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FFLCH
Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Departamento de Geografia
PLANOS DE MANEJO
PARQUES NATURAIS MUNICIPAIS DE SÃO PAULO, SANTO ANDRÉ, SÃO BERNARDO DO CAMPO, ITAPECERICA DA SERRA E EMBU
(RODOANEL TRECHO SUL)
3º RELATÓRIO TÉCNICO
Profª Dra. Sueli Ângelo Furlan
Coordenação Geral e Executiva
São Paulo - SP Fevereiro - 2010
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3
1. PLANO DE MANEJO – ABORDAGENS PARA ELABORAÇÃO ............... 4
1.1 Período e etapas de elaboração ............................................................. 5
2. EQUIPES TÉCNICAS–LEVANTAMENTOS REALIZADOS NO PERÍODO 7
2.1 Meio Físico ............................................................................................... 9
2.2 Meio Biótico ........................................................................................... 13
2.3 Meio Socioeconômico e Vetores de Pressão ..................................... 17
3. MATRIZ DE ORGANIZAÇÃO .................................................................... 31
4. PRÓXIMAS ATIVIDADES .......................................................................... 32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 33
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 34
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INTRODUÇÃO
Neste documento registramos as informações obtidas até o momento conforme o
previsto para o Terceiro Relatório (R3) de atividades de elaboração dos Planos de
Manejo dos Parques Naturais de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo
André, Embu e Itapecerica da Serra. Trata-se de uma síntese dos trabalhos
realizados pela equipe técnica no período de dezembro de 2009 a janeiro de
2010.
O documento denominado Plano de Manejo1(PM) tem como objetivo orientar o
desenvolvimento de uma unidade de conservação, neste caso, parques naturais
urbanos, assegurando a manutenção dos recursos naturais para o usufruto das
gerações atuais e futuras. Para tanto, devem ser definidos princípios
metodológicos e procedimentos técnicos que conduzam a elaboração de
diagnósticos que apresentem o atual estado da área e seu entorno como subsídio
ao zoneamento adequado. Considera-se também como fundamental os
compromissos de compensação ambiental assumidos na criação destas unidades
de conservação. Desta forma, o plano que conduzirá o manejo dos parques
naturais é um documento complexo, principalmente em relação à sua elaboração,
uma vez que necessita atender os princípios da conservação dos recursos
naturais como também aos anseios dos atores sociais envolvidos, como as
comunidades locais, comunidade cientifica, o poder público, entre outros.
Neste sentido adotou-se um enfoque abrangente para os levantamentos que
estão sendo realizados, por diversas equipes técnicas, que subsidiarão a
elaboração dos Planos de Manejo dos Parques Naturais Municipais do
Jaceguava, Itaim, Varginha, Bororé e Linear (São Paulo), Pedroso (Santo André),
Riacho Grande (São Bernardo do Campo) e os parques dos municípios de Embu
e Itapecerica da Serra. Neste relatório 3 estão descritas as atividades
desenvolvidas nos dois últimos meses, que caracterizam a continuidade aos
levantamentos em fontes secundárias, reuniões, discussões e reuniões temáticas
1 O conceito de Plano de Manejo (PM) adotado é o que se encontra no Capítulo I, Art. 2º XVII da Lei Nº 9.985/2000, que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC): “Documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade”.
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envolvendo os diversos setores técnicos e segmentos envolvidos, assim como os
trabalhos de campo (levantamentos primários), necessários para o conhecimento
das áreas de interesse.
1. PLANO DE MANEJO – ABORDAGENS PARA ELABORAÇÃO
De acordo com IBAMA (2002) o PM de uma UC deve apresentar três abordagens distintas: enquadramento, diagnósticos e proposições (Figura 1-1).
Figura 1-1: Abordagem do Plano de Manejo. (Fonte: Roteiro Metodológico de Planejamento voltado para Parques Nacionais, Reservas Biológicas e Estações Ecológicas [IBAMA, 2002]). Dentro destas três abordagens distintas, porém complementares, estão sendo
desenvolvidos os planos de manejo dos parques naturais urbanos, esclarecendo-
se que:
Enquadramento: refere-se à contextualização da unidade nos cenários
internacional, federal e estadual, destacando-se a relevância e as
oportunidades da UC nesses escopos;
Diagnóstico: verificação do cenário existente na UC e seu entorno,
caracterizando-o em seus aspectos físicos, bióticos e socioeconômicos,
além disso, é preciso conhecer as características institucionais envolvidas,
visando a condução de um processo democrático e participativo na
construção de um modelo de gestão; e,
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Proposições: o objetivo principal deste aspecto de abordagem é minimizar
e/ou reverter situações de conflito e otimizar situações favoráveis à UC,
traduzidas em um planejamento que considere as necessidades de
conservação e aos anseios da sociedade envolvida no processo.
As abordagens descritas devem considerar um planejamento participativo, o que
exige o comprometimento daqueles que participam do processo de elaboração do
documento com vistas à promoção de mudanças na situação existente na
unidade de conservação e suas imediações. Consiste num dialogo amplo de
diferentes saberes e interlocuções.
O processo de elaboração do documento deve priorizar o envolvimento da
sociedade no planejamento e em ações específicas na UC e no seu entorno,
tornando-a participante e comprometida com as estratégias estabelecidas, pois se
não acontecerem mudanças no sentido do aumento da conscientização ambiental
da sociedade, dentro e fora da área protegida a conservação e a proteção ficarão
comprometidas.
1.1 Período e etapas de elaboração
Os planos de manejo dos Parques Naturais Urbanos serão elaborados em um
período de doze meses, onde serão seguidas doze etapas de execução,
conforme sintetizado no Quadro 1.1-1.
Quadro 1.1-1 – Etapas de elaboração do Plano de Manejo Etapas Ações
1 Primeira Reunião Técnica - Organização do Planejamento 2 Coleta e Análise das Informações Básicas Disponíveis 3 Reconhecimento de Campo 4 Oficinas de Planejamento 5 Levantamentos de Campo (condicional) 6 Geração do “Encarte 1: Contextualização da UC”, “Encarte 2: Análise Regional”,
e “Encarte 3: Análise da Unidade de Conservação 7 Segunda Reunião Técnica - Planejamento 8 Terceira Reunião Técnica - Estruturação do Planejamento 9 Elaboração do “Encarte 4: “Planejamento” e Versão Resumida 10 Quarta Reunião Técnica - Avaliação do Plano de Manejo 11 Entrega e Aprovação do Plano de Manejo 12 Implementação do Plano de Manejo da UC
Fonte: Roteiro Metodológico de Planejamento voltado para Parques Nacionais, Reservas Biológicas e Estações Ecológicas [IBAMA, 2002].
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Em nosso caso decidiu-se que para estas ações produziremos documentos por
municípios agrupando os parques e seus encartes específicos. Os levantamentos
diagnósticos encontram-se na etapa 2 - Coleta e Análise das Informações Básicas
Disponíveis, etapa de suma importância para o conhecimento dos cenários
existentes e o levantamento de dados secundários. Contudo, por serem
desenvolvidas dentro de uma metodologia dinâmica, além dos reconhecimentos
de campo realizados, outras atividades estão sendo desenvolvidas
concomitantemente, visando à ampla participação e trocas entre as equipes
técnicas. A articulação com os atores sociais envolvidos está em fase inicial. O
primeiro contato com o comitê gestor da Apa Bororé (que abrange os parques do
município de São Paulo, exceto PN Jaceguava) será realizado em março. As
reuniões com equipes da prefeitura tem tido solução de continuidade. Nas
situações em que não há conselhos consultivos estamos em negociação com as
prefeituras para o desenho das reuniões iniciais de planejamento participativo que
deverão ocorrer a partir de abril.
