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FÍGADO 1 FÍGADO ANATOMIA GASTROINTESTINAL

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FÍGADO

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SUMÁRIO

FÍGADO ............................................................................................................ 4

Anatomia Topográfica ......................................................................................... 4

Microanatomia hepatica ....................................................................................... 6

Morfologia .................................................................................................................. 6

Segmentação anatômica do fígado.................................................................. 7

Segmentação funcional do fígado ..................................................................... 7

Vascularização arterial e venosa dos segmentos hepáticos ..................... 9

Sistema porta hepático ....................................................................................... 10

Inervação ................................................................................................................... 11

Drenagem linfática ................................................................................................. 11

Vestindo o Jaleko – Fígado ................................................................................. 11

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 12

FÍGADO

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FÍGADO

Imagem 1: Localização hepática e vista anterior. Fonte: Atlas de Anatomia Humana. Tank, P.W. 2009

O fígado é um órgão acessório do trato

gastrintestinal e realiza múltiplas

funções, como desintoxicação, síntese

de proteínas, produção bioquímica, ar-

mazenamento de nutrientes e glicogênio

e produção de bile, a qual sai do fígado

através dos ductos biliares.

Ele é, ainda, a maior glândula do corpo

humano (pesando cerca de 1,5 kg) e o se-

gundo maior órgão do nosso corpo. Ape-

sar disso, em condições normais o fígado

não é palpável.

Anatomia Topográfica

O fígado se localiza profundamente às

VII a X costelas, situando-se no andar

superior do abdome principalmente na

região do hipocôndrio direito, mas tam-

bém alcançando o epigástrio e o

hipocôndrio esquerdo.

Ao realizar a hepatimetria, medição do

fígado, é importante determinar a posi-

ção das suas margens superior e inferior.

A medida padrão de um fígado normal é

de até 12cm de diâmetro na linha medi-

oclavicular direita.

O recesso hepatorrenal ou bolsa de Mo-

rison é o espaço virtual na cavidade pe-

ritoneal que separa o fígado do rim e da

glândula suprarrenal direita. Já o re-

cesso subfrênico é o espaço virtual na

cavidade peritoneal entre o diafragma e

o fígado. Em casos de peritonite, grande

quantidade de abcessos podem se lo-

calizar nesses recessos, sobretudo em

pacientes acamados.

O fígado possui duas faces: a face dia-

fragmática convexa e em forma de cú-

pula, observada na vista superior, e a

face visceral, em contato com outras vís-

ceras.

FÍGADO

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Imagem 2: Vista superior do fígado e a superfície diafragmática. Fonte: Atlas de Anatomia Humana. Tank, P.W. 2009

Esse órgão mantém relações de sintopia

e impressões deixadas pelo contato com

outros órgãos e estruturas, como o estô-

mago, o duodeno, o omento menor, a

vesícula biliar, a flexura direita do colo e

o colo transverso, além do rim e glândula

suprarrenal direitos.

Imagem 3: Vista inferior do fígado e suas relações de sintopia. Fonte: Atlas de Anatomia Humana. Tank, P.W. 2009

O ponto cístico se localiza na margem

costal direita na altura da linha hemicla-

vicular e corresponde ao local aproxi-

mado da vesícula biliar. Quando o paci-

ente tem colicistite, ao pressionar esse

ponto durante a inspiração, o paciente

interrompe a respiração por causa da

dor, sendo um sinal de inflamação da ve-

sícula biliar.

FÍGADO

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Microanatomia hepatica

Analisando-se o fígado do ponto de

vista macro para o microscópico obser-

vamos que cada lobo hepático é com-

posto por lóbulos que, por sua vez, são

constituídos em seu parênquima por fi-

leiras de hepatócitos que convergem

para espaços portais. No espaço portal

estão localizadas três importantes es-

truturas que formam a chamada tríade

portal ou tríade de Glisson:

• Ducto bilífero;

• Ramo da artéria hepática;

• Ramo da veia porta.

Imagem 4: Microestrutura hepática e a tríade portal localizada no espaço portal. Fonte: Anatomia e Fisiologia de Seeley. Cinnamon, V. 10ed, 2016.

Morfologia

Embora o fígado seja um órgão intrape-

ritoneal, em uma vista superior se ob-

serva uma região sem cobertura de pe-

ritônio, a área nua, que está em contato

direto com o diafragma.

Além disso, o fígado possui ligamentos,

dobras de peritônio que se originam do

mesogastro ventral e conectam estrutu-

ras, são eles:

O hilo hepático possui como sintopia lat-

eral medial o ducto colédoco, a artéria

hepática própria e a veia porta, sendo a

veia a estrutura mais superior. O conteú-

do do hilo forma a tríade portal.

