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Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais Serviço Nacional de Aprendizagem Rural AR-MG FAEMG I SENAR Ano 1 - Número 1 - Novembro/Dezembro 2013 FLOR DAS GERAIS | Empresa alia tradição e qualidade em Felixlândia CONSÓRCIO | Criatividade marca reuniões mensais do GQC CÓDIGO FLORESTAL MINEIRO Produção e preservação Daniel Mansur

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Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais ■ Serviço Nacional de Aprendizagem Rural AR-MG

FAEMGISENARAno 1 - Número 1 - Novembro/Dezembro 2013

FLOR DAS GERAIS | Empresaalia tradição e qualidadeem Felixlândia

CONSÓRCIO | Criatividademarca reuniões mensaisdo GQC

CÓDIGO FLORESTAL MINEIRO

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Cidadescitadas nestaedição

FAEMG PRESIDENTE Roberto Simões VICE-PRESIDENTES Afonso Luiz Bretas, Alberto Adhemar do Valle Júnior, Antônio Pitangui de Salvo, Délio Prado Lopes, Domingos Frederico Netto,Jerônimo Giacchetta, José Éder Leite, Lino da Costa e Silva, Luciano Ramos Lauar de Castro, Renato José Laguardia de Oliveira, Ricardo Quadros Laughton, Rivaldo Machado Borges Júnior,Salviano Junqueira Ferraz Júnior, Sebastião Tardioli, Thiago Soares Fonseca DIRETORES SECRETÁRIOS Marcos de Abreu e Silva, Rodrigo Sant’Anna Alvim DIRETORES TESOUREIROS João Roberto Puliti, Breno Pereira de Mesquita CONSELHO FISCAL Geraldo Ferreira Porto, Jadir Maurício Lanza Rabelo, João Vicente Diniz

SENAR MINAS PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Roberto Simões SUPERINTENDENTE Antônio do Carmo Neves

REVISTA FAEMG|SENAR Editado pela Assessoria de Comunicação ASSESSOR DE COMUNICAÇÃO Lauro Diniz JORNALISTAS Carla Medeiros, Ciara Albernaz, Flávio Amaral, Ludymila Marques, Silvana Matos PROJETO GRÁFICO E EDIÇÃO DE ARTE BravaDesign

Os artigos assinados e declarações são de inteira responsabilidade dos autores.

FAEMG |SENARREVISTA Avenida Carandaí, 1.115 – 3º/7º andares – CEP: 30130-915 - Fones: (31) 3074-3015 e 3074-3094 – www.sistemafaemg.org.br –

facebook.com/SistemaFaemg – Twitter: @sistemafaemgFederação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural AR-MG

1 Alpinópolis2 Antônio Prado de Minas3 Aricanduva4 Barão do Monte Alto5 Barbacena6 Belo Horizonte 7 Boa Esperança8 Botelhos9 Buritis10 Campanha11 Campo Belo

12 Campos Altos13 Capelinha14 Carandaí15 Conceição das Alagoas16 Curvelo17 Eugenópolis18 Felixlândia19 Frutal20 Ipiaçu21 Jequitibá22 Juiz de Fora

23 Juramento24 Machacalis25 Manhuaçu26 Nova Ponte27 Ouro Preto28 Pará de Minas29 Passos30 Patrocínio31 Patrocínio do Muriaé 32 Piumhi33 Santo Antônio do Amparo

34 São Domingos do Prata35 São João del Rei36 São Lourenço37 Tabuleiro38 Tombos39 Três Corações40 Uberaba41 Uberlândia42 Unaí43 Varginha44 Viçosa

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6 NEGÓCIOS

7 JURÍDICO

8 CAPA | Minas Gerais tem nova Lei Florestal e de Biodiversidade

17 BALDE CHEIO | Receitade fazenda em Buritisfica 11 vezes maior emmenos de 1 ano

18 GQC | Em Machacalis,reuniões mensaismotivam grupo

20 ACONTECE

22 CASO DE SUCESSO | Apóscapacitação do SENAR,família investe nos negócios

24 SINDICATOS

27 AGENDA

28 INOVAÇÃO &TECNOLOGIA |Aproveitamento dagravidade em irrigaçãoelimina gastos comenergia

30 INVENTORES DOCAMPO | Produtor deFrutal inventa máquinaspara plantar e colherabacaxi

32 PERFIL INSTRUTOR | Luana de Paula

33 PERFIL MOBILIZADOR|Sebastião Oliveira Cortat

34 TURISMO RURAL | Os encantos de Uberaba

35 ARTESANATO | A valorização dastradições locais

36 VOCAÇÕES | Jovensempreendedores em SãoDomingos do Prata

37 CERIMONIAL &EVENTOS | Aprenda acumprimentar emeventos sociais

38 COMIDA DE FAZENDA |No Sindicato de BoaEsperança o preparo doporco é à paraguaia

SUMÁRIO

FAEMG | SENAR 3

JB M

ídia

4 Entrevista | Eliseu AlvesO futuro do agronegócio brasileiro depende deestabilidade política e econômica e dodesenvolvimento de inovações tecnológicas

14 Café | Os mineiros não querem apenas produzir.Pretendem transformar o estado em centro decomercialização e sede de feiras, exposições, concursos,fóruns técnicos sobre mercado, produção e qualidade.

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As próximas décadas serão muito favoráveis aoagronegócio. Com o aumento da população e do poderaquisitivo, haverá demanda crescente por alimentos,desafiando o campo a produzir cada vez mais, com maiorqualidade e de forma sustentável. O engenheiro agrônomoEliseu Alves analisa as perspectivas da agriculturabrasileira. Sobre Minas Gerais, aconselha o estado a investirem produtos de valor agregado mais alto.

O Brasil está preparado paraaproveitar as oportunidades domercado global?

Totalmente. Não só para responderà demanda dos próprios brasileirosquanto à do mercado externo. Temosnumerosos produtores eficientes, ca-pazes de enfrentar qualquer desafio.Temos instituições competentes e pre-paradas para apresentar soluções tec-nológicas a fim de aproveitarmos omomento. O país é competitivo e temuma pauta extremamente diversifica-da. Somos o primeiro em venda demuitos produtos. E lembrar que antesexportávamos apenas café... Não há si-nal melhor da nossa competitividadedo que conseguirmos atender à de-manda de uma população de 200 mi-lhões de pessoas e ainda crescermosnossas exportações. As coisas estãomuito boas para o Brasil.

E a situação de Minas Gerais?

Também. Temos agricultores, uni-versidades e serviço de extensão ruralcompetentes. A Emater está presenteno estado todo e faz um ótimo traba-lho. Minas tem infraestrutura e siste-ma financeiro, ou seja, tem tudo deque precisa para produzir e exportar.O estado reflete muito bem o padrãoda agricultura nacional. Dispõe de ex-celentes universidades federais e com-petente sistema privado, além de ter aEpamig e contar com a presença daEmbrapa. Está tudo pronto para apro-veitar isso. A única ação que recomen-do a Minas é investir mais na Epamig,pois é ela que cuida das questões espe-cíficas da agricultura mineira.

Onde estão essas oportunidades: nomercado interno ou no externo?

Temos no Brasil uma situação inte-ressante. Já entramos em fase de de-

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ENTREVISTA ELISEU ALVES

Ofuturo doagronegócio

Daniel Medeiros

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FAEMG | SENAR 5

créscimo populacional e passamos pe-lo processo de êxodo rural. É claro, te-mos demanda crescente por alimen-tos, impulsionada pelo aumento dopoder aquisitivo dos brasileiros. Mas apopulação mundial continuará cres-cendo até 2050 e migrando do campopara as cidades. Do ponto de vista daagricultura brasileira, quanto mais oresto do mundo crescer, melhor. Dequalquer forma, não precisamos espe-rar por esse futuro. Mesmo que o cres-cimento da população parasse hoje,ainda há muito espaço para a deman-da de alimento crescer. Já temos esto-que de gente com capacidade de co-mer, maior que a demanda atual, e, àmedida que a renda dessas pessoas au-menta, sobe o consumo de alimentose aumentam as oportunidades para oagronegócio brasileiro.

A que atribui o sucesso do agronegócionacional?

Estudos sobre a agricultura brasi-leira apontam que mais de 65% docrescimento da nossa produção foiem razão da tecnologia, 25% do traba-lho de alta qualidade e 10% é cresci-mento da terra. Neste último ponto,Minas Gerais tem situação diferentedo resto do país. A fronteira agrícolaexterna está esgotada, mas dentro decada propriedade, mesmo com a no-va legislação ambiental, há espaço pa-ra ocupar mais áreas. Principalmentepor meio do aproveitamento de pas-tagens degradadas.

Como a Embrapa está se preparandopara esse futuro promissor?

Uma parte grande do portfólio es-tá voltada para os problemas atuais.Doenças das mais variadas, mas já co-nhecidas. A outra tem foco na biolo-gia avançada, que abrange a engenha-ria genética. As pesquisas nessa áreajá estão tendo grande impacto na pro-dução de alimentos, na produtivida-de e na sustentabilidade da agricultu-ra. Já desenvolvemos boa parte dosprincípios fundamentais, a parte deciências básicas. Mas ainda é cedo pa-ra mensurar os resultados que podemser gerados, tamanho é o potencial.

Quais são os desafios e obstáculos aserem superados pelo agronegócio?

Se tivesse que nomear um proble-ma como principal entrave da agri-cultura, seria a infraestrutura. Pelo

menos temos a firme disposição dogoverno em resolvê-lo. Também po-demos melhorar o acesso ao créditoexterno. O sistema financeiro paracrédito agrícola está muito desenvol-vido tanto interna quanto externa-mente. Estão suficientemente apare-lhados para apoiar a agricultura. Maso acesso a recursos externos é inter-mediado pelas multinacionais. Elaspegam o crédito e repassam aqui. Es-sa parte pode melhorar.

Os produtores reclamam muito damão de obra. Esse não seria umentrave também?

O encarecimento da mão de obranão é entrave. Não participo dessaideia. Ao contrário, acho que isso éum incentivo enorme para a moder-nização da agricultura brasileira.

Muitas empresas do agronegócio estãomigrando para o Centro-Oeste. EmMinas, até produtores estão sendocooptados. Isso é sinal de que estadoscom tradição agrícola, eprincipalmente Minas Gerais, estãoperdendo competitividade?

Não. Isso é a lei de mercado e é óti-mo que esteja acontecendo. É normalque, de tempos em tempos, um esta-do se destaque por uma vantagemcompetitiva. Agora é a vez de Tocan-tins e Goiás, que têm grandes exten-sões de terra e atraem com a possibi-lidade de mecanização. Os produto-res têm que ir, afinal eles são empre-sários. É bom ter grande mobilidadede produtores, isso ajuda a economia

como um todo. Minas Gerais já fez omesmo quando ocupou o Cerrado.Agora é a vez do Centro-Oeste.

Quais são as alternativas que MinasGerais deveria explorar para expandirseu agronegócio?

O estado deve investir na produçãode alto valor agregado, como frutas ehortaliças. Já está tudo pronto, faltaapenas concluir a implantação do pro-jeto Jaíba. Minas já tem uma avenidapara seguir, agora tem que explorá-la.

O produtor brasileiro é receptivo àsinovações e tecnologias?

Ele não tem opção. Ou adota as no-vas tecnologias ou fica pobre. Comojá disse, a tecnologia é a principal res-ponsável pelo sucesso da nossa agri-cultura. Incluiu, por exemplo, os pe-quenos proprietários de terra noagronegócio. No Rio Grande do Sul hánumerosos pequenos estabelecimen-tos que têm grande produção. NoNordeste irrigado ocorre a mesmacoisa. Minas Gerais tem padrão de pe-quena propriedade na Zona da Mata,nas áreas de café no sul do estado,tem experiências de irrigação que fa-zem o sucesso do norte e do Cerrado.Inovar faz parte, não é escolha.

Como o senhor vê o futuro daagropecuária brasileira?

O futuro é promissor, mas pressu-põe uma conjuntura favorável. A agri-cultura brasileira precisa de estabili-dade macroeconômica. Nos últimos20 anos, essa estabilidade tem vigora-do bem, mas se forem eleitas pessoascom ideia diferente da que está pre-dominando, ninguém pode prever oque acontecerá.

Eliseu AlvesDoutor em economia rural, o engenheiroagrônomo está há mais de 50 anostrabalhando pelo desenvolvimento doagronegócio brasileiro. Mineiro, iniciou acarreira como pesquisador da Emater-MG.Integrou o grupo de trabalho que idealizou aEmbrapa. Fez parte da primeira diretoria daempresa e a presidiu entre 1979 e 1985,quando a instituição foi consolidada e tornou-se respeitada no Brasil e no exterior. Tambémfoi presidente da Codevasf. Desde 1990, épesquisador da Embrapa, na área de políticaagrícola, desenvolvimento institucional eeconomia de produção, e, atualmente, éassessor do presidente.

Estudos sobre aagricultura brasileiraapontam que mais de65% do crescimento danossa produção foi emrazão da tecnologia, 25%do trabalho de altaqualidade e 10% écrescimento da terra.

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Campo FloridoAs cores e o perfume das flo-

res se espalham pelos campos.Não porque estamos na prima-vera, mas porque a floriculturaestá em expansão. Em MinasGerais, quinto estado em culti-vo, as flores já ocupam 397 hec-tares e geraram o terceiro maiorfaturamento no ramo do país –R$ 458 milhões – em 2012. O es-tado tem o segundo maior nú-mero de pontos de venda: 2.409,e muito mercado para crescer.