Na Figura 1.1-1 observa-se fluxograma com as atividades relacionadas à Etapa
2.
Figura 1.1-1 – Etapa 2 de elaboração de Plano de Manejo. (Fonte: adaptado de IBAMA, 2002).
No quadro 1.1-2, é possível verificar as principais atividades coletivas que foram
realizadas no período abrangido por este relatório.
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1.1-2 Quadro resumo de atividades realizadas entre dezembro/09 e janeiro/10.
Data Atividade
Reuniões 22/12 Reunião Bimestral – estado da arte dos levantamentos 06/01 Reunião Gestão Executiva – organização e planejamento 13/01 Reunião equipe técnica de Vegetação e Programas de Pesquisa 14/01 Reunião Equipe de Infraestrutura 19/01 Reunião Gestão Executiva 22/01 Reunião equipe técnica de Fauna
Campos
19/01 Equipes de pedologia, vegetação, Geomorfologia e Infraestrutura - Embu
20/01 Equipes de pedologia, vegetação, geoprocessamento, Uso Público e Infraestrutura– Itapecerica da Serra
25/01 Equipe de geomorfologia – Embu e Itapecerica da Serra 31/01 Equipe Perfil Socioeconômico
Fonte: Gestão Executiva.
2. EQUIPES TÉCNICAS – LEVANTAMENTOS REALIZADOS NO PERÍODO
Durante os meses de dezembro de 2009 e janeiro de 2010, as equipes técnicas
envolvidas nos levantamentos diagnósticos das áreas dos Parques Naturais
Urbanos e entornos, definiram a delimitação da abrangência de seus estudos,
após diversas idas a campo e reuniões temáticas. Da mesma forma, as bases
cartográficas necessárias para elaboração dos mapas temáticos foram
sistematizadas pela equipe de Geoprocessamento, implicando em um importante
avanço na integração e socialização das informações obtidas pelas equipes
técnicas. Alguns problemas de fluxo ocorreram entre a disponibilização de
materiais, particularmente a definição dos limites de cada Parque, preceito
fundamental para o inicio do processamento digital padronizado para todas as
equipes. A equipe de diagnostico do meio físico apontou também alguns
problemas técnicos em relação às bases topográficas quanto à eqüidistância das
curvas de nível na escala 10.000. O problema técnico diz respeito ao maior
detalhamento da base no perímetro interior dos parques e um menor
detalhamento na área de estudo que nos auxiliará na definição da zona de
amortecimento. A equipe de Geoprocessamento e a coordenação de meio físico
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estão procurando sanar os problemas técnicos e isto consumiu boa parte do
tempo de reuniões.
Cabe ainda ressaltar que, para o período abrangido por este relatório, dar-se-á
destaque aos resultados dos levantamentos das equipes de Socioeconomia e
Vetores de Pressão, uma vez que o conhecimento do cenário de ocupação e as
sensibilidades a ele relacionadas permitem a compreensão da realidade local, da
mesma forma, de acordo com o cronograma proposto, neste momento, os
municípios de Embu e Itapecerica da Serra apresentam-se como prioridades nos
esforços das equipes temáticas, uma vez que suas áreas estão envolvidas pelas
pistas da rodovia e a seqüência de documentações legais para licenças de
operação dependem destes planos. A temática relacionada aos vetores de
pressão teve início de sua abordagem neste período em que os primeiros
levantamentos das demais equipes foram consolidados, fornecendo subsídios à
definição de sua metodologia de trabalho e os resultados esperados.
Em relação aos aspectos bióticos será apresentado plano de trabalho da equipe
responsável pelos levantamentos referentes à fauna. Este plano é apresentado
neste relatório 3 devido ao aguardo das decisões entre a coordenação geral e
pesquisadores do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. São
contratos distintos, mas intimamente relacionados. O componente Fauna é o
mais desafiador, uma vez que segundo avaliações cientificas os dados existentes,
apesar de importantes são fragmentados e a área é insuficientemente amostrada
para a maioria dos grupos. Precisamos acertar uma metodologia de estudo que
pudesse respeitar o rigor técnico de estudo da fauna e, ao mesmo tempo, que
fosse consistente do ponto de vista dos indicativos de conservação e fragilidades.
A seguir são expostos, de maneira resumida, ações e resultados alcançados por
algumas das equipes técnicas de meio físico; o plano de trabalho das pesquisas
com Fauna, e, posteriormente, serão expostos os resultados, com maior
detalhamento, relacionados à socioeconomia, com destaque aos municípios de
Embu e Itapecerica da Serra e, em seguida tratar-se-á da metodologia de
identificação dos vetores de pressão.
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2.1 Meio Físico
Geomorfologia Fluvial e Recursos Hídricos
A equipe realizou, no período em questão, as seguintes atividades:
Consolidação da metodologia de trabalho;
Definição e consolidação de plano de trabalho;
Consolidação do inventário bibliográfico acerca da área de abrangência dos
estudos e temas pertinentes;
Caracterização regional da área de abrangência, a partir de dados
secundários.
Leitura e análise da bibliografia inventariada;
Definição de produtos cartográficos analíticos a serem elaborados a fim de dar
continuidade aos estudos de caracterização da área de abrangência, em
escala 1:100.000; e,
Definição de roteiro de observação e levantamentos de campo para os
Parques de Embu e Itapecerica da Serra, para início dos estudos em escala de
detalhe (1:10.000). Tais estudos consistirão na caracterização e diagnóstico
dos Parques Naturais Urbanos e entorno.
Além de tais produtos desenvolvidos, a equipe vem participando de reuniões
(gerais e temáticas) e trabalhos de campo. Até a presente data, a equipe
participou de três campos de reconhecimento (Embu, Itapecerica da Serra, São
Paulo [Parque Jaceguava e Parque Itaim] e Santo André [Parque Pedroso]).
A caracterização regional da área de abrangência (objeto do Relatório 2)
contemplou aspectos como o quadro geomorfológico regional; identificação dos
principais cursos d’água e unidades de gerenciamento dos recursos hídricos
(bacia hidrográfica e sub-bacias); situação dos recursos hídricos (usos,
disponibilidade e qualidade); principais mudanças antropogênicas nos sistemas
fluviais e vetores de pressão. No entanto, tais características foram abordadas
apenas através de informações obtidas em fontes secundárias. Considera-se que,
para uma caracterização mais aprofundada, ainda numa abordagem de nível
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regional (escala 1:100.000), os estudos devem ainda contemplar a elaboração de
produtos cartográficos analíticos tais como Mapa de Unidades Hidrográficas e
Hierarquização da Rede Hidrográfica, bem como análises espaciais (densidade
de drenagem; padrões de drenagem; fluxos dos sistemas hídricos, dentre outros).
Tais estudos, que subsidiarão a caracterização e diagnóstico em escala de
detalhe (1:10.000) são objeto da continuidade dos trabalhos, visto que as bases
cartográficas foram sistematizadas e unificadas pela equipe de
Geoprocessamento.