FÍGADO

7

Segmentação anatômica do fígado

O H hepático é uma delimitação anatô-

mica formada pelas seguintes estrutu-

ras:

• Fissura sagital esquerda (ou fissu-

ra umbilical) – sulco contínuo

transversal formado pelo liga-

mento venoso e ligamento redon-

do;

• Fissura sagital direita – sulco con-

tínuo transversal formado pela

veia cava e pela fossa da vesícula

biliar;

Barra horizontal formada pela porta do

fígado.

Essa separação formada pelo H

hepático segmenta de maneira

anatômica o fígado em 4 lobos: dois lo-

bos anatômicos (direi-to e esquerdo) e

dois lobos acessórios

(caudado e quadrado). O lobo direito é o

maior lobo, enquanto o lobo esquerdo é

bem menor. Já os dois lobos acessórios

se localizam na face visceral estando o

lobo caudado mais posterior e superior

em relação ao lobo quadrado.

Segmentação funcional do fígado

Ainda que a segmentação anatômica do

fígado seja utilizada o mais correto é an-

alisar o fígado baseado na segmenta-

ção funcional, haja vista que ela é deter-

minada pela vascularização do órgão,

que o divide em componentes individ-

uais. Dessa forma, é possível retirar por-

ções hepáticas sem comprometer o fun-

ciona-mento global do órgão.

Nesse modelo de segmentação, propos-

to por Couinaud, é preciso estabelecer

planos de separação como a fissura um-

bilical, que é uma projeção da veia

hepá-tica esquerda e divide o lado es-

querdo, além dela há a fissura portal

principal, que é uma projeção que passa

pelas fos-sas das veias cava inferior e da

vesícula biliar e determina os lobos

Falciforme

Situa-se anteriormente e faz a divisão anatômica em lobo direito e esquerdo, além de dividir o espaço subfrênico em

direito e esquerdo

Fixa o fígado à parede abdomi-nal anterior

Redondo Remanescente da veia umbilical Fixa o fígado ao umbigo

Coronário Delimita a área nua Fixa o fígado ao diafragma e re-

troperitônio

Triangulares (direito e esquerdo)

São o encontro das lâminas do liga-mento coronário

Revestem as paredes triangula-res da área nua

Venoso Remanescente do ducto venoso fetal Conectava, na vida embrionária, a veia umbilical à veia cava infe-

rior

Hepatoduodenal Localizado abaixo da vesícula biliar,

contém a tríade portal Fixa o fígado à primeira porção

do duodeno

FÍGADO

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direito e esquerdo, e por fim, a fissura

portal direita.

Na parte direita do fígado estão os seg-

mentos 5, 6, 7 e 8 enquanto, a partir

dessa divisão, na parte esquerda do

fígado estão os segmentos 1, 2, 3 e 4. O

segmento 1 é o lobo caudado e só é ob-

servado na vista inferior e, diferente-

mente dos outros segmentos, é suprido e

drenado por artérias e veias próprias.

Lobo caudado 1 Segmento posterior

Parte esquerda do fígado 2 Segmento posterior lateral esquerdo

3 Segmento anterior lateral esquerdo

Parte direita do fígado

4 Segmento medial esquerdo

5 Segmento anterior medial direito

6 Segmento anterior lateral direito

7 Segmento posterior lateral direito

8 Segmento posterior medial direito

Imagem 5: Vista anterior da segmentação do fígado. Fonte: Atlas de Anatomia Humana. Tank, P.W. 2009

FÍGADO

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Imagem 6: Vista visceral da segmentação do fígado. Fonte: Atlas de Anatomia Humana. Tank, P.W. 2009

Vascularização arterial e venosa dos

segmentos hepáticos

A vascularização arterial do fígado é re-

alizada por dois vasos principais: a veia

porta (formada pelas veias mesentérica

superior e esplênica), pela qual chega

cerca de 75 a 80% do suprimento sanguí-

neo necessário ao órgão, e a artéria he-

pática (ramo do tronco celíaco), que ga-

rante 20 a 25% do sangue recebido.

Imagem 7: Representação do suprimento do fígado e de sua relação com os ductos biliares. Fonte: Atlas de Anatomia Hu-mana. Tank, P.W. 2009

FÍGADO

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A drenagem venosa do fígado, é reali-

zada pelas veias hepáticas (esquerda,

intermédia e direita), que drenam san-

gue dos segmentos hepáticos em

direção à veia cava inferior. As veias he-

páticas são formadas pelas veias cole-

toras e veias centrais do parênquima he-

pático.

