese, ainda que a atitude dos ouvintes se não modifique. 3. Estabeleça a correspondência entre os conceitos apresentados à esquerda e as estratégias de persuasão propostas por Aristóteles: 1. Atenção dada ao orador Página 1 de 7 GC

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Page 1: FICHA DE TRABALHO - ARGUMENTAÇÃO E RETÓRICA-22.03

FICHA DE TRABALHO – ARGUMENTAÇÃO E RETÓRICA

1. Estabeleça a correspondência entre os segmentos apresentados, de modo a constituir frases verdadeiras:

1. Na demonstração, as conclusões são... a) ... a adesão dos sujeitos que integram o auditório.2. A argumentação utiliza-se para... b) ... neutralmente deduzidas.3. Na demonstração, a verdade das conclusões deve-se...

c) ... só admite dois valores: o verdadeiro e o falso.

4. A lógica que preside à demonstração é dicotómica porque...

d) ... ao que o emissor diz.

5. Quando se argumenta, procura-se... e) ... diferentes valores de verdade, de intensidade variável.

6. Na demonstração, parte-se de... f) ... se estiver de acordo com os critérios de validade.7. Na argumentação, as afirmações que sustentam as conclusões são...

g) ... resolver situações em que várias alternativas se oferecem.

8. Na argumentação, nem todos os sujeitos aderem... h) ... proposições objectivamente verdadeiras.9. Na demonstração, só se aceita uma conclusão... i) ... verdades relativas a contextos.10. A argumentação não é indiferente... j) ... a consequência lógica de premissas anteriores

verdadeiras.11. Na demonstração, considera-se verdadeira uma proposição, se for...

k) ... às preocupações, disposições físicas e psicológicas do auditório.

12. A argumentação admite... l) ... exclusivamente à sua relação necessária com as premissas.

2. Da lista de enunciados a seguir apresentada, indique aqueles com que concorda e aqueles com que discorda:

a. As capacidades argumentativas são aperfeiçoáveis pela aquisição e treino de determinadas técnicas.b. Auditório é o conjunto das pessoas que nos ouvem, independentemente de as querermos influenciar ou não.c. Uma argumentação pode ser boa, ainda que o público lhe seja refractário.d. Na lógica argumentativa, a atenção deve incidir preferencialmente no público-alvo, ultrapassando o formalismo dos argumentos.e. Na escolha do tipo de linguagem e das metáforas convenientes, o orador pode ignorar o auditório porque é ele o único responsável por aquilo que diz.f. A natureza do auditório determina as técnicas argumentativas a usar.g. Entre os factores condicionantes do discurso argumentativo conta-se o significado que o auditório confere ao que é dito.h. O máximo que o orador pretende é fazer aderir à sua tese, ainda que a atitude dos ouvintes se não modifique.

3. Estabeleça a correspondência entre os conceitos apresentados à esquerda e as estratégias de persuasão propostas por Aristóteles:

1. Atenção dada ao orador

AETHOS

BPATHOS

CLOGOS

2. Evidência naquilo que o orador diz e como diz.3. Sentimentos provocados nos ouvintes.4. Estrutura argumentativa segundo um plano adequado.5. Credibilidade do sujeito que fala.6. Ponderação, racionalidade e lealdade.7. Estrutura do discurso.8. Carácter do emissor.9. Discurso com ritmo.10. Ênfase posta no auditório.11. Conjunto de argumentos.12. Público predisposto a emocionar-se.13. Ser afectado na sensibilidade.14. O que o orador proclama.

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4. Identifique e defina as falácias presentes nos enunciados seguintes:

4.1. Ninguém demonstrou até hoje que não existem fantasmas. Logo: os fantasmas existem.

4.2. O Mário prometeu que te ajudava? Não penses nisso! Conheces a família dele? Olha que o irmão dele até esteve preso por tráfico de droga!

4.3. Figo é cliente desta companhia de seguros e disse que este seguro de automóvel é óptimo. Amanhã bem cedo, vou à companhia subscrevê-lo.