Pedologia
As atividades executadas, até o momento, estão relacionadas ao reconhecimento
da área dos parques e seu entorno, além do levantamento da bibliografia
específica, consolidando o inventário bibliográfico produzido.
Com a disponibilização das bases cartográficas, estão sendo preparadas as
cartas clinográfica e hipsométrica de toda a área de influência dos parques. Com
base nesses produtos, nas atividades de campo e no Mapa Geológico da Região
Metropolitana de São Paulo, será feito o levantamento exploratório (escala
1.100.000) dos solos da área de influência dos parques.
Paralelamente, estão agendados trabalhos de campo nos parques de Embu e
Itapecerica da Serra durante o mês de Fevereiro. Nessas expedições de campo
serão verificados os principais tipos de solos que ocorrem nos dois parques, além
de executadas as primeiras coletas de material pedológico a ser analisado em
laboratório.
Climatologia
Para os estudos de climatologia, os levantamentos secundários (principalmente
aqueles contidos no EIA/RIMA do empreendimento) forneceram informações
referentes à escala climatológica regional, portanto, não foram trabalhados dados
na escala topo e microclimática das condições atuais específicas da área de
estudo.
Diante disso, o enfoque desta equipe temática pauta-se em elaborar a
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caracterização climática nas escalas de análise local, topo e microclimática,
contemplando os principais atributos climáticos (temperatura do ar, umidade do
ar, radiação solar, vento e precipitação), associando-os às características
predominantes dos aspectos de uso e ocupação do solo que, destacadamente,
atuam como um controle climatológico determinante das características do clima,
na área de estudo.
Os estudos nas escalas inferiores do clima (topo e micro) são de fundamental
importância, pois são os níveis onde a vida biológica (biológica e social) e a
maioria dos processos pedológicos e geomorfológicos se desenvolvem.
Os dados a serem trabalhados nesta escala de análise serão obtidos por meio da
instalação de equipamentos de medição da temperatura do ar e umidade relativa
do ar ao longo dos parques, visando representar os diversos tipos de uso da terra
presentes. Portanto, ressalta-se a necessidade da obtenção dos equipamentos
com a maior brevidade possível.
Atualmente a equipe técnica vem obtendo os dados para montagem do banco de
dados que subsidiará a análise nas diferentes escalas de abordagem, bem como
efetuado a pesquisa bibliográfica para compor o cenário climatológico em que a
área de estudo está inserida. Até o momento, foram obtidos os dados do
Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e do Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET), os quais se encontram em processo de espacialização das
informações para posterior análise, conforme apontam os resultados preliminares
(Figuras 2.1-1 e 2.1-2). A cartografia ainda será detalhada com o apoio técnico
da equipe de Geoprocessamento.
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280000 300000 320000 340000 360000 380000 400000 420000
7340000
7360000
7380000
7400000
7420000
1200
1500
1800
2100
2400
2700
3000
3300
mm
0 20000 40000 60000 80000
Figura 2.1-1: Espacialização dos dados de precipitação média anual (1996 a 2002), para as estações no entorno do RODOANEL – Trecho Sul. Fonte: DAEE/SP.
1200
1500
1800
2100
2400
2700
3000
3300
mm
SÃO PAULO
ITAPECERICA
EMBU-GUAÇUSÃO BERNARDO DO CAMPO
SANTO ANDRÉ
0 20000 40000
Figura 2.1-2: Espacialização dos dados de precipitação média anual (1996 a 2002), para as estações no entorno do RODOANEL – Trecho Sul (município de São Paulo e municípios limítrofes ao sul). Fonte: DAEE/SP.
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2.2 Meio Biótico
Fauna
As áreas protegidas em questão são de importância crucial para a conservação
dos remanescentes da Mata Atlântica, parte da Zona Núcleo da Reserva da
Biosfera, declarado Patrimônio da Humanidade em 1998 (PISCIOTTA, 2002).
Uma das preocupações do Comitê Científico dos Planos de Manejo é traduzir os
resultados das pesquisas científicas em ações de manejo. Para uma análise em
tempo curto e com rigor metodológico a proposta de trabalho está estruturada em
três passos:
Primeiro passo – compilar (e revisar) todos os dados existentes (publicados e
em poder de especialistas ou das equipes das prefeituras); revisar com apoio de
especialistas dos vários grupos de fauna e discutir o seu significado sobre o
estado de conservação na região: quanto ao tipo e número de pesquisas
realizadas por grupo, ao número de espécies endêmicas à Mata Atlântica,
ameaçadas de extinção e bioindicadoras encontradas, entre outros conceitos
chave.
Segundo passo – Identificar uma equipe de pesquisadores para realizar um
levantamento de todas as publicações científicas disponíveis sobre a fauna da
região a fim de compor um documento sistematizador de todas as publicações
científicas sobre a região. Identificar os problemas a serem considerados na
gestão dos parques, quanto à conservação da fauna, tais como a manutenção de
um sistema de vigilância efetivo que coíba a ação de caçadores, a
descaracterização da vegetação nativa e o manejo de fauna invasora como
conseqüência desta descaracterização, identificar conexões dos parques com
outros fragmentos na area de estudo, etc.
Terceiro passo – Reunir e analisar documentos que possibilitem a análise da
fauna em uma perspectiva regional e local. Esta análise deve incluir também
dados obtidos e não publicados por pesquisadores por meio de oficina de
planejamento das prioridades de conservação da fauna.
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Detalhamento preliminar dos primeiros passos
1. Levantamento e sistematização dos trabalhos sobre a fauna
Refere-se ao uso de dados secundários fundamentados em pesquisas sobre a
fauna e na possibilidade de direcionar esforços e recursos para outros aspectos
menos estudados, mas também na opção de valorizar os resultados dos estudos
realizados, e na oportunidade de comprovar a utilidade das pesquisas já
desenvolvidas para a gestão dos parques.
O levantamento e sistematização dos dados secundários sobre a fauna devem
focar toda a área de estudo e não apenas os perímetros dos parques.
Nas buscas dos trabalhos sobre a fauna recomenda-se utilizar como palavras-
chave os nomes das unidades de conservação, das localidades do entorno e seus
municípios. Os dados serão levantados nas seguintes bases de dados:
Banco de dados da Comissão técnico-científica do Instituto Florestal – Cotec. Esta base lista somente os projeto apresentados a partir de 2000 e foca o parque estadual da Serra do Mar e regiões importantes da Mata Atlântica.
Base de dados Dedalus – USP
Base de dados CRUESP-Unibibliweb. Esta base inclui os acervos das bases de dados das três Universidades Estaduais paulistas: USP, UNESP e UNICAMP.
Base de dados Saberes – UFSCar
Base de dados Scielo – Fapesp
Sistema de Informação do Programa Biota – SinBiota-Fapesp
Web of Science
Zoological Records
Google Scholar
EIAs realizados na região
PBA – DERSA – Museu de Zoologia
Relatórios do Museu de Zoologia
Dados de captura da DERSA
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Devem ser também utilizados trabalhos citados naqueles encontrados nas
buscas, trabalhos citados ou fornecidos pelos pesquisadores envolvidos com a
area de estudo, informações das prefeituras, etc.
Os dados devem ser compilados em planilhas contendo informações sobre os
trabalhos e sobre a fauna mencionada neles e o georeferenciamento.
