fernando pessoa - quadras ao gosto popular

8/17/2019 Fernando Pessoa - Quadras Ao Gosto Popular

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Fernando Pessoa

Quadras aoGosto

Popular

Cantigas de portuguesesSão como barcos no mar —Vão de uma alma para outraCom riscos de naufragar.

Eu tenho um colar de pérolasEnfiado para te dar!s per"las são os meus bei#os$% fio é o meu penar.

! terra é sem &ida$ e nadaVi&e mais 'ue o cora(ão...E en&ol&e)te a terra friaE a minha saudade não*

+ei,a 'ue um momento pense

Que ainda &i&es ao meulado...-riste de 'uem por si mesmoPrecisa ser enganado*

orto$ hei de estar ao teu lado

Sem o sentir nem saber...esmo assim$ isso me bastaP"ra &er um bem em morrer.

/ão sei se a alma no !lém

&i&e...orreste* E eu 'uero morrer*

Se &i&e$ &er)te)ei0 se não$S1 assim te posso es'uecer.

Se ontem 2 tua portaais triste o &ento passou —%lha le&a&a um suspiro...3em sabes 'uem to mandou...

Entreguei)te o cora(ão$

E 'ue tratos tu lhe deste*4 tal&e5 por "star estragadoQue ainda não mode&ol&este ...

! cai,a 'ue não tem tampaFica sempre destapada+6)me um sorriso dos teusPor'ue não 'uero mais nada.

-ens o le'ue desdobradoSem 'ue este#as a abanar.

!mor 'ue pensa e 'ue pensaCome(a ou &ai acabar.

+uas horas te esperei+ois anos te esperaria.+i5e de&o esperar mais7%u não &ens por'ue inda édia7

-oda a noite ou&i no tan'ue! pouca 6gua a pingar.-oda a noite ou&i na almaQue não me podes amar.

+ias são dias$ e noitesSão noites e não dormi...%s dias a não te &er!s noites pensando em ti.

-ra5es a rosa na mãoE colheste)a distra8da...E 'ue é do meu cora(ãoQue colheste mais sabida7

-eus olhos tristes$ parados$

Coisa nenhuma a fitar...!h meu amor$ meu amor$Se eu fora nenhum lugar*

+epois do dia &em noite$+epois da noite &em diaE depois de ter saudadesV9m as saudades 'ue ha&ia.

/o baile em 'ue dan(amtodos!lguém fica sem dan(ar.elhor é não ir ao baile+o 'ue estar l6 sem l6 estar.

Vale a pena ser discreto7 /ão sei bem se &ale a pena.% melhor é estar 'uietoE ter a cara serena.

:osmaninho 'ue me deram$:osmaninho 'ue darei$-odo o mal 'ue me fi5eramSer6 o bem 'ue eu farei.

-enho um rel1gio paradoPor onde sempre me guio.

% rel1gio é emprestadoE tem as horas a fio.

Quando é o tempo do trigo4 o tempo de trigar$! &erdade é um postigo! 'ue ninguém &em falar.

;e&as chinelas 'ue batem /o chão com o calcanhar.!ntes 'uero 'ue me matemQue ou&ir esse som parar.

Em &e5 da saia de chita-ens uma saia melhor.+e 'ual'uer modo és bonita$E o bonita é o pior.

;e&as uma rosa ao peitoE tens um andar 'ue é teu...!ntes ti&esses o #eito+e amar alguém$ 'ue sou eu.

-eus brincos dan(am se &oltas

! cabe(a a perguntar.São como andorinhas soltasQue inda não sabem &oar.

-ens uma rosa na mão. /ão sei se é para me dar.!s rosas 'ue tens na cara$

Essas sabes tu guardar.

Fomos passear na 'uinta$Fomos 2 'uinta em passeio.

/ão h6 nada 'ue eu não sintaQue me não fa(a um enleio.

%s alcatru5es da nora!ndam sempre a dar e dar$4 para dentro e pra foraE não sabem acabar.

< minha menina loura$< minha loura menina$+i5e a 'uem te &9 agoraQue #6 foste pe'uenina ...

-ens um li&ro 'ue não l9s$-ens uma flor 'ue desfolhas0-ens um cora(ão aos pésE para ele não olhas.

/unca di5es se gostaste+a'uilo 'ue te calei.Sei bem 'ue o adi&inhaste.

% 'ue pensaste não sei.

% &aso 'ue dei 2'uemQue não sabe 'uem lho deu=6 de ser posto 2 #anelaSem ninguém saber 'ue$ émeu.

-i&e uma flor para dar

! 'uem não ousei di5erQue lhe 'ueria falar$E a flor te&e 'ue morrer.

Quando olhaste para tr6s$ /ão supus 'ue era por mim.as sempre olhaste$ e isso fa5

Que fosse melhor assim.

-odos os dias eu penso /a'uele gesto engra(adoCom 'ue pegaste no len(o

Que esta&a es'uecido ao lado.

-ens uma sal&a de prata%nde p>es os alfinetes...as não tem sal&a nem prata!'uilo 'ue tu prometes.

!di&inhei o 'ue pensasS1 por saber 'ue não eraQual'uer das coisas imensasQue a minh"alma sempreespera.

%u&i)te cantar de dia.+e noite te ou&i cantar.!i de mim$ se é de alegria*!i de mim$ se é de penar*

Por um p?caro de barro3ebe)se a 6gua mais fria.Quem tem triste5as nãodorme$Vela para ter alegria.

