fe_mÉtodo dos rÁcios[10]

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10. MTODO DOS RCIOS

Autoria: ACGesto

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1.IntroduoPara exprimir as diferentes dimenses da situao econmico-financeira da empresa pode recorrer-se elaborao de rcios*. Os rcios como o nome indica, expressam uma relao entre duas grandezas e obtm-se dividindo um valor pelo outro. O objectivo dos rcios conseguir uma informao distinta e complementar da informao contida nos valores absolutos e com evidente utilidade para a anlise patrimonial, econmica e financeira da empresa. A sua formulao deve obedecer a critrios de relevncia (cingindo-se aos que proporcionam informao til) e de relacionamento (as magnitudes devem relacionar-se caso contrrio a informao carece de sentido). Os rcios podem relacionar entre si dados quantificados do Balano, da Demonstrao de Resultados ou dados da Demonstrao de Resultados e do Balano. Podem, evidentemente, formular-se muitos rcios, desde que criteriosamente escolhidos, com significado e no redundantes, embora no sejam necessrios muitos para fundamentar um diagnstico econmico-financeiro. prefervel optar por um nmero no muito extenso de rcios, com suficiente contedo informativo, susceptveis de uma interpretao adequada, e desde que observados, com ateno, os factores de potencial enviesamento (fiabilidade das Demonstraes Financeiras, polticas de amortizao, correlao entre dados...). Tambm desaconselhvel fixar a priori valores padro para os rcios. So muitos os factores que intervm numa anlise/avaliao da empresa e corre-se o risco duma interpretao errada da situao ou da sua evoluo. A anlise dos rcios pode ser Esttica, quando compara rcios de uma empresa num dado momento com os de outra empresa ou com a mdia do sector, ou ser Dinmica, quando considera o factor tempo e analisa a evoluo dos rcios de uma empresa ao longo de vrios perodos. As comparaes no tempo podem efectuar-se confrontando o mesmo conjunto de rcios formulado em diferentes e sucessivos perodos o que permite induzir evolues. Um segundo tipo de comparaes so interempresariais, nomeadamente, com referncia s empresas concorrentes, a rcios mdios do sector ou ainda a rcios padro. Este tipo de comparaes se bem que interessante, pressupe a necessidade de se dispor de fontes estatsticas fiveis. Autoria: ACGesto (*) O termo rcio o mais adequado (ver Rogrio Fernandes Ferreira)

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2.Multiplicidade de IndicadoresTal como j foi referido, podem-se construir inmeros rcios, da decorrendo a necessidade de os organizar de uma forma til e compreensvel. No existindo uma normalizao quanto aos rcios que devem integrar cada classe, optou-se por uma classificao simplesmente indicativa e que abrange os grupos seguintes: - Rcios de Actividade (Econmicos) - Rcios de Rendibilidade (Econmicos) - Rcios de Funcionamento - Rcios de Estrutura ou Endividamento (Financeiros) - Rcios de Liquidez (Financeiros) - Rcios Baseados no Mercado Estes rcios podem ser apresentados sob uma forma simples ou multiplicados por 100.

Autoria: ACGesto

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3.Rcios de ActividadeMedem variveis associadas ao Desempenho Econmico da Empresa. Taxa de Variao das Vendas:

Este rcio permite aferir sobre o aumento ou reduo da actividade. D uma primeira perspectiva da evoluo da empresa em termos de recesso, estagnao, crescimento ou forte expanso. Outros rcios de Actividade: Taxa de Variao do Resultado Bruto, Taxa de Crescimento da Produo, Taxa de Valor Acrescentado, etc.

Autoria: ACGesto

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4.Rcios de RendibilidadeSo utilizados para determinar a eficincia com que a empresa est a utilizar os seus activos. Revelam aspectos da situao econmica e relacionam resultados com a actividade que os gera, ou resultados com os capitais investidos e que tornaram possvel a actividade. Para exprimir cada uma destas perspectivas podem construir-se diferentes rcios com significados prximos. Ser de referir que alguns rcios de rendibilidade podem suscitar problemas de interpretao devido heterogeneidade monetria dos seus elementos (unidades monetrias recentes versus unidades monetrias de perodos anteriores). A anlise de rendibilidade pode ser efectuada segundo duas pticas fundamentais: Rendibilidade da Actividade ou Negcio e Rendibilidade dos Capitais Investidos. Ambas as perspectivas reflectem a capacidade que a empresa tem de gerar resultados.