NEGÓCIOS

Premiado O SENAR MINAS foi um dos vence-

dores do VII Prêmio Minas Gerais deDesenvolvimento Econômico ASSEMG– MercadoComum 2013. Ao completar20 anos de fundação, a entidade foipremiada na categoria Relevância Em-presarial/Institucional por sua “tradi-ção, competência e perpetuidade”.

A comercialização de máquinasagrícolas de maior porte está em ex-pansão. Em vendas de colheitadeiras,por exemplo, o Brasil já aparece comosegundo maior mercado do mundo,atrás apenas dos EUA. A demanda pormáquinas mais potentes aumentaprincipalmente em regiões onde é pos-sível ter mais de uma safra por ano.

Este mercado prospera há doisanos, o que significa que os produtoresestão capitalizados e empenhados emreduzir custos e ampliar a produtivida-de. Também reflete o investimento dasempresas na “nacionalização” das má-quinas, como o realizado pela líder emvendas CNH, que em 2012 passou aproduzir tratores New Holland de 200até 340 cv, na fábrica de Curitiba. Ain-da espelha as condições favoráveis dosfinanciamentos do BNDES. Em MinasGerais, quarto maior comprador demaquinário agrícola do país, as vendasaumentaram 10% de 2011 para 2012.

Para a Anfavea (Associação Nacio-nal dos Fabricantes de Veículos Auto-motores) o maquinário pesado “veio

pra ficar”. Milton Rego, vice-presiden-te da entidade, disse que a tendênciaé alimentada pela alta do preço dasterras e as restrições ambientais queexigem um “capital mais intensivo”.Segundo ele, o mesmo movimento jáocorreu na Argentina há uma década.

Mais cavalos de potência

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Catálogo dedoenças

Já está disponível o Manual de Iden-tificação das Doenças da Soja. A publica-ção foi lançada durante o 46ºCongressode Fitoterapia, a 11ªReunião de Contro-le Biológico e a Expofito (Feira Tecnoló-gica), eventos promovidos pela Univer-sidade Federal de Viçosa e a SociedadeBrasileira de Fitopatologia no final deoutubro, em Ouro Preto. O download domanual pode ser feito pelo endereçowww.fmcagricola.com.br/coletaneafmc.aspx.

Unidadesavançadas

Campos Altos, Patrocínio, Piumhi eSanto Antônio do Amparo são sedesde novas unidades avançadas da Coo-xupé. Com o investimento, a coopera-tiva expande sua área de atuação econquista novos associados, e os cafei-cultores locais passam a ter acesso aassistência técnica gratuita e maior fa-cilidade para comercializar a safra, ad-quirir insumos e financiamentos.

2012Estado UnidadesSão Paulo 13.843Rio Grande do Sul 10.470Paraná 9.564Minas Gerais 8.409Mato Grosso 5.394

CRESCIMENTO DAS VENDAS2013Tratores acima de 200 cv 50%

Colheitadeiras classes 7, 8 e 9 38%

2014 (estimativas)

Crescimento entre 30% e 40%CNH/Divulgação

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JURÍDICO

Praga persistente A voracidade, resistência e veloci-

dade de alastramento da Helicoverpaarmigera está assustando os produto-res brasileiros. A safra 2013/14 mal co-meçou a brotar e as lagartas já ataca-ram. Informações para lidar com essapraga capaz de infestar mais de 180 ti-pos de plantas chegam a todo o mo-mento. Empresas vendendo defensi-vos que prometem um combate efi-caz e sementes resistentes também.Para esclarecer os produtores, o SE-NAR Nacional está divulgando um ví-deo com dados sobre o inseto e for-mas eficientes de controle. O materialestá disponível no portal do SENAR http://www.senar.org.br/noticias/videos.

FAEMG | SENAR 7

O Café Aranãs, produzido na Fa-zenda Alvorada, em Aricanduva, re-correu ao futebol para aumentar asvendas. A campanha publicitária temcomo garoto-propaganda o ex-jogadorde futebol Reinaldo. Um dos maioresjogadores brasileiros de todos os tem-pos, ele dá seu aval à excelente quali-dade do café. Os anúncios são veicula-dos nos vales do Aço, Jequitinhonha eRio Doce pelas TVs Globo e Alterosa,em rádios e pontos de venda.

Café do Rei

Notificações indevidas

O CREA-Minas (Conselho Regio-nal de Engenharia e Agronomia deMinas Gerais) voltou a notificar pro-dutores rurais, exigindo profissionalda agronomia nas atividades rurais.A exigência está na contramão de de-cisões judiciais, que entendem quetanto produtores quanto agrônomostêm competência para gerir os ru-mos do agronegócio. Diante desta si-tuação, a FAEMG recomenda a todosque forem autuados a se defende-rem. Fique atento ao prazo estabele-cido na notificação ou no auto de in-fração. Para mais informações pro-cure o seu sindicato.

Pagamentoindevido

Em 2011, o Supremo Tribunal Fe-deral julgou inconstitucional a Taxade Segurança Pública que era exigidapela presença de policiais e viaturasem eventos promovidos por entida-des privadas, entre os quais feiras eexposições (REsp 269374). A decisãose aplica a todos. Desta forma, não émais devida a taxa. Caso tenha sidorecolhida, poderá ser pedida a resti-tuição – art. 145 da Lei 6763/75. A ín-tegra da decisão pode ser acessadapelo www.stf.jus.br.

Suspensão dedissídio

Os Sindicatos de Boa Esperança,Varginha e Três Corações ajuizaramação cautelar para suspender os efei-tos da sentença proferida pelo TRT-MG (Tribunal Regional do Trabalho)no dissídio coletivo. O principal ar-gumento foi a ausência, na ata denegociação inicial, de acordo parainstauração do dissídio entre os sin-dicatos patronais e a categoria pro-fissional.

O ministro Carlos Alberto Reis dePaula, presidente do TST (TribunalSuperior do Trabalho), suspendeu adecisão do TRT-MG até que os recur-sos sejam julgados. A ação de TrêsCorações já foi julgada e o resultado,publicado em 18 de outubro, foi pelaextinção do dissídio.

Adiamento da dívida

A prorrogação do vencimento dedébitos decorrentes de operações decrédito rural com recursos vindos doFuncafé independe de autorização doBanco Central, quando o produtorcomprova frustração de safra, dificul-dade de comercialização ou qualquerevento que comprometa o desenvol-vimento da lavoura. A regra está pre-vista no item 9.2.4 do MCR (Manualde Crédito Rural). Mas para se benefi-ciar dela o cafeicultor deve protoco-lar, antes do vencimento, pedido nobanco onde fez o financiamento, jun-tamente com laudo comprovandouma das três hipóteses. Para os de-mais casos, exceto recursos especiais,o produtor deve recorrer ao dispostono item 2.6.9 do MCR e tomar as mes-mas providências.

O leão está de olho

A retificação da declaração de ITR(Imposto sobre Propriedade Territo-rial Rural) pode evitar problemas egastos inesperados. O contingente deproprietários rurais notificados pelaReceita Federal cresce a cada dia. Jun-to crescem também os transtornos eas despesas. O principal motivo é adeclaração do valor da terra nua emvalor venal muito inferior ao real. Porisso, vale a pena avaliar os dados de-clarados e, sendo necessário, apresen-tar uma retificadora.

Mas, uma vez notificado, a saídaé defender-se. A autuação poderá serconfirmada, caso não seja respondi-da no prazo estabelecido. E a conse-quência é a alteração para mais dovalor do ITR e aplicação de penalida-des que, em geral, são pesadas. Aelaboração do laudo de acordo comos parâmetros técnicos também éfundamental para que a defesa sejabem-sucedida. As dúvidas podemser esclarecidas no seu sindicato.

Divulgação

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A conquista veio mais de umano após a entrada em vigor doCódigo Florestal Brasileiro. As dis-cussões na Assembleia Legislativaduraram meses, mas culminaramem um texto final aprovado em se-tembro e homologado pelo gover-nador em outubro.

Cada proposta foi moldada emdebates democráticos. Represen-tantes do poder público, parla-mentares dos diversos partidos,ambientalistas e produtores ruraisestiveram envolvidos do início aofim. A FAEMG foi assídua nas reu-niões, com técnicos e diretores emtodas as etapas de elaboração. Ossindicatos também foram ativos.Lotaram audiências públicas, apre-sentaram argumentos técnicos eacompanharam todo o processo.

O resultado foi uma lei dentro dopossível, buscando equilíbrio en-tre preservação ambiental e pro-dução agrícola.

Um dos temores do setor agro-pecuário era que a legislação minei-ra insistisse em ser bem mais rigo-rosa que a federal. A regra que vigiaem Minas, a Lei 14.309/02, em al-guns aspectos, inviabilizava e pena-lizava com rigor desmedido a ativi-dade. Problemas com o descompas-so entre as leis federal e estadual fo-ram frequentes em todas as regiõesdo estado. Agora, com a nova legis-lação, isso deve acabar. O Código es-tadual seguiu a essência do federal.Ele preserva a atividade rural eaborda as peculiaridades de Minas.Também corrigiu impropriedadesda Lei 14.309, agora revogada.

“Minas Gerais tem agora uma legislação moderna, que equilibra com sabedoria dois fatores essenciais para a sobrevivência das atuais e futuras gerações: a produção de alimentos e a preservaçãoambiental. Um marco de que precisávamos muito e que garantirámaior segurança aos produtores de todo o estado. O que conseguimosfoi uma conquista histórica. A nova legislação é essencial paraincrementar a produção rural em Minas. Mas ainda temos muito que avançar.”

Roberto Simões, presidente do SISTEMA FAEMG

Minas Geraisalinhou a legislaçãoestadual à federal coma edição da LeiFlorestal e deBiodiversidade. Umaação esperada enecessária para darsegurança jurídica àprodução agrícola.

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“Houve avanços significativos. Otrabalho foi árduo e longo. Muitosdebates, reuniões e audiênciaspúblicas com representantes dosprodutores rurais e dosambientalistas apresentaramcontribuições fundamentais. Depoisde muitas discussões, chegamos aoconsenso. Construímos um projetocom o objetivo de adequar alegislação mineira ao CódigoFlorestal Brasileiro, que respeita aprodução rural e valoriza apreservação ambiental.”Deputado Antônio Carlos Arantes,presidente da Comissão de PolíticaAgropecuária da AssembleiaLegislativa de Minas Gerais

“Lutamos muito pela aprovação donovo Código. Esperávamos mais, mascompreendemos não ser possívelporque a pressão era muito grande. O importante é que alguns pontos quenos preocupavam, como a questãodas reservas – principalmente empequenas propriedades – ganharamuma redação positiva, quecorresponde à realidade, semprejudicar a preservação do meioambiente. O novo Código vai atenderbem a classe rural.”

Leonardo dos Reis Medeiros,presidente do Sindicato dosProdutores Rurais de Passos

“A nova lei foi muito bem aceita pelosprodutores, principalmente aquestão de Área Rural Consolidada,que permite a continuação dasatividades agrissilvipastoris emAPPs. Nossa região é muitomontanhosa e os cultivos já sãoconsolidados. A legislação mineiraera muito restritiva e agora temosuma lei que se adequou ao CódigoFlorestal federal. Nós estávamosperdendo terreno para outrosestados.”

Domingos Frederico Netto,presidente do Sindicato dosProdutores Rurais de Juiz de Fora

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❚ Participação, com a maior representaçãoestadual, dos produtores rurais mineiros namanifestação realizada em Brasília, organizadapela CNA, para demonstrar o interesse da classerural brasileira na solução da questão ambiental;

❚ Presença constante e contínua de dirigentes etécnicos da FAEMG em todas as reuniões da CNAsobre o tema, levando a posição dos produtoresmineiros;

❚ Reunião promovida pelo Sindicato Rural deUberaba, com participação de mais de três milpessoas, mostrando e convencendo asautoridades de que o Código Florestal antigoinviabilizava o desenvolvimento do agronegócio;

❚ Audiência pública da Assembleia Legislativade Minas Gerais, realizada no Sindicato Rural dePará de Minas, que alertou grande número dedeputados estaduais sobre injustas exigênciasda política ambiental, mostrando o absurdo deque produtores tradicionais estavam sendoconsiderados criminosos ambientais;

❚ Acompanhamento constante e intenso dedirigentes e técnicos da FAEMG dos projetos danova lei ambiental mineira, junto aos deputadosestaduais e assessoria técnica da AssembleiaLegislativa, até a formulação do texto final danova lei aprovada, revogando a lei estadual atéentão vigente.