% malme'uer 'ue arrancaste+eu)te nada no seu fim$as o amor 'ue mearrancaste$Se deu nada$ foi a mim.

-eu ,aile de seda escura4 posto de tal fei(ãoQue alegre se dependura+entro do meu cora(ão.

% man#erico comprado /ão é melhor 'ue o 'ue dão.

P>e o man#erico ao ladoE d6)me o teu cora(ão.



:osa &erde$ rosa &erde$...:osa &erde é coisa 'ue h674 uma coisa 'ue se perdeQuando a gente não est6 l6.

! rosa 'ue se não colhe /em por isso tem mais &ida.

/inguém h6 'ue te não olheQue te não 'ueira colhida.

=6 &erdades 'ue se di5emE outras 'ue ninguém dir6.-enho uma coisa a di5er)teas não sei onde ela est6.

Quando ao domingo passeias;e&as um &estido claro.

/ão é o 'ue te conhe(oas é em ti 'ue reparo.

-enho &ontade de &er)teas não sei como acertar.Passeias onde não ando$!ndas sem eu te encontrar.

!ndorinha 'ue passaste$Quem é 'ue te esperaria7S1 'uem te &isse passar.E esperasse no outro dia.

/u&em do céu$ 'ue pareces-udo 'uanto a gente 'uer$

Se tu$ ao menos$ me desses% 'ue se não pode ter*

% burburinho da 6gua /o regato 'ue se espalha4 como a ilusão 'ue é m6goaQuando a &erdade a baralha.

;e&e sonho$ &ais no chão! andares sem teres ser.4s como o meu cora(ãoQue sente sem nada ter.

Vai alta a nu&em 'ue passa.Vai alto o meu pensamentoQue é escra&o da tua gra(aComo a nu&em o é do &ento.

!mbos 2 beira do po(o!chamos 'ue é muito fundo.+eita)se a pedra$ e o 'ue euou(o4 teu olhar$ 'ue é meu mundo.

!'uela senhora &elha

Que fala com tão bom modoParece ser uma abelhaQue nos di5 @/ão incomodo@.

aria$ se eu te chamar$aria$ &em c6 di5erQue não podes c6 chegar.!ssim te consigo &er.

3oca com olhos por cima!mbos a estar a sorrir...

A6 sei onde est6 a rima+o 'ue não ouso pedir.

Quem la&ra #ulga 'ue la&raas 'uem la&ra é o 'ueacontece...

/ão me d6s uma pala&raE a pala&ra não me es'uece.

-inhas um pente espanhol /o cabelo Portugu9s$as 'uando te olha&a o sol$Eras s1 'uem +eus te fe5.

3oca de riso escarlateE de sorriso de rir...eu cora(ão bate$ bate$3ate de te &er e ou&ir.

Quem me dera$ 'uando foresPela rua sem me &er$Supor 'ue h6 coisas melhoresE 'ue eu as pudera ter.

!cendeste uma candeia

Com esse ar 'ue +eus te deu.A6 não é noite na aldeiaE$ se calhar$ nem no céu.

Eu te pedi duas &e5es+uas &e5es$ bem o sei$Que por fim me respondesses!o 'ue não te perguntei.

/ão digas mal de ninguémQue é de ti 'ue di5es mal.Quando di5es mal de alguém-udo no mundo é igual.

-odas as coisas 'ue di5es!final não são &erdade.as$ se nos fa5em feli5es$Bsso é a felicidade.

+6s n1s na linha 'ue cosePara 'ue pare no fim.Por muito 'ue eu pense eouse$

/unca d6s n1 para mim.

/ão sei em 'ue coisa pensasQuando coses sossegada...

-al&e5 na'uelas ofensasQue fa5es sem di5er nada.

!s gai&otas$ tantas$ tantas$Voam no rio pro mar...-ambém sem 'uerer encantas$

/em é preciso &oar.

!s ondas 'ue a maré conta /inguém as pode contar.Se$ ao passar$ ninguém teaponta$!ponta)te com o olhar.

-odos os dias 'ue passamSem passares por a'uiSão dias 'ue me desgra(amPor me pri&arem de ti.

Quando cantas$ disfar(andoCom a cantiga o cantar$Parece o &ento mais brando

/esta brandura do ar.

/ão sei 'ue grande triste5ae fe5 s1 gostar de tiQuando #6 tinha a certe5a+e te amar por'ue te &i.

! mantilha de espanholaQue tra5ias por tra5er

/ão te da&a um ar de tolaPor'ue o não podias ter.

3oca de riso escarlateCom dentes brancos no meio$eu cora(ão bate$ bate$as bate por ter receio.

Se h6 uma nu&em 'ue passaPassa uma sombra também.

/inguém di5 'ue é desgra(a /ão ter o 'ue se não tem.

-u$ ao canto da #anelaSorrias a alguém da rua$Por'u9 ao canto$ se a'uelaPosi(ão não é a tua7

+6)me$ um sorriso aodomingo$Para 2 segunda eu lembrar.3em sabes sempre te sigoE não é preciso andar.

-ens olhos de 'uem não 'uer

Procurar 'uem eu não sei.Se um dia o amor &ier%lhar6s como eu olhei.

Pobre do pobre 'ue é eleE não é 'uem se fingiu*Por muito 'ue a gente &ele+escobre 'ue #6 dormiu.

/ão me digas 'ue me 'ueresPois não sei acreditar.

/o mundo h6 muitas mulheres

as mentem todas a par.

gua 'ue não &em na bilha4 como se não &iesse.Como a mãe$ assim a filha...!ntes +eus as não fi5esse.