4.1. Rcios de Rendibilidade do Negcio:Rendibilidade Bruta das Vendas:

RB Vendas

Mede a capacidade da empresa em gerar resultados a partir da sua actividade ou das suas vendas. A margem bruta (diferena entre vendas e custo das vendas) reflecte a percentagem das vendas e prestao de servios que sobra para cobertura dos restantes custos.Autoria: ACGesto 5

Quanto maior fr este indicador, potencialmente melhor a condio econmica da Empresa. Conclui sobre a margem de comercializao praticada nas Vendas e reflecte a poltica de preos seguida.

Rendibilidade Operacional das Vendas:Mede a percentagem das vendas que resta depois de cobertos todos os custos de explorao, incluindo provises e amortizaes. Reflecte a poltica de preos, os custos do processo produtivo e a eficincia da utilizao dos factores.

Rendibilidade Lquida das Vendas:

RL Vendas

Mede a Rendibilidade que tem a empresa depois de serem pagos todos os custos, encargos financeiros e impostos. Este rcio pode misturar a eficincia das vendas para criar valor com os efeitos do financiamento e da poltica fiscal. Para se interpretar a rendibilidade da explorao pode ser til complementar esta anlise com indicadores de rendibilidade decompostos pelo mtodo multiplicativo ou aditivo.Autoria: ACGesto 6

4.2.Rcios de Rendibilidade dos Capitais InvestidosComo j foi referido nos Rcios Econmicos associados s vendas, tambm interessa relacionar os Resultados Obtidos com os Capitais Investidos nessa Actividade ou Projecto. De facto, a Rendibilidade dos Investimentos um dos conceitos mais importantes nas Finanas Empresariais. Formulam-se ento indicadores de desempenho econmico e financeiro dos capitais investidos na empresa, a saber:

Rendibilidade do Activo Total ( ROA - Return On Assets ):ou

So, normalmente, utilizados dois indicadores: um expressa no numerador os resultados antes de encargos financeiros e impostos, enquanto o outro utiliza os resultados lquidos. um indicador que avalia o desempenho dos Capitais Totais prprios e alheios investidos na empresa. independente da forma como financiado o activo e isso torna-o interessante e til na comparao inter-empresas. Exprime desta forma a rendibilidade do conjunto de recursos postos disposio da empresa.Autoria: ACGesto 7

A Rendibilidade do Activo Total uma medida da eficincia operacional da totalidade do negcio. Parece, portanto, natural que, no seu clculo, o numerador inclua o resultado antes de juros e impostos (RAIEF) ou mesmo antes de amortizaes e provises. Optar no numerador pelo resultado lquido torna a informao bastante mais pobre. Apesar deste ltimo ser muito utilizado, o primeiro permite separar os resultados da actividade dos impactos associados ao financiamento. Ao utilizar no seu clculo os Proveitos Totais, os Custos Totais e os Activos utilizados torna-se um indicador completo do desempenho da Empresa. Este indicador, para alm da utilidade j referida, tem importncia, quando comparado com o custo do capital alheio, para aferir se um aumento do endividamento potencia a melhoria da rendibilidade dos capitais prprios.

Autoria: ACGesto

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Rendibilidade dos Capitais Prprios (ROE Return OnEquity) :

Mede a capacidade da Empresa gerar lucros a partir dos capitais investidos pelos accionistas e permite a sua comparao com a rendibilidade do mercado e o custo da dvida. por isso que os capitais prprios figuram no denominador e podem referir-se ao incio do exerccio ou a uma mdia se ocorrem alteraes significativas do capital durante o exerccio. No numerador, habitual figurar o resultado lquido com todos os inconvenientes metodolgicos que lhe esto associados. No intuito de eliminar alguns destes inconvenientes h analistas que retiram os resultados extraordinrios ou at mesmo optarem por grandezas que permitam eliminar as prticas das amortizaes. Da a necessidade duma interpretao prudente deste rcio. Tambm neste caso o rcio pode ser decomposto no produto de outros rcios ( anlise Dupont ) permitindo pr em evidncia a relao existente entre a rendibilidade dos capitais prprios e a margem lquida, a rotao dos activos e o grau de endividamento da empresa:RL RL Vendas ActivoTotal = Capitais Pr prios Vendas ActivoTotal Capitais Pr prios

Este rcio (ROE), considerado por muitos, o mais importante em Finanas, pois mede a rendibilidade entregue aos accionistas. Deste modo, um bom desempenho, eleva o valor das aces e torna fcil atrair novos fundos que permitiro empresa crescer.Autoria: ACGesto 9

