especial unaí 65 anos

7
Sexta-feira | 25 de janeiro de 2013

Upload: thiago-keller

Post on 28-Mar-2016

244 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

Especial Unaí 65 Anos

TRANSCRIPT

Page 1: Especial Unaí 65 Anos

Sexta-feira | 25 de janeiro de 2013

Page 2: Especial Unaí 65 Anos

Sexta-feira | 25 de janeiro de 20136|ESPEC IAL UNAÍ 69 ANOS

Antes, uma vila; hoje, Unaí é uma cidade com aproximadamente 78 mil habitantes

– O nome Rio Pre-to foi o primeiro nome que recebeu o distrito de Unaí. A passagem de povoado para distrito aconteceu por meio da Lei Provincial nº1993, no ano de 1873. Nessa época, o distrito pertencia à cidade de Paracatu que, na ocasião, tam-bém abrigava em seu território os distritos de Vazante, Santana do Alegre e Guarda Mor.

Mas, em 10 de dezembro de 1891, através da Lei Estadual nº 2, aconteceu o reconhecimento da elevação do povoado – que se chamava Capim Branco – a distrito do Rio Preto. “...assim é chamado, por que a terra do distrito abrange a bacia do Rio Preto, Arrependido, Al-

deia, Vertente da Serra do Rio Preto ou Chapada do Garapa às cabeceiras do Rio Preto.”, afi rma o historiador Olímpio Michael Gonzaga, em seu livro “Memória Histórica de Paracatu”. No mesmo livro, o historiador também ressalta que tudo começou na fazenda Capim Branco, que foi vendi-da aos irmãos Antônio Pinto Brochado e Manoel Afonso Pinto Brochado; nesta fazenda também havia um porto, o porto do Rio Preto, que depois passou a se chamar porto do Capim Branco. “O capitão Domingos Pinto Brochado, de saudosa memória, incumbiu-se da construção de uma capela, casa de escola e cemitério, com

o produto de uma subscrição popular, inteirando o que faltou com sua bolsa. A capela fi cou pronta em 1887, nos últimos tempos, a Vila de Paracatu e os distritos eram conhecidos por Capelas Curadas da Fre-guesia de Paracatu”, detalha Olímpio.

Outras famílias também se instalaram na região como foi o caso dos Souto, dos Rodrigues Barbosa e do Padre Antão José da Rocha.

Unaí se emancipa

Maria Torres Gonçalves, em seu livro “Hunay de hontem e Unaí de hoje”, publicado em 1990, pela editora Arte Quintal, de Belo Horizonte, afi rma que durante muito tempo o povoa-do – a vila que tinha o nome ofi -cial de Rio Preto – era chamada pela população local de “vila Capim Branco”, e somente no ano de 1923, mais precisa-mente em 7 de setembro, que a vila passa a se chamar “Unaí”. “Brotaram as primeiras ruazi-nhas mal alinhadas, próximas às margens do Rio Preto. As moradias eram separadas por largos espaços, protegidos por cercas de pau-a-pique, cober-tas por trepadeiras silvestres”, descreve Maria sobre o início do povoamento da vila.

Ela diz mais adiante que o nome do povoado teve que ser mudado pelo fato de já existir no Estado de Minas Gerais um “um outro lugar com igual de-nominação”. Mas, 20 anos de-pois, no dia 31 de dezembro de 1943, a Lei Estadual nº 1058, desmembrou os distritos de Unaí, Fróis (hoje Bonfi nópolis de Minas) e de Garapuava, do município de Paracatu.

E, no ano seguinte, no dia 15 de janeiro, aconteceu ofi cial-mente a criação do município de Unaí, que na época nasceu tendo sob sua responsabilida-de os distritos de Cabeceira Grande (hoje emancipada), Garapuava e Santo Antônio do Boqueirão. PESCADORES no Rio Preto; a pesca era bastante pra� cada na cidade

CIDADÃOS Unaienses

SEDE da an� ga Fazenda Capim Branco, que mais tarde passou a pertencer a Vila Capim Branco

TEXTO: MARCOS ANTÔNIO/JD E FOTO: CENTRO DE PESQUISA DA MEMÓRIA CULTURAL DE UNAÍ

AGRADECIMENTO

Nós do Jornal Dinâmico queremos agradecer pela colaboração de Maria Torres Gonçalves, autora do livro Hunay de Hontem e Unaí de Hoje, lançado em 1990 pela Ed. Arte Quintal, na confecção deste material onde são destacadas a Capul,

1º prefeito, sobre o nome de Unaí e Clube Itapuã.