< loura dos olhos tristesQue me não 'uis escutar...Quero s1 saber se e,istesPara &er se te hei de amar.

=6 grandes sombras na hortaQuando a amiga l6 &ai ter...Ser feli5 é o 'ue importa$

/ão importa como o ser*

% moinho de café1i grãos e fa5 deles p1.% p1 'ue a minh"alma éoeu 'uem me dei,a s1.

+i5em 'ue não és a'uela

Que te #ulga&am a'ui.as se és alguém e és belaQue mais 'uererão de ti7

-enho um li&rinho ondeescre&oQuando me es'ue(o de ti.4 um li&ro de capa negra%nde inda nada escre&i.

%lhos tristes$ grandes$ pretos$Que di5eis sem me falarQue não h6 filhos nem netos+e eu não 'uerer amar.

eu cora(ão a baterParece estar)me a lembrarQue$ se um dia te es'uecer$Ser6 por ele parar.

Quantas &e5es a mem1riaPara fingir 'ue inda é gente$

/os conta uma grande hist1ria

Em 'ue ninguém est6 presente

-ra5es o &estido no&oComo 'uem sabe o 'ue fa5.



Como és bonita entre o po&o$esmo ficando para tr6s*

! tua boca de risoParece olhar para a genteCom um olhar 'ue é precisoPara saber 'ue se sente.

! laran#a 'ue escolheste /ão era a melhor 'ue ha&ia.-ambém o amor 'ue me desteQual'uer outra mo daria.

Se o sino dobra a finados=6 de dei,ar de dobrar.+6)me os teus olhos fitadosE dei,a a &ida matar*

Por muito 'ue pense e pense /o 'ue nunca me disseste$-eu sil9ncio não con&ence.Faltaste 'uando &ieste.

-ome l6$ minha menina$% ramalhete 'ue fi5.Cada flor é pe'uenina$as tudo #unto é feli5.

! &ida é pouco aos bocados.% amor é &ida a sonhar.%lho para ambos os ladosE ninguém me &em falar.

+ei)lhe um bei#o ao pé da bocaPor a boca se es'ui&ar.! idéia tal&e5 foi louca$% mal foi não acertar.

Compras carapaus ao cento$Sardinhas ao 'uarteirão.S1 tenho no pensamentoQue me disseste 'ue não.

+uas horas te esperei.+uas mais te esperaria.Se gostas de mim não sei...!lgum dia h6 de ser dia ...

-enho um dese#o comigoQue me tra5 longe de mim.4 saber se isto é contigoQuando isto não é assim.

;e&e &em a onda le&eQue se estende a adormecer$3re&e &em a onda bre&e

Que nos ensina a es'uecer.

Quando a manhã aparece+i5em 'ue nasce alegria.Bsso era se Ela &iesse.!té de noite era dia.

/u&em alta$ nu&em alta$Por'ue é 'ue tão alta &ais7

Se tens o amor 'ue me falta$+esce um pouco$ desce mais*

-eu carinho$ 'ue é fingido$+6)me o pra5er de saberQue inda não tens es'uecido% 'ue o fingir tem de ser.

! lu&a 'ue retiraste+ei,ou li&re a tua mão.Foi com ela 'ue tocaste$Sem tocar$ meu cora(ão.

% a&ental$ 'ue 2 ga&etaFoste buscar$ não ter6!lgibeira em 'ue me metaPara estar contigo #67

Quando &ieste da festa$Vinhas cansada e contente.! minha pergunta é esta.Foi da festa ou foi da gente7

:ou,inol 'ue não cantaste$Galo 'ue não cantar6s$

Qual de &1s me empresta ocantoPara &er o 'ue ela fa57

Quando chegaste 2 #anela-odos 'ue esta&am na rua+isseram olha$ é a'uela$-al é a gra(a 'ue é tua*

/u&em 'ue passas no céu$+i5e a 'uem não perguntouSe é bom di5er a 'uem deu@% 'ue deste$ não to dou.@

@Vou trabalhando a peneiraE pensando assim assim.Eu não nasci para freira.Gosto 'ue gostem de mim.@

:oseiral 'ue não d6s rosasSenão 'uando as rosas &9m$=6 muitas 'ue são formosasSem 'ue o amor lhes &6 bem.

:ibeirinho$ ribeirinho$

Que &ais a correr ao léu-u &ais a correr so5inho$:ibeirinho$ como eu.

@Vesti)me toda de no&oE calcei sapato bai,oPara passar entre o po&oE procurar 'uem não acho.@

-ua boca me di5 sim$-eus olhos me di5em não.

!i$ se gostasses de mimE sem saber a ra5ão.

Quero l6 saber por onde!ndaste todo este dia*

/unca fa5)bem 'uem seescondeas onde foste$ aria7

% &aso do man#ericoCaiu da #anela abai,o.Vai busc6)lo$ 'ue a'ui fico! &er se sem ti te acho.

% cra&o 'ue tu me desteEra de papel rosado.as mais bonito era inda% amor 'ue e foi negado$

-ra5es os sapatos$ pretosCin5entos de tanto p1.Feli5 é 'uem ti&er netos+e 'uem tu se#as a&1*

Vem de l6 do monte &erde

! tro&a 'ue não entendo.4 um som bom 'ue se perdeEn'uanto se &ai &i&endo.

oreninha$ moreninha$Com olhos pretos a rir.Sei 'ue nunca ser6s minha$as 'uero &er)te sorrir.