5. Rcios de FuncionamentoAjudam a explicar os impactos financeiros das decises da gesto ao nvel do ciclo de explorao, isto , permitem aferir com maior preciso a eficincia da utilizao dos recursos disponveis pela empresa. Por exemplo, relativamente evidente a relao que existe entre o processo produtivo associado com a actividade da empresa e a composio da sua estrutura de capitais circulantes. Por regra estes indicadores so apresentados sob medida temporal (por exemplo dias ou meses) ou nmero de rotaes (quanto maior o nmero de vezes que a componente do activo cabe no volume de vendas ou compras maior a eficcia da gesto dos capitais investidos no negcio). So rcios que ao incluir a varivel tempo de forma explcita, apresentam um carcter dinmico. Dividindo os 365 dias do ano pelo nmero de rotaes, obtm-se facilmente o nmero de dias que em mdia necessita uma rotao (denominado perodo de rotao). Os perodos mdios de rotao dos clientes, existncias/stocks e activo circulante constituem indicadores do grau de liquidez do mesmo modo que o prazo mdio de pagamento a fornecedores constitui um indicador do grau de exigibilidade.

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5.1. Prazo Mdio de Recebimentos (PMR):

Clientes

n 1

+ Clientesn 365ou12

2 Vendas + Servios

O PMR indica o perodo mdio (em dias ou meses) que decorre entre o momento das vendas ou da prestao de servios e o dos recebimentos. Isto tem a ver com a poltica de crdito e com a eficcia das cobranas. Traduzindo este rcio como o perodo mdio para os clientes saldarem as dvidas, ento quanto menos tempo melhor (mais baixo o rcio). No PMR aconselhvel utilizar preferencialmente saldos mdios anuais (podem ser deduzidos de eventuais adiantamentos de clientes). Ambos os membros do rcio devem incluir o IVA.

Rotao de Clientes ( o indicador inverso):

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5.2. Prazo Mdio de Pagamentos (PMP):

Fornecedores

n 1

+ Fornecedoresn 365ou12

2 Compras + FSE

O PMP indica qual o perodo mdio (em dias ou meses) que decorre entre o momento da compra e o momento do pagamento aos fornecedores. Portanto, expressa a mdia (em dias ou meses) que a empresa leva a pagar as dvidas. Ao saldo de fornecedores retiram-se eventuais adiantamentos efectuados a fornecedores. As compras e os FSE devem ser majorados do IVA dedutvel. A leitura deste rcio deve ser feita no enquadramento de cada caso. Por exemplo, um aumento do PMP pode significar dificuldades de tesouraria ou capacidade acrescida de negociar com fornecedores. Tal como a reduo dos PMP pode significar perda de capacidade negocial.

Rotao Fornecedores (indicador inverso):

Autoria: ACGesto

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5.3. Prazo Mdio Existncias (PME):

Exprime o tempo mdio de permanncia das existncias em armazm. subdivisvel em Prazo Mdio de Permanncia das Matrias Primas, Prazo Mdio de Permanncia dos Produtos Acabados e Prazo Mdio de Permanncia das Mercadorias. um indicador importante para efeitos do aprovisionamento e da gesto do ciclo de explorao. Rotao de Existncias (RE): Em vez da anlise do PME frequente articular este rcio com a rotao de existncias que o rcio inverso:

Indica o nmero de vezes que as existncias em armazm tm de rodar durante o ano, isto , quantas vezes o stock renovado nesse perodo. Por exemplo, um prazo mdio de existncias de 30 dias dar uma rotao de existncias de 12 durante o ano. Uma elevada rotatividade sinnimo de boa eficincia na gesto de existncias, embora haja o risco potencial de rupturas frequentes nos armazns e insatisfao dos clientes.

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5.4. Ciclo de TesourariaO ciclo de tesouraria est estritamente relacionado com estes ltimos indicadores. Com efeito, o Ciclo de Explorao (que, como vimos anteriormente, decorre sucessivamente entre a aquisio de bens, a sua transformao ou no, a sua stockagem e posterior venda), deduzido do PMP e acrescido do PMR igual ao ciclo de tesouraria. Desta forma, o clculo do Ciclo de Caixa ou Tesouraria dado por: PMR + PME PMP. De igual forma, os rcios de rotao so importantes para a anlise das Necessidades de Fundo de Maneio (NFM). Representa, no caso de ser positivo, o nmero de dias de compras que a empresa necessitar de financiar. Claro est que, quanto menor for o ciclo de caixa, menores sero as necessidades de financiamento. Em regra as empresas industriais tendem a ter ciclos de explorao mais prolongados que as empresas comerciais. A sua anlise depende fortemente do sector de actividade onde a empresa se insere. Quanto menor for o ciclo de tesouraria menos recursos tm de estar afectos explorao e portanto maior o potencial de rotatividade e gerao de riqueza.