Page 3: Especial Unaí 65 Anos

ESPEC IAL UNAÍ 69 ANOS|7Sexta-feira | 25 de janeiro de 2013

O primeiro prefeito de Unaí: o poder começa seu jogo

- “Naquela noite, sob o desperdiço das estrelas cintilantes, o povo em regozijo dançou alegremente em vários bailes, até à aurora”, conta Maria Torres Gonçalves*.

Era a noite de 1º de janeiro de 1944, noite esta, que em-possou José Luiz Adjuto como prefeito do município de Unaí. A posse aconteceu no prédio do Grupo Escolar Domingos Pinto Brochado e teve uma co-missão emancipadora, segundo Maria, que fora composta pelos seguintes cidadãos: Mário Tor-res, Capitão Filadelfo, Antônio de Souza Gonçalves, Porfírio Gaya, Leão Lara, Higino Car-doso – juiz de paz que presidiu

a sessão de posse – e Oscar Rangel, que conforme Maria afi rma, foi o secretário.

“A prefeitura foi instalada em uma modesta casa que per-tencia a Porfírio Gaya, situada em frente a sua residência (...) Transferiu-se depois para ou-tras casas da rua Governador Valadares”, diz a escritora.

1º orçamento do muni-

cípio

Segundo as afi rmações de Maria que diz ter sido 117 con-tos de réis, o primeiro orçamen-to do município, orçamento esse, que José Luiz Adjuto e seus assessores – Celso Ro-

drigues Barbosa (secretário), Durval Martins Ferreira( Chefe de Serviços e Obras), Domin-gos Alves Ribeiro (Fiscal de rendas), João Alves (Delegado Militar), Zaíra Martins Ferrei-ra (Zeladora) – conseguiram fazer inúmeras obras de infra-estrutura que foram vitais ao desenvolvimento do município.

Nesse período realizou-se a construção de um campo de aviação; o incentivo para a melhoria da educação por meio do ensino, como a criação das primeiras escolas na zona ru-ral; incentivou a construção da primeira paróquia; e implantou um sistema de iluminação por meio de energia elétrica.

Governo do primeiro pre-feito

A gestão de José Luiz Ad-juto, que começou em 15 de janeiro de 1944 encerrou no dia 26 de abril de 1947. Ele viria a morrer em 1983. “Grande foi o pesar da população com seu falecimento”, diz a escritora.

Em seguida, Israel Versiane o substituiu entre os meses de abril e setembro do mesmo ano, quando passou o cargo de prefeito para Antônio Martins Versiane, que fi cou na função apenas 18 dias – de 11 a 29 de setembro; ele foi substituído por Orlando Araújo, que admi-nistrou o Executivo até o dia 23

de dezembro de 1947. O segundo prefeito de Unaí

foi o paracatuense Homero Ulhoa Santana, que dirigiu o município entre os anos de 1947 e 1950.

Noroeste de Minas Gerais, Com uma área de 8 492 km², apenas 165 km da Esplanada dos Ministérios na capital fe-deral, acesso via BR251 em ótimo estado de con-servação, está situado na Bacia hidrografi ca do São Francisco, com uma diversidade de micro regi-ões belissimas que faz de Unaí um lugar impar a ser explorada, cidade sede fi ca as margens do Rio Preto, população aproxi-mada 78 mil habitantes, apresenta caracteristi-cas que mescla entre o sentimento moderno e o tradicional.

O Municipio já é co-nhecido no Brasil e no mundo pela grande pro-dução de leite, carne, Milho, feijão, Soja, sorgo, trigo e outros produtos da cadeia produtiva do agronegocio; isto já é um referencial para atrair pessoas do Brasil e do mundo, fortalecendo o turismo comercial.