Puseste a chaleira ao lumeCom um #eito de desdém.Suma)te o diabo 'ue sumePrimeiro 'uem te 'uer bem*

;6 &em o homem da capaQue ninguém sabe 'uem é...Se o len(o os olhos te tapaVeio os teus olhos por fé.

;oura dos olhos dormentes$Que são a5uis e amarelos$Se as minhas mãos fossem

pentes$Pentea&am)te os cabelos.

% sino dobra a finados.Fa5 tanta pena a dobrar*

/ão é pelos teus pecadosQue estão &i&os a saltar.

-ra5e)me um copo com 6guaE a maneira de o tra5er.Quero ter a minha m6goaSem mostrar 'ue a estou a ter.

%lha o teu le'ue es'uecido*%lha o teu cabelo solto*aria$ toma sentido*aria$ senão não &olto*

A6 duas &e5es te disseQue nunca mais te diria% 'ue te torno a di5erE fica para outro dia.

;a&adeira a bater roupa /a pedra 'ue est6 na 6gua$!chas minha m6goa pouca74 muito tudo o 'ue é m6goa.

% teu len(o foi mal postoPela pressa 'ue to pDs.ais mal posto é o meudesgosto+o 'ue não h6 entre n1s.

%lhos de &eludo falsoE 'ue fitam a entender$V1s sois o meu cadafalso

! 'ue subo com pra5er.

+uas &e5es eu tentei+i5er)te 'ue te 'ueria$E duas &e5es te acheiS1 a 'ue fala&a e ria.

eu cora(ão é uma barcaQue não sabe na&egar.Guardo o linha na arcaCom um ar de o acarinhar.

-enho um dese#o comigoQue ho#e te &enho di5erQueria ser teu amigoCom ami5ade a &aler.

4s aria da PiedadePois te chamaram assim.S9 l6 aria 2 &ontade$as tem piedade de mim.

-u 4s aria da Gra(a$as a 'ue gra(a é 'ue &emSer essa gra(a a desgra(a

+e 'uem a gra(a não tem7



Caiu no chão o no&eloE foi)se desenrolando.Passas a mão no cabelo.

/ão sei em 'ue est6s pensando.

! tua saia$ 'ue é curta$

+ei,a)te a perna a mostrareu cora(ão #6 se furta! sentir sem eu pensar.

eu amor é fragateiro.Eu sou a sua fragata.!lguns &ão atr6s do cheiro$%utros &ão s1 pela arreta.

Vai longe$ na serra alta$! nu&em 'ue nela toca...+6)me a'uilo 'ue me falta —%s bei#os da tua boca.

= um doido na nossa &o5!o falarmos$ 'ue prendemos4 o mal)estar entre n1sQue &em de nos percebermos.

-eu &estido por'ue é teu$ /ão é de cetim nem chita.4 de sermos tu e euE de tu seres bonita.

Entornaram)me o caba5

Quando eu &inha pela estrada.

Como ele esta&a &a5io$ /ão hou&e loi(a 'uebrada.

% ros6rio da &ontade$:e5ei)o trocado e a esmo.Se &ens di5er)me a &erdade$V9 l6 bem se é isso mesmo.

Castanhetas$ castanholas —-udo é barulho a estalar.!s 'ue ao negar são maistolasSão mais espertas ao dar.

% man#erico e a bandeiraQue h6 no cra&o de papel —-udo isso enche a noiteinteira$< boca de sangue e mel.

-em ! filha da caseira:osas na cai,a 'ue tem.-oda ela é uma rosa inteira

as não a cheira ninguém.

! mo(a 'ue h6 na estalagem:i por'ue gosta de rir.

/ão sei o 'ue é da &iagemPor esta mo(a e,istir.

;en(o preto de orla branca!taste)o mal a &aler

roda desse pesco(oQue tem 'ue se lhe di5er.

!'uela loura de pretoCom uma flor branca ao peito$

4 o retrato completo+e como alguém é perfeito.

! tua #anela é alta$! tua casa bran'uinha.

/ada lhe sobra ou lhe faltaSenão morares so5inha.

Vem c6 di5er)me 'ue sim.%u &em di5er)me 'ue não.Por'ue sempre &ens assimP"ra ao pé do meu cora(ão$.

Cortaste com a tesoura% pano de lado a lado.Por'ue é 'ue todo teu gesto-em a fei(ão de engra(ado7

!i$ os pratos de arro5 doce

Com as linhas de canela*!i a mão branca 'ue ostrou,e*!i essa mão ser a dela*

Frescura do 'ue é regado$Por onde a 6gua inda &erte...Quero di5er)te um bocado+o 'ue não ouso di5er)te.

< pastora$ 1 pastorinha$Que tens o&elhas e riso$-eu riso ecoa no &aleE nada mais é preciso.

! abanar o fogareiroEla corou do calor.!h$ 'uem a far6 corar+e um outro modo melhor*

an#erico 'ue te deram$!mor 'ue te 'uerem dar...:ecebeste o man#erico.% amor fica a esperar.

+ona :osa$ +ona :osa.+e 'ue roseira é 'ue &em$

Que não tem senão espinhosPara 'uem s1 lhe 'uer bem7

% la(o 'ue tens no peitoParece dado a fingir.Se calhar #6 esta&a feitoComo o teu modo de rir.

+ona :osa$ +ona :osa$Quando eras inda botão+isseram)te alguma cousa+e a flor não ter cora(ão7

-enho um segredo a di5er)teQue não te posso di5er.E com isto #6 to disseEsta&as farta de o saber ...