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5.5. Rotao do Activo (tambm pode ser lido como rcio derendibilidade):

Vendas Activo

Indica o grau de utilizao (intensidade) dos Activos da Empresa ou o grau de rotatividade do negcio. Preferencialmente em vez de utilizar o valor do activo no final do ano utiliza-se o valor mdio anual do activo; Este rcio conjuga aspectos associados ao nvel de actividade com a utilizao dos activos. Um valor elevado traduz uma elevada rotatividade e uma maior rotatividade significa maior potencial de gerao de rendimentos ao nvel dos activos utilizados. Portanto, quanto maior o valor deste rcio, melhor a gesto dos activos da empresa. Um valor baixo exprime uma subutilizao de factores ou uma rotatividade lenta. A natureza da actividade da empresa e o sector em que se insere condicionam a estrutura do activo e as margens obtidas. E da algum cuidado com as comparaes. Tambm as polticas de amortizaes e reavaliaes do imobilizado tero impacto neste rcio.Autoria: ACGesto 15

6. Rcios de Endividamento e LiquidezO balano o suporte privilegiado do estudo do equilbrio financeiro da empresa (ou do risco de desequilbrio). Este equilbrio pode ser entendido como um equilbrio funcional entre as aplicaes e os recursos, que tenha em conta o destino das primeiras e a estabilidade dos segundos. Esta anlise em termos funcionais j foi tratada nos captulos precedentes. Mas e de forma complementar, deve ser feita uma anlise em termos de liquidez e exigibilidade sendo fundamental para esta anlise a formulao e interpretao dos diversos rcios de endividamento, estrutura e liquidez. 6.1. Rcios de Endividamento e Estrutura Financeira: Tambm designados rcios financeiros traduzem os aspectos estritamente financeiros, nomeadamente, a mdio e longo prazo tais como a estrutura financeira, o endividamento, a solvabilidade ou a autonomia financeira. O risco de desequilbrio financeiro depende da dimenso e da estrutura do endividamento. Ora estes rcios mostram o grau de endividamento da empresa e, portanto, mensuram em que medida os activos so financiados por capitais prprios ou alheios.

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Debt to Equity Ratio ( ou rcio de estrutura financeira) :

Indica o grau de financiamento da empresa por capitais alheios. Se este indicador for prximo de um significa equilbrio entre capitais prprios e alheios; Se maior do que um traduz um endividamento elevado (e menor solidez financeira da empresa) e se se aproxima de zero as origens do capital so, sobretudo, capital prprio. por conseguinte um rcio da estrutura de capitais da empresa.

Rcio de Endividamento Global:

PassivoTotal ActivoTotal

Este indicador apura a extenso com que a empresa utiliza capital alheio no financiamento das suas actividades. O Resultado deste indicador varia entre 0 e 1 (prximo de 1 revela uma empresa fortemente endividada). Limitaes do rcio: no atende s diferenas entre empresas quanto s suas capacidades de gerar fundos para solver compromissos. A empresa tem vantagem em ter endividamento at ao limite dentro do qual o mercado lhe reconhece que tem capacidade para cumprir (limite de saturao da capacidade de endividamento).

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Estes rcios podem ser aprofundados com recurso a outros rcios que indicam o peso dos capitais alheios de curto ou longo prazo no endividamento total (maturidade do passivo).

Estrutura de Endividamento

:

PassivoCP PassivoTotal

Este rcio determina a proporo que se utiliza de financiamento alheio de curto prazo no total dos recursos alheios. Esta realidade pode ser tambm analisada pelo rcio,

Debt to Equity de Estrutura : um indicador do endividamento a mdio e longo prazo. Em termos evolutivos, permite aferir as alteraes ao longo do tempo da estrutura de financiamento alheio utilizada pela empresa. Segundo alguns autores, este rcio no deve ser superior ao montante dos capitais prprios.Autoria: ACGesto 18