Para uniformizar a nomenclatura científica, na maioria dos casos devem ser
adotadas as listas de fauna das sociedades científicas brasileiras. Em outros
casos, utilizar referências amplamente adotadas, como Redford e Eisenberg
(1999) para alguns mamíferos, e trabalhos mais recentes com adequações de
nomenclatura, como a revisão de Gregorin (2006) sobre bugios. As fontes
adotadas podem ser as seguintes: Mamíferos - Gregorin (2006), Miretzki (2005),
Redford e Eisenberg (1999); Wilson e Reeder (2005); Aves - CBRO (2006);
Répteis - SBH (2005); Anfíbios - SBH (2006).
As espécies devem ser classificadas quanto às categorias de ameaça em que se
inserem segundo a lista oficial das espécies da fauna brasileira ameaçadas de
extinção (IBAMA, 2003), a lista vermelha da IUCN (2006) e a lista oficial das
espécies da fauna ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo, da Secretaria
do Meio Ambiente (SÃO PAULO, 1998).
Devem ser consideradas endêmicas as espécies com ocorrência restrita à Mata
Atlântica, seguindo as listas de Miretzki (2005) para mamíferos e a de Stattersfield
et al. (1998) para aves. Uma vez que ainda existem incertezas quanto à
taxonomia e distribuição de grande parte das espécies da herpetofauna (ZAHER
et al., 2007), as espécies endêmicas deste grupo devem ser definidas com base
em consulta bibliográfica, principalmente Pombal Jr. e Gordo (2004), Marques e
Sazima (2004), Haddad e Prado (2005) e Frost (2004). Esta última analise apesar
de se tratar de uma fonte on-line, tem sido considerada confiável por ter sido
citada como fonte de informação por Haddad e Prado (2005). Para anfíbios,
alguma informação pode ser obtida para todas as espécies.
Para peixes, recomenda-se Oyakawa et al. (2006) para a definição das espécies
endêmicas; a distribuição geográfica das espécies, neste livro, é definida em
Bacias Hidrográficas, e as espécies devem ser consideradas endêmicas quando
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sua ocorrência for restrita a rios costeiros dos estados de Santa Catarina ao Rio
Grande do Norte e demais bacias completamente incluídas no domínio da Mata
Atlântica. Para as espécies que só ocorrem no planalto, devem-se buscar
informações sobre a distribuição geográfica. .
Espécies invasoras
Espécies invasoras podem ser definidas como aquelas pertencentes a outros
biomas e instaladas na Mata Atlântica. A definição exata deste termo, entretanto,
é delicada. Pode-se optar por considerar como invasora qualquer espécie
característica de formação aberta registrada em uma UC do domínio da Mata
Atlântica. Neste caso, temos um grande número de espécies invasoras a serem
apontadas na área de estudo, já que muitas espécies características de
formações abertas adjacentes à Mata Atlântica são encontradas na região.
Desta forma, é preciso definir um critério para designar uma espécie como
invasora. Sugestão: considerar apenas quando é proveniente de outro domínio
morfoclimático e sua ocorrência na Mata Atlântica representa competição ou outro
tipo de risco para uma espécie nativa. Devido ao desconhecimento da ecologia da
maioria das espécies, é possível que a quantidade de espécies consideradas
invasoras neste levantamento seja uma sub-estimativa.
Espécies exóticas são aquelas provenientes de outros países. Deverão ser
discutidas aquelas que se reproduzem e ampliam sua área de distribuição de
forma independente da presença humana no perímetro dos parques e sua area
de amortecimento.
E, por fim, as pesquisas e espécies da fauna devem ser georreferenciadas com a
maior precisão possível.
2. Oficina de Biodiversidade
A Oficina de Biodiversidade deverá ser realizada com o objetivo de definir as
espécies-alvo de conservação, as espécies topo de cadeia, bio-indicadoras e
exóticas e identificar lacunas de conhecimento. Tais objetivos devem ser
apresentados em carta enviada aos pesquisadores em abril de 2010 e reforçados
no início dos trabalhos da oficina, quando também será apresentada a
metodologia que irá nortear os dois dias de trabalho. A metodologia para
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compilação das listagens de espécies também será apresentada. O desenho da
dinâmica desta oficina será compartilhado com as equipes de fauna das
prefeituras, equipe de estudo de fauna do projeto, e mediador contratado.
Os pesquisadores devem receber um material sistematizado antecipadamente e
serão divididos em grupos. Serão convidadas, em principio, para oficina de
biodiversidade as equipes de vegetação e estrutura da paisagem.
2.3 Meio Socioeconômico e Vetores de Pressão
Socioeconomia
A equipe técnica responsável pelos levantamentos socioeconômicos, continuando
seu processo investigativo das características sociais e econômicas que
compõem o cenário de implantação e manutenção dos Parques Naturais
Municipais, expõe resultados adquiridos por meio de dados secundários e
análises que possam explicar a dinâmica socioeconômica das localidades do
entorno, para que, desta forma, seja possível refletir sobre as relações a serem
estabelecidas entre estas populações locais e as unidades de conservação,
priorizando neste momento os municípios de Embu e Itapecerica da Serra. Para
tanto, foi estabelecido dois planos de análise, conforme descrito a seguir:
1º plano de análise: o município.
Realizado com base na análise de dados estatísticos relativos aos municípios de
Embu e Itapecerica da Serra, produzidos por fontes oficiais e com área de
abrangência apenas na escala municipal. O objetivo é a montagem de um quadro
geral de dados que possa auxiliar na compreensão da realidade socioeconômica
da área, a partir de quatro enfoques principais: população, economia, e
saúde/saneamento.
2º plano de análise: a área de abrangência do estudo.
Para a compreensão dos dados específicos da área de pesquisa, como um
recorte do município, serão executadas as seguintes etapas: análise de dados
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estatísticos relativos aos setores censitários que formam a área de pesquisa e de
dados fornecidos pelos municípios.
O objetivo é a montagem de um quadro específico de dados sobre a área de
pesquisa que possa auxiliar na compreensão de sua realidade socioeconômica, a
partir daqueles três enfoques definidos (população, economia e
saúde/saneamento), incluindo-se mais outros dois aspectos a considerar: dados
relativos aos domicílios e a infraestrutura (transporte público e lazer). Os dados
serão apresentados na forma de tabelas e/ou de cartogramas, conforme o caso. A
fonte de dados é IBGE (Censo 2000 e outros) e os dados fornecidos pelas
prefeituras, passíveis de serem mapeados para a área de pesquisa.
Ainda no que diz respeito ao levantamento de dados da área de pesquisa será
realizada a análise da legislação urbanística incidente neste perímetro (plano
diretor, zoneamento) a partir de documentos já fornecidos pelas prefeituras, de
forma a evidenciar as modalidades de uso e ocupação da terra atuais, bem como
as tendências futuras.
Em relação à contextualização da mancha urbana de São Paulo, no setor
sudoeste (Embu e Itapecerica da Serra) a primeira constatação no que diz
respeito a essa realidade sócioespacial é a notável fragmentação do tecido
urbano nos municípios, com praticamente duas manchas urbanas não contínuas,
uma situada ao longo da Rodovia Régis Bittencourt (BR 116) e outra mais leste,
contígua aos bairros da periferia sul de São Paulo. Tais manchas urbanas
encontram-se hoje separadas por uma baixada de rio, a várzea do Rio Embu-
Mirim, um dos tributários da Represa do Guarapiranga. Aparentemente são
setores do mesmo município que não estabelecem relação cotidiana, já que tem
entre si dificuldades de ligação viária e uma barreira física a ser transposta.