%s ranchos das raparigasVão a cantar pela estrada...

/ão oi(o as suas cantigasS1 tenho pena de nada.

:e5as por'ue outros re5aram$E &estes 2 moda alheia...Quando amares &9 se amasSem teres o amor na idéia.

! senhora da !gonia-em um nicho na Bgre#a.as a dor 'ue me agonia

/ão tem ninguém 'uem a

&e#a.

!parta o cabelo ao meio! do cabelo apartado.4 a estrelinha em 'ue leioQue estou a ser enganado.

Esse frio cumprimento-em ironia p"ra mim.Por'ue é o mesmo mo&imento

Com 'ue a gente di5 'uesim...

Ve#o l6grimas lu5ir /os teus olhos de fingida.4 como 'uando 2 #anelaChegas$ um pouco escondida.

-rincaste$ para o partir$% retr1s de costurar.Quem não soubesse diriaQue o esta&as a bei#ar.

+ei,aste o dedal na mesa

S1 pelo tempo da aus9ncia —Se eu to roubasse diriasQue eu não tinha consci9ncia.

+6)me um sorriso da'uelesQue te não ser&em de nadaComo se d6 2s crian(asma cai,a es&a5iada.

% can6rio #6 não canta. /ão canta o can6rio #6.

!'uilo 'ue em ti me encanta-al&e5 não me encantar6.

:e5as a +eus ao deitar)tePedindo não sei o 'u9.Se re5asses ao +emDnio$Eu saberia o 'ue é.

3oca 'ue tens um sorrisoComo se fosse um florir$-eus olhos cheios de riso+ão)lhe um or&alho de rir.

ma boneca de trapos /ão se parte se$ cair.Fi5este)me a alma em farrapos

3em não se pode partir.

% 'ue sinto e o 'ue penso+e ti é bem e é mal.4 como 'uando uma ,8cara-em o pires desigual.

;e&as a mão ao cabelo

/um gesto de 'uem não cr9.as eu não te disse nada.+u&idas de mim7 Por'u97

Compreender um ao outro4 um #ogo complicado.Pois 'uem engana não sabeSe não esta&a enganado.

! roda dos dedos #untosEnrolaste a fita a rir.Cora(>es não são assuntosE falar não é sentir.

Chama)te boa$ e o sentido /ão é bem o 'ue eu supunha.3oa não é apelido4$ 'uando muito$ alcunha.

-u 4s aria das +ores$-ratam)te s1 por aria.Est6 bem$ por'ue deste asdores! 'uem 'uer 'ue em ti se fia.

Se &ais de &estido no&o% teu pr1prio andar o di5$



E ao passar por entre o po&o!té teu corpo é feli5.

-ens um anel imitadoas &ais contento de o ter.Que importa o falsificadoSe é &erdadeiro o pra5er.

-enho ainda na lembran(aComo uma coisa 'ue &eio$% 'uando inda eras crian(a.

/unca mais me d6s um bei#o*

% ar do campo &em brando$Fa5 sono ha&er esse ar.A6 não sei se estou sonhando

/em de 'ue ser&e sonhar.

Quando ela pDs o chapéuComo se tudo acabasse$Sofri de não ha&er &éuQue inda um pouco ademorasse.

Quem te deu a'uele anelQue ainda ontem não tinhas7Como tu foste infiel! certas idéias minhas*

Essa costura 2 #anelaQue lhe inclinou a cabe(aFe5)me &er como era dela

Que o cora(ão tinha pressa.

% ribeiro bate$ bate /as pedras 'ue nele estão$as nem h6 nada em 'ue bata

% meu pobre cora(ão.

/unca hou&e romariaQue se lembrassem de mim...-ambém 'uem se lembraria+e 'uem se lamenta assim7

Comes melão 2s dentadasPor'ue assim não de&e ser.

/ão sei se essas gargalhadase fa5em rir ou sofrer.

=6 dois dias 'ue não &e#oodo de tornar)te a &erSe outros também te não&issem$+ese#a&a sem sofrer.

% teu cabelo cortado

! maneira de rapa5 /ão dei,a #ustificado!'uele amor 'ue me fa5.

Se te 'ueres despedir /ão te despidas de mim$Que eu não posso consentirQue tu me trates assim.

Quem te fe5 assim tão linda /ão o fe5 para mostrar

Que se é mais linda aindaQuando se sabe negar.

Floriu a roseira todaCom as rosas de trepar...-ua cabe(a anda 2 rodaas sabes)te e'uilibrar.

orena dos olhos ba(osVelados de não sei 'u9$

/o mundo h6 falta de bra(osPara o 'ue o teu olhar &9.

Quando comp>es o cabeloCom tua mão distra8daFa5er)me um grande no&elo

/o pensamento da &ida.

-eus olhos de 'uem não fitaVagueiam$ "stão na distncia.Se fosses menos bonita$Bsso não tinha importncia.

-ocam sinos a rebateE le&antaste)te logo.

-eu cora(ão s1 não batePor a 'uem puseste fogo.

% cora(ão é pe'ueno$Coitado$ e trabalha tanto*+e dia a ter 'ue chorar$+e noite a fa5er o pranto ...

+eram)me um cra&o &ermelho

Para eu &er como é a &ida.as es'ueci)me do cra&oPela hora da sa8da.

Fi5 estoirar um cartuchoContra a parede do lado.!ssim farei eu 2 &ida$Que o sonhar fe5)meassoprado.