Também temos as tra-dicionais festas religiosas e de base cultural que além de trazer de volta os que moram fora do municipio, atrai visitantes de todo canto do país: Festa do Inhumas, Fes-tas de Santo Antonio do Boqueirão, Festas do

Tamburil, Festas da Pal-meirinha, Festa de Boa Vista, Festas Junina da SSP- Sociedade de São Vicente e Paula, Festas do Saco Grande, Festa de São José Operário na - Lapa do Sapezal, A grade Festa de Garapu-ava, Festa da Exposição Agropecuária, Festa da Moagem e as carreatas de carro de boi, Festa do Havaí no Colina Clube, não podendo esquecer a mais antiga tradição de Unaí que são as folias de Reis realizada em todas as regiões do municipio.

A cidade tem uma infraestrutura razoavel para amparar e alavancar o turismo, precisa melho-rar muito, mas já temos o suporte necessário e de qualidade, como: Hoteis urbanos, hotel fazenda, dormitórios, que dão a garantia de diárias para todos os niveis sociais. Temos uma culinária variada, saborosa e de qualidade que pode ser encontrada nos restau-rantes, bares, pizzarias, hoteis, lanchonetes.

Estamos muito bem servidos com supermer-cados, farmacias, clubes, faculdades, dentre outros comercios necessários ao bem estar do visitan-te. Além dos pontos de

visitação como as igrejas; museu; biblioteca públi-ca; casa do artesão; o famoso comercio da boca da ponte; a pedra do Uru-bu; a cachoeira que fi ca á dois quilometros do cen-tro da cidade; Serra do Taquaril que serve como mirante, tem acesso de carro até no ponto mais alto, de lá o visitante irá apreciar uma belissima imagem de toda a cidade, alé das paisagens natu-rais do entorno.

Temos muito mais coi-sas a ser exploradas e mostradas, como: cacho-eiras, Grutas espeleolo-gicas (Gruta do tamburil, gruta do Sapezal, Gruta do Gentil, etc), monu-mentos naturais como pedreiras, serras, corre-gos, lagos e lagoas, rios, veredas com uma rica diversidade biologica e grande beleza cênica, são elementos que po-dem ser explorados para quem ama a natureza e quer praticar turismo ecologico e também para desenvolver os esportes radicais como: Rapel, ca-noagem, mountain bike, Moto trilha (com espaço licenciado, com a infraes-trutura para não agredir o meio ambiente) e outros.

Não podemos esque-cer as fazendas que além

de suas belezas naturais e a riquezas na histo-ria da região, podem se tornar uma empresa de turismo rural e ajudar a alavancar a economia de muita gente, principal-mente o da agricultura fa-miliar. Inclusive na região tem um casarão na zona rural que foi da época da escravidão, com muitos elementos que conta a história de Unaí.

A indúst r ia do turismo pode chegar a Unaí, isso depende de investimentos públicos e privados, pois a região tem potencial e capaci-dade de sustentar essa cadeia produtiva, ainda temos muito a ser explo-rado e precisamos abrir essa janela para ajudar na preservação de nosso patrimônio e o turismo é um dos poucos investi-mentos que benefi cia o bem estar social e ajuda a preservar o patrimônio público.

Sugestões aos gestores públicos, criar a casa de apoio ao turista, fazer investimentos na qualifi cação de profi ssio-nais para atuar na área e pensar no desenvolvi-mento desse mercado. Criar os guias com orien-tações do que temos e quando temos.

Criar parques ambien-tais naturais com infra-estrutura para receber o turista e a comunidade local, onde ele possa apreciar a natureza e ao mesmo tempo fazer cami-nhadas, praticar esportes e participar da cultura local e regional.

Criar um mirante no centro da cidade e ou-tro em cima da serra do taquaril, Criar espaços e motivar ás praticas es-portivas, sair um pouco do convencional, investir também em: pista de patins, skate, bocha, etc. São alguns exemplos, mas o ideal é criar um conselho do turismo e buscar o dialogo com a sociedade e encontrar os caminhos a serem trilhados.