Imagem 8: Veias que vascularizam aferente (veia porta) e eferente (veias hepáticas) o fígado. Fonte: Atlas de Anatomia Humana. Tank, P.W. 2009

As veias hepáticas direita, intermédia e

esquerda passam entre os segmentos

portais e são pontos de reparo anatômi-

cos importantes na ressecção cirúrgica

individual ou segmentectomia hepática,

evitando grandes sangramentos.

Sistema porta hepático

O fígado possui um sistema venoso afe-

rente, que conduz sangue com baixo

teor de oxigênio mas rico em nutrientes

dos órgãos abdominais aos hepatócitos

no parênquima hepático: o sistema

porta. A veia porta é formada pelas

veias mesentérica superior e esplênica

em localização posterior ao pâncreas e

ascende em direção anterior à veia cava

inferior. Ao entrar no fígado ela segue

como ramos segmentares em direção

aos sinusoides venosos do fígado.

Integram o sistema porta do fígado as

anastomoses portosistêmicas, que são

comunicações venosas entre o rede ve-

nosa porta hepática e a rede venosa sis-

têmica (das veias cavas). Em caso de hi-

pertensão porta as anastomoses tor-

nam-se vias colaterais, sendo alternati-

vas para nutrição hepática. São locais

de anastomoses portosistêmicas os se-

guintes:

FÍGADO

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• Tela submucosa da parte inferior

do esôfago – que em caso de hi-

pertensão portal pode causar as

chamadas varizes esofágicas;

• Tela submucosa do canal anal;

• Região periumbilical – que em

caso de hipertensão portal pode

causar a chamada cabeça de

medusa;

Imagem 9: Sistema porta hepático. Fonte: Fisiolo-gia Humana – Uma abordagem integrada. Sil-ver-

thorn, D. U. 7ed, 2017.

Inervação

O plexo nervoso hepático é formado por

fibras simpáticas a partir do plexo celí-

aco e fibras parassimpáticas dos troncos

vagais anterior e posterior. As fibras que

garantem inervação hepática são do

tipo vasoconstritoras e acompanham

vasos e ductos biliares da tríade portal.

Drenagem linfática

O fígado produz cerca de 25 a 50% de

toda linfa que chega ao ducto torácico.

Nesse sentido, a linfa percorre dois sen-

tidos através dos vasos linfáticos super-

ficiais e profundos. Na direção caudal a

drenagem linfática é realizada por linfo-

nodos hepáticos, encontrados ao redor

da porta hepática, e a linfa é encami-

nhada para os linfonodos celíacos e dali

para a cisterna do quilo. Já na direção

cranial, os linfonodos frênicos inferiores e

superiores e linfonodos mediastinais se

dispõe através do diafragma no forame

da veia cava e hiato esofágico, dre-

nando para o ducto torácico e o ducto

linfático direito. Os vasos linfáticos su-

perficiais posteriores seguem para o

ducto torácico.

Vestindo o Jaleko – Fígado

Como desintoxicação ocorre no fígado,

este é um órgão vulnerável a lesão celu-

lar com consequente fibrose. A cirrose

hepática é uma doença comum e que

evolui com destruição progressiva dos

hepatócitos. A cirrose pode ter diversas

causa, sendo a mais comum a cirrose

decorrente de alcoolismo crônico. Nesse

caso há hipertensão portal e podem

ocorrer varizes esofágicas e varizes um-

bilicais (cabeça de medusa) em decor-

rência da utilização da circulação cola-

teral pelas anastomoses portossistêmi-

cas.

Outra causa de lesão hepática é a este-

atose hepática que pode culminar em

FÍGADO

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hepatite não-alcoolica. Nesse caso, há

acúmulo excessivo de lipídios nos hepa-

tócitos, comprometendo o seu funciona-

mento correto.

REFERÊNCIAS

Anatomia Gastrointestinal – Órgãos anexos – Fígado – Fígado (Profes-

sor Lucas Cottini da Fonseca Passos). Jaleko Acadêmicos. Disponível

em: < https://www.jaleko.com.br>.

Anatomia Gastrointestinal – Órgãos anexos – Fígado – Segmentos he-

páticos (Professor Lucas Cottini da Fonseca Passos). Jaleko Acadêmi-

cos. Disponível em: < https://www.jaleko.com.br>.

Anatomia Gastrointestinal – Órgãos anexos – Fígado – Sistema porta

(Professor Lucas Cottini da Fonseca Passos). Jaleko Acadêmicos. Dispo-

nível em: < https://www.jaleko.com.br>.

Anatomia Gastrointestinal – Órgãos anexos – Fígado – Vestindo o

Jaleko - Fígado (Professor Lucas Cottini da Fonseca Passos). Jaleko

Acadêmicos. Disponível em: < https://www.jaleko.com.br>.

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DRAKE, Richard L.. Gray’s anatomia clínica para estudantes. 3ed. Rio de

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