% malme'uer 'ue colheste+eitaste)o fora a falar.

/em 'uiseste &er a sorteQue ele te podia dar.

Comi melão retalhadoE bebi &inho depois$

Quanto mais olho p"ra tiais sei 'ue não somos dois.

-ra5es um len(o no&inho /a cabe(a e a descair$Se eu te bei#ar no cantinhoS1 saber6 'uem nos &ir.

E ao acabar estes &ersosFeitos em modo menorCumpre prestar homenagem bebedeira do cantor.

-oda a noite$ toda a noite$-oda a noite sem pensar...-oda a noite sem dormirE sem tudo isso acabar.

Puseste um &aso 2 #anela.Foi sinal ou não foi nada$%u foi p"ra 'ue pense em tiQue te não importas nada7

Eu &i ao longe um na&ioQue tinha uma &ela s1$Ba so5inho no mar...as não me fa5ia d1.

Corre a 6gua pelas calhas;6 segundo a sua lei.Pareces$ &ista de lado$!'uela 'ue te #ulguei.

;6 por olhar para ti /ão #ulgues 'ue é por gostar.Eu gosto muito do sol$E nem o posso fitar.

Viraste)me a cara 'uandoBa a di5er)te$ 2 chegada$Que$ se &oltasses a cara$Que eu não me importa&anada.

/a 'uinta 'ue nunca hou&e=6 um po(o 'ue não h6%nde h6 de ir encontrar 6gua!lguém 'ue te entender6.

Voam débeis e enganadas!s folhas 'ue o &ento toma.3em sei deitamos os dadosas +eus é sue deita a soma.

:ibeirinho$ ribeirinho$Que falas tão de&agar$Ensina)me o teu caminho

+e passar sem dese#ar amar.

+o alto da torre da igre#aV9)se o campo todo em roda.S1 do alto da esperan(aVemos n1s a &ida toda.

+6)me um sorriso a brincar$+6)me uma pala&ra a rir$

Eu me tenho por feli5S1 de te &er e te ou&ir.

-ra5es um len(o apertado /a cabe(a$ e um n1 atr6s.as o 'ue me tra5 cansado4 o n1 'ue nunca se fa5.

Vi)te a di5er um adeus! alguém 'ue se despedia$E 'uase implorei dos céusQue eu partisse 'ual'uer dia.

Eu &oltei)me para tr6sPara &er se te &olta&as.=6 'uem d9 fa&as aos burros$as eles comem as fa&as.

+ei,aste cair no chão% embrulho das 'uei#adas.:iste disso — E por'ue não7! &ida é feita de nadas.

+este)me um cordel comprido

Para atar bem um papel.Fi'uei tão agradecidoQue inda tenho esse cordel.

/o dia de Santo !ntDnio-odos riem sem ra5ão.Em São Aoão e São PedroComo é 'ue todos rirão7

-enho uma pena 'ue escre&e!'uilo 'ue eu sempre sinta.Se é mentira$ escre&e le&e.Se é &erdade$ não tem tinta.

% capilé é baratoE é fresco 'uando h6 calor.Vou sonhar o teu retratoA6 'ue não tenho melhor.

3aila o trigo 'uando h6 &ento3aila por'ue o &ento o toca-ambém baila o pensamentoQuando o cora(ão pro&oca.

Fi5este molhos de flores

Para não dar a ninguém.São como os molhos de



amoresQue foras fa5er a alguém.

Se hou&er alguém 'ue medigaQue disseste bem de mim$Farei uma outra cantiga$

Por'ue esta não é assim.

an#erico$ man#erico$an#erico 'ue te dei$! triste5a com 'ue ficoBnda amanhã a terei.

:is)te de mim7 /ão meimporto.:ir não fa5 mal a ninguém.-eu rir é tão engra(adoQue$ 'uando fa5 mal$ fa5 bem.

%u&es)me sem me entender.Sorris sem ser por'ue falo.4 assim muita mulher.as nem por isso me calo.

Se eu te pudesse di5er% 'ue nunca te direi$-u terias 'ue entender!'uilo 'ue nem eu sei.

3ailaste de noite ao som+e uma m?sica estragada.

3ailar assim s1 é bomQuando a alegria é de nada.

/ão sei 'ue flores te darPara os dias da semana.-ens tanta sombra no olharQue o teu olhar sempreengana.

+escas'uei o camarão$-irei)lhe a cabe(a toda.Quando o amor não tem ra5ão

4 'ue o amor incomoda.

Cabe(a de ouro morti(oCom olhos de a5ul do céu$Quem te ensinou o feiti(o+e me fa5er não ser eu7

São #6 on5e horas da noite.Por'ue te não &ais deitar7Se de nada ser&e &er)te$ais &ale não te fitar.

-iraste o linho da arca$+a arca tiraste o linho.

eu cora(ão tem a marcaQue lhe puseste mansinho.

!o dobrar o guardanapoPara o meteres na argolaFi5este)me conhecerComo um cora(ão se enrola.

Quando eu era pe'ueninoCanta&am para eu dormir.Foram)se o canto e o menino.Sorri)me para eu sentir*

eia &olta$ toda a &olta$uitas &oltas de dan(ar...Quem tem sonhos por escolta

/ão é capa5 de parar.

Fui passear no #ardimSem saber se tinha flores!ssim passeia na &idaQuem tem ou não tem amores.

/o dia em 'ue te casares=ei de te ir &er 2 Bgre#aPara ha&er o sacramento+e amar)te alguém 'ue alieste#a.