“Antes, o setor produtivo estavaangustiado, sem poder registrar a cédulade financiamentos, escritura e semlicenciamento ambiental para trabalhar. A Lei Florestal e de Biodiversidade é umgrande avanço para o nosso estado.Discutindo conosco a elaboração de umtexto que beneficiasse a produção, semprejuízo ao meio ambiente, a FAEMG deuuma grande contribuição. Podendocumprir as regras que envolvem a produçãoagrícola, visando o desenvolvimentosustentável, os produtores terão aindispensável segurança jurídica.”Deputado Zé Maia, presidente daComissão de Fiscalização Financeira eOrçamentária da AssembleiaLegislativa de Minas Gerais

“A Lei Florestal e de Biodiversidade é umavanço em relação à lei estadual revogada.A nova legislação permitirá que 88% dosprodutores rurais se regularizemambientalmente. Não causa grandestranstornos à manutenção da atividade enão afronta o meio ambiente. Tal como afederal, considerou o uso consolidado,tratou com especial zelo a pequenapropriedade rural e a agricultura familiar,respeitou aqueles que atenderam ecumpriram a lei vigente à época, ante assucessivas alterações que os dispositivoslegais sofreram.”Ana Paula Mello, coordenadora da Assessoria de Meio Ambiente da FAEMG

“Foi um projeto construídodemocraticamente. Lastreia-se emprincípios constitucionais e nas normasgerais do Código Florestal. Sua grandeconquista é a conciliação entre preservaçãoe produção agrícola. A nova lei garante aárea rural consolidada, permite o cômputodas APPs no cálculo do percentual daReserva Legal de toda propriedade rural,exige a recomposição das APPsproporcional ao tamanho do imóvel epermite a compensação de RL por meio dedoação ao poder público de área localizadano interior de Unidade de Conservaçãopendente de regularização fundiária.”Ennia Guedes Bueno, advogada da FAEMG

Nestes três últimos anos, depois de ouvir sindicatos e produtores rurais dasdiversas regiões do estado, ficou claro que o mais premente dos problemas daclasse era a questão ambiental. Uma lei antiga, o Código Florestal de 1965, nãomais oferecia segurança jurídica para os produtores trabalharem na legalida-de. Duas lutas foram, então, empreendidas. A primeira, pela reforma da lei fe-deral e, a segunda, pela lei estadual. Todo o objetivo era uma lei que compati-bilizasse razoavelmente a produção alimentar com a preservação ambiental.Editada a norma geral reguladora por meio do novo código federal – Lei12.651/12, seguiu-se a luta para que os rigores da lei mineira não ultrapassas-sem a norma geral imposta para o país.

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Ciara Albernaz Arquivo FAEMG Arquivo Dep. Zé Maia

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MOMENTOS QUE MERECEM DESTAQUE

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FAEMG | SENAR 13

"Todos os pontos do novo Código FlorestalMineiro foram discutidos incansavelmente.O resultado foi um texto que aperfeiçoa alegislação estadual, adequando-a ao CódigoAmbiental Federal, o que garantirá maisigualdade e competitividade com os demaisestados. A nova legislação é essencial aosprodutores mineiros. Procuramos darcondições para que a nossa produçãocontinue tendo sucesso, sem penalizar aárea ambiental."

Deputado Luiz Humberto Carneiro

“Comandamos, junto com as cooperativasCooagril, Canor, Capul e a PrefeituraMunicipal de Unaí, uma verdadeirabatalha buscando a aprovação pelaAssembleia Legislativa de uma nova leiambiental para Minas Gerais que,mantendo os princípios inerentes àsustentabilidade, fosse aprovada demaneira a não prejudicar a extraordináriaprodução que o noroeste de Minas Geraisvem alcançando.”Altir de Souza Maia, presidente doSindicato dos Produtores Rurais deUnaí

“Não tem tudo de que precisamos, mas a lei é boa. Abre espaço para corrigirmospenalidades e situações desconfortáveisimpostas com base na lei revogada. Suaaplicação de agora em diante é quemostrará a sua adequação à nossarealidade.”Marcos de Abreu e Silva, diretor daFAEMG e advogado

OS VETOS, O DECRETO E AS IMPLICAÇÕES

VETOS À LEI 20.922/13§ 3º do art. 12 – Tratava dapossibilidade de se autorizar asupressão de vegetação nativa emAPP (Área de PreservaçãoPermanente) protetora de veredasem casos de utilidade pública,interesse social, atividades eventuaisou de baixo impacto ambiental.

§ 1º e 2º do art. 123 – Determinavaque a autorização para a supressãode vegetação nativa nas áreas deimportância biológica especial eextrema seria precedida deapresentação de estudos quecomprovassem a ausência dealternativa técnica e locacional noslimites do imóvel rural.

Art. 125 – Tratava da alteração dalegislação referente às parcelas derepasse do ICMS ecológico aosmunicípios.

O projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa recebeu três vetos do governador Antonio Anastasia, que publicou decreto para normatizar a matéria.

COMENTÁRIO❚ O crescimento da atividade agrícola no noroeste mineiro implica barramento de veredas,para acumulação d’água e instalação dos equipamentos de irrigação.❚ Impedir tais empreendimentos é engessar o progresso agrícola e social da região.❚ Coloca Minas em desvantagem com os estados vizinhos, como Goiás.❚ A continuação da atividade já implantada está assegurada.❚ O decreto está em descompasso com o caput do § 3º do art. 12 e a hierarquia das leis, poislimitou a casos de utilidade pública. No caput, há permissão também para os casos deinteresse social e atividades eventuais ou de baixo impacto.

❚ Engessou o crescimento de cerca de 20% do estado, atingindo municípios integralmente.❚ Inovou inserindo os campos de altitude.❚ A continuação da atividade já implantada está assegurada.

❚ A alteração na distribuição do ICMS foi justificada como medida de maior justiça e melhorcompensação para os municípios do norte de Minas, da Mata Seca, em razão da manutençãodas áreas preservadas em detrimento da expansão das atividades produtivas, da circulação deriqueza e do crescimento social.❚ O veto restabelece as condições originais de distribuição do ICMS ecológico.

❚ Por via de decreto, criou-se uma obrigação para o trato legal de mudança de categoria,desafetação e redução dos limites de uma Unidade de Conservação.

DECRETO 46.336/13Art. 3º – Ficam vedadas quaisquersupressões de vegetação nativa em Áreasde Preservação Permanente protetora deveredas, salvo em casos de utilidadepública, dessedentação de animais ouconsumo humano.

O Art. 1º trata da possibilidade deautorização para o corte ou a supressão devegetação primária e secundária enquantoo COPAM não realiza a revisão das áreasprioritárias de importância biológicaespecial e extrema.O Art. 2º relaciona os tipos de vegetaçãoque poderão ser suprimidos.

O Art. 4º determina que para a mudança decategoria, desafetação e alteração doslimites de Unidade de Conservaçãodeverão ser elaborados estudos técnicosresguardando o processo consultivo.

Ignácio Costa Arquivo Sindicato Arquivo Dep. Luiz Humberto Carneiro

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SEMANA INTERNACIONAL

estado é o grande produtormundial de café. Das lavou-ras mineiras sai mais da me-tade de toda a produção bra-sileira, assim como uma em

cada cinco xícaras consumidas nomundo. Ainda assim, as maiores feiras,rodadas de negócios e eventos do setorsão realizadas fora do estado. Isso signi-fica perda em turismo e negócios. Ho-téis, restaurantes, lojas e outros seg-mentos deixam de receber clientes dealto poder aquisitivo. Mas a situação po-de mudar. A Semana Internacional doCafé foi um sucesso. Entre 9 e 13 de se-tembro, BH recebeu produtores, expo-sitores e consumidores que gostaram

tanto do evento e da cidade que mani-festaram desejo em voltar.

Em sua primeira edição fora de SãoPaulo, os corredores do 8º Espaço CaféBrasil, maior feira do setor na AméricaLatina, levaram o público a se aventu-rar entre novidades, curiosidades ebons negócios. A variedade de produtose equipamentos nos estandes foi convi-te difícil de resistir. Em outra área doevento, de acesso restrito às delegaçõesde diversos países, a Organização Inter-nacional do Café (OIC) celebrou seu cin-quentenário, discutindo medidas polí-ticas para o momento e renovandosuas metas para os próximos 50 anos.

Para o estado do café, a Semana

trouxe novas oportunidades. “Atingi-mos com êxito nosso objetivo de colo-car Minas, o Brasil e nossos cafés sobo olhar do mundo inteiro. Aqui reuni-mos multinacionais, grandes compra-dores internacionais e os nossos pro-dutores, mostrando a excelência denossos cafés e a forma como produzi-mos”, diz o presidente da FAEMG, Ro-berto Simões. “A feira foi um sucessotão grande de negócios e presença deprodutores e interessados que os pro-motores e expositores já sinalizam pa-ra que continue sendo realizada, deforma permanente, em Minas Gerais;o que é também uma grande conquis-ta para nós.”

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O governador Antonio Anastasia elogiouo estande do SISTEMA FAEMG, inspiradonos casarões coloniais das fazendas decafé. Admirando o forro de palha e ofogão de lenha, disse: “Para nós,mineiros, é como estar em casa”.

Minasdocafé

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“A feira em Minasproporcionou um grandediferencial: a presença doprodutor dentro domercado. Com acessodireto aos compradores, elepôde perceber o que épreciso fazer na suafazenda para satisfazer omercado.” Priscila Lins, gerente deagronegócio do Sebrae-MG

“A ConferênciaInternacional de CafésNaturais mostrou umatendência dereposicionamento dosnaturais como cafés demuita qualidade,derrubando o estigmanegativo do “não lavado”,como era conhecido atépoucos anos.” Carlos Brando, diretor da P&A MarketingInternacional

“A realização deste evento aqui foio batismo, de forma direta, docafeicultor mineiro no comérciointernacional. Deu ao produtor aoportunidade de conversardiretamente com os compradoresinternacionais e apresentar onosso café, tão bom quanto osproduzidos em qualquer parte domundo. Vamos continuartrabalhando a fim de trazer paraMinas Gerais mais eventos comoeste, fortalecendo a cafeiculturabrasileira e a mineira em especial”.

Breno Mesquita, diretor da FAEMG e presidente dasComissões de Café da entidade e da CNA

“Encontrei cafés dealtíssima qualidade.Conheci e provei dezenasde amostras. Algumasdelas me deixarambastante empolgado,principalmente um café deCarmo de Minas.”Nolan Hirte, proprietárioda Proud Mary Coffee(Austrália)

10 120 dezenasEVENTOS PALESTRAS DE SESSÕES DE PROVA PARALELOS E RODADAS DE NEGÓCIOS

4 COMPETIÇÕES NACIONAIS: DUAS DE BARISTAS,PROVADORES E MELHOR CAFÉ DO ANO (leia mais na página 16)

110 EXPOSITORES

12mil VISITANTES NACIONAIS EINTERNACIONAIS (MAIS QUE ODOBRO DA EDIÇÃO PASSADA)

DELEGAÇÕES DE

70 paísesPRODUTORES E CONSUMIDORES DE CAFÉ

R$ 20 milhõesEM NEGÓCIOS CONCRETIZADOS

EXPECTATIVA DE CONCLUSÃO DE OUTROS

R$ 30 milhõesNO PÓS-FEIRA

RODADAS DE NEGÓCIOS SEBRAE❚ 26 ÂNCORAS (COMPRADORAS), SENDO 14 INTERNACIONAIS

(ARGENTINA, SUÉCIA, EUA, HOLANDA, AUSTRÁLIA E MÉXICO)❚ 1.027 SACAS NEGOCIADAS, COM VALORES ENTRE R$ 600 E R$ 900 A SACA.

“A realização no estadolíder da cafeiculturabrasileira chancelou aSemana como eventooficial do setor epotencializou os negóciospara todos os expositores,compradores e visitantes.”Caio Fontes, coordenadordo 8º Espaço Café Brasil

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Ludymila Marques Flávio Amaral

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O SEGREDO DOSCAMPEÕES

Classificação 1º Fazenda Sertãozinho, Botelhos (sul de Minas)

Fazenda Santa Terezinha, Pedregulho (Alta Mogiana)3º Sítio Alto Pombal, Vargem Alta (Montanhas do Espírito Santo)4º Sítio Córrego Saudoso, Vargem Alta (Montanhas do Espírito Santo)5º Sítio Nossa Senhora Aparecida, Divinolândia (Mogiana)6º Fazenda Ninho da Águia, Alto do Caparaó (Matas de Minas)7º Forquilha do Rio, Espera Feliz (Matas de Minas)8º Sítio da Prata, Marechal Floriano (Montanhas do Espírito Santo)9º São João Grande, Patos de Minas (Cerrado Mineiro)10º Forquilha do Rio, Espera Feliz (Matas de Minas)

Deu empate entre as fazendas Ser-tãozinho, de Botelhos (sul de Minas), eSanta Terezinha, de Pedregulho (Mo-giana Paulista), na premiação Coffee ofthe Year 2013. A disputa foi durante a Se-mana Internacional do Café. Um públi-co animado e curioso provou e esco-lheu seus favoritos, somando cerca dedois mil votos, participação quatro ve-zes maior que a de 2012.

A competição recebeu 164 amos-tras de todas as regiões produtoras decafé do país. Apareceram até algumasmenos tradicionais, como Rondônia

e Pernambuco. Dessas, 72 foram sele-cionadas e apresentadas a comprado-res nacionais e internacionais duran-te a Rodada de Negócios Sebrae. Umjúri de especialistas escolheu as dezmelhores, que foram preparadas pormétodo filtrado e oferecidas aos visi-tantes do 8º Espaço Café Brasil para adegustação às cegas. Em garrafas comcódigos, os finalistas – cinco de MinasGerais, três das montanhas do Espíri-to Santo e dois de São Paulo – repre-sentaram a diversidade de origensdos cafés de alta qualidade no país.

FAZENDA SANTA TEREZINHA, PEDREGULHO (Mogiana Paulista)

ADMINISTRADOR:Éder Carvalho Sandy

CAFÉ VENCEDOR:arábica – variedade catuaí amarelo

As características da região favorecemmuito: fertilidade do solo e altitude, além doclima propício, com invernos bem definidos epouca chuva durante a época fria. O trabalhotécnico de controle nutricional e sanidade écriterioso, e há ampla estrutura de terreiro,maquinário e lavadores. A plantação em linhareta favorece a mecanização. O investimentoem tecnologia é constante, do pré-plantio àcolheita e descascagem.

O agrônomo Éder Sandy explica que para oconcurso foi escolhido o catuí amarelo,considerado de boa característica de bebida. Ogrão passou por beneficiamento via úmida,estilo cereja descascada. Toda a secagem foifeita manualmente no terreiro.