4.4. Não entendo porque é que insistes tanto para que não abandone a escola, quando tu, mal tinhas feito 15 anos, deixaste de estudar e arranjaste emprego.

4.5. Até agora, ninguém conseguiu provar cientificamente que houvesse vida nos outros planetas. Por isso, provavelmente, só existe vida na Terra.

4.6. O meu médico, que é competentíssimo, não descobriu se as minhas dores de cabeça se devem à inflamação dos ouvidos. Portanto, não são por causa dos ouvidos.

4.7. Em 1787, numa estalagem perto de Moulins, estava a morrer um velho, amigo de Diderot (...). Os padres das redondezas estavam extenuados: tinham tentado tudo em vão; o homenzinho recusava os últimos sacramentos: era panteísta. O senhor de Rollebon, que passou por ali e que não acreditava em nada, apostou com o pároco de Moulins que, em menos de duas horas, seria capaz de convencer o doente aos sentimentos cristãos. O pároco aceitou a aposta e perdeu: atacado às três horas da manhã, o doente confessou-se às cinco e morreu às sete."Sois na verdade muito forte na arte da controvérsia; reconheceu o pároco;"levais a palma aos nossos!"Não controverti'; respondeu o senhor de Rollebon, "meti-lhe medo com o inferno."

Jean-Paul Sartre, A náusea

4.8. Aos olhos dos marxistas a teoria de Ricardo é ilegítima porque ele era um burguês. Os racistas alemães condenaram a mesma teoria por Ricardo ser judeu e os nacionalistas alemães por ser inglês (...) Alguns professores alemães usaram os três argumentos em 1 conjunto contra o valor das doutrinas de Ricardo.

L. V. Mises, in A. Weston, A arte de argumentar

4.9. Há uns anos, a minha filha mais nova perguntou-me: - Pai, de onde vêm as nuvens? (...) Apontei para a cafeteira no fogão [e disse]: — Imagina que a água dentro da cafeteira é o Oceano e que o lume é o Sol. Ao aquecer o Oceano, o Sol provoca uma névoa, dando origem às nuvens. (...) Uns dias depois, ao pequeno-almoço, virou-se para mim de repente e perguntou:— Pai, estava aqui a pensar. Que é feito das nuvens se toda a gente deixar de beber café?

Terence M.Baxter

4.10. — A minha irmã nunca me visita porque não gosta de mim! — E porque é que ela não gosta de ti?

— Não gosta de mim porque nunca me visita.

4.11. A Lua é um planeta como a Terra. A Terra é habitada. Logo: A Lua tem que ser habitada.

4.12. Há dois anos que estava a viver numa aldeia no sul de França. Quase todos os dias encontrava um ancião que, além do bonjour habitual, acrescentava de vez em quando: - Hoje vai chover. E acertava sempre. Uma ou duas horas mais tarde, começava a chover, mesmo que o céu estivesse azul quando falara comigo.

Como é que ele sabia? Era o vento, as estrelas, os pássaros? Resolvi perguntar-lhe.— É muito; simples — disse-me ele — sempre que rego o meu jardim, a seguir chove.

Maxine Miech

4.13 A comer em restaurantes caros e a passear-se de Mercedes, só pode ser um empreiteiro.

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4.14 O motivo por que Eça de Queirós escreveu romances é porque era romancista.

4.15. Ó Pai: O João tem 19 anos e tem carro; ao meu primo Pedro, com 18 anos, o pai comprou-lhe um carro; o vizinho do lado, que fez há pouco 18, tem carro. Não achas injusto que eu, com 20 anos feitos, continue sem carro?

4.16. Passou no exame? Ainda bem! As velinhas que eu acendi para lhe dar sorte!

4.17. Estou hoje muito feliz e bem disposto porque logo de manhã a felicidade e a boa disposição começaram a invadir a minha pessoa, apoderando-se inteiramente de mim.