Uma empresa est solvente do ponto de vista econmico quando apresenta uma situao patrimonial que garanta o seu passivo e quando apresenta expectativas de resultados que garantam a sua sobrevivncia futura. A insolvncia econmica termina sempre em insolvncia financeira, isto , na incapacidade da empresa em fazer face s suas responsabilidades correntes. Os rcios seguintes permitem uma melhor compreenso deste tema: Rcio de Solvabilidade : As concluses vo no sentido acima referido e na interpretao inversa ao dos rcios de endividamento. Uma empresa solvente a longo prazo no implica necessariamente que o seja a curto prazo. Rcio de Solvabilidade Total ( ou grau de cobertura do activo pelo passivo ): ActivoTotal

PassivoTotalIndica a garantia oferecida pela empresa ao capital alheio ou passivo. A empresa ser tanto mais solvente quanto maior o valor deste rcio. No caso do rcio ser inferior a um, isso traduz uma situao de falncia tcnica (o que no implica necessariamente a incapacidade de liquidar as responsabilidades correntes ou a suspenso dos pagamentos).Autoria: ACGesto 19

A Autonomia Financeira um indicador complementar do rcio de endividamento. Dois rcios sugeridos:

Rcio de Autonomia Financeira:Este indicador informa sobre a parcela dos activos que financiada pelos

capitais prprios.

Rcio de Autonomia Financeira Alargada :

Quanto maior for o rcio, maior a capacidade da empresa em recorrer a capital alheio e menor o risco de insolvncia a prazo. , portanto, um indcio de solidez financeira. No existem valores definidos para uma AF apropriada (e tambm depende dos sectores de actividade). aceite que uma AF inferior a 20% corresponde a uma exposio excessiva a capitais alheios. O equilbrio financeiro condio fundamental para a manuteno de uma autonomia financeira adequada.

Autoria: ACGesto

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6.2 Rcios de CoberturaRcio de Capacidade de Reembolso Total / Prazo de Recuperao da Dvida (Anos):

PassivoFinanceiro AutofinanciamentoEstabelece em termos temporais quantos anos com o actual nvel de gerao de resultados (RL+Amort.+Provises), sero necessrios para reembolsar a dvida actual. Rcio de Cobertura dos Encargos Financeiros:

Mede o grau com que a explorao/actividade operacional da empresa consegue cobrir os encargos financeiros. Portanto conclui sobre a capacidade da empresa gerar meios suficientes para fazer face ao pagamento dos encargos financeiros. O Resultado Operacional pode ser adicionado das Amortizaes e Provises. Rcio de Cobertura do Servio da Dvida:

Inclui no apenas os encargos financeiros mas tambm as amortizaes de capital.Autoria: ACGesto 21

Rcio =

CapitalemDvida EBITDA

Significa o nmero de anos que cada empresa precisa para pagar a totalidade da dvida se pudesse utilizar a totalidade dos EBITDA nessa finalidade. Cada sector pode apresentar um valor padro para este Rcio. A empresa est em equilbrio se tem condies para mesmo em situaes conjunturais baixas gerar dinheiro suficiente para pagar os compromissos futuros com a dvida e os juros. Nota: EBITDA=Res.Oper.+Amortizaes+Provises

Autoria: ACGesto

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6.3. Rcios de Liquidez (equilbrio financeiro)Estes rcios avaliam a facilidade com que a empresa pode aceder s disponibilidades. A liquidez permite concluir sobre a capacidade da empresa em solver as responsabilidades a curto prazo, isto , com activos relativamente lquidos. Uma empresa solvente no curto prazo quando capaz de fazer face aos pagamentos que derivam de seu ciclo de explorao. Existindo liquidez, existe equilbrio financeiro de curto prazo. habitual referirem-se trs rcios ou indicadores de liquidez: Rcio de Liquidez Geral:

O clculo deste rcio, tal como o do fundo de maneio, assenta na hiptese arriscada segundo a qual as existncias podem ser liquidadas a tempo de satisfazer as dvidas a curto prazo. Este indicador estabelece a relao existente na estrutura patrimonial circulante entre investimentos e financiamentos. Corresponde ao fundo de maneio patrimonial (activos de curto prazo dbitos de curto prazo) que no deve ser confundido com o fundo de maneio funcional cujo clculo e significado so profundamente diferentes. O seu valor ser funo do processo desenvolvido com a actividade da empresa que determina a estrutura do circulante. No se pode fixar um valor de referncia vlido para todas as empresas embora haja quem convencione que o valor apurado deva, preferencialmente, ser superior a um. Uma limitao visvel deste indicador que no faz distino entre os diferentes tipos de activos circulantes e que so bastante heterogneos entre si. Por exemplo, uma empresa pode estar a ficar com problemas de tesouraria e ter um forte rcio de liquidez geral.Autoria: ACGesto 23

Assim muitos analistas preferem optar pelo rcio de liquidez reduzida cujo numerador apenas inclui crditos e disponibilidades (designado activo manevel).