“Para conquistar boa pontuação, abebida precisa ser limpa e de doçuraelevada. Esse café que venceu oCoffee of the Year parecia garapa,de tão doce e saboroso.”João Renato Dias, agrônomo

“O segredo é uma combinação dascaracterísticas naturais da região,trabalho dedicado e boa dose de sorte.Sorte porque o clima para esta safrafoi ideal, não choveu durante acolheita ou a secagem.” Antônio Grisi Sandoval, produtor

FAZENDA SERTÃOZINHO, BOTELHOS (sul de Minas)

ADMINISTRADOR: José Renato Gonçalves Dias

CAFÉ VENCEDOR: arábica – variedade cereja amarelo descascado

Bicampeã, a Sertãozinho já havia vencido aprimeira edição do concurso, ano passado. Tem ainda muitos outros títulos nacionais einternacionais, conquistados ao longo de 13 anos de forte investimento em qualidade. Para começar, a fazenda foi totalmente mapeada

em microlotes, com base em pesquisa eobservação. Todo grão é colhido

manualmente. Depois, há a separação poraltitude, variedade e exposição solar. maior parte da produção é exportada in natura. Os grãos destinados aomercado interno são processados na

fazenda, que conta, desde 2005, comtorrefação e marca própria, o Café Orfeu.

Osmelhorescafésdo Brasil

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uando 2013 começou, Ge-raldo de Faria e sua mu-lher Nair (foto) não tinhamideia que terminariam oano com renda 11 vezesmaior e que poderiam am-pliá-la mais. A prosperida-

de é resultado do ingresso no BaldeCheio, em fevereiro. O programa che-gou a Buritis – onde moram – em 2012,por meio de parceria entre a FAEMG, oSindicato dos Produtores Rurais de Buri-tis, a Capul (Cooperativa AgropecuáriaUnaí Ltda.) e a Itambé.

Após constatarem o progresso con-quistado por outros produtores no pri-meiro ano de trabalho, Geraldo e Nairdecidiram participar. Em 60 hectares,eles tiravam 140 litros de leite por dia, oque lhes rendia pouco mais de R$ 700 aomês. Olhavam para a propriedade, a Fa-zenda Pé da Serra, e sentiam que po-diam fazer mais. Queriam dobrar a pro-dução, mas não sabiam como.

Logo na primeira visita à propriedadedo casal, o técnico agropecuário WanderDias Franco e o veterinário Kleisler LeiteRibeiro perceberam que o obstáculo aocrescimento estava na nutrição do gado.Havia uma silagem de sorgo de péssimaqualidade e o cultivo da cana-de-açúcarera insuficiente para alimentar o reba-nho durante a estiagem.

A primeira ação para transformar afazenda foi melhorar a qualidade do vo-lumoso. Começou pela implantação de1,6 ha de pastagem intensiva irrigada,para garantir alimento no período de se-ca. O investimento também reduziu anecessidade de mão de obra e aumen-tou a qualidade do volumoso disponívelàs vacas em lactação, diminuindo os gas-tos com o concentrado.

O retorno foi tão positivo, que ani-mou os produtores a apostarem mais naatividade leiteira. Geraldo trocou algunsanimais por outros com maior potencialde produção. Adquiriu 21 vacas. A partir

daí a produção e a receita começaram acrescer. Novos investimentos foram ne-cessários. Um segundo módulo de pasta-gem irrigada foi implantado em 1,2 ha.

Alcançaram a meta dos 300 litros/diae agora desejam chegar aos 600 litros/dia.Na opinião dos técnicos, no ritmo emque vão, não levarão muito tempo paraconquistar o novo objetivo. Hoje, eles ti-ram 509 litros de leite por dia e têm 31vacas em lactação. Os animais ficam100% do tempo nos piquetes rotaciona-dos irrigados, que têm lotação média de11 vacas por hectare.

Resultadorápido

BALDE CHEIOArquivo Balde Cheio

INDICADOR ANTES DEPOISÁrea da propriedade (ha) 60 10Produção diária (litros) 134 509Vacas em lactação (%) 65 80Despesas de custeio (R$/mês) 4.168,77 8.889,28Receita total (R$/mês) 4.870,33 16.805,02Produtividade (litros/ha/ano) 815 18.578Preço recebido (R$) 0,90 1,10Fluxo de caixa (R$/mês) 701,56 7.915,74

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epois de participarem doPrograma Gestão com Qua-lidade em Campo (GQC)em Machacalis, no Vale doMucuri, um grupo de 19produtores de dez proprie-

dades continua se reunindo com opropósito de aperfeiçoar a gestão daspropriedades.

No último sábado de cada mês, elesse reúnem e trocam informações sobreos negócios. Para animar ainda mais osencontros, os produtores criaram umconsórcio em que cada propriedadecontribui com R$ 100,00. O dinheiro ésorteado e o ganhador de R$ 1 mil ficacom o compromisso de receber a visitado grupo no mês seguinte e contar co-mo investiu o dinheiro.

“Nós recebemos o dinheiro, masainda não investimos. É um valor con-siderado baixo para a realização de al-gumas ações, mas serve de incentivo.

Por exemplo, nós vamos comprar ma-deira para o curral e certamente preci-saremos complementar esse valor. Aregra é investir o dinheiro na proprie-dade, senão o dinheiro tem que ser de-volvido”, explica Gerenaldo de SouzaPorto, mobilizador do Sindicato dosProdutores Rurais de Machacalis e par-ticipante do grupo.

“Já realizamos dois encontros e va-mos passar pelas 10 propriedades queestiveram envolvidas no GQC. Ao finaldas visitas faremos uma avaliação parasabermos como e onde o valor repassa-do foi investido e se isso foi feito de ma-neira correta”, explica Vandelício San-tos Dantas, que participou do GQC coma sua esposa Sivanilde Dantas Azevedo.

A criação do consórcio é inédita naregião. Vandelício Dantas, que é tam-bém presidente da Associação dos Mo-radores da Comunidade Córrego deÁgua Branca, explica que a ideia surgiu

“O GQC foi umaexperiência fantásticaque fez com queenxergássemos tudode forma diferente,nos abriu a cabeça. Epara que pudéssemosseguir enxergandobem e adianteresolvemos manter osencontros”Vandelício Dantas

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Mesmo depois de finalizado o GQC, produtores deMachacalis continuam se reunindo. Para motivar o grupo, foi criado um consórcio e o ganhador tem que investir o dinheiro na propriedade.DIEGO SOUZA, DE GOVERNADOR VALADARES

A força da uniãoGQC

Fotos: Arquivo SENAR MINAS

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para o grupo colocar em prática os en-sinamentos do GQC. “O GQC foi umaexperiência fantástica que fez com queenxergássemos tudo de forma diferen-te, nos abriu a cabeça. E para que pu-déssemos seguir enxergando bem eadiante resolvemos manter os encon-tros mesmo com o fim do programa.Assim estaremos sempre praticandoaquilo que aprendemos no curso.”

A instrutora do grupo, Teí Gazzi-nelli, se surpreendeu com a iniciativa.“Senti o grupo muito interessado e de-dicado desde o início. Aliás, a caracte-rística marcante do grupo foi o inte-resse.” Ela acredita que o curso e osencontros farão diferença no modo devida desses produtores. “É muito claraa transformação por que passaramnos três meses de GQC. Espero queeles sigam trilhando esse caminho doconhecimento e aperfeiçoando assuas habilidades”.

Cyntia Bonfim Dantas, esposa deGerenaldo, também participou doGQC e diz ter ficado emocionadacom tudo que aprendeu. “A gentepercebe uma aproximação maiorentre os produtores e especialmen-te dentro de cada família. Aqui emcasa foi um divisor de águas. Hoje agente se ajuda mutuamente, o queantes não ocorria. Tem sempre al-guém do grupo para ajudar, sanardúvidas. A nossa comunidade estámais unida. Sentimo-nos apoiadosuns nos outros”.

Celso Furtado Júnior, assessor dePlanejamento do SENAR MINAS e

coordenador do GQC, diz que consi-dera a iniciativa uma proposta inte-ligente. “Mostra que é possível avan-çar no propósito de continuidade doGQC, mesmo quando se finalizamos blocos de teoria e consultoria. Aforça dos participantes, em conjun-to com o Sindicato de ProdutoresRurais e entidade aglutinadora, re-presenta um exemplo de visão defuturo apoiada em soluções locais.”

O GQC de Machacalis foi realiza-do pelo Sindicato dos ProdutoresRurais da cidade, em parceria como SENAR MINAS e o Sicoob CarlosChagas.

FAEMG | SENAR 19

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Divisor de águas

Gerenaldo Porto

Iniciado em 2005, com um pro-jeto piloto no município de SantoAntônio do Amparo, no oeste deMinas, o GQC tem metodologiaprópria, desenvolvida pelo SENARMINAS com especial atenção àscaracterísticas peculiares do meiorural. O Programa é desenvolvidoem módulos, com aulas expositi-vas voltadas para exemplos práti-cos e consultorias especializadas,que são feitas nas propriedadesrurais. Cada turma é compostapor vinte pessoas, duas por pro-priedade.

Um item importante na meto-dologia é o PGQ – Plano de Gestãocom Qualidade, elaborado peloparticipante nas etapas do progra-ma. Nele são abordados temas co-mo por exemplo: trajetória, in-ventário, razão da existência daempresa rural, objetivos, metas,custo de produção, 5 “S”, proces-sos da atividade principal da em-presa rural (etapas, indicadores deverificação e controle) etc. Desde asua criação, foram realizados 147programas, atendendo a 1.405propriedades.

Celso Furtado (à esquerda) em visita a uma das propriedades participantes do GQC

Fazenda de um dos participantesdo GQC em Machacalis

Trajetória do GQC

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ACONTECE

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Soja avança

O Novas Lideranças formou a última turma do ano em São Lourenço, com 40 participantes. Ao longo de 2013, o programa preparou 180líderes, em cinco municípios. Os cursos foram ministrados também em Governador Valadares, Juiz de Fora, Patos de Minas e Uberaba.

Missão cumprida

A desvalorização do milho e o bommomento da soja no mercado inter-nacional devem influenciar a conver-são de cerca de 10% das áreas planta-das em Minas Gerais. Um pesado in-vestimento em tecnologia também éesperado para a safra verão de grãos2013/14. Essa foi a avaliação da Comis-são de Grãos da FAEMG, após reuniãopara discutir cenário e oportunidadesde mercado.

Apesar dos problemas com a Heli-coverpa e a mosca-branca, o cultivo desoja deve ser estimulado pelo preço

mais atrativo que o do milho, amea-çado pela safra recorde no Centro-Oeste. O algodão também deve ga-nhar um pouco mais de espaço.

Sobre as pragas, a Comissão desta-cou a importância da assistência téc-nica, uma vez que o manejo adequa-do reduz a necessidade de defensivosagrícolas. A ferrugem, por exemplo,já não causa tanta apreensão aos pro-dutores, que aprenderam a lidar comela. A Helicoverpa, por outro lado, éconsiderada inimiga ainda desconhe-cida e preocupante.

“O produtor teminvestido na agriculturade precisão, emmaquinário, irrigação e pesquisa. Cresce ademanda por produtosagroquímicos menosnocivos, sementesmodificadas comtecnologia paracontrole de lagartas, deervas daninhas e paramaior precocidade. O investimento emotimização tem elevadonossa produção ao topodos padrõesinternacionais”. Claudionor Nunes de Morais, Presidente da Comissão de Grãos da FAEMG

Reunidos em Uberaba, membros da Comissão avaliaram as expectativas para a próxima safra

Gustavo Lazzarini

Arquivo FAEMG

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FAEMG | SENAR 21

Semana doFazendeiro

Durante a 84ª Semana do Fazen-deiro, realizada no campus da Uni-versidade Federal de Viçosa (UFV),o SENAR MINAS capacitou 71 pes-soas em nove cursos (foto). O SIS-TEMA FAEMG também esteve pre-sente com estande institucional,apresentando ao público ações,cursos e programas das entidades.

Programa Leite LegalFoi dada a largada para a formação

profissional de milhares de produtores deleite em Minas Gerais. Depois de recebe-rem capacitação em Belo Horizonte, 13instrutores participaram do primeiro trei-namento em campo (foto), em São Sebas-

tião da Vitória, distrito de São João DelRei, para produtores vinculados ao Laticí-nio Vitória. Até o final de 2014, o SENARMINAS pretende capacitar 15 mil proprie-dades. Para isso, estarão em campo traba-lhando cerca de 60 instrutores.

Aprimoramento constante

O superintendente da FAEMG,Silas Canedo, e a coordenadora deAdministração e Finanças do SE-NAR, Ana Lúcia Campos, participa-ram do 39º Congresso Nacional so-bre Gestão de Pessoas, em São Pau-lo. Realizado pela ABRH (Associa-ção Brasileira de Recursos Huma-nos), o tema do evento foi “Rein-ventar a Gestão: Uma ConstruçãoColetiva”. Os debates focaram a al-ta velocidade de transformação nainteração entre organizações e pes-soas. Mais de 3.500 congressistasparticiparam do evento.

Oportunidades na criseEm meio à crise provocada por cota-

ções de mercado abaixo dos custos deprodução, os cafeicultores da Chapadade Minas criaram uma oportunidade pa-ra discutir soluções. Prefeitura, Sebrae-MG, Associação Comercial, Emater-MGe Sindicato Rural se uniram para pro-mover o Seminário do Café das Chapa-das de Minas, em Capelinha. Palestras,rodada de negócios e momentos de in-teração atraíram 300 participantes.

O evento foi prestigiado pela FAEMG.