Em Embu, uma das manchas urbanas, do lado oeste, situa-se o chamado centro
histórico, local do nascedouro da povoação, com suas edificações do século XVIII
constituindo um forte atrativo turístico. Neste setor concentra-se o comércio e
setor de serviços, além da sede administrativa do município e um corredor
industrial ao longo da rodovia.
RReellaattóórriioo 33 19
Já o setor leste é de característica predominantemente residencial, com comércio
local. É onde se encontram a maior parte da população moradora, 60% segundo
a Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (EMPLASA). Separado do
centro da cidade por uma verdadeira barreira física, que é representada pela
rodovia, esta porção do município apresenta vínculos mais intensos com a
periferia sul da cidade de São Paulo, inclusive pela maior proximidade,
continuidade da área edificada e pelo acesso aos bairros que se dá via São
Paulo, a partir de Campo Limpo e Capão Redondo. A função dormitório destas
localidades, cuja população trabalha em outros municípios da metrópole, também
colabora para enfraquecer os vínculos e o sentimento de pertencimento com o
município de Embu.
O mesmo acontece em Itapecerica da Serra, que apresenta um trecho de área
urbanizada à oeste, entre a rodovia e a avenida que leva ao centro da cidade
(Quinze de Novembro, antiga estrada até Embu-Guaçu), e outro setor mais à
leste, contíguo aos bairros da periferia sul de São Paulo, em especial, o Jardim
Ângela (Figura 2.2-1).
Na baixada que separa estes dois setores urbanos serão implantados os parques,
delimitados por duas pistas do Rodoanel, que circundarão as unidades de
conservação. Duas possibilidades são previstas, preliminarmente, para a relação
cidade-parque. Na primeira, os parques e o Rodoanel, ambos situando-se entre
estes dois setores urbanos não contíguos, poderão reforçar essa fragmentação
do espaço. De outro lado, os parques poderão, em função do uso público e
freqüência, se tornarem uma nova referência para as cidades e, portanto, um
elemento de integração das populações dos dois lados. As condições de acesso
ao parque (por meio de transporte público e vias de circulação) e as atividades
disponíveis na unidade de conservação serão definidoras do tipo da relação. No
entanto, para essa avaliação devem ser esclarecidas quais serão as condições
físicas de acesso ao Parque, já que em ambos os lados da cidade, ele estará
delimitado pelas pistas do Rodoanel.
REPETIDO
RReellaattóórriioo 33 20
Figura 2.2-1: Setores de ocupação – Embu e Itapecerica da Serra
A fragmentação do tecido urbano explica-se, historicamente, pela forma como se
deu a expansão urbana de caráter metropolitano neste setor sudoeste e o
conhecimento deste processo é fundamental para a compreensão das dinâmicas
atuais e das tendências futuras de crescimento urbano.
O grande crescimento urbano em Embu e Itapecerica da Serra é fato
relativamente recente, já que, segundo Langembuch (1971), até os anos 1940,
quando se dá a chamada “grande metropolização” de São Paulo, ambos
constituíam ainda povoados ligados à cidade por estradas extra-regionais
implantadas seguindo os antigos caminhos de tropa: entre elas a Estrada de
Itapecerica, Estrada de M’Boi Mirim, Estrada de Campo Limpo.
Nestes povoados desenvolvia-se uma típica agricultura de áreas interiorizadas,
com cultivo de produtos voltados para abastecer o comércio na cidade como
milho, mandioca e feijão, os principais plantados até 1940, segundo o autor.
Contando com uma pequena população, Embu com aproximadamente 2 mil
RReellaattóórriioo 33 21
habitantes, e Itapecerica com 8 mil, a quase totalidade da população
economicamente ativa vivia do setor primário.
Fato que foi fundamental para a expansão urbana que se deu, após meados do
século XX, foi a condição que Taboão da Serra apresentou como povoado-
entrocamento, ponto a partir do qual se estabelecia uma rede de estradas, antigos
caminhos que ligavam a lugares como Santo Amaro, Itapecerica, Campo Limpo,
Capela do Socorro. Esta rede de estradas tornou-se indutora de crescimento
urbano linear, sendo posteriormente incorporada à mancha urbana, assumindo a
feição de avenidas e grandes artérias de ligação entre bairros. Conforme
apresenta Langembuch (op.cit), a condição de entroncamento provocou a
polarização de atividades comerciais e de serviços, que fomentaram o seu
crescimento urbano que depois se expandiu no sentido Embu e Itapecerica.
A grande metropolização dos anos 1940, quando se deu a expansão da mancha
urbana, foi provocada por uma associação entre atividade imobiliária intensa, que
foi abrindo novos loteamentos, em áreas cada vez mais distantes do centro da
cidade, e uma política rodoviarista, apoiada no transporte de ônibus que foi
ligando estes lugares à cidade. Assim se vê o papel conferido às antigas estradas
na expansão da urbanização, principalmente as de Itapecerica, M’Boi Mirim e do
Campo Limpo, que foram estendendo a área edificada de São Paulo para oeste,
até encontrar com Embu e Itapecerica. Para Langenbuch (1971), as estradas
comandaram a estruturação destes subúrbios os quais cresceram e foram
absorvidos pela cidade, tornando-se parte do tecido urbano.
Esse processo foi particularmente mais marcante para Taboão da Serra, neste
momento de meados do século XX, enquanto para Itapecerica e Embu, ainda era
tímido. Apesar disso, em relação a estas localidades, a dimensão do transporte
público mostrava uma relação importante estabelecida com a cidade de São
Paulo, já que dez ônibus diários faziam a ligação com Embu e Itapecerica, no ano
de 1941. Em 1965 este número salta para 111 ônibus fazendo a ligação
Itapecerica - São Paulo e 73 de Embu-São Paulo (LANGENBUCH, op.cit.). Até
1970 o autor caracterizava este setor sudoeste da metrópole como um cinturão
suburbano periférico e descontínuo, ou seja, uma área de expansão ainda
embrionária da metrópole.
RReellaattóórriioo 33 22
Seu caráter de antigo povoado caipira vai desaparecendo aos poucos,
expressando-se na redução da área cultivada, que cai pela metade de 1940 para
1960. A mancha urbana a partir da zona sul de São Paulo vai se estendendo para
estes municípios a partir das estradas de Itapecerica e de Campo Limpo, mas de
forma ainda pouco adensada. Estas áreas urbanas são constituídas de
loteamentos residenciais, em sua maioria destinados à classe operária. A década
de 1970 corresponde a um marco do processo de urbanização neste setor
sudoeste.
Conforme se observa no Quadro 2.2-1, de 1960 para 1970, os municípios
apresentam grande crescimento de sua população, 265% em Embu e 82% em
Itapecerica, mas mesmo assim, em números absolutos ainda constituíam
pequenas cidades do entorno da capital.
Na década seguinte, de 1970 para 1980, o crescimento apresenta-se mais
explosivo, com 428% em Embu e 155% em Itapecerica, invertendo-se a tendência
histórica até então, com Embu superando, em número, a população de
Itapecerica da Serra. A década de 1970 marca este momento de passagem
destas localidades de subúrbio para periferia metropolitana.
Quadro 2.2-1 – Crescimento Populacional – Embu, Itapecerica da Serra e São Paulo.