Quando apertaste o teu cintoPuseste o cra&o na boca.

/ão sei di5er o 'ue sinto

Quando o 'ue sinto me toca.

-oda a noite ou&i os cãesP"ra manhã ou&i os galos.-riste5a — &em ter conosco.Pra5eres — é ir ach6)los.

+eram)me$ para se rirem$ma corneta de barro$Para eu tocar 2 entrada+o Castelo do +iabo.

Quando te apertei a mão!o modo de assim)assim$Senti o meu cora(ão! perguntar)me por mim.

-inhas um &estido preto /esse dia de alegria...Que certo* Pode pDr luto!'uele 'ue em ti confia.

S1 com um #eito do corpoFeito sem dares por issoFa5es mais mal 'ue o

demDnioEm dias de grande engui(o.

Esse ,aile 'ue arran#aste$Com 'ue pareces mais alta+6 ao teu corpo esse brioQue 2 minha coragem falta.

-em um decote pe'ueno$m ar modesto e tran'Hilo0

as &6)se l6 descobrirCoisa pior do 'ue a'uilo*

-eus olhos poisam no chãoPara não me olhar de frente.-ens &ontade de sorrir%u de rir7 4 tão dif"rente*

Quando passas pela ruaSem reparar em 'uem passa$! alegria é toda tuaE minha toda a desgra(a.

! esmola 'ue te &i dar /ão me deu cren(a nem fé$Pois a 'ue estou a esperar

/ão é esmola 'ue se d9.

Caiu no chão a laran#aE rolou pelo chão fora.Vamos apanh6)la #untos$E o melhor é ser agora.

Quando te &ais a deitar /ão sei se re5as se não.+e&ias sempre re5arE sempre a pedir perdão.

4 limpo o adro da igre#a.4 grande o largo da pra(a.

/ão h6 ninguém 'ue te &e#aQue te não encontre gra(a.

Quando agora me sorristeFoi de contente de eu &ir$%u por'ue me achaste triste$%u #6 esta&as a sorrir7

3oca 'ue o riso desata /uma alegria engra(ada$4s como a prata la&radaQue é mais o la&or 'ue a

prata.

Por cima da saia a5ul=6 uma blusa encarnada$E por cima disso os olhosQue nunca me di5em nada.

Fa5es renda de manhãE fa5es renda ao serão.Se não fa5es senão renda$Que fa5es do cora(ão7

-odos te di5em 'ue és linda.

-odos to di5em a sério.Como o não sabes ainda!gradecer é mistério.

Eu bem sei 'ue me desdenhasas gosto 'ue se#a assim$Que o dendém 'ue por mimtenhasSempre é pensares em mim.

! tua irmã é pe'uena$Quando ti&er tua idade$-ransferirei minha pena%u fico s1 com metade7

Quando me deste os bons dias

+este)mos como a 'ual'uer.ais &ale não di5er nada+o 'ue assim nada di5er.

-enho uma idéia comigo+e 'ue não 'uero falar.Se a idéia fosse um postigoEra pra te &er passar.

!ndorinha 'ue &ais alta$Por'ue não me &ens tra5erQual'uer coisa 'ue me faltaE 'ue te não sei di5er7

-enho um len(o 'ue es'ueceu! 'ue se es'uece de mim.

/ão é dela$ não é meu$ /ão é princ8pio nem fim.

+uas horas &ão passadasSem 'ue te &eia passar.Que coisas mal combinadasQue são amor e esperar*

=ou&e um momento entre n1s

Em 'ue a gente não falou.Auntos$ est6&amos s1s.Que bom é assim estar s1*

@+as flores 'ue h6 pelo campo

% rosmaninho é rei. . . @4 uma &elha cantiga...3em sei$ meu +eus$ bem osei.

% moinho 'ue m1i trigoe,e)o o &ento ou a 6gua$as o 'ue tenho comigoe,e)o apenas a m6goa.

!'uela 'ue tinha pobre! ?nica saia 'ue tinha$Por muitas roupas 'ue dobre

/unca ser6 mais rainha.



-ens uns brincos$ sem &aliaE um len(o 'ue não é nada$as 'uem dera ter o dia+e 'uem és a madrugada.

;oura$ teus olhos de céu-9m um a5ul 'ue é fatal..3em sei Foi +eus 'ue tosdeu.as então +eus fe5 o mal7

Vai alta sobre a montanhama nu&em sem ra5ão.eu cora(ão acompanha% não teres cora(ão.

+i5em 'ue as flores são todasPala&ras 'ue a terra di5.

/ão me falas incomodas.

Falas sou menos feli5.+uas &e5es #urei ser% 'ue #ulgo 'ue sou$S1 para desconhecerQue não sei para onde &ou.

% pescador do mar altoVem contente de pescar.Se prometo$ sempre falto:eceio não agradar.

-odos l6 &ão para a festa

Com um grande a5ul de céu. /ada resta$ nada resta...:esta sim$ 'ue resta eu.

!ndei so5inho na praia!ndei na praia a pensar

/o #eito da tua saiaQuando l6 esti&este a andar.

%nda 'ue &ens e 'ue &aisar 'ue &ais e depois &ens$A6 não sei se tu me atrais$E$ se me$ atrais$ se me tens.

Quando h6 m?sica$ pareceQue dormes$ e assim te calas$as se a m?sica falece$!cordo$ e não me falas.

-ra5es uma cru5 no peito. /ão sei se é por de&o(ão.!ntes ti&esses o #eito+e ter l6 um cora(ão.