O diretor João Roberto Puliti esteve pre-sente na abertura e o diretor e presi-dente das Comissões de Café da FAEMGe CNA, Breno Mesquita, proferiu pales-tra. Ele falou sobre os esforços que temcomandado para sanar a crise enfren-tada pelo setor. O presidente do Sindi-cato Rural de Capelinha, Murilo Horta,disse que o balanço é muito positivo eque a principal contribuição foi a pro-posta de criar a Associação de Produto-res de Café de Capelinha e Região.

Lançamento em JequitibáSubiu para 272 o número de municí-

pios mineiros atendidos pelo ProgramaBalde Cheio da FAEMG. O lançamentodo convênio em Jequitibá, realizado naCasa de Leilões Domingos Barbosa Mas-carenhas, foi prestigiado por 80 produ-tores e lideranças da região. O eventocontou ainda com palestras sobre cená-rio e perspectiva do mercado e sobre ofuncionamento do Balde Cheio.

A FAEMG foi representada pelos di-

retores João Roberto Puliti e Rodrigo Al-vim, presidente das Comissões de Pe-cuária de Leite da FAEMG e da CNA.Também estiveram presentes a presi-dente do Sindicato de Produtores Ru-rais de Jequitibá, Mônica Mascarenhas;o prefeito, Humberto Reis; o presidenteda Cooperativa Regional Agropecuáriade Jequitibá, Auromar Jare dos Santos,e o gerente geral de Suprimentos deLeite da Itambé, Armindo Neto.

Arquivo SENAR

Arquivo FAEMG

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CASO DE SUCESSO

Negóciode famíliaDepois de lecionar por 33 anos, há

cinco a professora de Português MariaLúcia Duarte de Oliveira aposentou-see, assim como o marido Adão Manoelde Oliveira, que em 1989 deixou o Di-reito para se dedicar à produção de ca-chaça, decidiu também investir na ati-vidade rural. Como ponto de partida,ela se impôs uma meta: tirar o maiorproveito possível de toda a matéria-prima disponível na Fazenda Mou-rões da Porteira, localizada em Felix-lândia, na região central do estado.“Quando me mudei para cá, as frutasperdiam nos pés e o leite muitas vezesera desperdiçado. Então con-versei com meu marido eele me orientou a pro-

curar no Sindicato algum curso ofere-cido pelo SENAR e foi aí que tudo co-meçou”, relata.

Sem tempo a perder, Maria Lúciafez os cursos de Fabricação de Picles eProdutos Derivados do Tomate, Fabri-cação de Compotas, Frutas Cristaliza-das, Geleias e Doce em Pasta, Produçãode Derivados do Leite e mais recente-mente o de Transformação de Produ-tos de Origem Animal em Embutidos eDefumados - Peixe e Carne Suína. A sa-tisfação com o retorno das capacita-ções foi tanta que ela se tornou parcei-ra do Sindicato, emprestando as de-

pendências da fazenda para arealização de cursos.

Para diminuir osconstantes desloca-

mentos a Sete La-goas e Belo Hori-zonte, principaiscidades compra-doras dos pro-dutos Flor dasGerais, o casaldecidiu que era

chegada a horade levar os clientes

até a fazenda. E umadas formas encontra-

das foi a instalação de pla-cas ao longo da estrada, cada

uma anunciando um produto, indican-do a quilometragem restante para sechegar à propriedade. “De um ano paracá, a demanda aumentou muito. Tudoo que fabricamos é vendido e para darconta contratei uma funcionária quetambém fez cursos do SENAR”.

Segundo a produtora, toda decisãoé tomada com a participação dos fi-lhos Daniel, engenheiro agrônomo,Danielle, arquiteta, e Grazielle, fo-noaudióloga. “Nossos filhos são osnossos grandes parceiros e incentiva-dores. A profissionalização das emba-lagens e a criação da nossa página nainternet, por exemplo, foram iniciati-va deles”, aponta.

Os cursos do SENARmudaram a vida de MariaLúcia, que passou a produzirdoces, geleias e carnesdefumadas e hoje, com omarido, que se dedica àfabricação de cachaça, possui uma charmosa loja em Felixlândia. MÔNICA SALOMÃO, DE SETE LAGOAS

As cachaças são o carro-chefe da empresa, mas aprodução está bemdiversificada, com geleias,licores, embutidos ederivados do leite

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FAEMG | SENAR 23

A cachaça produzida pela famíliapossui as certificações de produto or-gânico, emitida pelo Instituto Mineirode Agropecuária (IMA), e de qualidade,concedida pela Associação Mineirados Produtores de Cachaça de Quali-dade (Ampaq). “Estamos em vias deconseguir a certificação do Sisorg (Sis-tema Brasileiro de Avaliação de Con-formidade Orgânica) e o próximo ob-jetivo é a certificação do Inmetro (Ins-tituto Nacional de Metrologia, Quali-dade e Tecnologia). Queremos, até ofim do ano, essas quatro certificaçõespara que a nossa cachaça se torne amais certificada do país”, espera Da-niel Oliveira. De acordo com o caçulada família, assim como a cachaça, aideia é que os outros produtos tam-bém tenham futuramente a certifica-ção do Sisorg.

Solange do Rosário Souza Oliveira,assistente técnica na área de educa-ção, é consumidora dos produtos Flor

das Gerais há cerca de 10 anos. “O dife-rencial do produto certificado está nofato de passar por um rígido controlede fabricação que, por sua vez, assegu-ra qualidade ao que vamos consumir.”Solange diz que sempre compra osprodutos também para presentear osamigos e a família. “O sucesso é garan-tido.” Para ela, os sabores da Flor dasGerais são diferenciados. “Tudo o quea Maria Lúcia e o Adão fazem é commuito carinho, cuidado e dedicação.Acho que por isso é tudo tão saboroso.”

“Os produtos orgânicos e certifica-dos, além de contribuírem para a saú-de, têm valor agregado: os clientes fi-cam mais confiantes ao adquiri-los ese tornam fiéis à marca. Trabalharcom esses produtos e obter a certifi-cação é para nós uma vitória, umavez que primam pelo sabor, pela tra-dição da produção artesanal e, princi-palmente, pela qualidade”, atesta Ma-ria Lúcia.

Qualidade certificada

Maria Lúcia Duartecom os filhos Daniele Danielle

“Estamos envolvidosdesde o começo e,com certeza, temos aintenção de darcontinuidade a estetrabalho quecomeçou com osnossos pais.Reformamos a casa apartir de um projetototalmentesustentável paramelhor receber aclientela e asperspectivas são asmelhores possíveis”Danielle Oliveira

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SINDICATOS

s produtores rurais de Curvelo tiveram duas grandes conquistas neste semestre. O Sindicato Rural inaugurou sua sede: umprédio moderno, com 318 m² (fotos). Antes,o Sindicato funcionava em casa alugada.

Também lançou o Cartão do Associado, que permitedesconto no comércio, clínicas médicas e laboratórios.As novidades fazem parte das ações para melhorar oatendimento aos associados e atrair novos produtores.

O presidente do Sindicato, Dalton Canabrava Filho,disse que essas iniciativas são apenas o começo: “Nasnovas instalações, os produtores serão atendidos commais conforto e rapidez. Queremos que o Sindicatocuide de todas as demandas da porteira para fora”. Na inauguração, Dalton agradeceu às diretorias atual eanteriores a contribuição na construção da sede própria.

Os associados aprovaram as novidades. Para oprodutor de leite Marco Aurélio Machado, 69, a novasede é moderna e de fácil acesso: “Agora, temos tudode que precisamos em um único lugar”.

Sindicato dos Produtores Rurais de CurveloFundação: 21 de dezembro de 1966

Nº de associados: 581

Novo endereço: Rua Rio Negro, 180 – CentroCurvelo/MG – 35790-000

Novasede

OArquivo Sin

dicat

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Curvelo

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FAEMG | SENAR 25

A história de Denise Cássia Garciano meio rural começou há 32 anos,quando assumiu a propriedade da fa-mília. Foi a primeira mulher eleitapresidente de um Sindicato de Produ-tores Rurais em Minas Gerais, e a pri-meira na diretoria da FAEMG. Há 14anos está à frente do Sindicato Ruralde Campo Belo, gestão reconhecidacom a Medalha do Mérito Rural 2011.Formada em administração e direitoe com duas pós-graduações, exercevárias atividades classistas, entre elasa vice-presidência da Comissão Técni-ca de Café da FAEMG e a coordenaçãoda Câmara Setorial de Café da Secre-taria Estadual de Agricultura.

Este ano, sua liderança recebeu re-conhecimento da ACMinas (Associa-ção Comercial e Empresarial de Mi-nas). Ela foi agraciada com o prêmio“Mulheres Notáveis”, na categoriaMulher Notável que trabalha pela so-ciedade – Liderança Classista. A entre-ga foi durante o evento Salto em Ne-gócios, em BH.

Campo Belo | Mulher de fibra

Frutal | Açãosustentável

Quando se avalia o potencial agrícolade uma região, resultado da eficiênciade produtores e da aplicação de técnicasprecisas, o uso de defensivos e a destina-ção correta das embalagens vazias nãopode ficar de fora. Minas tem se desta-cado neste campo. De janeiro a setem-bro deste ano, retirou do meio ambien-te 2.597 toneladas de recipientes.

Para aumentar a capacidade de rece-bimento dessas embalagens no estado,foi ampliada a unidade receptora deFrutal. Passou a captar 200 toneladaspor ano. O posto é gerenciado pela As-sociação das Revendas de Agrotóxicosde Frutal e Região e tem o Sindicato dosProdutores Rurais como parceiro. Todomaterial é levado para Uberaba e enca-minhado para reciclagem ou incinera-ção, pelo inpEV (Instituto Nacional deProcessamento de Embalagens Vazias).

Campanha Pomares bem cuidados

A citricultura ganha cada vez maisdestaque em Campanha. O desenvol-vimento da atividade é incentivadopelo Sindicato, em parceria com o SE-NAR MINAS. Neste semestre, 33 pro-dutores e trabalhadores rurais partici-param do curso Fruticultura Básica –Manejo Integrado de Pragas e Doen-ças, inédito no município.

O presidente do Sindicato, RomeuMendes Filho, está entusiasmado como crescimento da atividade e com odesenvolvimento dos pomares, depoisdos treinamentos. Segundo ele, cercade 100 produtores se dedicam à citri-cultura, principalmente ao cultivo delaranjas: “É um importante momentopara os produtores. Sentem seus es-forços valorizados e aproveitam asoportunidades para crescer”.

Assistência técnica é uminvestimento com retorno ga-rantido. A implantação doBalde Cheio em Carandaí, pe-lo Sindicato Rural e parceiros,é um bom exemplo. Após pa-lestra com apresentação dosresultados do programa, a di-retoria, produtores e apoiado-res estão cada vez mais ani-mados em oferecer a oportu-nidade para mais pecuaristas.O Sindicato Rural de Carandaítambém está investindo emoutras formas de capacitação,com a promoção constante decursos do SENAR MINAS. Osúltimos treinamentos promo-vidos foram de motosserra edesdobramento de toras.

CarandaíCapacitação em alta

Arquivo Sindicato

Arquivo SENAR MINAS

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SINDICATOS

Em sua 50ª edição, a Camaru (Ex-posição Agropecuária de Uberlândia)é um ótimo exemplo da importânciados eventos agropecuários para aseconomias locais. Durante os dez diasde festa, recebeu 300 mil pessoas e ge-rou R$ 50 milhões em negócios. O re-sultado deste ano rendeu ao SindicatoRural homenagem da CDL (Câmarade Dirigentes Lojistas) pela promoção.De acordo com o presidente do Sindi-cato, Thiago Soares Fonseca, a exposi-ção está entre as principais mostrasdo país. A próxima edição será de 29de agosto a 7 de setembro de 2014.

UberlândiaSucesso daCamaru

Já é possível ao produtor rural com-prar sacas de milho a preço menor doque o praticado no mercado graças aum projeto lançado há três meses, emTabuleiro, parceria entre Sindicato Ru-ral, Conab (Companhia Nacional deAbastecimento) e prefeitura.

Segundo o presidente do SindicatoRural, Paulo Henrique de Castro, asprimeiras compras foram de duas milsacas, agora chegam a 20 mil. O produ-tor economiza até 30% por saca de mi-lho (50 kg), comercializada no merca-do regional a R$ 23,65. O grão é impor-tante para manter as principais ativi-dades do município: pecuárias de cortee de leite. Para ter acesso à compra, oprodutor deve se cadastrar no Sindica-

to – responsável por enviar os docu-mentos à Conab. A mercadoria é entre-gue pelo Sindicato e pela prefeitura e oprodutor ainda fica livre do frete.

Paulo Henrique conta que os pro-dutores têm valorizado as ações doSindicato, o que pode ser medido pe-lo aumento do número de associa-dos. Em 2012, eram 85, hoje são 110.“Nosso objetivo é atender às necessi-dades do homem do campo. Vamoscontinuar com esses e outros proje-tos e estamos muito animados comos resultados. Como a maioria dosprodutores do município é de maisvelhos, estamos também trabalhan-do para incentivar a participação dosjovens”, disse.

Tabuleiro Estratégia para o crescimento

Motorista Joel de Sousa Reis; o presidente do Sindicato Rural de Tabuleiro, PauloHenrique Netto de Castro; o produtor José Eugênio Ramos Lino e o vice-prefeito deTabuleiro, Francisco Guilherme Ferraz

Ipiaçu | Novocooperado

O presidente do Sindicato dos Pro-dutores Rurais de Ipiaçu, Otávio deMoraes Franco Neto, assinou Termode Cooperação Técnica e Financeirapara a realização de cursos do SENAR.“Ampliar a área de atendimento daRegional vem ao encontro do nossoobjetivo de estar cada vez mais próxi-mos dos produtores”, diz o gerenteregional do SENAR MINAS em Ubera-ba, Flávio Silveira. Ipiaçu está localiza-da no Pontal do Triângulo, possuiquatro mil habitantes e a agropecuá-ria é a principal atividade econômica.