Na ausência dos dados relativos aos setores censitários é difícil afirmar em que
setores dos municípios houve maior crescimento, no entanto, pelo mapa de uso
do solo de 1980, observamos a grande extensão da mancha urbana à leste, a
partir de bairros como Campo Limpo e Jardim Ângela (São Paulo), chegando até
o limite da recém criada, área de proteção aos mananciais (Figura 2.2-2).
RReellaattóórriioo 33 23
Figura 2.2-2: Embu e Itapecerica da Serra, áreas de interesse
A partir dos anos 1970, além desta expansão urbana que se consolida, a oeste, a
partir dos bairros da periferia sul de São Paulo, fortalece-se outro eixo de
urbanização, a leste, em função da abertura da Rodovia Regis Bittencourt, a BR
116, que começa a atrair indústrias e novos loteamentos residenciais. Segundo
Langembuch (1971) as rodovias tiveram um papel importante no processo de
metropolização, funcionando como eixos de estruturação dos subúrbios
residenciais.
O crescimento urbano nestes municípios nas décadas seguintes ainda se
mantém, porém em patamares inferiores em relação à década de 1970: de 1980
para 1991, 63% em Embu e 58% em Itapecerica. Apesar do Censo de 1991
evidenciar na metrópole paulista um novo padrão demográfico, com a redução
brusca de crescimento populacional, creditada, em grande parte, a mudança do
padrão de migração, em relação aos municípios mais distantes da capital, como
foi o caso de Embu e Itapecerica, o crescimento ainda segue como significativo.
RReellaattóórriioo 33 24
Este novo padrão demográfico testemunhado nos anos 1990, com a queda das
taxas de crescimento é um processo que atinge desigualmente a metrópole: nas
áreas mais centrais e mais valorizadas, a população mais pobre é expulsa para
locais cada vez mais distantes, enquanto a crise econômica dos anos 1980 e
conseqüente desemprego provocaram, também, um fenômeno novo, de retorno
de migrantes, com a saída para as regiões de origem. Enquanto bairros mais
centrais testemunham taxas de crescimento cada vez mais baixas, os municípios
da franja da metrópole, como é o caso de Embu e Itapecerica da Serra, recebem
cada vez mais população que se desloca para lugares onde a moradia é mais
barata. Isto explica, porque nestes municípios as taxas de crescimento da
população ainda são maiores e diferenciadas em relação ao que aparece como
tendência para São Paulo.
Vetores de Pressão
Definidas as premissas gerais e os primeiros resultados dos levantamentos da
demais equipes técnicas, foi possível dar inicio as análises que culminarão na
identificação dos vetores de pressão da área de entorno dos Parques Naturais
Urbanos. Desta forma, são aqui apresentados os preceitos metodológicos e
resultados almejados relativos à caracterização e posterior mapeamento dos
Vetores de Pressão dos Parques Naturais Municipais e respectivas áreas de
entorno. Sabendo que cada parque será possuidor de seu respectivo Plano de
Manejo, os Vetores de Pressão serão abordados de acordo com a inserção local
e regional de cada área.
De acordo com a abrangência espacial das obras do trecho sul do Rodoanel, ou
seja, grande extensão territorial, passando por diversos municípios e áreas
diversificadas, desde áreas densamente urbanizadas até áreas que abrigam
remanescentes de áreas naturais passiveis de conservação, a identificação,
caracterização e mapeamento dos fenômenos e processos que constituem os
Vetores de Pressão serão feitos segundo dados e informações fornecidas pelos
diagnósticos realizados por todos os grupos de pesquisa (Vegetação, Clima, Uso
da Terra, Fauna, Socioeconomia, Geomorfologia, Recursos hídricos). Em suma,
serão identificados e correlacionados os Vetores de Pressão identificados com
RReellaattóórriioo 33 25
informações obtidas e fornecidas em variados diagnósticos dos temáticos, tais
como biodiversidade, meio físico, socioeconomia e patrimônio histórico-cultural.
Além do diagnóstico referente aos Vetores de Pressão, de acordo com cada
parque abordado, os fenômenos e tendências serão espacializados
cartograficamente com o uso das bases digitais disponibilizadas. Os Mapas
temáticos que apresentarão os Vetores de Pressão se constituem na
espacialização dos fatores/elementos externos e internos em relação aos limites
área de abrangência das UCs. Os fatores externos correspondem aos fluxos e
intensidades, por sua vez os vetores de pressão internos, denotam intensidades e
ocorrências pontuais. Tais vetores podem ser enquadrados em três categorias
essenciais, antrópicos, biofísicos e biodiversidade.
As unidades de análise para os vetores externos são os municípios do entorno e
das próprias UCs, ou seja, os vetores são indicados de acordo com as
características de cada qual, considerando o uso e ocupação da terra (categorias,
vias de acesso), aspectos do zoneamento dos Planos Diretores de cada
município, além da existência de UCs no entorno. Espacialmente correspondem
sobremaneira as Zonas de Amortecimento definidas para cada área. Estes
vetores são representados por fluxos de intensidade, que podem variar entre
baixa, média e alta intensidade, como podem ser qualificados como negativos e
positivos. Podem aparecer também de forma pontual, sendo representados por
simbologia específica. Considerando as temáticas, antrópica, biofísica e
biodiversidade.
Os vetores internos são baseados, sobretudo, nas categorias de uso da terra
atual e de acordo com o zoneamento proposto, entre informações pertinentes a
áreas prioritárias para conservação da biodiversidade (vegetação, recursos
hídricos, refúgios de fauna, beleza cênica, etc.), localização de equipamentos
públicos e privados, atrativos naturais. As vias de circulação internas (estradas,
trilhas) também são consideradas vetores, pois tendem a dinamizar o trânsito
interno, acessos a unidades paisagísticas peculiares, fomentar a ocupação,
pesquisa, fiscalização, uso público, etc.
RReellaattóórriioo 33 26
De maneira geral, todos estes fenômenos e processos relacionados aos Vetores
de Pressão serão abordados cartograficamente (com o uso de Sistema de
Informações Geográficas - SIG) representando áreas, com o uso de polígonos e
indicados também em intensidades (baixa, média, alta). As ocorrências pontuais
são representadas cartograficamente em “pontos”, pois não ocupam
territorialmente área expressiva ou possuem características específicas,
correspondem a atividades que colocam em risco os preceitos de conservação
das áreas e carecem de medidas de controle e fiscalização, por exemplo, são
caça, extração de essências naturais, presença de animais domésticos,
pesqueiros, atividades turísticas sem controle, poluição de corpos d’água e
ameaças ao patrimônio histórico-cultural. Da mesma forma, os elementos que
possuem um comportamento linear, ou seja, estradas, caminhos, trilhas, serão
representados cartograficamente por “linhas”.
Adotar-se-á, matriz analítica de acordo com as características e diagnóstico
ambiental de cada área, de acordo com os parâmetros para mensurar tais
vetores, segundo a intensidade indicada por cada equipe temática e mapeamento
do uso da terra das áreas abordadas (Quadro 2.2-2):
RReellaattóórriioo 33 27
Quadro 2.2-2 – Modelo de matriz analítica
Diante dos parâmetros que irão mensurar a intensidade, abrangência e
características dos Vetores de Pressão, far-se-á de acordo com o que fora
apresentado, Matrizes Analíticas dos Vetores de Pressão (Quadros 2.2-3 a 7)
que possuem o objetivo de itemizar as informações abordadas.
