fernando pessoa ortónimo
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PORTUGUÊS 12º ANO
FERNANDO PESSOA ORTÓNIMO
Lê o seguinte poema:
Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta e ceifa, e a sua voz, cheia
De alegre e anónima viuvez,
Ondula como um canto de ave
No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar.
Ouvi-la alegra e entristece,
Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
Mais razões p’ra cantar que a vida.
Ah, canta, canta sem razão!
O que em mim sente, ‘stá pensando.
Derrama no meu coração
A tua incerta voz ondeando!
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PORTUGUÊS 12º ANO
Ah, poder ser tu, sendo eu!
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso! Ó céu!
Ó campo! Ó canção! A ciência
Pesa tanto e a vida é tão breve!
Entrai por mim dentro!
Tornai minha alma a vossa sombra leve!
Depois, levando-me, passai!
Responde às questões que se seguem:
GRUPO I
1. No verso “O que em mim sente, ‘stá pensando” aborda-se:
a) a dialética sinceridade/fingimento
b) a dicotomia pensar/sentir
c) o papel razão/coração
d) a oposição infância/idade adulta
2. Neste poema, o sujeito poético começa por nos apresentar uma figura feminina.
2.1. Caracteriza-a.
3. Explica os efeitos produzidos, no sujeito poético, pelo canto da ceifeira.
4. Indica três figuras de estilo presentes nas duas primeiras quadras.
5. Relê a quinta estrofe.
5.1. Identifica o desejo expresso pelo sujeito e explicita as razões que estiveram na sua origem.
6. Delimita o texto em partes lógicas, fundamentando a tua resposta.
7. Transcreve o verso que melhor ilustra a temática a dor de pensar.
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PORTUGUÊS 12º ANO
GRUPO II
1. Identifica as afirmações verdadeiras (V) e as afirmações falsas (F), corrigindo as falsas.
No verso “Ela canta, pobre ceifeira, /Julgando-se feliz talvez”, “pobre ceifeira” desempenha a função sintática de vocativo.No verso “Entrai por mim dentro”, o verbo está no imperativo.No verso “Ah! Poder ser tu, sendo eu”, “Ah” é um pronome pessoal.O sujeito do verso cujo predicado é “ondula” é “ceifeira”.O sujeito do verso cujo predicado é “ondula” é “voz”.Na expressão “pobre ceifeira”, “pobre” é um adjetivo.
GRUPO III
“Tudo o que faço ou medito
Fica sempre na metade.
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.”
Fernando Pessoa
Partindo dos versos transcritos, num texto de 100 a 200 palavras, discute a temática querer/fazer.
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PORTUGUÊS 12º ANO
Lê o seguinte poema:
Guia-me a só a razão.
Não me deram mais guia.
Alumia-me em vão?
Só ela me alumia.
Tivesse quem criou
O mundo desejado
Que eu fosse outro que sou,
Ter-me-ia outro criado.
Deu-me olhos para ver.
Olho, vejo, acredito.
Como ousarei dizer:
«Cego, fora eu bendito»?
Como olhar, a razão
Deus me deu, para ver
Para além da visão
Olhar de conhecer.
Se ver é enganar-me,
Pensar um descaminho,
Não sei. Deus os quis dar-me
Por verdade e caminho.
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PORTUGUÊS 12º ANO
Responde às questões que se seguem:
GRUPO I
1. Neste poema, está presente:
a) a dialética sinceridade/fingimento
b) a dicotomia pensar/sentir
c) o papel razão/coração
d) a oposição infância/idade adulta
2. Determina a imagem que o eu poético faz de si próprio.
3. Explicita o papel da razão ao longo do poema.
4. Explica a gradação presente no verso “Olho, vejo, acredito”.
5. Que significado assume a questão retórica do verso “Cego, fora eu bendito?” no contexto global do poema?
6. Há um tom fatalista que percorre o poema. Explica-o.
GRUPO II
1. Identifica as afirmações verdadeiras (V) e as afirmações falsas (F), corrigindo as falsas.
No verso “Guia-me a só razão”, “a só razão” desempenha a função sintática de complemento direto.A forma verbal “Ter-me-ia” está no presente do indicativo.No verso “Tivesse quem criou”, “quem” é um pronome relativo.O verso “Cego, fora eu bendito?” é uma frase de tipo interrogativo.No verso “Deus os quis dar-me”, “os” é um pronome pessoal com função de sujeito.No verso “Tivesse quem criou”, a função sintática de “quem” é sujeito.
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PORTUGUÊS 12º ANO
Lê o seguinte poema:
Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto,
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
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PORTUGUÊS 12º ANO
Responde às questões que se seguem:
GRUPO I
1. Neste poema, está presente:
a) a dialética sinceridade/fingimento
b) a dicotomia pensar/sentir
c) o papel razão/coração
d) a oposição infância/idade adulta
e) a oposição passado/presente
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