Produtores e familiares, associa-dos às entidades pertencentes aoNúcleo de Sindicatos Rurais, te-rão descontos especiais para es-tudar nas Fazus (Faculdades As-sociadas de Uberaba). A parceriafoi firmada na última reunião,

em Conceição das Alagoas. A ini-ciativa do Núcleo vai incentivara qualificação do homem docampo. Os produtores tambémterão descontos nos serviçosprestados pelos laboratórios dasfaculdades.

Conceição das Alagoas Incentivo aos estudos

Arquivo

Sindic

ato

Arquivo Sindicato

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5 a 7|11 1º CONGRESSO BRASILEIRODE MACAÚBA | Em Patos deMinas, no Centro Universitário, aconsolidação da cadeia produtiva damacaúba será discutida em eventopromovido pelo Ministério daAgricultura, em parceria com oMinistério do DesenvolvimentoAgrário, Embrapa Agroenergia,Embrapa Cerrados, Secretaria deEstado de Agricultura e CentroUniversitário de Patos de Minas.

6 e 7|11II CONGRESSO BRASILEIRODE EUCALIPTO | Paraprofessores, pesquisadores,extensionistas, empresários eestudantes: realidade e perspectivasdo setor. Promoção do Centro deDesenvolvimento do Agronegócio,Remade e Revista da Madeira. EmSão Paulo, no Centro de ExposiçãoImigrantes.www.congressoeucalipto2013.com.br

15 a 17|11I SIMPÓSIO AGROMINAS |Com o tema “O agronegócio regionalem evidência”, o evento reunirálíderes, produtores, técnicos,pesquisadores e estudantes, emGovernador Valadares, no Parque deExposições, das 8:00 às 18:00. Oobjetivo é fornecer subsídios técnicospara avaliação dos sistemas demanejo de rebanhos e também delavouras. Participantes e empresaspoderão apresentar os resultados depesquisas para aumentar trocas deexperiências e informações.Promoção da Editora e RevistaAgrominas, com apoio do SindicatoRural de Governador Valadares. (33) [email protected]

19|11 - 3|12 - 17|12LEILÃO MISTO DE BOVINOSGados de corte e de leite serãoleiloados em eventos promovidospelo Sindicato Rural de Passos, noParque de Exposições, às 19:00. (35) 3529-2650

25 a 28|118º SIMPÓSIO DE PESQUISADOS CAFÉS DO BRASIL | EmSalvador, no Fiesta Bahia Hotel, maisde 300 trabalhos científicos serãoapresentados em evento promovidopelo Consórcio Pesquisa Café ecoordenado pela Embrapa Café. Oevento também terá palestras,oficinas, minicursos, mesas-redondas e visitas técnicas. Parapesquisadores, estudantes,professores, extensionistas,produtores, lideranças, empresáriose imprensa.www.simposiocafe.sapc.embrapa.br

30|11 - 20|12LEILÃO MISTO DE BOVINOS |Promoção do Sindicato Rural deJanuária para melhorar o rebanho daregião, no Parque de ExposiçõesAstério Itabayana, às 19:00. (38) 3621-1964

1º|12LEILÃO DE GADO LEITEIRO|Promoção do Sindicato Rural dePassos, no Parque de Exposições, às 19:00. (35) 3529-2650

6|1251º LEILÃO DE CORTE|Animais de alta qualidade serãoleiloados em evento promovido peloSindicato Rural de Curvelo, noParque de Exposições, às 19:00. (38) 3721-1770

3 a 8|1224ª FEIRA NACIONAL DEARTESANATO |Neste ano, aFeira de Artesanato, noExpominas, em BH, com o tema “A Cultura e a Arte Entram emCampo”, faz homenagem à Copado Mundo 2014. O SISTEMAFAEMG terá estande com aexposição de produtos dos cursosdo SENAR MINAS nas áreas dealimentação e artesanato. A feiraterá expositores, cursos, oficinas,palestras e shows.www.feiranacionaldeartesanato. com.br

Executivos Sindicais

Para qualificar e valorizar os recursos humanosdo sistema sindical rural, a FAEMG vai promovero curso de atualização para funcionários (secretá-rios executivos) de sindicatos, no San FranciscoFlat, em Belo Horizonte (Av. Alvares Cabral, 967,no bairro de Lourdes). A primeira edição será de 5a 7 de novembro; a segunda, de 12 a 14; e a tercei-ra, de 19 a 21. As palestras abordarão assuntos ju-rídicos, ambientais, contábeis e tributários e con-tribuição sindical.

Anualmente, a FAEMG capacita cerca de 300secretários executivos, segundo o coordenador daAssessoria Sindical, Wilson Moura: “Esses cursosjá são tradicionais no nosso Sistema e os resulta-dos têm sido muito positivos. A qualidade dos ser-viços, a imagem do Sindicato Rural e o envolvi-mento dos funcionários crescem e melhoram acada edição”.

Em dezembro, a FAEMG promoverá treinamen-to de técnicos do Programa Balde Cheio: dias 2 e 3,para veteranos e 5 e 6, para iniciantes. Palestras: Ma-nejo do rebanho leiteiro, Cenário e Perspectivas doMercado Lácteo e Regularização Ambiental. No dia4, veteranos e iniciantes assistirão às palestras Pro-grama Leite Legal, Sistema Sindical e Capital Huma-no – Estímulo à reflexão, à ética e à cooperação.

Balde Cheio

FAEMG | SENAR 27

AGENDA | NOVEMBRO - DEZEMBROFlávio Amaral

Wilson Moura, coordenador da Assessoria Sindical da FAEMG

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Irrigação criativaINOVAÇÃO & TECNOLOGIA

m projeto feito por profis-sionais competentes ebem executado pode ser opulo do gato para o pro-dutor. Fausto Pereira Ba-tista, 48, sabe bem disso.

No início de 2012, ele investiu em umprojeto inovador: um sistema de irri-gação que utiliza a força da gravidadeem vez de energia elétrica.

O projeto foi implantado em 26hectares da Fazenda Paraíso, em NovaPonte, onde cria gado de leite. Faustoconta que antes do investimento apropriedade não gerava renda sufi-ciente para o custeio. Hoje a fazendanão só se sustenta como gera lucro.

A irrigação permitiu que a lotaçãodo pasto passasse de um para oito ani-mais por hectare ao mês. A receitacom a produção de leite subiu vertigi-nosos 1.150%, passando de R$ 2.400,00para R$ 27.600,00 por hectare ao ano.O melhor é que os R$ 290 mil aplica-dos foram recuperados em 18 meses.

Os resultados são visíveis a distân-cia. Este inverno foi o primeiro com airrigação funcionando plenamente.

UO tempo de utilizar pastagens de acordo com a quantidadede chuvas passou. A irrigação deixou de ser vista como custoe virou investimento. É cada vez mais utilizada como recursopara aumentar a produtividade daqueles que, é claro, têmágua à disposição. Hoje em dia custa, em média, um quintodo valor da terra. Situação bem diferente de 15 anos atrás,quando a relação de valor era inversa.

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Quem passava pela estrada identifica-va de longe as terras da família Perei-ra. Eram como um oásis de verde in-tenso na paisagem amarelada.

O crédito desta transformaçãoFausto dá à filha Suzana, 24. Gestorade agronegócio, ela estava, na época,terminando a pós-graduação em Ges-tão Financeira e Comércio Exteriorem Agronegócios. Queria que o tra-balho de conclusão de curso fosse so-bre algo útil para os negócios da fa-mília. Estimulada pelas possibilida-des e inovações que conheceu duran-te as aulas, ela desenvolveu o “Proje-to de Irrigação com Fertirrigação porGravidade Automatizado Hidraulica-

mente para Pastejo Rotacionado”.A inspiração partiu de duas carac-

terísticas da Fazenda Paraíso: o cursod'água no topo da serra e o desnívelmédio de 100 metros. Antes mesmodas medições técnicas ela sabia queesses dois recursos há muito esqueci-dos tinham potencial. Antigamente,a força da água morro abaixo movi-mentava o engenho e o moinho dafazenda.

Com o projeto em mente, Suzanalevou o pai para assistir a aulas sobreos benefícios da irrigação e as inova-ções tecnológicas disponíveis. Certo deque seria um ótimo investimento,Fausto e a família iniciaram os estudos.

Fotos: Ciara Albernaz

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FAEMG | SENAR 29

Execução

PRODUÇÃO IRRIGADA X CONVENCIONALÁREA SEM IRRIGAÇÃO ÁREA IRRIGADA

Unidade animal 1 8Produtividade de leite 8 10Produção de leite por lactação ao ano 2400 24000Valor do litro de leite em função do volume produzido R$ 0,75 R$ 0,95Valor total do leite produzido / ano R$ 1.800,00 R$ 22.800,00Produção de bezerros (ano) 1 8Valor da produção de bezerros ao ano R$ 600,00 R$ 4.800,00Custo com adubação (ha/ano) - R$ 4.050,00Depreciação do projeto de irrigação (ao ano) - R$ 904,30Custo do animal R$ 300,00 R$ 2.400,00Despesas (ha/ano) R$ 1.903,35 R$ 19.802,30Despesas (litro de leite/ano) R$ 0,79 R$ 0,95Receita bruta (ha/ano) R$ 2.400,00 R$ 27.600,00Renda líquida (ha/ano) R$ 496,65 R$ 7.797,70Diferenca de lucratividade em 26 ha/ano R$ 189.827,30

A família Fausto Pereira Batista e sua mulher

Lucineide são de famílias com tradi-ção na produção rural. A Fazenda Pa-raíso, onde o projeto de irrigação foiimplantado, pertence à família de Lu-cineide há mais de dois séculos e éuma das propriedades que o casal temno Triângulo. Produtores de cana-de-açúcar, milho, soja e criadores de ga-

dos de corte e de leite, eles têm o agro-negócio no sangue, passado de gera-ção em geração. Sempre incentivaramas filhas Suzana e Poliana a se interes-sarem pela fazenda, mas nunca as ob-rigaram a nada. O gosto que as moçasadquiriram pelo negócio foi espontâ-neo, mas muito bem-vindo, e agoratem gerado lucros e tranquilidade.

Vantagensagregadas

A melhora na qualidade do pastopropiciou mudanças no trato do re-banho. A ordenha é feita apenasuma vez ao dia. As vacas criam o be-zerro ao pé, dando um considerávelincremento de lucratividade ao pro-jeto. A reciclagem de nutrientes pro-porcionada pela fertirrigação, com-binada à matéria orgânica que osanimais deixam no pasto, tambémpromove melhoras constantes naqualidade do capim e, consequente-mente, na nutrição do rebanho.

Os resultados e o retorno do capi-tal aplicado foram tão bons e rápi-dos que Fausto já expandiu o inves-timento em irrigação para outra desuas propriedades, onde produzgrãos e tem parceria com vizinhospara o cultivo de batata, cebola, fei-jão e milho para semente.

Suzana saiu à procura de profissio-nais para executar o projeto. As empre-sas mineiras que consultou disseramnão ser possível colocá-lo em prática. Sóem São Paulo encontrou uma que pro-pôs a adaptação de técnicas israelensespara aproveitar a gravidade. A propostareduziu o consumo de energia elétricaao nível semelhante ao de um rádio-re-lógio comum, mesmo utilizando-se umsistema completamente automatizado.

Os 26 hectares foram divididos em

15 setores, com 64 piquetes, que atual-mente comportam três baterias de ga-do, que rodam a cada 25 dias. A progra-mação da irrigação é controlada porum dispositivo que fica na garagem dacasa. A pressão da água é regulada deacordo com o desnível de cada piquete,por meio de cavaletes, e individualmen-te em cada aspersor. O volume de águairrigado e a periodicidade também têmregulagem automatizada, com controleestabelecido por sensores de chuva.Facilidade: a central de comando do

sistema de irrigação foi instalada nagaragem de Fausto

O casal Lucineide e Fausto Pereira Batista, com as filhas Suzana e Poliana

Antes de chegar ao pasto, fertilizantessão misturados à água para irrigação

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recisando aumentar a pro-dução e sem gente paracontratar, ele pensou du-rante um bom tempo emalternativas para superar oimpasse. A mais óbvia se-

ria mecanizar a produção. Pesquisou enão encontrou máquinas que pudes-sem atendê-lo. Então, decidiu inven-tar. Entrou no barracão de sua fazendaem Frutal e, não demorou muito tem-po, as máquinas começaram a sair.

Seu primeiro invento, a “motoagro”,já faz sucesso no mercado há algunsanos, com mais de 60 kits vendidosem oito estados. Equipamento acopla-do em motocicletas do tipo cross (Hon-da Bros 125 e 150 e Yamaha xtz 125), foicriado para aplicação de herbicidas,

hormônios para indução floral, inseti-cidas e fungicidas, percorrendo umhectare por hora.

A máquina é capaz de pulverizar100 litros a cada 4 ou 5 minutos. Umaprodutividade excelente se compara-da a um trabalhador que, por uma diá-ria de R$ 60, pulveriza 200 litros, o queimplica recarregar a bomba costal 10vezes durante o dia.

A motoagro também pode ser utili-zada para adubação granulada, comrendimento de 10 sacos de adubo porhora, e como podadeira, facilitando otrabalho na hora da tampa do fruto. Oequipamento custa em torno de R$ 15mil. É unido à motocicleta por meiode cinco parafusos e ainda pode serutilizado em canaviais.