Conjunto de fatores que possuem nenhuma ou pequena interferência aos preceitos de conservação da UC. Fatores de ordem natural refletem o grau de conservação, uso e ameaças iminentes, quantificados de acordo com o grau de intensidade apontados nos diagnósticos e mapeamentos.
Zoneamentos municipais e Unidades de Conservação foram considerados de acordo com os instrumentos legais quanto à conservação da área de abrangência e área protegida, sendo de “baixa intensidade” as legislações e zoneamentos que mais possuem mecanismos quanto à cessão e controle da ocupação humana e conservação da biodiversidade.
BA
IXA
INTE
NSI
DA
DE
Conjunto de fatores possui mediana interferência aos preceitos de conservação da UC. Fatores de ordem natural refletem o grau de conservação, uso e ameaças iminentes, quantificados de acordo com o grau de intensidade apontados nos diagnósticos e mapeamentos.
Zoneamentos municipais e Unidades de Conservação foram considerados de acordo com os instrumentos legais quanto à conservação da área de abrangência e área protegida, sendo de “média intensidade” as legislações e zoneamentos que possuem satisfatórios mecanismos quanto à cessão e controle da ocupação humana e conservação da biodiversidade.
MÉD
IA IN
TEN
SID
AD
E
Conjunto de fatores possui altíssima interferência aos preceitos de conservação da UC. Fatores de ordem natural refletem o grau de conservação, uso e ameaças iminentes, quantificados de acordo com o grau de intensidade apontados nos diagnósticos e mapeamentos.
Zoneamentos municipais e Unidades de Conservação (ou mesmo a ausência deles) foram considerados de acordo com os instrumentos legais quanto à conservação da área de abrangência e área protegida, sendo de “alta intensidade” as legislações e zoneamentos que não possuem mecanismos quanto à cessão e controle da ocupação humana e conservação da biodiversidade.
ALT
A IN
TEN
SID
AD
E
RReellaattóórriioo 33 28
Quadro 2.2-3: Vetores de pressão decorrentes de ocupações urbanas nas UCs e área de abrangência (Modelo).
OCUPAÇÃO
URBANA DESCRIÇÃO PRESSÕES TIPO* QUA**
Rarefeita Parcelamento do solo com lotes em núcleos de expansão urbana não oficiais, ou seja, áreas com zoneamento municipal rural
Avanço da zona urbana sobre a zona rural
EX N
Consolidada
Áreas ocupadas de acordo com legislação específica e uso e ocupação do solo e código de obras, infra-estrutura urbana, como arruamento, iluminação pública, abastecimento com água tratada, saneamento básico, coleta de lixo
No entorno das UCs tendem a diminuir a pressão sobre recursos naturais. Interior da UC infra-estrutura para instalações
EX
P
Ilegais Loteamentos clandestinos, áreas de invasão sem infra-estrutura urbana instalada
Tendência à ocupação de áreas protegidas com o parcelamento do solo e instalação de edificações precárias
EX
IN N
Problemas/ pressões
Desmatamento, impermeabilização do solo, movimentação de terra, assoreamento de cursos d’água, dinamização de processos erosivos, produção de efluentes domésticos e resíduos sólidos, proliferação de vetores zoonoses, adensamento populacional com o aumento da demanda por equipamentos sociais, degradação ambiental generalizada. No entanto, se bem ordenada, a ocupação tende a ser menos impactante, auxiliando inclusive na cessão da expansão de núcleos urbanos adjacentes.
*Tipo (IN) Interno ou (EX) externo – **Qualificação (P) Positivo ou (N) Negativo
Quadro 2.2- 4: Vetores de pressão decorrentes de ocupações rurais nas UCs e área de abrangência. (Modelo).
OCUPAÇÃO
RURAL DESCRIÇÃO PRESSÕES TIPO* QUA**
Atividades antrópicas
Áreas parceladas de propriedades outrora de maior extensão transformadas em minifúndios, com pequena ou incipiente produção agropecuária, ocupadas por pastagens. Geralmente áreas abandonadas ou com a presença de incipientes rebanhos. Propriedades com uso diversificado, desde culturas de subsistência a equipamentos de lazer (piscinas, campos de futebol)
Adensamento de edificações por conta de loteamentos. Demanda por equipamentos sociais e vias de acesso. Contaminação de recursos hídricos com o esgoto não tratado e descarte de efluentes. Introdução espécies exóticas, perca da biodiversidade, dinamização de processos erosivos.
IN
EX N
Culturas
Áreas ocupadas por culturas diversas (perenes e temporárias), comercializadas ou subsistência. Demandam a utilização de recursos hídricos e infra-estrutura para circulação para escoamento da produção
Utilização de defensivos agrícolas e manejo inapropriado do solo. Introdução de espécies exóticas, dinamização de processos erosivos, assoreamento de cursos d’água, contaminação de
IN
EX N
RReellaattóórriioo 33 29
recursos hídricos com o descarte de efluentes.
Silvicultura Áreas reflorestadas com pinus e eucaliptos, geralmente extensas e próximas a vias de circulação
Introdução espécies exóticas, perca da biodiversidade, impacto visual do corte raso e impacto sonoro das atividades de corte.
IN
EX N
Problemas e pressões
Desmatamento, corte raso da cobertura vegetal, impermeabilização do solo, movimentação de terra, captação e assoreamento de cursos d’água, caça de fauna silvestre, criação de animais domésticos, dinamização de processos erosivos, produção de efluentes domésticos e resíduos sólidos, adensamento populacional com o aumento da demanda por equipamentos sociais. No entanto, se bem ordenadas quanto ao uso e ocupação, a presença de propriedades e respectivos ocupantes (com o devido prazo de permanência estipulado) tende a auxiliar na fiscalização, inibindo novas ocupações, participação em programas de recuperação de áreas degradadas, reflorestamento, agricultura sustentável, apoio a pesquisadores.
*Tipo (IN) Interno ou (EX) externo – **Qualificação (P) Positivo ou (N) Negativo
Quadro 2.2- 5: Vetores de pressão de Acessos as UCs e áreas de abrangência. (Modelo).
ACESSIBILIDADE
DESCRIÇÃO PRESSÕES TIPO* QUA**
Trilhas Abertas no interior das UCs, ou entorno.
Invasões, caça, extração de produtos florestais, vetores de ocupação, processos erosivos.
IN
EX
N
P
Estradas não pavimentadas e caminhos
Acessos principais (fiscalizados) e secundários com dimensões variadas.
Sem pavimentação com acesso a grande parte da UC
Invasões, caça, extração de produtos florestais, vetores de ocupação, erosão, ruídos, atropelamento de fauna
EX
IN
N
P
Rodovias e estradas pavimentadas
Acessos principais, pavimentadas, com dimensões variadas.
Facilita os acessos a grande parte da UC
Vetores de ocupação, acidentes com produtos perigosos (contaminação de solos, cursos d’água, poluição atmosférica concentrada, ruídos, atropelamento de fauna), facilitador dos processos de expansão imobiliária.
EX N
P
Problemas e pressões
Seccionamento de contínuos florestais, impactos sobre a biota, recursos hídricos, dinamização de processos erosivos. Vias de acesso a ocupação, seja rural ou para expansão urbana, ações ilegais como caça, pesca, extração de produtos florestais (especialmente palmito) invasões. No entanto, se bem aproveitadas e com devida fiscalização e controle, são importantes para fiscalização, pesquisa e manejo da unidade de conservação e área de abrangência.