Viaje no tempo e no espaço, venha explo-rar nossas belezas natu-rais, conhecer a história de um povo simples e hospitaleiro, pois Unaí tem história.

Paulo Melo

Jornalista, Fotógrafo, Especialista em Gestão Ambiental e Sociólogo.

WWW.paulomelou-nai.blogspot.com

TEXTO: MARCOS ANTÔNIO/JD E FOTO: CENTRO DE PESQUISA DA MEMÓRIA CULTURAL DE UNAÍ

Unaí: Abrindo as Portas para o turismo

Page 4: Especial Unaí 65 Anos

- Quem não veio, perdeu. Quem veio, não se arrependeu. Nada atrapalhou a realização das festividades comemorativas do aniversá-rio de 69 anos de Unaí: nem os 15 dias (apenas) da posse da nova administração, nem a escassez de recursos para custear as atrações, e muito menos a chuva prevista (e que não caiu).

Tudo transcorreu dentro da mais completa normalidade e até superou as expectativas da organização. Muita cultura, esporte e lazer marcaram a festa, aberta ofi cialmente na noite de segunda-feira (14) e com atividades durante toda a terça (15) – dia do aniversá-rio de emancipação político--administrativa do município.

Em discurso durante a abertura ofi cial das festivida-des, o prefeito Delvito Alves reconheceu que em apenas

15 dias de administração se-ria impossível fazer a festa pensada. Ele, porém, se disse orgulhoso e honrado de estar participando do aniversário de 69 anos do município. E comprometeu-se publicamen-te a fazer uma “festa diferente, maior, para encantar a todos” nos 70 anos de Unaí, em 2014.

Cultura

A noite de segunda-feira foi pequena para as várias bandas e os diversos estilos musicais – para todos os gostos – que ocuparam o palco montado na Praça JK (Prefeitura).

O som transitou do tradi-cional sertanejo aos acordes intensos do hard rock, passan-do pela MPB, o pop rock e o black style.

A Banda Municipal Lira Capim Branco abriu a parte musical da festa. Além de tradicionais canções, o grupo

tocou o Hino Nacional Brasi-leiro, o Hino de Unaí e “o pa-rabéns pra você”. Este último acompanhado por espetáculo pirotécnico que ultrapassou cinco minutos.

O sorteio do Natal Pre-miado da Aciu/CDL também

compôs o mosaico de atrações da festa. Foram sorteados 35 prêmios, com destaque para o carro e a moto zero quilôme-tro. Uma montanha de cupons (mais de 280 mil, segundo os organizadores) tomou conta do palco e mexeu com as emoções por quase uma hora.

Depois, o mais esperado: a apresentação das duplas e conjuntos musicais, que avan-çaram pela noite e vararam a madrugada. Lúcio Rocha e Fátima Luna, Banda Reallity, Juan Marcos e Vinícius, Tom Carreiro e João Carlos, Tayro-ne Oliveira, Maykon e Kauan, e Banda Mortred deram o tom. O grupo Black Style ditou o ritmo da dança.

Esporte e lazer

Terça-feira foi um dia in-tenso na Praça da Prefeitura e arredores. Muita movimen-tação da criançada em busca das brincadeiras e diversão a valer: pula-pula, futebol de sabão, escorregador, piscina de bolinhas, apresentações teatrais e de palhaços, pintura de rosto, escultura de balões, capoeira e muito mais. Pipoca e algodão doce distribuídos gratuitamente completaram a farra da criançada. Para os desportistas, um dia re-pleto de provas. Corrida de rua (percurso de 10 km pe-las ruas da cidade), ciclismo (mountain bike e speed – a avenida Governador Valadares transformou-se em circuito), e competições de vôlei e futebol movimentaram os atletas. A Praça da Prefeitura também virou circuito para a corrida de kart. E para os chegados numa “adrenalina”, não faltaram as

manobras radicais em motos.E para fechar as festivida-

des, muito forró com a banda Garotos Pyriboys.

Organização e realização

Toda essa movimentação em torno das comemorações do aniversário de Unaí resulta principalmente do trabalho das Secretarias de Cultura e Turismo (Sectur), de Juven-tude, Esportes e Lazer (Sejel) e de Comunicação Social e Relações Públicas (Secom).