INVENTORES DO CAMPO

Em tempos de mão de obra escassa e cada vezmais cara no campo, muitos produtores ruraisprocuram formas inovadoras de garantir produçãoe renda. Para quem cultiva abacaxi, o produtorWagner Guidi criou soluções engenhosas.

PNo mês passado, durante a feira de

agronegócios de Aparecida de Minas,ele lançou mais um invento. Desta vezum equipamento que aduba a terra en-quanto planta as mudas. Acoplada aum trator médio, de 90 cv (cavalos depotência), a plantadeira cobre um hec-tare por dia. Ou seja, finca no soloaproximadamente 35 mil mudas. Umaprodutividade igualada à de oito traba-lhadores aplicados.

O invento fica bem mais interessan-te quando nos lembramos de que oplantio mecanizado de abacaxis sem-pre foi dificultado pelo formato dasmudas. Elas não entram na terra comfacilidade quando lançadas por máqui-nas. A raridade de equipamentos efi-cientes no plantio do fruto é tanta,que, antes mesmo de chegar à feira,Guidi vendeu um dos protótipos.

Novidade

Fotos: Divulgação Motoagro

Máquinas para abacaxis

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O inventorWagner Guidi, 51 anos, nas-

ceu em Pontal (SP), na fazendaonde a família cultivava cana-de-açúcar e amendoim. Desdemenino observava o pai na li-da. Com ele aprendeu a “darum jeito” nos equipamentosque pifavam, especialmenteno motor do moinho de pinga,desenvolvendo ali a habilida-de com ferramentas e o talen-to para inventar máquinas.

Aos 15 anos veio para MinasGerais acompanhando a famí-lia. Fixaram-se no Triângulo,onde recomeçaram a vidaplantando milho, soja e feijão.A lavoura de grãos foi substi-tuída no final dos anos 80 pelacana-de-açúcar, quando umausina se instalou perto da pro-priedade, e pelo cultivo deabacaxi. Em 1989, Guidi assu-miu o comando das proprieda-des juntamente com a irmã ca-çula e o cunhado. Ele tem or-gulho de dizer que sempre vi-veu na fazenda, mas hoje, ca-sado com uma médica e pai deduas meninas, tem tambémuma casa na cidade.

MOTOAGROEquipamento acoplado em motocicletas do tipocross (Honda Bros 125 e 150 e Yamaha xtz 125)para aplicação de herbicidas, hormônios paraindução floral, inseticidas e fungicidas

Produtividade: Um hectare por hora. Capaz de pulverizar 100 litros a cada 4 ou 5minutos

Preço: R$ 15 mil

A inspiração para criar máqui-nas surgiu da necessidade. Há se-te anos, Guidi resolveu ampliarsua plantação de abacaxi, que naépoca era de cerca de 70 mil pés.Mas, como só tinha um funcioná-rio, teve que colocar a mão na ter-ra. Além do grande esforço debai-xo de sol, ele percebeu que a ex-pansão seria lenta com apenasdois trabalhando. Com os lavra-dores locais dando preferência àsusinas de cana-de-açúcar, teveque se virar. Uniu a habilidadeem reparar máquinas à paixãopor motos e, depois de algumastentativas, HEURECA!

O equipamento foi, primeiro,

intensivamente testado em suapropriedade, onde hoje são culti-vados 700 mil pés de abacaxi – 10vezes mais do que antes de o in-vento existir. O sucesso da motoa-gro incentivou a continuação dasexperiências na oficina para criarmecanismos que cobrissem asoutras etapas da produção. Tam-bém gerou um novo negócio: avenda de implementos agrícolas.No início, a motoagro era procu-rada por vizinhos. Mas os bons re-sultados, divulgados de boca emboca, impulsionaram a expansãodos negócios. Hoje os equipamen-tos são comercializados por meiodo www.motoagro.com.br

Talento criativo

O comprador foi um produtor doTocantins, cansado de correr atrás demão de obra e que necessitava plantardois milhões de mudas. Durante oevento, Guidi vendeu outra unidadepara uma fazenda no Pará. A receptivi-dade surpreendeu o inventor, que já re-cebeu convite para expor seus equipa-mentos em Palmas (TO), por indicaçãodo cliente satisfeito.

Agora, com máquinas para o plan-tio e trato da lavoura, ele se dedica àcriação de um meio de transporte queleve os abacaxis do campo até o cami-nhão. A invenção já tem nome: “trato-rito” – um veículo pequeno o suficien-te para trafegar pela lavoura sem cau-sar danos. Capaz de executar as mes-mas tarefas da motoagro, e ao mesmotempo forte o bastante para carregar18 caixas, com 10 a 14 frutos em cada,substituindo a carriola na colheita. Umprotótipo do tratorito também foiapresentado na feira de Aparecida deMinas, provocando expectativas no pú-blico quanto ao lançamento.

PLANTADEIRAMecanismo acoplado em trator de médio porte,que aduba a terra enquanto planta mudas deabacaxi

Produtividade: Um hectare (cerca de 35 milmudas) por dia, o equivalente ao trabalho de oitopessoas

Preço: sob consulta

TRATORITOCarrega 18 caixas de abacaxis, com 10 a 14 frutosem cada, e é capaz de executar as mesmastarefas da motoagro

Produtividade: substitui a carriola na colheita etem a mesma eficiência da motoagro

Preço: ainda não está disponível no mercado

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“Apesar de não teremconhecimento datécnica, os alunos medeixam surpresa comsuas experiências.Além disso, são muitoobservadores.” Luana Dias de Paula

SurpresasLuana confessa que a cada novo

treinamento surpreende-se com osalunos do meio rural, pois tambémtem sempre algo a aprender comeles. “Apesar de não terem conheci-mento da técnica, eles me deixamsurpresa com suas experiências.Além disso, são muito observadores.”

Ela não vê grandes dificuldadesno trabalho de instrutora, mas, àsvezes, tem que improvisar nos luga-res onde ministra os cursos, princi-palmente nas cozinhas. “Muitas ve-zes, a mesa, a pia, o fogão e o fornonão são ideais para a parte prática,mas improvisamos de forma a nãoprejudicar o aprendizado dos parti-cipantes.”

Devido às constates viagens, Lua-na sente saudades da família, masfaz dos cursos do SENAR uma exten-são de sua casa. De vez em quando,fatos inusitados acontecem. “Numcurso, precisei regular a temperatu-ra do forno com pedras. Pedi às par-ticipantes que me arrumassem pe-dras pequenas e uma delas me trou-xe uma muito grande, do tamanhode um tijolo. Mesmo assim, usei apedra no forno e o fato causou mui-ta risada entre as outras alunas. Oambiente ficou descontraído e nossentimos mais próximas.”

Os ‘pacotinhos’da Luana

PERFIL INSTRUTOR

Para ajudar o aluno a se interessarpelo conteúdo e a processar as infor-mações, os instrutores utilizam diver-sas técnicas. Sem, obviamente, descon-siderar a metodologia do SENAR, cadaum busca uma maneira de facilitar oaprendizado.

A nutricionista Luana Dias de Paula,instrutora do SENAR há três anos, perce-beu já há algum tempo que ensinar deforma gradual – método consolidado naPedagogia – foi fundamental para o de-senvolvimento da técnica do “pacoti-nho”. “Trabalho os conteúdos dos cur-sos em "pacotinhos" (blocos), separandobem cada assunto. Depois, junto todosos temas abordados, mostrando a rela-ção entre eles e a importância de cadaum para o resultado final. Isto ajuda nacompreensão do aluno, especialmentequando o assunto é novo”, explica.

Natural de Alpinópolis, município dosudoeste mineiro, ela ministra cursosde Planejamento de Cardápios, Deriva-

dos do Café e Produção Artesanal de Ali-mentos. Graduada em Nutrição pelaFesp (Fundação de Ensino Superior dePassos), seu diferencial, na avaliação dogerente regional do SENAR em Passos,Rodrigo Diniz, é a metodologia de ensi-no que utiliza para repassar o conteúdo.

Quando Luana se credenciou noSENAR, em 2010, ajudou o gerente areestruturar a forma como o conteú-do é trasmitido aos alunos e as práti-cas trabalhadas no curso de Planeja-mento de Cardápios e de Produção Ar-tesanal de Alimentos, auxiliando naaplicação mais adequada da metodo-logia do SENAR nos treinamentos.

Com criatividade e dedicação, buscaconstantemente por novos conteúdos,gerando maior interesse e demanda porestes cursos. Na Regional de Passos, porexemplo, entre 2003 e 2009, eram reali-zados, em média, 17 cursos por ano.Com as mudanças, o número saltou pa-ra 43 no período de 2010 a 2013.

Os alunos passaram a ter mais interesse no curso depoisque Luana de Paula mudou a maneira de transmitir osconteúdos. KEULY VIANNEY, DE PASSOS

Fotos: Arquivo pessoal

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Natural de Tombos e filho de mãeprofessora e pai produtor rural, o edu-cador Sebastião Oliveira Cortat se tor-nou mobilizador “não por acaso”, co-mo ele mesmo diz. “Tive o privilégiode minha mãe ter sido minha professo-ra na zona rural, depois cursei o Gina-sial e o segundo grau em Tombos naEscola Estadual Ilka Campos Vargas eposteriormente me formei como edu-cador na Escola de Educação Física deVolta Redonda, na Fundação OsvaldoAranha”, conta.

A partir daí, veio o convite do ami-go e então presidente do Sindicato dosProdutores Rurais de Tombos, DarciPereira Bastos, que percebeu ter Sebas-tião perfil para desenvolver o trabalhoe assumir a função de mobilizador. Otempo que se passou até agora, ele sa-be na ponta da língua: precisamente20 anos e 6 meses, desde a criação doSENAR MINAS.

De lá para cá, ele aprendeu e aper-

feiçoou o trabalho e agora atua em cin-co sindicatos de produtores rurais den-tro da área de abrangência da Regionaldo SENAR MINAS em Viçosa. São ossindicatos de Antônio Prado de Minas,Barão do Monte Alto, Eugenópolis, Pa-trocínio do Muriaé e Tombos. Para darconta de tantas obrigações, Sebastiãorevela o segredo: “tenho muita fé emDeus e todo respaldo de minha famíliaque reside em Juiz de Fora”.

Morando em Tombos, longe da fa-mília, Sebastião encontra no trabalhoa grande fonte de motivação. O conví-vio no meio rural, estando cada dia emum lugar diferente, é o que ele maisgosta. Entre as alegrias que o trabalhoproporciona, está a missão de oferecerconhecimento ao homem do campo.“É muito bom saber que estou levandoeducação e aprendizado para as famí-lias que não tiveram oportunidade defazer um curso técnico ou mesmo umafaculdade”, enfatiza.

O mobilizador de cinco sindicatos

PERFIL MOBILIZADOR

“É muito bom saber queestou levando educaçãoe aprendizado para asfamílias que nãotiveram oportunidadede fazer um cursotécnico ou mesmo umafaculdade”Sebastião Oliveira

EnvolvimentoNo relacionamento diário com

alunos e instrutores, e também emvisita às famílias rurais, associações,secretarias e escolas, Sebastião desta-ca que a cooperação e a parceria sãomuito importantes. “É o melhor pos-sível, um ajudando o outro, pois o en-volvimento é muito grande”, explica.

O trabalho de mobilizador tambémtem seu lado engraçado. Segundo Se-bastião, em uma ocasião, a gerente Sil-vana Novais queria fazer supervisãoem um evento e ligou para ele para sa-ber como chegariam ao local. “Eu faleipara ela não vir porque havia chovidomuito e a estrada não estava boa. Elaveio e teve que empurrar minha Beli-na morro acima!”, lembra.

A gerente ri da lembrança e contaque Sebastião é um mobilizador mui-to organizado para trabalhar comcinco entidades cooperadas e que elemontou uma empresa como micro-empreendedor individual a fim deprofissionalizar o trabalho. “Ele bus-ca muitas parcerias e tem uma de-manda ampla porque divulga o tra-balho desempenhado pelo SENAR,atendendo sempre aquilo que real-mente é relevante para as localida-des”, destaca Silvana Novais.

Mesmo com mais de 20 anos juntoao SENAR, ele ainda se surpreendecom o interesse, a participação e adedicação dos alunos e também coma falta de responsabilidade de alguns.“Há muita preocupação para que tu-do dê certo: a turma ter compareci-do, o instrutor ter feito um bom tra-balho, todas as normas terem sidocumpridas, enfim, tudo o que foi pla-nejado tem que ser executado comsucesso”, ensina.

Uma vida dedicada a proporcionar educação eaprendizado para a população rural .NATHALIE GUIMARÃES, DE VIÇOSA

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TURISMO RURAL

Opotencialde Uberaba

ais conhecida como acapital do zebu e o lo-cal escolhido pelo mé-dium Chico Xavier pa-ra viver, Uberaba pos-sui outros atrativos

ainda pouco difundidos entre os turis-tas. O município integra o Circuito dosLagos, com belas paisagens e cachoei-ras. Abriga também o distrito de Peiró-polis, pequena vila situada a 21 Km docentro da cidade, que possui um sítiopaleontológico com fósseis de 80 mi-lhões de anos, um museu e o Centro dePesquisas Paleontológicas.

Para difundir estes atrativos e ala-vancar o turismo na região, o SENARMINAS iniciou o Programa de Qualifi-cação para Agente do Turismo Rural,com o apoio do Citur (Centro de Infor-mações Turísticas, Qualificação e Co-mercialização de Produtos Rurais) e doSindicato Rural de Uberaba.

Até o momento foram identificadas

18 propriedades rurais com potencialturístico, e inscritas duas turmas for-madas por produtores rurais, associa-ções e agentes de turismo que partici-param do primeiro módulo do curso.