4.18. Passei debaixo de uma escada e a seguir caí. Passar debaixo de uma escada dá azar.

5. Identifique as seguintes falácias informais:

5.1. É a falácia que se comete quando se apela para a força ou para a ameaça para provocar a aceitação de uma conclusão. O uso e a ameaça dos métodos de "mão dura" para vergar os adversários políticos fornecem exemplos contemporâneos desta falácia. O recurso a métodos não racionais de intimidação pode ser, naturalmente, mais subtil do que o uso aberto ou a ameaça de campos de concentração ou "tropas de choque'. À escala internacional este argumento significa guerra ou ameaça de guerra.

5.2. (...) É usado quando, em vez de se refutar a verdade do que se afirma, se ataca a pessoa que fez a afirmação. Assim, poder-se-ia arguir que a filosofia de Bacon é indigna de confiança porque ele foi demitido, por desonestidade, do seu cargo de chanceler. Dizer que uma proposição é falsa porque foi dita por comunistas, ou por anticomunistas ou por católicos, ou por anticatólicos, ou por homens que surram as mulheres, é raciocinar de modo falacioso. (...)

5.3. É ilustrado pelo argumento de que devem existir fantasmas,visto que ninguém foi ainda capaz de provar que eles não existem. Esta falácia ocorre com muita frequência relativamente a fenómenos psíquicos, como a telepatia, acerca dos quais não há provas claras pró ou contra.

5.4. Comete-se quando se apela para a piedade ou compaixão. Encontra-se com frequência nos tribunais de justiça, quando um advogado de defesa põe de lado os factos e tenta conseguir a absolvição do seu constituinte, despertando a piedade nos membros do júri.

5.5. Define-se como a tentativa de ganhar a concordância popular, despertando as paixões e o entusiasmo da multidão. Devemos ao vendedor ambulante, ao artista de variedades e ao publicitário do século XX o facto de assistirmos à elevação deste argumento quase ao estatuto de uma arte superior. Comer uma certa marca de cereais industrializados é proclamado como um dever patriótico. Usar um sabonete de certa marca é descrito como uma experiência emocionante. Nos cartazes de propaganda as pessoas que usam os produtos anunciados são sempre retratadas com um tipo de vestuário e a viver em casas que parecem susceptíveis de despertar a aprovação e a admiração do consumidor médio. Os jovens que nelas figuram são de olhos claros e ombros largos; os velhos de aspecto distinto. As mulheres são esbeltas e encantadoras, e muitíssimo bem vestidas ou quase despidas.Todo o fabricante de automóveis garantirá que o seu produto é o "melhor" e "provará" o que afirma, exibindo o seu modelo de automóvel rodeado de moças em biquini.

5.6. Pressupõe o sentimento de respeito que as pessoas alimentam por indivíduos famosos. Quando, numa discussão sobre religião, um dos antagonistas recorre às opiniões de Darwin, autoridade em biologia, esse recurso é falacioso. Do mesmo modo, apelar para Einstein para liderar uma discussão sobre política ou economia seria igualmente falacioso. Somos levados a fumar esta ou aquela marca de cigarros porque um campeão de natação ou um corredor de automóveis afirma a sua qualidade superior. Determinado sabonete é o melhor porque é o preferido de uma cantora de ópera ou de uma estrela de cinema.

5.7. Se se consideram apenas os casos excepcionais e, apressadamente, se generaliza para uma regra geral, comete-se esta falácia. Por exemplo, vendo o valor dos narcóticos quando receitados pelo médico para aliviar as dores de pessoas gravemente doentes, uma pessoa pode ser levada a propor que os narcóticos deviam ser postos à disposição de todas as pessoas.

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5.8. Foi analisada de várias maneiras no passado e recebeu diversos nomes latinos, tais como: non causa pro causa e post hoc ergo propter hoc. O primeiro é mais geral e indica o erro de tomar como causa de um efeito algo que não é a sua causa real.O segundo designa a inferência de que um acontecimento é a causa de outro, na base de que o primeiro é anterior ao segundo. O facto de haver coincidência ou sucessão temporal não basta para estabelecer qualquer relação causal. Devemos rejeitar a pretensão do indígena de que fazer soar os seus tambores é causa do reaparecimento do sol, depois de um eclipse.