O trabalho global, no en-tanto, só foi possível com o suporte das demais secretarias municipais - como a de Meio Ambiente (que distribuiu mu-das de árvores nativas para a população), de Saúde (que fez aferição de pressão arterial do público, deu suporte aos atletas, fez orientações sobre doenças sexualmente trans-missíveis e aids, distribuiu preservativos) -, da Câmara Municipal e de parceiros ex-ternos.

AUTORIDADES civis e militares pres� giaram a abertura ofi cial das comemorações

A POPULAÇÃO compareceu e acompanhou atentamente as atrações, que avançaram pela noite e vararam a madrugada

O SHOW pirotécnico surpreendeu os expectadores: foram mais de cinco minutos de espoucar dos fogos, com espetáculo de luzes, cores e sons

Sexta-feira | 25 de janeiro de 20138 | E S P E C I A L U N A Í 6 9 A N O S

Unaí celebra 69 anos com muita cultura, esporte e lazer

PREFEITO se disse “orgulhoso e honrado” em par� cipar das celebrações e promete festa

melhor no ano que vem

TEXTO E FOTOS: WWW.PREFEITURAUNAI.MG.GOV.BR

Page 5: Especial Unaí 65 Anos

ESPEC IAL UNAÍ 69 ANOS|9Sexta-feira | 25 de janeiro de 2013

FONTE: MARIA TORRES GONÇALVES, AUTORA DO LIVRO HUNAY DE HONTEM E UNAÍ DE HOJE, LANÇADO EM 1990 PELA ED. ARTE QUINTAL

Page 6: Especial Unaí 65 Anos

No início os jogos aconteciam nos cerrados - Foi por meio de um

médico carioca, o senhor An-tônio Pinto de Carvalho, que residiu em Unaí nos anos de 1920, fez com que o futebol ga-nhasse força entre nos hábitos dos moradores do município. De acordo com Maria Torres Gonçalves*, antes o esporte era praticado nos campos que se formavam nos cerrados.

Depois quando a cidade foi emancipada, a Prefeitura doou um terreno com 1.200 m² para que fosse construído um campo, que depois viria a se chamar Estádio Rio Preto. Mas só em 1952, que se realizou a assembleia, que na ocasião contou com 62 associados que em uma atitude ilustre criaram o Rio Preto Esporte Clube, cujo seu primeiro presidente foi Rui Barbosa Martins. “A primeira construção do campo de futebol era de extrema simplicidade, com a área cercada de arame farpado. Afluía muita gente para assistir aos jogos”, lem-bra Maria Torres.

Liga Católica

Outro time que teve grande importância entres os unaienses foi a Liga Católica de Futebol, que foi fundada em 1960. Neste time, destacaram jogadores como o Antonio Rocha, Adão, Jair, Nicanor, Geraldo Sá, entre outros. Maria Torres conta que a Liga Católica tinha como rival o time de Paracatu, o Santana Esporte Clube. Depois em 1965, outros times surgiram na cidade e os campeonatos começaram aacontecer. Nesta época também surgem times de futebol que eram formados na zona rural. No município, neste período, surgiram os times: Guarani Esporte Clube, Grê-mio Esporte Clube e o Esporte Clube de Unaí.

Construção do novo es-tádio

No ano de 1974 o terreno onde funcionava o estádio de futebol Rio Preto foi vendido; ele se localizava onde é hoje o supermercado Bretas. De-pois com a venda do terreno, construiu-se outro estádio, que levou o mesmo nome: Rio Preto.

A construção começou no mesmo ano e terminou um ano depois, no dia 5 de agosto de 1976. Ele foi inaugurado no mandato do então prefeito Se-bastião Alves Pinheiro. “Nesta época destacaram-se os joga-dores Zé Valter, Lau, Pedrinho, Zezé Meirinho, Mundeco José, Juca, Pescoço e Tonhão”, diz a historiadora Maria Torres. Em 1978, os humoristas, “Os Trapalhões”, junto com Didi e sua turma, fi zeram, segundo Maria, um show nas dependên-cias do novo estádio. Sobre a infraestrutura do estádio, Maria descreve:

“O Estádio Rio Preto com-porta mais ou menos 30 mil pessoas, possui vasta área gra-mada, modernas instalações sanitárias, túneis, vestiários, arquibancadas, cadeiras espe-ciais, cabines para irradiação dos jogos e amplo estaciona-mento. Possui salão social, campo para vôlei e pista de salto.”