% guardanapo dobradoQuer di5er 'ue se não &olta.

-enho o cora(ão atadoV9 se a tua mão mo solta.

@ tua porta est6 lama.

eu amor$ 'uem na faria7@4 assim a &elha cantigaQue como tu principia.

enina de saia pretaE de blusa de outra cor$Que é feito da'uela setaQue atirei ao meu amor7

;a&as a roupa na selhaCom um &agar apressado$E o brinco na tua orelha!companha o teu cuidado.

+uas &e5es te falei+e 'ue te iria falar.Quatro &e5es te encontreiSem pala&ra p"ra te dar.

Velha cadeira dei,ada

/o canto da casa antigaQuem dera &er l6 sentadaQual'uer alma minha amiga.

-ra5es a bilha 2 cabe(aComo se ela não hou&esse.!ndas sem pressa depressaComo se eu l6 não esti&esse.

-ra5es um manto compridoQue não é ,aile a &aler.Eu trago em ti o sentidoE não sei 'ue hei de di5er.

%lhas para mim 2s &e5esComo 'uem sabe 'uem sou.+epois passam dias$ meses$Sem 'ue &6s por onde &ou.

Quando tiraste da cesta%s figos 'ue prometesteFoi em mim dia de festa$as foi a todos 'ue os deste.

!'uela 'ue mora aliE 'ue ali est6 2 #anela

Se um dia morar a'uiSe calhar não ser6 ela.

as 'ue grande disparate4 o 'ue penso e o 'ue sinto.eu cora(ão bate$ bateE se sonho minto$ minto.

Puseste por brincadeira! touca da tua irmã.< corpo de bailadeira$-oda a noite tem manhã.

+i5es)me 'ue nunca sonhasE 'ue dormes sempre a fio.Quais são as coisas risonhasQue sonhas por desfastio7

% teu carrinho de linha:olou pelo chão ca8do.!panhei)o e dei)to e tinhaS1 em ti o meu sentido.

! &ida é um hospital%nde 'uase tudo falta.Por isso ninguém te curaE morrer é 'ue é ter alta.

Que tenho o cora(ão preto+i5es tu$ e inda te alegras.Eu bem sei 'ue o tenho pretoEst6 preto de n1doas negras.

/a praia de onte Gordo.eu amor$ te conheci.Por ter estado em onteGordo

4 'ue assim emagreci.Saudades$ s1 portuguesesConseguem senti)las bem.Por'ue t9m essa pala&raPara di5er 'ue as t9m.

@au$ aria*@ — tu dissesteQuando a tran(a te ca8a.Qual @au$ aria@$ aria*@6 aria@" @6 aria*@

Era #6 de madrugada

E eu acordei sem ra5ão$Senti a &ida pesada.Pesado era o cora(ão.

3oca de romã perfeitaQuando a abres p"ra comer.Que feiti(o é 'ue me espreitaQuando ris s1 de me &er7

-enho um segredo comigoQue me fa5 sempre cismar$4 se 'uero estar contigo%u 'uero contigo estar.

-ra5es #6 a'uele cintoQue compraste no outro dia.Eui trago o 'ue sempre sintoE 'ue é contigo$ aria.

-eu olhar não tem remorsos /ão é por não ter 'ue os ter.4 por'ue ho#e não é ontemE &i&er é s1 es'uecer.

+isseste)me 'uase rindo@Conhe(o)te muito bem*@

+ito por 'uem me não 'uer.-em muita gra(a$ não tem7

Fica o cora(ão pesado

Com o choro 'ue chorei.4 um ficar engra(ado% ficar com o 'ue dei. . .

Este é o riso da'uelaEm 'ue não se reparou.Quando a gente se acautelaV9 'ue não se acautelou.

-ens &ontade de comprar% 'ue &9s s1 por'ue o &iste.S1 a tenho de chorarPor'ue s1 compro o ser triste.

3aila em teu pulso delgadoma pulseira 'ue herdaste...Se amar alguém é pecado.4s santa$ nunca pecaste.

-eus olhos 'uerem di5er

!'uilo 'ue se não di5...-enho muito 'ue fa5er.Que se#as muito feli5.

gua 'ue passa e canta4 6gua 'ue fa5 dormir...Sonhar é coisa 'ue encanta$Pensar é #6 não sentir.

+este)me um adeus antigo maneira de eu não serais 'ue o amigo do amigoQue ha&ia de poder ter.

;inda noite a desta lua.;indo luar o 'ue est6! fa5er sombra na rua.Por onde ela não &ir6.

% papagaio do pa(o /ão fala&a — assobia&a.Sabia bem 'ue a &erdade

/ão é coisa de pala&ra.

Puseste a mantilha negraQue h6s de tirar ao &oltar.

! 'ue me puseste na alma /ão tiras. as dei,a)a estar*

-ra5es os brincos compridos$!'ueles brincos 'ue sãoComo as saudades 'ue temos! pender do cora(ão.

+ei,aste cair a ligaPor'ue não esta&a apertada...Por muito 'ue a gente diga! gente nunca di5 nada.

/ão h6 &erdade na &idaQue se não diga a mentir.=6 'uem apresse a subidaPara descer a sorrir.



/o dia de S. Aoão=6 fogueiras e folias.

Go5am uns e outros não$-al 'ual como os outros dias.

Santo !ntDnio de ;isboaEra um grande pregador$

as é por ser Santo !ntDnioQue as mo(as lhe t9m amor.

fernando pessoa - quadras ao gosto popular

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