Em abril de 2014, data prevista pa-ra o encerramento do programa, ogrupo organizará um evento turístico(feira e roteiro) para apresentar à co-munidade de Uberaba as potenciali-dades turísticas da região. “Nossa me-ta é fazer com que o grupo crie rotei-ros turísticos, cardápios típicos eapresente para a população”, explicaa instrutora Cláudia Ferolla.

“A expectativa do grupo é grande. Osparticipantes sabem que o município écarente na área de turismo, embora te-nha grande potencial. É uma nova opor-tunidade de negócios que irá fomentaro turismo rural na nossa região”, com-plementa Flávio Silveira, gerente doSENAR em Uberaba. A próxima cidadea receber o programa é Viçosa.

Belas paisagens e Peirópolis são atrativos ainda pouco conhecidos dos turistas.ANA CRISTINA MARQUEZ, DE UBERABA

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Ascom PMU

Arquivo SENAR

MÓDULOSO programa tem carga horária de 256 horas e sete módulos:

❚ Potencialidade e Oportunidade de NegóciosTurístico no Meio Rural;

❚ Sustentabilidade, Oportunidade eDesenvolvimento de Produtos e NegóciosTurísticos no Meio Rural;

❚ Segurança nas Atividades Turísticas Rurais;

❚ Condução de Turismo no Meio Rural;

❚ Hospedagem em Áreas Rurais e Atendimentoao Cliente;

❚ Meios de Alimentação na Área Rural;

❚ Comercialização de Produtos e NegóciosTurísticos no Meio Rural.

Peirópolis possuifósseis de 80milhões de anos

Participantes do programa visitam aCasa do Turista, em Peirópolis

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O SENAR MINAS está capacitandoinstrutoras de Artesanato para queexplorem a cultura local e traduzam estes valores nas peças produzidas.ALINE FURTADO, DE JUIZ DE FORA

Para que tal mudança ocorra, é fun-damental que instrutores vejam a ne-cessidade de resgatar a memória das co-munidades. “Mesmo que eu tenha mui-to conhecimento, é fundamental saberouvir os códigos de cada lugar, a sua his-tória. Afinal, de que adianta trabalharvalores que nada têm a ver com as pes-soas que moram ali?”, destaca Mazarelo.

Durante o treinamento, as instruto-ras elencaram os códigos, ou seja, os va-lores que poderão ser explorados: rele-vo; bioma; expressões culturais; religio-sidade, entre outros. “O turista vai se in-teressar por um trabalho que identifiqueo local que visitou”, reforça Mazarelo.

Memória

Ana Maria Baldoni, também res-ponsável pelo treinamento, aponta anecessidade de mudança pessoal. “Éum processo de transformação pes-soal. Afinal, como modificar os alunosse a mudança não começa em você?”,pergunta às instrutoras.

Para Maria de Fátima Ferreira Lou-zada, a mudança pessoal pode ser tra-duzida no estímulopara sair da zonade conforto. “O conhecimento adquiri-do nos dá embasamento técnico emais segurança para aplicar o conceitode resgate cultural.” Ela relata que emManhuaçu, por exemplo, este trabalhofez com que fossem criadas peças queretratavam o café, a principal ativida-de daquela região.

Quem também acredita no processode transformação pessoal é a instrutoraFabrícia Ferreira de Figueiredo. “Pudeperceber que posso fazer melhor do quevinha fazendo. Será um desafio. Foramdois dias de aprendizado que nos ajuda-ram aver as coisas por outros ângulos.”

Transformação

ARTESANATO

Resgatecultural

“Cada lugar é único”. A frase da ins-trutora do curso de Artesanato em Ar-gila e Congêneres, Marciana Félix, sin-tetiza a tônica do treinamento Criati-vidade e Resgate Cultural, realizadopelo SENAR MINAS durante dois diasem Barbacena, a 27 instrutoras da áreade Artesanato.

“Nossa intenção é provocar umamudança na forma de trabalhar. É pre-ciso, ao chegar às comunidades ondeministrarão os cursos, que as instruto-ras incentivem a valorização das ri-quezas culturais e naturais destes lo-cais. Minas Gerais é um estado muitorico e é necessário explorar essa rique-

za com o que está sendo produzido”,destaca o coordenador de PromoçãoSocial do SENAR MINAS, José Belas.

Uma das responsáveis pelo treina-mento, Mazarelo Carneiro Miranda,que presta consultoria nas áreas de de-signer e artesanato, conta que a pro-posta pode ser sintetizada como “que-bra de paradigmas”. “Estamos fazendoo convite para que elas quebrem mo-delos, que são verdadeiras barreiras.Isso só pode ocorrer se incentivarmoso desafio, a criatividade, o novo. Só as-sim conseguirão, verdadeiramente, es-timular os talentos com os quais se de-param nessas andanças pelo estado.”

Em Manhuaçu,a referência

é o café

Fotos: Arquivo SENAR

Cerâmica deSanta Barbara

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Dois jovens irão montar o seu pró-prio negócio após participarem doPrograma Jovem no Campo, com fo-co no ramo da equideocultura, ofere-cido pelo SENAR MINAS em São Do-mingos do Prata, em parceria com aAssociação dos Apicultores do muni-cípio. Finalizado no último mês, oprograma cumpriu sua proposta decontribuir com a inserção do jovemno mercado de trabalho, oferecendoa ele uma visão empreendedora donegócio, com base principalmentenas oportunidades locais e regionais.

Segundo a instrutora Solange Regi-na Pinto, que abordou o tema “em-preendedorismo”, o curso foi um su-cesso. “Os alunos saíram motivados e

os resultados foram surpreendentes”,comemora. Dois participantes de 17anos pretendem registrar uma em-presa de doma e outros cuidados naárea de equideocultura, prestandoserviços para os fazendeiros da região.

Um deles é o estudante Kaio FelizBarros, que já trabalha com doma,ferrageamento e preparação de equi-nos para apresentação em pista e pre-tende abrir o negócio já no próximoano. "Quero abrir um centro de trei-namento para trabalhar com equi-nos. Tenho um colega que quer esta-belecer comigo, mas isso só será pos-sível no ano que vem", explicou.

O mobilizador da Associação dosApicultores de São Domingos do Pra-

ta, João Batista Lima, conta que háuma grande demanda pelo curso naregião. Cerca de 50 jovens se candida-taram ao programa, mas devido aonúmero limitado de vagas das duasturmas, apenas 27 puderam partici-par. Eles são na maioria filhos de pro-dutores rurais e lidam com equideo-cultura no dia a dia.

De acordo com a assessora Pedagó-gica, Mírian Rocha Silveira, o Progra-ma Jovem no Campo é desenvolvidodesde 2010, qualificando jovens emdiversas ocupações: Apicultura, Flori-cultura, Jardinagem, Bovinoculturade Leite e Equideocultura. Em 2014,será realizada uma avaliação dosegressos do Programa.

Jovens empreendedores

Programa Jovem no Campo em SãoDomingos do Prata forma profissionaispara atuarem na equideocultura,atividade tradicional na região.NATHALIE GUIMARÃES, DE VIÇOSA

VOCAÇÕES

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CERIMONIAL E EVENTOS ROSI GUIMARÃES

Apresentações ecumprimentos

residentes de sindicatos, fun-cionários e produtores ruraissão constantemente convida-dos a participar de eventossociais. Como muitos nos en-

viaram consultas sobre como proce-der no momento das apresentações,vamos ao assunto.

Nas apresentações e cumprimentos,o jeitinho brasileiro se manifesta emefusivos abraços e beijos. Quase todosgostam dessa forma de afeto. Para evi-tar excessos e constrangimentos, nãocusta levar a etiqueta em consideração.

A “regrinha” básica diz o seguinte:“Você apresenta o mais jovem aomais velho, o homem à mulher, ofuncionário ao chefe e as pessoas me-nos conhecidas ao mais conhecido.No caso de pessoas que ocupam al-gum cargo de destaque, diz-se primei-ro o cargo e depois o nome”.

Nos cumprimentos, o mais indica-do é o homem, caso esteja sentado, selevantar. A mulher só se levanta se apessoa apresentada for a anfitriã ou oanfitrião ou ainda uma senhora deidade.

No ambiente profissional, o aperto de mão é omais indicado. Mas precisa passar confiança. Oaperto de mão deve ser firme, mas sem exagero,mantendo-se o contato no olhar e, acima detudo, deve transmitir personalidade.

O aperto de mão se dá com a mão direita, masse alguém oferecer a mão esquerda, siga o que os

outros fazem, ofereça sua mão esquerdatambém. As pessoas devem se lembrar de você,por isso transmita confiança com seu agradávelaperto de mão. Quem já recebeu um fraco edesajeitado aperto de mão entende como édecepcionante. Não vale perder pontos por algo tão simples.

APERTO DE MÃO

ABRAÇODefinido como forma de apertar entre os

braços, demonstração de carinho; é mais usadoem situações sociais, e, claro, pode ser praticadono ambiente profissional, mas com moderação,evitando os abraços apertados; deixe-os paraparentes e amigos.

Usamos o abraço impessoal que é aqueleapenas falado e não dado de fato. É comumcumprimentar ou se despedir dizendo "umabraço", sinal de pouca intimidade, e pode serusado mesmo entre pessoas desconhecidas.

BEIJOSUm, dois ou três?Depende do costume de cada região do Brasil:

em São Paulo dá-se apenas um, em Minas Geraise no Rio de Janeiro, um ou dois, e no Nordeste,três. Mas o melhor mesmo é se sentir à vontadepara corresponder ao cumprimento recebido.

No caso de duas pessoas da mesma idade eem ambiente corporativo, é a mulher que mostrase está a fim de cumprimentar com beijinhos ouse prefere ficar só no aperto de mãos. Muitaspessoas se sentem desconfortáveis quando sãocumprimentadas muito de perto, então, omelhor é agir com naturalidade.

Cuidado ao cumprimentar estrangeiros,muitos não estão acostumados ao jeitinhobrasileiro e estranham o contato físico. Para nãoerrar, em situações formais, é preferívelrestringir-se ao aperto de mãos.

DEVEMOS EVITARE se estiver resfriado? Desista dos beijos e

abraços! Evite até mesmo chegar muito pertodos outros, pois ninguém quer correr o risco dese contaminar.

Nunca deixe de cumprimentar quando umamão lhe é estendida, isso é considerado faltade educação. Espremer a mão, puxar o braçoou balançar a mão por muito tempo, tudo issotransmite uma imagem de pessoa poucoagradável.

FICA A DICASe quiser causar realmente boa impressão,

ao despedir-se cite o nome da pessoa à qualvocê foi apresentada. Isso demonstra interessee, para fechar o encontro com chave de ouro,sorria! Um sorriso sincero consolida a primeiraimpressão, transmitindo uma mensagempositiva e confiante.

Para a consultora de moda Glorinha Kalil,não se usa mais beijar a mão das mulherescomo cumprimento, só no caso dedemonstração de muito afeto e carinho paracom uma mulher que você conhece o bastante.

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ma saborosa carne deporco assada, cobertapor uma pururuca bemcrocante tem o seu lugar.Em Boa Esperança, no

sul do estado, o pessoal sabe disso einova no jeito de preparar essadelícia. Nos dias de festa, o Sindicatodos Produtores Rurais proporciona aseus convidados o porco à paraguaia– uma iguaria ideal para alimentar esatisfazer muitos de uma vez.Servido com uma farta salada, ostradicionais feijão tropeiro e pão dequeijo e chope estupidamentegelado, a receita agrada a todos ospaladares.

Preparado por Marcos AfrânioBorges, funcionário da entidade há28 anos, a carne tenra contrasta comos estalos da pele e tem um cheiro deenlouquecer... A receita foi aprendidacom o suinocultor Romeu WanerMessoura há mais de 3 anos, mas otalento é de família. “Tenho umprimo que é cozinheiro profissional”,diz Afrânio orgulhoso. Ele conta quesempre gostou de preparar carnes, oque deixa sua mulher bastantecontente. A lista de especialidadestem todos os tipos: boi e porco norolete, frango desossado e recheado,dourado assado e recheado, falsolombo e por aí vai.

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Utilize uma estruturaque tenha um metro dealtura e pelo menos 70cm de largura. Arrumeas brasas apenas noscantos.

Coloque o porcoaberto e de bruços emcima da grade e cubraas costas com papel-alumínio.

Deixe assar por 8horas. Quando a pelede cima ficaramarelada é sinal deque está bom. Retire opapel-alumínio e vire apeça.

Logo em seguida,esparrame as brasasaté o centro dachurrasqueira (asbrasas devem serdistribuídas por igual,cobrindo toda aextensão dachurrasqueira) eacenda bem.

Em minutos, apururuca surgirá. Bom apetite!

COMIDA DE FAZENDA

“O segredo está na arrumação dachurrasqueira e, claro, no tempero.Outra dica é usar um suíno de, nomáximo, 50 kg, para que nãofiquem partes mal assadas oumuito tostadas.”Marcos Afrânio BorgesSindicato dos Produtores Rurais de Boa Esperança

Porco àparaguaia

0 1 copo de suco de limão coado0 1 kg de sal0 8 cebolas grandes

0 60 dentes de alho grandes0 1 litro de vinho branco seco0 1 litro de molho shoyu

BATA TUDO NO LIQUIDIFICADOR, acrescente água até completar 4 litros e injete na carne. Nãoeconomize no tempero. O ideal é usar uns quatro litros de tempero. Injete-o por igual, semesquecer nenhum pedaço. Deixe a carne descansar no molho por 12 horas (de um dia para o outro).

TEMPERO:

1 2 3 4 5

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