5.9. Existe um certo ridículo em perguntas como "Já abandonou os seus maus hábitos?" ou "Ainda continua a bater na sua mulher?" As pessoas pressupõem que já foi dada uma resposta definida a uma pergunta anterior que nem sequer foi feita.

Inadvertidamente, o interlocutor responde com um"sim"ou com um"não"o que pode levar a primeira pessoa a fazer uma inferência falaciosa:

- As suas vendas aumentaram em consequência da sua publicidade equívoca? - Não, senhor.

- Ah! Ah! Então admite que a sua publicidade era equívoca e induzia o público em erro? Acaso sabe que a sua conduta transgride as normas da ética comercial e os sérios dissabores que isso lhe pode causar?

Irving M. Copi, Introdução à lógica (Adaptado)

6. Os enunciados seguintes respeitam ao conceito de democracia grega. Indique quais são os verdadeiros e os falsos:

1. A retórica é indissociável da democracia.

2. Todos os atenienses participavam nas discussões dos assuntos públicos.

3. Tal como as actuais democracias, a Grécia era uma democracia representativa.

4. Na Grécia vigorava uma democracia "cara a cara".

5. Em Atenas, nem todas as pessoas gozavam do estatuto de cidadania.

6. Na democracia grega não havia distinção entre cidadãos governantes e governados.

7. Hoje, como na Grécia, a palavra é a arma da autoridade democrática.

8. Na democracia ateniense, nem todos tinham que obedecer às leis.

9. Democracia, em Atenas, significava exercício directo do poder por parte dos cidadãos.

10. O poder da palavra é, em qualquer regime democrático, superior ao da violência.

11. O regime político de Atenas era uma democracia directa.

12. Apenas 50% dos atenienses eram considerados cidadãos.

7. Os enunciados seguintes respeitam ao papel da retórica e da filosofia no contexto da democracia grega. Indique quais são os verdadeiros e os falsos:

7.1. Os sofistas preocupam-se com a formação prática do homem.

7.2.A diversidade da formação cultural dos sofistas explica o seu desejo de encontrar uma verdade absoluta.

7.3.Para os sofistas, um bom político devia ser perito na arte de argumentar e convencer.

7.4.Platão desvalorizava a retórica ensinada pelos sofistas.

7.5.Para Platão, a retórica é uma forma de desprezar as opiniões e chegar a verdades universais.

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7.6.O programa pedagógico dos sofistas era orientado para fazer dos jovens bons cidadãos e bons políticos.

7.7.A retórica platónica é uma forma de levar os interlocutores a darem conta da contradição em que caem.

7.8.Afirmar que"o homem é a medida de todas as coisas" significa admitir o relativismo e subjectivismo.

7.9.Platão defende que a retórica deve estar ao serviço da filosofia.

7.10. "O verdadeiro é o que parece a cada um"é uma afirmação de Protágoras.

7.11. Os objectivos dos sofistas visavam preferencialmente o desenvolvimento físico e a preparação para a guerra.

7.12. Ao introduzir a estratégia do diálogo, os sofistas foram inovadores na pedagogia.

7.13. Com os sofistas a filosofia adquire um cunho essencialmente cosmológico.

7.14. Górgias de Leontinos afirmou que "o homem é a medida de todas as coisas”.

8. Segue-se um conjunto de afirmações relativas à retórica aristotélica. Leia-as atentamente e, depois, selecione a alternativa correta:

1. A retórica é uma forma de demonstrar verdades inequívocas.

2. A retórica é um saber ao serviço da ética e da política.

3. Com Aristóteles a retórica ganha um estatuto superior ao da filosofia.

4. Os discursos retóricos introduzem racionalidade no campo da acção e dos valores.

Alternativas:

a) As ímpares são verdadeiras e as pares são falsas.

b) As pares são verdadeiras e as ímpares são falsas.

c) As duas primeiras são verdadeiras e as duas últimas são falsas.

d) As duas primeiras são falsas e as duas últimas são verdadeiras.

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