Liquidez Reduzida:

De facto, este quick ratio admite que as existncias no podem ser transformadas de imediato ( portanto, mais conservador que o anterior) e exclui do numerador o activo circulante de menor liquidez. A interpretao deste rcio deve ser cautelosa: um valor significativamente inferior a um tanto pode querer dizer que a empresa mostra dificuldades de pagamento actuais ou futuras como pode querer dizer que sabe gerir bem a tesouraria e evita a liquidez intil e dispendiosa. Portanto, h que atender s caractersticas de cada empresa e sua poltica de recebimentos e pagamentos.Autoria: ACGesto 24

Subsiste ainda um Rcio de Liquidez Imediata:

Mede a capacidade da empresa solver os seus compromissos de curto prazo com as disponibilidades existentes. A sua utilidade prtica reduzida, nomeadamente, porque as empresas evitam tesourarias activas pois a remunerao que obtm significativamente inferior ao custo do financiamento. Desta forma o seu valor tender para valores prximos de zero. Limitaes dos rcios anteriores: so estticos e permitem maquilhar as contas num dado momento.Para superar este inconveniente um rcio do tipo Fundo de Maneio sobre Vendas pode responder em certa medida a esta objeco. Contudo, uma anlise da liquidez mais consistente deve assentar no estudo dos fluxos de caixa.

Autoria: ACGesto

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6.4. Rcios de TesourariaSo obtidos a partir da Demonstrao dos Fluxos de Caixa ou do Mapa de Tesouraria cujo objectivo salientar os recebimentos e pagamentos realizados no perodo. Permitem detectar as necessidades de tesouraria e os potenciais riscos (a partir dos fluxos de actividades operacionais, de investimento e financiamento).

Avalia em que medida a empresa tem capacidade para pagar os investimentos a partir dos fluxos de actividades operacionais (aps cobertura de dividendos e juros) e dos recebimentos das actividades de investimento.

Autoria: ACGesto

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Avalia se as origens externas de Fundos, aumentos de capital e novos emprstimos, so canalizadas e so suficientes para pagamento de investimentos de expanso e para o reembolso de emprstimos.

Autoria: ACGesto

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7.Rcios Baseados no MercadoTambm designados rcios bolsistas, oferecem informao que conjuga grandezas retiradas das demonstraes financeiras das empresas cotadas com a capitalizao bolsista dessas empresas. Os rcios bolsistas mais usuais so: Price Earning Ratio (PER): Exprime o preo que o mercado paga por cada unidade monetria de resultados que a empresa obtm. Este indicador tambm pode ser expresso em termos globais, sendo igual capitalizao bolsista da empresa dividida pelo seu resultado lquido. Trata-se de um indicador muito utilizado na avaliao de empresas e reflecte o juzo que o mercado faz da gesto da empresa. Rendibilidade Bolsista: Este rcio, que o inverso do PER, uma medida da rendibilidade bolsista da empresa. Payout Ratio : Este indicador evidencia a parte dos resultados que distribuda aos accionistas sob a forma de dividendos (poltica de dividendos seguida pela empresa). Em regra as empresas com melhores resultados distribuem mais dividendos. Market to Book Ratio: Este rcio compara o valor de mercado com o valor contabilstico. um rcio til pois afere o valor criado para o accionista. Earning per Share (EPS): Trata-se de um rcio que expressa o resultado lquido por aco. A sua interpretao deve ser cuidadosa pois depende do valor nominal das aces. Autoria: ACGesto 28

8. ConclusoEm concluso, e tal como foi possvel observar ao longo deste captulo, a utilizao de rcios simples e fornece boas informaes, sintticas e objectivas, sobre a actividade, a estrutura e o desempenho da gesto das empresas, desde que criteriosamente seleccionados e comparados de forma vlida. De facto, e no obstante a sua importncia como instrumento para a interpretao e anlise das contas das empresas, esta metodologia de anlise apresenta limitaes que implicam alguns cuidados no tratamento da informao disponibilizada, evitando-se desta forma concluses distorcidas. Exemplos de cuidados a ter: informao passada versus futura, no considerao do risco operacional e financeiro, custos histricos versus inflao, valores de final de ano versus situao mdia, distores contabilsticas, etc..Autoria: ACGesto 29