Novos tempos

Com o passar dos anos outros times foram surgindo na cidade e como tudo que se desenvolve tem como objeti-vo central, o crescimento, em 1978, outros times começam a surgir, só que agora com um caráter mais profi ssional e me-nos amador.

O primeiro time profi ssional

dessa safra foi a Sociedade Es-portiva, de 78, e o Time Noroes-te, o Tamboril Esporte Clube e o Vila Nova Isabel. Hoje, ainda existem times de renome, como é o caso do time do Itapuã Iate Club e o time do Colina Clube. Também existe o Unaí Esporte Clube que atualmente disputa a 1ª divisão do Candango (DF).

Sexta-feira | 25 de janeiro de 20131 0 | E S P E C I A L U N A Í 6 9 A N O S

PRESIDENTE do Unaí Esporte Club, José Maria Mendes Cornélio em 1978

EQUIPE do Unaí Esporte

Page 7: Especial Unaí 65 Anos

ESPEC IAL UNAÍ 69 ANOS |11Sexta-feira | 25 de janeiro de 2013

Capul, desde 1964 ao lado do cooperado e de Unaí

- Segundo dados da Cooperativa Agropecuária de Unaí (Capul), atualmente estão matriculados como associados na cooperativa, 2.370 produto-res rurais que, de uma forma ou de outra, participam e ne-cessitam dos serviços presta-dos pela instituição. Contudo, quando ela iniciou as coisas eram bem diferentes, a come-çar pelo número de associados que não passava de 100.

80 produtores rurais reu-niram-se no Salão Social do Itapuã Iate Clube, na antiga sede, à Avenida Governador Valadares, e sob a presidência dos fazendeiros Arquimedes Costa, Lucas Brochado Adju-to, Licídio Alves Lima, José Vieira Machado, Volnei Silva Lara e demais, para constitu-írem uma sociedade coope-rativa nos termos do Decreto lei 8.401 de 19 de dezembro de 1945, afi rma a direção da Capul em sua página ofi cial, na internet.

Um ano depois, a Capul já abria suas portas para o que eles chamam de “compras em comum”. Nessa época, a sede da cooperativa funcionava no andar térreo do antigo prédio do clube recreativo Itapoã Club, vindo a mudar-se poste-riormente para onde funciona até o presente momento, pró-ximo ao Parque de Exposição Municipal.

Hoje, ela recolhe leite de 11 municípios e possui seis fi liais nas cidades de Buritis, Arinos, Bonfi nópolis de Minas, Dom Bosco, Natalândia e Cabeceira Grande onde oferta serviços e produtos tanto do gênero

alimentício, quanto veteriná-rio. Em Unaí, sua estrutura é composta por um posto de combustível, um supermerca-do, uma loja veterinária, uma loja de peças agrícolas e um laticínio; além de uma indús-tria – Indústria Capul Nutrição Animal – que foi inaugurada em 2009 e produz rações e suplementos minerais, cuja capacidade é de produzir 40 toneladas/hora.

Projeto da Capul

Em Unaí, basicamente, a Capul tem uma representativi-dade simbólica e prática muito grande. A começar pelos 600 funcionários que diretamente prestam serviços à cooperati-va. Por isso, ela foi ao longo do tempo crescendo junto ao município e ao povo unaiense a tal ponto que ela começou a ter um papel muito além da prestação de serviço.

Neste momento, ela teve que pensar em melhorar sua infra-estrutura e começou a apostar mais em seus coope-rados. Surgem aí os projetos, como o Educampo, por exem-plo, que pretende através da capacitação gerencial e tecno-lógica desenvolver os aspectos de gestão das propriedades rurais.