*Tipo (IN) Interno ou (EX) externo – **Qualificação (P) Positivo ou (N) Negativo
RReellaattóórriioo 33 30
Quadro 2.2- 6: Vetores de pressão Instalações e Equipamentos Sociais. (Modelo)
INSTALAÇÕES EQUIPAMENTO
S SOCIAIS DESCRIÇÃO PRESSÕES TIPO* QUA**
Linhas de alta tensão
Áreas projetadas de linhões e torres, sobre áreas vegetadas e com atividades antrópicas
Alta vibração das linhas e ruídos decorrentes, perturbação da fauna, risco ao vôo de aves, abertura de vias para manutenção
IN
EX N
Torres de alta tensão
Instaladas sobre sapatas de concreto, são suporte as linhas de transmissão
Alteração nos biótopos locais quando da instalação e manutenção das bases, abertura de vias para manutenção
IN
EX N
Barramentos e UHEs ou PCHs
Instalações e equipamentos de grande impacto, pra geração de energia.
Alteração nos biótopos locais, uso constante das vias para manutenção, trânsito constante de veículos e pessoas
EX N
P
Hotéis / Pousadas
Instalações com hospedagens e equipamentos de lazer
Alteração nos biótopos locais, uso e poluição dos recursos hídricos, resíduos sólidos
EX N
P
Equipamentos Sociais
Escolas, Unidades Básicas de Saúde
Adensamento de edificações, atrativo de populações de áreas adjacentes, demanda por infra-estrutura (água, luz, coleta de lixo)
EX P
Problemas e pressões
Seccionamento de contínuos florestais, impactos sobre os biótopos locais, recursos hídricos, dinamização de processos erosivos. Criação de vias de acesso a ocupações, poluição por resíduos sólidos e efluentes líquidos. No entanto, com a devida fiscalização e controle, as instalações podem servir como apoio e auxilio para fiscalização, pesquisa, educação ambiental e manejo da unidade de conservação e área de abrangência.
*Tipo (IN) Interno ou (EX) externo – **Qualificação (P) Positivo ou (N) Negativo
Quadro 2.2- 7: Vetores de pressão políticas públicas nas UCs e áreas de abrangência. (Modelo).
POLÍTICAS PÚBLICAS DESCRIÇÃO PRESSÕES TIPO* QUA**
Plano Diretor de Embu, Itapecerica, São Paulo, Santo André e São Bernardo
Lei municipal nº xxx
Zoneamento
Ordenamento territorial.
Caso não ocorra o cumprimento da legislação específica, especulação imobiliária, parcelamento irregular do solo, instalação de atividades poluidoras...
----- ------
Problemas e pressões
O cumprimento e efetivação das diretrizes, normas e legislação especifica dos Planos Diretores tendem a ordenar o uso e ocupação do solo das áreas de influencia das UCs de forma a compatibilizar os preceitos de conservação de uma unidade de conservação de proteção integral. Demais políticas públicas, tendem a auxiliar o desenvolvimento social das populações, com programas de apoio técnico e distribuição/complementação de renda. A efetivação destas políticas tendem a minorar as pressões, especialmente no tocante a utilização/extração de recursos naturais de áreas protegidas.
*Tipo (IN) Interno ou (EX) externo – **Qualificação (P) Positivo ou (N) Negativo
RReellaattóórriioo 33 31
3. MATRIZ DE ORGANIZAÇÃO2
De forma a organizar as etapas de trabalho, reorganizamos a macro-agenda,
expondo as principais ações a serem desenvolvidas:
As áreas dos municípios de Embu e Itapecerica da Serra serão as primeiras a
obterem a finalização do processo de construção dos Planos de Manejo, previsto
para o mês de Julho de 2010. Os parques do município de São Paulo serão
atendidos na sequência, com previsão de finalização dos Planos de Manejo entre
os meses de agosto e setembro. Por fim, dentro do planejamento estabelecido, os
municípios de Santo André e São Bernardo do Campo serão atendidos, com
finalização de seus respectivos documentos no mês de outubro.
2 Esta agenda é uma proposta que será submetida a gerencia ambiental da DERSA em reunião agendada para 10 de fevereiro de 2010, conforme comunicação pessoal da Profª Sueli Ângelo Furlan.
RReellaattóórriioo 33 32
4. PRÓXIMAS ATIVIDADES
De acordo com o planejamento estabelecido, as próximas atividades, a serem
desenvolvidas durante o mês de fevereiro de 2010 são:
Data Atividade
Campos 04 a 06/02 Equipes de pedologia e geomorfologia- Embu 25 a 27/02 Equipes de pedologia e geomorfologia – Itapecerica da Serra
Em relação à produção das equipes temáticas, serão priorizados os seguintes assuntos:
Definição das bases temáticas a serem elaboradas;
Contextualização dos parques de Embu e Itapecerica da Serra;
Impactos, conflitos e vantagens relacionadas à Legislação Ambiental;
Identificação das instituições que desenvolvem ações nas regiões de Embu e Itapecerica da Serra;
Diagnóstico da população de entorno dos parques de Embu e Itapecerica da Serra;
Levantamento da situação fundiária – interlocução com o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP);
Definição de metodologia para identificação das Unidades Ambientais.
Construção da matriz de planejamento dos programas de manejo para realização da primeira etapa do SWOT.
RReellaattóórriioo 33 33
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este relatório abordou os principais resultados das investigações das equipes
temáticas, que atendem ao desenvolvimento de atividades para elaboração dos
Planos de Manejo dos parques urbanos na área de influência do Rodoanel, em
seu trecho sul.
Como exposto, a prioridade neste momento são os municípios de Embu e
Itapecerica da Serra, no setor sudoeste da metrópole paulistana. Todo o
arcabouço teórico e metodológico foi consolidado nas temáticas de
socioeconomia e vetores de pressão, que em conjunto com informações dos
meios físico e biótico, irão compor o diagnóstico das áreas de proteção propostas
e seu entorno.
Têm-se assim, a composição do cenário existente para andamento de forma
concomitante dos programas de manejo, essenciais para o ordenamento das
ações dos responsáveis pela gestão das áreas protegidas.
O processo de construção dos planos de manejo transcorre de acordo com a
orientação do Roteiro Metodológico do IBAMA (2002), focando nos diagnósticos
seus esforços iniciais, como base das decisões em relação a propostas a serem
formuladas em relação ao uso dessas áreas e a maneira adequada de gestão,
levando em conta suas particularidades.
RReellaattóórriioo 33 34
BIBLIOGRAFIA
EMPLASA. Plano Metropolitano da Grande São Paulo. 1993-2010. São Paulo:
Emplasa, 1994.
_________. Atlas Municipais de Uso e Ocupação do Solo, municípios de Embu e
Itapecerica da Serra. São Paulo: Emplasa, 2006.
IBAMA. Roteiro Metodológico de Planejamento voltado para Parques Nacionais,
Reservas Biológicas e Estações Ecológicas. 2002.
LANGEMBUCH, R.J. A estruturação da Grande São Paulo. Estudo de Geografia
Urbana. Rio de Janeiro: FIBGE, 1971.
Falta toda a bibliografia da fauna
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