“Promover a educação do homem do campo, por meio de consultoria gerencial e técnica, proporcionando o de-senvolvimento de seu negócio e o crescimento econômico da empresa parceira, estendendo seus benefícios a toda cadeia produtiva”, afirma a Capul.

Também existem os projetos Balde Cheio – promove o de-senvolvimento sustentável da pecuária de leite – e o Projeto Capul no Campo, que segundo a cooperativa tem um papel “desafi ador” pois busca cons-cientizar e preparar os coope-rados aos desafi os da atividade de acordo com o perfi l de cada produtor. O projeto tem por objetivo principal a melhoria de renda e por consequência a qualidade de vida dos coope-rados, informa a cooperativa.

Gestão e vivência

O atual presidente da Ca-pul, Zuza Machado, de 67 anos, produtor rural, está à frente da Capul desde 2009 quando foi eleito presidente da instituição. De lá prá cá, ele aprendeu muito, conforme contou em entrevista ao Jor-nal Dinâmico (JD). Segundo Zuza – que está prestes a deixar o cargo, pois em março termina seu mandato – não irá concorrer à reeleição, sua

passagem pela presidência da cooperativa serviu para que ti-vesse noção da importância da cooperativa para o desenvolvi-mento não só de Unaí, mas de toda região do Noroeste.

Zuza conta que a coope-rativa hoje está solidifica e consegue fornecer insumos e rações a seus cooperados com preços abaixo da infl ação nacional além de estender seus serviços a todos os cida-dãos independentes de serem ou não cooperados. Como resultado dessa solidez, ele cita a última edição da feira agropecuária, Agrocapul, que serviu como oportunidade para que o produtor pudesse adquirir produtos a preços razoáveis. “Aqueles coopera-dos que acreditaram e fi zeram os contratos com a gente, com certeza, ganhou muito, principalmente em adubo que subiu muito”, explica Zuza, ao se referir que os produtos foram vendidos a preço fi xo, sem juros.

O presidente também co-mentou a crise vivida pelos produtores de leite devido à crise internacional. Com o dólar variando a cada dia, os insumos que produzem as matérias-primas da produção leiteira, como sorgo, soja e milho fi cam sujeitos às varia-ções do mercado fi nanceiro nas bolsas de valores.

Por serem tratados como commodities, esses grãos mui-tas vezes sofrem variações de preços que ultrapassam seus valores acima da média e impossibilita seu consumo em grande escala. De acordo com o presidente da Capul, isso leva ao que o Brasil vive hoje, ou seja, a importar leite. Hoje, conta Zuza, importa-se

leite de países vizinhos como Argentina, Uruguai e até mes-mo Paraguai.

Mas ele ainda vê esperança e, antes de terminar seu man-dato, alguns projetos iniciarão para que as atividades não pa-rem. A começar pelo projeto de construção do novo lacticínio que, segundo ele, já teve sua retirada solicitada pelos órgãos ambientais responsáveis por estar “inadequado”. Ele diz que a cooperativa já possui o terreno e aguarda somente a liberação para a construção do mesmo seja feita em breve. “Eu espero ainda poder antes de deixar meu mandato, fazer pelo menos a terraplenagem para que a futura gestão conti-nue o trabalho”, afi rma Zuza.

Ele também fez questão de agradecer a todos os fun-cionários que trabalharam com ele durante esses quatro anos em que esteve à frente da cooperativa, o que chamou de “equipe muito boa” e também de dizer que parabeniza todos os cooperados, porque sem eles, destaca, “a Capul não seria o imenso patrimônio que ela é hoje”.

ATUAL presidente da Capul, Zuza Machado que disse ter

aprendido muito como presidente de uma das maiores empresa do

município

ANTIGO prédio da Capul

FACHADA da Capul atualmemte; hoje a coopera� va está presente em 6 município do Noroeste

FOTO: MARCOS ANTÔNIO/JD

FOTO: MARCOS ANTÔNIO/JD

TEXTO: MARCOS ANTÔNIO/JD E FOTO: CENTRO DE PESQUISA DA MEMÓRIA CULTURAL DE UNAÍ